Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador Itaú. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Itaú. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

Falta patrimônio de banqueiro no socorro a bancos- Míriam Leitão


O que fazer se um banco quebrar


Nem mesmo no Banco Central se consegue uma boa explicação para o fato de o projeto de lei sobre o resgate dos bancos em dificuldade ter sido anunciado num dia meio morto em Brasília: 23 de dezembro no fim da tarde. Salvar bancos grandes com dinheiro público é proposta que deveria causar ojeriza a liberais, mas no governo o que se ouve é que é preciso ser “pragmático”. Uma grande instituição, se quebrar, pode causar uma enorme perda do PIB e prejuízos generalizados.

Prédio do BC, em Brasília
Chovia em Brasília, algumas quadras da capital estavam sem luz, quando o Projeto de Lei foi enviado a um Congresso vazio na véspera de Natal. O assunto é controverso, mas a questão está mais adiantada do que se pensa: os bancos já estão constituindo o Fundo de Resolução que foi criado pelo projeto. O Fundo Garantidor de Crédito (FGC) continuará existindo. Ele garante os depósitos dos clientes. Se o banco quebrar, o cliente consegue pegar seu dinheiro até um determinado valor por causa do FGC. O dinheiro sai de um percentual dos depósitos. Os bancos dizem que o fundo é privado e são eles que contribuem, mas o valor sempre foi diluído nas altas taxas de juros cobradas dos clientes.

Agora haverá também o Fundo de Resolução que é destinado a socorrer os bancos. Perguntei a um dirigente do BC se isso sairia mesmo da indústria bancária ou seria cobrado indiretamente do cliente, e ele me disse que uma parte deve ser repassada aos clientes. Mesmo com esses dois fundos, um para socorrer os bancos e outro para garantir os depósitos, o PL abre a possibilidade de ter dinheiro do contribuinte também.
O projeto estabelece que o setor público não pode entrar antes de zerar todo o capital dos controladores e de todos os acionistas, de converter parte da dívida e de zerar toda a dívida subordinada — explica um integrante da equipe.

Há uma ordem dos fatores quando um banco grande está para quebrar. Os acionistas perdem todo o capital, mesmo os pequenos. Depois, quem aplicou em títulos desse banco perde tudo o que investiu. Se faltar dinheiro, usa-se o Fundo de Resolução. O FGC garante até R$ 150 mil dos depósitos dos clientes. Se nada disso resolver é que entrará o dinheiro do Tesouro. Hoje a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) proíbe usar dinheiro público para salvar banco.

O projeto cria dois tipos de bancos. Primeiro, os que serão salvos até com dinheiro público porque se quebrarem geram crise sistêmica. E os pequenos, que serão apenas liquidados. Isso pode aumentar a concentração. Afinal o depositante pode pensar que se for para instituições menores corre mais riscos. Um rápido histórico: O Brasil teve após o Plano Real uma grave crise bancária. O Proer conseguiu lidar com tudo, evitando o cenário de recessão profunda que aconteceu em outros países, e os bancos foram tomados dos seus controladores. Tudo foi decidido no meio da emergência. Econômico, Nacional, Bamerindus e vários outros quebraram quando a inflação caiu. O BC ficou com os ativos podres e emprestou para quem comprou o banco, e foram garantidos todos os depósitos. Depois disso veio a criação do FGC e a inclusão na LRF de que era proibido usar dinheiro público.

O FGC é para garantir só os correntistas, mas acabou sendo usado no caso do Panamericano, poupando-se o controlador que era o Grupo Silvio Santos. Os maiores credores do Panamericano eram o Bradesco, Itaú e Banco do Brasil. O caso da Caixa era pior. Tinha virado sócia, numa operação muito discutível feita no governo do PT. O dinheiro do FGC acabou sendo usado numa operação de resgate que protegeu os próprios bancos.

Na crise financeira de 2008, os governos dos países ricos despejaram montanhas de dinheiro público para salvar instituições financeiras que haviam se colocado em risco com operações perigosas. Agora, o BIS, banco central dos bancos centrais, estabeleceu que país signatário como o Brasil tem que ter em lei o que fará em caso de quebra de uma instituição. O BC vem estudando há anos uma fórmula. E foi isso que saiu na tarde chuvosa do dia 23 de dezembro.
— Pode ficar muito mais caro se não houver um arcabouço jurídico. Um liberal puro diria: você tem que ter o compromisso de nunca usar dinheiro público. Mas temos que ser pragmáticos — disse um integrante da equipe.
É preciso garantir que o banqueiro também perderá. Não apenas o capital do banco, mas seu patrimônio.

