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domingo, 22 de maio de 2022

Ninguém pode perder. Como faz então? - Alon Feuerwerker

Qual o principal nó político no conflito russo-ucraniano? É a consequência mais imediata de ter deixado de ser uma disputa entre Moscou e Kiev e evoluído para uma confrontação militar entre a Rússia e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), liderada pelos Estados Unidos, que por sua vez estão numa guerra não declarada com os russos por meio da Ucrânia. O nó? Nem Washington nem Moscou podem ser derrotados. [em nossa opinião o perdedor será, já é, o povo ucraniano; primeiro, caíram na conversa do ex-comediante que poderiam ganhar a guerra contra os russos - Hitler e Napoleão também pensaram e perderam. Já o Zelensky acreditou que poderia armar uma guerra contra a Rússia para os aliados de palanque - a Otan - combater. Cmprovou que estava enganado, assim como a turma da Otan descobriu que não pode enfrentar a Rússia de forma direta - o risco nuclear é alto -  e, por procuração, constatou que o procurador não deu conta de cumprir o mandado e que sanções demoram a fazer efeito e podem ser retribuídas.
O povo ucraniano é que, infelizmente, está entrando com os mortos e destruição de toda sua infraestrutura.]

Certo desfecho que atenda de alguma maneira às demandas russas de antes de 24 de fevereiro corre o risco de ser recebido pelos eleitores americanos como um fracasso de Joe Biden, [que não será o primeiro do presidente que cochila em reuniões - haja vista a 'mancada', burrice mesmo na retirada do Afeganistão, quando em vez de seguir a praxe de ser os militares os últimos a sair deixou para os civis e com isso favoreceu o caos e provocou a morte de crianças.] que no final deste ano enfrenta eleições de meio de mandato para renovar a Câmara dos Representantes (deputados) e boa parte do Senado. As midterm do primeiro quadriênio costumam ser complicadas para o ocupante da Casa Branca, e os índices de Biden estão ruins.

No outro lado, algo que cheire a derrota empurrará Vladimir Putin para a zona de alto risco político, também pelos custos humanos, materiais e econômicos da operação militar. E a maior ameaça não viria de eventuais movimentos pró-Ocidente, mas de lideranças patrióticas que buscariam responder às frustrações desencadeadas, entre outros fatores, pela incapacidade de defender as populações russas nas áreas desgarradas após o fim da União Soviética.

Uma rápida passada de olhos pela história russa e soviética dos últimos dois séculos faz qualquer um entender a sensibilidade ali diante de potenciais ameaças ao território e à população.

E no Brasil, qual é o nó? A exemplo da pendenga europeia, o fato de nem o Supremo Tribunal Federal (STF) nem o presidente da República darem até agora sinal de aceitar ser derrotados na refrega em torno do sistema de votação. O STF (do qual o Tribunal Superior Eleitoral é, na prática, uma subseção) é o certificador do processo; e o presidente, na polarização, carrega com ele hoje quatro de cada dez votos num eventual segundo turno.

É briga grande.

Curiosamente, a situação não chega a ser 100% original. Quatro anos atrás, quando Luiz Inácio Lula da Silva ficou inelegível pela condenação em segunda instância agora anulada, o Partido dos Trabalhadores lançou o “Eleição sem Lula é Fraude”. E esticou a corda até a véspera do segundo turno. Ali o impasse resolveu-se pacificamente, também por dois motivos: 1) o PT não estava no poder e 2) o PT acreditava que tinha chances, mesmo sem Lula na urna. Tanto tinha que Fernando Haddad disputou um segundo turno bem competitivo.

Os personagens da trama de agora já deixaram passar algumas ocasiões propícias à desejável redução da temperatura. Elio Gaspari, que viu alguns filmes parecidos, abordou o assunto por um ângulo histórico cerca de um mês atrás. A corda está esticada, mas não se deve desistir de o país chegar à eleição com todo mundo deixando claro que aceitará o resultado. Por razões que dariam outro artigo, talvez estejam faltando atores dispostos a assumir os papéis capazes de levar a trama a esse feliz desfecho.

A exemplo do que se passa agora no leste europeu. Sim, o indivíduo tem um papel na História.

 Alon Feuerwerker, jornalista e analista político

 

segunda-feira, 16 de maio de 2022

Putin ameaça com 'resposta' se Finlândia e Suécia entrarem na Otan

O presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta segunda-feira (16) que haverá uma "resposta" caso a Finlândia e a Suécia entrem na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). "A expansão da infraestrutura militar para este território certamente causará nossa resposta", disse Putin, segundo a agência russa Tass. "Vamos analisar o que será [a resposta] com base nas ameaças que serão criadas para nós."

Suécia e Finlândia já indicaram que pretendem ingressar na aliança militar, que tem os Estados Unidos como sua principal liderança, em meio à invasão russa do território da Ucrânia. Hoje, a guerra da Rússia entrou em seu 82º dia.[o ingresso da Finlândia e Suécia não chega a ser suficiente para aumentar o risco de um conflito nuclear; o complicador é que a ser verdade o que diz a mídia esquerdista progressista, logo as tropas ucranianas estarão desfilando na Praça Vermelha - pelo noticiário daquela mídia a Ucrânia já está em solo russo. A ser verdade - o que sinceramente duvidamos - a Rússia não aceitará sair desse conflito como derrotada e a tentação do uso de uma arma tática nuclear, a pretexto dissuasório, se torna possível.]

Putin, porém, disse que a Rússia "não tem problemas" com Finlândia e Suécia, e que eles não representariam uma "ameaça direta". Para o presidente russo, a expansão da Otan é artificial, indo além de seu propósito geográfico. Na avaliação de Putin, a aliança militar poderia não influenciar da melhor maneira outras regiões.

Na Finlândia, a primeira-ministra do país, Sanna Marin, fez uma apresentação nesta segunda-feira (16) ao Parlamento sobre o relatório para a adesão à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). "Se o Parlamento aprovar as conclusões do relatório, o governo está equipado para tomar as decisões necessárias para lançar rapidamente as negociações de adesão", disse. Uma sessão plenária é realizada hoje sobre a questão.

A Rússia tem visto como ameaça a possível entrada da Finlândia na Otan, um movimento em consequência da invasão russa ao território ucraniano. Os dois países compartilham uma fronteira de cerca de 1.300 quilômetros de extensão. A entrada na Otan também é avaliada na Suécia, que hoje tem um debate em seu Parlamento sobre deliberações de política de segurança.

Em seu discurso, a primeira-ministra da Finlândia disse que "ocorreram mudanças fundamentais em nosso ambiente de segurança", ao tratar, no Parlamento do país, sobre a entrada na Otan. "A alegação da Rússia de que é alvo de ameaças externas não tem fundamento algum. O único país que está ameaçando a segurança da Europa e travando abertamente uma guerra de agressão é a Rússia", completou Marin.

Segundo ela, "cada país tem o direito de tomar suas próprias decisões sobre política externa e de segurança". "Nenhum outro ator pode infringir esse direito. As exigências da Rússia significam que, em sua opinião, a Rússia tem o direito de definir uma esfera de influência para si mesma."

Marin pontuou aos parlamentares que, como membro da aliança militar, "a Finlândia se tornaria parte da defesa coletiva da Otan e das garantias de segurança que a acompanham". "Se a Finlândia for alvo de um ataque, receberemos ajuda. E, inversamente, se outro país da Otan for alvo de um ataque, nós o ajudaremos."

Em comunicado distribuído pelo Ministério de Relações Exteriores da Rússia, o vice-ministro Sergey Riabkov disse que Finlândia e Suécia não "devem ter ilusões de que vamos simplesmente tolerar isso", em referência à possível entrada dos países na Otan.

"Ou seja, o nível geral de tensão militar aumentará e haverá menos previsibilidade nessa área. É uma pena que o bom senso seja sacrificado a algumas ideias fantasmas sobre o que deve ser feito na situação atual", completou, mencionando que o movimento é "outro erro grave com consequências de longo alcance".

