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quinta-feira, 9 de novembro de 2023

GLO – Surreal Garantia da Lei e da Ordem para o quê?


Acima a foto que foi capa de O Globo e levou o prefeito do Rio de Janeiro a emitir um “X” Surreal

O intrépido prefeito da cidade Maravilhosa Sr Eduardo Paes colocou uma nota no X, em 07NOV2023 (ver abaixo), em que repercute uma foto capa de O Globo daquele dia.

Aproveita a deixa de seus padrinhos, a Organização Globo, e parte para um ataque contra o Comando da Marinha, em especial o Corpo de Fuzileiros Navais. “Com todo o respeito ao departamento de marketing da nossa querida Marinha, esses tanques aí destroem o calçamento da Praça Mauá. Dá próxima vez que o @JornalOGlobo for tirar foto de calçadas danificadas ali, já saberemos até quem foi. Em tempo: em breve começaremos a implantar balizadores em todo o Boulevard para impedir absurdos assim!”

O ridículo é tanto que o Comando de Fuzileiros da Esquadra, através do Centro de Comunicação Social da Marinha (CCSM) tem de emitir uma nota transcrita abaixo.

MARINHA DO BRASIL
COMANDO DA OPERAÇÃO LAIS DE GUIA
NOTA À IMPRENSA

Brasília – DF.
Em 07 de novembro de 2023.

A respeito da possibilidade de danos causados ao calçamento da Praça Mauá pelos veículos empregados na Operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), a Marinha do Brasil (MB) esclarece que considerou, desde o planejamento, o uso prioritário de meios adequados ao ambiente urbano, optando pelo emprego de blindados sobre rodas (pneu), ao invés de blindados sobre lagarta (esteira).

Cabe destacar que as viaturas acessaram, pelo interior do Porto, a posição em frente ao portão da Praça Mauá, que se encontra na poligonal (Área de Operações prevista pelo Decreto). Ainda assim, eventuais danos no calçamento ou em qualquer estrutura provocados pela Marinha serão reparados ou ressarcidos, logo que identificados.

Cabe, ainda, registrar que a Marinha mantém um bom relacionamento com a Prefeitura do Rio e que o Comando da Operação está disponível para dialogar e colaborar com o órgão. A Marinha enfatiza que a operação de GLO está sendo executada para o fortalecimento do combate ao tráfico de armas, drogas e outros ilícitos, com foco em resultados que beneficiarão os cariocas e os brasileiros.

DefesaNet

 

segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

O tweet mais ridículo da semana

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PS-MG), não perde a forma. Depois da reunião do presidente Lula com os 37 ministros, Pacheco colocou em prática o “puxa-saquismo” que fez sua carreira política deslanchar. Pacheco é o vencedor da semana.

 Lula se encontrando com Rodrigo Pacheco | Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação

No final da temporada, o campeão ganhará o troféu Luís Roberto Barroso com a indicação de livros, pensamentos e músicas para refletir.

A coluna No Ponto analisa e traz informações diárias sobre tudo o que acontece nos bastidores do poder no Brasil e que podem influenciar nos rumos da política e da economia. Para envio de sugestões de pautas e reportagens, entre em contato com a nossa equipe pelo e-mail noponto@revistaoeste.com.

Redação - Revista Oeste

 

segunda-feira, 30 de maio de 2022

Tríplex sorteado e o ridículo passado pelo STF - Gazeta do Povo

Alexandre Garcia 

Eduardo Leite não ganha nem no próprio estado
Aqui em Porto Alegre está todo mundo esperando para ver o que decide agora na quinta-feira o PSDB. Porque está entre Simone Tebet, que é MDB, e Eduardo Leite, que perdeu as prévias para João Doria. Dentro do partido não queriam Doria, ele não decolou. Eduardo Leite está se oferecendo para ser candidato, aliás já renunciou ao governo do Rio Grande do Sul exatamente para isso, não renunciou por nada, nem para ser vice de ninguém. Simone Tebet também não quer ser vice de Eduardo Leite, então já dá para prever que o PSDB siga com Eduardo Leite como cabeça de chapa.

Leite não vai ganhar mais votos que os outros dois, Bolsonaro e Lula, nem no estado onde foi governador. Estou sentindo aqui o ambiente, e é o seguinte: todo mundo sabe que ele saldou as dívidas do estado com o dinheiro recebido do governo federal para tratar de pandemia
E da pandemia todo mundo se queixa que ele, assim como outros governadores e prefeitos, o que fez foi tirar emprego e renda, porque não teve nenhum outro efeito o tal de lockdown.

Maratona de viagens
O presidente Jair Bolsonaro está indo nesta segunda-feira a Recife. Vai ver in loco os males causados pela chuva. São mais de 60 mortos e mais de mil desabrigados já. Tragédias brasileiras em todas as épocas do ano. No Rio de Janeiro, é no verão. Agora é Recife com chuvas torrenciais.

Não sei como o presidente aguenta, é a maior correria, não tem parada. Estava em Goiânia na Marcha para Jesus. Depois foi para Manaus, com aquela multidão gigantesca também na marcha.  Antes disso teve Minas Gerais, também acompanhado de multidões, inclusive em Belo Horizonte.

Em Minas, no auditório da federação das indústrias, Bolsonaro levantou o braço de Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais, mostrando uma aliança. Depois levantou o braço de Arthur Lira (Progressistas), que ficou satisfeitíssimo, mostrando que está tudo bem entre o presidente da Câmara e o presidente da República. 
Eu faço uma ressalva, porque eu perguntei ao Palácio sobre o Rodrigo Pacheco, que muitos reclamam e chamam de roda presa
O Palácio disse que não tem queixas dele, que está encaminhando bem as questões de interesse da presidência da República.

Tríplex sorteado e o ridículo passado pelo STF
Foi sorteado no sábado o tríplex do Guarujá, que a OAS deu para Lula, conforme o processo que já foi revisado duas vezes e comprovou as condenações. Foi revisado no tribunal regional e superior, que comprovou as condenações, só que o Supremo que resolveu decidir que houve um erro de CEP, que não era em Curitiba que deveriam tratar disso.

