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quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Pátria Armada Brasil! - Rodrigo Constantino

Gazeta do Povo

O presidente Jair Bolsonaro comentou na noite desta terça-feira (12) o sermão do arcebispo de Aparecida (SP), Dom Orlando Brandes, que, durante a principal missa do dia, afirmou que "para ser pátria amada, não pode ser pátria armada", numa crítica à política mais liberal do governo para compra e porte de armas de fogo. "Olha só, pelo que eu me lembro, ele não falou lá dentro. Só se eu comi mosca, né. Mas eu quero citar uma passagem bíblica aqui, Lucas 22:36: 'E quem não tem espada, venda a sua capa e compre uma’. Então, a Bíblia fala em arma. Essa passagem tem a ver com traições, tá? Foi quando Judas traiu Jesus", disse o presidente em entrevista à rádio Jovem Pan.

Afirmou depois que respeita o arcebispo. "Mas o estado mais armado do Brasil, proporcionalmente, é Santa Catarina e é o menos violento". Há, de fato, alguma dicotomia entre ser a Pátria Amada e ser a Pátria Armada, como colocou o arcebispo?

Pergunte para os americanos, em especial os republicanos, com um grau de patriotismo bem maior do que os europeus, e também com uma quantidade enorme de armas em casa. Pergunte aos israelenses, em especial os sionistas, que lutam com paixão pela defesa da nação judaica, e que guardam fuzis em casas.

LEIA TAMBÉM:  - Quais os carros a gasolina mais econômicos do Brasil
- Pane global do Facebook, Instagram e WhatsApp escancarou riscos de viver sob monopólio
- O Nobel de Economia deste ano vai muito além de uma polêmica sobre o salário mínimo.

O discurso do arcebispo, no fundo, foi "lacração" do começo ao fim, falando em Fake News, em ciência, politizando demais os assuntos. Não por acaso a GloboNews reproduziu longo trecho de sua fala, alfinetando o Presidente Bolsonaro.

A Globo, aliás, tem que estar muito desesperada para levar até Renan Calheiros a sério desse jeito.                                                                  Um alienígena - ou melhor, um ET, para não ofender a Demi Lovato - vendo GloboNews jura que o senador é o homem mais honesto do planeta, preparando um relatório imparcial e técnico da CPI da Covid, que teria feito revelações bombásticas contra o governo.

Quando temos figuras como Renan Calheiros e Omar Aziz falando em nome da ciência, da ética e da preocupação humanitária, ou quando temos gente que sempre desprezou o verde e amarelo em troca do vermelho buscando monopolizar a fala em nome do patriotismo, o associando ao desarmamento dos cidadãos de bem, então sabemos que o governo vai na direção certa.

O deputado Paulo Eduardo Martins comentou sobre suas andanças pelo país nesse feriado: "Mais um dia nas estradas com a família. Impressiona a presença da bandeira do Brasil em praticamente todos os estabelecimentos de beira de estrada e na maioria dos caminhões. Essa cena não existia há pouco tempo. Há um sentimento por trás disso, mas a vermelhada não vai entender".

Não vai mesmo. Ou, se entender, vai tentar ignorar, inverter a realidade. O verde e amarelo tem tomado conta do país justamente por aqueles que entendem a importância de o cidadão ter armas para defender suas liberdades, inclusive contra um estado arbitrário se for o caso. 
Era aquilo que os pais fundadores da América compreendiam. 
Pátria Amada sim, e por isso mesmo uma Pátria Armada!
 
Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
 

quarta-feira, 15 de setembro de 2021

STF abre licitação de R$ 1,8 milhão para contratar seguranças privados

Edital foi aberto um dia depois dos atos de 7 de Setembro 

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) contarão com reforço em sua segurança pessoal. Na quarta-feira 8, um dia depois dos atos do 7 de Setembro, a Corte abriu uma licitação de R$ 1.792.951,78 para a contratação de 14 seguranças privados. O contrato vai durar dois anos, segundo o edital.

“STF define data para julgar decretos de Bolsonaro que facilitam acesso a armas de fogo”

A documentação estabelece que os profissionais ficarão sediados na cidade do Rio de Janeiro, onde juízes do STF têm residência. Entre outras funções, vão dirigir carros oficiais, “acompanhar a autoridade e seus familiares” em deslocamentos e eventos externos e estar à disposição sempre que for preciso.

[o STF tem sede em Brasilia e, salvo engano, cada ministro dispõe de apartamento funcional na 115 Sul.
O verdadeiro aparato fica no DF.
Enquanto isso, o POVO, algo sempre esquecido, além de não dispor de segurança pública, sempre é alvo de medidas que reduzem seus meios de defesa.
Bolsonaro tenta dar condições as pessoas de bem de se defenderem, mas sempre é impedido.]

“Ato a favor de Bolsonaro reúne milhares de pessoas em Brasília”

Determina a papelada que os seguranças terão pistolas calibre .380, munições, coldres de cintura, lanterna, coletes balísticos nível II e “respectivos acessórios aos profissionais ocupantes do posto de trabalho”. Atualmente, os ministros têm 32 seguranças em Brasília, 16 em São Paulo, quatro no Rio e sete no Paraná.

O custo anual é de R$ 7,9 milhões por ano.

Cristyan Costa - Revista Oeste


quinta-feira, 22 de julho de 2021

As alegadas fraudes nas urnas eletrônicas - Valor Econômico

Ricardo Mendonça

Argumentação presidencial de que existiria fraude no sistema de votação é inconsistente

A urna eletrônica, que rivaliza com a cloroquina, o nióbio e o grafeno no ranking das obsessões de Bolsonaro, é usada no Brasil desde 1996. Nesse um quarto de século, cada eleitor foi chamado a votar em seis disputas para presidente, seis para governador, nove para senador, seis para deputado federal, seis para deputado estadual, sete para prefeito e sete para vereador.

Muitas dessas corridas tiveram segundo turno. Teve ainda um punhado de eleições suplementares. E, em 2005, um referendo nacional sobre proibição do comércio de armas de fogo e munições. Um eleitor paulistano nascido em 1980 ou antes e que tenha tido a oportunidade de participar de todos esses pleitos compareceu 26 vezes à seção eleitoral desde 1996 e votou 62 vezes em urnas eletrônicas.

Fiz a conta por curiosidade matemática. Somando todas as idas de eleitores às milhares de seções dos 5.570 municípios em todas as disputas, constata-se que as urnas eletrônicas computaram cerca de 5,4 bilhões de votos nesses 25 anos. Em toda eleição há um número residual de urnas que quebram e são substituídas. Mas é raro. E quando ocorre, não altera o voto de ninguém. notório que o presidente Bolsonaro costuma se exceder na forma como emite opiniões, suposições, que ao serem interpretadas de forma criativa, deixam a impressão de que está afirmando, quando está apenas supondo, opinando. Um pouco de criatividade na interpretação, leva a uma narrativa de que o presidente acusou, quando na realidade expressou apenas um entendimento, uma suposição.]

