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terça-feira, 9 de janeiro de 2024

Duro na queda: Entenda por que iPhone que caiu de avião da Alaska Airlines não foi danificado

 O Estado de S. Paulo

Aparelho foi “sugado” do avião da Alaska Airlines após ficar sem porta em pleno voo

O iPhone é conhecido por muitas coisas - sobreviver a uma queda de 16 mil pés (quase 5 quilômetros) de um avião não é uma delas. 
Mas, no último sábado, um usuário de rede social chamado Sean Bates encontrou um iPhone enquanto caminhava pela Barnes Road, perto da Highway 217 em Portland, Oregon. O celular estava caído no chão, no modo avião, com a bateria pela metade. A tela, totalmente intacta, mostrava um recibo de US$ 70 para duas malas despachadas no voo 1282 da Alaska Airlines.

“Sobrevivi a uma queda de 16.000 pés”, Bates tuitou. Quando ligou para o National Transportation Safety Board (NTSB), a agência federal que investiga o incidente, para informar sobre o telefone, ficou sabendo que “era o segundo telefone a ser encontrado”, escreveu ele.

Quando um plugue da porta de um avião da Alaska Airlines explodiu minutos após a decolagem na noite de sexta-feira, 6, deixou um buraco em forma de porta no Boeing 737 Max 9. Vários objetos foram sugados para fora do avião que estava a 16.000 pés no céu. O iPhone encontrado por Bates era provavelmente um deles, disse o NTSB aos meios de comunicação. A aeronave fez um pouso de emergência e, embora tenha havido danos extensos no interior do avião, todos a bordo sobreviveram.

Embora as telas (e demais componentes) dos smartphones tenham se tornado muito mais resistentes ao longo dos anos, a sobrevivência desse telefone provavelmente se deve à física. “A resposta básica é a resistência do ar”, disse Duncan Watts, pesquisador de pós-doutorado do Instituto de Astrofísica Teórica da Universidade de Oslo. “Acho que o que é contraintuitivo aqui é que um iPhone caindo do céu não acaba se movendo tão rapidamente por causa da resistência do ar.”

Qualquer objeto que esteja caindo em direção à Terra chegará a um ponto, conhecido como sua velocidade terminal, em que a força da gravidade não poderá mais acelerá-lo devido à resistência do ar na atmosfera.“Se o telefone estiver caindo com a tela voltada para o chão, haverá bastante arrasto, mas se o telefone estiver caindo em linha reta, haverá um pouco menos”, disse Watts. “Na realidade, o telefone estaria caindo dando pequenas cambalhotas e receberia bastante vento, o que essencialmente daria uma força para levá-lo cima.”

A velocidade terminal de um iPhone com tela virada para baixo, de acordo com Watts, seria de cerca de 48,2 km/h. “Quanto maior o iPhone, menor a velocidade terminal”, disse ele. “O máximo é cerca de 160,9 km/h, mas isso só aconteceria se a tela do telefone estivesse perpendicular ao chão.”

Watts disse que, quando deixamos cair um telefone da altura da cintura, ele atinge o solo a cerca de 16 km/h, enquanto um telefone jogado do topo de um avião provavelmente atinge apenas 80,4 km/h. Watts ressaltou que o telefone certamente teria sido danificado se tivesse caído em pedra ou pavimento, mas a grama ou folhagem sobre a qual parece ter caído amorteceu a queda. “Se o iPhone tiver caído na grama, ele definitivamente pode ter sobrevivido à queda”, disse Watts. “Se o telefone estivesse virado para baixo, ele teria passado de cerca de 48,2 km/h para 0 km/h em uma superfície relativamente confortável, com um pouco menos de força do que se eu decidisse pisar nele.”

De acordo com a Apple, a empresa que criou o iPhone, o aparelho pode ser danificado se cair. O guia do usuário da Apple não especifica a que altura de queda o iPhone pode sobreviver. "Manuseie o iPhone com cuidado. Ele é feito de metal, vidro e plástico e possui componentes eletrônicos sensíveis em seu interior”, diz o guia. “O iPhone ou sua bateria podem ser danificados se caírem, forem queimados, perfurados ou esmagados, ou se entrarem em contato com líquidos.”

Em um vídeo do TikTok carregado no domingo por Bates, que não respondeu a um pedido de comentário na segunda-feira, 8, ele disse que encontrou o telefone sob um arbusto enquanto fazia uma caminhada para procurar coisas que poderiam ter caído do avião. A princípio, ele estava “um pouco cético” quanto ao fato de o celular pertencer a um passageiro da Alaska Airlines.

Depois de abri-lo, ele encontrou a confirmação de viagem para o voo da Alaska Airlines e foi quando ligou para o NTSB, disse ele. “Ela ainda estava bem limpa”, disse ele. “Não tinha arranhões.”

Aparentemente, essa não é a primeira vez que um iPhone sobrevive a uma queda do céu. Em junho de 2023, um usuário do TikTok chamado Hatton Smith publicou um vídeo em que dizia que seu iPhone sobreviveu depois de ter voado de seu bolso enquanto saltava de paraquedas a 14 mil pés.

O telefone aterrissou em uma área gramada e lamacenta, como pode ser visto na entrada do vídeo em seu TikTok. Em ambos os casos, se o iPhone tivesse caído no concreto, provavelmente não teria sobrevivido.“Se ele caísse em um solo úmido, eu o veria com cerca de 2,5 cm de amortecimento”, disse Watts. “Talvez seja essa uma sensação próxima a de cair de uma cadeira.”

Este conteúdo foi produzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado por nossa equipe editorial. Saiba mais em nossa Política de IA.

 
Gadgets - O Estado de S. Paulo

domingo, 5 de novembro de 2023

Mais que hora - Sílvio Lopes


      O tempo é implacável. As horas, dias e anos voam em velocidade supersônica. E parafraseando a letra daquela velha e surrada canção..." quem sabe faz a hora, não espera acontecer"...Pois faz todo sentido para o momento em que vivemos no Brasil. Como diz o ditado cigano: "Se não tirar a carruagem da lama, ela vira lama". Essa carruagem, você bem pode deduzir, é - no caso- o Brasil.

Que vivemos momento apocalípticos, disso também ninguém duvida! O profetizado, (ípsis literis), pelo último livro bíblico, tem acontecido. E o pior: acontecerá. Resta-nos, portanto, enquanto seres humanos,  lutar quanto mais não seja para adiar tais (diga-se, catastróficas) profecias.

Feito à imagem e semelhança de Deus, o homem sofre hoje poderosa e declarada guerra espiritual em evidência no mundo, prometida pelas forças satânicas que o querem humilhar e envergonhar diante do seu Criador. Ir contra os poderes do mal que ruge e vomita ódio pelo ser humano, exige - como observou Martinho Lutero, "mais do que o intelecto e a sabedoria humanas".

