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terça-feira, 21 de dezembro de 2021

Não se iluda! Os pobres do Brasil continuarão pobres - Gazeta do Povo

J. R. Guzzo - VOZES

 

Discurso eleitoral

O ano eleitoral está aí adiante e, desde já, parece que a pobreza vai estar no centro dos debates. Má notícia para os pobres. Todas as vezes em que candidatos, partidos e o universo à sua volta começam a dizer que estão interessados em resolver a pobreza, pode-se garantir uma coisa: todos vão se aproveitar do tema para se elegerem, ninguém vai resolver nada e os pobres vão levar na cabeça.


Comunidade de Paraisópolis, em São Paulo: candidatos vão prometer, mais uma vez, o fim da pobreza. -  Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Qual poderia ser a dúvida? Nos quase 40 anos que se passaram desde a redemocratização, e especialmente depois da “Constituição Cidadã” de 1988, todo o discurso político do Brasil pretende salvar os pobres – ou eliminar “a fome”, “a miséria”, a “desigualdade”, etc. De lá para cá não se resolveu absolutamente coisa nenhuma; é óbvio que tudo aquilo que foi tentado, proposto e feito neste tempo todo deu completamente errado.

Se falar contra a pobreza servisse para alguma coisa, por que o Brasil continua tão pobre? A economia cresceu dos anos 80 para cá, mas a população cresceu mais ou menos no mesmo ritmo. O resultado foi uma soma zero em termos de renda per capita.

A pobreza continua a existir no Brasil porque todas as doutrinas ideológicas que orientam a política brasileira vão na direção exatamente contrária ao interesse dos pobres. A consequência inevitável disso é que as forças que mandam no país tomam, em todos os níveis, decisões de governo que fazem a redução da miséria e dos miseráveis ficar materialmente impossível.

Há 40 anos o mundo político transfere, sem parar, mais e mais recursos para o setor público – sua folha de pagamento, suas aposentadorias e suas despesas de funcionamento. O que resulta essa deformidade é o completo oposto de distribuição de renda; é concentração direta na veia, e determinada por lei.

Como algum candidato pode falar a sério em combater a pobreza quando os políticos acabam de rejeitar o veto presidencial ao “Fundo Eleitoral” e, por conta disso, metem a mão em quase R$ 6 bilhões para gastarem nas campanhas, ou no que bem entenderem? [destaque-se que neste caso até a chamada oposição - oposição de nada - se uniu a grande parte dos governistas para a derrubada do veto. Alguns governistas votaram contra a derrubada do veto... uns poucos, mas maios que os ditos opositores.]

Durante os próximos meses a população vai ser massacrada com discurseira demagógica contra “a fome”, etc. Mas nenhum candidato ou partido vai deixar de se forrar de dinheiro tirado do público – ou seja, dos mesmíssimos pobres que querem tanto ajudar. Voando pelo país em seus jatinhos último tipo, todos vão propor mais despesa de governo, mais "programas sociais”, mais poder e recursos para o Estado.

Ninguém vai pregar uma única medida que ajude realmente a reduzir a pobreza – a começar pela oferta de mais oportunidades, algo que só existe numa economia que tenha liberdade para crescer. Os pobres, naturalmente, continuarão pobres.

J. R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 


segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

Como a Venezuela passou o Haiti e se tornou o país mais pobre das Américas - Editorial

Helen Mendes

Crise prolongada

Em pouco mais de uma década, a Venezuela deixou de ser um dos países mais ricos da América Latina para se tornar a nação mais pobre das Américas, passando o Haiti. Uma pesquisa sobre as condições de vida na Venezuela publicada em setembro apontou que 94,5% da população vivem em situação de pobreza, e mais de três em cada quatro venezuelanos sofrem com a pobreza extrema, com renda insuficiente para garantir suas necessidades alimentares básicas.

Entre as causas desse colapso
estão “mais de duas décadas de políticas econômicas compostas por controle de preços, controle de câmbio das divisas, violações ao direito à propriedade privada, irresponsabilidade fiscal na gerência de recursos públicos, especialmente aqueles decorrentes da indústria do petróleo, e corrupção”, resume o cientista político venezuelano William Clavijo, doutor em políticas públicas, estratégias e desenvolvimento. [os malefícios que afligem os venezuelanos, são exatamente os que os inimigos do Brasil pretendem trazer de volta - mas não conseguirão. Perderam em 35, em 64, e agora o seu 'melhor' candidato, o descondenado Lula, ainda não sabe se assume que será candidato em 2022 = caso seja, ótimo, não haverá segundo turno, o capitão esmagará o maior ladrão do Brasil no primeiro round.]

