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sábado, 9 de janeiro de 2021

Governo Bolsonaro buscou o STF para defender prioridade sobre a CoronaVac

A iniciativa se deu antes do anúncio da compra da vacina e visava garantir que o imunizante não ficasse sob o controle do governador João Doria 

Enquanto o presidente Jair Bolsonaro dava sinais em público de que descartaria a vacina CoronaVac, produzida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantã, seus principais auxiliares faziam o movimento contrário.

No âmbito das discussões sobre o Plano Nacional de Imunização (PNI), em dezembro do ano passado, integrantes do Ministério da Saúde e o próprio ministro Eduardo Pazuello buscaram ministros do Supremo Tribunal Federal para apresentar o programa federal de vacinação. A intenção já era evitar que o governador de São Paulo, João Doria, tomasse para si as vacinas produzidas pelo Butantan.

O PNI detalha quais são as vacinas já adquiridas e em negociação pelo governo, o esquema logístico da distribuição do imunizante e quais serão os grupos prioritários. Além disso, prevê a equidade do repasse das vacinas para a população – ou seja, impede que haja algum tipo de estratificação no momento da distribuição do imunizante. A ideia, ao contrário disso, é que a vacinação comece em todos os estados do país de maneira proporcional e simultânea.

Foi com base nesse argumento que auxiliares do governo sustentaram que todo e qualquer imunizante que fosse autorizado pelas agências reguladoras teria de imediatamente passar a integrar o plano nacional. A avaliação era a de que se a vacinação começasse antes em uma determinada região, ela quebraria a premissa de que o sistema de saúde deve ser igualitário a todos os brasileiros.

Na ocasião, pelo menos três ministros do STF foram informados de que, por causa desse entendimento, a vacina do Instituto Butantan, pleiteada pelo governador de São Paulo, João Doria, para ser distribuída entre a população paulista, seria integrada ao Sistema Único de Saúde (SUS) e entregue às 27 unidades da federação. Também foi sustentado que o Ministério da Saúde já havia assinado um convênio com o Instituto Butantan que, com investimentos federais, ajudaria na produção da vacina, e que a própria Fiocruz, vinculada à pasta, estava participando da fase 3 dos testes. Portanto, por esse raciocínio, não haveria como dissociar a vacina produzida pelo instituto Butantan do governo federal.

A iniciativa já antecipava uma guerra entre o governo federal e o governador de São Paulo sobre quem vai colher os louros de iniciar a vacinação no país. Internamente, não estava descartada a possibilidade de que, se a decisão não viesse por meio de um acordo entre ambas as partes, a matéria acabaria tendo de ser arbitrada pela Suprema Corte. [mais uma escorregada do Doria - quem em 2022 vai se lembrar dele?quem vai lembrar de outros políticos que hoje se consideram protagonistas de alguma coisa? são pessoas que só aparecem quando acusam o presidente da República de algum malfeito, que nunca é provado - surge como um fake news, um boato e desaparece.]

A disputa se materializou nesta semana. Logo após o anúncio da eficácia da vacina CoronaVac, o ministro Eduardo Pazuello disse que comprará as 100 milhões de doses previstas pelo Butantan. A formalização da aquisição do imunizante foi encaminhada na noite de quinta-feira (7).

Nos bastidores, aliados de João Doria afirmam que o governo caiu na isca do tucano, que visa disputar a Presidência da República em 2022 contra Jair Bolsonaro. Interessa a Doria, portanto, a propagação da percepção de que a sua aposta sobre a vacina foi a que saiu vitoriosa. Em vídeo divulgado nas suas redes sociais, o governador paulista afirmou que sempre desejou que o Ministério da Saúde comprasse a vacina. “O que nós mais desejamos é que a vacina do Butantan atenda todo o Brasil, atenda todos os brasileiros – os brasileiros de São Paulo e, repito, os brasileiros de todos os demais 26 estados do país”, disse Doria.

O governo federal, em outra frente, tenta se antecipar ao governador paulista. Uma compra de emergência garantiu o envio de 2 milhões de doses prontas da vacina produzida pela farmacêutica AstraZeneca, na Índia. A expectativa, um tanto otimista, é que o imunizante consiga autorização célere da Anvisa e a aplicação comece no dia 20 deste mês. Já o governador João Doria trabalha com o plano de iniciar a vacinação com a CoronaVac no dia 25.  Em meio a essa guerra despropositada, o que a maioria dos brasileiros quer é receber a vacina. O quanto antes.

VEJA - Política


quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Perseguição a idosos - Doria e Covas retiram gratuidade para idosos entre 60 e 65 anos em ônibus, trens e metrô

 Bruno Ribeiro, O Estado de S. Paulo

Benefício segue válido apenas para quem tem mais de 65 anos; governos dizem que medida "acompanha a revisão gradual das políticas voltadas a esta população"

[Em plena pandemia , enquanto o Governar Federal tenta aprovar algum tipo de auxílio que aumente a renda das pessoas, Bruno Covas e João Doria, prefeito e governador de S. Paulo (Doria especialista em vacina chinesa e o outro na compra de urnas funerárias e criação de engarrafamentos)  retiram direito adquirido por idosos desde 2013.]

As gestões Bruno Covas (PSDB) e João Doria (PSDB) decidiram retirar o direito de idosos acima de 60 anos de viajar gratuitamente em ônibus, trens e metrô na capital, além dos ônibus intermunicipais da Grande São Paulo, em uma ação conjunta para reduzir os custos do transporte. A mudança deve ocorrer a partir do dia 1.º de janeiro.