Fernando Gontijo comprou e fez um sorteio numa plataforma chamada “Pancadão”. Quem pagasse R$ 19,90 poderia participar do sorteio. Duzentos e cinquenta mil pessoas pagaram e quem ganhou foi Antônio Tarcísio. Ele ganhou o tríplex que era de Lula, e que Lula disse que não era dele e sim de um amigo, assim como o sítio de Atibaia.

O Supremo passa por um ridículo com essas coisas, mas é um assunto seríssimo, um assunto de confiança na Justiça. 
Agora mesmo, vão para Algarve, em Portugal, segundo o Estadão, juízes, desembargadores, ministros de tribunais superiores para um evento sobre maus pagadores, débitos não pagos. Tudo de graça, pago exatamente pela entidade Instituto Brasileiro da Insolvência (Ibajud). Os juízes que estão indo lá são responsáveis por processos de mais de R$ 8 bilhões de devedores insolventes. 
Vai ser aberto pelo ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Veja Também:
Quando a má conduta dos bandidos será investigada? 

Farra dos cartões: como o governo bancou viagens de Dilma e Lula pela campanha de reeleição em 2014    

Por que Supremas Cortes existem?

Boicote a Luiz Fux é grave e ressalta policiamento da sociedade civil por extremistas

Morte em abordagem da PRF
A Polícia Rodoviária Federal abriu inquérito, vai tomar medidas, afastou os cinco policiais que causaram a morte de Genivaldo de Jesus Santos. Ele, esquizofrênico, foi abordado e reagiu com susto. Puseram gás onde ele foi preso e acabou morto.

Eu vi uma postagem do ministro Gilmar Mendes dizendo “o assassinato do homem negro Genivaldo de Jesus Santos”. 
Gente, se houvesse uma petição do advogado dele, o texto seria “Genivaldo de Jesus Santos, brasileiro, casado, aposentado”. Ninguém falaria em cor de pele, Gilmar Mendes viu cor de pele. É o contrário do que diz a Constituição, em que todos são iguais sem distinção de qualquer natureza.
 
Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
 

quarta-feira, 6 de outubro de 2021

Show de infâmias - Revista Oeste

O empresário Luciano Hang e o senador Omar Aziz, durante sessão da CPI da Covid | Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

O empresário Luciano Hang e o senador Omar Aziz, durante sessão da CPI da Covid | Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

10 horas — Propaganda gratuita
Tão logo lhe foi dada a palavra para suas considerações iniciais, Luciano Hang sacou da manga uma cartada genial: pediu que fosse exibido um vídeo curto sobre a história de sua empresa, mas cujo conteúdo os senadores não imaginavam que se tratava de publicidade explícita da marca
A CPI promoveu a Havan em rede nacional e o circo pegou fogo.  
Houve alvoroço, e o relator, Renan Calheiros (MDB-AL), só conseguiu falar meia hora depois. Diante dele, sentou-se Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), filho mais velho do presidente, seu desafeto declarado, que já o xingou de “vagabundo” ao vivo na TV Senado.

11 horas — Suas Excelências

Hang irritou os congressistas logo nas primeiras falas por chamá-los pelo nome, dispensando a soberba forma de tratamento que lhes enche os olhos: Vossa Excelência. Os petistas Rogério Carvalho (SE) e Humberto Costa (PE) não suportaram ver o empresário tratar o presidente da comissão de inquérito simplesmente por… Omar.
— Omar, não! É senador! — esbravejou Carvalho.
— Vossa Excelência! — gritou Humberto Costa.
Marcos Rogério (DEM-RO), de longe uma das poucas vozes sensatas naquele picadeiro, aplacou os ânimos em tom de ironia:
— É melhor chamá-los de Excelência. Isso incomoda muito…[o petista Costa prefere ser chamado de 'drácula', codinome que ganhou na 'operação sanguessuga', quando era especialista em bancos de sangue - que apesar da importância para a vida o sangue foi alvo da corrupção petista.]
 
12 horas — Dá-lhe campainha!
Foi por volta do meio-dia que a CPI mais uma vez quase terminou em cenas de pugilato. Muito exaltado, com as mãos trêmulas envergando o microfone, Rogério Carvalho cobrou a expulsão do advogado de Hang e reclamou que o depoente o provocava com gestos para manter a calma.

O senador precisa de uma água — cutucou Flávio Bolsonaro.

Não é exagero afirmar que uma das coisas que tiraram Omar Aziz (PSD-AM) do sério foi o figurino do dono da Havan, contra quem fez questão de usar o rótulo da moda cunhado pela imprensa tradicional: “negacionista”.

— Esse patriotismo é da boca para fora; o senhor se vestia com outras roupas! Depois, como o senhor preencheu o seu ego, passou a se vestir de verde e amarelo — afirmou, enquanto exibia fotos antigas de Hang trajando uma tradicional camisa xadrez.

Mais uma vez, coube a Marcos Rogério perguntar o óbvio: “Afinal, o que a roupa do depoente tem a ver com a covid?”

Com o ego inflado, ele passou a defender o tratamento precoce! — respondeu Aziz.
Ninguém entendeu nada.
 
Hang colocou um ponto final no assunto:
— Tem gente que gosta de vermelho, não? Eu não uso nem cueca vermelha. É uma opção.

13 horas — CPI do Fim do Mundo
Para levar o empresário à CPI, o chamado G7 chefiado por Renan, que tem a maioria dos votos, argumentou que investiga a suspeita de financiamento de fake news durante a pandemia.  
Preparou uma verdadeira videoteca, exibida com intervalos para apontar supostos crimes cometidos em lives nas redes sociais. 
Acusou o depoente de comprar medicamentos (cujos nomes passaram a ser proibidos pela patrulha da covid) para tratamento precoce. 
No limite da ética, exibiu o atestado de óbito da mãe de Hang, alegando que teria sido propositalmente adulterado para camuflar o contágio pelo coronavírus — o que ele nega veementemente e afirma ter sido um erro (depois corrigido) do plantonista da Prevent Senior. 
Como a rede de hospitais está na linha de tiro da comissão, até que esse poderia ter sido o foco dos principais questionamentos. Mas não.
A dupla Aziz e Renan teve tempo para usar suas picardias e tentar avançar sobre as finanças da Havan. O primeiro queria saber se a empresa, que tem mais de três décadas, fez operações de crédito com bancos públicos (BNDES, Banco do Brasil e Caixa), o que foi prontamente respondido pelo empresário. 
Ele confirmou que tomou financiamentos e disse, inclusive, ser cliente dos bancos. 
A Havan desembolsa R$ 100 milhões por mês só com o pagamento de salários dos 22 mil empregados.[aquela boiada do relator Calheiros, que em encrencas passadas era movimentada entrando e saindo das Alagoas, usou apenas três vaqueiros.]