Mundo - Folha de S. Paulo

 

quarta-feira, 20 de abril de 2022

PUTIN E XI JINPING,OS DITADORES COM PODERES PARA EXTERMINAR A HUMANIDADE - Sérgio Alves de Oliveira

O mundo entrou em verdadeiro pânico com a brutal invasão da Rússia à Ucrânia, realizada recentemente,principalmente em virtude da “reação” da OTAN, da União Européia e dos Estados Unidos, o que provocou uma resposta de ameaça de uso de armas nucleares pelo ditador russo “travestido” de presidente, Vladimir Putin.[defendemos o entendimento de que a Otan de há muito perdeu o sentido e que no mundo ocorrem várias guerras e nenhuma recebeu, ou recebe, a atenção tão especial dedicada ao conflito da Ucrânia.

Cabe até um chavão: Embora nem todos os olhos sejam azuis, todo sangue é vermelho. ]

O passado da humanidade não permite que se  descarte a eclosão de uma nova,da  terceira guerra mundial,após as “duas”já ocorridas na primeira metade do século passado,a primeira de 1914 a 1918,e a segunda de 1939 a 1945. Mas a grande diferença entre os dois conflitos mundiais do século passado,e o que poderia eventualmente  ocorrer agora  a qualquer momento, reside na “potência” do armamento nuclear disponível.                                            

Inclusive o impacto causado pelas  bombas atômicas lançadas pelos americanos em Nagazaki e Hiroshima,no Japão,no final da Segunda Guerra Mundial,em 1945,que mataram e mutilaram milhares de japoneses,pode ser considerado verdadeiro“brinquedo-de-criança” perto do poder de destruição dos equipamentos nucleares  mais modernos,centenas de vezes mais destrutivos.

Com absoluta certeza nenhum país do mundo com potencial bélico nuclear,fora do eixo comunista,se atreveria a dar o “primeiro” tiro.mesmo porque os naturais “entraves” da democracia exigiriam que tal decisão,se fosse o caso, antes passasse por uma série de “cabeças” da política e do poder militar de cada país. Os “filtros” seriam muitos antes desse primeiro “tiro”. Com certeza isso jamais ocorreria.

Ora, o verdadeiro perigo da ameaça de conflito nuclear que ronda o mundo parece residir bem mais no poder “ditatorial” dos chefes de estado dos maiores países comunistas do mundo, Rússia e China, ficando muito difícil conceber que uma só pessoa tivesse poderes para declarar o “fim do mundo”,sabendo-se que o arsenal armazenado principalmente na Rússia, mais ou menos equivalente ao dos Estados Unidos, daria para destruir o mundo várias vezes. [Não consideramos a eclosão de uma guerra nuclear, pela razão apontada acima = só o arsenal nuclear dos Estados Unidos, bem superior ao russo e ao chinês é suficiente para destruir várias o nosso planeta, o que torna sem sentido o seu uso.
O uso de armamento nuclear de nível tático também não ocorrerá, pelo simples fato da tendência inevitável do aumento diário da potência e logo começará o uso dos mais potentes e ... fim do planeta. Além do mais o conflito tem tudo para se arrastar por meses e meses, com maior prejuízo material e de vidas do lado ucraniano. Só a saída do ex-comediante é que pode reduzir ou mesmo encerrar os combates. 
Abominamos o comunismo, mas entre os dois ditadores e o 'democrata' Biden, temos o entendimento de ser Putin  o mais confiável, o mais conservador e o mais à direita. Biden represente o esquerdismo progressista, a disseminação do aborto, a implantação da sinistra ideologia de gênero e outras aberrações.        
É só conferir os males que ele tem causado aos Estados Unidos e ao mundo em 15 meses de governo e sua vice é  um pouco pior.]

Mas como os dois “lados”  estão devidamente preparados tecnologicamente  para um revide imediato e instantâneo de qualquer ameaça nuclear,mesmo o país agressor,o da “iniciativa”, o do “primeiro tiro”,estaria destinado a ser destruído,como se fossem “tiros-pela-culatra”,ou “recochetes”,atingindo quem dispara,dos seus próprios  mísseis e bombas. A destruição generalizada  seria meramente questão “cronológica”,diferenciada em minutos ou horas.

Outra grande diferença que haveria entre uma nova guerra mundial e as da primeira metade do século passado é que,no segundo caso,apesar de todas as perdas de vida e  danos  materiais , o mundo conseguiu recuperar-se em poucos anos.                                                        

Mas conseguiria o mundo recuperar-se com o que “sobrasse” da terceira guerra mundial? “Viver” no ambiente hostil na “nova natureza”? Como se fosse um planeta inabitável?

Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo


quinta-feira, 7 de abril de 2022

Sérvia e Hungria: Duas vitórias eleitorais para Putin na Europa - Gazeta do Povo

Filipe Figueiredo

Aliados de Vladimir Putin saíram vitoriosos nas duas eleições europeias realizadas no último final de semana
Na Hungria, Viktor Orbán foi reeleito para mais quatro anos como primeiro-ministro, enquanto, na Sérvia, Aleksandar Vucic foi reeleito para um novo mandato de cinco anos na presidência do país. Embora por motivos diferentes e com cada país inserido em um contexto distinto, ambos os governos possuem relações próximas com a Rússia, com vitórias que acenderam alguns alertas pela Europa.

As eleições húngaras foram temas de duas colunas nos últimos seis meses aqui no nosso espaço de política internacional, incluindo a anterior. Explicamos na semana passada que um dos pontos principais da campanha entre a coalizão governista de Orbán e a frente ampla Oposição Unida era a guerra na Ucrânia. O líder da oposição, Peter Márki-Zay acusava Orbán de ser complacente com Vladimir Putin e de agir como “garoto de recados” da Rússia dentro da União Europeia e da OTAN.

O governo Orbán, por sua vez, defende as suas políticas em relação ao conflito como a defesa dos interesses energéticos do país, que importa muito de seu gás natural da Rússia, e manutenção da paz
Acusava a oposição de ser “subordinada” à “políticas belicistas” vindas do estrangeiro ao defenderem, por exemplo, que a Hungria deveria ter maior papel nas sanções contra a Rússia e na coordenação do apoio material aos ucranianos.

Favoritismo e eleitorado
Comentamos também que as pesquisas indicavam favoritismo do governo. Os resultados foram bem mais amplos. Com um comparecimento eleitoral de 69,5% do eleitorado registrado, a coalizão conservadora e nacionalista do Fidesz levou 53,5% dos votos, um crescimento de mais de 4% em relação ao pleito anterior. A oposição ficou com 34,6% dos votos, muito menos do que as pesquisas previam e 12% menos do que a soma dos partidos oposicionistas na eleição anterior.

Com 5,7% dos votos, o Movimento Nossa Pátria, de extrema-direita, vai estrear no parlamento. O partido é formado por ex-integrantes do Jobbik após esse mudar suas posições nacionalistas para uma plataforma mais moderada e pró-UE. O partido promete ser oposição à Orbán, ainda mais à direita que a plataforma do governo. E como a proporção dos votos se traduz na configuração do parlamento? A coalizão de governo terá 135 dos 199 assentos, dois a mais do que antes.

Principalmente, manterá a supermaioria de dois terços, necessária para reformas constitucionais. A Oposição Unida conquistou apenas 56 cadeiras, sete a menos do que a soma dos partidos componentes no parlamento anterior. O mais humilhante para a oposição foi o fato de que Márki-Zay foi derrotado em seu próprio distrito eleitoral, de Hódmezővásárhely, onde é prefeito. O vencedor foi János Lázár, ex-chefe do gabinete de Orbán, com 52,2% dos votos do distrito. Por ser o líder da oposição, Márki-Zay tem direito ao assento no parlamento pela lista do partido.