 
Míriam Leitão, jornalista - Blog em O Globo


segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Para Ilan, Brasil venceu anomalia dos juros altos, mas tem outras barreiras para voltar a crescer - Miriam Leitão

O Globo

Para Ilan, ex-BC, país tem barreiras para voltar a crescer

Ilan assumiu o BC em junho de 2016

Os juros baixos vieram para ficar, avisa Ilan Goldfajn. Ele falou aos repórteres Claudia Safatle e Alex Ribeiro, do “Valor”, na primeira entrevista após deixar o BC, no início do ano. Ilan, no comando do Banco Central, ajudou o país a atravessar uma anomalia brasileira. "Os juros menores vieram para ficar", disse 

Ele assumiu o cargo com o país em recessão e juros de 14%, em meados de 2016. A inflação chegou a 10%. A política econômica no governo Temer conseguiu derrubar o IPCA para um patamar até abaixo do piso da meta. As taxas de juros puderam cair. É claro que a economia fria também influencia. Depois de dois anos de recessão, a atividade estagnou. Mas não se pode subestimar. O Brasil, mesmo em períodos de recessão, já registrou inflação alta. Aconteceu em 2015 e em 2016.

Especialistas não prevêem nenhum susto para a inflação no curto prazo. Os juros devem cair mais. Quando Ilan deixou o BC, a taxa havia caído para 6,5%. Hoje está em 5,5% e estima-se que cairá mais um ponto este ano.  O Brasil escapou dessa anomalia, mas precisa fazer todo o resto, que é escapar da “armadilha da renda média”, como dizem os economistas. O país não cresce suficientemente nem consegue aumentar a renda per capita e a produtividade. Não basta ter juros baixos. Mudanças têm que ser feitas para que a economia ganhe mais vigor. Ilan explica que a Selic em níveis baixos não garante o crescimento da economia. O BC sozinho não vai resolver sozinho o desafio atual, que é crescer e gerar emprego.

Uma boa notícia é que economistas de alguns bancos revisaram para cima a projeção de crescimento deste ano e dos próximos. O Itaú, que previa 0,8% para 2019, aumentou para 1%. O desempenho melhora nos anos seguintes. Em 2020, a estimativa é de alta de 2,2%. Apesar dessa melhora nas expectativas, em geral espera-se um crescimento melhor que o atual, mas ainda baixo.Ilan entende que o recuo nos juros começa a chegar a algumas linhas bancárias, voltadas a grandes empresas. O grande problema no setor bancário do Brasil é que a Selic, paga pelo governo, cai e não é acompanhada pelos juros dos bancos.  

LEIA TAMBÉM: Previsão de juros a 4,5% no fim do ano vira o padrão

 
Míriam Leitão - Economia, em O Globo



terça-feira, 24 de setembro de 2019

O isolamento de Bolsonaro - O Globo

José Casado

Presidente começa a descobrir o custo da opção pelo papel de vilão ambiental

Qual é o plano de Jair Bolsonaro para a Amazônia ou o meio ambiente? Se existe, ninguém sabe, ninguém viu nessas 37 semanas de governo. Até agora, se limitou ao vitimismo, muito conveniente a quem atola mas não quer se responsabilizar pela própria inépcia.  Hoje, na ONU, ele vai constatar a dimensão do seu isolamento, inédito para um chefe de Estado brasileiro. Pode tentar revertê-lo, mas isso, exige competência — mercadoria rarefeita na atmosfera do Palácio do Planalto, onde só florescem intrigas, perfídias e anacronismo. [insistimos em destacar o caráter autocrático da Organização das Nações Unidas, uma democracia comandada por uma ditadura da minoria.
Exemplo: teve uma solenidade antes da abertura da Assembleia-Geral e os ministros brasileiros que já estavam em New York não foram convidados  sob o pretexto de que o evento era apenas para chefes de Estado e/ou de Governo.
Pois bem: os representantes da Rússia e China participaram do evento - sendo que nenhum deles era o presidente da Rússia ou da China, países que integram o seleto grupo dos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU e que são os verdadeiros DONOS daquela organização.]

O presidente começa a descobrir o custo da opção pelo papel de vilão ambiental. Foi Bolsonaro quem se apresentou como alvo no centro de uma renovada forma de ação política global, o ativismo climático. A obsessão com uma conspiração internacional contra a soberania brasileira na Amazônia diz mais sobre o deserto de ideias do governo do que a respeito dos objetivos de países, ONGs e empresas na região. [pergunta boba: se um chefe de Estado declarar em alto e bom tom que internacionalizar parte do território dos Estados Unidos, da China ou da URSS é uma boa medida. Ele será aplaudido pelos países citados?
O presidente da França defendeu tal medida para a Amazônia brasileira.]
A tática de criação de inimigos com interesses ocultos sobre o território amazônico é datada do período da Guerra Fria. Ocupou alguns na Escola do Comando e Estado-Maior do Exército na formatação dos novos subversivos (ambientalistas, índios e estrangeiros) na Rio-92, a primeira conferência mundial sobre meio ambiente.
O Brasil da época importava alimentos, hoje é o terceiro maior exportador. Bolsonaro revigorou o anacronismo. Extirpou a palavra “clima” do Itamaraty, desmontou políticas ambiental, fundiária, indigenista e acabou com o Fundo Amazônia. Também desdenhou da diplomacia com Europa, China e Rússia, optando por ficar refém da Casa Branca de Donald Trump.