No caso da Prefeitura, Covas conseguiu aprovação da Câmara Municipal para retirar benefício na terça-feira (22) e, já nesta quarta (23), sancionou o texto.  No caso do governo do Estado, Doria editou, nesta quarta-feira, no Diário Oficial, um decreto que suspendeu a regulamentação da lei estadual que estabelecia o benefício

Idosos acima de 65 anos não pagam passagem por causa do Estatuto do Idoso, uma lei federal. O direito também está garantido na Constituição. Em São Paulo, esse limite havia baixado para 60 anos em 2013, durante as gestões Fernando Haddad (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB), em uma medida adotada em meio aos protestos contra o aumento da tarifa ocorridos naquele ano. 

A Câmara Municipal da capital vem realizando sessões de votações matinais em que a base governista tem feito uma série de manobras para aprovar projetos sem passar por discussões. Nesta votação específica, a revogação da lei que garantia a gratuidade estava em uma manobra conhecida como “jabuti” (quando uma artigo de uma lei que trata de um tema traz uma mudança em outra lei, que trata de outro tema diferente). O projeto que estabeleceu a mudança, originalmente, tratava de mudanças na estrutura de fiscalização das subprefeituras. 

Ao reduzir o total de idosos com direito a passagens gratuitas, a Prefeitura reduziria a necessidade de subsídios ao sistema de transporte. O projeto de lei do Orçamento da capital, em votação nesta quarta-feira, prevê uma redução de 7,4% nos gastos da Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes, de R$ 3,4 bilhões para R$ 3,2 bilhões. 

Para o geógrafo Rafael Calábria, coordenador do Programa de Mobilidade do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), o argumento de eventual economia de recursos com a retirada do benefício não se justifica. “A remuneração dos novos contratos de ônibus já não paga mais as empresas por passageiro, então não importa para o governo se o passageiro é gratuito ou não, diz. A remuneração é pelos custos de operação. “Além disso, é um ataque aos direitos às pessoas, feito na surdina”.  

Prefeitura e governo do Estado enviaram uma nota conjunta sobre o tema: "A mudança na gratuidade acompanha a revisão gradual das políticas voltadas a esta população, a exemplo da ampliação da aposentadoria compulsória no serviço público, que passou de 70 para 75 anos, a instituição no Estatuto do Idoso de uma categoria especial de idosos, acima de 80 anos, e a recente Reforma Previdenciária, que além de ampliar o tempo de contribuição fixou idade mínima de 65 anos para aposentadoria para homens e 62 anos para mulheres", diz o texto. 

Política - O Estado de S. Paulo


quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Vacinação sem vacina - Guilherme Fiuza

Revista Oeste

Falar em obrigar a população inteira a se vacinar — com uma vacina que não existe — significa o quê? Um negócio da China?

A discussão sobre a vacina contra covid-19 está avançada. Muito mais avançada que a própria vacina, mas isso é detalhe. O debate está tão acelerado, com autoridades já anunciando seus planos de imunização, que é capaz de, quando a vacina chegar, já estar todo mundo vacinado. Eis aí uma excelente proposta: chega de espera, vamos vacinar a população antes da vacina. Mas como isso funcionaria exatamente? Muito simples: é só pegar as manchetes, os discursos, as profecias, as bravatas, comprimir tudo numa seringa e mandar pra dentro do povo. Adeus, covid.

A vacina desenvolvida mais rapidamente na história foi a da caxumba — que levou quatro anos para ficar pronta. A do sarampo levou dez anos. Mas naquela época não tinha internet, Tedros, Doria e outras maravilhas da ciência. Hoje em dia o papo é de seis meses e vamos arregaçando as mangas, ou baixando as calças, para resolver logo isso. É só uma picadinha, depois a gente estuda com calma o que foi injetado em você.

Na gripe suína, a vacina gerou enfermidades piores do que a própria doença — para ficar num exemplo histórico mais recente. Um dos trunfos para tentar acelerar a vacina contra covid é o uso de uma técnica inovadora — o RNA mensageiro, que atua na base genética do indivíduo. A ação consiste em induzir o organismo a uma produção imunológica artificial, sem que se precise inocular o vírus atenuado (método tradicional).

Ninguém sabe se isso funcionará e o que vai causar às pessoas. Mas você está ouvindo autoridades falando em iniciar a vacinação neste ano — e já pode começar a ficar na dúvida se vai ter que chamar o médico ou a polícia. Vamos tentar decifrar o RNA mensageiro dos hipócritas?

Tudo isso se dá num ambiente de total transparência — com vacinas relâmpagos brotando das ditaduras chinesa e russa. Vai tomar a Sputnik do Putin? Com essa divertida temática espacial é possível você nem sentir a picada. “Olha o foguetinho…” E quando viu já tomou. Se o pessoal está curtindo máscara personalizada, tipo “I love my dog”, por que não entrar na onda da vacina estilizada? Estética é tudo. Já a vacina chinesa se antecipou às marchinhas carnavalescas. Laboratórios incapazes de conter um vírus que se espalhou pelo planeta inteiro são naturalmente as instituições mais confiáveis para oferecer uma vacina. Esse seria o refrão do bloco mais debochado do Carnaval 2021 se a realidade não tivesse roubado a cena e caído no samba antes da hora.

O Ministério da Saúde entrou na disputa com os governadores mais afoitos para ver quem faz a promessa mais leviana. As “projeções” para o início da vacinação andam oscilando entre o final deste ano e o começo do próximo — sacramentando como única certeza científica o fato de que os cidadãos estão sob o comando de autoridades irresponsáveis. A rigor, já há uma segunda certeza científica: a de que isso não pode acabar bem. E, já que a irresponsabilidade foi oficializada, os tiranetes mais tarados, como João Doria, resolveram declarar que a vacina será obrigatória para todos. Nada de mais. Para quem já inventou número de vidas salvas tentando justificar seus surtos totalitários, um disparate a mais contra a população não faz diferença. A não ser que a população desista de ser o brinquedo predileto de Joãozinho Tranca Rua e seus colegas.