Enquanto milhões ignoram tal ameaça à raça humana, outros sequer a reconhecem como inimigos satânicos, tais seres do mal avançam e vão destroçando uma a uma de nossas trincheiras. 
Hoje esses seres das trevas dominam não apenas as mentes dos incautos, mas se tornaram príncipes destemidos a conduzir nossas vidas em que área for. Aqui e acolá, tomaram o poder político prometendo às massas dar-lhes o céu, mas só tem mesmo a entregar o pior dos infernos.
Fico aqui pensando: como o Brasil, tido e havido como majoritariamente cristão, pôde se render tão servil e caprichosamente às seduções de satanás.  
Como pode isso ter acontecido? 
Como vamos, afinal de contas, evitar transformar este lindo e rico país na lama que é o socialismo? 
Ainda temos tempo e armas eficientes para salvar a nação?

*       O autor, Silvio Lopes, é jornalista, economista e palestrante sobre "Economia Comportamental"


sábado, 11 de março de 2023

É permitido roubar - J.R. Guzzo

J. R. Guzzo

Se o ministro das Comunicações faz o que fez e sai de uma audiência com o presidente rindo e dizendo que eles nunca se entenderam tão bem, o que se pode esperar do conjunto da obra? [o óbvio:  a solidariedade entre pares] 

Posse de Juscelino Filho, ministro das Comunicações | Foto: Ricardo Stuckert/PR

Posse de Juscelino Filho, ministro das Comunicações | Foto: Ricardo Stuckert/PR  
 
O ministro das Comunicações foi pego em flagrante num dos vícios mais infames a que gente como ele costuma se entregar quando ganha um cargo no governo, ou, melhor dizendo, em governos que não têm sistemas mínimos de controle moral: 
- usou um jato da FAB, com o combustível e demais despesas pagas integralmente por você, para ir a uma exposição de cavalos de raça em São Paulo. É um desaforo grosseiro. 
É também um xeque-mate: não há dúvida nenhuma de que ele fez a viagem, e que viajou num avião da Aeronáutica. 
Não importa que tenha, num tempo qualquer que os cavalos lhe deixaram, mantido umas conversas com diretores de empresas de telecomunicação. E daí? Se tinha mesmo alguma questão de trabalho para tratar, por que não tomou um avião de carreira, por uma fração do preço que custou o jato da FAB? 
O Brasil, segundo o presidente Lula, tem “33 milhões” de pessoas “passando fome” (ou “120 milhões”, segundo sua ministra do Meio Ambiente) e precisaria de cada tostão que tem no cofre para salvar essa multidão de pobres-coitados — mesmo porque diz que não tem dinheiro, e está socando imposto em tudo o que lhe passa pela frente para fazer caixa. Como, então, o ministro sai por aí gastando dinheiro dos mortos-de-fome oficiais, e sabe lá Deus de quem mais, para ver cavalos puro-sangue?

Pois bem: e o que aconteceu com o ministro? Não aconteceu nada, e é aí, bem aí, que está o ovo da cobra: o homem teve um encontro “altamente positivo” com o presidente Lula, explicou a ele as “acusações infundadas” e continua belo e formoso no seu emprego

O ministro, para juntar insulto à injúria, ainda recebeu diárias do Erário para ter um dinheirinho no seu passeio. Desculpou-se dizendo que “o sistema gerou as diárias” — ou seja, o dinheiro apareceu no seu bolso, mas a culpa é do computador. 
Sim, ele disse que devolveu as diárias — mas, então, por que recebeu? Quanto ao resto, o ministro simplesmente não tem desculpa nenhuma, pois são fatos em estado puro; nem o Arcanjo Gabriel conseguiria explicar uma delinquência dessas. 
Também não há explicações para o uso de dinheiro público no asfaltamento da estrada que passa na frente de uma das fazendas de sua família no Maranhão. 
 
Nem para a ideia de ter mandado chips para os índios ianomâmis, ora envolvidos numa crise sanitária aguda, lá no meio do mato — algo tão útil como despachar um saco de gelo para o Polo Norte
Nem, enfim, para seu envolvimento com a nomeação de um funcionário fantasma para os Correios — um cidadão chamado Gaspar, acredite se quiser. Pois bem: e o que aconteceu com o ministro? Não aconteceu nada, e é aí, bem aí, que está o ovo da cobra: o homem teve um encontro “altamente positivo” com o presidente Lula, explicou a ele as “acusações infundadas” e continua belo e formoso no seu emprego.  
Se um negócio desses não dá demissão, o que poderia dar? 
Não há nenhuma razão, é claro, para que ele não faça o mesmo, ou pior, daqui a três dias. A coisa promete.

Passa pela cabeça de alguém que a atual justiça brasileira ou o Supremo Tribunal Federal venham a incomodar qualquer figura do governo Lula por prática de corrupção? [incomodar?quem  é louco? ser preso pela prática de ato antidemocrático? a tática de intimidar possíveis acusadores funcionou e todos temem ser presos.]

O recado de Lula ao ministro é muito claro: “Fica frio. Não vai acontecer nada com você; não vai acontecer nada com ninguém, no meu governo. Pode continuar tocando a sua vida, do seu jeito, de boa. Vão ficar saindo umas notícias aí, mas é tudo bobagem. Daqui a pouco esquecem do seu caso e a coisa volta ao normal. Vai em frente”.  

Se o ministro das Comunicações faz o que fez, continua no emprego e sai de uma audiência com o presidente rindo e dizendo que eles nunca se entenderam tão bem, o que se pode esperar do conjunto da obra? 
A experiência sugere que não se pode esperar nada de bom, ou sequer de razoável.  
Daqui a pouco um outro peixe gordo do governo faz a mesma coisa, e o resultado vai ser o mesmo. 
A ministra do Turismo, por exemplo, tem pelo menos cinco milicianos do Rio de Janeiro na sua intimidade e está metida numa história de gráfica fantasma, mas não larga o osso de jeito nenhum — e Lula não diz para largar. 
Na verdade, está acontecendo o exato contrário do que o presidente anunciou na sua primeira reunião com os ministros. 

Ele disse, ali, que o menor erro de conduta seria castigado na hora; o ministro, ou um outro alto comissário qualquer, flagrado em alguma lambança, seria “gentilmente convidado a sair”. Foi apenas uma palhaçada a mais. Qual a moral de Lula para punir alguém — ele que foi condenado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, ficou 20 meses na cadeia e só está solto porque foi salvo pela maior aberração jurídica já praticada na história do país? Mais que isso, ou muito mais que isso: passa pela cabeça de alguém que a atual justiça brasileira ou o Supremo Tribunal Federal venham a incomodar qualquer figura do governo Lula por prática de corrupção?  

É uma impossibilidade; não vai acontecer, e todo mundo sabe disso. Os donos do governo têm carta branca do STF para fazerem o que bem entendem, sem qualquer risco de serem processados por alguma coisa algum diae, se por acaso forem, o punido vai ser o juiz.

O fato é que está dando certo para Lula, o PT e a esquerda. Eles sabem que o Brasil de hoje tem dois tipos de lei — um para quem está no governo e um para quem está fora.  
Quem está fora não pode se manifestar na rua, é proibido de divulgar fake news e está sujeito a ser indiciado no inquérito criminal perpétuo do STF sobre “atos antidemocráticos”; se invadir o Palácio do Planalto com bandeira do Brasil e vestindo verde-amarelo, é acusado de “terrorismo”. Quem está dentro pode tomar jato da FAB para ver exposição de cavalo, nomear a mulher para Tribunal de Contas ou mentir, como faz todos os dias o presidente da República, até para dizer que horas são; se invadir com arma na mão uma propriedade rural, destruir o que encontra dentro e agredir com selvageria quem se opõe, é chamado a “negociar” com a justiça, em vez de responder por terrorismo. 
É claro que o cardume de piranhas que foi para o governo aproveita ao máximo que pode a vantagem de ter uma lei só para ele — mais a proteção declarada dos tribunais superiores e do STF. 
 