O tempo passou e ele não viu. O novo ativismo climático levou 230 fundos de investimentos a perceber nesse negacionismo riscos de reputação, operacionais e regulatórios. Na sequência, 130 bancos — Bradesco e Itaú incluídos— anunciaram pressão conjunta para ação rápida contra “o catastrófico aquecimento global”. E governadores de nove estados que perderam o Fundo Amazônia iniciaram negociações diretas com quem quiser investir na região. O custo Bolsonaro ficou alto demais. Para todos. 


 
José Casado, jornalista - O Globo
 
 

segunda-feira, 8 de julho de 2019

“O avesso do avesso” e outras notas de Carlos Brickmann

É difícil acreditar que Bolsonaro seja esperto o suficiente para enganar as raposas do Centrão



Um lendário político mineiro, José Maria Alkmin, era conhecido pela rapidez em tomar providências. Ouvia o pedido (do eleitor, do parlamentar, fosse quem fosse), pegava o telefone, dizia: “Ligue para Fulano, por favor”. Pouco depois, o telefone tocava, ele atendia, pedia que a reivindicação fosse logo atendida e ressaltava seu apreço por quem a havia pedido. Todos saíam felizes da audiência. Nunca souberam que o telefone não era ligado à rede.

No momento em que ficou claro que a reforma da Previdência passaria nos moldes propostos pelo Governo, Bolsonaro sugeriu que a desfigurassem, mantendo a aposentadoria de policiais como era antes. Terá sido ingênuo, ao reduzir o porte da reforma, ou estaria, como Alkmin, falando para ninguém, num telefone desligado? Não é fácil acreditar que um ingênuo chegue à Presidência. É difícil acreditar que Bolsonaro seja esperto o suficiente para enganar as raposas do Centrão e proximidades. Político não é infalível, mas estes, especialmente, ganharam fama por ser matreiros, difíceis de enganar.

Dizem que Bolsonaro é tosco. Mas, depois de uma carreira parlamentar longa e discreta, foi ele que superou caciques como Alckmin e Haddad, o Lula sem barba; e, montado num partido nanico, superou PSDB, MDB, PT e outros mamutes. Esperto ou ingênuo? É preciso esperar: só o tempo o dirá. Mas, se não estiver sendo esperto, por que tentou convencer o juiz a desmarcar o pênalti a seu favor? Em política, um erro assim seria inaceitável.

A verdade das sombras
Em política, o jogo de sombras é tão importante quanto o mundo real. É verdade não o que realmente ocorreu, mas o que parece ser verdade. Jogando este jogo, Getúlio Vargas, que foi ditador, que implantou uma Constituição baseada na Carta fascista da Polônia, que louvou, num célebre discurso, os novos tempos que se iniciavam com a entrada das tropas nazistas em Paris, passou à História como político de esquerda.

É um mundo estranho. Alguém que pergunte quem foi o político mais hábil, Alkmin ou seu parente paulista Geraldo Alckmin, sempre terá a resposta Alkmin. Mas Alckmin foi quatro vezes governador de São Paulo, duas vezes candidato à Presidência (embora derrotado); Alkmin não chegou ao Governo de Minas e foi vice-presidente (indireto) do marechal Castello Branco, sem direito real a tomar posse.

(...)

 
Os mais iguais
Enquanto a população aceita sacrifícios, há setores que só pensam em faturar mais. O Idec, Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, mostrou que em dois anos as tarifas bancárias subiram muito mais que a inflação: o dobro, ou quase isso. Foram medidos 70 pacotes de serviços dos cinco maiores bancos do país (Banco do Brasil, Caixa, Itaú, Bradesco e Santander). O aumento médio foi de 14%, contra 7,45% de inflação no período. Houve pacotes que subiram 50%. Um deles atingiu 89%, onze vezes superior à inflação. Bancos oficiais elevaram as tarifas tanto quanto os privados, o banco estrangeiro se comportou como os nacionais. Seja estatal ou privado, nacional ou estrangeiro, o fato é que banco é banco.

Mais sombras
Viu o vídeo de Bolsonaro num hotel barato, no Japão? É real — mas velho. Do início do ano passado, quando era candidato e viajou com os filhos.

Publicado na Coluna de Carlos Brickmann

segunda-feira, 10 de junho de 2019

O custo dos erros da Odebrecht

A Odebrecht não é vítima da operação Lava-Jato, a empreiteira verga ao peso dos seus erros de conduta e de gestão


A Odebrecht oscilou como um pêndulo sobre a economia brasileira, nos últimos dias. Seu pedido de recuperação judicial é visto com uma dúvida: o que será o fato detonador? Há anos a empresa que já foi o maior grupo privado do Brasil sangra em praça pública, mas os fatos se precipitaram quando a Atvos anunciou que quebrara e a holandesa LyondellBasell avisou que não quer mais comprar a Braskem, operação que era a tábua de salvação da holding.