 CPI da Pandemia ou do BNDES? A oposição fez uma devassa na vida de Luciano Hang para saber se ele pegou empréstimos do BNDES, tentando criminaliza-lo por uma ação empresarial legitima. Numa clara perseguição política, por causa de manifestações feitas em apoio a Bolsonaro. pic.twitter.com/jDnCCWQHXK

Já Renan Calheiros estava interessado em negócios com um tipo de moeda que o tradutor de libras da TV Senado teve dificuldades para decifrar (veja se consegue entender no vídeo abaixo).

— Nem sei o que é isso — respondeu Hang.

Virou piada nas redes sociais.

14 horas Exército de robôs bolsonaristas
Em dia inspirado, o senador Rogério Carvalho interrompeu o questionário do relator para fazer um comunicado urgente à nação. Segundo ele, a Polícia Legislativa deveria ser acionada, porque sua conta no Twitter e a de outros integrantes da CPI estavam sendo bombardeadas em massa pelo “gabinete do ódio” bolsonarista.— Claramente, houve um ataque sistemático de robôs às nossas redes, xingando, ofendendo e agredindo senadores da República! Uma ação orquestrada!

Nem Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que substituía Aziz naquele momento, levou o colega a sério e determinou:

— Prossiga, Renan.

15 horas Lista de chegada
Uma das estratégias mais manjadas em qualquer CPI é escalar um assessor para chegar o mais cedo possível à sala da sessão para garantir um lugar privilegiado na fila de inscritos. Quando a planilha é disponibilizada, o funcionário avisa o parlamentar pelo WhatsApp, que imediatamente segue até o local para registrar sua assinatura. Foi isso que o G7 fez na quarta-feira, numa jogada para que aliados do governo e até amigos de Hang, como o catarinense Jorginho Mello (PL), ficassem para o final. O cálculo é simples: dominar o “horário nobre” da sessão significa exposição intensa em emissoras de televisão e sites, e quem fica no rodapé da lista ainda corre o risco de não fazer suas perguntas por causa do início da Ordem do Dia — o regimento interno determina a suspensão das atividades para que os senadores votem no plenário.

Ao longo de sete horas, as notas taquigráficas da sessão registraram 15 vezes a expressão “tumulto no recinto”

A obsessão em seguir essa cartilha foi tamanha que Randolfe chegou a anunciar que não daria tempo para que todos fizessem suas perguntas duas horas antes do encerramento do depoimento, enquanto consultava o relógio insistentemente.

16 horas Recreio e resenha
Como é praxe, depois da artilharia contra os convocados, o G7 tradicionalmente deixa a sessão mais cedo — Aziz e Randolfe se revezam para apagar a luz. 
 Na antessala da CPI são servidos sanduíches com frios, frutas, suco, café  água, mas há também reuniões paralelas com quitutes regionais e almoço delivery
Em ambiente privado, são feitas as avaliações de desempenho e combinados discursos para as entrevistas no apelidado “cercadinho” para as coletivas de imprensa — às vezes feitas em conjunto. No cerrar das cortinas, os senadores que não integram o grupo usam os minutos restantes sem holofotes nem manchetes à espreita.
 
17 horas — Extras
Ao longo de sete horas, as notas taquigráficas da sessão registraram 15 vezes a expressão “tumulto no recinto”, usada pelos datilógrafos não só para descrever o clima de balbúrdia, como por não conseguir captar todas as falas simultâneas. O termo “campainha”, uma espécie de alarme quando já não há controle, aparece dez vezes — e “interrupção do som”, 14.

Foi um show de horrores. Mais difícil é pensar que essa CPI pode permanecer em cartaz até novembro.

Leia também “A insolência dos farsantes”

Silvio Navarro - Revista Oeste

quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

Banco terá de pagar R$10 mil a mulher que ficou ‘enclausurada’ por mais de uma hora na porta giratória

Falha em equipamento de segurança de agência manteve cliente por mais de uma hora na entrada de estabelecimento

O Tribunal de Justiça de Alagoas julgou o processo de uma mulher que ficou presa em uma porta giratória de uma agência do banco Itaú. A autora da ação argumentou que ficou enclausurada no local por mais de uma hora e que funcionários do banco não ofereceram solução para a situação. Ela disse ainda que após ser retirada da porta giratória, não teve permissão para entrar na agência e que foi colocada em situação vexatória ao ser mantida no lado de fora e sendo observada pelos demais clientes que entravam no estabelecimento “como se fosse uma criminosa”.

O banco, por sua vez, não negou que o fato possa ter ocorrido. Porém, julgou que a pena é desproporcional ao que foi relatado por sua cliente. A sua defesa afirmou que houve um “transtorno dentro da normalidade”, que se limitou apenas à chateação da mulher e que, portanto, o ocorrido não seria justificativa para a cobrança de indenização. 

O juiz  Jamil Albuquerque entendeu que o atendimento por parte dos funcionários da agência não foi razoável e que o fato teria resultado em “danos intensos” à autora do processo. Para o juiz, o abalo psicológico provocado na mulher é inegável, uma vez que ela teria ‘sido tratada com descaso pelos representantes do réu, bem como exposta ao vexame público ao ser impedida de adentrar na agência bancária mesmo tendo seguido todos os protocolos de segurança’. Albuquerque ainda destacou que a aglomeração resultante do incidente contribuiu para que ‘a ofensa atingisse a honra da autora de maneira objetiva e subjetiva, bem como a sua imagem’. 

