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sexta-feira, 7 de outubro de 2022

Lavanderia suprema - Gazeta do Povo

Rodrigo Constantino

No filme “Pulp Fiction”, a figura mais marcante talvez seja aquela do “the cleaner”, o sujeito que aparece para fazer o trabalho sujo e limpar a cena do crime. Lembrei disso ao acompanhar as últimas decisões do Tribunal Superior Eleitoral, hoje uma espécie de puxadinho do STF.  
"TSE proíbe posts ligando Lula a PCC"; "TSE proíbe posts ligando Lula a Celso Daniel"; "TSE proíbe posts ligando Lula a satanistas"; "TSE proíbe posts ligando Lula a Ortega"
A censura, neste caso, chegou até a uma reportagem da Gazeta do Povo. Um colega comentou: “E assim, todas as cagadas do Lula são limpas da rede. O TSE se transformou numa fralda geriátrica”.

O caso mais bizarro foi, sem dúvida, o da Gazeta do Povo. O jornal centenário e respeitado do Paraná simplesmente publicou que o ditador da Nicarágua tem perseguido cristãos, um fato inegável. Se este mesmo ditador é um companheiro de Lula, que manda carta de parabenização pelo resultado eleitoral e que recebe afagos do ex-presidiário brasileiro, ninguém tem como mudar a realidade só para ajudar na campanha do petista!

O próprio editorial do jornal comentou: “Jamais alguém deveria ser proibido de dizer que Lula e Ortega são aliados, porque esta é a mais pura verdade. Jamais alguém deveria ser proibido de dizer que Ortega persegue cristãos, porque esta é a mais pura verdade”. O esforço do TSE em proteger a campanha de Lula é simplesmente um escândalo!

Muita gente desconfia que houve fraude no sistema eleitoral, talvez algum algoritmo beneficiando o candidato petista. 
 Há relatos estranhos também sobre boletins de urna. 
Não vem ao caso julgar isso aqui, e caberia a uma auditoria fazê-lo, sendo que o grande problema do nosso sistema, rejeitado por países desenvolvidos, é justamente a impossibilidade de “chamar o VAR”, para usar a metáfora futebolística do próprio ministro Alexandre de Moraes, que até hoje contesta o gol do seu Corinthians.

Mas independentemente de fraude no processo ou não, podemos afirmar com convicção que já se trata da eleição mais manipulada de nossa história. Percival Puggina comentou: “Não entendo de fraudes. De fraudes entendem investigadores, peritos e criminosos. Mas percebo os hematomas do processo democrático quando golpeado e reconheço um complô quando o vejo produzindo efeitos".

O conluio entre TSE, velha imprensa e “institutos de pesquisa” distorceu e muito o quadro eleitoral, com escancarado viés contra o presidente. Essa postura atenta contra a democracia. 
E tudo sob o pretexto de “salvar” a democracia, que estaria supostamente ameaçada por Bolsonaro, o “golpista”. O “golpe”, pelo visto, foi eleger um Congresso conservador na onda bolsonarista
Mais um desafio para nosso STF: lavar essa “sujeira” feita pelo povo!

Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

quarta-feira, 5 de outubro de 2022

Gazeta do Povo cita apoio de Lula à ditadura da Nicarágua e é censurada pelo TSE

Diretora do jornal disse que decisão reacendeu a vontade de continuar lutando pela liberdade de expressão no Brasil 

 O ministro Paulo de Tarso Sanseverino, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), censurou o jornal parananese Gazeta do Povo nesta quarta-feira, 5. O juiz do TSE determinou que Twitter e Facebook removam 31 postagens que informam sobre o apoio de Lula ao ditador de esquerda da Nicarágua, Daniel Ortega.

 Pedido de censura foi feito pelo PT

Pedido de censura foi feito pelo PT | Foto: Reprodução/Gazeta do Povo

A censura judicial, de caráter liminar (provisório), atingiu também um tuíte da Gazeta do Povo, de 22 de setembro, com a notícia segundo a qual o regime de Ortega havia cortado o sinal do canal de notícias CNN naquele país.

Sanseverino atendeu a um pedido da coligação de Lula, que alegou que, em conjunto, as postagens promoviam “reiterada campanha difamatória” contra o petista, “com o objetivo de incutir no eleitor a ideia de que ele persegue e ameaça cristãos, assim como seu aliado e amigo, o ditador Daniel Ortega”.

Na decisão, o ministro argumentou que os posts, apresentados ao TSE pela coligação de Lula, têm “conteúdos manifestamente inverídicos em que se propaga a desinformação de que o candidato Lula defendeu a invasão de igrejas, perseguiria os cristãos, bem como apoiaria a ditadura da Nicarágua”.

Em nota, a diretora da Gazeta do Povo, Ana Amélia Cunha Pereira Filizola, afirmou que a decisão é “censura pura e simples”. “Derrubar conteúdos verdadeiros, e perfeitamente verificáveis, é prática de ditaduras”, observou Ana Amélia. “A decisão, no entanto, reacende a nossa vontade de continuar lutando para que a liberdade de expressão seja totalmente restabelecida no Brasil.”

quinta-feira, 29 de setembro de 2022

Daniel Ortega diz que a Igreja Católica é uma "ditadura perfeita" [Ortega é amigão do petista e também ateu.]


O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, afirmou que a Igreja

Na Igreja Católica "tudo é imposto, é uma ditadura perfeita, é uma tirania perfeita (...) Quem elege os padres, quem elege os bispos, quem elege o papa, os cardeais, quantos votos, quem vota?", questionou o presidente na quarta-feira, em um momento de relações tensas de seu governo com a instituição. "Se vão ser democráticos que comecem a eleger com o voto dos católicos o papa, os cardeais, os bispos", insistiu durante um discurso exibido na quarta-feira à noite, por ocasião do 43º aniversário da polícia nacional. [perguntas que só um ateu, um energúmeno, quem não conhece nada sobre Cristianismo precisa fazer. Ele e o ladrão petista são amigos e Luladrão o tem como mentor.]

Ortega voltou a chamar os bispos e padres de "assassinos" e "golpistas" pelo apoio que, segundo o seu governo, os templos deram aos protestos da oposição em 2018.

Os manifestantes "saíram das igrejas, não de todas, armados para lançar os ataques contra as delegacias de polícia (...) e alguns padres convocando o povo (para) atirar em mim", criticou Ortega.