Do lado dos credores estão vários bancos privados e públicos. O BNDES tem a receber R$ 4 bilhões, da dívida de R$ 40 bilhões da empresa. Os bancos passaram a semana em reuniões para ver a situação de cada um. A Caixa está com poucas garantias. Mas estão todos eles, em maior ou menor grau, expostos: Banco do Brasil, Itaú, BNDES, Santander, Bradesco e Caixa. Em dezembro, 18 bancos fizeram ampla negociação e as ações da Braskem foram dadas em garantia. Sem o comprador holandês, que passou um ano e meio rondando a companhia, as ações caíram 20% e as garantias perderam valor.

A Petrobras estava com tudo pronto com o grupo holandês de petroquímica. A estatal é sócia da Odebrecht na Braskem, só que em posição desvantajosa, porque a empreiteira tem 38% do capital total da Braskem, e a Petrobras, 36%. Do capital votante a Odebrecht tem 50% mais 1. A empreiteira tem o controle e o mando. A estatal é, além de sócia, fornecedora de matéria-prima. Desde o começo das conversas da Lyondell, a Petrobras foi procurada. Ainda no governo Temer, a holandesa perguntou se a estatal queria ser só uma fornecedora de matéria-prima ou parte de um grupo global.  Nessa pergunta estava implícito um convite de sociedade. No governo atual, a Petrobras deixou claro que preferia exercer seu Tag Along Right, ou seja, o direito de ter suas ações compradas nas mesmas condições do majoritário.

 Avisou que iria exercer. Ou seja, a holandesa levaria tudo. E se preparou para continuar sendo supridora, negociando com a Lyondell um contrato de fornecimento de longo prazo. Estava numa boa posição, até que houve a desistência do grupo comprador e tudo voltou à estaca zero. A Petrobras já foi procurada por outros grupos brasileiros e estrangeiros interessados nas ações da Braskem, mas nada tão vantajoso quanto o que estava sendo negociado.

A Lyondell recuou por quê? Motivos não faltaram. As ações que ela estava querendo comprar foram dadas aos bancos em garantia aos empréstimos concedidos à Odebrecht. Mas o que pegou mesmo foi o passivo ambiental em Maceió. As minas de sal exploradas pela Braskem comprometeram o solo de bairros de Alagoas, Pinheiro, Mutange e Bebedouro, atingindo uma população de mais de 20 mil pessoas. As chuvas e um tremor de terra fizeram aparecer rachaduras nas casas. O laudo da CPRM, no mês passado, indicou que há uma grande probabilidade de que os problemas tenham sido causados pelas cavidades de extração da sal-gema. Ninguém sabe ao certo qual o tamanho do passivo. A incerteza do custo do desastre ambiental da mineração em área urbana elevou o risco do negócio. A Lyondell deixou uma porta aberta, mas quem acompanha as conversas acha que é muito improvável que ela volte à mesa de negociação. E a gota d’água foi o sal de Alagoas.

Uma empresa que cai nunca é por um motivo só. Os últimos acontecimentos foram os golpes que levaram a Odebrecht para mais perto das cordas. A Atvos, empresa de usinas de açúcar e álcool, ao pedir a recuperação judicial acendeu a luz amarela. O alerta vermelho foi a desistência da compra da Braskem. Os credores já estão pensando no depois, mas terão que amargar grande prejuízo, principalmente os bancos públicos.

A corrupção, descoberta pela Lava-Jato e que levou à prisão do então presidente Marcelo Odebrecht e à delação de 77 executivos, foi um dos erros da companhia. Mas a empresa é um caso a ser estudado pelo avesso em escolas de negócios. O que não fazer. Por óbvio, não corromper políticos achando que sairia ilesa. Mas houve outros erros: a família nunca se entendeu, o modelo de negócios ficou ultrapassado, a estrutura era superdimensionada, o grupo entrou em vários negócios longe da engenharia, que é sua vocação. Que fique claro: não foi a Lava-Jato que quebrou a Odebrecht. Ela está vergando ao peso dos seus próprios erros de gestão e de conduta.

Blog da Miriam Leitão, jornalista - O Globo

quinta-feira, 30 de maio de 2019

O que explica a fraqueza do PIB

A Fundação Getúlio Vargas - FGV, está otimista. Acha que o PIB do primeiro trimestre divulgado hoje será zero. “A que ponto chegamos, o que prevê zero está otimista”, comenta o economista Armando Castelar. Os bancos estão projetando um PIB ligeiramente negativo, algo em torno de 0,2%. Mais importante do que o número em si é a constatação de que o país está indo para o terceiro ano de frustração. As projeções começam bem e vão murchando com o passar dos meses.

Houve fatos concretos que prejudicaram o começo de 2019. Um deles foi o rompimento da barragem de Brumadinho, que encolheu a produção da Vale. Como a Petrobras também produziu menos, a indústria extrativa mineral teve uma queda que a FGV está projetando em 9,3% em relação ao último trimestre do ano passado. Há questões que são mais estruturais. A indústria da construção não consegue melhorar. Seu encolhimento tem a ver diretamente com a confiança. — Ninguém vai pegar um empréstimo para comprar um imóvel sem saber se vai continuar empregado, se a renda permanecerá no mesmo nível. O empresário também se retrai — explica Castelar.

