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segunda-feira, 10 de abril de 2023

A epidemia trans - Revista Oeste

Flávio Gordon

Em 2007, havia nos EUA duas clínicas pediátricas dedicadas ao tratamento de “redesignação de gênero”. Em 2022, elas passaram a ser centenas 

Frascos de estrogênio e testosterona para tratamento hormonal | Foto: Shutterstock
Frascos de estrogênio e testosterona para tratamento hormonal | Foto: Shutterstock 

“A ideia de que uma pessoa pode ter nascido em um corpo
do sexo errado que poderia ser transformado no outro sexo
por cirurgias e hormônios continuaria marginal por um tempo.
Isso agora está rapidamente se tornando uma visão
mainstream

de que a “transição” social e médica é o tratamento adequado
para pessoas, incluindo crianças, que se sentem em
desacordo com seu sexo biológico.”

Ryan T. Anderson, When Harry Became Sally, 2018

Uma imagem em circulação nas redes sociais sugere uma realidade alarmante: o aumento vertiginoso no número de clínicas pediátricas dedicadas ao tratamento (hormonal e/ou cirúrgico) de “redesignação de gênero”. São comparados dois mapas dos Estados Unidos, cada qual assinalado com as respectivas geolocalizações das clínicas. 
No primeiro mapa, de 2007, constam apenas duas, localizadas na Costa Oeste. 
Já no segundo, de 2022, aparece mais de uma centena de estabelecimentos do tipo, espalhados por todo o território do país. 
Em suma, em coisa de 15 anos, deu-se uma transformação social radical, que a muitos passou despercebida: a ideia de que alguém possa realmente mudar de sexo deixou de ser excêntrica e passou a ser normatizada, a ponto de se haver consolidado todo um vasto mercado médico em atenção à demanda.  
Aumento significativo de clínicas pediátricas dedicadas ao tratamento
 (hormonal e/ou cirúrgico) de “redesignação de gênero” em 2007 
e em 2022 | Foto: Reprodução
A informação trazida pelo comparativo é corroborada por uma série de outros dados similares. Todos apontam para um aumento vertiginoso, num curto período de tempo, de casos de pessoas transgênero em busca da assim chamada “redesignação”, tratamento médico que tem por objetivo modificar o corpo humano de modo a fazê-lo se adequar à identidade de gênero do paciente, ou seja, ao modo como o paciente se enxerga. 
O aumento mais significativo é observado entre crianças e adolescentes.  
Nos meses seguintes, a jovem que queria virar homem passou a sofrer com alterações drásticas de humor e ataques de fúria, durante os quais se autoflagelava violentamente
No Reino Unido, por exemplo, os dados de referência do Serviço Nacional de Saúde (NHS) mostraram um acréscimo de mais de 4.000% na demanda por serviços pediátricos de gênero, e isso em menos de uma década. 
Já nos EUA, uma pesquisa do UCLA School of Law’s Williams Institute (think tank dedicado a produzir estudos sobre identidade de gênero e orientação sexual para fins de políticas públicas) estimou em 1,6 milhão o número de pessoas trans no país, tendo por base os dados de saúde do CDC (Centers for Disease Control and Prevention) entre os anos de 2017 e 2020. Mas, para além desse número absoluto, o achado mais significativo da pesquisa é que, se a porcentagem de adultos identificados como transgênero permaneceu mais ou menos a mesma no período considerado, o número dobrou entre jovens e adolescentes na faixa etária dos 13 aos 24 anos, passando de 0,7% para 1,4%. 

Pesquisas mais recentes mostram números ainda mais expressivos. Segundo dados do Pew Research Center referentes ao ano passado, a porcentagem de pessoas adultas identificadas como transgênero ou seja, pessoas para as quais o próprio gênero não corresponde ao seu sexo biológico é atualmente de 1,6%. Já entre os jovens, esse número vai a incríveis 5,1%. 

Um aspecto curioso é o aumento de casos entre adolescentes do sexo feminino, fenômeno que reverte uma tendência pretérita, que costumava registrar a presença da assim chamada “disforia de gênero”, uma rara desordem psíquica, quase que exclusivamente entre jovens e adultos do sexo masculino. No livro Irreversible Damage: The Transgender Craze Seducing Our Daughters, a jornalista Abigail Shrier, do Wall Street Journal, aborda o fenômeno de maneira cuidadosa, demonstrando com sólidos argumentos tratar-se de uma verdadeira epidemia psicossocial, induzida por uma pesada indústria de propaganda, da qual fazem parte a imprensa mainstream, o meio acadêmico e várias instituições médicas. Hoje, suas principais vítimas são adolescentes do sexo feminino. 

Livro Irreversible Damage: The Transgender Craze Seducing 
Our Daughters | Foto: Divulgação

Baseando-se em centenas de depoimentos de pais, médicos, psiquiatras e adolescentes trans (muitas das quais arrependidas de se haverem submetido ao tratamento de “redesignação”), Shrier conclui que o problema não é realmente de saúde física individual, residindo muito mais no terreno das paixões coletivas, do contágio mimético e da psicose em massa, que acabam gerando uma demanda inautêntica e histerioforme por parte do público em questão. 

Para a autora, essas adolescentes têm sido vitimadas por um movimento político-ideológico que, de maneira irresponsável, as induz a assumirem definitiva e irrevogavelmente uma identidade trans, justo numa fase da vida em que as crises de identidade e as incertezas existenciais são comuns. O livro é repleto de casos, como o da jovem Helena, que, na plataforma Substack, escreveu um profundo relato sobre seu processo de “transição” e posterior “destransição” de gênero.  

Tendo sido uma criança absolutamente normal, sem qualquer sinal de desconforto com a sua condição prototípica de menina, Helena tornou-se uma adolescente introvertida e socialmente mal adaptada, eventualmente desenvolvendo depressão, mania de autoagressão e distúrbios alimentares. Por conta de suas dificuldades sociais no mundo real, a adolescente acabou encontrando refúgio no mundo virtual, notadamente no Tumblr. Nessa plataforma — cujo perfil demográfico de usuário era bastante homogêneo, consistindo numa absoluta maioria de meninas brancas de classe média —, conheceu centenas de outras adolescentes com problemas similares aos seus, e, pela primeira vez em muito tempo, passou a se sentir aceita. 

Foi na rede social que Helena ouviu falar do transgenderismo — e, mais especificamente, do transativismo. Apesar de se sentir confortável naquela “pequena ilha isolada, cuja população raramente interage com o mundo exterior” — assim a autora se refere ao Tumblr —, ela logo percebeu que a ideologia da justiça social ali predominante podia ser frequentemente opressiva. Na “República Popular do Tumblr”, o que veio a se chamar de movimento woke já era uma seita religiosa obrigatória, e Helena não tardou a ser inferiorizada e agressivamente cobrada por conta de seus “privilégios” de classe, de raça e… de gênero!  