Ele também censurou os religiosos por terem apoiado a proposta da oposição de reduzir seu mandato, quando atuaram como mediadores de um diálogo que buscava uma solução para a crise. "Uma instituição com a Igreja Católica utilizando os bispos aqui na Nicarágua para dar um golpe de Estado", disse.

O arcebispo auxiliar de Manágua, Silvio Báez, que está exilado nos Estados Unidos, questionou no Twitter "as lições de democracia" de Ortega, que governa desde 2007, após três reeleições sucessivas.

As relações entre o governo e a Igreja Católica se deterioraram desde os protestos de 2018, que o presidente vinculou a uma suposta tentativa fracassada de golpe de Estado planejada pela oposição com o apoio de Washington.

O conflito se agravou em agosto com a detenção - em prisão domiciliar - do arcebispo de Matagalpa, Rolando Álvarez, um grande crítico do governo.

Ao menos quatro padres e dois seminaristas também foram detidos e as acusações contra os religiosos não foram divulgadas. 

A polícia proibiu recentemente as procissões religiosas.

Em março, o Vaticano informou que o núncio apostólico Waldemar Sommertag foi expulso da Nicarágua. 

No mês de julho, o governo proibiu a associação Missões de Caridade, criada pela madre Teresa de Calcutá, e suas freiras tiveram que deixar o país.

O papa Francisco anunciou um "diálogo" com a Nicarágua a respeito da detenção de vários membros da Igreja Católica, mas a evolução das conversas não foi revelada. Ortega, que governou o país pela primeira vez durante a revolução da década de 1980, obteve em 2021 o quarto mandato consecutivo, com seus adversários presos ou no exílio.

A comunidade internacional exige que o governo liberte mais de 200 opositores, incluindo sete ex-candidatos à presidência que foram condenados este ano a penas de entre oito e 13 anos de prisão por "minar a integridade nacional" e outras acusações.

[Comentando e opinando: Se Lula for eleito logo começarão as perseguições contra os Cristãos.]

AFP


segunda-feira, 29 de agosto de 2022

Os ‘liberais’ de Lula - Revista Oeste

Pedro Henrique Alves

O esquizofrênico caso dos defensores da diminuição do Estado que votam em um tradicional estatista para subjugar o presidente que mais diminuiu a máquina pública nas últimas décadas 

Um dos pontos bons de ser um editor é poder participar de certos círculos intelectuais e jantares com pessoas importantes que naturalmente estariam fechados a mim se não fossem minha função e meus deveres de livreiro. Nesses jantares, regados a vinhos caros que vêm de algum superlugar de alguma supersafra, pautados por costumes degustativos que minha origem de classe média definitivamente não me preparou para abarcar, os debates políticos correm à solta na mesma velocidade com que os garçons passam para atender os engravatados. Depois da segunda taça, até mesmo o mais ermitão dos empresários tem opiniões políticas urgentes a serem expressas, acredite.  
A principal tribuna de um bom liberal quieto é uma garrafa de vinho. 
Em alguns desses jantares, parecia existir uma dúvida realmente recorrente entre alguns empreendedores sobre se Bolsonaro seria de fato o melhor candidato para um liberal votar no segundo turno.
 Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock
Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock

Dividindo espaço na mesa com salmões e saladas tão caros que eu sinceramente me perguntava de que terra sagrada vinham aqueles alfaces e repolhos, os argumentos e as críticas ao governo vocalizados por aqueles senhores realmente me assustavam, não pelas críticas em si, mas porque geralmente giravam em torno dos subsídios de Bolsonaro aos caminhoneiros e suas caneladas morais e políticas no percurso de seu governo. Não sei se em decorrência da já terceira ou quarta taça de vinho, a amnésia política daqueles autodenominados liberais era evidente e agravante, ao ponto de esquecerem-se que Lula deu subsídios até para a Nicarágua e Cuba via BNDES sem nenhuma expectativa de retorno desse dinheiro, que a política monetária do governo petista partia, literalmente, dos cofres da União, e não de qualquer estratégia para o mercado, que favores a empreiteiras, conluios com bancos e caixas suspeitos foram a ortodoxia em seus anos áureos.

Até mesmo na Faria Lima, ao que tudo indica, o STF conseguiu extirpar das mentes populares as corrupções do ex-presidente petista, pois, ali, naquela mesa, falávamos de Lula tal como se estivéssemos falando de qualquer outro político sem nenhum histórico podre de corrupção, como se o petista fosse amigo dos empresários e do livre mercado. Ou, pior, como se já não o tivéssemos testado no poder e não soubéssemos no que deu.

É quase grotesco existirem dúvidas reais sobre se Bolsonaro seria ou não uma melhor opção que Lula, segundo os valores e os princípios liberais

Talvez por ser o único plenamente lúcido naquela mesa tomei Coca zero, em decorrência da minha nona tentativa de regime neste ano —, pude constatar com um espanto comedido que aqueles liberais realmente estavam em dúvida se, ante seus sempre imponentes valores e princípios, Bolsonaro de fato era mais liberal que o sindicalista de São Bernardo. E, vejam, não havia nenhum banqueiro na mesa, isto é, não se tratava dos já conhecidos “burgueses do Kremlin”. Falávamos com empreendedores e investidores comuns. Fato é que, excetuando o valor da minha parmegiana de frango, nada mais me assustou naquela noite do que aquele debate.

Ora, eu sei. Realmente seria muito iludido se chamasse Bolsonaro de “liberal” pura e simplesmente. Com quase toda certeza, Bolsonaro nunca leu nenhum clássico do liberalismo — aliás, se este texto chegar a ele, leia A Lei, de Bastiat —, sua labuta pró-mercado me parece ser mais uma crença baseada nas convicções daqueles que ele admira, como Paulo Guedes e sua equipe. 
No entanto, independentemente de onde uma arqueologia das ideias liberais de Bolsonaro nos levará, parece-me um tanto quanto indiscutível que seu governo talvez tenha sido o mais liberal e pró-mercado das últimas décadas neste país. O mercado, o melhor analista político de qualquer governo, nos mostra isso. E, caso sejamos inteligentes o suficiente para não acreditarmos que a mão invisível seja bolsonarista, temos de concordar que existe algum casamento de princípios entre o claudicante liberalismo do governo Bolsonaro e os princípios do livre mercado.