Pelos cálculos da FGV, a construção pode ter uma queda de 0,9%, e isso faz com que ela esteja 31% abaixo do primeiro trimestre de 2014.  — O problema é a questão fiscal, e o que preocupa é a dificuldade de coordenação política do governo. Entre o segundo turno e o começo do ano houve um aumento da confiança, mas depois caiu. Há um círculo vicioso, o governo não avança nas reformas, a confiança cai, o país não cresce, o imposto não é recolhido, o emprego não é criado, a renda não sobe, a popularidade do governo cai e diminuem as chances de aprovação das reformas — diz Armando Castelar.

O Bradesco soltou estudo para tentar explicar o baixo crescimento da economia. O banco prevê uma queda de 0,2% no PIB do primeiro trimestre e acha que uma das causas prováveis é que o mundo está crescendo menos. A outra, e mais importante, é o colapso fiscal do país. O mundo está com taxas de 3% de alta do PIB, bem mais elevadas do que as do Brasil nos últimos anos, mas o comércio está em desaceleração, por causa da briga entre EUA e China. Isso está começando a nos afetar, tanto que mesmo com o dólar mais alto as exportações não estão reagindo. — O Brasil acumulou há muito tempo um problema crônico de falta de competitividade — diz Castelar.

O Itaú também estima queda de 0,2% no primeiro trimestre, e na visão do economista-chefe do banco, Mário Mesquita, “o segundo trimestre não está com uma cara boa”. A previsão preliminar é de alta de apenas 0,1% e o risco é de novo corte na estimativa de 1% para o ano de 2019. — Tivemos frustração com as reformas, há a guerra comercial entre EUA e China, com impacto sobre o crescimento mundial, e a ociosidade das empresas está muito elevada, o que inibe investimentos — afirma Mesquita.

Mesmo que o governo aprove a reforma da Previdência, a estimativa é de aceleração do PIB para apenas 2% no ano que vem, com uma queda muito pequena do desemprego, de 11,9% para 11,6%, segundo o banco.  A FGV está com uma projeção mais otimista para o PIB do ano: 1,4%. Mas isso no cenário de aprovação da reforma da Previdência.  — Acho que todo mundo está fazendo seus cálculos com a hipótese de aprovação da reforma. Nós achamos que ela deve ser votada até setembro. Se passar disso e continuar complicado, haverá um impacto muito grande na economia — diz Castelar.

O quadro econômico não é feito apenas de más notícias. A inflação está controlada. O índice está um pouco alto, mas tenderá a cair com os dados de maio e, principalmente, junho. Quando sair do acumulado de 12 meses o número de junho do ano passado, em que houve a greve dos caminhoneiros, o índice deve voltar a ficar em torno de 4%.  O que preocupa mesmo é a marcha da insensatez na economia, na política, no meio ambiente. O governo criou uma quantidade exorbitante de problemas políticos e administrativos para si mesmo nestes primeiros meses de administração. A cada dia novos sinais ruins são emitidos. Os de ontem foram na área ambiental. O ministro Ricardo Salles continua no seu esforço de demolição do setor, e a Câmara aprovou mudanças temerárias no Código Florestal. Se eles pensam estar favorecendo a recuperação se enganam. A nova economia do mundo, para a qual o nosso agronegócio fornece, vê com maus olhos o desmonte ambiental no país.


Miriam Leitão - O Globo
 

quarta-feira, 15 de maio de 2019

Brasil à beira do abismo fiscal

Ministro tem razão para falar em abismo fiscal 

Paulo Guedes foi ao Congresso dizer que o país está à beira do colapso fiscal, e o secretário de Fazenda falou em “arrocho” e “garrote”

O ministro Paulo Guedes foi com sua equipe ao Congresso dar uma coleção de más notícias. As palavras foram fortes. O ministro afirmou que o Brasil está à beira do abismo fiscal, e o secretário de Fazenda, Waldery Rodrigues, falou em “arrocho” e “garrote” nunca vistos na sociedade brasileira para o que vai acontecer em função do teto de gastos. Em Nova York, o deputado Rodrigo Maia avisou que o teto de gastos pode causar um “colapso social” no país.
Afinal, eles são contra ou a favor da Emenda 95 que estabeleceu o teto no governo Temer? Eles defendem, mas avisam que vai doer muito. E que a solução será aprovar as reformas que o governo Bolsonaro apresentou e ainda apresentará. Guedes e todos os seus homens — a equipe é quase integralmente masculina — estavam na Comissão Mista do Orçamento para pedir liberdade para emissão de dívida. Mais precisamente, foram pedir licença para os créditos suplementares. Essa seria a única forma de descumprir com autorização a regra de ouro, disseram.
— A regra de ouro impede que se endivide para pagar despesa primária. Ela está certa. O endividamento tem que ser para investir. Mas estamos aqui para pedir R$ 248 bilhões de créditos suplementares para pagar aposentadorias do Regime Geral, Bolsa Família, Plano Safra, BPC. Isso mostra o drama social brasileiro. Estamos pedindo crédito para não quebrar a regra de ouro — afirmou o ministro.