Por que não aproveitaria? É um arrastão como nunca se viu antes na história deste país. 
Alguém já ouviu falar de algum país minimamente sério do mundo que tenha nada menos que 12 ministros (de um total de 37) respondendo ao mesmo tempo a processos na justiça? 
Pense um pouco no número: não dois ou três, mas 12, de uma vez só. Não conseguiram, num país com 215 milhões de habitantes, encontrar 37 pessoas limpas para o Ministério? 
É melhor nem falar do segundo escalão — ali, o céu é o limite. 
Coisa assim só mesmo nessas ditaduras primitivas que tanto fascinam o presidente Lula — da Venezuela à Nicarágua, é amigo íntimo de todas.
Falam e falam, nesta história miserável do ministro das Comunicações e seus cavalos, de não criar briga com a gangue partidária à que ele está filiado e que dá apoio ao governo. 
O problema seria a necessidade de vida e morte, para Lula, de evitar uma CPI, simples ou mista, sobre as depredações do dia 8 de janeiro em Brasília. 
É um mistério mais escuro que a tumba do faraó: por que raios o governo, que se apresenta como a vítima número 1 dos atos de vandalismo, se nega, desse jeito desesperado, a investigar o que aconteceu? 
Seja como for, o ministro está liberado para novas aventuras; e as CPIs, por mais que o governo queira distância delas, não vão mudar o fato central em tudo isso. É um fato bem simples: Lula e o PT fazem parte e estão sob a proteção integral do partido político mais poderoso que o Brasil já teve em seus 523 anos de história — o consórcio nacional cujo objetivo estratégico é eliminar qualquer possibilidade real de se combater a corrupção neste país. 

Viram com a Operação Lava Jato, anos atrás, o que é uma sociedade onde os poderosos têm de responder por seus atos perante a lei; viram, detestaram e decidiram não permitir nunca mais que essa situação se repita. 

São políticos da esquerda, da direita e do centro, empreiteiros de obras públicas, ministros dos tribunais superiores de justiça, a mídia em geral, empresários piratas, assaltantes do Erário, parasitas da máquina estatal, bilionários que dão golpes contábeis na praça e arruínam seus acionistas etc. etc. etc. Lula é o seu herói. Estão a seu favor em tudo — até quando aumenta o preço da gasolina para socar em cima do consumidor impostos que haviam sido cortados. 

É claro que acham o ministro das Comunicações um bom moço. É claro que só batem palma.

Está assim, com dois meses. Onde vai estar mais à frente?

Leia também “Uma proposta safada”

J. R. Guzzo, colunista - Revista Oeste

 

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

Governo Lula troca êxito do capitalismo no campo por interesses do MST - O Estadode S. Paulo

 J. R. Guzzo

Movimento Sem Terra pratica atos de terrorismo no campo e prega abertamente a destruição do sistema de propriedade rural no Brasil

A agropecuária é o maior sucesso que já houve na história econômica do Brasil. 
Há 30 ou 40 anos, a produção rural brasileira não era praticamente nada – não dava para competir nem com a Argentina e, no resto do mundo, não passava pela cabeça de ninguém ligar a palavra “Brasil” a qualquer ideia de agricultura moderna, produtiva ou eficaz. 
Hoje o Brasil é o maior exportador de alimentos do mundo, e está entre os três maiores produtores – ao lado dos Estados Unidos e China. É um fenômeno de impacto global.
 
Em 2022 o País teve mais uma safra de grãos recorde; o mesmo aconteceu com a carne e demais produtos de origem animal. 
O agronegócio brasileiro exportou US$ 160 bilhões no ano passado, ou quase 50% de todas as exportações nacionais – um número absolutamente vital para fortalecer as reservas em divisas do País, garantia contra quaisquer problemas cambiais e elemento chave para a independência econômica do Brasil. 
Em 2023, como resultado do trabalho de 2022, a produção de grãos deverá passar das 300 milhões de toneladas – de novo, um recorde
Esse sucesso extraordinário tem uma razão objetiva, e uma só: é exatamente o contrário de tudo o que a esquerda, os “movimentos sociais” e os padres pregam para a área rural.  
O êxito do Brasil é resultado direto da aplicação do capitalismo no campo; é a negação da “reforma agrária”, da agricultura de “pequenos lotes” e outras ideias mortas que encantam as cabeças coletivistas há mais de 100 anos.
 
 Êxito do Brasil é resultado direto da aplicação do capitalismo no campo; é a negação da “reforma agrária”, da agricultura de “pequenos lotes” e outras ideias mortas que encantam as cabeças coletivistas.
Êxito do Brasil é resultado direto da aplicação do capitalismo no campo; é a negação da “reforma agrária”, da agricultura de “pequenos lotes” e outras ideias mortas que encantam as cabeças coletivistas. Foto: Ed Ferreira/Estadão
O PT, fora do governo, tem feito questão de se apresentar como o inimigo número 1 do agronegócio.  
Agora, de volta pela terceira vez à Presidência da República - e ao contrário do que fez entre 2003 e 2010 - declarou guerra ao campo brasileiro tal como ele é hoje
O BNDES suspendeu linhas de crédito vitais para a atividade rural. 
Foi extinto o departamento do Itamaraty que dava apoio ao agro brasileiro nas nossas embaixadas através do mundo. 
O Ministério da Agricultura, peça essencial para a produção no campo, foi esvaziado; inventaram, para tomar suas funções, um “Ministério do Desenvolvimento Agrário”, entregue ao MST, e encarregado de sabotar tudo o que está dando certo na área.

O MST, que faz invasões de terras e pratica atos de terrorismo no campo, prega abertamente a destruição do sistema de propriedade rural no Brasil. O que vai fazer, agora que está no poder?

É um caso único de governo que tem como meta substituir o sucesso pelo fracasso – querem que o agronegócio brasileiro produza, exporte e cresça menos do que hoje, pois não admitem que exista no País uma área rural capitalista e bem-sucedida. 
Um dos marechais-de-campo da “equipe econômica” já disse que o Brasil não pode ser “a fazenda do mundo”; acha ruim o que seria um sonho para qualquer outro país. 
Os demais argumentos contra o agro são do mesmo nível de qualidade. Alegam que a soja “não alimenta”
É falso, pois a soja é hoje essencial para a alimentação humana, inclusive como geradora de proteínas. Também é integralmente estúpido.  
Não se pode comer petróleo, por exemplo - e nem por isso os países deixam de explorar as suas reservas. 
Dizem que a produção rural brasileira vai para o “estrangeiro” e não alimenta o “povo”. É o oposto dos fatos. O Brasil só exporta o que não é consumido aqui dentro; se exporta muito é porque produz muito. Falam, até, que o agronegócio é o culpado pela “fome” – quando, ao contrário, ele é hoje o principal responsável pela segurança alimentar do País.