Em ritmo de “despiora”
Só para ilustrar um pouco este artigo: o agronegócio brasileiro cresceu como nunca nos últimos quatro anos, fazendo a OMC (Organização Mundial do Comércio) pedir encarecidamente que o país sustentasse e expandisse seus plantios como uma forma de humanismo em tempos de desabastecimentos alimentícios
Já somos o quarto maior país na produção de arroz, milho e cevada e o primeiro em exportação de café e soja; somente em 2021, exportamos mais de 80 milhões de toneladas em grãos de soja, e, no segundo semestre, foi o agronegócio que liderou a alta do PIB brasileiro
Em paralelo, a exportação de proteína animal jamais esteve tão grande, e, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), os produtores ainda guardam fortes expectativas de abertura de novos mercados de carne suína com o Japão, a China e a Coreia do Sul. 
 
Ou seja, os dados de exportação de proteína animal da segunda metade deste ano podem melhorar ainda mais. Por sua vez, a construção civil, que puxou a derrocada brasileira em 2020 e 2021, vem aumentando suas expectativas de crescimento em 2022. Em fevereiro, a projeção girava em 2%, agora está no patamar de 3,5%, com possibilidade para novas revisões para cima. 
Até o mercado de biscoito, nos últimos seis meses, cresceu 40% em exportações. O desemprego vem caindo de forma acentuada e, somente em maio, o Brasil gerou mais de 280 mil vagas diretas de emprego. Em abril, foram 200 mil vagas. O FMI, em relatório divulgado na terça-feira 26 de julho, revisou o crescimento do Brasil de 0,8% para 1,7%, mostrando que o país está em ritmo de crescimento realmente forte e seguro.

Vejam, esses são apenas alguns dados expostos nos últimos 60 dias. Escolhi coletá-los só para ilustrar que, economicamente, apesar dos resquícios da pandemia, da guerra na Ucrânia, da inflação mundial, dos populismos recorrentes de certos setores governamentais, da torcida contrária da velha mídia e dos entraves da oposição, o país parece estar de fato sob uma agenda liberal de crescimento sustentável ou, como essa imprensa gosta de dizer, em forte ritmo de “despiora”. 

Mas ainda há aquela velha questão da liberdade para além dos termos econométricos e das tabelas de Excel, falo da liberdade enquanto respiro social. E por ser demasiado óbvio — até mesmo para os mais ingênuos — não me demorarei nesse aspecto, apenas reafirmarei que é inconcebível, desde os tempos estranhos dos protoliberais John Locke e Adam Smith, que algum dito liberal apoie alguém que abertamente defendesse a regulamentação da mídia, o financiamento de ditaduras e outras mil pautas parecidas. Sabe como chamamos um “liberal” que apoia tudo isso? Socialista.

Por fim, filosófica e economicamente falando, é quase grotesco existirem dúvidas reais sobre se Bolsonaro seria ou não uma melhor opção que Lula segundo os valores e os princípios liberais, mas, acredite, há aqueles que querem inventar uma isenção sofisticada a fim de votar em um candidato socialista e em sua bizarra agenda quase soviética. Por exemplo, segundo o dito “liberal” Pedro Menezes, é melhor votar no Chávez brasileiro do que em Bolsonaro, a fim de evitar um golpe. Olho para a atual Venezuela miserável e só consigo imaginar que, em outros tempos, liberais como Menezes facilmente encontrariam em Stálin bons motivos humanistas para defendê-lo ante os seus opositores

O esquizofrênico caso do defensor da diminuição do Estado que vota em um tradicional estatista para subjugar o presidente que mais diminuiu a máquina pública e promoveu a liberdade individual nas últimas décadas. 

Somente nós, brasileiros, conseguimos produzir espécimes liberais como essa, justificando-a sob um retalhado véu argumentativo de isenção e imparcialidade.

Eu mesmo não votei em Bolsonaro no primeiro turno de 2018, e como liberal tenho um baú lotado de críticas e “poréns” ao seu governo, mas a hipocrisia de coçar a nuca e fingir dúvida entre Bolsonaro e Lula, sinceramente essa desfaçatez não consigo ter. Não vou caçoar da racionalidade e do bom senso social para defender um ex-presidente que representa quase tudo aquilo que política e economicamente eu rechaço. É claro que não estou falando que empresários e demais liberais devam fazer campanha para Bolsonaro, poucas coisas são tão bregas atualmente quanto qualquer adoração política.

O que Russell Kirk realmente ensinou em seu livro A Política da Prudência foi isso: quando só temos nabos para o jantar, dormir sonhando com picanhas é burrice, por isso acordem, liberais de Lula, desçam, nem que seja por um instante, das suas nuvens ideárias e de seus castelos contratualistas a fim de observar o que temos para agora entre as opções que se apresentam. Percebam, meus caros, que os EUA não se tornaram o maior país capitalista do mundo somente debatendo no Salão Oval as curvas e as linhas de um calhamaço filosófico de Mises ou Friedman, mas, sim, optando pela melhor via que existia naquele instante. O famoso pragmatismo do Tio Sam fez daquele país a maior expressão de democracia e liberdade do Ocidente, e fez isso com fatos, e não com marshmallows de ideias.

Leia também “A seita da urna eletrônica”

Pedro Henrique Alves, colunista - Revista Oeste

 

sexta-feira, 26 de agosto de 2022

Comunismo fazendo das suas na Nicarágua - Percival Puggina

 
Em março de 1983, João Paulo II foi à Nicarágua em meio a uma guerra entre os “Contra” e o governo comunista instalado pela Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), a primeira revolução exportada por Fidel Castro para a América Ibérica. O clero local estava dividido por ação da Teologia da Libertação e alguns padres se haviam envolvido com a luta armada que assumiu o poder político local entre 1979 e 1990. O mais destacado desses rebeldes era o padre Ernesto Cardenal que foi Ministro da Cultura ao longo de todo o período.

Como padre e ministro de Estado, Cardenal foi ao aeroporto recepcionar o Pontífice.  Lembro bem do ocorrido porque a visita repercutiu amplamente na imprensa. João Paulo II, polonês, vivera em sua dureza a experiência de um país comunista e foi um dos artífices da derrocada da União Soviética e da libertação de nove de seus Estados satélites na década seguinte.

A cena correu mundo. Assista-a aqui. O papa desceu do avião, não beijou o chão, como era seu costume, dirigiu-se às autoridades, postou-se diante do padre Cardenal (que se recusara a deixar o governo comunista) e passou-lhe um breve sermão, brandindo o dedo indicador diante dele. As atividades sacerdotais do padre estiveram suspensas durante o longo período de sua participação no governo. 