Para entender toda a cena é preciso lembrar fatos da vida recente do país. Uma das acusações contra a presidente Dilma foi emitir crédito suplementar sem autorização prévia do Congresso. Ela alegou que foi para pagar esse mesmo tipo de despesa. Mas não teve perdão. O ministro Paulo Guedes, durante a campanha e na transição, dizia que iria zerar o déficit tão logo chegasse. No primeiro ano. Os velhos jornalistas de economia duvidaram — como esta aqui que vos escreve — mas ele dizia que dinheiro havia e ele venderia imóveis públicos e privatizaria tudo para reduzir a dívida.
A realidade ele mostrou ontem. O país ao fim do governo Bolsonaro estará no nono ano de déficit primário, em um cenário sem reformas. É verdade que a projeção é de que esse déficit será decrescente por causa de leis aprovadas nos governos dos últimos 30 anos — que ele tanto critica por serem “social-democratas”. A regra de ouro e a Lei de Responsabilidade Fiscal no governo Fernando Henrique, e o teto de gastos no governo Temer.
O ministro Guedes tem razão quando fala em abismo fiscal. O Brasil caiu no buraco fiscal em 2014 e desde então não conseguiu sair dele. Mesmo assim, o déficit cairá por essa imposição que o secretário de Fazenda chama de garrote e arrocho nunca vistos na sociedade brasileira, e que Rodrigo Maia diz que poderá levar a um colapso social. O resultado negativo cairá de R$ 139 bilhões este ano para R$ 31 bi em 2022. O teto, esse remédio extremo, ao ser acionado, impedirá que as despesas cresçam além da inflação. No último slide, no entanto, o secretário avisou que não vão contratar pessoal, mas vão aumentar os salários dos militares.
Quanto às privatizações e vendas de ativos, não temos notícia. Ou temos. Notícia de que empresas não serão privatizadas. O governo social-democrata de Fernando Henrique privatizou Vale, Telebras, grande parte do sistema Eletrobras, o resto da siderurgia e da petroquímica. O que será que o governo que se diz liberal venderá, além de algumas refinarias da Petrobras?
O crescimento esperado não veio neste começo do novo governo. O ministro diz agora que via com ceticismo essa possibilidade. O Banco Central na Ata do Copom de ontem avisou que o primeiro trimestre deve ter tido um PIB negativo, e que os indicadores estão aquém do esperado. O secretário de Fazenda disse que a previsão para este ano, que estava em 2,2%, vai ser reduzida no dia 22, quando as contas forem refeitas. Mas Guedes já contou qual é o novo número: 1,5%. E há estimativas piores, como a do Itaú, que cortou para 1%. Menos crescimento é igual a menos receitas e mais cortes.
Como solução para esse drama brasileiro, o ministro Paulo Guedes aponta para as reformas que ele ainda não apresentou. No mercado futuro de reformas tem o que ela chama de PEC do Pacto Federativo, que é a desvinculação geral do Orçamento, a reforma tributária, a abertura da economia. Tudo isso, segundo ele, vai “desentupir” os canais de investimento. Com os canais entupidos, o país discute a primeira reforma, a da Previdência.


domingo, 7 de abril de 2019

As empresas multinacionais estão indo embora do Brasil

As empresas estão indo embora 

Braço brasileiro da empresa americana RR Donnelley decidiu falir 

Terra dos Papagaios se tornou desinteressante para quem está aqui

À primeira vista, o braço brasileiro da empresa americana RR Donnelley decidiu falir, prejudicando o cronograma da impressão das provas do Enem. Se esse fosse o problema, seria pontual. É mais que isso. Essa multinacional fatura US$ 6,8 bilhões e opera em 28 países. O silêncio de seus executivos, a intimidade que ela tinha com os educatecas do MEC y otras cositas más deixam no ar perguntas para que se saiba como funcionava essa operação, mas o fato é que ela quer ir embora. A primeira vítima da falência será o chão da fábrica, onde estão os direitos trabalhistas de seus mil empregados. A falência teve o beneplácito da matriz americana, que certamente terá algo a dizer sobre o assunto. Nos Estados Unidos, ela não se comportaria como se comportou no Brasil.
Antes da Donnelley, a Ford fechou sua fábrica de São Bernardo, a CVS (maior rede de farmácias dos Estados Unidos) fez as malas, a rede francesa de livrarias Fnac pagou para sair do Brasil, o Citibank vendeu-se ao Itaú e o HSBC vendeu-se ao Bradesco. Isso tudo não aconteceu de uma hora para outra, mas o movimento começou em 2015. [governo da escarrada ex-presidente petista Dilma - não foi, não é e nem será culpa do governo Bolsonaro.] Em muitos casos as empresas foram embora porque vieram com falsas expectativas e em outros porque suas operações foram mal administradas. Em dois deles, o da RR Donnelley e da CVS, porque também se enroscaram em litígios judiciais. Em quase todos, não conseguiram operar pelas regras e costumes do capitalismo mambembe brasileiro.
Numa época em que as economias no mundo se integram, a Terra dos Papagaios não só perdeu atrativos para quem investe na produção como tornou-se desinteressante para quem está aqui. Para a turma do papelório eletrônico, continua a ser um paraíso. Desde que os franceses vieram pegar pau brasil e papagaios na costa da Terra de Santa Cruz o ufanismo nacional cultiva a ideia segundo a qual os estrangeiros querem vir para cá. Às vezes querem, mas há épocas em que preferem sair.
Faz tempo, quando se falava em abrir o mercado nacional, importadoras de carros abriram filiais brasileiras. A Aston Martin (o carro de James Bond) veio e houve um ano em que vendeu apenas duas peças. Azar o delas, mas algumas tentaram construir fábricas e desistiram. Enquanto a discussão ficava em torno do vem-não-vem, ela era uma. Quando quem veio se vai, ela deve ser outra.
(...)