Até hoje, após 5,4 bilhões de votos, não há registro consistente de nem um caso de urna eletrônica fraudada, hackeada ou viciada na forma como vem sendo alardeado por Bolsonaro. Vale repetir: 5,4 bilhões de votos, zero registro fundamentado de fraude. Alguém pode alegar que não há notícia de trapaças porque a urna eletrônica não é “auditável”. [de outra forma: ocorrendo fraudes na urna eletrônica Exemplo:= de cada dez votos dados a um candidato, dois são desviados para um outro = nenhuma sistema de verificação detectará tal desvio, com apenas uma exceção = o voto impresso (sistema que quando implantado permitirá que após o eleitor confirmar seu voto,  fique documentado que - confirmação acessível ao eleitor no momento que tecle CONFIRMAR - o VOTO CONFIRMADO seguiu dois caminhos = um dos caminhos levará o VOTO CONFIRMADO para o sistema de armazenamento digital (aquele que armazena os votos para todo o processamento, que começa pela contagem dos votos dados a cada candidato, sendo o resultado impresso no BU = BOLETIM DE URNA = e seguindo, para o TRE, etc e contagem com totalização dos votos.) O outro destino para o VOTO CONFIRMADO será  uma impressora acoplada à urna, que imprimirá aquele  voto ficando o resultado da impressão  disponível para o eleitor, logo após ele teclar confirmar, por alguns segundos, permitindo ao leitor conferir que o CANDIDATO QUE ESCOLHEU realmente recebeu o voto sem alterações. 
Ao final da votação nas urnas escolhidas para auditagem, ocorrerá o confronto do número de votos de cada candidato constante no BU com o número obtido com a contagem dos votos impressos. Ocorrendo desvio de votos, aquela urna será bloqueada, lacrada, para providências cabíveis. O confronto será realizado na própria seção eleitoral pelos mesários e sob a  fiscalização dos fiscais de partidos.] Falso.[sic] A Justiça Eleitoral, a cada eleição, chama uma série de instituições e entidades para acompanhar e fiscalizar as diversas etapas de desenvolvimento do sistema eleitoral. [essas instituições e entidades chamadas nada fazem - simplesmente, pela condição de que mesmo que tenha ocorrido fraude, tais órgãos não tem condições de saber se ocorreram - SEM O VOTO IMPRESSO, EVENTUAIS FRAUDES QUE IMPLIQUEM DESVIO DE VOTOS NÃO SERÃO DETECTADAS. Perguntem aos contrários à auditoria via VOTO IMPRESSO, começando pelas Excelências Barroso, Morais e demais, como alguém poderá saber, no sistema atual, sem o VOTO IMPRESSO, de que votos foram desviados de um candidato para outro. Cuidado ao perguntar: o perguntador corre o risco de ser acusado de atentar contra a democracia, ofender a honra dos ministros do TSE e     STF, praticar atos antidemocráticos, etc = é uma forma antidemocrática de calar a boca de um cidadão que faça perguntas 'difíceis'.] Entre elas estão o Ministério Público, a Polícia Federal, as Forças Armadas, o Tribunal de Contas da União, a OAB, universidades e todos os partidos políticos.

Nesses eventos, participantes podem questionar sobre qualquer aspecto do processo de votação, dissecar peças, simular votações, levar técnicos, especialistas e até hackers para tentar encontrar brechas de vulnerabilidade. Levando em consideração que Bolsonaro faz acusações extremamente graves nessa seara, é de se supor que representantes do presidente inundem as audiências de testes e fiscalização com casos, perguntas e denúncias.

Só que não. Diante de um questionamento feito para esse texto, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) respondeu que “o único partido que efetivamente participou da fiscalização dos códigos-fonte dos sistemas eleitorais foi o PT, tendo feito isso até as eleições de 2002”. Naquela época, ressaltou a corte, o PDT também costumava mandar representantes, “mas não fiscalizavam de forma efetiva”. Em 2018, quando Bolsonaro foi eleito, só a PF apareceu no evento de abertura dos códigos-fonte - a oportunidade para revirar o equipamento. Na cerimônia de assinatura digital e lacração das urnas, PSD, PT e PSL enviaram representantes, mas só para observação.

Em 2020 foi ainda pior. Não apareceu no TSE nenhum representante do presidente ou de qualquer partido nos eventos de teste e fiscalização. Toda a organização das eleições é centralizada no TSE. Entre centenas de atribuições, cabe à Justiça Eleitoral a distribuição das urnas eletrônicas, a soma dos votos e a divulgação dos resultados.[a centralização é que complica; não colocamos em dúvida a integridade do TSE, TREs, porém, lembramos que a centralização é um processo que dificulta a detecção de eventuais erros, falhas, fraudes, etc... A Justiça Eleitoral executando centenas de atribuições, torna todo o resultado mais suscetível a erros, falhas, fraudes, etc...

Alguns exemplos das muitas atribuições da Justiça Eleitoral, que levam  a realização de práticas que a tornam a  mandachuva do sistema eleitoral:
- organiza, fiscaliza e realiza as eleições, regula o processo eleitoral, examina as contas dos partidos e dos candidatos, controla o cumprimento da legislação e julga os processos relacionados com as eleições.  
- ministros do STF se revezam em cargos de decisão dentro do TSE, como a presidência da corte.
- “Não é crível que a autoridade eleitoral cuide de tudo”.
- “Quem realiza eleições não pode, também, desenvolver software, certificar equipamentos e programas, auditar os resultados das eleições e julgar eventuais desvios”,
- “A democracia brasileira não pode continuar a depender de um pequeno grupo de técnicos do TSE, que têm o controle absoluto sobre o sistema eletrônico de votação, de todos os códigos e chaves de criptografia”.
Sendo recorrentes: O excesso de atribuições, de responsabilidades, torna mais fácil a que erros, falhas, adulterações ocorram.
CABE PERGUNTAR: Afinal, por que ser contra algo que pode tornar a votação mais segura?] 

Conforme a Constituição, o TSE é composto por três ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), dois do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ainda dois juristas advogados escolhidos pelo presidente da República a partir de uma lista tríplice elaborada pelo STF. O presidente do TSE é sempre um dos três oriundos do STF. Em 1996, quando a urna eletrônica estreou, o TSE era presidido por Carlos Velloso. Depois dele, o tribunal trocou de presidente em 18 ocasiões. Como alguns exerceram o posto mais de uma vez, foram 15 presidentes em 25 anos. O atual é Luís Roberto Barroso.

A ideia segundo a qual as eleições seriam fraudulentas em decorrência de falcatruas insertadas nas urnas eletrônicas pressupõe a existência de um pacto corrupto de silêncio e cumplicidade envolvendo todos os 15 ministros que presidiram o TSE desde 1996. [todos eles, incluindo os ministros do Supremo - alguns, se julgam possuidores da 'suprema supremacia' - não possuem elementos que permitam detectar eventual ocorrência de certos tipos de fraudes.]

Um pacto ainda que deveria envolver as dezenas de outros magistrados que já passaram por lá, técnicos e diretores administrativos de diferentes áreas e épocas da corte eleitoral. É crível um negócio desse? Desde 1996 o Brasil já foi comandado por cinco presidentes: Fernando Henrique, Lula, Dilma, Temer e Bolsonaro. Por meio de eleição, o comando do governo central efetivamente mudou de mãos em duas ocasiões. Em 2003, quando um tucano passou a faixa para um petista, e em 2019, quando Bolsonaro assumiu. Nos Estados e nos municípios, alternâncias não são incomuns. E no Legislativo, as taxas de renovação são altas.