Passaram-se os anos. Com breve interrupção, os comunistas continuam governando a Nicarágua, agora sob a ditadura de Daniel Ortega. Padres estão sendo presos. No último dia 19, foi a vez do bispo de Matagalpa ser “recolhido”.

“E Cardenal?” perguntará o leitor que chegou até aqui. Pois o padre Cardenal deixou o governo em 1987, rompeu com a FSLN em 1994, e passou a ser, ele mesmo, perseguido pelo regime até sua morte em 2020. Durante a missa de corpo presente, os comunistas profanaram a igreja. Chamavam-no traidor. A revolução consumiu, assim, um de seus criadores.

Enquanto o comunismo vai espalhando suas lições pelo mundo, aqui, os seduzidos por ele silenciam, concordam, ocultam e desconversam, como fez a CNBB, instigada pelos colegas da Nicarágua que buscavam apoio em sua resistência aos ataques do regime. Sem qualquer menção à ofensiva empreendida pelo governo de Ortega contra clero e fieis, a nota diz isto e apenas isto:

“Nós, bispos do Brasil, acompanhamos com tristeza e preocupação os acontecimentos que têm marcado a vida da Igreja na Nicarágua. Sentimo-nos profundamente unidos aos irmãos bispos e a todo o povo nicaraguense. Clamamos ao Bom Deus para que a paz e a justiça sejam alcançadas.”

Nesta terra abençoada, há quem concorde, quem finja não ver, quem chamado a se manifestar não reprove e quem afirme ser necessário quebrar ovos conservadores para fazer a omelete de uma revolução que já leva perto de meio século. 

São João Paulo II, rogai por nós!   

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 

domingo, 21 de agosto de 2022

Papa Francisco diz estar preocupado com prisão de bispo na Nicarágua

[A ESQUERDA GOVERNANDO]

O bispo denunciou o fechamento pelas autoridades de cinco emissoras católicas e exigiu que o governo de Daniel Ortega respeite a "liberdade" religiosa

O papa Francisco expressou sua "preocupação" neste domingo (21) com as crescentes tensões entre o governo da Nicarágua e a Igreja Católica, dois dias após a prisão do bispo de Matagalpa, Rolando Álvarez, crítico do presidente Daniel Ortega.  “Acompanho de perto com preocupação e dor a situação criada na Nicarágua, que envolve pessoas e instituições”, disse o pontífice após a oração do Angelus.

Francisco expressou sua "convicção e esperança de que, por meio de um diálogo aberto e sincero, ainda possam ser encontradas as bases para uma convivência respeitosa e pacífica".

Rolando Álvarez, crítico do presidente nicaraguense Daniel Ortega, foi preso na sexta-feira e transferido para a residência de sua família em Manágua, onde permanece privado de liberdade, no mais recente episódio do confronto entre o governo e a Igreja Católica.

A Polícia especificou que tomou a decisão de transferir Álvarez porque ele persistiu em suas atividades "desestabilizadoras e provocativas".

Álvarez, 55 anos, estava na cúria de Matagalpa pela polícia desde 4 de agosto como parte de uma investigação por "organizar grupos violentos" e incitar "ódio" para "desestabilizar o Estado da Nicarágua".

O bispo denunciou o fechamento pelas autoridades de cinco emissoras católicas e exigiu que o governo de Daniel Ortega respeite a "liberdade" religiosa.

Mundo - Correio Braziliense

 

sexta-feira, 17 de junho de 2022

Brasil – pária internacional ou salvação mundial? - Samir Keedi

Já vimos mundo ruim. Ao longo da história já se viram períodos de incrível violência e de futuro absolutamente incerto. 
Daquele que se pensou que futuro teria a humanidade. 
Em que dezenas milhões de pessoas foram mortas por ideologias enviesadas. 
Milhões mortos por guerras inaceitáveis e inúteis, por psicopatas e gananciosos pelo poder.

Mas, o atual parece ser incrivelmente péssimo, em especial pela cegueira atual que não vê nada. Ops, erro nosso, realmente veem, mas apenas o que querem, e por interesses escusos.

E, no Brasil, em especial no mundo quanto ao Brasil, parece que chegamos ao fundo do poço. Quanto à Amazônia, o fundo do poço já não tem mais fundo. 
Mais um escândalo mundial em face de duas mortes na Amazônia. 
Um continente do tamanho ou maior que o europeu. 
São assassinados no Brasil mais de 40 mil pessoas por ano atualmente. Até pouquíssimos anos, eram mais de 60 mil pessoas por ano.  
No Rio de Janeiro o desastre humanitário é avassalador. 
Nenhuma dessas vidas importa? 
Apenas aquelas que aconteceram agora na Amazônia? Lamentável, claro, mas, só elas? Todas as vidas importam, e muito. Todas!  
Mas, é necessário selecionar para atacar?

Mas, claro, a da Amazônia é aquela que se usa para abater o gigante, e que, se deixado livre, seria o melhor país do mundo. De todos os tempos. Nunca mais largaria a rapadura. Mas, interessa? Claro que não.

Em especial aproveitando duas mortes na Amazônia num momento crucial para o país
Em que o culpado é, pessoalmente, o presidente da República. 
Como se fosse possível ele evitar isso, ou colocar um policial ao lado de cada habitante da Amazônia, numa floresta fechada.  
Assim como no país todo. Alguém faz isso no mundo? 
Temos 4 bilhões de policiais, protegendo os quatro bilhões restantes?
 
A morte de Dorothy Stang, a missionária de 73 anos, que foi assassinada em 2005 não importava?  
Jogaram a culpa no governo e no presidente da ocasião? 
Que todos sabem quem é, e que em seguida viria a destruir quase irremediavelmente o país, destruindo o futuro do Brasil e da sua juventude. 
O assassinato dela não importa? Ninguém vai citar e comparar?

Vamos ao fatos. No Rio de Janeiro a policia está impedida de agir. E impedida por quem? Sim, pelo STF. Por quê? Dispensa explicações. Todos sabem quem são os componentes e por quem foram nomeados.

Para 0,5% de população indígena no Brasil, temos 14% do território demarcado para eles. 
 Algo de nossa parte contra os indígenas? 
Não, temos que respeitá-los, mas apenas constatação da incoerência. 
Se é para valorizar ao máximo, que se expulse do país todos os seus demais 99,5% da população, enviando-os para outros países, e que a terra seja só dos indígenas.
 