POMBA-GIRA
Falta a Paulo Guedes um companheiro de mesa como José Sarney.
Em 2003, quando Henrique Meirelles era sabatinado pelos senadores, bateu-lhe a pomba-gira dos economistas e ele começou a dar uma aula. Sarney tocou-o e disse-lhe baixinho: "Você não veio aqui para lecionar, veio para buscar votos". Meirelles entendeu.
PALPITE
Bolsonaro marcou sua viagem à China para o segundo semestre.
Tem tudo para ser uma visita bem-sucedida. Nada a ver com as virtudes da sua diplomacia medieval. Tudo a ver com a capacidade do Império do Meio de negociar o que lhe interessa.
Nas palavras de um ex-presidente: “Os chineses sempre sabem o que querem. Nós, às vezes”.
SUCESSÃO
O governador de São Paulo, João Doria, está abrindo sua picada de candidato a presidente. Na semana em que Jair Bolsonaro foi a Israel e anunciou a abertura de um escritório comercial em Jerusalém, Doria anunciou a criação de um escritório em Xangai.
Em Xangai fazem-se negócios com a segunda economia do mundo. Ganha uma viagem à Coreia do Norte quem souber que tipo de negócios um país que tem embaixada em Tel Aviv pode fazer em Jerusalém.

(...)
 

terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Preso no labirinto

Aos 69 anos, Paulo Guedes, ministro da Economia, começa a desvelar na mesa do jogo de poder a sua maior aposta como ativista do liberalismo. Na gélida Davos, Suíça, apresentará o projeto de uma “frente única” de conservadores e liberais-democratas para um programa liberal no Brasil.

Num dos textos publicados no GLOBO no final de 2017, sugeriu o desmonte do “Leviatã moldado pelo nacionalismo estatizante do regime militar”. Na travessia do tempo, ressaltou, ele “acabou —quem diria —aparelhado pelos petistas”. “Esse aparelho de Estado”, prosseguiu, “antes dirigido por uma tecnoburocracia administrativa de comando central com foco em infraestrutura, foi saqueado por grupos de interesse corporativo e partidos políticos desidratados pela concentração de recursos no governo central. O capitalismo de Estado dos militares tornou-se o capitalismo de quadrilhas dos social-democratas.”

Guedes seduziu um de seus leitores, Jair Bolsonaro, na época candidato à procura de uma ideia.  A eficácia política dessa ideia de uma “frente” de conservadores e liberais-democratas será testada em temas como a reforma da Previdência, a partir da segunda-feira, 4 de fevereiro. É quando o Congresso começa a decidir sobre os limites da ação governamental na desmontagem desse “legado” do regime militar.

Já é possível perceber Guedes se chocando contra paredes do próprio labirinto. Há três semanas prometeu amputar parte dos “braços armados” do capitalismo de Estado, como define o gigantismo dos três bancos públicos, donos de metade do crédito disponível na praça.  Seu dilema é como decepar o segmento financeiro do setor público sem alternativa à subversão ainda maior do ambiente de negócios no país. O risco é o de estimular mais, e exponencialmente, a concentração na tesouraria de três bancos privados (Itaú, Bradesco e Santander).
Se Guedes já encontrou a saída, deveria indicá-la o mais rapidamente possível. Sobram dúvidas, e isso nunca é bom para os negócios no Brasil ou na Suíça.


José Casado, jornalista - O Globo
 

terça-feira, 1 de maio de 2018

Delação de Duque é nova ameaça a Lula e ao PT



Confirmada a colaboração do ex-diretor da Petrobras, parte importante da história do saque da estatal, pelo lulopetismo e aliados, será conhecida

Não é boa notícia para o ex-presidente Lula e o PT a de que o ex-diretor da Petrobras Renato Duque poderá assinar acordo de delação premiada com a Lava-Jato. Afinal, o engenheiro foi colocado pelo PT no cargo-chave de diretor de Serviços da Petrobras, para operar o grande butim na estatal, por meio da assinatura de contratos bilionários com grandes empreiteiras, que gerariam propinas para financiar o projeto de poder do partido e irrigar o bolso da cúpula petista. Lula à frente de todos, segundo as denúncias.