Num sistema fraudulento, capturado e controlado por algum grupo, isso ocorreria? Apesar de zero evidência de trapaça, Bolsonaro vem intensificando sua campanha de difamação contra as urnas eletrônicas. Diz que teria vencido em 2018 no primeiro turno, embora nunca tenha apresentado prova disso. Nos últimos tempos, passou a repetir que Aécio Neves ganhou de Dilma em 2014, o que é refutado pelo próprio tucano.

Além do trololó habitual e das bravatas de YouTube e redes sociais, o que efetivamente Bolsonaro fez em face de seu alegado conhecimento sobre gravíssimas violações eleitorais e, portanto, violações à democracia? Nada. Acionou a PF? Ninguém sabe. Reportou ao Ministério Público? Não. Levou ao TSE? Também não. Não há notícia nem sequer de um B.O. de delegacia.Em junho, o corregedor do TSE deu 15 dias para Bolsonaro apresentar as evidências que alega possuir sobre fraudes. Depois que o prazo já havia expirado, Bolsonaro disse que ainda não havia demonstrado nada porque a pessoa que tem as informações estava com covid-19. Pediu mais prazo.

Se realmente sabe de fraudes nas urnas há tanto tempo, por que Bolsonaro retém as informações? Se não sabe, o que o Congresso e/ou a Justiça irão fazer com o farto histórico de falso comunicado de crime? [esta pergunta é de dificil resposta. No parágrafo anterior o articulista registrou que Bolsonaro nada fez: "o que efetivamente Bolsonaro fez em face de seu alegado conhecimento sobre gravíssimas violações eleitorais e, portanto, violações à democracia? Nada. Acionou a PF? Ninguém sabe. Reportou ao Ministério Público? Não. Levou ao TSE? Também não. Não há notícia nem sequer de um B.O. de delegacia." 
Finalmente Bolsonaro fez falso histórico de comunicado de crime? Está parecendo o enigma das vacinas, são tantas as versões que ainda não definiram  se Bolsonaro atrasou ou acelerou a compra das vacinas.]
 
Ricardo Mendonça, colunista - Valor Econômico

domingo, 28 de junho de 2020

População está mais armada, o que gera preocupação a especialistas

Entre janeiro e maio, a Polícia Federal concedeu a maior quantidade de autorizações de posse de armas de fogo para o período na história. A bancada da bala comemora os resultados, mas especialistas alertam para crescimento da violência a médio prazo

Os números de portes de armas de fogo e de novas armas cresceram nos primeiros cinco meses de 2020, em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados são da Polícia Federal (PF). A bancada da bala no Congresso comemora os resultados, mas especialistas alertam que, a médio prazo, esse crescimento trará mais violência. A segurança pública é dever do Estado, conforme consta na Constituição de 1988. [enquanto o Estado não cumpre esse dever, a solução é a população assumir.
Mais bandidos morrerão e a tendência é os bandidos reduzirem o ímpeto criminoso, já que sempre dão preferência aos que estão desarmados.] Mais importante do que facilitar o acesso a esses instrumentos, segundo os especialistas consultados, é dar melhores condições de trabalho e infraestrutura às polícias.

Para os entrevistados, o fato de o presidente Jair Bolsonaro defender maior acesso a armamentos refletiu, principalmente, no aumento do número de armas novas em circulação, que caiu de 242.774 para 194.870, entre 2018 e 2019, mas voltou a subir de janeiro a maio de 2020. Para se ter uma ideia, enquanto, nos primeiros cinco meses do ano passado, foram 72.044 registros, no mesmo período deste ano, a quantia subiu para 81.074, um acréscimo de 12,5%. Já o número de porte de armas apresentou um crescimento mais constante. De 2018 a 2019, foi de 8.680 para 9.268. E, comparando os cinco primeiros meses de 2019 com o mesmo período de 2020, passou de 3.250 para 3580, o equivalente a 10,1%.

[complicado é que no Brasil o que mais tem é 'especialistas' em nada, mas que aceitam palpitar  conforme a vontade do entrevistador.
O que prova a incompetência indiscutível dos ditos especialistas é que os especialistas desde inicio de março que tentam acertar o pico da pandemia - começou para meados de abril, passou para inicio de maio, meados e agora está para meados de julho.
Acertar a data do pico da pandemia só é um pouco mais difícil que acertar a data de inauguração das obras do Ibaneis - além de atrasar várias datas, quando inaugura é uma parte, a chamada inauguração meia boca.]

Já o presidente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, Capitão Augusto (PL-SP), festejou o aumento no número de armas. “Eu vejo com bons olhos. Já mostra que revertemos a tendência dos governos petistas. É motivo para comemorar. Estamos falando de armas para o cidadão de bem, e não para marginais”, argumentou. “O desarmamento acarretou no aumento de homicídios. O importante é deixarmos a população mais segura. O cidadão de bem vai estar mais seguro. Antes, o marginal tinha certeza de que poderia entrar em uma residência ou roubar um carro. Hoje, existe a dúvida se o cidadão está armado ou não. Então, é uma ação intimidatória”, opina.

Correio Braziliense, MATÉRIA COMPLETA


sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Bolsonaro lança partido com agenda conservadora em solenidade em Brasília - Correio Braziliense

Bolsonaro lança partido que pretende ver oficializado a tempo de disputar as eleições municipais de 2020 e prega conservação de valores cristãos e posse e porte de armamento. Legenda tem longo caminho para ser homologada pelo TSE

 Com defesa de bandeiras conservadoras e fiéis à ideologia pregada pelo presidente Jair Bolsonaro, o Aliança pelo Brasil teve, nesta quinta-feira (21/11), sua primeira convenção. O partido que o chefe do Executivo quer criar — e que depende de homologação pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) promete lutar por valores cristãos, combater a ideologia de gênero, o aborto e ideais “comunistas e socialistas”, com apoio ao livre mercado e à propriedade privada. 

A garantia da posse e do porte de armas de fogo também será uma prioridade. A apresentação do programa é apenas o primeiro passo para que a legenda consiga o registro na Justiça eleitoral. Especialistas alertam para os desafios tanto de cooptar parlamentares quanto de ter candidatos aptos a participar das eleições municipais, em 2020, foco inicial do Aliança.

O caminho para a oficialização não é simples. Passa pela coleta de assinaturas de pelo menos 0,5% dos votos recebidos na última eleição geral para a Câmara, correspondente a 492.015 rubricas, que deverão ser coletadas em nove estados, com o mínimo de 0,1% do eleitorado que tenha votado em cada uma dessas unidades federativas.  Até março, prazo máximo para o partido estar apto a disputar as eleições de 2020, Bolsonaro espera que as executivas estaduais e municipais estejam compostas. “Nós faremos uma seleção de pessoas que estejam realmente comprometidas com o futuro do Brasil”, comentou. “Não é quem chegar na frente não.”