Indígenas são brasileiros, como todos os povos e países do mundo, ao longo de milênios, cujas fronteiras foram sendo mudadas e delimitadas constantemente.  
E, eles querem se desenvolver. Querem ter casas, carros, celulares, eletrônicos em geral. Assim como os têm, e em quantidade. Assim, portanto, por que a diferença? Não são brasileiros, aqui vivem, aqui trabalham?
 
Mas, interessa que os indígenas se desenvolvam? Certamente não. Muitos interesses seriam feridos. No Brasil e no exterior
O interesse é sua exploração. Tanto por brasileiros como por países e entidades internacionais. Por quê?  
Simples, a riqueza, a ganância, o anti-Brasil. 
Se deixarem transformar os indígenas, se os deixarem ter suas próprias vidas, deixarem de ser tutelados como se fossem débeis mentais e crianças, deixarem se desenvolverem, serão riquíssimos, vivendo numa das terras de mais recursos gerais do planeta.

O Macron, que não se sabe porque os franceses reelegeram, que nada sabe, e não sabe o que é uma floresta, afinal em seu país não há uma digna do nome, fala o que não sabe e apenas o que interessa. E por quê? Simples, se não proteger a sua incompetente agricultura, que mal alimenta seu país pela falta de competência e competitividade, estará acabado.

Onde estão os artistas, brasileiros e estrangeiros, especialmente hollywoodianos, que vivem na bolha lunar e saturniana, as ONGs, os governantes, a suequinha que mal sabe, provavelmente, arrumar seu quarto, diante da guerra da Ucrânia, em que a Rússia, país com o dobro to tamanho do Brasil, e quase o dobro da China, EUA e Canadá, e bem mais que o dobro da Austrália, está destruindo um país bonito?

Onde estão eles diante das atrocidades em Cuba, Venezuela, Nicarágua, Coréia do Norte, China? Ah! Esses países citados não existem, são apenas fantasias da nossa cabecinha que nada vale? Onde estão eles?

Todos querem ser donos da Amazônia, e perguntamos. Onde está a Amazônia deles? Ou uma simples floresta que os ajude? 
Destruíram-nas para seu desenvolvimento. Eles podiam? E agora tem inveja da nossa, que não tem sido destruída, está muito preservada, e ainda assim conseguimos ter a melhor agricultura do mundo, com o uso de apenas 7% do território brasileiro para isso?
 
Dependem do Brasil para se alimentar, e nos criticam? Querem nos destruir? 
Será que deveríamos super subsidiar nosso consumo interno, à custa de um preço elevado para eles? 
 Afinal, não precisam de nossos alimentos? Que paguem?
 
Quando terão a devida vergonha na cara, cessarão as cretinices, e elogiarão o que temos feito?  
Em especial a recuperação do país, ocorrendo em menos de 4 anos, em que se tem feito igual a destruição de quase 40 anos, depois da terra arrasada?
 
Blog do Samir Keedi -  Diretor da Ske Consultoria Ltda

segunda-feira, 6 de junho de 2022

Cúpula das Américas - Biden vai se redimir por ter demonstrado hostilidade a Bolsonaro? - Gazeta do Povo

Alexandre Garcia

O que vai fazer Bolsonaro nos EUA? Será que o presidente e Biden vão reatar relações? 
Convém questionar por que Biden fez algumas declarações quase hostis contra o Brasil. [Ao iniciar seu mandato o presidente norte-americano se aliou ao francês  quando uma possível internacionalização da Amazônia era cogitada.
Bolsonaro deveria não comparecer ao evento,  que é uma invenção do Biden.]
Depois mandou um ex-senador, Christopher Dodd, como enviado dele pra ver se convencia Bolsonaro a ir para a Cúpula das Américas, que é uma promoção do novo governo dos Estados Unidos.

Se Bolsonaro não fosse, o evento seria esvaziado, porque o mexicano já não vai. O López Obrador disse que não vai, pois não foram convidados os ditadores de Cuba, da Nicarágua e da Venezuela.

Veja Também: Mercado vê PIB mais forte e projeções mais recentes indicam alta de 1,5%
Perseguir familiares de um réu viola princípio jurídico secular e civilizatório

O ex-senador esteve com o presidente e Bolsonaro disse: “eu não vou lá só pra tirar foto, pra ser moldura de foto do Biden”. Foi direto com o ex-senador, que por sua vez disse: “não, o presidente quer ouvi-lo, quer ouvir suas reivindicações”.

Bolsonaro então pediu que Christopher Todd dissesse a Biden que há compromissos assumidos entre o então chefe de estado americano Donald Trump e o Brasil. “Não são compromissos individuais, pessoais, são compromissos de chefe de estado e eu espero que o chefe de estado dos Estados Unidos cumpra com esses compromissos”, afirmou o presidente.

Portanto Bolsonaro não vai só tirar fotografia com o Biden. [Presidente Bolsonaro, repetimos a sugestão: Não vá ao evento; ignore Biden, ele jazais honrará compromissos assumidos por Trump.] Vai ter uma conversa de no mínimo meia hora. Ele argumenta que com o Putin conversou três horas, e sem aquela mesa comprida que separou o Putin de Macron.

Enfim, talvez haja algo importante além disso. Acho que vai ter consequência internas aqui. Biden e Bolsonaro assinarão uma declaração conjunta de democracia, estimulando a democracia num continente que volta e meia, inclusive aqui dentro, tem apelos totalitários. Não conseguem esconder. Aqui nós temos, inclusive, instituições de estado que estão demonstrando pura ideologia totalitária.

Julgamento de deputados no STF

Por falar nisso, amanhã vai ter um julgamento importante no Supremo, porque mais uma vez o ministro Nunes Marques é o rebelde solitário, que está ao lado da Constituição, mas não ao lado do restante do Supremo. Provavelmente vai ser derrotado em número de votos lá, mas sairá vitorioso porque defendeu a Constituição.  
É o caso do deputado estadual do Paraná, Francischini, e um deputado federal do Sergipe, Valdevan Noventa. Os dois haviam sido cassados. Valdevan Noventa, por ter recebido R$ 86 mil de pessoas físicas, foi enquadrado como ilegal. Abuso de poder econômico. Só que na decisão de Nunes Marques é mostrado que não estava vigente a proibição quando ele recebeu o dinheiro.