A evolução dos indicadores econômicos nos últimos anos demonstra o agravamento da crise e a deterioração das condições de vida na Venezuela. Segundo projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI), até o final deste ano, o PIB per capita da Venezuela deve cair para US$ 1.630, o menor valor entre os países das Américas, incluindo o Haiti (US$ 1.690). Em 2011, o PIB per capita no país era superior a US$ 12 mil.
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Em 2011, o Produto Interno Bruto da Venezuela atingiu o seu pico da última década, na faixa de US$ 353 bilhões. Ainda segundo o FMI, o PIB venezuelano caiu para US$ 47 bilhões em 2020, uma redução de mais de 86% no período. Desde 2017, o país enfrenta ainda a hiperinflação. Para este ano, a estimativa do FMI é de uma inflação de 2.700% na Venezuela. O ápice da hiperinflação foi em 2018, em torno de 136.000%.

O trabalhador venezuelano precisa ainda lidar com a profunda desvalorização do seu salário. Enquanto em 2012 o salário mínimo venezuelano era de cerca de US$ 200, com base na cotação do preço do dólar no mercado paralelo, em maio de 2020 ele já tinha caído para a faixa de US$ 2,30 mensais.
 
As causas
Dona das maiores reservas de petróleo do mundo, a Venezuela é um petroestado, ou seja, sua economia é altamente dependente da indústria do petróleo. Isso significa que o país é vulnerável às mudanças de cenário dessa indústria no mercado internacional – quando o preço do petróleo sobe, as suas receitas aumentam, e vice versa. Assim como outros grandes produtores de petróleo, a Venezuela foi afetada pela queda nos preços da commodity, especialmente a partir de 2014. Essa não foi a primeira vez que isso ocorreu. Porém, dessa vez, decisões políticas colaboraram para o declínio econômico.

As diferenças do processo atual, durante os 20 anos dos governos de Hugo Chávez e Nicolás Maduro, são muito mais graves, porque esse problema estrutural da Venezuela teve como agravante adicional a opção por um corolário de políticas econômicas que violaram os direitos econômicos da população”, diz Clavijo, que também é bolsista de pós-doutorado em programa da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
 
Controle de preços
A primeira dessas políticas que contribuíram para que a Venezuela chegasse à situação atual foi o controle de preços, aponta Clavijo. “O chavismo acabou com o sistema de preços. E, ao querer controlar os preços, desestimulou a produção nacional”, diz.

Muitas vezes, os custos da produção eram mais altos do que os preços estabelecidos pelo Estado, e quem não vendia por esses preços estava sujeito a multas, expropriações ou outras penalizações.
 
Estatização
Outro fator foi a estatização de mais de mil empresas de diversos setores da economia, incluindo telecomunicações, energia e agricultura. “Isso acabou destruindo a capacidade produtiva que existia no país”, avalia o cientista político.

Segundo ele, durante o período democrático, a Venezuela conseguia fornecer serviços de eletricidade, água, entre outros, com qualidade e estabilidade. Mas os governos de Chávez e Maduro “acabaram com isso, porque essas empresas quebraram”.
 
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Controle do câmbio
Para Clavijo, outra decisão política que foi “muito perniciosa” para a economia venezuelana foi a decisão do governo Chávez, em 2003, de controlar o câmbio de divisa.

O governo passou a controlar a venda de dólares, estabelecendo um preço artificialmente baixo para a moeda estrangeira. Com isso, ficou mais barato importar produtos do exterior do que produzi-los no país, o que “desestimulou fortemente a produção nacional”, diz Clavijo.
 
Corrupção e falta de autonomia
Completando a equação estão problemas associados à corrupção na administração federal venezuelana, principalmente envolvendo a estatal de petróleo PDVSA.

No começo dos anos 2000, a PDVSA era uma empresa pública eficiente, com grande capacidade de produção e refino de petróleo e ambiciosos planos de internacionalização que estavam dando certo. “Hugo Chávez chega com um pacote de reformas, toma o controle da empresa e acaba com as suas políticas de autonomia e meritocracia, que permitiam que a empresa tivesse bons resultados”, relata Clavijo.

Chávez começa então a usar as receitas petrolíferas da PDVSA para atividades não essenciais à indústria do petróleo e para financiar políticas sociais e planos de internacionalização. Isso inclui os supostos financiamentos de partidos políticos aliados na América Latina e na Europa.

“A exploração de petróleo envolve riscos. A empresa precisa usar parte de suas receitas para financiar atividades de exploração e produção. Isso não aconteceu da forma como deveria”, explica o especialista, acrescentando que o governo Chávez demitiu milhares de trabalhadores capacitados, enquanto também começaram a acontecer casos de corrupção na empresa estatal de petróleo, fatores que prejudicaram a capacidade técnica da empresa de manter a produção e a qualidade.
 