[a mãe de todas as ironias é que os inimigos do presidente Bolsonaro, e do Brasil, usaram de todos os meios para tentar envolver o presidente da República com o caso dos 'laranjas' do PSL - não conseguiram e agora o  PSL perde suas principais lideranças para um novo Partido.]
Bolsonaro deixou claro que não vai tolerar que presidentes estaduais “negociem a legenda”, com um pensamento eleitoreiro, voltado para eleger políticos pensando em termos quantitativos, não qualitativos. “Em parte, o problema que tivemos há poucas horas (quando ainda era do PSL) foi essa questão: negociar legenda, vender tempo de televisão e fazer do partido um negócio para ele”, frisou.

Witzel
O chefe do Planalto fez afagos ao Congresso, sustentando que conta com o apoio do Legislativo para melhorar o Brasil por meio da política. Não poupou críticas, entretanto, ao governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), que mira a Presidência da República em 2022. Para ele, o desafeto tenta relacionar sua família ao assassinato da vereadora Marielle Franco. “Botou na cabeça dele o direito de destruir a reputação da família Bolsonaro. Minha vida virou um inferno depois da eleição do senhor Wilson Witzel, lamentavelmente. Tenta destruir quem está do meu lado usando a Polícia Civil ou parte dela a todo custo”, acusou.

Embora a ideia do Aliança seja usar a militância para conseguir a coleta de assinaturas, Bolsonaro reconhece que, se a estratégia de validar a coleta eletrônica não der certo, o partido pode não disputar as eleições municipais do próximo ano — o TSE decidirá sobre o tema na semana que vem. O advogado eleitoral José Rollemberg concorda e avalia como difícil a criação até março. “O primeiro passo foi dado, mas, agora, começa a batalha pelo segundo. Para ter acesso ao fundo partidário e permitir que candidatos façam jus a tempo de rádio e campanha, são necessárias milhares de assinaturas. A Justiça Eleitoral não tem nenhuma regulamentação para as assinaturas eletrônicas. A ausência de estrutura jurídica é um obstáculo, sobretudo, com o prazo apertado”, justificou.

A migração de deputados para a eventual nova sigla também pode ser um problema. Admar Gonzaga, ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e advogado da futura legenda, entende que a legislação eleitoral possibilita a criação de uma janela partidária no momento em que a sigla for criada. Já o especialista em direito eleitoral e constitucional Daniel Falcão não concorda. Na opinião dele, a justa causa para a troca de partido existe em casos específicos e não se aplica mediante a criação de uma sigla. “São consideradas justa causa a comprovação de que o parlamentar sofre grave discriminação no partido de origem ou que a legenda está se desviando do próprio programa partidário”, afirmou. “Há uma terceira possibilidade, que é o partido original expulsar o deputado.” Nesse último caso, não é considerada justa causa, e o eleito leva seu mandato consigo.

Executiva Nacional

Apenas a Executiva Nacional do Aliança está composta. O próprio Bolsonaro foi escolhido presidente do partido. O senador Flávio Bolsonaro (RJ) será o primeiro-vice-presidente; o suplente do senador Izalci Lucas (PSDB-DF), Luis Felipe Belmonte, marido da deputada federal Paula Belmonte (Cidadania-DF), será o segundo-vice-presidente; o advogado Admar Gonzaga, ex-ministro do TSE, será o secretário-geral; e a advogada Karina Kufa, a tesoureira. O quarto filho do presidente, Jair Renan Bolsonaro, ocupará um cargo como vogal, ou seja, terá poder de voto, mas não exercerá uma função específica.

Correio Braziliense 

 

quarta-feira, 12 de junho de 2019

CCJ do Senado vota contra o decreto de armas, decisão vai para o Plenário

[Efeito Bolsonaro - Número de mortes violentas cai 23%  nos primeiros quatro meses de 2019 [apesar da flexibilização da posse de armas e o tão combatido decreto do porte. 

Números provam que Bolsonaro está certo. A proporção que as armas forem sendo liberadas os índices de violência cairão.]

 [enquanto isso, na contramão da vontade popular e contra a redução do número de mortes violentas]: Comissão aprovou projeto de decreto legislativo que susta os efeitos do decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro. 

Decisão do colegiado deve ser apreciada no Plenário ainda nesta quarta-feira 

 Senadores votaram, na manhã desta quarta-feira (12/6), na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Casa, o projeto de decreto legislativo (PDL) que susta os efeitos do decreto do presidente da República, Jair Bolsonaro, que facilita o acesso às armas à população. O texto aprovado na comissão segue agora para o Plenário, onde deve ser apreciado ainda hoje e com urgência. 

O decreto das armas cumpre uma promessa de campanha de Bolsonaro, mas é visto por parte dos parlamentares como inconstitucional e perigoso, além de tirar do Congresso a prerrogativa do debate sobre o tema, exorbitando as funções específicas dos poderes.  Os senadores favoráveis ao PDL citam, como argumento para derrubar a medida de Bolsonaro, dados sobre a violência no Brasil, como o Atlas da violência, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O levantamento mostra que, em 2017, 65,6 mil pessoas morreram assassinadas no país, sendo que 47,5 mil, pouco mais de 72%, foram vítimas de armas de fogo.

O PDL já tinha sido levado à CCJ na última quinta-feira (5/6). Após o debate, cientes de que o cenário era desfavorável ao Planalto, alguns parlamentares da base, incluindo o líder do governo no Senado, Major Olímpio (PSL-SP), pediram a realização de uma audiência pública, mas não foram bem-sucedidos.
 
Debate acalorado
O senador Fabiano Contrato (Rede-ES) argumentou que o decreto de Bolsonaro fere a Constituição Federal e o Estatuto do Desarmamento, que é uma lei federal. "Um decreto presidencial não pode violar uma lei federal. Trata-se de uma ação populista, imediatista, que transfere a responsabilidade do poder executivo de pacificação armando a população", atacou. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) foi na mesma linha: "Quem está falando da inconstitucionalidade e da exorbitância do decreto é a consultoria técnica da Casa. Aponta inconstitucionalidade e, por nove vezes, diz que o decreto extrapolou o poder regulamentar. O presidente quis animar sua base social". [algum dos nossos dois leitores - 'ninguém' e 'todo mundo' -  conhece algum projeto de lei desse senador do Amapá? 
Nunca teve nenhum projeto aprovado - se é que apresentou algum; o negócio dele é não produzir nada e criticar sempre os que tentam produzir alguma coisa de útil par ao Brasil e os brasileiros.]

Já Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) foi irônico em sua fala. "Parece que estamos em um paraíso de segurança pública. Os governos desrespeitaram as urnas do referendo e impediram cidadãos de ter acesso a armas de fogo", afirmou, fazendo referência ao referendo de 2005, no qual 63% dos brasileiros votaram a favor do comércio de armas de fogo. Flávio Bolsonaro argumentou, ainda, que o tema já foi exaustivamente debatido nas eleições. 

Major Olímpio (PSL-SP), por sua vez, falou de modo mais agressivo. "Deus é contra as armas, mas está do lado de quem atira melhor", afirmou. "O que estamos discutindo, primeiro, é a invasão de competência, está mais que demonstrado que não há. Soberania? O STF defeca na nossa cabeça todos os dias. Hoje, vai cair o decreto e vai ser festa na quebrada, nas facções. Só vai piorar para o cidadão. Parabéns, quem está ganhando com isso é o mundo do crime", contra-atacou.