E lá no Paraná, o que Francischini fez foi denunciar, postar denúncias de pessoas reclamando da ilicitude de algumas atitudes nas seções de votação. Ele perdeu no Tribunal Superior Eleitoral e com isso três deputados também perderam o mandato porque foram eleitos com os votos de Francischini. Agora, os três podem reocupar suas vagas, dependendo do que acontecer nesta terça-feira.

Lá na Câmara, o presidente Arthur Lira, ao receber a decisão do ministro Nunes Marques, imediatamente tirou o suplente e botou o Noventa. O suplente, que era do PT, mobilizou seu partido e entraram com um pedido nesse domingo no Supremo. Marcaram o julgamento já para esta terça-feira, numa super velocidade.   
São coisas que a gente descobre todos os dias com surpresa. A gente não imagina que possa acontecer, mas, no entanto, acontece.

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

sábado, 14 de maio de 2022

Bolsonaro convoca militares e civis a lutarem por "liberdade"

Fachin quer compromisso enfático de respeito ao resultado das urnas 

O presidente Jair Bolsonaro (PL) mostrou que não pretende arrefecer os embates com o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com os quais tem medido forças por causa das eleições de outubro e da condenação à prisão do deputado Daniel Silveira (PTB-RJ). O chefe do Executivo defendeu, ontem, as Forças Armadas e atacou novamente as duas Cortes. No mesmo dia, porém, o presidente do TSE, ministro Edson Fachin, enfatizou que não cederá a pressões. "Diálogo, sim, joelhos dobrados por submissão, jamais", frisou o magistrado.

Em evento de formatura na Academia de Polícia Militar do Barro Branco, em São Paulo, Bolsonaro afirmou que estão tentando "roubar nossa liberdade". "Nós, pessoas de bem, civis e militares, precisamos de todos para garantir a nossa liberdade, porque os marginais do passado usam hoje outras armas, também em gabinetes, com ar-condicionado, visando roubar a nossa liberdade", discursou. "Nós, Forças Armadas, nós, forças auxiliares, não deixaremos que isso aconteça. Nós defendemos a nossa Constituição, a nossa democracia e a nossa liberdade. Esse exército de pessoas de bem, civis e militares, deve se unir para evitar que roubem a nossa liberdade."

Sem citar nomes, Bolsonaro disse que há pessoas tentando coibir a liberdade de expressão, em uma referência a Daniel Silveira, condenado pelo STF a oito anos e nove meses de prisão por atos antidemocráticos e ameaças a ministros da Corte e a instituições. Menos de 24 horas depois da sentença do Supremo, o chefe do Executivo concedeu indulto ao parlamentar. As declarações do presidente também se reportam aos inquéritos das fake news e das milícias digitais, em tramitação no STF.

Desde que assumiu o governo, Bolsonaro acusa fraudes no sistema eleitoral, sem nunca ter apresentado provas. Ele insinua que a Justiça Eleitoral pode manipular os resultados das eleições e chegou a sugerir que as Forças Armadas fizessem uma apuração paralela dos votos, para dar mais "transparência" ao processo. Militares também levantaram dúvidas sobre a segurança das urnas eletrônicas ao fazerem 88 questionamentos ao tribunal sobre os equipamentos.

"Sem subterfúgios"
Horas depois, no Congresso Brasileiro de Magistrados, em Salvador, Fachin cobrou que "todos os Poderes digam, sem subterfúgios, que vão respeitar o processo eleitoral de outubro de 2022". "A nenhuma instituição ou autoridade a Constituição permite poderes que são exclusivos da Justiça Eleitoral. Não permitiremos a subversão do processo eleitoral. E digo, para que não tenham dúvida: para remover a Justiça Eleitoral de suas funções, terão que, antes, remover este presidente da sua presidência. Diálogo sim, joelhos dobrados, jamais", sustentou.

Fachin também destacou que "quem ama a democracia não propaga conflito". "As eleições são ferramentas substitutivas do conflito, por isso mesmo é mandatário que prevaleça o senso de responsabilidade institucional, que anima a base constitucional do nobre compromisso de todas as instituições, todas, sem exceção, a serviço da democracia brasileira".

O magistrado também mencionou ataques à imprensa e a atuação de milícias digitais. "Dizem que falo de fantasmas. A violência tem gênero e grau. A violência no Brasil é trágica. A desinformação tem nome e origem. Não é um fantasma. Assistimos quase incrédulos à normalização de ataques às instituições, impulsionados por práticas de desinformações", ressaltou. Na quinta-feira, Bolsonaro disse não saber "de onde ele (Fachin) tira esse fantasma de que as Forças Armadas querem intervir na Justiça Eleitoral".

Também participante do evento na Bahia, o ministro Luís Roberto Barroso, do STF, afirmou que a democracia passa por um "processo de erosão por todo o mundo" e disse ser preciso trabalhar para restabelecê-la. Barroso citou países como Hungria, Polônia, Turquia, Rússia, Filipinas, Venezuela, Nicarágua e El Salvador como governos autoritários, além das "turbulências" recentes nos Estados Unidos e no Reino Unido. [nos parece que o ministro Fachin considera a Coreia do Norte um modelo de regime democrático!!!]Sem citar o Brasil ou o nome de Bolsonaro, destacou que é preciso autocrítica de democratas para um restabelecimento do sistema no mundo.

"Essa ascensão de um processo autoritário e populista se dá por insuficiências da própria democracia. Por isso, os que defendem a democracia precisam identificar e trabalhar para restabelecer essa crença que une a todos", disse. "Temos de restabelecer o mínimo de honestidade intelectual, o mínimo de honestidade aos fatos. O filme da democracia brasileira é bom. Às vezes, a fotografia é assustadora, mas o filme é bom. Eu tive cuidado de não dizer nada polêmico aqui porque os tempos não estão para polêmica", acrescentou.

Política - Correio Braziliense 

 

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

Não faltou dinheiro para desviar as águas do grande rio

Alexandre Garcia

Com tanto impostos cobrado do brasileiro, o milagre constitui em não deixar que o dinheiro do povo saísse pelo ladrão. Nos ministérios, na Petrobras, nas estatais gerais

Hoje é um dia histórico. A água das chuvas que caíram na Serra da Canastra, quase na divisa de Minas com São Paulo, no início do ano, vão chegar ao Rio Grande do Norte, depois de percorrer mais de 3 mil quilômetros. É o eixo leste da transposição do Rio da Unidade Nacional. Sonho secular, promessa de décadas, finalmente realizado. Águas mineiras naturalizadas potiguares. No estado em que Cabral plantou um marco português, em pedra lioz, com a Cruz da Ordem de Cristo, onde Caminha registrou "águas infinitas". Agora, outro marco, em água, chega ao interior, no Seridó, confirmando a previsão da carta de 522 atrás.
 