O governo Lula está trocando os interesses do Brasil pelos interesses do MST e de outros grupos privados. 
Os concorrentes do agro brasileiro no mercado internacional de alimentos agradecem ao céu.

J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo

 


sábado, 31 de dezembro de 2022

Vá que se abra o céu... - Percival Puggina

       Enquanto há vida, há esperança. Vá que se abra o céu e o Altíssimo decida intervir diretamente? Nunca se sabe, mas já aconteceu antes. São intervenções do tipo – “Até aqui deixei rolar, mas assim, também, já é demais. Esse povo bom não merece isso”.

Para efeitos didáticos, contudo, convém dar uma olhada no ministério escolhido por Lula. O Estado brasileiro foi submetido a um trabalho de açougueiro, de retalhista, dividido em cortes e recortes e agora cada um trate de puxar brasa para seu assado.

Espero que os leitores entendam que esse é o adicional de custo a pagar pelo tipo de “democracia" que nos disponibilizam: um modelo político corruptor e por um governo que já mostrou o quanto pode andar por esse caminho.  
Duas dúzias de ministérios não compram base de apoio no Congresso para um grupo político que, chegando, vem com a legitimidade carunchada. 
É preciso, no mínimo, o dobro para que partidos e parlamentares sorriam com agrado e a sociedade seja emudecida pela gratificada desfaçatez de seus representantes.

É assim que funciona a democracia à brasileira: às costas do povo, em conchavos de mesa de restaurante, hotéis no exterior, jatinhos e eventos cabulosos. Por vezes, imagino uma conversa quase de alcova entre um congressista e um ministro do STF: “Temos que parar de nos encontrar desse modo, Excelência...”.

Montada a máquina, com as empresas estatais gastando bilhões para publicizar sua atividade monopolista, ou seja, transferindo dinheiro direto para o caixa da tal “imprensa tradicional”, a única ponta infeliz da história é o povo pagador da conta e predeterminada vítima da tragédia. Mas o povo, bem sabemos, é um detalhe a ser mantido em silêncio obsequioso porque, afinal, o Estado brasileiro, quando posto diante do espelho, sabe que ele existe, principalmente, para proteger as próprias prerrogativas e se defender da sociedade.

Retomando o fio da meada e encerrando: se você examinar os 37 ministérios e seus titulares à luz do que sabe sobre o petismo e sobre a esquerda, entenderá que não só o Estado brasileiro está ali retalhado – os bens nacionais também o estão. 
Há ministérios para expropriar território nacional, bens privados, soberania popular, direitos dos cidadãos, liberdades individuais, autonomias federativas, garantias constitucionais dos indivíduos e, claro, fazer a cabeça dos tolos.  

Nunca vivi um fim de ano assim. Mas, vá que se abra o céu...

Percival Puggina (78), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 


terça-feira, 6 de dezembro de 2022

PEC da gastança expõe o que Lula mais preza: acesso aos cofres da União e estatais - J. R. Guzzo

Vozes - Gazeta do Povo

O Congresso Nacional começa a votar esta semana o primeiro escândalo de grande porte do governo Lula o assalto, direto na veia, de até 200 bilhões de reais em dinheiro público. 
O pretexto, mais uma vez, é de quinta categoria: o governo, dizem Lula, o PT e bonde que vem com eles, precisa desta montanha de dinheiro vivo para pagar gastos com “programas sociais” e investir no “desenvolvimento”. 
É um disparate. O Brasil vai arrecadar em 2022 cerca de 2 trilhões de reais, só em impostos federais;
Lula acha que isso é pouco, e quer 200 bi a mais, já no primeiro ano do seu governo. 
E depois? Depois, nem o céu é o limite.

LEIA TAMBÉM: Comentário de Cristina Graeml sobre as reações que finalmente surgem entre profissionais do Direito e políticos à censura e demais arbitrariedades praticadas por ministros do STF e TSE.

STF e TSE sob repúdio: classe política e meio jurídico resolveram agir

O novo governo nem começou e já se joga de cabeça naquilo que realmente sempre interessou aos seus donos – o erário público, da União e das empresas estatais, que hoje têm mais dinheiro em caixa do que nunca. Houve, nos últimos anos e nos meses da campanha eleitoral, uma operação sem precedentes, em sua violência e grosseria na violação das leis, para levar Lula de volta à presidência da República. Falou-se de tudo: salvar Brasil do “fascismo”, necessidade de defender a “democracia”, preservar a “Amazônia”, impedir o assassínio em massa de “índios”, “negros”, “gays” e “mulheres” – qualquer coisa, enfim, que mostrasse que grande solução para os problemas do Brasil seria colocar na presidência um condenado pelos crimes de corrupção e de lavagem de dinheiro
Por conta disso, o sistema STF-TSE impôs à população as eleições mais viciadas, obscuras e facciosas da história eleitoral do paíse a 3 de novembro declarou que o seu candidato tinha ganhado. 
Mal a eleição terminou, fica escancarado o que os vencedores queriam, de fato, com essa encenação toda – meter a mão nos cofres sem fundo do governo federal.

Houve, nos últimos anos e nos meses da campanha eleitoral, uma operação sem precedentes, em sua violência e grosseria na violação das leis, para levar Lula de volta à presidência da República

Esses 200 bilhões, e sabe Deus quantos mais, não irão para os pobres e nem ara programas de investimento tocados com dinheiro público. Os pobres continuarão receber o que recebem hoje com o Auxílio Brasil, que vem sendo pago dentro do orçamento e outros recursos da União.  Não há programa de “investimento” absolutamente nenhum – tudo o que dizem, sem citar qualquer projeto de verdade, é que vão colocar dinheiro na “educação”, na “saúde”, na “cultura”, no Ministério do Índio e em outras fumaças do mesmo tipo. A única coisa certa é que vão gastar o dinheiro dos impostos para beneficiar a si próprios, os amigos e os amigos dos amigos.

J.R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

Perigo lá fora? - Resumo da Nova Ética

Guilherme Fiuza

Tem um perigo lá fora e todos devem ficar em casa. Quem sair coloca não só sua própria vida em risco, mas também – e principalmente – a dos outros, porque o perigo é contagioso
 
O perigo está no mundo todo, então a solução é simples, porque é a mesma para todas as pessoas em todos os lugares: não circule
Uma pessoa andando sozinha ao ar livre é um ser incompreensivo, insensível e abjeto.
O herege moderno. Deve ser imediatamente detida e recolhida exemplarmente, com a energia necessária, e o mundo aprenderá a ver uma mulher sozinha algemada e arrastada por vários homens armados como uma imagem redentora, um emblema da salvação, um manifesto humanista. A coletividade quando resolve ser ética e levar sua empatia até as últimas consequências ninguém segura. É o maior espetáculo da Terra. E aqueles ali, circulando amontoados?  
 
Olha! Tem mais ali! Lá também! Pra cima deles! Pega! Prende! Esfola! Não? Por que, não? Eles não estão colocando vidas em risco? Ah, eles estão indo trabalhar para servir aos empáticos que estão fazendo o distanciamento social perfeito em suas residências espaçosas, coberturas e sítios? Ufa. Então pode, né?
 