Fecham o Parlamento as sete cadeiras do Nossa Pátria e uma cadeira para o representante da minoria alemã. Além do início da prevista luta interna na busca por culpados, o pós-eleição foi marcado pelo discurso de vitória de Orbán. Ele afirmou que venceu as eleições lutando contra “uma enorme quantidade de adversários” e que “nunca tivemos tantos adversários ao mesmo tempo"
Dentre os adversários, listou “burocratas de Bruxelas” e o “presidente ucraniano”.

Zelensky e a OSCE
O comentário provavelmente foi o troco por declarações anteriores de Volodymyr Zelensky, afirmando que a Hungria não estava agindo como amiga da Ucrânia. O presidente ucraniano chegou a, retoricamente, perguntar “Viktor, você sabe o que está acontecendo em Mariupol?”, referência ao cerco da cidade portuária por forças russas. Já Putin parabenizou Orbán por sua vitória, afirmando que "apesar da difícil situação internacional, a continuidade da parceria bilateral atende plenamente aos interesses da Rússia e da Hungria."

Na coluna passada, foi mencionado que a Organização para Segurança e Cooperação na Europa enviou uma missão para observar as eleições húngaras. Essa foi apenas a segunda vez na História que a OSCE enviou uma missão para observar as eleições de um país integrante da UE. O relatório preliminar, de 23 páginas com 117 notas diferentes, foi publicado nessa segunda-feira, dia 4 de abril. Ele conclui que o pleito respeitou os procedimentos eleitorais, mas que a disputa não foi balanceada.

Os observadores apontam três aspectos que fizeram a disputa desequilibrada. A falta de transparência dos gastos de campanha; a falta de cobertura independente na imprensa; e, mais grave, que a modificação das regras eleitorais nos últimos anos fez o partido Fidesz se confundir com o aparato de Estado na Hungria. Outros problemas foram a denúncia de tentativa de compra de votos, especialmente visando pessoas roma e a falta de proporção demográfica no registro de candidaturas. O relatório, em inglês, pode ser consultado por qualquer um dos leitores que desejar.

Cruzando a fronteira sul da Hungria, na Sérvia, 58,7% dos eleitores compareceram às urnas e reelegeram Aleksandar Vucic para um novo mandato como presidente. Teoricamente, a Sérvia é um país parlamentarista. Na prática, entretanto, a presidência possui muitos poderes e o país funciona como um semi-presidencialismo, com a primeira-ministra Ana Brnabic indicada pelo presidente e chefiando o gabinete de ministros. O fortalecimento da presidência, inclusive, foi intensificado pelo próprio Vucic. Ele foi premiê de 2014 a 2017, quando foi eleito presidente.

Sérvia e Rússia, “povos irmãos
O candidato governista recebeu 58,5% dos votos, enquanto o segundo colocado, Zdravko Ponos, levou apenas 18,3%. Sua plataforma populista, que soma liberalismo econômico, Estado de bem-estar social e conservadorismo na agenda de costumes, sai menor das eleições, entretanto. Com 120 dos 250 assentos do parlamento, perderam 68 cadeiras comparando com 2020. A eleição foi antecipada por decisão de Vucic, que mantém a maior bancada, embora agora precise de alguma aliança eleitoral para ter maioria.

Em segundo e terceiro lugares ficaram frentes partidárias mistas de oposição, com 37 e 32 cadeiras respectivamente. Outros quatro grupos partidários terão ao menos dez assentos, incluindo a estreia parlamentar do partido conservador monarquista sérvio e um movimento de extrema-direita nacionalista que abertamente reinvidica ligações com as milícias chetniks, que colaboraram com os nazistas durante a Segunda Guerra Mundial e cometeram diversas atrocidades durante as guerras dos anos 1990.

Putin parabenizou Vucic afirmando que “considero que suas ações como chefe de Estado continuam favorecendo um reforço da cooperação estratégica que existe entre nossos países. Sem dúvida, isso é do interesse dos povos irmãos da Rússia e da Sérvia”. Ao falar em “povos irmãos”, Putin invoca a aliança histórica entre russos e sérvios, que remonta ao século XIX e foi intensificada nos últimos anos. Principalmente após a independência do Kosovo, que a Rússia utiliza como argumento para legitimar a separação de regiões habitadas por russos em países vizinhos.

Enquanto em vários países europeus ocorreram manifestações pró-Ucrânia nas ruas, em Belgrado ocorreram as principais, das poucas, demonstrações de apoio externo ao governo russo. A torcida organizada nacionalista do clube Estrela Vermelha exibiu faixas condenando a OTAN pelos bombardeios contra a Sérvia e por sua expansão, enquanto sérvios russófilos realizaram manifestações usando a letra “Z”, associada ao exército russo na Ucrânia, e as bandeiras tricolores, de cores similares, dos dois países.

Os dois resultados eleitorais do final de semana certamente são um alento para Putin. Em meio ao conflito na Ucrânia e a crescente condenação internacional contra seu governo, acompanhada de fortes sanções econômicas, ele sabe que terá dois aliados na Europa por mais alguns anos. Um nos Bálcãs, que certamente passarão por momentos de instabilidade em 2022, com as eleições na Bósnia, e outro no seio da UE e da OTAN. Certamente não é uma situação que agrada o governo de Paris, o que lembra que os franceses vão às urnas no próximo final de semana, tema da nossa próxima coluna.

Filipe Figueiredo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


quinta-feira, 24 de março de 2022

Temor de guerra com a Rússia faz Otan limitar ajuda militar à Ucrânia - Folha de S. Paulo

Aliança repete receita de sanções e aumento de entrega de armas mais leves, além de advertir a China

 Após dias falando grosso, a Otan moderou o tom e manteve um receituário convencional na sua reunião realizada para discutir o primeiro mês da guerra de Vladimir Putin na Ucrânia. "Temos responsabilidade de assegurar que o conflito não escale", disse o secretário-geral da aliança militar, Jens Stoltenberg, sem usar o termo Terceira Guerra Mundial.

Assim, foram repetidos anúncios feitos ao longo das duas últimas semanas. Haverá um incremento no envio de armas mais leves, como mísseis antitanque, à Ucrânia, e mais ajuda financeira a Kiev para tocar seu esforço de guerra.

O esperado protocolo de ação em caso de Putin usar armas de destruição em massa (nucleares, químicas ou biológicas) contra os ucranianos não foi divulgado. O norueguês Stoltenberg apenas repetiu que tal uso causaria risco de contaminação a países da Otan vizinhos à Ucrânia, e que isso "teria grandes consequências".

Foi mais próximo de uma ameaça a Moscou em sua fala, apesar de declarações anteriores mais duras. No mais, a Otan irá enviar a Kiev equipamentos de detecção e descontaminação contra o eventual uso dessas armas, seguindo a ativação de regimentos especializados que os usam em todo o Leste Europeu.

O motivo da cautela é o temor dos membros mais ocidentais da Otan de que a crise possa escalar para um conflito mundial. A Ucrânia é aliada, mas não membro da aliança, mas um ataque a um país do clube ou o envolvimento direto dele nos combates poderia levar, como disse o presidente americano, Joe Biden, à Terceira Guerra Mundial.[o que nenhum país do mundo deseja; uma escalada na guerra atual, localizada e podemos considerar 'administrada', levaria a última guerra mundial = os países ocidentais, para felicidade dos habitantes do planeta Terra, são bem conscientes para não esticar demais a corda. O ex-comediante precisa aceitar que se for necessário o Ocidente o forçará a aceitar uma paz nas condições impostas pela Rússia. 
Entre Zelensky e Putin, este é o mais odiado, mas o que tem condições de impor sua presença ao Ocidente.]

"Seria mais devastador do que agora", disse Stoltenberg, uma obviedade mesmo sem incluir o fato de Rússia e EUA detêm 90% das armas nucleares do mundo - na Otan, França e Reino Unido também têm as suas.