A letalidade da covid-19 abaixo dos 70 anos é inferior à da gripe sazonal, como acaba de confirmar um estudo produzido na Universidade Stanford. Neste cenário, falar em obrigar a população inteira a se vacinar — com uma vacina que não existe — significa o quê? 
Mais uma marchinha roubada? 
Um negócio da China? 
O tão aguardado surto fascista?

Responda aí você, que estamos ocupados decifrando o RNA mensageiro dos hipócritas.

Guilherme Fiuza, jornalista - Revista Oeste 23 outubro 2020


sábado, 24 de outubro de 2020

No Brasil, até o que não existe é judicializado - NÃO EXISTE AINDA NENHUMA VACINA e o STF já aceita julgar o uso = óbvio que a suprema decisão sendo pela obrigatoriedade, só será válida quando a houver vacina, se houver

 IstoÉ

Obrigatoriedade de vacina contra Covid-19 vai ao plenário do STF 

Após sete partidos protocolarem no Supremo Tribunal Federal (STF) ações sobre vacinação nesta sexta-feira, 23, o ministro Ricardo Lewandowski, pediu explicações ao Planalto e já adiantou que não irá decidir sozinho sobre os pedidos de liminar, mas enviar diretamente ao Plenário para decisão conjunta, “em razão da importância da matéria e a emergência de saúde pública decorrente do surto do coronavírus”.

Lewandowski foi sorteado para relator.
São quatro as ações apresentadas ao Supremo, em meio à polêmica afirmação do presidente Jair Bolsonaro de que não irá autorizar importação de vacinas da China pelo governo federal, em discurso que agrada em cheio a ala ideológica do governo, que prega a não obrigatoriedade da vacinação. Além da Presidência da República, o ministro quer ouvir também a Advocacia-Geral da União (AGU) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) – o prazo para as respostas é de cinco dias.

Em uma das ações
, PCdoB, PSOL, PT, PSB e Cidadania [partidecos sem votos e sem programa, querem atrapalhar o governo judicializando o  que não existe - e o STF aceita.] pedem que o STF, entre outros pontos, impeça Bolsonaro e o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, de praticarem quaisquer atos que dificultem a continuação das pesquisas sobre vacina. Os cinco partidos pedem também que governo entregue, em até 30 dias, planos e programa relativos à vacina e medicamentos contra a covid-19. A Rede Sustentabilidade, em outra ação, também requer que o governo federal apresente um plano de vacinação. [pedidos absurdos, sem noção e que até deixa dúvidas se os autores querem obstruir à Justiça - sobrecarregando a instância máxima do Poder Judiciário - ou travar o governo do presidente Bolsonaro = ou sabotar os dois Poderes.
Vale ressaltar que as ações desse tipo sempre atropelam os processos existentes.
Qual a urgência no julgamento de decidir sobre o que não existe?  - qualquer vacina quanto surgir - torcemos para que no inicio de 2020 exista pelo menos uma vacina, segura e eficaz, e em quantidade  que permita vacinar ao menos um terço  da população mundial - levará uns seis meses para ser transportada, acondicionada e aplicada. ]

Outras duas ações foram apresentadas pelo Partido Democrático Trabalhista e pelo Partido Trabalhista Brasileiro, com pedidos divergentes. Para o PDT, de oposição ao governo Jair Bolsonaro, o Supremo deve reconhecer a competência de estados e municípios para determinar ou não a vacinação compulsória da população. Por outro lado, o PTB, da base aliada do presidente da República, solicita que essa possibilidade seja declarada inconstitucional. [óbvio que o partideco PDT espera que o Supremo repita o erro do inicio da pandemia, quando deu aos estados e municípios competência para administrar o combate à covid-19 = que resultou em desastre, municípios limítrofes tomavam decisões contraditórias, governador mandava fechar, município mandava abrir e vice-versa. Segundo a máxima de Rui Barbosa, o Supremo tem o direito de errar por último, o que não inclui repetir erros.]

Todos esses pedidos chegaram ao Supremo no mesmo dia em que o presidente do tribunal, Luiz Fux,
previu uma avalanche de processos sobre vacinação. O ministro demonstrou estar de acordo com a necessidade de debate sobre alguns dos fundamentos que estão em discussão na sociedade. “Podem escrever, haverá uma judicialização, que eu acho que é necessária, sobre essa questão da vacinação. Não só a liberdade individual como também os pré-requisitos para se adotar uma vacina. Não estou adiantando ponto de vista nenhum, estou apenas dizendo que essa judicialização será importante”, disse.[o bom senso nos leva a supor que o ministro se referia a uma judicialização quando houver uma vacina.]

IstoÉ 

sábado, 11 de julho de 2020

É possível que São Paulo esteja próxima da faixa onde ocorre a imunidade de rebanho







A imunidade no horizonte

Nas grandes cidades europeias, o número de novos casos de covid-19 subiu, atingiu o pico e diminuiu. Nessas cidades, a queda abrupta de novos casos foi resultado de medidas drásticas de isolamento social e lockdown. Em Manaus, o número de casos subiu rapidamente, não foram adotadas medidas drásticas de isolamento social, os mortos foram enterrados em valas comuns no pico, e logo em seguida o número de casos diminuiu. 

Qual a causa dessa rápida queda do número de infectados em Manaus? Teria a cidade atingido a imunidade de rebanho? Um modelo matemático demonstra que isso pode ter ocorrido, e talvez esteja ocorrendo em cidades como São Paulo. Se for verdade, é uma ótima notícia.
LEIA TAMBÉM: 5,2% de infectados é um número grande ou pequeno?