Claro. Para podermos parar o mundo com segurança é preciso abastecer os que estão parados, senão eles morrem de fome e não poderão nem tirar foto do seu isolamento ético. Fica resolvido assim: fotografamos as mais lindas quarentenas (a da Lady Gaga ficou sensacional) e não fotografamos a muvuca nos ônibus, para não confundir o público e não prejudicar a mensagem da nova ciência sanitária. 
É muito importante que ninguém se confunda. Com o pessoal das belas quarentenas bem abastecido pelo pessoal dos ônibus e dos trens fica tudo bem e ninguém morre de fome. 
E os que não trabalham em casa de rico e precisam buscar informalmente a sua sobrevivência a cada dia nas ruas? 
Aí a mensagem da nova ciência é clara: quem mandou ser informal? Agora aguenta. Mas isso não é desumano?
 
Segundo a nova ciência, desumano é caminhar na praia. Fica assim: o governo (você) se endivida para dar dinheiro de graça para uma parte desses informais e o resto fica aglomerado nas periferias esperando que a sorte lhes caia do céu, porque na nova agenda de higienização social não tem lugar para gente desorganizada. 
Por falar em higiene, além do distanciamento profilático você vai inocular uma substância que te protege do perigo. Protege você e os outros. Ou, mais exatamente, protege os outros de você. Quem não se inocular está colocando vidas em risco. Lembra dessa parte? Então não se esqueça nunca mais dela.

Este será para sempre o chamado irrecusável de todas as medidas que a nova ética te mandará tomar e você obedecerá, porque é um cidadão consciente, empático e moderno. Mas considerando-se que o perigo não se revelou fatal para a imensa maioria das pessoas, não seria suficiente os que forem vulneráveis ou que assim desejarem se protegerem com a substância inoculável e tocarem todos a vida em frente? Não. Os não-inoculados são um perigo para os inoculados. Mas a substância não protege os inoculados contra o perigo? Claro que protege, mas na dúvida melhor não arriscar. Dúvida? Que dúvida?

Apareceram inoculados infectados.
Ok, mas se o inoculado pode se infectar, consequentemente pode transmitir, por que determinar a inoculação de todos? Cala a boca e dá o braço. Ok. Mas é seguro mesmo, né? É. E as pessoas jovens e saudáveis que tiveram reações graves e eventualmente letais exatamente após se inocularem?

Provavelmente foi coincidência, devia ser a hora delas. A hora de todos um dia chega. Ah, ok. E como foi possível atestar a segurança sem o tempo de observação que todas as outras substâncias imunizantes na história demandaram? Muita grana. Hein? Isso mesmo que você ouviu: dessa vez tinha muito dinheiro envolvido, e os caras são bons demais, entende? Os caras são feras. Eu vi numa palestra do Bill Gates que... Ok. Não precisa continuar. Já entendi. Viva a ciência e a ética.

Guilherme Fiuza, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


sábado, 22 de janeiro de 2022

Vacina obrigatória é violação que nem regime fascista pensou em adotar - Jovem Pan

Vacina contra a Covid deveria ser uma opção livre, mas se transformou numa questão puramente política; guerra declarada de Bolsonaro é incompreensível

De todas as violências feitas por governos, organizações privadas e outras aglomerações sociais contra a liberdade, talvez nenhuma se iguale em matéria de sordidez à militância pró-vacina obrigatória.  
É fascismo em seu estado mais puro – na verdade, é alguma coisa pior, pois nem o regime fascista mais alucinado jamais pensou em obrigar as pessoas, incluindo crianças de três anos, a se vacinarem contra o que quer que seja. É falsa ciência, no sentido de que sustenta, como fato provado, a existência de efeitos imunizantes que ainda se encontram em observação por parte dos fabricantes e da comunidade científica. É, enfim, uma violação grosseira de um dos mais elementares direitos universais – aquele segundo o qual nenhum cidadão é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa a não ser em virtude da lei. 
É falso que “o direito de todos” deve prevalecer sobre o direito do indivíduo, como prevê a legislação – por este raciocínio, o direito à saúde, ou a não ser contaminado, seria maior que o direito de não se vacinar. Isso poderia valer se a vacina contra a Covid efetivamente impedisse a contaminação. Mas ninguém pode garantir isso, a começar pela indústria farmacêutica tanto que o Brasil já aplicou mais de 300 milhões de doses e rola por aí, à toda, uma “terceira onda”, como haverá, no futuro, uma quarta, quinta ou trigésima primeira. [comentando: somos decididamente favoráveis às vacinas, tanto que já tomamos a dose de reforço e estamos no aguardo do reforço do reforço.
Destacamos que somos contrários a obrigatoriedade da vacina - se todos, ou a imensa maioria, querem a vacina,qual a razão de impor obrigatoriedade.
Nosso presidente é um ser humano, portanto, passível de errar, e nessa guerra contra a vacina erra feio.
Temos admiração pela  Anvisa,mas cabe um reparo a sua conduta recente, adequada a uma busca por protagonismo e caindo na vala comum, dos inimigos do presidente =  inimigos do Brasil, qual seja a de críticas desnecessárias.
Se a Anvisa liberou o uso do imunizante para crianças, qual a razão dos responsáveis procurarem ficar ocultos, no anonimato = como ficam  a transparência e a publicidade? essenciais no serviço público? 
Com o devido respeito ao presidente da Anvisa,  que parece ter aderido a turma dos que sempre que podem estão manifestando o quase dogma: "NÃO SEI DO QUE SE TRATA, MAS O CULPADO É BOLSONARO".
Ao ensejo, lembramos ao excelentíssimo contra-almirante,  oficial-general, duas estrelas,  da Marinha,  que na condição de presidente da Anvisa, com mandato, ele não é subordinado ao presidente da República. 
Mas, sendo oficial da reserva, permanece sua subordinação ao presidente da República, o que torna oportuno evitar que suas entrevistas sejam maximizadas pela mídia militante e transformadas em  showmícios contra o seu comandante supremo - acreditamos que o atual presidente da Anvisa não tem ambições políticas para a próxima eleição..]

É, também, uma agressão direta ao preceito de que cabe ao médico, e só a ele, o direito de receitar medicamentos para os seus clientes – da mesma forma que só o médico pode indicar uma cirurgia, um tratamento de quimioterapia ou qualquer outro cuidado com a saúde.  

Não é um ministrinho do Turismo da Austrália, ou um governadorzinho qualquer, desses 27 que há por aí, que podem ir injetando substâncias farmacêuticas no seu organismo, não é mesmo? É mentira, enfim, que a vacina contra a Covid seja a “mesma coisa” que a vacina contra a pólio e outras doenças infantis, de virtudes provadas além de qualquer dúvida; nem os laboratórios dizem que é.