“É compreensível que qualquer jovem exposto a esse sistema de crenças desenvolva um ressentimento pelo fato de ser branco, ‘cis’, hétero ou (biologicamente) homem” diz Helena. “A beleza da ideologia de gênero consiste em prover um meio de burlar o sistema, de modo a nos permitir retirar alguns daqueles alvos da própria testa e desfrutar da camaradagem de jovens com as mesmas ideias. Não podemos mudar de raça, e fingir outra orientação sexual seria bem desconfortável na prática. Mas podemos mudar de gênero, apenas acrescentando um determinado pronome à sua biografia. No ato, você passa de um opressor cruel, privilegiado e egoísta representante da escória cis-branca para uma respeitada pessoa trans, digna de celebração e acolhimento, por, agora, experimentar o sofrimento da marginalização e da opressão.” 

Hoje, Helena interpreta a sua imaginária “disforia de gênero” e a sua adesão à narrativa-padrão do transativismo o sentimento de repulsa por seu sexo biológico, a sensação de estar “preso” num corpo errado, a incessante e paranoica caça às bruxas da transfobia — como uma racionalização desse impulso primário por aceitação e acomodação social. Auto convencida de sua disforia, e amparada por um ambiente cultural que, glamorizando o transgenderismo como “a luta pelos direitos civis da nossa época” (segundo o presidente norte-americano Joe Biden), incentiva cada vez mais a “redesignação”, o fato é que, aos 18 anos, ela acabou indo parar numa das clínicas da Planned Parenthood em busca de tratamento com testosterona injetável.  
Não deixa de ser significativo, a propósito, que uma entidade cuja meta tem sido o controle da natalidade via aborto e esterilização tenha ingressado no ramo da “redesignação” ou “transição” de gênero, um tipo de experimento médico que, recorrendo entre outras coisas a bloqueio da puberdade, tende a causar infertilidade em jovens e adolescentes. 
Clínicas da Planned Parenthood ingressaram no ramo da 
“redesignação” ou “transição” de gênero, um tipo de experimento 
médico que tende a causar infertilidade em jovens e adolescentes - 
 Foto: Shutterstock

Na clínica de “redesignação”, Helena teve de preencher uns poucos formulários. Na conversa com a atendente que avaliaria a sua elegibilidade para o tratamento, a jovem argumentou que queria uma dosagem bem alta, pois, acreditando ter mais estrogênio que a média das AFABs (pessoas “assigned female at birth”), temia que a dosagem usualmente aplicada em outras companheiras do universo trans fosse insuficiente no seu caso. A enfermeira achou o argumento perfeitamente razoável e, incrivelmente, perguntou à paciente com qual dose ela gostaria de iniciar. Ansiosa, Helena solicitou a mais alta possível, e foi injetada com 100 miligramas de testosterona, dosagem quatro vezes maior do que a usual. 

Nos meses seguintes, a jovem que queria virar homem passou a sofrer com alterações drásticas de humor e ataques de fúria, durante os quais se autoflagelava violentamente. Após um dos surtos, no qual quase cometeu suicídio, foi parar numa clínica psiquiátrica, diagnosticada com síndrome da personalidade borderline, depressão profunda e psicose aguda. Nada lhe foi perguntado sobre o tratamento hormonal. A experiência fez com que Helena começasse a tomar o perigoso caminho da apostasia, passando a questionar, de início com muita culpa e medo, o próprio transgenderismo. 

“Na comunidade trans, as pessoas lidam com as dúvidas inerentes, e a dissonância cognitiva de querer ser o que não se é encorajando outros a fazer o mesmo” — conta Helena. “Daí por que tantos adultos trans façam a apologia da transição entre crianças. Se uma criança pura e inocente pode ‘ser trans’, isso ajuda a validar a sua identidade e o seu sistema de crenças. Grande quantidade de energia mental é devotada a esse crowdsourcing de validação social e banimento de tudo o que possa gerar um conflito interno, possibilidade que está sempre à espreita no fundo do espírito”. 

Tendo tomado consciência desse mecanismo coletivo de recalcamento, sob a bandeira do transativismo, de crises psicossociais típicas da adolescência feminina — processo de contágio social que a psicóloga social Lisa Littman celebremente batizou de rapid-onset gender dysphoria (ROGD) —, Helena não pôde deixar de concluir: “Fui manipulada, abusada e envolvida numa espécie de culto ou seita”. No Brasil contemporâneo, o fenômeno conta com a adesão irrestrita de grande parte da mídia mainstream, que reporta como grande conquista civilizacional o fato de já haver crianças entre 4 e 12 anos de idade submetidas ao radical experimento da “transição de gênero”, cujos efeitos físicos e psíquicos podem marcar para sempre suas vidas. Seguiremos com o exame do transativismo em artigos futuros.  

Leia também “O retorno de Bolsonaro e o futuro político da direita”

Flavio Gordon, colunista - Revista Oeste

 

sexta-feira, 24 de março de 2023

Simone Tebet corre o risco de ficar isolada no governo - Gazeta do Povo

Vozes - Alexandre Garcia

Ajuste fiscal

Estou sentindo que o futuro reserva uma despedida do governo da ministra do Planejamento, Simone Tebet. Uma, que deve ser muito desconfortável ela ouvir toda hora o presidente da República falar mal do presidente de honra do seu partido, que é Michel Temer. Outra, que ela está falando em cortar gastos do governo, porque o rombo está em R$ 120 bilhões. Só para lembrar, o ano passado terminou com superávit de R$ 54 bilhões; agora, com esse rombo, ela disse que tem de cortar gastos.

E o que é cortar gastos? É contrariar o presidente da República, inclusive, porque, se o governo gasta demais, ele está pressionando a inflação, que o Banco Central está combatendo, dando exemplo para Estados Unidos, Reino Unido e Europa, desde o ano passado. Mas o presidente da República quer a cabeça do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e quer que se mexa na política de juros.

Eu falei para vocês aqui no ano passado, faz tempo. O Banco Central brasileiro percebeu mais rápido que uma das heranças da pandemia era a inflação, atuou botando freios através da taxa Selic, e deu certo.  
A inflação no Brasil fechou o ano com 5,8%; nos Estados Unidos, 6,5%; a da Inglaterra foi 11%, e Alemanha e França tiveram inflação parecida.  
A presidente do Banco Central Europeu está reclamando. 
A Inglaterra seguiu o Fed americano, que aumentou a taxa de juros e avisou que vai continuar aumentando: nessa semana, foi 0,25 ponto percentual.  
O Reino Unido saiu correndo atrás da inflação e o nosso Banco Central saiu correndo na frente da inflação
Seis meses atrás, a taxa na Inglaterra era 2,25% e hoje já é praticamente o dobro disso. Eles chegaram atrasados, nós sacamos primeiro e seguramos a inflação, que poderia fechar o ano disparando, como aconteceu com eles. Fomos mais rápidos nesse gatilho.