“Dano moral se caracteriza como violação dos bens de ordem moral”, diz especialista
Em entrevista ao Estadão, Ary Maia, vice-presidente da Comissão de Direito do Consumidor da OAB de Alagoas, explica que é configurado dano moral quando ocorre constrangimento ilegal, ou seja, quando as pessoas são submetidas à situações vexatórias sem que haja motivação objetiva para tal. Dessa forma, ele concorda com a sentença proferida pelo juiz Jamil Albuquerque, que considerou a situação vexatória e danosa à imagem da autora do processo. Leia abaixo as dicas dadas por Maia.
 
Estadão: O que se configura como ‘dano moral’? Como o consumidor pode identificar que sofreu dano moral por parte das empresas?
Ary Maia: O dano moral se caracteriza como violação dos bens de ordem moral. Alguém que sofra um dano moral pode ter tido uma violação de sua liberdade, saúde mental ou física e até de sua imagem. Como foi o caso dessa pessoa que foi impedida de entrar na agência bancária por mais de uma hora, devido a um problema na porta giratória. 
O consumidor pode identificar que teve um dano moral quando ele sofre alguma vergonha, constrangimento ilegal perante às pessoas. Isso ocorre quando as empresas provocam mal estar ou angústia na vítima. Isso é perceptível quando você sente que a sua saúde mental e física foram comprometidas, a sua honra manchada de alguma forma ou que a sua liberdade foi afetada. 
Estadão: Por que neste caso em específico coube indenização por dano moral?
Ary Maia: Nesse caso em específico, a própria sentença do juiz é bem clara, quando diz que a autora da ação ficou constrangida quando passou pela porta giratória e foi impedida de entrar na agência mesmo sem ter sido detectado pela segurança qualquer elemento que justificasse essa decisão. Ela ficou exposta ao ridículo por uma hora e, portanto, esse constrangimento se tornou ilegal. 

Quando a nossa honra é prejudicada, lesada, não existe um parâmetro de ofensa. Então, não existe uma intensidade de valor para esse tipo de causa. Logicamente que o juiz estipulou esse valor como penalidade para que a instituição não repita esse tipo de postura. R$ 10 mil reais não é um valor alto, tem coisas que R$ 1 milhão não pagaria o constrangimento. Mas, para evitar o enriquecimento ilícito, normalmente é estipulado algo em torno desse valor imputado pelo juiz. 

Estadão: Que tipos de documentos devem ser reunidos para a abertura de um processo como esse?

Ary Maia: Para a abertura de um processo como esse são necessários os documentos pessoais, comprovante de residência e documento que comprove que o evento ocorreu na região coberta pela comarca. Além disso, é preciso reunir provas. Hoje os celulares são instrumentos importantes para isso, já que podemos fazer fotos e vídeos. Os depoimentos das testemunhas que presenciaram o acontecimento também podem ser utilizados como prova. 

Se tiver advogado, deve ser apresentada uma procuração. Se for juizado de pequenas causas, com valor indenizatório de até 20 salários mínimos, a própria pessoa pode fazer a queixa e é dispensada a presença de advogado. Porém, a minha instrução é que se busque um advogado para auxiliar a reunir provas e para que ele possa aumentar as possibilidades de ganho da parte autora.

Estadão: Abrir um processo como esse gera custo para a consumidora? Se sim, em caso de a consumidora não ter condições financeiras de pagar pelos custos da ação, há algum atendimento público ou filantrópico, que possa auxiliar a pessoa interessada?

Ary Maia: No caso do juizado e na justiça comum a pessoa tem que provar com uma certidão que ela tem renda baixa. Para se beneficiar da gratuidade da Justiça deve ser atestado que a parte interessada tem renda abaixo de três salários mínimos. 

Estadão: O Itaú afirma que o caso não passou de “mero aborrecimento”, não sendo pertinente a indenização. Ele pode recorrer da decisão? Caso sim, a autora do processo pode sofrer algum revés como ser imputada a pagar os honorários advocatícios ou algo do tipo?

Ary Maia: O banco Itaú logicamente que, na sua defesa, alegou mero aborrecimento. Esse argumento é muito utilizado por empresas que causam danos semelhantes, como a inclusão do nome da pessoa no SPC/Serasa de forma indevida, e tantas outras coisas. 

Caso o banco queira recorrer, existe essa possibilidade. Assim como a autora do processo também pode entrar com algum tipo de recurso, como por exemplo, solicitar a revisão do valor firmado na indenização. Geralmente, a segunda instância confirma a sentença inicial, mas isso não é regra, não podemos falar de forma categórica. Aqui em Alagoas, a tendência é essa, mas não podemos também dizer arbitrariamente em nome das instâncias superiores. 

Nesta situação em questão, a autora deu entrada no juizado especial, é sinal de que ela não tem condições de pagar as custas. Então, ela está coberta pela assistência judiciária. Caso o banco consiga reverter a sentença em instância superior, a condição da autora do processo é que vai determinar se ela terá que arcar com alguma despesa. Se ela foi beneficiada pela gratuidade do serviço jurídico, ela fica isenta de pagar os honorários do advogado do banco e as custas.

COM A PALAVRA, O ITAÚ

O Itaú Unibanco lamenta o ocorrido e cumprirá a decisão da Justiça.

Blog Fausto Macedo - O Estado de S. Paulo

 

domingo, 20 de dezembro de 2020

Sergio Camargo diz que orgulho de cabelo de negros é ridículo

Sérgio Camargo sugere que negros cortem seus cabelos: "não tenha orgulho, é carapinha"

“Sou careca, como todos já devem ter notado. No entanto, caso tivesse, meu cabelo não seria afro. O cabelo do negro é carapinha", disse o presidente da Fundação Palmares, em mais um ataque. Para ele, o cabelo afro prejudica no trabalho

 Depois de ser criticado por sugerir, em tom de ironia, “máquina zero obrigatória para a negrada”, o presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, afirmou que “nada é mais ridículo do que ter orgulho do cabelo”. A declarações foram feitas em seu perfil no Twitter na manhã desta domingo (20.dez.2020)

Na 6ª feira, Camargo havia compartilhado imagem de notícia do Poder360 que relata os comentários feitos por ele no microblog ao longo da semana passada. Ele tweetou artigo que tratava dos desafios enfrentados por pessoas com penteado afro na hora de usar fones. Camargo, que é careca, recomendou que negros abrissem mão dos fios: “Corta o cabelo, pô”.