A imunidade de rebanho acontece quando o número de pessoas resistentes ao vírus atinge uma fração da população suficientemente alta para que o vírus não encontre pessoas suscetíveis à infecção. 
Imagine que eu esteja doente, mas que só tenha contato com pessoas que já tiveram a vírus. Acabo não o transmitindo para ninguém.
Quando isso ocorre, o número de novos casos começa a cair e a epidemia perde força. No caso do SARS-CoV-2, a imunidade de rebanho é atingida quando 60% da população já foi infectada. 
Mas será que 60% da população de Manaus teria sido infectada? Não sabemos, mas o fato é que em nenhuma cidade do mundo as taxas de infecção chegaram perto desse número (nas áreas mais pobres de São Paulo, a taxa de infecção algumas semanas atrás era de 16%).


O problema dessas contas é que a taxa de infecção necessária para atingir a imunidade de rebanho é calculada usando modelos que assumem que toda a população é idêntica e cada pessoa pode potencialmente interagir e infectar qualquer outra com a mesma probabilidade. Mas isso não corresponde à realidade. Na população há pessoas mais ou menos suscetíveis ao vírus e grupos com maior ou menor número de contatos com outras pessoas. Nesse novo estudo, essas duas variáveis foram introduzidas num modelo clássico chamado SEIR (Suscetível >Exposto >Infectado >Recuperado). Num modelo desse tipo, a cada momento da epidemia, cada indivíduo da população está em um desses quatro grupos. 
No momento zero todos são S e não existem pessoas nos outros grupos. Ao longo do tempo os Es e Is aumentam de frequência e no fim do surto abaixam. 
No final, quando o surto acaba, só existem pessoas no grupo R e no grupo S. Nesse ponto é que é atingida a imunidade de rebanho. No caso de uma população homogênea, a porcentagem das pessoas no grupo R seria de 60% e no grupo S, seria 40%. Nesse modelo você pode medir o número do pessoas no grupo R usando os testes sorológicos e os no grupo I usando testes de RT-PCT. Essas curvas são bem conhecidas quando todas as pessoas da população são idênticas.

O que foi feito agora é simular uma população com dois tipos de heterogeneidade. A primeira consiste em dividir a população em seis faixas etárias e assumir taxas diferentes de interação entre esses grupos (por exemplo, pessoas da mesma faixa interagem mais entre si). A segunda heterogeneidade é dividir a população em três grupos de acordo com a intensidade de sua interação social. Assim, em um grupo temos pessoas que interagem com muitas outras por dia (seriam os festeiros), no segundo grupo pessoas que refletem a média das interações por dia da população e, num terceiro grupo, as pessoas que têm poucas interações (seriam os solitários). Criada essa população estratificada por idade e interação social, os cientistas simulam o que aconteceria em cada caso (sem estratificação, com estratificação por idade, com estratificação por idade e nível de interação e assim por diante) e observam qual a quantidade de pessoas no grupo R no fim do processo.

O resultado é surpreendente. Com a população homogênea, a imunidade de rebanho é atingida com 60% de pessoas resistentes – e esse número cai à medida que se aumenta a heterogeneidade, chegando a 43% quando os dois tipos de heterogeneidade são introduzidos. Agora se o número básico de reprodução do vírus (chamado R zero) 2 for 2,0 em vez de 2,5 (como se considera hoje), a imunidade de rebanho é atingida com 34% das pessoas infectadas.
Isso significa que quanto maior a heterogeneidade introduzida no modelo, menor o número de infectados necessários para atingirmos a imunidade de rebanho. Imagine que esse modelo esteja correto. Na cidade de São Paulo, nas regiões mais pobres, a fração das pessoas no grupo R (os positivos para o anticorpo) já era de 16% em meados de junho e talvez seja bem maior quando fizermos a próxima medida em 20 de julho. Basta dobrar a taxa, de 16% para 32%, para a cidade de São Paulo atingir a imunidade de rebanho. Ou seja, existe a possibilidade de partes da cidade de São Paulo estarem com um número de contaminados próximo da faixa onde começamos a observar os efeitos da imunidade de rebanho. Manaus talvez tenha atingido essa faixa no pico da epidemia (lá não foram feitos estudos detalhados de soroprevalência). Isso explicaria a queda dos casos em Manaus e a pequena queda que já estamos observando em São Paulo. Sem dúvida é uma boa notícia.
MAIS INFORMAÇÕES: A MATHEMATICAL MODEL REVEALS THE INFLUENCE OF POPULATION HETEROGENEITY ON HERD IMMUNITY TO SARS-COV-2. SCIENCE 10.1126/science.abc6810 (2020)

 O Estado de S.Paulo

Fernando Reinach - Biólogo - Saúde



segunda-feira, 20 de abril de 2020

Audiência em alta. Até quando? Carlos Alberto Di Franco

O estudo Media Consumption and Sport, da Global Web Index, foi um dos que registrou o aumento após ouvir 4 mil pessoas dos Estados Unidos e do Reino Unido para verificar como o isolamento social vinha alterando seus hábitos de consumo de mídia. O resultado é pra lá de animador: 87% dos norte-americanos e 80% dos britânicos que participaram do levantamento afirmaram que, desde o estouro da pandemia, vêm recorrendo mais à televisão aberta, aos sites de notícia e às emissoras de rádio para se manter informado sobre a doença.

Mas não basta noticiar. É preciso que as notícias incidam diretamente na vida da audiência. Isso é o que afirma o estudo Consumo de Informações sobre o coronavírus no Brasil, publicado há alguns dias pelo Orbis Media Review, um hub de produção de conhecimento e análise de tendências no jornalismo que tive a alegria de ver nascer recentemente como um desdobramento do Master em Jornalismo. “O fato de quase a metade da amostra dizer que gostaria de saber mais sobre a situação do coronavírus em seu bairro e na sua cidade evidencia um problema maior que o jornalismo vem registrando mais amargamente nos últimos meses: a crise do jornalismo local”, pontua o informe que entrevistou 240 pessoas.