Sem retomada
Somado a tudo isso, a Venezuela começa em 2007 a fazer empréstimos e a se endividar com a China e outros mercados internacionais. “Quando em 2014 o preço do petróleo cai, descortina-se uma crise muito mais complexa do que só a questão conjuntural associada à cotação do preço do barril”, afirma Clavijo.

Quando ocorreu a queda dos preços do petróleo, todos os países produtores foram afetados e tiveram que reformular seus planos de negócios. Porém, a Venezuela não estava preparada para lidar com esse cenário, porque “não manteve uma política econômica responsável”.
Portanto, quando esses países começam a se recuperar, a Venezuela não se recupera – devido à falta de investimentos, falta de poupança, de boa gestão da política macroeconômica do país e da empresa estatal de petróleo, entre outras questões.

O regime chavista e seus apoiadores culpam as sanções impostas pelos Estados Unidos pelo declínio da produção de petróleo na Venezuela e consequente crise econômica. A primeira sanção dos EUA contra a PDVSA foi imposta em 2017, impedindo a estatal de usar o sistema financeiro norte-americano para pagar por produtos e serviços. “Porém, nos meses anteriores, a PDVSA já experimentava uma queda na produção de barris de petróleo. Desde 2014, a empresa já tinha entrado em uma linha de declínio acelerado, que nada tem a ver com as sanções”, afirma Clavijo.

Em 2019, o governo do presidente americano Donald Trump proibiu a importação de petróleo da Venezuela, o que causou um impacto muito grande sobre a PDVSA. Naquela época, lembra Clavijo, o país enviava grande parte da sua produção de petróleo para a China, como pagamento da dívida. Uma parte da produção era destinada ao mercado interno, com preços subsidiados, e uma parte ainda era enviada para Cuba, para cumprir compromissos assumidos com a ditadura cubana, em troca de assessoria técnica nas áreas de contra-inteligência, educação, saúde, entre outros. “O principal destino das exportações do petróleo venezuelano, que geravam caixa para a empresa, eram os Estados Unidos. Quando o país impôs o embargo, obviamente a empresa ficou sem caixa, o que acelerou o declínio”, explica o cientista político.
Êxodo venezuelano

Nesse contexto, houve o aprofundamento do colapso dos serviços públicos. A população sofre com constantes crises no fornecimento de energia e nos sistemas de saúde e educação, entre outros, além da escassez de alimentos, medicamentos e combustíveis. A Organização das Nações Unidas (ONU) classifica a situação da Venezuela como uma “emergência humanitária complexa”. A deterioração das condições de vida em diversas formas provocou o êxodo migratório da Venezuela, que é a segunda maior crise migratória atual, atrás apenas da Síria – um país que passa por uma guerra civil que já dura mais de dez anos.

Desde o início da crise até novembro deste ano, mais de 6 milhões de venezuelanos deixaram o país, a maioria deles para outros países da América do Sul, principalmente a Colômbia. Estima-se que, até 2022, haverá cerca de 8,9 milhões de refugiados e migrantes venezuelanos em 17 países da América Latina e Caribe, segundo o a Plataforma de Interagencial de Coordenação para Refugiados e Migrantes da Venezuela (R4V), liderada pela Acnur, a agência da ONU para os Refugiados, e a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
 
Helen Mendes, colunista - Gazeta do Povo - Mundo
 
 

sexta-feira, 30 de julho de 2021

Me ajuda a te ajudar - Alon Feuerwerker

Análise Política

Suponhamos, por exercício intelectual, um Brasil sem a Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid-19 no Senado. 
O cenário para o governo estaria razoável. 
Os números da vacinação avançam e são expressivos, e as curvas de casos e mortes vêm caindo faz algum tempo. E todas as projeções são de recuperação robusta do Produto Interno Bruto este ano, compensando com alguma margem a retração do ano passado. Mas há a outra face da realidade. Iluminar o lado escuro da lua mostrará que os casos e mortes pelo novo coronavírus ainda vão em patamares altos. E o sofrimento social nascido do desemprego e da pobreza não dá sinal de arrefecer. Apesar disso, todas as pesquisas mostram que vetores positivos começam a superar os negativos na resultante de percepção popular.
Falando nela, a política, a avaliação do presidente da República anda algo estacionada. Verdade que o ótimo+bom das pesquisas deslizou para em torno de um quarto do eleitorado, mas o número retorna ao resiliente um terço se juntarmos o "regular positivo"
Um terço que aliás tem sido o patamar da aprovação de Jair Bolsonaro e também a intenção de voto nele no segundo turno. Ou seja, o presidente parece ter chegado a um certo piso.