Por anos, a transposição, agora chegando, também, ao Ceará, foi promessa eleitoral, com obras que ficaram se deteriorando, consumindo impostos federais, mas mantendo a chantagem populista [chantagem que o 'descondenado petista Lula e o 'coroné' Ciro Gomes,praticaram por anos e anos.]  de um dia a água chegar, se o voto chegar à urna. Serviu para caixa dois, para propinas de empreiteiras, como constatou a anulada Lava-Jato. Muito dinheiro foi para obras em Cuba, Venezuela, Nicarágua, Moçambique e outros países. 
Agora que o dinheiro aqui ficou, as obras estão sendo concluídas e outras começadas, como as pontes ligando Rondônia e Acre, Piauí e Maranhão, como centenas de outras obras de infraestrutura.
 

Bolsonaro denuncia que desvios do PT equivaleram a "50 transposições" do São Francisco

 
 
Com tanto imposto cobrado do brasileiro, o milagre consistiu em não deixar que o dinheiro do povo saísse pelo ladrão. Nos ministérios, na Petrobras, nas estatais em geral. 
A Caixa Econômica, que já teve Geddel como vice-presidente, agora virou banco social, como é de sua natureza; na Petrobras, não se faz mais negócio por recomendação de líder de partido político; no Banco do Brasil, a diretoria é técnica; o BNDES é mesmo banco nacional, e não de financiamento internacional
Sem estatal a serviço de políticos corruptos, a Itaipu Binacional pode ajudar os municípios vizinhos, com máquinas e veículos, transformar o aeroporto de Foz em internacional e erguer uma segunda ponte de ligação com o Paraguai, que vai ser entregue no meio do ano.

Em pouco tempo, todos esses entes públicos se recuperaram dos prejuízos causados por aproveitadores do Estado; e outro milagre se fez: as contas públicas terminaram o ano com superavit primário de R$ 65 bilhões. Assim, foi possível não apenas levar água para o Nordeste, mas resolver dívidas de 1 milhão de estudantes no Fies, aumentar o auxílio Brasil de R$ 190 para R$ 400 e aumentar em 33% a base dos professores, só para citar ações desses últimos dias. Tudo isso durante a pandemia, quando muitos prefeitos e governadores, com aval do Supremo, mandaram fechar tudo, no lockdown agora desmitificado pela Johns Hopkins.

Ontem, em Salgueiro, Pernambuco, o presidente entregou o controle de bombeamento das águas do São Francisco. Depois, foi a Jati, na região do Carioca, Ceará, e acompanhou a liberação das águas da barragem que chegarão à região metropolitana de Fortaleza e outras regiões do estado
Hoje, assistirá ao milagre das águas, em Jardim de Piranhas, no Rio Grande do Norte. Assim como o Egito é um presente do Nilo, o São Francisco está sendo um presente milagroso para o Nordeste. Um milagre que se realiza quando o dinheiro do povo brasileiro não é desviado. Por isso, não faltou dinheiro para desviar as águas do grande rio. [o presidente  Bolsonaro faz as obras e as inaugura funcionando... já os outros apenas inauguram a pedra fundamental.]

Alexandre Garcia, colunista - Correio Braziliense


sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

América vermelha - Revista Oeste

Protestos contra o governo chileno em 2019| Foto: Unsplash
Protestos contra o governo chileno em 2019| Foto: Unsplash

O encontro virtual teve a participação dos ditadores Nicolás Maduro (Venezuela), Miguel Díaz-Canel (Cuba) e Daniel Ortega (Nicarágua). Outros países latinos enviaram representantes, inclusive os narcoguerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, as Farc. Quem mediou o evento foi a petista Monica Valente, mulher de Delúbio Soares, o tesoureiro oficial do mensalão.

É evidente que nada do que foi debatido no encontro teve alguma relevância a ponto de ser publicado em jornais, nem chacoalhou as bolsas pelo mundo, muito menos incomodou o empresariado. Mas a ordem para o Foro de São Paulo se reagrupar fazia algum sentido. Em outubro do ano que vem, Lula quer retomar o projeto de poder do PT, interrompido pela sua temporada na cadeia e pelo governo Jair Bolsonaro. Nada mais favorável do que buscar isso cercado por uma vizinhança amistosa.

“Não imaginávamos que esse encontro de partidos e movimentos chegasse aonde chegou, tornando-se um foro permanente e até uma referência para partidos de esquerda e progressistas de todo o mundo” (Lula, em julho do ano passado)

Chile
O episódio mais recente do avanço das labaredas vermelhas pelo continente americano ocorreu no Chile. Gabriel Boric, um deputado de 35 anos do Partido Comunista e líder estudantil — seja lá o que isso ainda signifique neste século —, foi eleito presidente. Presidente da República, não do grêmio estudantil.

A reportagem de Oeste vasculhou a trajetória de Boric e descobriu que, em janeiro de 2005, os guardas do supermercado Líder, na cidade chilena de Punta Arenas, notaram que um jovem havia saído do estabelecimento com um vidro de álcool sem pagar. Eles o interpelaram, levaram-no para a polícia e o ficharam por furto. O caso não seguiu adiante por causa do princípio da insignificância. Anos mais tarde, o rapaz afirmaria ter cometido “um erro”. Seu nome: Gabriel Boric.

O esquerdista Gabriel Boric é eleito presidente do Chile, 
 no segundo turno | Foto: Reprodução Facebook

Boric não é de família pobre. Seu pai foi gerente da Enap —  equivalente à Petrobras. A condição financeira confortável permitiu que o garoto frequentasse o Colégio Britânico de Punta Arenas, no sul do país. Seu endereço à época, conforme consta no Boletim de Ocorrência, era o de uma mansão de dois andares de frente para o Pacífico.

Curiosamente, sua mãe fez exatamente a mesma coisa anos depois — no mesmo supermercado. Não foi a primeira vez. Em 2013, ela havia sido flagrada com cerca de R$ 250 em produtos surrupiados. Em 2016, por ser reincidente, a Justiça determinou que ficasse um ano sem entrar no estabelecimento.  Boric apareceu na política em 2011, quando estudantes tomaram as ruas do país para protestar, entre outras coisas, contra a cobrança de mensalidades no ensino superior público (o que também existe em países de economia mais aberta, como os Estados Unidos). Em 2014, tornou-se deputado federal.