Ainda assim, ele citou algo que irá ser ouvido Moscou: a promessa de colaborar com planejamento de defesa de países como Geórgia, onde Putin lutou uma guerra com sucesso para evitar a entrada da nação na aliança em 2008, e na Bósnia, que se vê ameaçada pelos aliados do russo na Sérvia.

Duas reuniões subsequentes do G7 (grupo de países ricos) e da União Europeia discutirão mais sanções à Rússia, o outro instrumento usado pelo Ocidente e aliados até aqui para pressionar Putin. Biden, por sua vez, desembarcou com uma promessa de receber 100 mil refugiados nos EUA e de doar US$ 1 bilhão em ajuda humanitária a Kiev, que já viu 3,5 milhões de cidadãos fugirem do país.

Antes do começo da reunião, a aliança ouviu por vídeo o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, em seu enésimo pronunciamento para pedir mais ajuda ocidental e alertar para os riscos que a Otan corre.Ele havia trazido como cartão de visitas um ataque inédito a navios russos em um porto ocupado no sul de seu país, enquanto um aliado de Putin, o norte-coreano Kim Jong-un, causou surpresa ao fazer seu maior teste de míssil nuclear capaz de atingir dos EUA até aqui. "Eu tenho certeza de que vocês sabem que a Rússia não pretende parar na Ucrânia. Membros orientais da Otan [serão os próximos]. Estados Bálticos e Polônia, com certeza", disse, atiçando nações do clube militar que mais temem Moscou.

Com efeito, ele não citou o pedido pela implantação de uma zona de exclusão aérea sobre seu país, que equivaleria a uma declaração de guerra à Rússia --e o temor, explicitado por Biden mas não muito compartilhado por exemplo pelos poloneses, de um conflito mundial.

Zelenski lembrou, contudo, a rejeição dos EUA à oferta de Varsóvia de entregar jatos de combate MiG-29 para Kiev. "Vocês podem nos dar 1% dos seus aviões, Um por cento de seus tanques. Um por cento!", falou, lembrando a necessidade de sistemas antiaéreos mais potentes.

A aliança tem 3.890 caças e aviões de ataque e 9.460 tanques de guerra principais. Antes da guerra, a Ucrânia tinha 116 jatos de combate e 858 tanques, e a Rússia, 1.021 e 3.300, respectivamente, segundo o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos. Por óbvio, os números dos dois beligerantes já mudaram.

O ucraniano não falou sobre a questão da entrada de seu país na Otan, possibilidade que é motivo central declarado por Putin para sua guerra. Ele já admitiu que isso não deve ocorrer, ainda que Stoltenberg tenha citado que a política de "portas abertas" da aliança segue valendo. Até aqui, a Otan manteve um fluxo de armas para a guerrilha empreendida por Kiev: mísseis antitanque e antiaéreos portáteis, de fácil manuseio e boa eficácia.

Stoltenberg seguiu o que Biden fizera na semana passada e advertiu a China a não apoiar, nem militarmente, nem economicamente, a aliada Rússia na guerra. Não elaborou, contudo, sobre quais sanções Pequim enfrentaria neste caso.[a duvida é: será que a China está considerando as ameaças do representante da Otan?]

Ele reafirmou que a Otan deverá dobrar a capacidade militar no seu flanco leste, que hoje tem cerca de 40 mil soldados sob comando da aliança. Falou em aumentar o número de unidades multinacionais com novas bases na Bulgária, Eslováquia e Romênia. Citou a presença de dois grupos de porta-aviões, um britânico e outro norte-americano, nas águas em torno do continente, e prometeu mobilizar mais caças e sistemas antiaéreos.

Ele, que deixaria o cargo que ocupa desde 2014 neste ano e teve o mandato prorrogado até setembro do ano que vem, não deu números ou prazos exatos para esses movimentos, que alimentarão o discurso de Putin de que o Ocidente está tentando cercar a Rússia desde que expandiu-se sobre o antigo espaço da União Soviética após o fim da Guerra Fria, há 30 anos.

O Kremlin ainda não fez comentários. Na quarta (23), uma reunião do seu Conselho de Segurança foi coalhada de falas duras, com o ex-presidente Dmitri Medvedev ameaçando o Ocidente com uma escalada, talvez nuclear. O tema está na praça por cortesia de Putin. Cinco dias antes da guerra, ele comandou um grande exercício de forças estratégicas, e seu pronunciamento anunciando a invasão sugeriu que quem se intrometesse no conflito poderia sofrer um ataque atômico. Três dias depois do início das hostilidades, colocou suas forças nucleares em prontidão.O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, repetiu a doutrina nuclear russa à rede CNN na terça: se houver um risco existencial, e um confronto com a Otan, o botão atômico pode ser acionado. 

Mundo - Folha de S. Paulo/UOL


terça-feira, 22 de março de 2022

Rússia acusa EUA de banditismo; Biden prepara caso contra Putin na Otan - Folha de S.Paulo

Americano fala em ataques químicos e cibernéticos e critica Índia por não condenar Moscou

Quase um mês após a invasão russa da Ucrânia, a guerra diplomática entre o Kremlin e os Estados Unidos subiu vários degraus às vésperas do encontro dos líderes da Otan (aliança militar ocidental), na quinta (24).

Após ter sido acusado de preparar ataques hacker contra empresas americanas e de tramar o uso de armas químicas contra alvos ucranianos pelo presidente Joe Biden, o Kremlin disse que o governo americano adota o "banditismo" nas relações internacionais.

Ruína de shopping atacado em Kiev pelos russos - Fadel Sena/AFP

 Biden havia feito suas acusações, já um tom acima do usual por serem tratadas como certezas e não especulações, na noite de segunda (22). Nesta terça, veio a reação do Kremlin. "Diferentemente de muitos países ocidentais, incluindo os EUA, a Rússia não se envolve com banditismo no nível estatal", afirmou o porta-voz Dmitri Peskov.

O caso das armas de destruição em massa tem ganhado corpo. A Rússia acusa os EUA de montar uma rede de laboratórios para estudar agentes biológicos na Ucrânia, sem provas. Já a Casa Branca e a Otan afirmam que isso é uma desculpa usada pelos russos para eventualmente usar armamentos, químicos no caso, na guerra.

Isso ocorreria, especulam analistas ocidentais, devido à percebida dificuldade de Putin em vencer a guerra com rapidez. A este ponto, a ofensiva generalizada está parada em volta de algumas cidades principais, como Kiev, embora mantenha a iniciativa em pontos como o sul do país.

Para o Instituto de Estudos da Guerra, ONG de Washington, os russos já estão inclusive assumindo posições defensivas em alguns locais, o que sugere a vontade de tentar ganhar a guerra pelo atrito, destruindo as forças numericamente inferiores de Kiev.

Nesse cenário, especula-se o uso de uma arma química ou mesmo de uma bomba nuclear tática, de baixa potência, para subjugar a Ucrânia. Membros orientais da Otan, como a Polônia, dizem que isso seria inaceitável e obrigaria uma intervenção. [Alguém precisa lembrar aos poloneses que eles não podem, nem devem, fazer ameaças vazias em relação supostas ações russas  - qualquer intervenção da Otan ou de qualquer outro país pode levar a uma reação russa, que pode ser iniciada com bomba nuclear tática  e após iniciada, evoluir para o uso de armas nucleares transportadas por ICBM; felizmente, a alta cúpula da Otan, tem usado o bom senso e executando uma política de não efetuar nenhuma ação militar - a 1ªGuerra Mundial se iniciou com um atentado contra um arquiduque; O uso de bomba nuclear tática pode ser o estopim para a 3ª Guerra Mundial - com o uso de artefatos nucleares,  que a tornará a ÚLTIMA Guerra Mundial.  O atentado de Saravejo pode

Até aqui, a aliança só está fornecendo armas e dinheiro a Kiev. Pedidos para fechamento do espaço aéreo ou de envio de caças foram negados, sob a alegação de que isso seria visto como uma declaração de guerra aos russos. E isso poderia evoluir para um conflito mundial entre potências nucleares.