O “parece” aqui é recurso de prudência, porque a política gosta de trazer elementos que desestabilizam cenários. Entretanto, como já repetido tantas vezes, o imprevisível é muito difícil de prever. O fim do filme só saberemos em outubro de 2022, mas o retrato agora projeta disputa acirradíssima na urna eletrônica daqui a pouco mais de catorze meses. Entre um candidato à esquerda (hoje seria Lula) e um à direita (hoje seria Bolsonaro).

E as alternativas? Outro dado trazido pelas últimas pesquisas: se houvesse um único nome da terceira via, ou “centro”, ele (ou ela) partiria de algo em torno de 15 a 20%. Um número bastante razoável. E aí o desafio seria lipoaspirar o candidato à reeleição em uns pontinhos, passar ao segundo turno e tentar ganhar a disputa surfando a rejeição a Luiz Inácio Lula da Silva e ao PT. À luz de hoje é difícil, mas não impossível.

Os aspectos objetivos da realidade (contenção da pandemia e aceleração da economia) tendem a favorecer Bolsonaro na resistência contra a ofensiva do centrismo para tirar o incumbente do segundo turno. Mas há os aspectos subjetivos. Até que ponto as confusões e polêmicas que tanto ajudam o presidente a manter agrupado o núcleo duro da base dele vão gerar efeitos centrífugos prejudiciais, e assim facilitar o trabalho de quem disputa com ele o eleitorado à direita?

Bolsonaro fez o movimento "by the book" ao trazer o senador Ciro Nogueira (PP-PI) para a Casa Civil. Um sinal do acerto é a escolha ter sido bombardeada pelos adversários hoje mais renhidos do presidente. Mas é preciso saber se, como diz o clichê, Bolsonaro vai ajudar Nogueira a ajudá-lo. Pois a operação político-parlamentar avança bem na solução do desafio imediato de não ser derrubado, mas é insuficiente para resolver outro: a reeleição.

Alon Feuerwerker, jornalista e analista político

Publicado na revista Veja de 04 de agosto de 2021, edição nº 2.749


quinta-feira, 22 de julho de 2021

E as cubanas? Revista Oeste - E o voleibol feminino, semifinal Olímpica em 1996. Alguém Esqueceu?

Manifestação contra a ditadura cubana
Manifestação contra a ditadura cubana

Durante o último fim de semana, milhares de cubanos se uniram e foram para as ruas do país gritar “Liberdade!”, protestar contra o regime comunista da ilha e expor as terríveis condições de pobreza que acompanham a vida sob uma ditadura, situação que só piorou com a pandemia.

Na era digital em que vivemos, não demorou muito para que centenas de vídeos dos protestos tomassem conta da internet e corressem o mundo. À medida que a indignação reprimida contra o regime autoritário se espalhava por cidades como Havana, as autoridades cubanas se apressaram em bloquear a internet, rotular qualquer mensagem antigovernamental de desinformação” e reprimir os dissidentes que poderiam manchar ainda mais a imagem do país. Em discurso transmitido pelos canais estatais, o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, disse que “a ordem de combate havia sido dada”. Apelando para aqueles que apoiam o regime, acrescentou: “Os revolucionários têm de estar nas ruas”. Centenas de pessoas já foram presas e há relatos de fotógrafos e jornalistas entre essas prisões.

Em 1959, o governo de Cuba foi derrubado por Fidel Castro. Nas últimas seis décadas, o país operou sob a política comunista e experimentou estagnação econômica, pobreza, fome e uma miríade de outros obstáculos sociais. Quase 100% da economia cubana é controlada por seu governo. A escassez de recursos, as condições de vida horríveis e o governo opressor atormentam essa outrora bela nação.

Apesar de ainda testemunharmos, incrédulos, políticos brasileiros de mãos dadas com esses regimes totalitários e as constantes tentativas de distorcer o que realmente acontece em Cuba, a verdade é que os cidadãos cubanos não têm acesso ao necessário para alimentar a família. Muitos correm para os mercados quando as portas são abertas apenas para descobrir que não há frutas frescas, carnes ou vegetais em estoque. Os alimentos são racionados e fornecidos aos estabelecimentos pelo governo. O socialismo diminuiu tanto o padrão de vida em Cuba que cidades inteiras estão em ruínas. Cidadãos vivem no que antes eram belas mansões e edifícios que caíram no completo abandono porque não há fundos privados para mantê-los. Para muitos, essa é uma ilustração assustadora da prosperidade de uma Cuba há muito desaparecida, destruída em uma única geração pelo comunismo e pelo socialismo.