E mesmo assim o chefe de governo quer a cabeça do presidente do nosso Banco Central, a única cabeça pensante econômica que está dando certo porque a ministra do Planejamento está pedindo corte de gastos e duvido que ela seja atendida. E aí fico pensando se ela vai aguentar ficar no governo.

Deputada quer impedir repetição do esquema do Mais Médicos para bancar ditador em Cuba
Quero falar do caso do dinheiro para os médicos cubanos. Vocês sabem: no primeiro Mais Médicos, eles recebiam aliás, o governo brasileiro pagava com o dinheiro dos nossos impostos R$ 11,5 mil e eles só recebiam cerca de R$ 3 mil, o resto ia para o governo cubano.
E ainda havia um intermediário que levava mais um pouco, a Organização Panamericana de Saúde, que alegava que todos os médicos eram funcionários do governo cubano. Ou seja, o governo cubano estava alugando funcionários, alugando médicos.  
 
O Ministério Público do Trabalho, aqui no Brasil, entenderia isso facilmente como trabalho análogo à escravidão, porque esses profissionais não recebiam, eram usados, havia intermediários. 
Os cerca de 200 que ficaram no Brasil entraram na Justiça para cobrar do governo brasileiro o restante do dinheiro que eles não receberam.  
Digo isso porque, com essa história de medida provisória ressuscitando o Mais Médicos, a deputada Adriana Ventura (Novo-SP) está propondo uma emenda à MP que atende aos cubanos que ficaram por aqui, para que eles recebam diretamente o salário, sem intermediários.
 
Tem uma outra questão a ser resolvida: o ensino de Medicina em Cuba é muito rápido; eles têm fábrica de fazer médicos, médico de família que faz umas receitas bem esquisitas aqui de coisas baratas, claro
Pode ser que dê certo, mas fica estranho porque os brasileiros que vão lá por amor a Cuba, por amor ao regime cubano, fazem Medicina lá e depois se queixam que não passam no Revalida aqui no Brasil, dizem que é muito duro. 
Ou seja, as exigências para ser médico no Brasil são aquelas que respeitam o paciente brasileiro, o que não estava acontecendo com os cubanos que vieram para cá. 
Isso era uma injustiça para com os brasileiros, os pacientes, e ainda havia a outra injustiça, para com os cubanos que ficavam só com 30% do salário.
 
Conteúdo editado por:Marcio Antonio Campos

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

Em discurso anual, Putin acusa Ocidente de ter começado guerra na Ucrânia

O presidente russo disse que o país está usando a força para tentar terminar a guerra e não para mantê-la

O presidente russo, Vladimir Putin, criticou o Ocidente em seu discurso anual sobre o estado da nação nesta terça-feira (21/2), em uma manifestação que deve lançar luz sobre como o Kremlin vê a guerra na Ucrânia, e definir o tom para o próximo ano. Putin frequentemente justifica a invasão do país vizinho acusando as nações ocidentais de ameaçarem a Rússia. "Foram eles que começaram a guerra. E estamos usando a força para encerrá-la", disse Putin, diante de uma audiência de legisladores, autoridades estatais e soldados que lutaram na Ucrânia.

Embora a Constituição exija que o presidente faça o discurso anualmente, Putin não discursou em 2022, quando suas tropas invadiram a Ucrânia. Agora, o discurso vem dias antes do primeiro aniversário da guerra, que acontece na sexta-feira (24/2). Antes do discurso, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que o líder russo se concentraria na "operação militar especial" na Ucrânia, na economia e nas questões sociais da Rússia. Muitos observadores previram que a fala também abordaria as consequências de Moscou com o Ocidente - e Putin começou com palavras fortes para esses países.

O Ocidente está ciente de que "é impossível derrotar a Rússia no campo de batalha", por isso lança "ataques de informação agressivos" ao "interpretar mal os fatos históricos", atacando a cultura, a religião e os valores russos, disse Putin no discurso transmitido por todas as TVs e canais estatais do país. Ele também afirmou que suas forças estão protegendo civis em regiões da Ucrânia que Moscou anexou ilegalmente desde então. "Estamos defendendo a vida das pessoas, nossa casa", alegou. "E o Ocidente está lutando por uma dominação ilimitada."

Neste ano, o Kremlin barrou a mídia de países "hostis", cuja lista inclui os EUA, o Reino Unido e a União Europeia
Peskov disse que os jornalistas dessas nações poderiam cobrir o discurso assistindo à transmissão.  
O presidente russo já havia adiado o discurso anual à nação antes: em 2017, quando a manifestação foi remarcada para o início de 2018. No ano passado, o Kremlin também cancelou dois outros grandes eventos anuais - a coletiva de imprensa de Putin e uma tradicional maratona de telefonemas, em que as pessoas fazem perguntas ao presidente russo.
 
Mundo - Correio Braziliense

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

Reforma tributária não vai reduzir impostos - Alexandre Garcia

Vozes - Gazeta do Povo 

Carga fiscal

Parabéns aos integrantes do agro deste país. O agro não é apenas a lavoura, é a pecuária, é a indústria de alimentos, indústria de máquinas. 
 O agro brasileiro, meus amigos, chegou a um produto bruto no ano passado de meio trilhão de dólares. Isso equivale ao PIB inteiro da Argentina, que já teve o maior PIB da América Latina lá no início do século passado.

Vejam só o resultado, faço votos para que o agro continue assim, embora esteja no governo uma ideologia que tem preconceito contra o agro e que ainda discute o direito de propriedade, que é uma cláusula pétrea inscrita no caput do artigo quinto da Constituição na mesma linha que o direito à vida.

Reforma tributária não deve reduzir impostos
Está se falando muito em reforma tributária. Não tenham esperança de que seja para reduzir os impostos. Vai ser exatamente o contrário, a carga fiscal vai subir. 
Aliás, já subiu a carga fiscal do ICMS a pedido de governadores, que apoiam o governo. De modo que o pessoal que vai receber um aumento de R$ 18 no salário mínimo, com o aumento do ICMS em tudo que vão comprar, inclusive no combustível, os R$ 18 não vão ser suficientes para isso, podem ter certeza.
 
E vão continuar pagando imposto, porque embora na campanha eleitoral o atual presidente tenha prometido isenção de imposto de renda para quem ganhasse até R$ 5 mil, na verdade a isenção vai ser para quem ganha até R$ 2.112. 
 Tem gente dizendo que é para agradar a classe média, olha R$ 2.112 por mês, não é a classe média, não é nem classe média baixa. Estão fazendo uma avaliação muito, muito estranha.
 