A vacina obrigatória é apenas a expressão dos anseios de ditadura que a epidemia espalhou entre autoridades e burocratas, quase sempre gente que nunca foi eleita para nada, pelos quatro cantos do mundo. Há dois anos eles tiram enorme proveito do poder que ganharam para dar ordens a populações em pânico abrem, fecham, permitem, proíbem, mandam, desmandam, prendem, soltam. São tratados como gente importante. Levam cada vez mais vantagem. O ministrinho da Austrália, por exemplo, ganhou seus 15 minutos de fama mundial proibindo o tenista Novak Djokovic de participar de um dos principais torneios do circuito internacional de tênis. (Foi copiado de imediato pela França, onde o presidente da República disse que um dos seus objetivos de governo é “irritar” quem não tomou vacina.) Também virou, de um instante para o outro, um herói da esquerda pelo mundo afora. (É claro: não há a mais remota possibilidade, nunca houve, de se ver a esquerda a favor da liberdade, qualquer tipo de liberdade, em qualquer causa e em qualquer lugar.) Hoje querem que você tome duas doses de vacina; amanhã vão querer três, depois de amanhã quatro e depois disso alguma outra coisa, até o fim da vida.

A vacina contra a Covid, num mundo com mais equilíbrio e mais vergonha na cara, deveria ser uma opção livre: quem quer toma, quem não quer não toma, ficando os governos obrigados a fornecer para todos as duas doses básicas, mais a dose de reforço

Qual poderia ser a dificuldade com isso? Se os que não quiserem se vacinar não ameaçam a saúde de ninguém, pois o vírus continua a correr o mundo com vacina ou sem vacina, é problema deles, e só deles, se tomam ou não. Mas o mundo, hoje, não é um lugar de equilíbrio. Na verdade, não há nada mais distante da realidade do que a ideia de uma vacina abundante, disponível para todos e voluntária, como qualquer outro tratamento médico. A vacina contra a Covid, hoje, se transformou numa questão puramente política para governos, partidos, mídia e quem mais pretende ter alguma influência na sociedade. 

A facção que aproveita a Covid, e o pânico causado em torno dela através de autoridades e comunicadores, para impor soluções de repressão, quer que a vacina seja obrigatóriaé mais uma arma para juntar-se ao lockdown, a exigência de testes, as proibições de fazer isto ou aquilo, ao “passaporte” sanitário e ao resto da camisa de força que querem impor à população. A esquerda, naturalmente, é a favor da vacina obrigatória – ela está sempre a favor de uma ditadura mundial permanente, e não ia perder essa chance de suprimir direitos e liberdades individuais. Não está nem aí para a imunização ou qualquer aspecto médico-científico; quer o Estado dando ordens e pronto.

E o outro lado? O diabo, nessa história, é que não há o “outro lado”pode haver no mundo das ideias, mas não há na vida real. É muito simples: lutar contra a vacina, como programa de governo, é algo francamente absurdo. Pode ser uma posição pessoal; não pode ser um objetivo oficial de quem governa. A vacina anti-Covid é uma conquista científica de primeira grandeza; em pouco mais de um ano, um prazo de rapidez inédito, a indústria farmacêutica mundial desenvolveu um imunizante que contribuiu de maneira decisiva para o combate à epidemia, sobretudo na redução do número de mortos. Não funciona como um escudo absoluto, capaz de oferecer 100% de proteção. 

Mas tem sido extremamente eficaz. Há poucos casos de efeitos colaterais graves. E os médicos, em peso, recomendam que se tome a vacina – o que parece um argumento bem decisivo a seu favor. As pessoas, com certeza, deveriam ter a liberdade de tomar ou não a vacina. Mas não é assim que está sendo na vida como ela é. Aí, no mundo das coisas concretas, as autoridades vêm impondo cada vez mais a obrigatoriedade – e certamente têm fortes apoios na opinião pública. Declarar guerra à vacina, à essa altura e nessas condições, não faz nexo. Cada um tem pleno direito à sua opinião, é claro, mas os governos não dispõem deste espaço. Sua obrigação é fornecer as vacinas, apenas – e não ficar fazendo, ao mesmo tempo, campanha contra.

Não há um único caso nesses 300 milhões, nenhum, de alguém que foi forçado a se vacinar

A vacina compulsória é um ataque à liberdade individual, sem dúvida – mas existe, no caso, um fator que muda a natureza da questão. O fato, indiscutível, é que as pessoas querem tomar vacina; no Brasil, pelo menos, a grande maioria quer. Fizeram fila para tomar vacina. Ficaram felizes quando receberam sua carteirinha de vacinação. Ninguém aí achou que a sua liberdade estava sendo ameaçada; o governo pode estar obrigando, mas e daí, se a população quer ter essa obrigação? 
A vacina, na verdade, foi um objeto de desejo intenso. Todo mundo esperava ansioso a chegada das vacinas à sua “faixa etária”; até houve, naturalmente, escândalos com peixes graúdos que furaram a fila. 
 
Era uma neura: o sujeito tomava a vacina e se achava o autor de um ato heroico, ou o beneficiário de um favor do céu. Todo mundo tirava selfies na hora da picada, mandava mensagens para causar inveja aos conhecidos do Whatsapp, se orgulhava de ser um “vacinado”. O Brasil aplicou mais de 300 milhões de doses da vacina anti-Covid – pouco mais de 160 milhões receberam uma primeira dose e quase 150 milhões estão com a vacinação completa. Não há um único caso nesses 300 milhões, nenhum, de alguém que foi forçado a se vacinar. Por que raios, então, não deixar quieta essa história? Se todo mundo quer tomar a vacina, por que se meter numa cruzada contra a vacinação?

A guerra que o presidente da República declarou à vacina da Covid é incompreensível. Ele diz que faz isso por uma questão de princípio – para defender “a liberdade”. Não cola. Se estivesse realmente empenhado em lutar pela liberdade no Brasil, já teria comprovado isso com ações em muitos episódios anteriores, ao longo dos seus três anos de governo. Sua posição deveria ser uma campanha popular; virou, rapidamente, apenas uma implicância. O Brasil foi um caso de sucesso de categoria mundial na aplicação da vacina – em pouco mais de um ano, vacinou quase toda a sua população adulta, sem atropelos ou maiores problemas. 

É algo para se orgulhar, especialmente no caso do governo federal, de onde vieram as verbas para pagar a conta toda. Mas não. O presidente decidiu ser o líder de uma seita – e por conta disso arrumou para si próprio o papel que seus adversários sonhavam: o do inimigo número um daquilo que foi e continua sendo um dos maiores desejos da sociedade brasileira. Por que isso? É um mistério.

Bolsonaro já se referiu a defensores da vacina como “tarados”. Pior: ataca violentamente um serviço do seu próprio governo, a Anvisa, repartição que tem por dever funcional cuidar de questões como a vacinação. É como se a agência fosse um departamento do PT – ou um órgão de governo que faz oposição ao governo. 
Se a Anvisa é subordinada a ele, por que não cumpre a orientação do presidente da República? 
Faz parte do governo do Paraguai, por acaso? O espaço de autonomia das agências públicas não pode servir de desculpa para uma aberração dessas.  
O ministro da Saúde, ao mesmo tempo, é um dos maiores incentivadores da vacina anti-Covid; será que ele também está fazendo oposição? 
É impossível, enfim, estimar quantos votos Bolsonaro poderia ganhar para as eleições presidenciais de 2022 com a sua cruzada contra a vacinação. Por que, se os eleitores são maciçamente a favor da vacina, ele simplesmente não fica calado e vai falar de outro assunto? É um mistério dentro do mistério.
 