A senadora Elisiane Gama (Cidadania-MA) rebateu. "O decreto presidencial não cumpre a lei. O Estatuto do Desarmamento reduziu o número de homicídios. E o decreto muda a espinha dorsal do desarmamento. No país, em 30% dos latrocínios, as vítimas são profissionais de segurança que tentaram reagir. Nos Estados Unidos, de 100 que matam, 60 vão pra cadeia. No Brasil, cinco. Não temos como comparar. A arma é indicativo forte para termos mais violência. O Brasil mata mais que a Síria. Mais armas na mão de brasileiros será mecanismo fácil para mais armas nas mão de bandidos", disse.
 
 
 


domingo, 2 de junho de 2019

Moderados e apreensivos: o que pensam os generais que trabalham bem perto do presidente Jair Bolsonaro

Um general do Alto Comando do Exército, grupo que mantém interlocução direta e constante com o presidente da República, transmitiu a Jair Bolsonaro nos últimos dias um pensamento que representa o estado de espírito atual de militares que estão perto do poder:

– Jair, serenidade. Você não precisa de radicais.
Na cabeça dos generais que ajudam a sustentar o governo Bolsonaro, incluindo aqueles, já na reserva, que ocupam cargos de primeiro e segundo escalões — o temor de uma radicalização caminha ao lado da preocupação de que a responsabilidade por tropeços do presidente recaia nos ombros e nas insígnias das Forças Armadas.

Arriscar o processo que fez as Forças Armadas saírem de um período repressivo, de grande desgaste na opinião pública, para a virada das últimas três décadas, quando retomou respeito e reconhecimento por parcela expressiva da população, é uma angústia crucial.

Integrados ao governo em grau sem precedentes desde a redemocratização, militares de alta patente ouvidos pelo GLOBO procuram apresentar uma mentalidade distante dos tempos da ditadura militar, época em que muitos se tornaram oficiais do Exército, Marinha ou Aeronáutica. A preocupação em mapear “inimigos” internos ou externos, uma constante no início de suas carreiras, hoje é adormecida.
Generais do alto comando contam que, em sua formação, foram “muito impactados por valores democráticos”, uma vez que passaram pelo processo de distensão e abertura na fase final da ditadura militar.

Os oficiais do círculo próximo a Bolsonaro abraçam uma tentativa de livrar o Exército de “estereótipos negativos”, em suas palavras. Um general do Alto Comando que conversou com O GLOBO em condição de anonimato, por exemplo, foi taxativo: avaliou que a ditadura cometeu “barbaridades” na repressão aos opositores: – Pagamos um preço muito alto com a ditadura. É uma palhaçada falar em intervenção militar, como ouvimos em alguns protestos. Chega a ser ofensivo.

As trocas de cargos no Ministério da Educação (MEC), que levaram à exoneração de diversos militares no seio do governo, não figuram sozinhos na lista de preocupações dos generais. Estão ombro a ombro com temores mais amplos, como a política armamentista do presidente, cabe ao Exército fiscalizar a venda de armas, os riscos envolvendo a Amazônia, considerada uma reserva natural estratégica, e até a determinação de que os quartéis celebrassem os 55 anos do golpe militar.
Sobre as armas, a preocupação central está na flexibilização do porte, desejada, e decretada, pelo presidente.
– Para porte, aí sim, é preciso ser perito na coisa. Há preocupação sobre uma proliferação negativa de armas, diz um outro general ouvido pela reportagem, que também pediu anonimato.

Como ficariam as Forças Armadas se recebessem a pecha de instituição que autorizou e controlou a disseminação de armas de fogo se as consequências não saírem como o esperado nos planos do presidente? São questionamentos como esse que permeiam os mais graduados.
– A gente torce para dar certo, afirmou um general ao GLOBO. Senão vamos ouvir: “Os militares não disseram sempre que são os salvadores da pátria?”
Dois assuntos neste primeiro semestre de governo incomodaram em cheio os militares de alta patente: o episódio do “golden shower”, quando Bolsonaro compartilhou em sua conta no Twitter uma prática sexual a céu aberto, gravada no carnaval de rua em São Paulo, algo impensável para um militar graduado, e a dubiedade em relação ao ideólogo de direita Olavo de Carvalho, que atacou, com xingamentos, os militares do governo. O compromisso com a “arrumação da casa” de uma instituição que representa o Estado e voltou ao governo após seu período mais desgastante é prejudicado.

Em geral, um militar leva de 30 a 40 anos para ascender até o último grau da hierarquia. A maioria dos principais generais do atual governo e dos que compõem o Alto Comando do Exército se formou nas turmas do fim da década de 1970 e do início da década de 1980 da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), em Resende, no Sul Fluminense.

O próprio Bolsonaro, egresso da turma de 1977, conviveu com certo grau de intensidade com vários desses generais. O comandante do Exército, general Edson Leal Pujol, é da mesma turma. O porta-voz Otávio Rêgo Barros é de 1981. Enquanto Bolsonaro deixou os quadros da ativa ainda na década de 1980, recém-alçado a capitão, alguns de seus contemporâneos seguiram em formação.
Suas carreiras foram feitas em um ambiente crescente de profissionalização e de processo de “arrumação da casa”, quando houve de fato um esforço para reverter a politização anterior, do regime militar, afirma o antropólogo Piero Leirner, da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar).

Aprendizado com missões
Se a década de 1940 ficou marcada, para o Exército Brasileiro, pelo envio de tropas para a Segunda Guerra Mundial, a partir dos anos 1990 se tornou recorrente a participação brasileira em missões de paz da ONU. O Brasil tinha 1,3 mil oficiais no exterior há quatro anos, com atuação principalmente em países africanos e no Haiti, cuja missão foi comandada por três dos atuais ministros de Bolsonaro: Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Carlos Alberto Santos Cruz (Secretaria de Governo) e Floriano Peixoto (Secretaria-Geral).
A maioria dos generais da atualidade já colocou a boina azul (usada em missões da ONU). É diferente do oficial que era general no regime militar. Era uma época de Guerra Fria, dos atos institucionais. Nem se pensava em mulher no Exército, por exemplo — analisa o general Eduardo José Barbosa, atual presidente do Clube Militar.
A experiência das missões de estabilização de países, que são diferentes de conflitos abertos que ocorrem guerras, é um aspecto que contribui para o perfil moderado dos oficiais que participam diretamente do governo.



 

quinta-feira, 14 de março de 2019

Faroeste caipira

“A tragédia de ontem pôs em xeque uma das principais pautas do governo Bolsonaro, a liberação da venda de armas de fogo

[Justiça ainda que tardia, começa a ser feita.

Justiça do Rio absolveu quatro policiais militares acusados do assassinato do servente Amarildo - cujo corpo sequer foi encontrado.

Na época, para dar uma satisfação à sociedade, prenderam alguns policiais da UPP da Rocinha e os acusaram por matar o servente.

Agora foram inocentados.]