Em uma série de postagens, Camargo disse que não tinha o que reclamar do corte de cabelo dele. “Sou careca, como todos já devem ter notado. No entanto, caso tivesse, meu cabelo não seria afro. O cabelo do negro é carapinha”, escreveu. “Não tenha orgulho do seu ‘cabelo afro’, orgulhe-se das suas conquistas”.

Em tom de ironia, o presidente da Fundação Palmares afirmou que fones de ouvido parapretos cabeludos” importam parafraseando o termo Black Lives Matter (Vidas Negras Importam), do movimento internacional que combate a violência contra pessoas negras.

O presidente da Fundação Palmares deixa subentendido ainda que, para ele, a falta de oportunidades no mercado de trabalho a pessoas negras está relacionada ao cabelo crespo. “Ensinam pretos a defender seu ‘cabelo afro’, em vez da educação livre de doutrinação e do método Paulo Freire. Depois, com suas vastas cabeleiras, reclamam da ‘falta de oportunidades para pretos no mercado de trabalho’”, declarou.

O cabelo crespo é um marcador racial visível. Além de ser considerado uma característica física da pessoa negra, seu uso é visto como um ato político, considerando os padrões impostos pela sociedade que incidem sobre a estética do cabelo liso e a influência que o uso tem na construção da autoestima e identidade negra. Na avaliação de Camargo, não. “É só isso o tuíte”, escreveu neste domingo (20.dez.2020)

 Em Poder 360 e/ou Brasil 247, acesse e leia mais

 

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

A retroescavadeira - Eliane Cantanhêde

O Estado de S. Paulo

Senador faz política, não guerra. E PM não faz greve, faz motim, um crime militar
Policiais militares, armados e encapuzados, fazem greve ilegal, aquartelam-se e usam mulheres e filhos como escudo. Um senador, exibindo-se pateticamente heróico, aboleta-se numa retroescavadeira, ameaça lançá-la contra o quartel, os policiais e suas famílias e leva dois tiros. Tiros para matar. Típica história em que não há mocinhos e ninguém tem razão.

Todo o enredo ganha ainda mais dramaticidade pelo momento e pela simbologia: policial versus político, justamente no mesmo dia em que emergiu a fala do general Augusto Heleno (GSI) atacando os parlamentares como “chantagistas” e dedicando-lhes um sonoro palavrão.  Como tudo, o conflito no Ceará foi para as redes sociais como Fla-Flu, com a torcida vermelha aplaudindo o senador Cid Gomes (PDT-CE), que é oposição ao governo federal e situação no seu Estado e apresentou-se ensandecido, autoritário e ridículo, dando cinco minutos para os policiais, ou jogaria a escavadeira em cima de todos.

Alguém entre os policiais grita uma pergunta pertinente: “Qual a sua autoridade para exigir isso?” E outro alguém dispara uma, duas vezes, mirando o coração. Não foi para dar susto.  Já para a torcida verde, ou verde-oliva, o único culpado, o único alvo, é o senador cearense, irmão do também destemperado Ciro Gomes (PDT), um dos adversários do presidente Jair Bolsonaro em 2018. Quem atirou agiu em “legítima defesa, para salvar vidas”. Um tiro perfurou o pulmão e o outro, a clavícula, mas o time acha pouco. “Tinha de ser no meio da testa”, diz um torcedor.

De cabeça fria, olhando a Constituição, ninguém ali merece torcida nem perdão. Não existe greve de categoria armada. É motim, não greve; questão militar, não sindical. Como, aliás, destacaram as Forças Armadas quando o então presidente Lula insistia em tratar a rebelião dos sargentos controladores de voo como greve de sindicalistas, não como motim que era. Só quando a coisa fugiu totalmente ao controle Lula autorizou e o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, fez o que tinha de ser feito: enquadrou todos eles e botou ordem na bagunça.

Do outro lado, o que dizer de um senador que não tem cargo executivo nem autoridade para gerenciar greve, muito menos motim, e assume uma retroescavadeira para jogar em cima de pessoas, ou melhor, famílias? Seria cômico, não fosse trágico. Seria surpreendente, não fossem os irmãos Gomes, os valentões de Sobral.

Toda essa história vem num contexto de radicalização política, com o presidente da República jogando sua retroescavadeira verbal contra tudo e todos, enaltecendo armas e empoderando as polícias – que, aliás, conquistaram assentos no Congresso e acabam de receber um aumento de 41% em Minas Gerais, um Estado quebrado.  Aguarda-se agora o efeito, tanto do aumento em Minas quanto dos tiros no Ceará, em outras unidades da Federação, como Paraíba, já em crise, e o Espírito Santo, que já passou por isso em 2017, quando PMs jogaram suas mulheres no teatro de operações para exigir aumentos e vantagens. Sem segurança, o Estado viveu o caos, com centenas de mortes.

A expectativa, porém, é de que se repita no Ceará o que ocorre em geral nesses casos, inclusive no Espírito Santo: julga-se daqui, julga-se dali e nunca dá em nada, com as assembleias [e governadores] também dando cobertura aos crimes e aos criminosos.  Em resumo: policiais cometeram crime, um insano ameaçou jogar uma retroescavadeira sobre pessoas, um senador foi atingido por dois tiros. E o que vai acontecer? Nada. A boa notícia é que o governo Bolsonaro e o governo do PT do Ceará acertaram o uso da GLO, mas tem risco: o confronto do Exército e Força Nacional com PMs amotinados, inconsequentes e perigosos. [os PMs sabem que com o Exército Brasileiro a situação é diferente - o Exército, melhor dizendo, as Forças Armadas não entram para perder.Que o digam os terroristas de 64, de 35 e outras datas.
O que o Congresso Nacional tem que resolver urgentemente é a entrada em vigor do 'excludente de ilicitude' - não é justo que jovens, alguns até recrutas, no estrito cumprimento do DEVER LEGAL, executando uma GLO, sejam compelidos ao uso da força e posteriormente sejam responsabilizados criminalmente.]