Máscara 
Carnaval, vocês já viram as imagens, aquela aglomeração. Olha só que estranho, a Anvisa exige máscara nos aeroportos e dentro dos aviões, mas não fala de máscara nessas aglomerações de Carnaval, inclusive nos clubes, que são fechados, pior ainda. 
Agora também não vai fazer diferença. A diferença que faz é se alguém estiver doente para não propagar para o outro.

Como proteção de alguém que não está doente, não respirar vírus não adianta nada. Agora é científico, meta análise, teste duplo cego, a Cochrane já divulgou, o Conselho Federal de Medicina (CFM) já comunicou a Anvisa que a máscara não adianta nada.

Eu fico me perguntando, nesse tempo todo de engodo, de engano, de experiência irresponsável, que fizeram balconistas, por exemplo, coitados usando máscara no mínimo oito horas por dia, respirando o próprio ar expelido dos pulmões e se queixando de dores de cabeça.

Outra questão que está aparecendo bastante, a estatística agora está mostrando excesso de mortes no Reino Unido e em Portugal. Estão dando como explicação que são as mudanças climáticas, e a gente sabe que não se trata disso. O Reino Unido, por via das dúvidas, cancelou a obrigatoriedade de vacinação em crianças e adultos sem risco, por via das dúvidas.


Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

Autoridades punem padre católico por orar silenciosamente em frente a uma clínica de aborto - Gazeta do Povo

Ideias - Mary Margaret Olohan - The Daily Signal

 Reino Unido 

 O padre Sean Gough foi acusado de “intimidar” os “usuários dos serviços” da clínica de aborto.| Foto: Reprodução/ ADF International


Autoridades do Reino Unido acusaram um padre católico de violar uma zona de censura quando ele orou silenciosamente do lado de fora de uma clínica de aborto enquanto segurava uma placa que dizia “rezando pela liberdade de expressão”.

O padre Sean Gough, um padre pró-vida de Wolverhampton, na Inglaterra, também estacionou seu carro na área perto da clínica de aborto, que é coberta por uma Ordem de Proteção de Espaços Públicos, de acordo com a Alliance Defending Freedom International [ADF International, uma entidade que luta a favor das liberdades individuais, como o direito à vida e à liberdade de pensamento]. As autoridades também tiveram problemas com o carro de Gough, que tem um adesivo "vidas não nascidas importam", disse a ADF.

Gough foi acusado de “intimidar” os “usuários do serviço” da clínica de aborto, disse a organização, observando que, quando a polícia inicialmente abordou Gough, eles supostamente disseram ao padre que não achavam que ele estava quebrando nenhuma regra. Depois que Gough foi convidado a comparecer à delegacia e interrogado sobre a situação, ele foi acusado criminalmente, de acordo com a ADF International. “Eu rezo onde quer que eu vá, dentro da minha cabeça, pelas pessoas ao meu redor. Como pode ser um crime para um padre rezar? Costumo rezar em minha cabeça perto do centro de aborto, mas quando confrontado pelas autoridades, eu estava rezando pela liberdade de expressão, que está sob forte pressão em nosso país hoje”, disse Gough em um comunicado.

“Em todos os momentos, acreditei que minhas ações eram legais — a liberdade de expressão, especialmente quando pacífica, é protegida pela lei nacional e internacional”,
continuou.

Gough é um dos vários indivíduos que enfrentam multas e acusações criminais por orar do lado de fora de clínicas de aborto no Reino Unido. No caso de Gough, foi sua oração pela liberdade de expressão, em vez de sua oração contra o aborto, que atraiu a ira das autoridades do Reino Unido.

Em dezembro, as autoridades do Reino Unido prenderam Isabel Vaughan Spruce depois que ela lhes disse que estava “rezando” em sua “cabeça”. O vídeo do incidente mostra que a polícia a revistou, prendeu, levou-a a uma delegacia onde a interrogou e a acusou de violar a Ordem de Proteção do Espaço Público ao orar silenciosamente.

As autoridades inglesas também estão tentando punir um veterano do exército britânico por orar silenciosamente em frente a uma clínica de aborto em Bournemouth em novembro, pelo que as autoridades emitiram uma multa de 100 libras para Adam Smith-Connor. Smith-Connor disse que estava orando por seu filho, que morreu em um aborto. “Sinto muito por sua perda, mas, em última análise, tenho que concordar com as diretrizes da Ordem de Proteção do Espaço Público para dizer que acreditamos, portanto, que você está violando a ordem, que proíbe a oração e também atos de desaprovação… ”, disse o oficial.

Enquanto isso, nos Estados Unidos, o Departamento de Justiça tem usado a Lei de Liberdade de Acesso às Entradas de Clínicas (FACE) para reprimir ativistas pró-vida como Mark Houck, pai de sete filhos preso na frente de seus filhos por um incidente em 2021 em uma clínica de aborto. Jeremiah Igunnubole, consultor jurídico da ADF UK, disse em um comunicado que “ninguém deve ser criminalizado por atividades pacíficas como rezar pelo estado de liberdade de expressão em nosso país ou ter um simples adesivo em seu carro que expresse a crença de que 'vidas não nascidas importam'.”

“Este caso demonstra as consequências iliberais e de longo alcance das chamadas ‘zonas de censura’”, disse Igunnubole. “Os anos de serviço do padre Sean às mulheres em gravidezes de crise são testemunho do seu bom caráter e de suas boas intenções.” “O padre Sean está compreensivelmente buscando esclarecer a legalidade de suas ações”, acrescentou. “Embora as acusações tenham sido retiradas após várias semanas devido a ‘evidências insuficientes’, ele foi avisado de que mais evidências relacionadas às acusações podem surgir em breve, o que implica que todo o processo cansativo pode recomeçar.”

“Este é um exemplo claro de quando o processo em si se torna a punição, criando um efeito inibidor na liberdade de expressão no Reino Unido — um valor que este governo, aliás, prometeu defender em seu manifesto eleitoral.”

 Gazeta do Povo - Ideias - Mary Margaret Olohan - The Daily Signal


terça-feira, 27 de setembro de 2022

Constituição federal brasileira: Carta Magna ou tapete de entrada? - Samir Keedi

Todos nós vivemos sabendo, ou acreditando, que uma Constituição era a Lei maior de um país
Aquela pela qual se guiam todas as demais Leis. 
E, claro, guiando governantes, governados, instituições, etc., para que um país seja governável e considerado civilizado.

Quando se olha para a Constituição dos Estados Unidos da América, cuja independência ocorreu em 1776, se vê que ainda é a única feita por eles. Sofreu algumas alterações, mas, poucas, e permanece única.

O Reino Unido nem tem uma constituição escrita. A sua Constituição é um conjunto de leis e princípios sob o qual o Reino é governado. 
Não é constituído de um único documento constitucional, como é normal. É, muitas vezes, dito que o país tem uma constituição "não escrita"
A maior parte da constituição britânica existe na forma escrita de leis, jurisprudência, tratados e convenções.