Dois ex-alunos mataram oito pessoas na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano (SP): cinco alunos, duas funcionárias do colégio; além do proprietário de uma loja próxima ao local. Não se sabe ainda a motivação do crime. Os assassinos, Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Henrique de Castro, de 25 anos, chegaram encapuzados, abriram fogo e se suicidaram a seguir. Marilena Ferreira Vieira Umezo, coordenadora pedagógica, foi a primeira a ser atingida. O massacre é o maior já registrado em São Paulo. No Rio, em abril de 2011, 12 crianças morreram e 13 ficaram feridas numa escola de Realengo: um homem de 23 anos invadiu salas de aula atirando.

A tragédia de ontem pôs em xeque uma das principais pautas do governo Bolsonaro, a flexibilização da venda de armas de fogo. O senador Major Olímpio (SP), líder do PSL, da tribuna do Senado, tentou manter o eixo da discussão, com o argumento de que o massacre poderia ser evitado se funcionários e professores portassem armas, mas o assunto é leite derramado, como o debate sobre licenças ambientais depois da tragédia de Brumadinho. Não foi à toa a hesitação e demora do Palácio do Planalto para se pronunciar sobre o incidente, com uma nota tímida. O presidente Jair Bolsonaro demorou mais ainda a se manifestar pelo Twitter, no qual costuma apertar o dedo rapidinho.

A lógica de que armar a população de forma generalizada é boa para o lobby dos fabricantes de armas, mas não tem sustentação na realidade. Basta imaginar uma situação na qual moradores da Zona Sul do Rio de Janeiro trocassem tiros pela janela com traficantes da Rocinha, Pavão e Pavãozinho, Chapéu Mangueira e Dona Marta. Ou que, de fato, houvesse professores e alunos armados na escola, trocando tiros com os dois ex-alunos, numa espécie de faroeste caipira. Seria um retrocesso civilizatório. [o que é melhor? um improvável retrocesso civilizatório ou estudantes - adolescentes ou mesmo crianças - sendo abatidos.

Bom lembrar que havendo professores e funcionários armados, ou mesmo policiais (caso do DF em que a administração das escolas - por enquanto apenas 4, está sendo compartilhada com policiais militares) os pretendentes a executores de uma chacina não terão condição de saber quem está armado e de onde partirá os tiros que os abaterão.

Eles podem atirar a esmo, mas, os que estiverem armados, treinados, saberão em quem atirar.]

Direitos humanos, democracia e paz são conquistas históricas da sociedade moderna. Homicídios impunes, agressões domésticas, brigas entre torcidas de futebol, violência no trânsito, violência policial, presídios superlotados, racismo e homofobia estão em contradição com isso. Não há correspondência entre a realidade social e a expansão dos direitos humanos na Constituição Federal de 1988. Urge um debate sobre essa questão que fuja às soluções fáceis e fugazes, que, às vezes, empolgam os eleitores, mas não são exequíveis.

Pacote Moro
É o caso da ideia de que ter uma arma em casa é a solução do problema de segurança pública. Na prática, o Estado está terceirizando o problema, porque perdeu o monopólio do uso da força e, agora, sucumbe ao pacto dos violentos. Está aí, escancarado, no caso Marielle Franco e Anderson Gomes, o problema das milícias no Rio de Janeiro. O debate sobre essa questão no Congresso está posto pelo pacote encaminhado pelo ministro da Justiça, Sérgio Moro.

O eixo original do pacote era a discussão sobre os crimes de colarinho branco, foco da Operação Lava-Jato, mas isso é como falar de corda em casa de enforcado, sobretudo a questão da criminalização do caixa 2 eleitoral, que está sendo decidida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O eixo mudou para o endurecimento das penas por crimes de homicídio, latrocínio e tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, onde é muito mais amplo o apoio na base parlamentar. Há uma noção de que aumentar o tempo de cadeia resolverá o problema da criminalidade, o que é outra discussão cabeluda, porque os presídios foram transformados em bunker pelo crime organizado.

Voltemos ao problema do retrocesso civilizatório. O poder coercitivo da lei só é plenamente efetivo na regulação da conduta dos indivíduos quando reforçado por regras morais compartilhadas por todos. Por isso, a construção de consensos atenua conflitos públicos e privados, permite a convivência de opiniões e a conciliação de interesses divergentes. O salto de qualidade é a passagem do reino da violência para o reino da não violência, ou seja, das normas morais e do Direito.

Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo - CB

domingo, 24 de fevereiro de 2019

Tiros e agressões de tropas venezuelanas atingiram o Brasil

Distúrbios começaram quando jovens atiraram pedras e coquetéis molotov contra militares da Venezuela

O Exército brasileiro registrou que tiros de armas de fogo e outras agressões de militares da Venezuela atingiram o lado do Brasil na fronteira neste sábado, 23.

As tropas da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) tinham como alvos  Manifestantes, do lado venezuelano, que pediam o ingresso da ajuda humanitária do Brasil e dos Estados Unidos. Um grupo deles havia atacado a guarnição militar da Venezuela na região.

Em entrevista ao Jornal Nacional, da Rede Globo, o coronel José Jacaúna confirmou e lamentou o episódio. Até o momento, a assessoria de imprensa do Palácio Planalto não respondeu ao questionamento de VEJA sobre essa situação. O governo brasileiro assinalara, na sexta-feira 22, que as forças brasileiras não agiriam contra a Venezuela, a não ser que houvesse agressão à soberania do país.


 [ainda que manifestantes em solo brasileiro atirem pedras contra militares venezuelanos em território da Venezuela, estes não podem utilizar armas de fogo para atingir os manifestantes.

Se assim procederem, estarão realizando uma ação hostil contra o Brasil, desrespeitando território brasileiro e se impõe uma pronta ação das FF AA do Brasil.
É uma agressão ao Brasil o que o Exército do 'bigode sem cabeça' fez contra o território soberano do Brasil e que somada ao fato de apontar misseis S-300 contra o Brasil - criando uma zona de exclusão aérea em território brasileiro - exige uma pronta ação das Forças Armadas do Brasil, sem prejuízo de uma ação diplomática, inclusive com a convocação do embaixador do Brasil na Venezuela.

As palavras do coronel Jacaúna, em entrevista ao JN, confirmam o episódio, expressam a discordância do coronel e o apelo a que haja uma intervenção diplomática -  não nos parece suficiente manter o assunto apenas no campo diplomático, houve uma agressão contra o Brasil e a justa retaliação se impõe, afinal, a soberania  do Brasil foi acedida.

A Venezuela tem um maior poder aéreo na região de fronteira, mas, sem logística e sem suprimentos, tal superioridade será de horas.]
 
As tropas da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) tinham como alvos  manifestantes, do lado venezuelano, que pediam o ingresso da ajuda humanitária do Brasil e dos Estados Unidos. Um grupo deles havia atacado a guarnição militar da Venezuela na região.
Em entrevista ao Jornal Nacional, da Rede Globo, o coronel José Jacaúna confirmou e lamentou o episódio. Até o momento, a assessoria de imprensa do Palácio Planalto não respondeu ao questionamento de VEJA sobre essa situação. O governo brasileiro assinalara, na sexta-feira 22, que as forças brasileiras não agiriam contra a Venezuela, a não ser que houvesse agressão à soberania do país.