Eliane Cantanhêde, jornalista - O Estado de S. Paulo


quarta-feira, 24 de julho de 2019

Há vida além das curtidas - O Globo

Quando uma imagem faz sucesso, ela tende a ser repetida ao infinito. A criatividade acaba sendo a vítima mais visível do sistema

É possível viver numa rede social sem curtidas? É isso que os usuários mais jovens do Instagram estão começando a descobrir desde a semana passada, quando a empresa varreu os likes das telas dos smartphones. Quem posta ainda vê quantas curtidas recebeu, mas já não vê quantas receberam os demais. Afinal, o parâmetro é bom para saber se o seu público prefere fotos de gatos ou peixes, mas pode gerar muita angústia em quem vê nas redes um permanente concurso de popularidade, ou seja - praticamente todos que lá estamos.  A medida, anunciada pelo Instagram como um teste, e aplicada com cautela num número reduzido de países, causou comoção, e rendeu até um tuíte do 03, no seu português peculiar, como sempre se achando alvo de perseguição: "Confere que o Instagram não mostra mais o número de curtidas numa postagem? Empresa privada, ok. Se isso for real saiba que o intuito é barrar o crescimento dos que pensam de forma independente, ou seja, aqueles que estão rompendo o sistema. Quem raciocina sabe o q isso significa."

Na verdade, quem raciocina sabe que, há tempos, o número de curtidas no Instagram passou a ser mais importante do que o conteúdo postado. Qualquer clique bobo de subcelebridade rende mais curtidas em alguns minutos do que todo o trabalho de um usuário esforçado, porém desconhecido, durante anos. É difícil lidar com isso.  Os que estão na internet há mais tempo sabem que nem sempre a vida online foi pautada por likes . No Fotolog, primeira rede social para compartilhamento de fotos, criada em 2002, não existiam curtidas - e, ainda assim (ou talvez por isso mesmo), nunca houve experiência mais divertida para quem de fato gostava de produzir e de ver imagens. O Fotolog tinha uma interface limpa, não tinha anúncios, permitia a postagem de uma foto por dia e limitava o número de comentários. Quem achasse pouco podia virar assinante ("Gold Camera"): com isso, o limite passava para seis fotos diárias, e o espaço para comentários permitia 200 em vez de 20.

Estava mais do que bom, e assim poderia ter continuado para sempre, mas a rede foi vítima do próprio sucesso, e não conseguiu superar nem as dificuldades técnicas que vieram com a explosão do número de usuários, nem o desgosto da turma mais antiga diante das hordas de adolescentes que não postavam nada além de selfies. Isso foi na época da internet a vapor, bem no momento em que as fotos digitais deixaram de ser feitas em câmeras e passaram a vir de smartphones.

Outros tempos.
Pessoalmente, aprovo a mudança no Instagram. A cultura dos likes, polarizadora em redes de opinião - onde quanto mais radical o pensamento, mais popular - é homogeneizante em redes de forte apelo visual: quando uma imagem faz sucesso, ela tende a ser repetida ao infinito. A criatividade acaba sendo a vítima mais visível do sistema, acima até de egos feridos e frustração geral.  É claro que influenciadores brasileiros já estão dando o seu jeitinho: eles têm fotografado as próprias páginas, e postado para os seus seguidores. Mas aí, além do número de curtidas, o ridículo também fica visível.


Cora Ronai - O Globo


 

terça-feira, 16 de julho de 2019

Moro: “Essa campanha contra a Lava Jato e a favor da corrupção está beirando o ridículo” - O Antagonista

Sergio Moro deu uma paulada em Verdevaldo e seus parceiros:

“Sou grande defensor da liberdade de imprensa,  mas essa campanha contra a Lava Jato e a favor da corrupção está beirando o ridículo. Continuem, mas convém um pouco de reflexão para não se desmoralizarem. Se houver algo sério e autêntico, publiquem por gentileza.”



  O Antagonista

 

 

terça-feira, 7 de maio de 2019

Villas Bôas: ‘Olavo de Carvalho presta enorme desserviço ao País’

Entrevista com Eduardo Villas Bôas, ex-comandante do Exército

Ex-comandante do Exército afirma que ataques ‘passaram do ponto’ e que escritor ‘se arvora com mandato para querer tutelar País’

Um dos nomes mais respeitados nas Forças Armadas, o ex-comandante do Exército general Eduardo Villas Bôas quebrou o silêncio que reina na caserna e entre os generais que despacham no Palácio do Planalto para defender, primeiro no Twitter e depois em entrevista ao Estado, os ministros militares dos ataques do guru bolsonarista Olavo de Carvalho e seus seguidores, incluídos os filhos do presidente Jair Bolsonaro. Villas Bôas, que está na reserva e exerce o cargo de assessor especial do ministro Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), disse ao Estado que Olavo “passou do ponto”, está agindo com “total desrespeito aos militares e às Forças Armadas” e “presta enorme desserviço ao País”.

A seguir, os principais trechos da entrevista:

Olavo de Carvalho voltou a atacar os militares pelo Twitter. O sr. rebateu. Qual o tamanho do incômodo dos srs.?
Bolsonaro entendeu que trazer militares para trabalhar em setores do governo seria uma cooperação importante para o restabelecimento da capacidade de gestão e a busca de combate à corrupção. Isso não significa que as Forças Armadas estão participando do governo, mas trazendo consigo seus valores. Portanto, os militares exercem uma natural influência que contribui para a estabilidade do País e do governo. Talvez por isso, o sr. Olavo de Carvalho se sinta desprestigiado e queira disputar espaço com os militares, junto à Presidência da República. Isso não dá direito a ele de traçar comentários desairosos a toda uma classe profissional, que representa uma instituição. Desconheço os tipos de valores que animam o sr. Olavo de Carvalho a tecer tais comentários.

Olavo passou do ponto?
Sim. Passou do ponto. Aliás, já vem passando do ponto há muito tempo, agindo com total desrespeito aos militares e às Forças Armadas. E, quando digo respeito, é impressionante que ele, como um homem que se pretende culto e inteligente, desconhece normas elementares de educação. É também muito grave a maneira como ele se refere com impropérios a oficiais da estatura dos generais Mourão (vice-presidente da República), Santos Cruz (ministro da Secretaria de Governo) e Heleno (ministro) e aos militares em geral.