E assim devem ou deveriam ser em todos os países. Mas, infelizmente, não é o que tem ocorrido no Brasil, que já teve várias Constituições. Sempre ao bel-prazer de governantes e congresso de plantão. Sempre sujeita a interesses individuais, quando deveria ser sobre interesses gerais, coletivos.

Pode-se dizer que aqui troca-se de Constituição como de camisa. Ou de governante. "Não gostei, vou trocar".

Já tivemos sete Constituições, começando com a de 1824. Depois, seguiram-se as de 1891, de 1934, 1937, 1946, 1967 e 1988. Esta de 1988 está em morte lenta, ou já morreu.

No Império tivemos apenas uma, a de 1824. Depois, aos borbotões. A de 1891 foi uma troca justificável, já que houve mudança de sistema de governo, saindo do Império para República. Uma mudança lamentável, agravada também pela forma como se deu, pela tradição brasileira de fake news desde sempre.

Só no século XX tivemos cinco Constituições, sendo que de 1934 a 1946 tivemos três em 12 anos. Provavelmente um recorde mundial. Mais um recorde negativo, no qual somos pródigos.

E, agora, embora não convocada, nem tampouco anunciada ou discutida uma Assembleia Nacional Constituinte, já temos uma nova Constituição desde pelo menos 2016, a oitava. Que vem sendo criada aos poucos.

Todos agora se perguntarão, como assim, que Constituição é essa, quem a criou que ninguém conhece, a não ser este escritor? Infelizmente todos conhecem, aceitaram, estão vivendo por ela, sem praticamente haver qualquer reclamação ou ação.  
A não ser simples reclamação de poucos dos 213 milhões de brasileiros. E, estranhamente, de poucos juristas, o que é, para dizer o mínimo, bem estranho.
 
Foi e está sendo criada pelo STF - Supremo Tribunal Federal, que com o impeachment da Presidente em 2016, começou a reescrever a de 1988. Começou fatiando-a, mantendo os direitos políticos que a Carta Magna, claramente, sem nenhuma possibilidade de interpretação diferente, manda cassar. 
Diferentemente do que ocorreu em 1992, em que o Presidente da época teve seus direitos políticos cassados por oito anos, como determinava a nossa ex-carta magna de 1988. [só que o povo mineiro, em sua sabedoria, cassou a decisão do STF - não elegeu a ex-presidente 
cuja candidatura aquela Corte impôs = não cassando os direitos políticos da escarrada.]

E, desde então, em que o STF se transformou no único poder no Brasil, legislando, executando e, até, nas horas vagas, "judiciando", já temos outra Constituição. E, em certos aspectos, lembrando a do Reino Unido, que não é escrita. Mas, esta, sem valor. [muitas decisões são tomadas na base da "interpretação criativa" o texto constitucional continua o mesmo, só que a interpretação o reescreve virtualmente.]

O STF está legislando a seu bel-prazer, reescrevendo, até por um único "juiz", nem sendo pelo colegiado. Ora um, ora outro. E, pior, que nem são juízes, pois sabemos que dos 11 ministros, apenas um realmente é juiz, tendo sido aprovado em concurso. Os demais, apenas advogados.

E, tudo isso, com o beneplácito do Congresso, que abdicou de seus deveres, amedrontado, em que agora, o que parece importar são apenas os cargo e salário.  
Concordando até com censura e prisões de seus pares, sem respeito pela livre expressão garantida pela Constituição anterior, a de 1988, que a maioria ainda acredita estar em vigor.
 
E esses privilegiados e ungidos, como acreditam, estão céleres, executando, determinando o que a figura maior do país, o Presidente da República, deve fazer ou não fazer. 
E, em prerrogativas exclusivas do presidente, como nomeações, política econômica, redução de impostos, execução da infraestrutura, viagens, reuniões, etc. etc. etc. 
E, também, da mesma forma, com o beneplácito do Congresso, juristas, povo brasileiro, etc. É bem verdade que o Presidente tem culpa. 
Não reagiu, deixou que o STF começasse a mandar, sem se impor, sendo ele a figura maior do País.
 
Assim, quem pode discordar de que há pelo menos seis anos está sendo reescrita esta nova Constituição? 
E apenas por uma ou poucas pessoas, que nem são representativas no país. Não foram eleitas, e cuja missão é única, constitucional, como foi desde 1824 até a Constituição de 1988, agonizando desde 2016. Apenas interpretar e julgar à Constituição.
 
Constituição já foi pisoteada de tudo quanto é maneira, inclusive com meios de comunicação oficiais e pessoais calados.  
Ou seja, a antiga constituição de 1988 e o que resta dela, foi e está sendo tratada como tapete de entrada, em que nela se limpa os pés.

Será que o Brasil acordará algum dia, ou continuará em seu sono profundo iniciado em 1492, ou 1822, ou 1989?

*         O autor é jornalista (editor do blogdosamirkeedi.com.br) e empresário (Ske Consultoria Ltda), titular da cadeira 4 da APH-Academia Paulista de História


segunda-feira, 19 de setembro de 2022

Bolsonaro comete abuso de poder em Londres e quem paga é o contribuinte - Míriam Leitão

O Globo
 
O presidente Bolsonaro não consegue entender o papel do chefe de estado. Primeiro, em vez de ir com algum representante do governo [ele representa o Brasil e, por extensão, o Estado e o Governo - respaldado por quase 60.00.000 de votos], ele vai acompanhado do pastor Silas Malafaia, um líder religioso que se comporta de forma inadequada. Para completar, o embaixador do Brasil no Reino Unido, Frederico Arruda, ainda faz uma declaração ridícula, dizendo que não há honra maior do que receber Malafaia. 
 
 Bolsonaro comete abuso de poder em Londres e quem paga é o contribuinte 
 Presidente Jair Bolsonaro e primeira-dama Michelle na chegada à Abadia de Westminster Marco Bertorello/AFP 
 
Bolsonaro usa toda a visibilidade de um chefe de estado em um momento histórico para campanha de reeleição. Fala sobre o preço da gasolina, xinga o adversário. E quando é perguntado sobre esse uso do funeral da rainha como campanha eleitoral, ele interrompe rispidamente a entrevista e diz para o repórter fazer " uma pergunta decente".

Essa é uma pergunta decente. Como o presidente do Brasil tem a coragem de ir para Londres fazer campanha? 
Em usar a residência oficial do embaixador para discursar na sacada e gravar vídeos de campanha? 
Isso é abuso do poder que ele tem como chefe de estado.[uma certeza o povo brasileiro pode e deve ter: se fosse ilegal, criminoso, o presidente Bolsonaro conceder entrevistas, falar, ele  já teria sido alvo de uma dezena de ordens judiciais, para cumprir em minutos, determinando que voltasse ao Brasil  e o senador estridente já teria atravessado a Praça dos 3 Poderes,  com uma notícia-crime debaixo do suvaco, para apresentar ao STF.]