Os distúrbios na fronteira, em Pacaraima (RR), acentuaram-se ao anoitecer, quando um grupo de 50 jovens venezuelanos jogaram coquetéis molotov e pedras contra militares do lado venezuelano. No local estavam outras 500 pessoas, que se dispersaram quando as tropas atiraram com armas de fogo lançaram bombas de gás lacrimogêneo. Os manifestantes atearam fogo ao  matagal  em volta do posto do Exército venezuelano, onde havia dois veículos estacionados, que foram impactados pelos artefatos caseiros e também acabaram incendiados.

Antes do início desses distúrbios, os dois caminhões com alimentos e kits de primeiros socorros doados pelo Brasil e pelos Estados Unidos foram retirados na fronteira. Na cidade venezuelana de Santa Elena de Uairén, a 15 quilômetros da fronteira, houve incidentes violentos durante a tarde. A Prefeitura confirmou a morte de quatro pessoas. Outras 25 ficaram feridas. Parte delas foi transferida para Pacaraima e, de lá, para Boa Vista. O governo de Roraima informou na noite de sábado que os militares venezuelanos passaram a impedir o transporte de feridos para o Brasil. O número de vítimas fatais poderá, portanto, aumentar.

No total, 16 venezuelanos foram atendidos em hospitais públicos de Roraima. Olnar Ortiz, ativista na região da organização não governamental Fórum Penal, detalhou que uma das vítimas fatais foi baleada na cabeça. Dentre esses feridos, cinco estão internados em estado grave no Hospital Geral de Roraima, em  Boa Vista. Na sexta-feira, os hospitais de Roraima já haviam recebido manifestantes feridos da comunidade indígena de Kumarakapai, do lado venezuelano, a cerca de 80 quilômetros de Pacaraima.

O governo de Roraima informou na noite de sábado que o atendimento aos feridos está gerando impacto enorme ao Hospital Geral, cuja capacidade já é limitada para dar assistência à população local. A assessoria de imprensa do estado lamentou que os militares venezuelanos atirem contra seu próprio povo e não dêem aos feridos o atendimento necessário. Na fronteira, fontes informaram sobre o transporte nesta noite de mais 16 feridos de Santa Helena do Uairém, em três ambulâncias. Duas delas teriam sido impedidas pelos oficiais venezuelanos de seguir para Pacaraima.

Os confrontos se deram no contexto do ingresso da ajuda humanitária internacional, convocada pelo autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó para ingressar no país neste sábado. Houve graves incidentes também na fronteira com a Colômbia, onde três dos 10 caminhões conseguiram cruzar a divisa. Dois deles acabaram incendiados por ordem de Caracas. Em desafio à iniciativa de Guaidó, o  líder venezuelano Nicolás Maduro, determinara o fechamento das fronteiras do país e as reforçaram com contingentes militares.


AFP - Veja

sábado, 19 de janeiro de 2019

Nem Átila

A mídia está começando a revelar sintomas de Alzheimer ou de alguma outra forma de demência ainda mal diagnosticada pela psiquiatria




Publicado na edição impressa de VEJA

É realmente uma canseira, mas não tem outro jeito. A cada vez que você vai escrever ou falar alguma coisa sobre a imprensa no Brasil, é preciso explicar direitinho, se possível com desenho e quadro-negro, que o autor não é ─ repetindo: não é, de jeito nenhum, nem pensem numa coisa dessas ─ contra a liberdade de imprensa. Não está pedindo a volta da censura, mesmo porque seria legalmente impossível. Não quer a formação de uma polícia para fazer o “controle social dos meios de comunicação”. Não está “a favor dos militares e contra os jornalistas”. Não acha, pelo amor de Deus, que é preciso fechar nenhum jornal, revista, rádio, televisão, folheto de grêmio estudantil ou seja o que for. Não lhe passa pela cabeça sugerir aos donos de veículos e aos jornalistas que publiquem isso ou deixem de publicar aquilo; escrevam em grego, se quiserem, e tenham toda a sorte do mundo para encontrar quem leia.  

Com tudo isso bem esclarecido, então, quem sabe se possa dizer que talvez haja um ou outro probleminha com a imprensa brasileira de hoje. Um deles é que a mídia está começando a revelar sintomas de Alzheimer ou de alguma outra forma de demência ainda mal diagnosticada pela psiquiatria.  É chato lembrar esse tipo de coisa, mas também não adianta fazer de conta que está tudo bem quando dizem para você dia e noite, 100 mil vezes em seguida, que o novo governo brasileiro provou ser o pior que a humanidade já teve desde Átila, o Huno. Não faz nexo. Até Átila precisaria de mais de duas semanas de governo para mostrar toda a sua ruindade e olhem que ele foi acusado de comer carne humana e andava cercado de lobos, em vez de cachorros, sendo que nenhum dos seus lobos era bobo o suficiente para chegar perto do dono quando sentiam que o homem não estava de muito bom humor naquele dia. Além disso, errar em tudo é tão difícil quanto acertar em tudo. Talvez fosse mais racional, então, recuar para uma antiga regra da lógica: as ações devem ser julgadas pelos resultados concretos que obtêm, e não por aquilo que você acha delas. Um governo só pode ser avaliado depois de se constatar se as coisas melhoraram ou pioraram em consequência das decisões que colocou em prática. O número de homicídios, por exemplo ─ aumentou ou diminuiu depois de doze meses? A inflação está em 2% ou em 20%? O desemprego caiu ou subiu? E por aí vamos.

Mas essa lógica não existe no Brasil de hoje. Está tudo errado, 100% errado, porque é assim que decretam os estados de alma dos proprietários dos veículos e dos jornalistas que empregam ─ e não porque mediram algum resultado concreto. Ou seja: ainda não aconteceu, mas o governo já errou. A condenação começou no dia da posse de Bolsonaro e dali até hoje não parou mais. Os jornalistas, denunciou-se já nos primeiros minutos, não receberam instalações à altura da sua importância para a sociedade. Donald Trump não veio. O discurso de estreia foi ruim ─ embora não tivessem publicado uma sílaba de algum discurso presidencial anterior, para que se pudesse fazer uma comparação. Há generais em excesso no governo ─ e qual seria o número ideal de generais no governo? As médias das administrações de Sarney para cá? A média mundial? O que é pior: o general A, B ou C ou os ministros Geddel, Palocci ou Erenice? Há poucos nordestinos. O ministro do Ambiente acha que esgotos, por exemplo, ou coleta de lixo, são problemas ambientais sérios. Conclusão: ele vai abandonar a Amazônia para os destruidores de florestas.