Seja como for, a pressão interna na Otan está grande. Com os alertas de Biden, é possível antever que a reunião da quinta em Bruxelas, à qual ele iria comparecer pessoalmente, deverá fazer uma ameaça mais clara ao Kremlin, tentando delimitar as ações de Putin. É incerto que isso funcione. [só o senhor Biden e o ex-comediante ucraniano não conseguem entender que ameaças que não podem ser cumpridas, não trarão a PAZ. É necessário que o senhor Zelensky seja compelido a negociar e aceite os termos propostos. Os caprichos do senhor Biden e do senhor Zelensky não valem a destruição da Terra.]

Também nesta terça, Peskov foi pessimista acerca do andamento das negociações com Kiev, dizendo que a Ucrânia precisa ser "maes ativa e substantiva" nas conversas.

Os tremores secundários da crise seguem por todo o mundo. No evento empresarial em que alertou sobre o risco de guerra cibernética e química, Biden admitiu que a aliada Índia está reticente em agir contra o Kremlin.

EUA, Índia, Austrália e Japão compõem a aliança Quad, que visa conter a expansão chinesa no Indo-Pacífico. Há duas semanas, o grupo se reuniu e advertiu Pequim de que não olhasse para a ilha autônoma de Taiwan da mesma forma como Putin olhou para a Ucrânia.

A reincorporação de Taiwan, pacificamente ou à força, é parte da política de Estado chinesa. E o governo de Xi Jinping é o maior aliado da Rússia, embora tenha adotado cautela máxima na crise, buscando auferir os louros de uma solução pacífica. Biden disse que a resposta do Quad incluiu Japão e Austrália como "bastante fortes" em relação a Putin, enquanto a Índia "está algo instável" -Nova Déli não condenou a guerra. Os indianos são os maiores clientes de armas russas no mundo, ficando com 28% das exportações de Moscou no setor de 2017 a 2021, e com isso mantêm o discurso de independência.

Só que a aliança com os EUA está afunilando as coisas, em especial porque a Índia tem contenciosos fronteiriços e econômicos com a China. A saída americana do Afeganistão também explicitou o balé regional, já que o Paquistão é o maior aliado de Pequim na Ásia e tem fortes interesses no renovado regime do Talibã.  Por fim, o Japão criticou duramente a Rússia por ter deixado as negociações de paz, que se arrastam desde o fim da Segunda Guerra Mundial, acerca do status das disputadas ilhas Kurilas, em parte tomadas pelos soviéticos. O Kremlin diz que a adoção de sanções ocidentais pelos japoneses impede a continuidade das conversas.

Mundo - Folha de S. Paulo


segunda-feira, 21 de março de 2022

OS PONTOS DE NEGOCIAÇÃO DA UCRÂNIA - Isabel Van Brugen, em Epoch Times

O presidente krainiano, Volodymyr Zelensky, em um discurso na quinta-feira delineou as principais prioridades do país para as negociações de paz com a Rússia. “As negociações estão em andamento. Negociações pelo bem da Ucrânia”, disse Zelensky. “Minhas prioridades nas negociações são absolutamente claras: o fim da guerra, garantias de segurança, soberania, restauração da integridade territorial, garantias reais para nosso país, proteção real para nosso país”, disse ele. [comentando: entendemos que o senhor Zelensky precisa, pelo bem do seu país e dos ainda seus governados, entender que a Ucrânia está perdendo a guerra - a Rússia, potência invasora, é quem dita o ritmo das operações, especialmente, por a Ucrânia ter praticamente ZERO em termos de capacidade  contraofensiva. A Rússia pode diminuir, ou mesmo parar, o ritmo de bombardeios de artilharia, do avanço de tropas, não correndo o risco de uma contraofensiva. O presidente ucraniano precisa aceitar que está sozinho nessa guerra - seus 'aliados' não lhe fornecem o  mais necessário.

IMPORTANTE: a mídia, incluindo a militante pró esquerdismo progressista, começa a diminuir o ritmo da cobertura. 
É questão de tempo, entendemos, que a tão noticiada guerra Rússia x Ucrânia, loca esteja recebendo a cobertura das guerras que ocorrem há anos no Iémen, Somália, Etiópia e outras =  esquecidas.]

Seus comentários vêm depois que Mykhailo Podoliyak, conselheiro de Zelensky e um dos representantes da Ucrânia nas negociações de cessar-fogo Rússia-Ucrânia, sinalizou que os dois países parecem ter encontrado algum terreno comum em meio às negociações. "A única coisa que confirmamos neste estágio é um cessar-fogo, a retirada das tropas russas e garantias de segurança de vários países”, escreveu ele em um post no Twitter, incentivando um diálogo direto entre Zelensky e o presidente russo, Vladimir Putin.

Putin lançou uma invasão em grande escala contra a Ucrânia em 24 de fevereiro, descrevendo-a como uma “operação militar especial”. Três semanas depois, o Ministério da Defesa da Grã-Bretanha disse em uma atualização de inteligência que a ofensiva “em grande parte parou em todas as frentes”.

As forças russas fizeram progressos mínimos em terra, mar ou ar nos últimos dias e continuam a sofrer pesadas perdas, enquanto a resistência ucraniana permanece firme e bem coordenada, disse a atualização. “A grande maioria do território ucraniano, incluindo todas as grandes cidades, permanece em mãos ucranianas”, disse o ministério.

Podoliyak confirmou a autenticidade de um esboço de acordo de cessar-fogo relatado pelo Financial Times, mas disse que representa apenas a posição do lado russo.

Zelensky sinalizou na terça-feira que a Ucrânia não espera ingressar na Otan, uma preocupação crítica russa que foi usada para justificar a invasão. “A Ucrânia não é membro da OTAN. Nós entendemos isso. Ouvimos há anos que as portas estavam abertas, mas também ouvimos que não poderíamos participar. É uma verdade e deve ser reconhecida”, disse Zelensky durante um discurso por videoconferência aos líderes da Força Expedicionária Conjunta liderada pelo Reino Unido.

“Estou feliz que nosso pessoal esteja começando a entender isso e confiar em si mesmo e em nossos parceiros que nos ajudam”, acrescentou Zelensky. Zelensky, em seu discurso na quinta-feira, também agradeceu aos Estados Unidos por emprestar “forte apoio” em meio à invasão. O presidente Joe Biden anunciou na quarta-feira um adicional de US$ 800 milhões em assistência de segurança à Ucrânia.

“Sou grato ao presidente Biden por isso. Sou grato pela liderança que uniu o mundo democrático”, disse ele.

*        Allen Zhong contribuiu para este relatório.

**      Isabel van Brugen é uma jornalista premiada e atualmente repórter do Epoch Times. Mestre em jornalismo de imprensa escrita, pela City University of London.

Transcrito do site Percival Puggina  

 

sexta-feira, 18 de março de 2022

Nos bastidores da guerra, China move peças para se fortalecer contra EUA

Em meio a mortes e destruição na Ucrânia, potência amplia poder de influência no embate com os americanos pela hegemonia mundial

Quase um mês depois de as tropas de Vladimir Putin invadirem a Ucrânia e desencadearem a maior ação militar em solo europeu desde a II Guerra Mundial, as peças do intrincado xadrez geopolítico global se movem em velocidade espantosa, desenhando uma nova configuração de poder. A Rússia, à custa de morte e destruição, tenta sacudir a irrelevância a que foi relegada com o fim da União Soviética, em 1991. A Europa superou as diferenças internas para se unir contra a sanha expansionista russa, impondo duríssimas sanções ao governo de Moscou e acionando uma rede de abrigo aos ucranianos em fuga. [sanções que na prática nada significam - um único exemplo: os alemães dizem que não comprarão mais o  petróleo russo, só que não respondem à questão: quem vai fornecer petróleo para substituir o óleo russo? O petróleo que os Estados Unidos liberaram, ou estão prometendo liberar, não é suficiente para consumo de um dia.] reeditaram seu enferrujado protagonismo internacional, reforçando a aliança militar ocidental, a Otan, e destinando mais de 13,6 bilhões de dólares em ajuda a Kiev. E a China, onde entra nisso? Potência econômica em permanente expansão, com interesses espalhados pelos quatro cantos do globo, ela se equilibra no ela se equilibra no muro da neutralidade dúbia e movediça, sabendo que, se mover as peças com habilidade, como tem feito, é quem mais tirará vantagem do novo cenário. 
 