Míriam Leitão,  jornalista,  - Coluna em O Globo - Leia MATÉRIA COMPLETA

 

 

quinta-feira, 18 de agosto de 2022

De que adianta falar tanto em democracia e agredi-la o tempo todo? - Gazeta do Povo

Atenção: esta quinta-feira é o último dia para quem não vai votar no dia 2 de outubro em seu próprio domicílio eleitoral, na sua cidade. Quem estiver em outro estado pode votar só para presidente. Quem estiver no mesmo estado pode dar o voto normal, também para governador, senador e deputados. Mas é preciso procurar um cartório eleitoral e fazer lá o requerimento, registrar-se como eleitor em trânsito.

Quem mais fala em democracia é quem mais desrespeita a Constituição

A campanha eleitoral começou e a Justiça Eleitoral está com um novo presidente, que fez um discurso em defesa da democracia
Eu digo que, quando a gente fala muito de arroz e feijão, é porque está faltando arroz e feijão; se a gente fala muito de esgoto e água, é porque está sem água e esgoto. Por que falar tanto de democracia? 
Será um ato falho? Será que o inconsciente o está fazendo falar?
 
Porque todo mundo está vendo que há inquérito sem o devido processo legal, que presos por crime de opinião, censura, desrespeito ao artigo 53, que fala da inviolabilidade do parlamentar por quaisquer palavras
Tem o que aconteceu na pandemia sobre direitos fundamentais, como liberdade de reunião, de ir e vir, de culto. Todo mundo sabe disso, está vendo isso, talvez por isso estejam falando tanto de democracia. 
Mas quem agride a democracia é quem agride a Constituição, isso é a coisa mais óbvia do mundo. Então, é hipocrisia falar tanto em democracia enquanto se faz tudo isso que estamos vendo.
 
E já comentei aqui sobre José Levi, o novo secretário-geral do Tribunal Superior Eleitoral, o número dois do presidente Alexandre de Moraes. Quem é ele? Ele foi advogado-geral da União no governo Bolsonaro, foi procurador-geral da Fazenda Nacional no ministério de Paulo Guedes, e foi número dois de Alexandre de Moraes no Ministério da Justiça. 
Tem experiência, portanto; esperamos que tenha um bom desempenho no TSE.

O fim do uso obrigatório de máscaras em aviões em aeroportos          Também nesta quinta-feira, depois de uns dois anos, não será mais necessário usar máscara em aeroportos e em aviões, por decisão da Anvisa.                                                                                                Permanecem outras regras que, acho eu, deveriam ser para toda a vida: microfiltragem nos filtros do ar dos aviões, distanciamento e, obviamente, uso de máscara por quem estiver gripado, como deveria ser sempre.    Aliás, é uma coisa em que eu já insistia: só quem deve usar máscara é quem está doente porque, para quem não está, não parece que a máscara seja uma proteção efetiva contra um vírus que passa por telas em geral.    A exigência de máscara já caiu no Reino Unido, na França, em Portugal e nos Estados Unidos, para falar nos principais destinos dos nossos brasileiros viajantes.

Movimentações importantes na campanha eleitoral
E vejam só que interessante este início de campanha eleitoral.  
Ciro Gomes está pegando o que o PT não quis: aquele programa de renda mínima do Eduardo Suplicy, que ficou furioso em junho, na reunião em que o PT anunciou seu plano de governo, sem a renda mínima
Suplicy se levantou, se queixou e foi embora; Ciro Gomes aproveitou a ideia. Outra notícia da campanha é esse apoio importantíssimo de Gilberto Kassab, o chefão do PSD, aos ex-ministros Tarcísio de Freitas e Marcos Pontes para governo e Senado em São Paulo.
 

Barbaridade contra animais no Rio de Janeiro
Por fim, eu queria mencionar a decisão certíssima de um juiz de Mangaratiba, no Rio de Janeiro.
Por recomendação do Ministério Público, o juiz decretou a prisão preventiva – não é prisão temporária, é preventiva: para prevenir outros crimes, a pessoa fica privada da liberdade, sob custódia do Estado – do sujeito que matou a pauladas o cachorro Branquinho, um cachorro de porte médio para pequeno. 

Eu vi as imagens; ele foi flagrado pela câmera, mas matou achando que ninguém estava vendo. Quando soube que tinha sido tudo gravado, ele fugiu. O Branquinho não o estava atacando na rua; foi ele que entrou no terreno para matar o cão, que era de alguém que morava por ali. Depois ele aparece carregando o corpo do cachorro para jogá-lo no mato. É uma maldade o que fez esse Leonardo Gualandi da Silva. Ele estava com um pau de uns 2 metros de comprimento, matou o cachorro a pauladas. Ele está preso porque, se estiver solto, os cachorros, que são os nossos melhores amigos, correrão risco de vida.

Conteúdo editado por:Marcio Antonio Campos

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


sábado, 16 de julho de 2022

Bolsonaro convoca embaixadores para atacar [sic] as urnas eletrônicas

Ainda na semana passada, o presidente anunciou que convocaria os representantes diplomáticos para tentar convencê-los de suas teses sobre as urnas eletrônicas

O presidente Jair Bolsonaro marcou para a tarde da próxima segunda-feira um encontro com embaixadores estrangeiros para, mais uma vez, desacreditar a segurança do processo eleitoral brasileiro. [COMENTANDO: entendemos que os termos ATACAR e DESACREDITAR são inadequados; mais conveniente é ESCLARECER - há divergências entre o presidente e o TSE, devido a recusa do presidente da Justiça Eleitoral a efetivação de qualquer tipo de auditoria nas urnas eletrônicas em tempo real.] Os principais nomes do corpo diplomático acreditado em Brasília começaram a ser convidados na última quinta-feira.
 
A iniciativa partiu do Palácio do Planalto e não do Itamaraty. O convite de Bolsonaro, assinado pelo cerimonial da Presidência da República, omite o assunto da reunião. “Fui incumbido de convidar vossa excelência para encontro do senhor presidente da República com chefes de missão diplomática, a ser realizado às 16h de 18 de julho de 2022, no Palácio da Alvorada”, diz a convocação. O chanceler Carlos França deve participar.

Os embaixadores, no entanto, já sabem das intenções de Bolsonaro. Na semana passada, o presidente anunciou que convocaria os representantes diplomáticos para tentar convencê-los de suas teses sobre as urnas eletrônicas. O encontro também servirá para um contraponto à decisão do ministro Edson Fachin, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de ampliar a presença de missões estrangeiras como observadoras das eleições gerais, a contragosto do Planalto. Bolsonaro também pretende rebater palestras no exterior do próprio Fachin e do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), nas quais alertaram a comunidade internacional para os riscos de ruptura democrática no Brasil.