O que fazer diante disso?
Rebater Olavo de Carvalho seria dar a ele a importância e a relevância que não tem e não merece. Ele está prestando um enorme desserviço ao País. Em um momento em que precisamos de convergências, ele está estimulando as desavenças. Às vezes, ele me dá a impressão de ser uma pessoa doente, que se arvora com mandato para querer tutelar o País.

O presidente Bolsonaro está sendo tímido na defesa dos militares?
O presidente, desde sempre, tem sido enfático ao expressar o seu respeito, a sua admiração e o seu apoio às Forças Armadas, tanto verbalmente como em inúmeras ocasiões. Eu desconheço como é o relacionamento do presidente da República com Olavo. O presidente não me disse diretamente, mas soube que ele já expressou o seu descontentamento com as posturas do sr. Olavo.

Mesmo assim Olavo e filhos do presidente mantêm os ataques...
Isso tudo é resultado de uma certa influência do sr. Olavo num grupo importante de apoiadores de Bolsonaro. O presidente deve estar pesando isso antes de tomar uma decisão (sobre esse assunto).

A que o sr. atribui essa guerra?
Uma patologia muito comum que acomete todos aqueles que se deixam dominar por uma ideologia é a perda da capacidade de enxergar a realidade e a inconformidade de não ver todos os preceitos que ele professa serem implantados na sociedade.

Há uma corrente olavista que acusa os militares de tutelar o presidente...
Absolutamente. O presidente Bolsonaro tem uma personalidade bastante independente na sua maneira de ser. Ele interage com seus assessores, se orienta e se aconselha pelas observações que lhes são apresentadas. Ele sempre foi assim. Mantém absoluta independência de pensamento e na maneira de agir.

Os olavistas levantam teses de que os militares querem assumir o poder em dois anos, com o vice Hamilton Mourão.
Isso é uma inverdade que beira o ridículo. Não passa na nossa maneira de pensar algo desse tipo, porque seria uma deslealdade com o presidente e a lealdade é o valor que os militares tomam como religião. O general Mourão, a quem conheço com profundidade, tampouco se prestaria a participar desse tipo de articulação.

O general Santos Cruz pode deixar o governo? Os militares podem se afastar por conta dos ataques?
Não acredito. Cada um está imbuído em auxiliar o governo e o Santos Cruz expressa isso, a enorme responsabilidade que ele tem, e a sua importância para a articulação política em relação ao que ocorre no Congresso.

Se o governo não der certo, a conta vai para os militares?
Embora o que estejamos vivendo não represente as Forças Armadas no governo, mas pela importante presença dos militares em cargos de chefia, certamente uma parte da conta será debitada aos militares.
 

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

O papelório do Imperador das Cadeias merece a lata de lixo mais próxima

O surto de demência autoritária de Marco Aurélio deve ser neutralizado de imediato pelos juízes de verdade

O prenome de imperador romano, a vaidade tão pesada que deve ser calculada em arrobas, o olhar de quem treina para virar estátua, a arrogância que identifica os que acham que a toga é que deve orgulhar-se de cobrir-lhe o corpo, o prazer sensual com que ouve o som da própria voz entoando expressões ignoradas pela plebe — tudo isso, junto e misturado, subiu de vez à cabeça de Marco Aurélio Mello. E ordenou-lhe que caprichasse na liminar que, se fosse levada a sério pela Justiça brasileira, colocaria em liberdade todos os bandidos que cumprem pena depois de condenados em segunda instância.

Que Nero, que nada: sem uma Roma para incendiar, Marco Aurélio I, o Imperador das Cadeias, resolveu destruir com uma canetada a jurisprudência recentemente reafirmada pelo plenário do Supremo Tribunal Federal, a segurança jurídica e a esperança no triunfo da lei sobre o crime, e da honradez sobre a falta de vergonha na cara. O ministro coleciona molecagens, sentenças idiotas, chiliques de debutante e odes ao descaramento desde que foi presenteado com uma toga pelo primo Fernando Collor. Até esta assombrosa quarta-feira, contudo, era possível acreditar que mesmo para um marcoauréliomello existem limites.

Não existem, atesta a liminar produzida na véspera do recesso do Judiciário. O latinório ridículo e algumas condicionantes malandras procuram inutilmente camuflar o objetivo do autor: tirar Lula da cadeia. As restrições inócuas não passam de um truque diversionista concebido para ocultar as aberrações decorrentes da torpeza original. Com o ex-presidente condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, recuperariam o direito de ir e vir (e roubar, e matar, e revogar por dias ou semanas a ordem legal) uma imensidão de assassinos, estupradores, latrocidas e, claro, delinquentes de estimação de Marco Aurélio e seus comparsas.

A afronta ao país que presta deve ser barrada de imediato pela reação da banda sadia do STF, do Ministério Público e dos magistrados que ouvem a voz da Justiça, não os sussurros dos que conspiram contra o império da lei. A liminar de Marco Aurélio merece ser atirada à lata de lixo mais próxima por juízes de verdade, que não se curvam bovinamente a determinações intoleráveis.

O Brasil se tornará bem melhor se for socorrido por uma variação da boa e velha desobediência civil. Tal arma, manejada com altivez e destemor, já sufocou no nascedouro tantos surtos de demência autoritária. É hora de usá-la para expulsar Marco Aurélio do seu trono imaginário.

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Dilma, a escarrada, desorientou de vez e Cardozo (o garboso) perdeu a noção do ridículo

Dilma usará delação de Funaro para embasar pedido de anulação do impeachment

 Em nota divulgada nesta segunda-feira (16), o advogado de Dilma e ex-ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, anunciou que usará a delação do operador Lúcio Funaro para reforçar o pedido para anulação do impeachment que tirou a petista do cargo no ano passado (leia a íntegra mais abaixo).
Funaro, cujos vídeos de sua delação premiada vieram à tona na última sexta-feira (13), afirmou  ter repassado ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, preso desde outubro do ano passado, R$ 1 milhão para comprar votos de deputados a favor do impeachment de Dilma. Funaro afirmou que recebeu uma mensagem de Cunha perguntando sobre “disponibilidade de dinheiro” para comprar votos favoráveis ao impeachment. Funaro afirmou que Cunha contar com R$ 1 milhão, valor que seria liquidado em no máximo duas semanas. Os vídeos estão disponíveis no site da Câmara desde 29 de setembro.
A nota afirma que pedirá, nesta terça-feira (17), que o depoimento de Funaro seja juntado aos autos do mandado de segurança que pede a anulação do impeachment. “Entendemos que na defesa da Constituição e do Estado Democrático de direito, o Poder Judiciário não poderá deixar de se pronunciar a respeito, determinando a anulação do impeachment de Dilma Rousseff, por notório desvio de poder e pela ausência de qualquer prova de que tenha praticado crimes de responsabilidade”, afirma Cardozo na nota.