Cuba tem um espaço único e especial na minha história e para o vôlei feminino no Brasil. Convivemos durante muitos anos com as jogadoras da seleção cubana de vôlei. Para mim, o melhor time de toda a história. Claro que sempre competimos para vencer, os clássicos jogos contra Cuba se tornaram parte importante da minha carreira e até hoje sou abordada por pessoas que relatam suas madrugadas em frente à TV assistindo àqueles históricos embates. Vencemos algumas partidas, elas outras, as brigas se tornaram marca registrada dos encontros, mas jamais deixamos o lado humano da realidade cubana fora da equação.

Quem participa do debate público nas redes sociais sabe que parte do tempo é gasta lidando com gente que, muitas vezes escondida pelo anonimato de perfil falso, xinga, grita, ofende e até tenta intimidar. No meu caso, é raro passar alguns dias sem ler “e as cubanas?”, como se lembrar aquela semifinal olímpica em 1996, jogo que abriu caminho para a histórica medalha de bronze em Atlanta, fosse motivo de constrangimento e não de orgulho para qualquer atleta daquela geração. Adoraria ter conquistado o ouro em 1996, mas não tenho do que reclamar. Minha carreira como atleta superou os sonhos mais inimagináveis. Tenho uma vida com boas realizações e planos futuros de trabalho entre Brasil e EUA. Tenho muito a agradecer. E uma das sortes que tive, com certeza, foi não ter nascido refém da ditadura cubana.

Todos esses pensamentos, emoções e lembranças vieram à tona nesta semana diante de tantas imagens de corajosos jovens em Cuba desafiando o sistema. Cubanos são especiais, gente bonita e de fibra. Em janeiro de 2020, tive o prazer de conhecer mais um casal da ilha em um dia muito especial, quando participei da famosa e emocionante Marcha pela Vida (March for Life) em Washington. Ali, no meio da multidão que fica concentrada durante horas à espera do momento de caminhar até a Suprema Corte, esbarrei com um casal de médicos cubanos que conseguiu asilo na capital norte-americana. Com meu perfeito “portunhol”, conversamos sobre Brasil, Cuba, voleibol, governos, Fidel, Trump (ele ainda estava na Casa Branca) e até sobre o programa Mais Médicos.

Na época, contei que o presidente Jair Bolsonaro havia condicionado a continuação do programa a um teste de validação pelo qual os agentes de saúde cubanos teriam de passar, o mesmo que brasileiros formados no exterior precisam fazer para exercer a profissão, e que eles poderiam levar a família para o Brasil e ficar com seus salários, mas que Cuba não aceitou. Meus amigos dentro da Marcha pela Vida não ficaram surpresos. Contei também sobre grande parte da imprensa brasileira, outrora importante e factual; e sobre os políticos e artistas abobalhados que empurram diariamente a falácia de que o Brasil está caminhando para virar uma “ditadura”, mesmo com o atual governo não querendo ser sócio nem patrocinador de uma ditadura de verdade como foi o governo petista.

Então, ouvi do casal cubano exilado em Washington o que todos os que participam do debate honesto sabem sobre o real retrato de Cuba: que o socialismo agride, física e mentalmente, aqueles que são devorados pelas sanhas de apreciadores de regimes totalitários. A realidade para esse povo sofrido não é o que os desmiolados socialistas do Leblon com camisas do Che Guevara defendem no Instagram nos posts das viagens a Fernando de Noronha, ou mesmo para Miami, para comprar o “enxoval do bebê”.

Alguns atletas cubanos se dedicam intensamente à carreira para ter uma chance de sair do país e não voltar

Portanto, quando recebo mensagens agressivas nas redes, em desnecessário e mesquinho tom de deboche, “E as cubanas?”, eu só espero, do fundo do meu coração, que elas estejam bem.

Leia também “Deixem os Jogos Olímpicos em paz”

Ana Paula Henkel, colunista  - Revista Oeste - leia MATÉRIA COMPLETA


sábado, 8 de maio de 2021

Jacarezinho, empregos e lei - Alon Feuerwerker

Análise Política

Toda eleição tem seus temas propulsores, que criam ambiente favorável ao perfil certo. Quando este tem a sorte de, e a competência para, encaixar na demanda. Em 1994 e 1998, Fernando Henrique Cardoso navegou nos mares do cansaço com a inflação, depois veio Luiz Inácio Lula da Silva para saciar a sede da rejeição à pobreza e à corrupção. O período petista sustentou-se por mais de uma década, mesmo sob acusações relativas à segunda, e muito porque entregava no combate à primeira.

Quando a economia ruiu, a tolerância virou fumaça, veio o impeachment de Dilma Rousseff e depois Jair Bolsonaro surfou as duas ondas do momento: os combates à corrupção e ao crime. 
Sobre este último, um aspecto evitado sempre que possível no debate é o aparente paradoxo:  
se os governos do PT reduziram as desigualdades, combateram a pobreza e ampliaram as oportunidades para os antes marginalizados, por que então o crime se agravou no período?