Duque exerceu esta função durante os oito anos da gestão Lula e os dois primeiros da presidência de Dilma Rousseff. Preso em Curitiba desde fins de 2014, Duque, com sua colaboração premiada, pode ajudar bastante na montagem do quebra-cabeça do petrolão.  O ex-ministro Antonio Palocci, por exemplo, deve ter relatado à Polícia Federal, e já contou num testemunho não formal ao juiz Sergio Moro, da Lava-Jato, que, no fim de seu segundo mandato, Lula, reunido com Dilma, sua candidata, e o então presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, estabeleceu que o programa megalomaníaco de construção no Brasil de sondas para explorar o pré-sal geraria propinas para financiar a campanha da pupila.



Há diversos relatos sobre o esquema. Marcelo Odebrecht, por sua vez, disse que não via com bons olhos aquele delírio bilionário. Sérgio Duque tem muito a contar sobre isso, em especial acerca da Sete Brasil, empresa de capital misto criada pela Petrobras, com bancos privados (Bradesco, Itaú, Santander, BTG Pactual), estatais (Banco do Brasil, Caixa), fundos de servidores desses bancos (Previ, Funcef) e dinheiro do FI-FGTS, ou seja, dos assalariados do setor privado. Virou gigantesco mico na contabilidade dessas instituições. Mas, por certo, foi grande sucesso do ponto de vista da corrupção lulopetista.


Na delação, Duque poderá explicar com detalhes por que concluiu que Lula era o “chefe” da organização criminosa que saqueou a Petrobras, com ramificações no setor elétrico. Dilma Rousseff, por sua vez, sofrerá novos arranhões, estes mais profundos, na imagem que tenta cultivar de ilibada reputação. A presidente teria chamado Duque a Brasília para reforçar a posição dele de arrecadador de dinheiro sujo para campanhas do PT.


Por extrema ironia, se a defesa de Lula comemorou a decisão da Segunda Turma do Supremo (pelos votos de Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes) de, no mínimo, dificultar o acesso de Moro a depoimentos de Marcelo Odebrecht referentes a Lula, o que vem por aí pela boca de Renato Duque deve preencher lacunas que porventura sejam criadas pela Segunda Turma nos processos da Lava-Jato e ainda abrir outros grandes rombos na couraça jurídica com que se tenta proteger o ex-presidente.

Editorial - O Globo

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Caixa Economica, o pior atendimento - precisa ser dividida em imobiliária (ficando com o Governo) e Banco - a ser vendido a bancos privados

Caixa continua liderando ranking de reclamações de clientes, diz BC

A Caixa Econômica Federal continuou liderando o ranking de reclamações de clientes em setembro e outubro, de acordo com o resultado divulgado nesta quarta-feira, 16, pelo Banco Central. Entre as instituições financeiras com mais de 4 milhões de clientes, a Caixa registrou um índice de queixas de 17,20 pontos, superior ao indicador de 16,69 pontos de julho e agosto. 

O índice calculado pelo BC leva em conta o número de reclamações a cada bimestre, dividido pelo número de clientes de cada banco e multiplicado por 1 milhão. Segundo essa metodologia, o Bradesco passou a ser o segundo banco com mais reclamações entre as maiores instituições do País. Em setembro e outubro, o índice do Bradesco ficou em 14,59 pontos, inferior ao resultado de 15,75 pontos do bimestre anterior, mas superior ao índice de queixas do Santander, que caiu de 15,86 pontos em julho e agosto para 12,96 pontos. 

Na sequência do ranking de setembro e outubro aparecem Itaú (11,08), Banco do Brasil (10,86), Votorantim (6,90), Banrisul (5,48), Midway (1,96), Pernambucanas (0,47) e Banco do Nordeste (zero).  Entre as reclamações mais frequentes no bimestre estão a oferta ou prestação de informação a respeito de produtos e serviços de forma inadequada, além de outras irregularidades relativas a integridade, confiabilidade, segurança, sigilo ou legitimidade das operações e serviços. Problemas com cartões de crédito e a realização de débitos não autorizados pelos clientes também estão entre as principais queixas no setor. [o maior problema da Caixa Economica é o péssimo atendimento aos clientes;
- por telefone, nem se fala. Ligar para a Caixa é ser atendido e aguardar a linha cair ou um silêncio sepulcral seguir ao tradicional 'aguarde um momento';
- atendimento presencial, os funcionários da CEF são capazes de ficar vários minutos tentando convencer o cliente a desistir de um atendimento presencial, optar pelo atendimento nos 'caixas automáticos', mesmo quando o cliente alega que ele atendimento não lhe convém na ocasião.
A impressão que se tem é que ao final do dia, os funcionários que prestarem o pior atendimento receberão um bônus.
Só não se consegue entender qual a razão do Banco do Brasil não estar dividindo a posição com a Caixa. Com certeza os dois merecem o 1º lugar em PIOR ATENDIMENTO.] 

Fonte: Isto É