Representantes de países europeus confirmaram presença, entre eles da França, de Portugal e da Suíça. Rússia, Reino Unido e os Estados Unidos também devem enviar seus diplomatas ao Alvorada. Os embaixadores não devem se manifestar durante o encontro, tampouco depois.

Países sul-americanos também foram convidados, como Colômbia e Equador, cujos governos de direita são alinhados a Bolsonaro. Diplomatas de países vizinhos, como Chile e Argentina, governados pela esquerda, disseram que não tinham recebido convite.

Estranhamento
Reservadamente, embaixadores admitem o estranhamento com o plano do presidente de acusar supostas fraudes em eleições passadas, nunca comprovadas, e criticar o uso de um sistema de votação pelo qual se elegeu e que tem mecanismos de segurança reconhecidos internacionalmente. [o reservadamente acima destacado, nos parece ser usado para tentar suportar uma 'narrativa' de  citar um alegado reconhecimento internacional dos mecanismos de segurança - reconhecimento internacional efetuado pelos dois únicos países, Bangladesh e Butão,  que, além do Brasil, usam as urnas eletrônicas Made in Brazil]

Eles dizem, porém, que foi igualmente incomum terem sido convocados pelo TSE para uma audiência sobre as eleições, em maio. Por terem ido ao encontro de Fachin, integrantes da União Europeia (UE) dizem que agora se sentem compelidos a atender ao chamado de Bolsonaro.

Naquela ocasião, 68 diplomatas compareceram à Justiça Eleitoral e ouviram de Fachin que “arremessos populistas” de líderes políticos na América Latina geram “acusações levianas de fraude, que conduzem a semanas de instabilidade política no período pós-eleitoral”. Bolsonaro acusou o ministro de usurpar funções do Executivo e de se imiscuir nas relações internacionais. O presidente acusou Fachin de “estupro à democracia”.

Política - Correio Braziliense

 

quarta-feira, 13 de julho de 2022

Conservadores de araque - Ana Paula Henkel

Boris Johnson anuncia sua renúncia ao cargo de primeiro-ministro do Reino Unido, em Londres (07/07/2022) | Foto: James Veysey/Shutterstock
Boris Johnson anuncia sua renúncia ao cargo de primeiro-ministro do Reino Unido, em Londres (07/07/2022) | Foto: James Veysey/Shutterstock

Para aqueles que, em tempos de calmaria ou de turbulência, se inspiram em ícones da humanidade, a pandemia de coronavírus trouxe mais do que perguntas, até hoje, sem respostas. O vírus que assolou o globo trouxe a certeza de que o mundo está profundamente carente do espírito de líderes que engrandeceram as páginas dos livros de história. De tempos em tempos, nomes são elevados ao cenário político global como potenciais faróis e defensores dos legados de Winston Churchill, Ronald Reagan, Margaret Thatcher e até mesmo o papa João Paulo II. No entanto, nossa realidade não vem mostrando diálogo com nossos desesperados anseios.

A eleição do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, não foi diferente. Diante da ascensão ao cargo do comando político de uma das nações mais importantes do planeta, conservadores de todo o mundo vibraram com a possibilidade de uma correção na rota suicida que parte do mundo decidiu tomar elegendo líderes da esquerda radical globalista. Exímio estudioso e conhecedor da vida de Churchill, Johnson chegou a escrever um livro sobre a vida, o trabalho e as lições deixadas pelo líder britânico durante a Segunda Guerra Mundial: O Fator Churchill

No entanto, as similaridades com o antigo e fundamental primeiro-ministro do Reino Unido, que ajudou a libertar o mundo das garras nazistas, não vão muito além da palavra “conservador”. Boris Johnson acabou se tornando, de fato, a antítese dos caminhos tomados por Churchill. Caminhos pavimentados com ações que mostraram coragem e resiliência.

A renúncia de Boris Johnson, na quinta-feira, desnuda a hipocrisia de palavras tão usadas hoje em dia no debate raso na política como “esquerda x direita”, “conservadores x progressistas”, e assim por diante. Mas podemos ir além. A renúncia anuncia uma incerteza significativa para o Reino Unido, que desencadeará uma disputa de liderança dentro do Partido Conservador e levará a um novo primeiro-ministro em outubro, com uma provável eleição geral antecipada. Mas também expões as vísceras de líderes patéticos que se ajoelharam para a turba globalista com agendas perigosas que minam o poder dos cidadãos que não querem ver suas vidas governadas por burocratas em Bruxelas. O mandato de quase três anos de Johnson, que foi iniciado com o tão aguardado “Brexit”, o processo de saída do Reino Unido da União Europeia, terminou em absoluta desordem, depois que ele ameaçou um impasse com seu partido, após a renúncia de 42 secretários que consideraram sua posição “insustentável”.

Partygate
Ministros conservadores declararam que perderam a confiança no primeiro-ministro, depois que surgiram notícias de que ele havia elevado Chris Pincher, nome de peso de seu partido, a um poderoso cargo no governo, apesar das alegações de má conduta sexual. Mas esse não foi o único escândalo com o qual o governo de Johnson teve de lidar, foi apenas o último que os ministros puderam tolerar. Os eleitores britânicos ficaram diante de eventos devastadores para o partido de Johnson, hoje apelidados pela mídia como Partygate: festas e outras reuniões de funcionários do governo e do Partido Conservador realizadas durante a pandemia em 2020 e 2021, quando as restrições de saúde pública proibiram a maioria de reuniões e aglomerações de pessoas. Enquanto vários lockdowns no país estavam em vigor, as reuniões ocorreram na residência do primeiro-ministro localizada no famoso endereço 10 Downing Street, em seu jardim e outros prédios do governo.

Os escândalos das festas foram apenas a cereja de um bolo que já estava derretendo. Para o ex-assessor de Boris Johnson, Thomas Corbett-Dillon, o primeiro-ministro “esqueceu que é conservador”. Ele afirmou nesta semana que o primeiro-ministro foi sugado por uma agenda globalista: “O resumo da história é que elegemos Boris para ser o Trump britânico, para que ele ‘abalasse’ o sistema, para que ele pudesse fazer o Brexit acontecer, seguir com as vontades do povo; mas ele foi sugado rapidamente pela agenda globalista. Johnson passou muito tempo bajulando Macron e Merkel, e esqueceu que é um conservador. Ele foi um tirano nos lockdowns e com as políticas de vacinas experimentais obrigatórias. Ele virou um ‘woke’ e, em seguida, aderiu totalmente a essa ideia da Greta Thunberg de que o mundo está acabando, e se tornou em quem os conservadores jamais votariam”.