[O mundo espera que o presidente PIDÃO - o ucraniano que arranja guerras para outros combaterem - e o presidente  SENIL fracassem na tentativa de envolver a China no conflito Rússia x Ucrânia.
O ex-comediante quer a qualquer custo que outros países se envolvam no conflito que ele provocou - confiando que os aliados discurseiros guerreariam por ele.  
Nossos leitores conhecem nossa radical posição anticomunista,  mas  também sabem que na conjuntura atual a liderança do Biden é nefasta para adoção de políticas de VALORIZAÇÃO DA VIDA, da FAMÍLIA, da ORDEM, etc. Aquele vetusto senhor defende práticas como aborto, ideologia de gênero, desvalorização da autoridade policial e estrepolias do tipo.
É impositivo que todos os países do mundo tenham em conta que a Rússia - queiramos ou não - é uma potência nuclear. Se as lideranças mundiais continuarem dando atenção do ex-comediante que preside a Ucrânia, a coisa vai complica e não adianta mais armar a Otan, a Rússia, a Ucrânia, os Estados Unidos. Todos já possuem armas em demasia e partindo para o confronto nuclear uma fração do que possuem é suficiente para acabar com o planeta Terra.
Temos que ter em conta que a Ucrânia tem o apoio VERBAL, e talvez financeiro, psicológico de grande parte do mundo, mas o outro lado é uma POTÊNCIA NUCLEAR  - com capacidade para destruir várias vezes o mundo.
SENHORES LÍDERES MUNDIAIS - RESPONSABILIDADE E ENTENDIMENTO que o PODER NUCLEAR NÃO É PARA SER USADO EM ÂMBITO MUNDIAL, quando muito pode ser usado em áreas restritas, o que na conjuntura atual é impossível.
Exijam que a Ucrânia desista de integrar a Otan, dispense os serviços do senhor Zelensky, reconheça a independência da Crimeia e demais territórios separatistas e deixem o MUNDO VIVER EM PAZ.]

Antes de jogar no lixo séculos de avanço civilizatório e atacar a Ucrânia, Putin tratou de estrategicamente reforçar os laços com a China, o grande pilar do lado Oriental capaz de lhe dar guarida contra as forças do Ocidente. Único líder de peso a prestigiar a abertura da Olimpíada de Inverno de Pequim, em fevereiro, ele aproveitou o palco para formar dupla com o presidente Xi Jinping. Os dois tiveram “discussões calorosas” e condenaram “a interferência de forças externas em assuntos de países soberanos”. A amizade entre Rússia e China “não tem limites”, afirmou Xi. Àquela altura, as tropas russas já contornavam a fronteira ucraniana, mas o governo chinês, da mesma forma que a maioria dos analistas, devia achar que o bote, se fosse dado, seria rápido e certeiro considerada a imensa superioridade militar. O que se viu, no entanto, foi uma resistência feroz, aliada a um eficiente fluxo de mísseis, drones e equipamentos supridos pelo Ocidente, que freou o avanço dos invasores.

Ao mesmo tempo, europeus e americanos estrangularam a economia russa fechando os bancos e instituições financeiras a todo tipo de transação com o país, congelaram suas reservas, empreenderam uma cruzada contra os oligarcas bilionários que sustentam o regime e cortaram o fornecimento de produtos cruciais, como chips e equipamentos da indústria petrolífera. Quase todas as grandes marcas internacionais, do McDonald’s à Shell saíram da Rússia, unindo-se à indignação contra a invasão (leia a coluna de Vilma Gryzinski Diante da inesperada reação, a China, mais que depressa, tratou de corrigir sua rota, se movimentando com mestria em seu próprio xadrez chinês — o jogo de tabuleiro que envolve uma batalha tática.

A posição de Pequim, por ora, é não se comprometer com nenhum lado. O Ministério das Relações Exteriores declarou que a Ucrânia tem direito à soberania sobre seu território, mas simultaneamente se recusou a censurar a Rússia na Assembleia-­Geral da ONU. “O pragmatismo da diplomacia chinesa é antigo, vem desde os tempos de Mao Tsé-tung”, lembra Jude Blanchette, especialista do Center for Strategic and International Studies, de Washington. O chanceler Wang Yi garantiu que seu país vai respeitar as sanções internacionais contra a Rússia, mas a operadora de cartões chinesa UnionPay está pronta para ocupar 

(...)

A China é uma potência industrial, mas carece de recursos naturais. A Rússia é o exato oposto. A aproximação entre os dois traz para a China a vantagem extra de ter onde comprar armas, um dos poucos setores em que a Rússia mantém superioridade. Até pouco tempo atrás, Moscou relutava em fornecer aos chineses, notórios copiadores de projetos alheios, mas agora a situação mudou. “Com boa parte do mundo unida para punir a Rússia, a economia já sofre um duro golpe, e o apoio econômico da China é fundamental”, diz Helena Legarda, analista do Mercator Institute for China Studies, com sede em Berlim. Enquanto assume cautelosamente a posição de salvadora da pátria russa, a China trabalha para manter intacta sua ponte para a Europa, cuidadosamente construída por Xi Jinping. Ao longo da última década, os chineses investiram pesado na expansão de empresas para o pujante mercado europeu. “Para assumir a dianteira da globalização, a China sabe que precisa de uma economia aberta e integrada”, avalia Salvatore Babones, sociólogo da Universidade de Sidney.

No rearranjo do tabuleiro mundial, a Europa surge como peça fundamental entre o Ocidente e o Oriente. Os bombardeios incessantes sobre a Ucrânia, que arrasaram cidades como Mariupol e Kharkiv, chegaram nos últimos dias à capital, Kiev, atingindo prédios e aterrorizando civis. O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, depois de pedir admissão imediata na Otan — o que por um lado lhe daria tremendo poderio bélico e, por outro, poderia desencadear a III Guerra Mundial —, admitiu que seu país provavelmente nunca entrará na aliança, o que atende a uma das principais exigências russas. “Passamos anos ouvindo que a porta estava aberta, mas agora dizem que não podemos entrar. E é verdade”, falou Zelensky, pouco antes de trilhar mais uma etapa de seu périplo virtual pelos Parlamentos aliados, desta vez dirigindo um dramático apelo por mais armas e mais ajuda aos congressistas americanos reunidos na Casa Branca.

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quarta-feira, 16 de março de 2022

Rússia diz que acordo sobre neutralidade está próximo: Ucrânia desistiria da Otan, mas manteria Forças Armadas - O Globo

Moscou divulga sua versão detalhada sobre o andar das negociações e indica aceitar que vizinho mantenha suas armas. Kiev pede garantias de segurança do Ocidente

Detalhes importantes das condições de um possível acordo de paz que encerre a guerra entre Rússia e Ucrânia vieram a público nesta quarta-feira, quando autoridades russas indicaram estar dispostas a aceitar que a Ucrânia mantenha as próprias Forças Armadas para a autodefesa, contanto que o país se comprometa a desistir da aspiração de se juntar à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

A Rússia está disposta a aceitar que a Ucrânia adote um modelo comparável ao da Áustria e da Suécia, disse o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov. O país disporia de Forças Armadas para se defender de agressões, mas se declararia neutro em futuros conflitos, comprometendo-se a não se unir a nenhuma aliança militar e não sediar bases militares estrangeiras. — O status neutro agora está sendo seriamente discutido junto, é claro, de garantias de segurança — disse Lavrov à BBC russa nesta quarta. — Agora isso está sob discussão nas negociações… Há formulações absolutamente específicas e, na minha opinião, um acordo sobre elas está próximo.