Como o doente que repete sem parar a mesma coisa, não consegue descrever o que vê pela janela, e esquece tudo o que lhe foi demonstrado 1 minuto atrás, a imprensa travou. A prisão do terrorista Cesare Battisti foi uma “derrota” para Bolsonaro; imaginava-se que teria sido uma derrota para Battisti, mas a mídia quer que você ache o contrário. O acesso à armas de fogo para que um cidadão (só aquele que queira), tenha a chance de exercer o direito de legítima defesa antes de ser assassinado, vai desencadear uma onda de homicídios jamais vista na história. Como as armas de fogo são caras, denuncia–se que a medida é “pró-elites”.

terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Bolsonaro assina decreto que facilita a posse de armas no Brasil

Decreto flexibiliza a posse de armas no País, uma das principais promessas de campanha do presidente 

O presidente Jair Bolsonaro  assinou nesta terça-feira, 15, decreto que altera regras para facilitar a posse de armas de fogo, ou seja, a possibilidade de o cidadão guardar o equipamento na residência ou no estabelecimento comercial do qual seja dono. É a primeira medida do presidente em relação ao compromisso de campanha de flexibilizar a posse de armas para a população em geral. Bolsonaro já afirmou que futuramente flexibilizará também o porte, isto é, a possibilidade de deslocamento da arma.



“Como o povo soberanamente decidiu por ocasião do referendo de 2005, para lhes garantir esse legítimo direito à defesa, eu, como presidente, vou usar essa arma”, disse Bolsonaro, dirigindo-se para assinar o decreto. “Essa é uma medida para que o cidadão de bem possa ter sua paz dentro de casa.” 
  Entre as mudanças, foi ampliado o prazo de validade do registro de armas de 5 para 10 anos, tanto para civis como para militares. Também não será mais preciso comprovar a “necessidade efetiva” para a obtenção da posse: o interessado precisará apenas argumentar que mora em cidade violenta, em área rural ou que é agente de segurança, para satisfazer o requisito.

Na prática, cidadãos de todo o País terão esse requisito preenchido, pois o governo usará como critério para definir cidade violenta taxa de homicídios no Estado maior do que 10 por 100 mil habitantes. Segundo a fonte de referência escolhida pelo governo - o Atlas da Violência do ano de 2018, com dados referentes a 2016 -, todos os Estados superam esse índice. As taxas mais baixas são 10,9, em São Paulo, e 14,2, em Santa

Norma permite quatro armas e estabelece validade de dez anos, em todos os municípios; casas com crianças e pessoas com deficiência mental deverão ter cofre

Para requerer o equipamento, atualmente é preciso submeter o pedido a uma superintendência da Polícia Federal, que faz uma análise sobre a necessidade e os demais requisitos. O objetivo do governo era impedir uma análise subjetiva, ou seja, que diante de um mesmo fato as avaliações de autoridades pudessem ser diferentes. Com a mudança, a autoridade policial aplicar as regras de maneira mais objetiva.
“O grande problema que tínhamos na lei é a comprovação da efetiva necessidade”, afirmou Bolsonaro.
O presidente disse ainda que estão sendo estudados mecanismos para que a Polícia Federal não fique sobrecarregada com a demanda. "Nós estamos sugerindo a possibilidade de abrir convênios com a Polícia Militar e a Polícia Civil."

O Sistema de Gerenciamento Militar de Armas (Sigma), administrado pelo Exército e que inclui a concessão de armas para caçadores e atiradores esportivos, previa o prazo de três anos. O Sistema Nacional de Controle de Armas (Sinarm), que é o sistema voltado para a população em geral e é administrado pela Polícia Federal, previa cinco.

As exigências legais para a obtenção da posse de arma permanecem.  Ficam mantidas as demais exigências para a posse de armas: ser maior de 25 anos; não possuir antecedentes criminais; ter passado por um curso de habilitação que permita “capacidade técnica para o manuseio da arma”; e aptidão psicológica.

Diferente do porte de armas, o direito à posse permite ao cidadão manter armamento em casa ou no local de trabalho, desde que seja o responsável legal pelo estabelecimento. As regras para obtenção do porte de armas, mais restritivas, continuam as mesmas. O porte permite ao cidadão andar armado pelas ruas. 

Modificações
Iniciada no Ministério da Justiça e Segurança Pública, a construção do texto do decreto passou por várias modificações depois de chegar à Casa Civil. Alguns pontos previstos na minuta do decreto do Ministério da Justiça foram considerados restritivos por setores defensores do armamento da população, como a limitação de duas armas para cada pessoa. O número, então, foi ampliado para quatro armas.
"Na legislação anterior se podia comprar seis armas, mas, na prática, não se podia nenhuma. Com a legislação atual, se poderá comprar até quarta. Com a possibilidade ainda, se tiver de comprar mais armas, tendo em vista o número de propriedades rurais, por exemplo, pode obter uma maior quantidade de armas", explicou o presidente.

Outro ponto que sofreu resistência é a exigência de cofre em residências com crianças, adolescentes ou pessoa com deficiência mental, para "armazenamento apropriado" em caso de armas de cano curto. Em casa com armas de cano longo, precisaria ser comprovada a existência de um "local seguro para armazenamento", segundo o decreto.
“O cidadão vai ter que, em uma declaração, dizer que na sua casa ele tem um cofre ou local seguro para guardar sua arma”, detalhou Bolsonaro.

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) assinou decreto que flexibiliza a posse de armas de fogo no Brasil. O esperado documento foi anunciado depois da terceira reunião do Conselho de Governo, formado pelo presidente, pelo vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) e pelos 22 ministros.
“O que estamos fazendo aqui nada mais é do que restabelecer um direito definido nas urnas por ocasião do referendo de 2005, onde infelizmente o governo à época buscou maneiras, em decretos e portarias, a negar-lhes esse direito. O povo decidiu por comprar armas e munições e nós não podemos negar o que o povo quis naquele momento”, diz o presidente.

Bolsonaro anunciou que o decreto altera os critérios para a chamada “efetiva necessidade” da aquisição da arma e manutenção desta em casa. Hoje, o interessado apresenta suas alegações e cabe à Polícia Federal ou ao Exército, de forma subjetiva, considerá-las válidas ou não. A partir de agora, serão adotados critérios objetivos.

Segundo o presidente, a decisão se justifica para atender ao referendo de 2005, quando foi rejeitada a proibição do comércio de armas de fogo. O texto não altera as regras relativas ao porte de armas, a autorização para se deslocar com o artefato. O documento será publicado ainda nesta tarde em edição extraordinária do Diário Oficial da União, também aumenta o tempo de duração da autorização para a posse, que passa de cinco para dez anos.

A fim de reduzir o impacto de um aumento de demanda, Bolsonaro afirmou também que está sendo estudado pelo ministro da Justiça, Sergio Moro, um convênio para que as polícias civil e militar dos estados possam conferir essas autorizações. A
flexibilização da posse de armas, o direito à compra e manutenção em casa dos artefatos, é uma das promessas de campanha de Bolsonaro. Por se tratar de uma regulamentação, a alteração pôde ser feita por meio de decreto, em solução articulada com o ministro da Justiça, Sergio Moro, que dispensou a discussão do tema no Congresso Nacional.

Em referência ao que chamou de “bancada da legítima defesa”, Jair Bolsonaro abriu espaço para que, a partir do Congresso, seja flexibilizado também o porte de armas. “Outras coisas dependeriam de mudança na lei. O Peninha [deputado Rogério Mendonça, do MDB-SC] e o [Abelardo] Lupion (deputado, pelo DEM-PR) com certeza vão tratar desse assunto”, disse.

Veja e Estadão