Votos contra impeachment
Outra delação, essa de Joesley Batista, também afirma que deputados tentaram comprar votos contra o impeachment. O empresário afirmou em sua delação que João Carlos Bacelar (PR-BA) pediu R$ 150 milhões para comprar votos contra a abertura do processo contra Dilma. O encontro entre Bacelar e o dono da JBS, afirma Joesley, foi no dia 16 de abril, um dia antes da votação do impeachment na Câmara, na casa do delator.
Bacelar teria pedido a verba para comprar 30 votos, por R$ 5 milhões cada. Joesley, entretanto, afirmou que não poderia arcar com essa quantia, mas autorizou a compra de cinco votos por R$ 3 milhões cada, totalizando R$ 15 milhões.

Leia a íntegra da nota da defesa de Dilma Rousseff:
“1. Desde o início do processo de impeachment, a defesa da presidenta eleita Dilma Rousseff tem sustentado que o processo de impeachment que a afastou da Presidência da República é nulo, em razão de decisões ilegais e imorais tomadas pelo ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e por todos os parlamentares que queriam evitar “a sangria da classe política brasileira”.
2. Agora, na delação premiada do senhor Lúcio Funaro, ficou demonstrado que o ex-deputado Eduardo Cunha comprou votos de parlamentares em favor do impeachment.
3 – A defesa de Dilma Rousseff irá requerer, nesta terça-feira, 17 de outubro, a juntada dessa prova nos autos do mandado de segurança, ainda não julgado pelo STF, em que se pede a anulação da decisão que cassou o mandato de uma presidenta legitimamente eleita.
4. Entendemos que na defesa da Constituição e do Estado Democrático de direito, o Poder Judiciário não poderá deixar de se pronunciar a respeito, determinando a anulação do impeachment de Dilma Rousseff, por notório desvio de poder e pela ausência de qualquer prova de que tenha praticado crimes de responsabilidade.
José Eduardo Cardozo
Advogado da Presidenta Eleita Dilma Rousseff”

Fonte:  Congresso em Foco




terça-feira, 12 de julho de 2016

Lula sempre foi ridículo; mas, agora com o desespero, risco de ser preso, conseguiu ficar mais ridículo e sem noção

Lula diz que Congresso 'assaltou' poder de Dilma 

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou nesta segunda-feira (11) em Petrolina (PE) que o Congresso Nacional "assaltou" o poder da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) ao aprovar a admissibilidade do impeachment"Dilma tinha três anos de mandato ainda. Mas nas caras resolveram reunir uma maioria lá (...) e assaltaram o poder. Aquilo foi um assalto. Um assalto legalizado por uma maioria muito duvidosa na Câmara dos Deputados", disse Lula.


 Cada vez que vemos fotos da Afastada e do Fracassado, lembramos de Mussolini e sua amante Clara Petacci 
 Lula é um fracassado, triplamente fracassado, pois fracassou em acabar com a miséria no Brasil, fracassou em seu projeto de poder e fracassou em retirar sua própria família da miséria. Pois sabemos que ele e sua descendência serão presos, obrigados a devolver o que roubaram e terminar os dias na mais completa miséria

 Discursando para uma plateia de militantes petistas e membros de entidades de políticas para o semiárido, Lula também comparou o afastamento da presidente a uma casa que foi invadida. "Você mora numa casa, eu passo na frente da sua casa. Eu vejo que você não está cuidando bem dela. Eu digo, essa mulher não está cuidando bem, vamos entrar lá tomar a casa dela", disse Lula, afirmando.  Na sequência, Lula afirmou que o governo Dilma "não estava legal", mas disse este não deveria ser motivo suficiente para afastá-la do cargo. "Ela não estava legal. A gente estava vivendo um período ruim. E todos vocês estavam com bronca porque [Dilma] foi mexer na aposentadoria, mexer nos pescadores. Mas a gente não troca de presidente como troca de roupa".

Em fala que teve como alvo direto o presidente interino, Lula disse que "até sindicalista" tem que disputar eleições e ganhar. "Se o Michel Temer quer chegar à presidência, ele tem que disputar a eleição", disse. Em seguida, o público respondeu com gritos de "fora, Temer".

'ZAPZAP' PARA SENADORES
No discurso, Lula defendeu que a população pressione os senadores a votarem contra o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff no julgamento previsto para agosto. "Vocês precisam fazer conversa com os senadores. (...) Mande carta, mande 'zapzap', mande qualquer coisa para pedir para eles não darem um golpe na democracia do país", disse Lula, afirmando que faltariam seis votos para virar o placar no Senado a favor da petista.

Ao falar sobre a crise econômica, Lula defendeu medidas de estímulo à economia, como a concessão de crédito por meio dos bancos públicos para "colocar dinheiro na mão do pobre". [foi a concessão de crédito aos mais pobres sem dar condições para os beneficiados pagassem as prestações - o que o Apedeuta chama de colocar dinheiro na mão do pobre - que trouxe de volta a inflação, o desemprego e a crise..
Crédito tem que ser concedido com responsabilidade.]
 
A visita a Petrolina faz parte de uma programação de três dias de Lula por cidades nordestinas, onde participa de atos contra o impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff (PT). Mais cedo, em Juazeiro (BA), afirmou que o governo interino de Michel Temer (PMDB) está agindo para "desmontar programas sociais" e "vender o patrimônio" do país. E disse que Temer privatiza porque não sabe governar.

Nesta terça (12), o ex-presidente segue para as cidades de Carpina e Caruaru, em Pernambuco, onde participa de encontro com agricultores e de ato pela democracia. A programação será encerrada na quarta-feira (13) com um ato público no Recife. 

Com informações da Folhapress.