Lavrov disse que "o clima de diálogo que começou a surgir nos dá esperança de que possamos concordar especificamente sobre esse tópico". — Embora esteja claro que o problema é muito mais amplo, se pudermos proclamar neutralidade e declarar garantias, será um avanço significativo.

As informações mais específicas foram oferecidas por Vladimir Medinsky, o principal negociador da Rússia, que disse à TV estatal russa: — A Ucrânia está oferecendo uma versão austríaca ou sueca de um Estado desmilitarizado neutro, mas ao mesmo tempo um estado com seu próprio Exército e Marinha.

Desde o início da invasão, a Rússia aponta a neutralidade e a desmilitarização da Ucrânia como condições para o fim da guerra. O termo neutralidade é muito abrangente e inclui desde países que não têm Forças Armadas, como a Costa Rica, a outros que têm Exército, como a Áustria e a Suécia. Agora, a Rússia indica estar disposta a aceitar que a Ucrânia mantenha seu Exército, entendendo a neutralidade armada como uma forma de desmilitarização.

Modelo potencial
A Áustria, que a Rússia agora cita como um modelo potencial, tem um compromisso com a neutralidade desde 1955, obrigação que está consagrada em sua Constituição. Segundo ela, a Áustria não pode se unir a uma aliança militar, permitir o estabelecimento de bases estrangeiras ou participar em guerras.

Por outro lado, a Áustria tem Forças Armadas, com 22 mil soldados na ativa e 945 mil na reserva. As principais missões constitucionais delas são proteger as instituições constitucionalmente estabelecidas e as liberdades democráticas da população (o que inclui se defender de ameaças externas), manter a ordem e a segurança dentro do país e prestar assistência em caso de catástrofes naturais e desastres de magnitude excepcional.

Nas décadas desde a assinatura do tratado, a Áustria seguiu uma política de “neutralidade ativa”, principalmente sediando reuniões entre o Leste e o Oeste, como visto recentemente nas discussões que ocorrem em Viena para retomar um acordo nuclear com o Irã. As Forças Armadas austríacas também participaram de operações de manutenção da paz da ONU após uma reforma constitucional em 1997.

Já a Suécia abandonou um período de quase 200 anos de neutralidade militar oficial em 2009, quando assinou tratados de autodefesa mútua com a União Europeia e com países nórdicos. Mesmo assim, o país continuou a se comportar como um país neutro e não alinhado. Após a invasão da Ucrânia, autoridades suecas sinalizaram considerar aderir à Otan, possibilidade descartada por sua premier.

Na terça-feira, os países realizaram mais uma rodada oficial de negociações. Após Lavrov, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que “esta é uma variante que está sendo discutida e que pode realmente ser vista como um compromisso”. Peskov disse que ainda é cedo para prever um acordo entre as partes. — O trabalho é difícil e, na situação atual, o próprio fato de (as negociações) continuarem é provavelmente positivo.

A Ucrânia várias vezes indicou estar disposta a desistir da entrada da Otan, contanto que receba garantias de segurança. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky — que, na terça-feira, deu um dos mais explícitos sinais de que pode desistir da intenção de se unir à aliança —, também disse que as negociações avançam, mas um acordo ainda não é iminente: — As reuniões continuam e, estou informado, as posições durante as negociações já parecem mais realistas. Mas ainda é necessário tempo para que as decisões sejam do interesse da Ucrânia — disse Zelensky.

[comentando: nos parece que  o caminho para uma PAZ DURADOURA começa  com a desistência total da Ucrânia de se associar à Otan.
Com adição de mais algumas condições inegociáveis: renúncia imediata de Volodymyr Zelensky - responsável direto pelas mortes de milhares de ucranianos e russos, ao criar uma guerra para outros países guerrearem; 
 - adoção de uma neutralidade nos moldes da adotada pela Suécia; e
- não adoção dos tais "estados garantidores" = a conduta adotada pelo  ex-comediante Zelensky - arranjar guerras, para outros países combaterem - não recomenda que haja espaço para repetição. O próprio entendimento do Podolyak, negociador-chefe,  deixa claro que para os ucranianos qualquer encrenca em que a Ucrânia se envolva, deve ter apoio compulsório de outros países.] 
 

Estados garantidores
O negociador-chefe ucraniano, Mykhailo Podolyak, disse que um modelo de garantias de segurança juridicamente vinculantes que ofereceriam proteção à Ucrânia por um grupo de aliados no caso de um ataque futuro estava "na mesa de negociações". “O que isso significa? Um acordo rígido com vários Estados garantidores assumindo obrigações legais claras para prevenir ativamente os ataques", disse no Twitter. 

Podolyak evitou comparações com o modelo de outros países. "A Ucrânia está em uma guerra direta com a Rússia. Portanto, o modelo só pode ser 'ucraniano' e apenas com base em garantias sólidas em termos de segurança", afirmou. Ele disse ainda também os signatários deveriam se comprometer com uma intervenção em caso de agressão contra a Ucrânia, em uma crítica à ajuda recebida."Isto significa que os signatários das garantias não podem ficar à margem em caso de ataque contra a Ucrânia como acontece hoje e que participarão ativamente no conflito do lado ucraniano e fornecerão imediatamente as armas necessárias",  disse Podolyak.

Mundo - O Globo
 


terça-feira, 15 de março de 2022

Guerra na Ucrânia: Rússia impõe sanções contra Joe Biden

O Globo e agências internacionais

Secretário de Estado, secretário de Defesa, conselheiro de segurança nacional e chefe da CIA também serão afetados
 
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia informou nesta terça-feira que colocou o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, e 12 altos funcionários americanos em uma “lista de impedimentos”, que os proíbe de entrar no país.

Leia também: Em viagem considerada de alto risco, líderes da Polônia, República Tcheca e Eslovênia chegaram em Kiev para se encontrar com Zelensky

Ao lado de Biden, as autoridades dos EUA na lista incluíam o secretário de Defesa Lloyd Austin, o chefe da CIA William Burns, o conselheiro de segurança nacional Jake Sullivan e a ex-secretária de Estado e candidata presidencial Hillary Clinton.

Segundo o comunicado, a ação se deu “em resposta a uma série de sanções sem precedentes”. As medidas, no entanto, pareciam ser principalmente simbólicas, pois o Ministério afirmou que manteria relações oficiais e que, se necessário, garantiria que contatos de alto nível com as pessoas da lista ocorressem.

Zelensky:  Presidente da Ucrânia sinaliza que país não entrará na Otan

“A partir de 15 de março deste ano, a 'lista proibida' russa inclui, com base na reciprocidade, o presidente Joe Biden, o secretário de Estado A. Blinken, o secretário de Defesa L. Austin e o presidente da o Estado-maior Conjunto M. Milley, bem como vários chefes de departamento e figuras americanas conhecidas”, anunciou.

Mundo - O Globo


terça-feira, 8 de março de 2022

É possível esperar imparcialidade do interventor-chefe das eleições presidenciais? - VOZES

J. R. Guzzo    Últimas

Decisão do ministro Edson Fachin, do STF, anulou as condenações do ex-presidente Lula.

O ministro Edson Fachin, como é do conhecimento geral, nomeou a si próprio para o cargo de interventor-chefe nas eleições presidenciais de 2022
Fachin preside, por sistema de rotação, o serviço administrativo que organiza as seções eleitorais, a convocação de mesários e a contagem dos votos – e que foi transformado, por desvio de função, num órgão político que pretende mandar na eleição. É um despropósito. 

 
O ministro Edson Fachin, do STF, é presidente do TSE - Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Com o apoio reverente da mídia, e o aplauso interesseiro dos partidos de “esquerda”, o ministro e o seu Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estão exercendo atribuições que não existem em nenhuma democracia séria do mundo – e a sua atuação, como ocorreu no caso do ministro Luís Roberto Barroso, está sendo o principal fator de tumulto na sucessão presidencial.