Blog do Noblat -  VEJA - Carlos Alberto Di Franco

A população está cansada do jornalismo birrento, do jornalismo que mostra os dentes ao poder público, mas que não busca novas propostas. Apenas com a aposta por uma abordagem local, que escancare, sim, as mazelas sociais, mas que também mostre possíveis soluções é que os veículos serão capazes de dar à cobertura um diferencial perceptível.

Os dois estudos já mencionados não são tão otimistas em relação a este ponto. O relatório do Global Web Index alerta sobre as fragilidades dos veículos frente às plataforma de entretenimento, por exemplo. Enquanto 30% dos entrevistados da Geração X (16 a 23 anos) disseram cogitar assinar os serviços da Netflix, apenas 5% mostram-se dispostos a pagar pelo New York Times. “As pessoas consideram as notícias como um recurso gratuito que será consumido durante o surto”, afirma.

No Brasil, o tamanho do abismo entre o consumo de informação e a propensão a pagar para acessar este conteúdo é similar: embora uma porcentagem bastante significativa diga estar dedicando mais tempo às notícias, apenas uma mínima parte projeta colocar a mão no bolso quando a poeira da pandemia baixar. No levantamento realizado pelo Orbis Media Review, apenas 5% dos entrevistados que ainda não pagam por produtos de mídia pretendem se tornar assinantes. O jornalismo não é uma via de mão única. Para fidelizar é preciso conhecer, ouvir, admitir críticas, interagir.

Blog do Noblat - VEJA  - Carlos Alberto Difrancojornalista


terça-feira, 31 de março de 2020

Nova República: Pandemia de Corrupção - Jorge Serrão

Existe risco de não ter hospital com UTIs, respiradores e profissionais suficientes para tantos que podem ser infectados, seriamente, pelo Coronavírus? A falha acontece não só porque nosso País é uma tragédia em planejamento, mas principalmente porque a área de saúde é um dos maiores alvos de corrupção. Só é fundamental lembrar que a roubalheira acontece desde o enfraquecimento do regime dos Presidentes Generais que degenerou na chamada “Nova República” de 1985.

 'Comitê' de apropriações da Nova República

Seria muita ingenuidade pensar que o ciclo de safadeza se encerrou, completamente, com a eleição de Jair Bolsonaro ao Palácio do Planalto. Sem dúvida, a roubalheira teve uma redução expressiva com a eleição surpreendente e posse do Capitão (que sobreviveu milagrosamente a uma criminosa facada). No entanto, o Mecanismo do Crime Institucionalizado continua operando, constituindo-se um deep state que Bolsonaro ainda não conseguiu desmontar. Não é à toa que o sistema manobra, escancaradamente, para derrubar o Presidente.

Parasita Padrão

 O cara-de-pau do vídeo incorpora o perfil padrão do parasita que infesta o Estado brasileiro nos três poderes da União, estados 

Eis o cenário em que o Brasil se vê em luta contra os efeitos colaterais do coronavírus na saúde pública, na economia e, como não podia deixar de ser, na política. Com toda certeza, estamos no meio de uma guerra de 5ª Geração, na qual o jogo de informação e contrainformação contamina e manipula a vida das pessoas. 


O interessante é que alguns começam a entender como a guerra assimétrica se desenrola no mundo real. Novamente, publicamos um artigo que circula na Internet. O texto reproduzido a seguir ganha mais importância porque foi viralizado em grupos gigantescos de revendedores de autopeças. A autoria da mensagem, intitulada “Terceira Guerra Mundial”, é atribuída a Matilde Gonzáles M... Leia, reflita e a gente conclui no final... Como tem de ser...


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A Guerra Biológica é mais barata e rápida que uma Guerra Normal. Vamos fazer uma análise maluca, mas com possibilidades de acontecer.

Eu me chamo China, fiquei por anos trabalhando muito duro e acumulando riquezas. Eu tenho um fornecedor chamado Brasil, o qual tem terras mais férteis que a minha e produz alimentos, minérios e outras commodities que eu preciso comprar.
Eu tenho um rival, chamado EUA, o qual tem uma potencia militar muito maior que a minha, pretende colocar sanções ao meu comercio e me ameaça no ranking mundial. Lanço um vírus, me preparo primeiro (já estou a anos acumulando riquezas para esse golpe), infecto uma pequena região, isolo, trato e perco 0,01% da minha população (perda muito menor do que em uma guerra tradicional e um custo muito menor).

Nesse meu vírus, preservo a população mais jovem que futuramente será escravizada e elimino a população idosa, que detêm o conhecimento, riquezas e lideram muitos governos e empresas mundiais.  Paro minhas fábricas e produção, gerando um caos na economia mundial e digo que esse é o exemplo certo e ser feito.

Espalho o vírus no mundo, todo o mundo, desesperado, começa o pânico, governos gastando recursos, exércitos voltados a área de saúde, desemprego, fome, perdas astronômicas nas maiores empresas do mundo, enfraqueço toda a economia mundial.Todo o mundo para, nesse momento, nosso território começa a produzir, gerar riqueza novamente.

Governantes não sabem o que fazer, começa a briga interna em todos os países, a população fica procurando culpados entre si e cada vez mais dá tempo para finalizar o meu golpe. As bolsas de valores caem, começamos então, com todo o dinheiro que guardamos por anos a comprar essas empresas as quais precisamos ter controle a preço de banana.