Em 2021, Boris Johnson enfrentou resistência sobre os planos de exigir vacinações em certos locais para conter a rápida disseminação da variante Ômicron, já que dezenas de legisladores de seu próprio Partido Conservador votaram contra a medida. Apesar da rebelião de cerca de cem parlamentares conservadores, os controversos “passaportes vacinais” entraram em vigor na Inglaterra, depois que o Partido Trabalhista, de oposição, apoiou a medida. A revolta inesperada por Boris dentro do partido deixou evidente o desconforto de alguns parlamentares do Partido Conservador sobre as regras que exigiam comprovação de vacinação ou teste negativo para as pessoas acessarem boates e outros locais. Johnson também apostou em uma campanha de vacinação de reforço, afirmando — sem um dado científico — que o reforço manteria o vírus sob controle e, assim, as restrições ao mínimo.

A disseminação da já fraca variante Ômicron em 2021 mostrou que o não tão conservador Boris Johnson usou e abusou de intervenções estatais draconianas. Nas ondas anteriores da pandemia, Johnson até resistiu e adiou mais do que os líderes europeus antes de impor restrições drásticas. Mas diante do escrutínio da casta globalista da Europa — não do povo —, o agora quase ex-primeiro-ministro se ajoelhou diante da gritaria anticientífica da turma de George Soros e companhia e, contrariando qualquer página de qualquer manual conservador, ficou com medinho do que falariam dele na hora do recreio. A rebelião dentro do partido contra a postura de Johnson foi tão expressiva que legisladores conservadores disseram que queriam que o Parlamento fosse retirado do recesso de Natal, em dezembro de 2021 para examinar quaisquer novas restrições que fossem introduzidas por ele. Tudo isso acontecia enquanto Downing Street quebrava as regras de lockdowns impostas por Downing Street realizando várias festas e reuniões.

Diante dos escândalos e da renúncia de Boris Johnson, conservadores espalhados pelo mundo, dentro de suas vertentes locais, mas conectados pela espinha dorsal dos princípios do conservadorismo, agora enfrentarão certa turbulência. O Partido Conservador da Grã-Bretanha foi atingido pela crise de confiança que tomou conta do primeiro-ministro, levantando questões sobre o dano de longo prazo que seu mandato causou ao partido e ao movimento como um todo. Ele deixará para seu sucessor, a ser escolhido nas próximas semanas, um desafio hercúleo. O próximo primeiro-ministro terá de reconstruir a confiança na integridade, na honestidade e na competência dos governos conservadores, enquanto enfrenta uma crise de custo de vida que já atinge muitos de seus principais eleitores.

Em movimento contrário às projeções das eleições de midterms nos EUA em novembro, projeções que mostram que os republicanos podem tomar com certa folga a liderança na Câmara e no Senado, as dificuldades de Johnson prejudicaram a posição do partido com o eleitorado conservador. Uma pesquisa da Savanta ComRes realizada de 1º a 3 de julho mostrou que 41% das pessoas votariam hoje nos trabalhistas em uma eleição geral e 32% nos conservadores. Mas nem tudo está perdido. O Partido Conservador é, historicamente, resiliente. Formado em 1834 a partir do antigo Partido Conservador (Tory Party), eles se apegarão no fato de o partido ser o mais antigo ainda existente, tendo seu principal pilar estabelecido na capacidade de se adaptar às mudanças do sentimento público e na sua eficiência em remover líderes que não têm mais a confiança do partido e dos eleitores em geral.

Vernon Bogdanor, cientista político e historiador, afirma que muitos dentro e fora do partido acham que a deposição de Johnson aumentará as perspectivas do partido nas próximas eleições gerais, que devem ser realizadas até o fim de 2024: “Na minha opinião, a mudança melhorará enormemente as chances dos conservadores nas próximas eleições”, diz o professor do King’s College London. Bogdanor defende a ideia de que, embora os oponentes do partido argumentem que os conservadores estão no poder desde 2010 e que a mudança é necessária, há um precedente para mudar um líder após um longo período no cargo e vencer uma eleição subsequente. Quando Margaret Thatcher foi destituída, em 1990, após 11 anos no poder, por exemplo, seu sucessor, John Major, obteve uma vitória surpreendente em 1992 em meio a uma recessão.

Assim como nos EUA, os conservadores representam uma ampla gama de opiniões dentro do partido. Na centro-direita, a tenda política abrange os que querem cortes de impostos radicais com os que competem com conservadores fiscais, comerciantes livres com protecionistas, liberais sociais com tradicionalistas e uma facção anti-União Europeia com aqueles que gostariam de consertar as relações com o bloco. O grande sucesso eleitoral de Johnson foi combinar o apoio ao seu partido em áreas suburbanas e rurais tradicionais com incursões em áreas pós-industriais onde o Partido Trabalhista dominava havia muito tempo. O que será crítico na corrida para seu sucesso serão a integridade e a reparação do dano à marca que o partido sofreu. E, embora a disputa pela liderança possa prejudicar o partido aos olhos do público, isso não é nada comparado ao dano que teria sido causado se Johnson tivesse permanecido no cargo.

Para o ex-líder do partido do Brexit, Nigel Farage, a renúncia de Boris Johnson como primeiro-ministro britânico estimulará uma “batalha pela alma do conservadorismo” no Reino Unido: “Eu acho que o que vai acontecer agora é que vai haver uma batalha pela alma do conservadorismo neste país. Johnson foi eleito como conservador, mas governou como progressista, com compromissos maciços com a agenda globalista ambiental e irreal, aumentou os impostos, aumentou o tamanho do Estado… Para muitos conservadores tradicionais, ele era irreconhecível como conservador, e agora ele terá aquela ala do Partido Conservador que era efetivamente dos sociais-democratas contra os conservadores mais tradicionais. E essa será a batalha. Eu simplesmente não sei o que pode acontecer. Tudo o que sei é que, se eu olhar para o mundo ocidental, seja na América, seja na Grã-Bretanha, Austrália, qualquer lugar, quando os partidos conservadores deixam de ser conservadores, eles perdem eleições. Acredito que este é um grande momento para o conservadorismo britânico. Haverá uma grande batalha de ideias nos próximos meses”. Apesar da grande crise, Farage é otimista: “Substituir Johnson também será uma oportunidade maravilhosa para o Partido Conservador redescobrir seu propósito. O fim do mandato de Boris Johnson como primeiro-ministro não é um desastre para o movimento conservador. É uma grande oportunidade e deve ser agarrada com as duas mãos”.

A figura de Boris Johnson é emblemática e hoje não é difícil apontar aqueles que usam as caixinhas ideológicas para vencer eleições, mas traem seus eleitores assim que estão no poder. Na teoria, querem ser Winston Churchill, mas não passam de um patético Justin Trudeau. Até no Brasil testemunhamos alguns que abusaram do crachá de conservador ou liberal, mas que administraram como verdadeiros globalistas com sua agenda devoradora de liberdades. Depois de serem destronados pela opinião pública, eles precisam admitir a saída da vida pública e a volta para a privada. Faz sentido.

Leia também “A nova histeria da esquerda”

Ana Paula Henkel, colunista - Revista Oeste