A última ofensiva de Fachin foi um desafio aberto ao Congresso Nacional. Ele avisou, muito simplesmente, que de duas uma: ou o Congresso aprova uma lei, do agrado do TSE, para “alinhar” junto às demais plataformas digitais um serviço que não joga pelas regras do ministro, ou o STF vai impor a sua própria decisão a respeito.

Mais países querem entrar na União Europeia e Otan. O tiro da Rússia saiu pela culatra?
Por que a Ucrânia é tão importante para a guerra religiosa de Putin

É a história de sempre. Se o que o Congresso decide contar com a aprovação dos onze ministros, o tribunal sempre declara que não pode “interferir” nos “atos do legislativo” – como acaba de ocorrer no caso do infame Fundo Eleitoral” de quase 5 bilhões de reais que os políticos deram de presente a si mesmos para estas eleições. Se o Supremo não gosta da decisão, essa conversa é esquecida na hora – aí o atual gestor do TSE se julga no direito de intervir do jeito que quiser.

Fachin veio com uma aberração mental de primeira grandeza para explicar o seu “cala boca” ao Congresso. O Brasil, disse ele, é “uma democracia”, e sendo uma democracia, tem “o direito democrático” a ser exercido pelo STF, é claro – de passar por cima do poder legislativo em “defesa” dessa mesma democracia. Não passou pela sua cabeça que a democracia, segundo está dito na Constituição brasileira, tem de funcionar segundo as instituições.  
Ele acha que tem de funcionar segundo os desejos do Supremo. 
Todo mundo parece ter achado que isso é muito normal.

Prisão em segunda instância

Fachin, há pouco, fez declarações absolutamente incompreensíveis, e sem fundamento nenhum, sobre “ataques” da “Rússia” e da “Macedônia do Norte” contra o TSE e conseguiu ser mais incompreensível ainda com a sua tentativa de desmentir o que tinha acabado de dizer. O ministro não esclareceu a quem, exatamente, essa interferência russa ou macedônia iria favorecer na eleição de outubro. Mas, pelo cheiro da brilhantina, não é preciso ser nenhum Sherlock Holmes para ver o que ele está querendo dizer.

Fachin é o responsável direto pela candidatura de Lula à presidência da República – foi ele que tomou a decisão, sem precedentes no direito brasileiro, de anular com uma desculpazinha processual de advogado de porta de cadeia as quatro ações penais que condenaram Lula por corrupção e lavagem de dinheiro. Com isso, e só por isso, ele recuperou a condição legal para ser candidato.

Qual é a imparcialidade que se pode esperar de Fachin, do TSE e do Supremo como fiscais das próximas eleições?

J. R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo  - VOZES


sábado, 5 de março de 2022

É MEDO OU CONLUIO DA ONU COM A RÚSSIA? - Sérgio Alves de Oliveira

Sobre a invasão do território da Ucrânia pelas forças armadas russas, iniciada em 24 de fevereiro de 2022, e a  omissão prática da ONU, a primeira questão a ser levantada é saber quem nesse episódio foi o mais COVARDE, se a Rússia que atacou a Ucrânia, ou a ONU que não a defendeu como deveria, segundo as suas próprias normas. 
 
Ora, a “punição” decretada tanto pelo Conselho de Segurança, quanto pela Assembleia Geral da ONU, convocada extraordinariamente, em virtude da invasão militar/armada que a Rússia procedeu na Ucrânia, não passou de mera “recomendação” para que os russos  parassem a invasão e se retirassem das terras invadidas ilicitamente.

Mas essa “punição” (recomendação), não passou de uma “punição” tipo “faz-de-conta”, muito mais branda do que seria uma eventual  “punição” de  jogar “pétalas-de-rosa” no caminho das truculentas tropas e blindados russos,por exemplo.

 [faltou incluir o verdadeiro covarde = o ex-animador de auditório, que ainda preside o território da Ucrânia. Referido cidadão se torna por um golpe de sorte, azar dos ucranianos, presidente da Ucrânia e na busca de visibilidade resolve integrar a OTAN - sem nada que justifique a integração pretendida. 
Diante da omissão da Otan - instituição esquecida por muitos anos - e da reação contrária da Rússia, o distinto Zelenski, desprovido de escrúpulos, encontrou os  meios de forçar a Rússia a efetuar uma operação militar especial,  'surgindo'  uma guerra na qual o presidente  ucraniano além das forças do seu país só tem palavrórios, discursos vazios, prometendo ajuda.
Usa covardemente o povo ucraniano, para atender seus anseios imperialistas. Crime dos ucranianos: VOTAR ERRADO. (Quanto a ONU sua existência é tão sem sentido quanto algumas instituições - no Brasil e no mundo.)] 

Por isso fica evidenciado que a “defesa” da Ucrânia pela ONU não passou de uma “defesa” “fake news”,para “inglês ver”,como se diria,e que em última análise se constituiu  numa espécie de “aprovação” disfarçada dessa estúpida invasão,tentando enganar todo o mundo no sentido contrário,ou seja,de que estaria usando de todos os meios possíveis para restabelecer  a paz.

Qualquer estudante de direito aprenderia já  na primeira aula de direito penal que o crime tanto pode ser por “ação”,quanto por “omissão”. O mesmo princípio, evidentemente, se aplica no direito internacional. Por isso a ONU agiu “criminosamente”, por omissão,ao não observar a própria Carta das Nações Unidas,como deveria.

A “punição” da ONU se limitou a consentir nos bloqueios e boicotes  políticos, econômicos e comerciais aos interesses russos. Para tanto recorreu ao disposto no artigo 41 da Carta das Nações Unidas, mas que não “funcionaram” ,como deveriam, no sentido de afastar as tropas russas do território da Ucrânia,mas que,ao contrário,continuaram avançando sem tréguas território adentro. Como “bom” ex-KGB, Putin não deu ouvidos à ONU, embora o seu país seja um dos membros, inclusive integrante do Conselho Permanente  de Segurança da organização.

Por tudo isso a obrigação da ONU deveria ter  sido recorrer imediatamente ao artigo seguinte da “Carta”,o “42”, determinando o imediato emprego de força armada para tal fim: (art.42) “ No caso do Conselho de Segurança concluir que as medidas previstas no artigo 41 seriam, ou demonstraram que são inadequadas, poderá levar a efeito por meio de forças aéreas, navais e terrestres, a ação que julgar necessária para manter ou restabelecer a paz e a segurança internacionais”. [a menção pelo ilustre articulista do artigo 42, nos faz lembrar que dispositivos legais terminando pela dezena 42, tipo artigo 142 da CF, são sempre de aplicação complicada, evitada. 
No caso da ONU o risco, o receio é que o uso de forças aéreas, navais e terrestres contra uma potência nuclear pode ter resultados altamente negativos. Para aumentar os riscos do já perigoso, a abundância de usinas nucleares na Ucrânia, torna complicado o emprego até de artilharia pesada ou uso de bombas convencionais.]

Seria a ONU,por conseguinte, mais um organismo internacional “inchado”, ”aparelhado” pela esquerda, marxismo cultural, ou progressismo,tomando partido, dissimuladamente, disfarçadamente, nessa “peleia” entre a Rússia e a Ucrânia,”fingindo”a busca da “paz internacional”,porém sem usar os métodos autorizados na própria “Carta”? [PARABÉNS !!! ao ilustre Sérgio pela forma magistral com que definiu a ONU, deixando claro a inutilidade de tal organização. Aliás, ao nosso entendimento, a ONU no contexto atual e o Biden nos Estados Unidos, praticamente impõe a necessidade de um Vladimir Putin.]

Ou a ONU simplesmente “amarelou”, frente às ameaças de Putin,e suas bombas nucleares?

Medo da Rússia, em resumo?

Sérgio Alves de Oliveira - advogado e sociólogo