J. R. Guzzo, comentarista - Jovem Pan

 

domingo, 16 de maio de 2021

Thais Possati de Souza - Roleta russa? VOZES

Guilherme Fiuza

Dezessete dias antes de morrer após acidente vascular cerebral hemorrágico, Thais Possati de Souza tomou a vacina contra Covid-19 produzida pelo laboratório Astrazeneca. Estava grávida de cinco meses e precisou assinar um termo de responsabilidade onde se lê o seguinte: “(...) ainda não foram feitos estudos em gestantes/lactantes que assegurem seu uso, ou seja, não foi verificada evidência científica de segurança e eficácia para sua administração (...)”.

Thais começou a se sentir mal no dia em que tomou a vacina - 23 de abril - e não se recuperou mais. Depois de oito dias de sofrimento em casa foi internada. Nove dias depois - 10 de maio - morreu no hospital. Na noite de 10 de maio, após a morte de Thais e de seu bebê, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária emitiu uma nota técnica determinando ao Plano Nacional de Imunização que a vacina da Astrazeneca/Oxford/Fiocruz não fosse aplicada em gestantes.

E agora? Qual é a conduta indicada para trazer Thais e o seu bebê de volta? Não existe? Bem, então há algo errado no arrastão da “imunização”.

Se “NÃO FOI VERIFICADA EVIDÊNCIA CIENTÍFICA DE SEGURANÇA E EFICÁCIA” da vacina que Thais tomou, isto é, se absolutamente ninguém entre o céu e a terra saberia dizer o que aconteceria com ela ao se vacinar, por que ela pôde se vacinar?   
O que seria isso, uma roleta russa? 
Thais tinha 35 anos e era totalmente saudável. 
O certo era ela dar um salto no escuro para se proteger da Covid-19? 
A Anvisa acha que não - e agora grávidas não podem tomar vacina da Astrazeneca/Oxford/Fiocruz. Mas Thais morreu.
 
Se ela tomou uma vacina sem estudos suficientes sobre eficácia e segurança, ela foi uma cobaia. 
Os laudos da Anvisa de aprovação dessa vacina e também da chamada Coronavac para uso emergencial no Brasil apontam estudos faltantes sobre segurança e eficácia também para o grupo dos idosos. 
Por que faltam estudos? 
Será que é porque não deu tempo de estudar direito? 
Nunca uma vacina tinha sido aprovada na história com menos de quatro anos de estudos. Agora a humanidade resolveu que pode tomar vacina sem estudos suficientes, para ver o que acontece.
 
O que acontece nas Ilhas Seychelles?  
Isoladas e com toda a população vacinada, enfrentando o pior momento da pandemia? 
E na Índia, produtora de vacinas e com alto índice de vacinação da população, também mergulhada na pior fase de emergência do surto de covid? 
E no Chile, com situação análoga?  
E regiões abertas e menos vacinadas que as vizinhas, como o estado do Texas, com números de casos e óbitos de covid em queda?
É tudo coincidência? Pode ser. Mas não no grito. Estudem e demonstrem. Nada é fácil numa pandemia. Mas se as dúvidas forem proibidas, fica mais difícil ainda. Perguntem à família de Thais Possati.
 
O que fazer com os alertas de virologistas que acham um erro capital vacinação em massa durante uma pandemia - pelo potencial estímulo à criação de variantes mais infecciosas do vírus? 
Está errado esse postulado? Ok. Onde está a refutação científica dele? Será que os governos poderiam oferecer essa refutação - caso exista - às populações, para elas não começarem a achar que estão nas mãos de aprendizes de feiticeiros?
 
O mundo precisa de dados claros e tabulados sobre efeitos adversos, óbitos e real eficácia das vacinas. Segundo a Fox News, o registro de efeitos adversos e óbitos no CDC, o centro de controle de doenças dos EUA, tem números sem precedentes nos quatro primeiros meses de vacinação contra covid. Será? Bem, em vez de ver isso transformado em estatística para saber onde está se metendo, o que a população vê é a proliferação de projetos de obrigatoriedade universal da vacina. Se é de saúde e ciência que estamos falando, está faltando estudo - como diz o termo que Thais Possati teve de assinar antes de morrer.

Guilherme Fiuza, colunista - VOZES - Gazeta do Povo

 

quinta-feira, 25 de março de 2021

GRATIDÃO AO PETICIONÁRIO NÃO É VIRTUDE NA CORTE - Percival Puggina

“Entendi que você é um juiz de m****”, disse Saulo Ramos a Celso de Mello encerrando uma amizade de muitos anos.

Poucos leram Código da Vida, livro do ex-ministro da Justiça de Sarney. Todos ouviram falar, porém, dessas palavras finais de um diálogo entre o ministro do STF e o autor do livro, seu padrinho na indicação para a cadeira que ocupava.

O Supremo decidia se o maranhense Sarney poderia disputar o Senado pelo Amapá. Direito líquido e certo do ex-presidente, mas Celso de Mello votara contra e, encerrada a sessão, telefonou ao amigo para se explicar. Disse que votou contra porque já havia ampla maioria a favor da pretensão de Sarney e que seu voto não afetava o resultado final, mas serviu para desmentir a previsão da Folha de São Paulo. O jornal, na véspera, garantira que ele votaria a favor por gratidão ao ex-presidente. Daí a frase de Saulo Ramos que ressoa através das décadas.

***

Tendo isso em mente, vamos à decisão com que a 2ª Turma do STF, anulou os atos do julgamento de Lula por suspeição do então juiz Sérgio Moro. Uma vitória dos advogados do ex-presidente deixava-o inocente, perante a lei brasileira, até o final de um novo e longo processo. E amassava a Lava Jato como quem mata uma barata. A votação empatara em 2 a 2, com Cármen Lúcia e Fachin votando contra a pretensão da defesa do ex-presidente e de Gilmar e Lewandowski a favor. Todos os olhos se voltaram, então, para o novato Nunes Marques, último a se manifestar, e ele, para surpresa geral, pediu vistas. Nesse momento, Cármen Lúcia anunciou que, após as vistas, e ouvido o voto do colega, poderia mudar sua própria posição.

O aviso prévio, de fazer tremer o céu e terra. Prenunciou o apocalipse.

Dias mais tarde, quando Nunes Marques definiu sua posição contra o interesse de Lula, a ministra por ele indicada procedeu a um giro de 180 graus na “convicção” anterior e fechou o placar em 3 a 2, a favor de seu padrinho.

A gratidão do julgador ao peticionário não é virtude, é causa de impedimento.

Trata-se de nova mancha na já encardida imagem do Supremo. Um novo livro deveria contar essas histórias! Temos uma Corte com estratégias, artimanhas, mistérios profundos que expõem a riscos e ameaças quem os queira penetrar. Mas... quem se arrisca a escrevê-lo em tempos de ditadura do judiciário?