A ponto de a repulsa a ele ajudar decisivamente não só na eleição de Bolsonaro, mas de todo um contingente de políticos ligados à segurança pública Brasil afora.  Aliás, o crime encorpou mais onde a prosperidade avançou de maneira mais pujante, em especial em certas regiões metropolitanas e na fronteira agrícola. Não é opinião, mas fato: o combate à pobreza é fundamental, mas nem de longe é suficiente para solucionar os problemas da segurança pública. É só olhar os números, e tem gente boa que os organiza de maneira cuidadosa. E, simplesmente, o mapa da pobreza não bate com o do crime.

Na falta de consensos, a subida dos índices de criminalidade vai sendo enfrentada na base do “na minha opinião”. Uns acham que é uma disputa de espaços assistenciais entre o crime e o Estado. Outros estão certos de que falta mesmo é punição garantida e proporcional ao delito. Mas tem quem imagina resolver na bala. Jacarezinho. Vão lá, matam um certo tanto e voltam para casa. Quando nova leva ocupar o lugar dos que morreram, vai-se lá e mete-se bala de novo.

Com os habituais “danos colaterais”.

A exemplo da maioria dos outros assuntos importantes, é impossível no Brasil de hoje organizar alguma discussão produtiva sobre como atacar a endemia do crime. Se o debate sobre a pandemia da Covid-19 foi capturado por “certezas científicas”, que aliás independem de comprovação científica e se baseiam somente no "princípio da autoridade", mais ainda algo que se tornou endêmico, parte da paisagem. Ao fim e ao cabo, convive-se com o crime. De vez em quando acontece alguma coisa que produz, como agora, algum calor. Nunca luz.

Entrementes, os candidatos à presidência vão afiando a faca. De um lado, reforça-se o discurso de que a polícia tem mesmo é de eliminar bandidos, e que não se faz omelete sem quebrar os ovos. Do outro, desarquiva-se a panaceia da “presença do Estado”. Será que não está na hora de compreender que sem crescimento acelerado da economia, e portanto das oportunidades, o crime continuará garantindo seu market share na atração de potenciais entrantes no mercado de trabalho?

Empregos e lei. Quem conseguir juntar essas duas ideias, até agora separadas por um muro, vai ter público em 2022.

 Alon Feuerwerker, jornalista e analista político


sábado, 13 de fevereiro de 2021

Imunização, Já! - Alerta Total

Por Clynson Oliveira

Não… Não estamos falando de imunização para a COVID-19.

Existe uma vulnerabilidade em você, que talvez você nem saiba que existe. Sua cognição, seu pensamento está sob ataque, neste exato momento, você sabia? 

Crédito da Imagem: Luiz Augusto @LuizJacoby

“[…] desconstrua! construa uma oposição hierárquica, demonstre que a mediação passa por extremos e inverta a hierarquia, formulando, assim, um meio termo que inclua os extremos […]” (Frédéric Vandenberghe)


Existe uma técnica desenvolvida ao longo de séculos para desenvolver o politicamente correto e estimular a espiral do silêncio, com o objetivo de criar realidades e controlar a narrativa. Na era da pós-verdade é fundamental criar crenças baseadas nestas narrativas inventadas e assim consolidar o poder, em quaisquer dos campos do poder, do econômico ao político, do psicossocial ao militar, e até no campo tecnológico.

Para conter qualquer tipo de epidemia é necessário criar um remédio, um antídoto que dificulte sua expansão. A liberdade de expressão, em tempos de pós-verdade é esta epidemia. Mais uma vez, a vacina que imuniza contra a COVID-19, não vai imunizar a sua liberdade de expressão contra aqueles que querem tomá-la de “assalto” e assim controlar o seu pensamento, de uma vez por todas.

Ontem o Facebook iniciou um novo cerceamento da vontade política de seus usuários, amanhã políticos tentarão inverter a lógica e criarão o crime de pensamento, como previu George Orwell na década de 40, em seu livro 1984. O pensamento livre, desconectado de padronizações, independente de patrulhamento é o principal obstáculo à tomada do poder. O brasileiro foi imunizado cognitivamente durante mais de 16 anos para não perceber os absurdos de corrupção que assolaram o País.

[aos inimigos do Brasil, arautos do pessimismo e contadores de cadáveres que querem atribuir ao general Pauzuello, ministro da Saúde do Governo do Presidente Bolsonaro, a imagem abaixo mostra o verdadeiro culpado - leia a dedicatória:]



Imunizando contra o BOLSONARISMO

Na última semana lemos dia após dia frases de efeito como:

“[…] o bolsonarismo corrompeu a democracia […]” Ministro do STF Edson Fachin.