Longe de ser moderado, o partido de Boric, o Convergência Social, anuncia em sua plataforma a busca por “uma sociedade socialista, libertária e feminista”. O documento assusta ao falar em “socialização da produção”. O texto ainda critica a “aliança entre o patriarcado e o capital” e defende um projeto “continentalmente integrado”. Boric é uma espécie de Guilherme Boulos que deu certo.

Também sobrou, claro, para o presidente Jair Bolsonaro, classificado por ele como “racista, homofóbico” e adepto do “discurso de ódio”. Quando o brasileiro visitou o líder chileno Sebastián Piñera, em 2019, Boric se juntou aos baderneiros que organizaram um ato contra o presidente do Brasil.

Retrocesso
Num país com quase 20 milhões de habitantes do tamanho de Minas Gerais — e renda per capita maior do que o dobro do Brasil, o eleitor chileno resolveu praticar skate na Cordilheira dos Andes. Há mais de duas décadas, o Chile se nega a integrar os acordos tarifários do Mercosul. É um país de tradição econômica liberal, a despeito dos devaneios de Michelle Bachelet. Trata-se de uma nação que optou por negociações bilaterais, especialmente com os Estados Unidos. Além disso, detém o Porto de Antofagasta, com saída para o Oceano Pacífico.

A corda chilena, contudo, parece ter estourado num daqueles momentos de distração dos políticos do andar de cima. Sebastián Piñera enfrentou turbulências e pedidos de impeachment durante o mandato. Teve de manter o olhar fixo no Legislativo para não sair pela porta dos fundos e não entendeu o que acontecia na praça.  Enquanto isso, grupos de vândalos encapuzados — como os black bloc brasileiros de 2013 — decidiram tomar as ruas, com Boric à frente. Pelo menos duas igrejas foram incendiadas desde 2019, entre elas a bela Igreja da Assunção, na Praça Itália, em Santiago. O Templo dos Carabineros (polícia chilena) também foi queimado.

A economia passou longe dos debates eleitorais neste ano de pandemia. A temática foi uma profusão de pautas LGBT mescladas com liberação do aborto, ampliação de programas sociais — Boric pretende criar uma espécie de Bolsa Família — e, especialmente, os direitos dos índios.

A presidente da Assembleia Constituinte, deputada Elisa Loncón, é uma representante dos mapuches. Ela batizou a nova Carta Magna, que deverá ser aprovada em 2022, como “Constituição da Mãe Terra”. Em outubro, quando a Assembleia realizou votações, Elisa conseguiu emplacar um pré-texto que fala em punir o “negacionismo” cultural e a opressão “aos povos originários durante a colonização europeia” — cerca de 10% do país afirma ser indígena. Segundo ela, são esses 10% que o Estado deve priorizar a partir de agora.

Vizinhos incômodos
Desde 2011, a América Latina não era tão vermelha. E o cenário pode ser ainda pior — e inédito — caso o Brasil e a Colômbia optem por governos de esquerda no próximo ano. Equador e Paraguai também são exceções, mas têm peso menor na economia e na geopolítica do continente. Os equatorianos bateram na trave neste ano, mas o banqueiro Guillermo Lossa venceu a esquerda.

A Colômbia permanece sob o comando de Iván Duque, discípulo do ex-presidente Álvaro Uribe. Mas os colombianos vão às urnas em março para eleger um novo presidente. O senador Gustavo Petro, ex-integrante da guerrilha M-19 e ex-prefeito de Bogotá, aparece como favorito nas pesquisas eleitorais.

A lista de países sob domínio socialista-comunista é extensa e reúne a longeva ditadura cubana, a Venezuela chavista e a Nicarágua do golpista Daniel Ortega, que mandou prender seus adversários políticos. A Bolívia segue à mercê do grupo de Evo Morales e o Peru passou a ser administrado pelo sindicalista Pedro Castillo, uma espécie de Dilma Rousseff que fala espanhol.

Principal parceiro comercial do Brasil no continente, a Argentina segue com seu tango de alternar passos à direita, seguidos de recuos à esquerda. O único alento no país platino foi a vitória da direita nas eleições legislativas, que, além do susto na dupla presidencial, equalizou as forças.

Outra novidade foi a eleição neste mês da socialista Xiomara Castro em Honduras, encerrando um ciclo de 12 anos dos conservadores no poder. Ela é mulher de Manuel Zelaya — que ganhou notoriedade em 2009, ao transformar a embaixada brasileira em Tegucigalpa numa pensão, que ocupou por quatro meses para escapar da cadeia. No México, López Obrador é oficialmente o primeiro presidente de esquerda do país. Eleito em 2018, ele promove um plebiscito para saber se pode seguir até 2024.

Em outubro, será a vez de os brasileiros votarem para presidente. O professor de Ciência Política Jorge Corrado, da Universidade Católica de La Plata, na Argentina, afirma que o pleito no Brasil será crucial para os rumos da região. “É essencial que Bolsonaro — ou quem quer que represente a direita — triunfe”, diz. “Se o Brasil cair, estaremos em um continente incendiado. A tônica da esquerda é alcançar o poder, mudar a Constituição e permanecer no poder.”

Corrado afirma que, para aumentar as chances de sucesso, o presidente brasileiro deve ajustar sua postura pública — sem abrir mão dos princípios. “Ele precisa ter um discurso mais moderado e captar uma faixa maior da população”, diz. “Às vezes, ele tem de ser duro, às vezes conciliador. Se fizer isso, se tornará menos previsível para seus adversários”, argumenta o professor, que também é diretor do Instituto de Estudos Estratégicos de Buenos Aires.

Ele explica ainda que o sucesso da esquerda na América do Sul é fruto de três décadas de articulação conjunta, iniciada depois do colapso da União Soviética. A estratégia vai além da política eleitoral e inclui a ocupação de espaços em órgãos públicos, nas universidades e nos meios de comunicação. “Em alguns países essa semente tardou um pouco mais, em outros, menos, mas em todos ela deu frutos porque o Estado não se deu conta”, afirma. Se quiser vencer essa guerra, a direita precisará lutar nos mesmos fronts.

O que fica de lição para o Brasil na virada de um ano que promete ser de alta combustão política? Que o perigo mora ao lado. Por enquanto.

Leia também “A Nicarágua entra no clube das ditaduras”

 Gabriel de Arruda Castro - Silvio Navarro - Revista Oeste