Inevitavelmente, assim como uma guerra, milhares de pessoas morrem, algum tempo depois, eles juntam os fatos e percebem o golpe sofrido.  Governantes desesperados pedem para a população voltar a trabalhar, mas essa está em pânico devido as noticias e gera um conflito interno, pois a população está desacreditada e confusa, dificultando o aquecimento da economia.

Com o poder acionário de várias empresas produtivas, começo a enviar novos lideres para elas, o qual tem o intuito de “escravizar” todo esse povo para trabalhar para meu país. A recessão nesses países vai estar muito forte e os trabalhadores iram aceitar trabalhar por menos somente para não passarem fome.

Tenho uma produção mundial, com trabalho escravo e com produção direcionada aos meus interesses. Vendo um frango produzido no Brasil por apenas 1 real para o meu país, e vendo a 10 reais para o mercado interno brasileiro, os tornando cada vez mais pobres e dependentes. Consigo manipular a economia mundial, mando meu povo assumir cidades que sejam interessantes e cadeias produtivas.

Vocês entenderam agora o que está acontecendo?  Para todos que ainda não enxergaram essa guerra, serão escravizados por várias gerações.  Muitos se perguntam porque existiram guerras.  Algumas existiram, pois, pessoas e governantes preferem perder a vida a ver o seu povo escravizado.

Vamos enxergar lá na frente, o que vai ser no futuro, quando seu filho irá trabalhar 12 horas por dia em uma fábrica comandada por chineses, e recebendo meio salário mínimo.
Quando irá no mercado e não vai conseguir comprar comida com qualidade e preços que temos hoje a disposição.

Para os que reclamam que o arroz está R$ 3,00 o quilo (R$ 15,00 pacote com 5kg), ele provavelmente será quase todo exportado a China e custará R$ 30,00 o pacote de 1 Kg. O golpe que estamos levando, pensem em um jogo de estratégia, aonde o inimigo está várias jogadas a nossa frente.

Fechem as bolsas, não permitam que eles comprem nossas empresas (já estão comprando, a bolsa hoje, 24 de março de 2020, subiu quase 10%).  Parem de brigar entre si, vejam quem é o verdadeiro inimigo.  Eu não sei vocês, prefiro morrer lutando, do que ser e ver meu povo ser escravizado. Precisamos urgentemente dar um contra golpe ou seremos eternos escravos.

No Alerta Total MATÉRIA COMPLETA 


sábado, 29 de fevereiro de 2020

Envelhecimento sem amparo - Aumento da expectativa de vida, em meio à precariedade dos serviços do governo, condena idosos permanecer no mercado de trabalho - IstoÉ

Gastos adicionais com a saúde dos mais velhos serão de R$ 50 bilhões até 2027

Aumento da expectativa de vida, em meio à precariedade dos serviços do governo, condena idosos à permanência indefinida no mercado de trabalho. Gastos adicionais com a saúde dos mais velhos serão de R$ 50 bilhões até 2027 

A empregada doméstica gaúcha Tereza Beatriz Viega, de 77 anos, moradora da região central de São Paulo, é o típico caso de uma idosa brasileira desamparada. Ela poderia estar em casa, aproveitando sua pensão alimentícia e cuidando dos netos. Mas a realidade torna isso impossível. Ela não ganha o suficiente e precisa trabalhar duro. Para conseguir um posto de trabalho depois de dois anos sem emprego formal, Tereza circulou pelas ruas da cidade e no transporte público com um cartaz em suas mãos, com a inscrição “o trabalho fica, a esmola vai embora, por misericórdia me arrume um emprego. Obrigado”. Felizmente ela conseguiu o tão sonhado emprego. Seu pedido chegou aos ouvidos do gerente geral de recursos humanos do supermercado Extra, do grupo Pão Açúcar, Anderson Brugnera, que a contratou. “Ela nos surpreendeu com sua coragem e dedicação”, afirma Brugnera. Tereza, por sua vez, não reclama de sua situação e diz que pretende trabalhar até os 100 anos. “Você não pode imaginar quanta dignidade esse emprego me trouxe”, desabafa.

O que resta aos idosos hoje no Brasil é arrumar um emprego porque, se depender do Estado, eles ficarão numa situação de abandono. O aumento da expectativa de vida dos brasileiros, que cresce três meses ao ano, pressiona os cofres públicos, expõe a precariedade da previdência pública, aumenta a necessidade de uma previdência privada para aumentar a renda e acaba com o sonho da velhice tranquila. Os brasileiros com mais de 60 anos somam, atualmente, cerca de 30 milhões de pessoas, o equivalente a 15% da população. Desse total, pelo menos 350 mil idosos estão em busca de emprego e 41% dos ocupados, na informalidade. A situação de falta de trabalho ocorre por diversas causas. Uma delas é o preconceito de muitas empresas brasileiras com os trabalhadores idosos. Outra é a baixa escolaridade ocasionada pelo histórico de pobreza da maioria, que dificulta ou torna impossível uma reinserção no mercado de trabalho. Nesses casos, as pessoas acabam se virando como podem ou contam com a ajuda de familiares para sobreviver.

Desde 1940, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizou o primeiro censo demográfico no País, a expectativa de vida da população subiu de 45,5 anos, em média, para mais de 76. Houve um aumento de 30 anos na longevidade e nem a sociedade nem o poder público se prepararam para esse envelhecimento. “O processo de modernização da sociedade contribuiu para que as pessoas vivessem mais, mas o Estado não se preparou para acolher essa nova população idosa”, diz o geógrafo do IBGE Marcio Minamiguchi. “Ano após ano percebemos o aumento contínuo da longevidade”. Junta-se a isso, para aumentar a pressão sobre a Previdência Social, uma importante diminuição na taxa de fecundidade. “Desde 1970 notamos que houve uma diminuição do índice de fertilidade”, afirma o geógrafo. Há 50 anos, as mulheres brasileiras tinham mais de cinco filhos e hoje a média é de dois filhos. A tendência, já confirma de 2027 para garantir serviços de saúde e medicamentos para a população que está envelhecendo. A maior parte dessas despesas estará concentrada em assistência farmacêutica e em atendimentos hospitalares e ambulatoriais, que envolvem casos de média e alta complexidade. Apesar da necessidade crescente de recursos, no ano passado o governo deixou de aplicar R$ 9 bilhões em saúde.