“[…] decisão da Justiça derruba…tratamento precoce da COVID-19 …o bolsonarismo foi derrotado […]” Roberto do PSOL

“[…] bolsonarismo + maioria da Câmara entregou o Banco Central do Brasil nas mãos do poder financeiro internacional […]” Jandira Feghali

Nada de bom que o governo faça lhe é dado crédito, mas tudo de ruim, incluindo as ilações sem prova alguma, são creditados na conta do bolsonarismo. Existe bolsonarismo? É uma doutrina? É uma religião? Para reflexão. Como chegamos a esse ponto? Como chegamos a desprezar o andamento da vida administrativa do País em uma simples palavra que parece ser o GOVERNO em si?

A resposta é, nos acostumamos tanto a cair nas armadilhas de cortinas de fumaça dos atos medonhos de corrupção ocorrendo em nossos narizes que a técnica é usada para dar certo, novamente, assim como deu quando nos deixarmos envolver por atos e palavras nos últimos 16 anos, sem nos darmos conta de que estávamos sendo enganados, de uma maneira torpe e vil. O fato é que os perdedores das eleições de 2018 desejam que tudo seja “psicologicamente pior”, economicamente desastroso, educacionalmente inexistente (ainda não abrimos nossas escolas, desde o início da pandemia em 2020).

[ A mudança que ilustra este recado não foi realizada pelos que se julgam Supremos e pretendem autorizar até quem deve ter o direito de nascer.

Um alerta: desnecessário, mas para perfeito entendimento dos que quando desenhamos não conseguem compreender, que o 'coisa ruim', o de vermelho, está muito triste pela não realização do carnaval 2021.

A mudança mostrada foi realizada por DEUS, o SER SUPREMO,que realmente pode tudo.]

Se pretende, assim, destruir o sentimento de Nação, causar desesperança para que, um deles, possa reabrir os passos para a criação de uma América Latina “feliz”, unida em prol da pobreza e da miséria, como na Venezuela e em Cuba, tudo isso usando a imunização cognitiva da população como uma arma acessória ao “politicamente correto” e à “espiral do silêncio”.

Afinal, o que é a imunização cognitiva? A imunização vem do verbo imunizar que significa proteger, defender, resguardar. Cognitiva vem de cognição que é o processo de aprendizagem que inclui o pensar, o refletir, o estar consciente, a atenção, o discurso, a percepção do meio ambiente e tudo que envolve os processos mentais que influenciam nossas atitudes e comportamentos.

A imunização cognitiva é o processo de proteção do pensar diferente, é o processo de padronização dos pensamentos que de forma direta e subliminar que objetiva extinguir toda a capacidade dos desavisados de se contrapor às maiores obviedades. Assim, plantam-se narrativas e reforça-se o sentimento de inação governamental, implanta-se o desespero como rotina, um novo normal. Mantenha-se atento à imunização cognitiva que chega diariamente até você, bem na palma da sua mão. Fique atento!

Semana que vem conto como este processo se dá em 4 fases!

Transcrito do Blog Alerta Total - Jorge Serrão

Clynson Oliveira é PhD em ciências militares e guerra psicológica pela ECEME e Mestre em gestão de projetos pela FGV. Atuou em mais de 10 países incluindo EUA, Haiti e Índia. É professor de MBA de Gestão Empresarial e Financeira da Universidade Estácio de Sá e empresário na área de consultoria em inovação e economia digital. Originalmente publicado no site Vida Destra, em 12 de fevereiro de 2021.


segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Sem foco, o subsídio à cesta básica beneficia mais os ricos que os pobres – O Globo

Opinião

Dinheiro destinado a isenção tributária seria suficiente para dobrar recursos do Bolsa Família

A política de subsídios aos produtos da cesta básica deveria ser um instrumento para reduzir a pobreza, mas beneficia mais os ricos que os pobres. A constatação fica clara em análises da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), da Receita Federal e do Tribunal de Contas da União (TCU).

Tais órgãos sugerem que seria melhor ao país se, em vez de desonerar os impostos cobrados sobre produtos da cesta básica, os recursos do Estado fossem destinados a programas alternativos, mais eficazes na redução da pobreza e da desigualdade social. Citam como exemplo o Bolsa Família, que transfere renda diretamente a cerca de 14 milhões de famílias.

Os subsídios à cesta básica de produtos alimentícios e higiene representam R$ 32 bilhões por ano. É uma das maiores isenções tributárias federais (5,4% do total). Supera em R$ 2 bilhões o gasto com o Bolsa Família. No entanto, pelas contas da STN, da Receita e do TCU, tal isenção é doze vezes menos eficiente na transferência de renda à população mais pobre que o Bolsa Família. Isso porque, no caso da cesta básica, é impossível distinguir o benefício tributário por nível de renda ou por tipo de produto adquirido, embora o objetivo seja atender à população de baixa renda, mais vulnerável à insegurança alimentar.