O STF rompeu com a nação; aceita o trabalho de hackers profissionais, criminosos vendedores de informação a interessados, como prova suficiente para acabar com a Lava Jato; joga na lixeira os “frutos da árvore envenenada” (a prova mal havida) e, na privada, as esperanças de honra e dignidade da sociedade brasileira. 
No Supremo, a lei e a razão se tornaram eventuais acessórios do arbítrio. A Corte investiga, acusa e prende. Faz ou não; leva em conta ou desconhece, conforme convenha ao cardápio de gostos e opções dos senhores ministros.

São constatações que tornam risível a “democracia brasileira” e o dito segundo o qual “as instituições estão funcionando”.

Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras e Cidadão de Porto Alegre, é arquiteto, empresário, escritor e titular do site Conservadores e Liberais (Puggina.org); colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil pelos maus brasileiros. Membro da ADCE. Integrante do grupo Pensar+.


sábado, 30 de janeiro de 2021

Demônio para quem precisa - Revista Oeste

Guilherme Fiuza 

É ininterrupto o satanismo de 'vídeo game' contra o monstro do Planalto

Sem querer estragar o video game de satanismo contra o Lúcifer do Planalto, vamos dar uma olhada nas circunstâncias reais. Até porque Bolsonaro vai passar, como passaram Lula, FHC e outros (e se ficam por aí como almas penadas fazendo lobby pendurados em mordomias de ex-presidentes é outra conversa). É até compreensível que você precise de um Lúcifer cenográfico para vender a sua fantasia de resistência e dar substância ao seu placebo moral. Mas, sem querer cortar a onda, vamos falar um pouco da realidade que teima em subsistir por trás da sua  exuberante cenografia de revolução infantojuvenil.

Um presidente não é nada. No máximo é um símbolo. O que interessa para os que não têm tempo para indignação de video game são as ações de um presidente. Portanto, o seu governo. Não é fácil analisar um governo — nem mesmo os próprios presidentes são capazes de fazê-lo com a devida abrangência. Mas há os sinais principais de uma gestão, e aí se pode ter, desde que não se troque honestidade por panfletagem, uma boa pista sobre o que representa um presidente para o país.

Muitos achavam o candidato Bolsonaro um político caricato, aparentemente representando um segmento restrito e gerador de polêmicas. Normal. A maioria da população viu nele outra coisa — uma boa possibilidade de representação — e o elegeu presidente. Ponto. Ou melhor, vírgula. Era preciso então ver que tipo de representação seria essa. Olhar para o novo governo com honestidade. É o que muita gente continua se recusando a fazer, preferindo estacionar na caricatura pregressa do presidente. Vamos dar uma olhada na gestão do governo federal 2019-2020, falando baixo para não atrapalhar o fetiche sadomasô.

Problemas não faltam. No momento em que o Supremo Tribunal Federal age ostensivamente de forma política, sempre forçando o ambiente na direção das pautas demagógicas do petismo e congêneres (a maioria da Corte foi indicada por Lula e Dilma), Bolsonaro indica um ministro aparentemente afinado com essas diretrizes. É cedo para uma avaliação consistente, mas não é cedo para desconfiar de que foi uma má escolha.

O mesmo acontece em relação ao procurador-geral da República — aí ressalvando-se que o presidente tinha opções limitadas. Ainda assim, o procurador-geral por ele indicado investiu tão rápida e acintosamente contra a Operação Lava Jato, ao menos no discurso e nas ações iniciais, que se tornou absolutamente legítimo esperar más consequências dessa escolha.

Os líderes do governo no Congresso também foram escolhas duvidosas. Um quer porque quer parar tudo no meio do caos pandêmico para fazer uma Constituição nova. 
Outra saiu e aderiu ao satanismo de video game contra o monstro do Planalto. 
Mas nada é significativo nessa avaliação sem olhar para resultados. E o principal resultado na relação do governo com o Congresso é a aprovação em menos de um ano da reforma da Previdência — aquela que dez entre dez especialistas sérios diziam ser o passo essencial para o país reabrir seu futuro. E que uma vez aprovada passou a ser considerada por nove entre dez especialistas mais ou menos sérios como uma coisa trivial, caída do céu.

A reforma da Previdência não caiu do céu. Foi formulada e proposta pela equipe comandada pelo ministro Paulo Guedes (que também não caiu do céu), depois de ampla campanha de esclarecimento no Brasil e no exterior — ação geradora do apoio político fundamental para o prosseguimento de um projeto complexo e dependente de sacrifícios. Aí a reforma passou a ser negociada ponto a ponto com o Parlamento — o que realmente é de estranhar, em se tratando de um governo fascista diabólico. A resistência de video game ouviu falar de democracia, mas não ligou o nome à pessoa.

A relação com a maior parte da imprensa é péssima e o presidente faz questão de ser hostil a vários dos veículos de comunicação tradicionais. Também é fato que os referidos veículos enviesaram seu noticiário para descredenciar o presidente, chegando a insistir em teses bizarras como a da eleição fraudada por manipulação de WhatsApp. Ainda assim a liberdade de imprensa esteve em plena vigência nesses dois primeiros anos e o governo não exerceu nem incitou a embargos ou censuras. Sempre que apareceu de algum gueto referência a cerceamento de instituições — em alusões a medidas autoritárias como o famigerado AI-5 — o presidente desautorizou imediatamente, sem nenhuma brecha para interpretações indiretas. “Quem fala em AI-5 está sonhando”, disse Bolsonaro.

O governo teve o seu poder de comandar o enfrentamento da pandemia cassado pelo STF — que decidiu ser dos Estados da federação a autoridade pela política de segurança sanitária. Houve todo tipo de abuso, como o desvio de verbas emergenciais — o chamado Covidão, que acarretou o afastamento do governador do Rio de Janeiro e a prisão da secretária de Saúde do Amazonas. Claro que quando o colapso se consumou em Manaus a resistência cenográfica acordou para o problema e correu para o seu video game satânico contra o culpado por todos os males da nação.

Já o cronograma do programa de vacinação conduzido pelo Ministério da Saúde é bastante questionável, considerando que as vacinas disponíveis se encontram em fase experimental, sem ter por exemplo estudos suficientes com idosos (ver Anvisa) — justamente os mais vulneráveis e que justificariam uma campanha de imunização emergencial. O governo cedeu às pressões políticas em favor de vacinas incipientes.

Foram dois anos sem escândalos de corrupção envolvendo o governo federal. Como termo de comparação, só no primeiro ano de Dilma Rousseff foram seis — acarretando a queda do número equivalente de ministros. A grande imprensa fez um bom trabalho denunciando as negociatas, mas não transformou Dilma em alvo permanente. Um dos principais escândalos de 2011 envolveu o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), atualmente recebendo um choque de gestão e transparência comandado pelo ministro Tarcísio Gomes de Freitas — uma das várias escolhas técnicas de Bolsonaro para o primeiro escalão.

Há incertezas sobre o programa de desestatizações — e o andamento da pauta de privatização da Eletrobras vai mostrar se o governo está firme nessa agenda (depois de mais de R$ 150 bilhões em ativos desestatizados) ou se está sendo travado pela máquina, o que seria uma derrota importante. É continuar observando o melhor possível, para apontar os erros e os acertos.

Não é um vídeo game. E, se você estiver em busca de estética, vá ver uma série e pare de sofrer.

Guilherme Fiuza, jornalista - Revista Oeste