Além de necessário, já que o Estado não garante proteção suficiente aos idosos, o trabalho dos mais velhos é uma forma de conter o ônus demográfico que se verifica quando o crescimento da população em idade ativa acontece em ritmo inferior ao do aumento da população total. É exatamente o que vem sendo registrado desde 2018 no País. Há cada vez menos gente em idade ativa. E cada vez mais dependentes de aposentadorias e pensões, que vão exigir os gastos adicionais na saúde nos próximos anos. O ônus demográfico tende a se intensificar na medida em que cai progressivamente a taxa de natalidade e a população em idade ativa envelhece e deixa o mercado de trabalho. Indivíduos mais produtivos param de atuar e dão espaço para os teoricamente menos produtivos. Mas a máquina não pode parar. Uma atenuante para o ônus demográfico é a continuidade do trabalho dos idosos.

Gastos públicos
Em 2018, segundo o IBGE, a parcela da população com mais de 65 anos era de 10,5%, mas esse percentual vem crescendo e alcançará 15% em 2034 e 25,5% em 2060. Diante desse quadro, haverá uma pressão permanente para a elevação dos gastos públicos, principalmente na área da saúde. Uma estimativa da Secretaria do Tesouro Nacional divulgada na semana passada indica que haverá necessidade de gastos adicionais de R$ 50,7 bilhões entre 2020 e 2027 para garantir serviços de saúde e medicamentos para a população que está envelhecendo. A maior parte dessas despesas estará concentrada em assistência farmacêutica e em atendimentos hospitalares e ambulatoriais, que envolvem casos de média e alta complexidade. Apesar da necessidade crescente de recursos, no ano passado o governo deixou de aplicar R$ 9 bilhões em saúde.

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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

A liturgia da Presidência - Nas entrelinhas

“O comportamento presidencial é regulamentado pela Lei 1.079 de 1950, que classifica como crime de responsabilidade agir de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decoro” 


O presidente Jair Bolsonaro ultrapassou todos os limites do decoro ao agredir de forma misógina a jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de S. Paulo, com insinuações sexuais, ao questionar suas apurações sobre o disparo em massa de mensagens na campanha eleitoral. Bolsonaro vem fazendo sucessivos ataques à imprensa e aos jornalistas quando sai do Palácio da Alvorada, sempre que alguém lhe faz uma pergunta incômoda.
“Olha, a jornalista da Folha, tem mais um vídeo dela aí. Eu não vou falar aqui porque tem senhora do meu lado. Ela falando eu sou a ‘tatata’ do PT. Tá certo? E o depoimento do Hans River, foi no final de 2018 para o Ministério Público, ele diz do assédio da jornalista em cima dele. Ela queria um furo. Ela queria dar um furo (pausa, pessoas riem) a qualquer preço contra mim. Lá em 2018, ele já dizia que eles chegavam perguntando ‘o Bolsonaro pagou para você divulgar informações por Whatsapp?”, disse o presidente da República.

Hans River do Nascimento, ex-funcionário da empresa de marketing digital Yacows, segundo reportagem de autoria de Patrícia, teria participado de esquema de disparo de mensagens por meio da rede social durante as eleições. Em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do Congresso Nacional, que apura a disseminação de conteúdo falso na internet, Hans River disse que Patrícia “se insinuou” para ele para tentar obter informações sobre disparos de mensagens, o que a jornalista desmente veementemente.

No início da tarde, ao deixar o Palácio da Alvorada após uma reunião com ministros, Bolsonaro voltou a tocar no assunto: “Alguém da ‘Folha de S.Paulo’ aí? Eu agredi sexualmente uma repórter hoje? Parabéns à mídia, aí. Não quero conversa. Parabéns à mídia. Eu agredi, cometi uma violência sexual contra uma repórter hoje?” As declarações de Bolsonaro geraram protestos generalizados e repercutiram no Congresso. A postura de Bolsonaro causa incômodos, inclusive no Palácio do Planalto, pois seu comportamento foge completamente à liturgia do cargo que ocupa.

Quebra de decoro
O cerimonial da Presidência é rigoroso. A coordenação e supervisão das solenidades realizadas no Palácio do Planalto são da Secretaria de Coordenação e Acompanhamento de Assuntos Militares, vinculada ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, ou seja, subordinada ao general Augusto Heleno. Antes, era tarefa de diplomatas cedidos pelo Itamaraty e treinados para isso. Os eventos mais formais realizados na Presidência são o hasteamento e arriação da bandeira, a entrega de cartas credenciais a embaixadores, a passagem de guarda e a recepção a chefes de Estado. Nas solenidades de caráter administrativo, o cerimonial obedece normas de um decreto de 1972, ainda em vigor, aprovado durante o governo Garrastazu Médici, com 94 artigos. Tudo é previsto rigorosamente, até mesmo nos funerais.


O decoro presidencial, porém, é regulamentado pela Lei 1.079 de 1950, que classifica como “crime de responsabilidade” agir de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo. É um crime contra a probidade da administração e serve como fundamento para o impeachment presidencial. 
[crime de responsabilidade - deixamos de lado a questão de uma possível ofensa à honra ou à dignidade,já que os 'acusadores' e 'juízes' do presidente Bolsonaro pretendem acertá-li por uma possível quebra de decoro.
- o gesto da famosa 'banana', considerado por muitos chulo (em alguns jornais se percebe que aquele gesto é mais chulo do que uma sessão de 'golden shower' em área pública no carnaval de rua - talfou pouco para a manifestação do presidente Bolsonaro,  em 2019, criticando aquela prática fosse considerada quebra de decoro cometida pelo presidente.