Avalia-se que realocar os recursos federais hoje destinados à cesta básica alcançaria com muito mais eficácia os mais pobres. “Estamos falando de R$ 32 bilhões”, disse há poucos dias o secretário-adjunto da Receita, Marcelo Silva, numa audiência pública. “Chegaríamos ao cúmulo de dobrar o valor do Bolsa Família ou de dobrar o número de pessoas assistidas no programa. Uma política muito mais robusta, mais ampla, muito mais eficaz que a da cesta básica.”

O TCU resolveu agir. Intimou a Casa Civil a apresentar ainda neste mês uma análise formal dos eventuais impedimentos do governo em promover uma revisão dos subsídios à cesta básica e de mudar a aplicação dos recursos. Ao mesmo tempo, encaminhou ao Congresso, onde se examina a instituição de uma política de renda mínima, a série de estudos comparativos do gasto estatal com programas sociais mais eficazes, mais abrangentes e mais focalizados na população de baixa renda.Para além da fixação eleitoreira do presidente Jair Bolsonaro em um novo programa social, trata-se de um debate político relevante, necessário e urgente, sobretudo numa etapa de agonia fiscal e de aumento da miséria e da desigualdade.

 Opinião - O Globo


sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Bretton Woods - Hora de reconstruir - O Estado de S. Paulo

Celso Ming 

Cenário pós-pandemia exige um novo Bretton Woods, diz a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional

Tempo de reconstrução
No pronunciamento desta quinta-feira, a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), a búlgara Kristalina Georgieva, pediu que a comunidade internacional encare os problemas da hora com o espírito da Conferência de Bretton Woods. Esse foi o grande acordo costurado em 1946 nessa minúscula localidade do Estado de New Hampshire, nos Estados Unidos, em que 44 representantes dos principais países liderados pelos Estados Unidos definiram as bases econômicas da reconstrução.

Em 1944, a economia mundial estava prostrada em consequência de duas enormes devastações: a da Grande Depressão dos anos 1930 e a da 2.ª Grande Guerra, de 1939 a 1945. Bretton Woods restabeleceu a ordem monetária global, ainda baseada no padrão ouro. Também criou o Fundo Monetário Internacional, para socorrer os países nos casos de incapacidade de pagamento no mercado internacional, e o Banco Mundial, para ajudar a financiar o desenvolvimento econômico dos países pobres.

O momento, disse Georgieva, é de um novo Bretton Woods. E ela enumera os estragos de um ano de pandemia: “Mais de 1 milhão de mortos, encolhimento de 4,4% no PIB global e nova queda de US$ 11 trilhões na produção no ano que vem”. E acrescenta que, neste ano, a pobreza aumentou pela primeira vez em décadas. Apesar das proporções do desastre, as tarefas de reconstrução são incomensuravelmente menores do que as que existiam na segunda metade dos anos 1940, quando grande extensão da infraestrutura e da capacidade de produção foi destruída pelos bombardeios na Europa e na Ásia. 

Não dá para dizer que vem faltando ajuda. A própria Georgieva comemora a injeção de US$ 12 trilhões em recursos fiscais por parte dos Tesouros nacionais e de mais US$ 7,5 trilhões pelos grandes bancos centrais. Se o momento é de ampla reconstrução, não vai ser preciso reerguer fábricas, portos, ferrovias e estradas e recuperar tantos campos devastados. Mas é preciso mais investimento, cuja função será ajudar a aumentar a produção de riquezas e a criar postos de trabalho.

Se o momento é de um novo Bretton Woods, também é o de uma mensagem, que na ocasião foi proferida pelo maior economista do século 20, John Maynard Keynes. Em 1944, ele pediu um grande esforço de cooperação global, capaz de assentar as bases para uma nova irmandade entre os povos. Um dos campos que podem alavancar os novos tempos é o encaminhamento de projetos de substituição de energia fóssil por energia renovável. O mundo enfrenta hoje um desastre econômico de natureza ambiental da ordem de US$ 1,3 trilhão. Mas “podemos chegar a 2050 com zero de emissões de gás carbônico e ajudar a criar milhões de empregos”, sugere Georgieva.

As maiores limitações estão no campo fiscal. Em 2021, os países avançados terão uma dívida acumulada de 125% do PIB e os países emergentes, de 65% do PIB. A dívida bruta do Brasil se encaminha rapidamente para os 100% do PIB. Mas é preciso enfrentar esses apertos não como problema incontornável, mas como obstáculos adicionais a superar. O tempo dirá se esses apelos encontram algum eco.

Celso Ming, jornalista - O Estado de S. Paulo