Liberdade! Liberdade! São estas as palavras usadas por mais um povo que, há muito, sofre como bicho da fazenda de Orwell.
Alguns
veículos de informação amanheceram noticiando que os cubanos estão
botando para fora aquilo que qualquer pessoa minimamente esclarecida
já sabe existir – a revolta interna do cubano com a opressão imposta
pelo regime revolucionário comunista dos irmãos Castro.
Novidade? Nenhuma!
Aliás, se
fosse Cazuza (1), diria estar vendo “um museu de grandes novidades”. Mas
não. Sou apenas um brasileiro que teme o fetiche idiota pelo comunismo,
insistentemente alimentado em rodas estudantis enfeitadas com camisas e
bottons que estampam a cara de verdadeiros genocidas, como Che Guevara e
“seus blue caps”.
Não há
beleza no comunismo! Se belo fosse, sua política não enfrentaria a
natureza humana. E antes que algum crítico venha em defesa do marxismo,
usando de cinismo para arrotar o bordão “o comunismo nunca foi
implantado realmente”, esclareço que, de certa forma, concordo (com o
crítico). Com a licença da necessária redundância, pois nem todo mundo
consegue discernir o significado do que lê ou escreve, afirmo ao
“papagaio de pirata” que o comunismo não passa de uma utopia nefasta de
impossível implantação, justo porque nasceu como um devaneio teórico
cujo fim é manter sua vítima eternamente inebriada e presa ao sonho do
amanhã que nunca acontecerá. A teoria é essa, mas a prática mostra que
um cubano sabe muito bem o que é o comunismo quando precisa ficar calado
para sobreviver, ou sobrevive reduzindo seus sonhos a um prato de
comida para o filho, esquecendo o significado da palavra dignidade, e
esperando a morte chegar. Isso é o comunismo, papagaio!
Mas ainda
que por instinto animal, o ser humano tende a lutar pela manutenção de
sua natureza sabendo que dela depende para viver, segundo suas
características próprias. E aqui entro no fator liberdade! O grito
cubano por liberdade já existe há muito. Está entalado na garganta e,
mais do que nunca, é esbravejado por um povo que entendeu, na pele, o
que representa ideologia marxista bem como a urgente necessidade de
engajamento na luta contra o totalitarismo, sob pena de ser dizimado. A
falta de opção popular é fator bastante para encerrar o ciclo dos
movimentos totalitários, dado que a resposta ao dilema “lutar ou morrer”
nunca deixou um tirano de pé. Assim caminhou a humanidade. E assim
sempre será.
Exemplo
disso foi a guerra de independência dos EUA, pela qual os founding
fathers uniram-se pela preservação do império da lei em solos americanos
em uma luta franca contra o totalitarismo da coroa britânica que, à
época, afrontou os direitos mais básicos dos ingleses-americanos. Esta
verdade fica lastreada por alguns símbolos, como o próprio discurso de
Thomas Jefferson no texto separatista abaixo transcrito:
“Na
realidade, a prudência recomenda que não se mudem os governos
instituídos há muito tempo por motivos leves e passageiros; e, assim
sendo, toda experiência tem mostrado que os homens estão mais dispostos a
sofrer, enquanto os males são suportáveis, do que a se desagravar,
abolindo as formas a que se acostumaram. Mas quando uma longa série de
abusos e usurpações, perseguindo invariavelmente o mesmo objeto, indica o
desígnio de reduzi-los ao despotismo absoluto, assistem-lhes o direito,
bem como o dever, de abolir tais governos e instituir novos Guardiães
para sua futura segurança. Tal tem sido o sofrimento paciente destas
colónias e tal agora a necessidade que as força a alterar os sistemas
anteriores de governo. A história do atual Rei da Grã-Bretanha compõe-se
de repetidas injúrias e usurpações, tendo todos por objetivo direto o
estabelecimento da tirania absoluta sobre estes Estados.”(2)
Outro
símbolo foi a conhecida Bandeira de Gadsden, predominantemente amarela
com uma serpente em posição de alerta para ataque, seguida da
inscrição “Dont´ Tread on Me”, cuja tradução significa “Não pise em
mim”. Esta bandeira, inclusive, foi inspirada em uma charge publicada
anos antes no Pennsylvania Gazette, que teve como editor ninguém menos
que Benjamin Franklin, um dos pais fundadores. Nesta Charge, encontramos
a cobra composta por diversas partes acompanhadas das siglas das 13
colônias insurgentes. O desenho tinha como mensagem destaque a frase
“Join or Die”, que podemos traduzir como “Junte-se ou Morra”.
Este era o
espírito que unia os ingleses em solo americano – lutar para garantir
valores naturais do ser humano, traduzidos na vida, na liberdade, e no
direito à busca da felicidade. A Bandeira de Gadsden precisa ser erguida pelo povo cubano! A nós, cabe
a oração pelos oprimidos e o exercício da sabedoria, para evitarmos a
repetição dos erros políticos alheios que resultaram na catástrofe
humanitária do comunismo.
Referências:
1. Referência ao trecho da música “O tempo não para”, de Cazuza.
2. Declaração de Independência dos Estados Unidos da América - 04.07.1776. (https://pt.m.wikisource.org/wiki/Declaração_da_Independência_dos_Estados_Unidos_da_América)
3. A Bandeira de Gadsden é leva o nome do seu criador, o general e político americano Christopher Gadsden (1724-1805), que a projetou em 1775 durante a Revolução Americana.
A Cascavel como símbolo das Colônias Americanas foi proposta por Benjamin Franklin, por lhe parecer um animal vigilante e magnânimo, que entretanto ataca fatalmente, se provocado ou desafia.
* Texto publicado originalmente em Tribuna Diária
Harley Wanzeller