Vá lá,  que pelo conceito de chulo nos anos 50, fosse um gesto pornográfico, ofensivo. Afinal, um deputado foi acusado de 'quebra de decoro' por aparecer em público de ceroulas.
Pietro Maria Bardi, presidente do MAPS por 45 anos, foi processado por indignado com algumas pichações no muses, escreveu 'm ....' .
Nos tempos atuais, dar uma banana para alguém é um gesto inocente - vivemos em um Brasil em que aulas sobre sexo para crianças é algo aceitável, até estimulado. Beijo não convencional,  em revistas HQ, destinadas ao público infanto-juvenil,  é coisa comum. 
Vamos deixar a banana de lado e falar sobre as insinuações sexuais contra a jornalista. 

Ao que consta o autor da afirmação, Hans River  - provavelmente mentirosa, de qualquer forma inadequada, porém, com alguma credibilidade por ter sido proferida por um depoente que estava sob juramento, compromisso  de dizer a verdade, toda a verdade, nada mais que a verdade - portanto, ciente de que sua afirmação, se comprovada a falsidade, além de configurar crime de calúnia é também falso testemunho.

O presidente Bolsonaro limitou-se a comentar uma notícia corrente e fazer um jogo de palavras.
Quanto à pergunta  'eu agredi sexualmente uma jornalista hoje?', foi uma pergunta genérica, nada indicando se referir à jornalista Patricia Mello.No máximo, pode aproveitado o contexto e sustentar que a destinatária era uma jornalista da Folha. Não tem o menor sentido uma acusação de 'quebra de decoro', ou algo do tipo e não terá repercussão no exterior.]
Por isso mesmo, Bolsonaro precisa tomar mais cuidado com o que fala, pois crimes de responsabilidade são julgados politicamente, pelo Congresso, geralmente quando um presidente vai mal das pernas e a situação do país fica caótica. O beabá do impeachment começa pela indagação sobre o exercício do poder presidencial e os limites institucionais a ele existentes. Quando esses limites são ultrapassados a ponto de ameaçar a integridade das instituições, a quebra de decoro ganha relevo como crime de responsabilidade.


Cada vez mais, Bolsonaro age como um populista no poder. Isso começa a ter reflexos negativos para a economia, queima o filme do Brasil na cena mundial e gera desconforto para as elites. A maioria da população não apoia atitudes grosseiras e desrespeitosas do presidente da República. Obviamente, setores mais radicalizados e identificados com a truculência e a violência aplaudem Bolsonaro. As grosserias de Bolsonaro só contribuem para dividir o país, minar nossa coesão nacional e deseducar a população, depois do esforço de dezenas de gerações para construir uma nação.

Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo - Correio Braziliense

 

sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Além do excludente de ilicitude - Bolsonaro eleva de quatro para cinco projetos do ''pacote de segurança''

O presidente Jair Bolsonaro vai enviar ao Congresso mais quatro projetos sobre segurança pública, além do projeto de excludente de ilicitude, que dispõe sobre a concessão de “salvaguardas jurídicas” para militares e agentes das forças auxiliares de segurança pública que matarem em serviço. A previsão inicial era encaminhar o texto do excludente e outros três. Apesar do anúncio feito nesta sexta-feira (29/11), na saída do Palácio da Alvorada, o chefe do Executivo federal não deu maiores detalhamentos sobre o “pacote de segurança”. 

As informações ditas até agora pelo próprio presidente sobre os projetos de segurança são superficiais. Um dos textos tem por objetivo permitir que uma pessoa com arma possa fazer “tudo contra o invasor” dentro de sua residência, uma espécie de “salvaguarda” para proteção da propriedade privada. Outro texto, também sem detalhamentos, tem por objetivo permitir a edição de uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em reintegrações de posse em áreas rurais. O conteúdo das outras duas redações ainda é desconhecido.

O objetivo de Bolsonaro em encaminhar assuntos distintos para os diferentes projetos é favorecer a aprovação das matérias. “Serão cinco projetos. Podia ser um projeto só, mas daí embaraça tudo, não sei como funciona no Parlamento. Melhor decidir particularizar os projetos, aí fica mais fácil você defender e buscar o entendimento de todos. Se não, há um embaralhamento e aí não aprova nada”, ponderou. 

Havia, inclusive, a previsão de o governo encaminhar ao Congresso um dos quatro projetos restantes ainda ontem. “Não tive tempo de encaminhar outro projeto, que está pronto, deve ir segunda-feira”, comentou, sem, também, se aprofundar sobre a matéria. Tão pouco garantiu qual dos textos seguirá adiante. “Pode mudar a ordem, eu não sei, só isso, mas está pronto”, comentou. “Seriam quatro no total, são cinco agora, e é decisão da Câmara, não tem que se preocupar com isso. O que eu quero é proteger a população, dar andamento para que a população exerça sua legitimidade (para se defender)”, destacou. 

Política - Correio Braziliense





terça-feira, 10 de setembro de 2019

Nova CPMF é estelionato eleitoral - Bernardo Mello Franco

O Globo


O APETITE DE GUEDES

Paulo Guedes inventou uma nova sigla para ressuscitar a velha CPMF. Em entrevista ao “Valor Econômico”, o ministro admitiu que o imposto, agora rebatizado de ITF, é “feio” e “chato”. Faltou dizer que seu retorno seria um estelionato eleitoral.

[sem a menor dúvida a volta da CPMF - sob qualquer nome, qualquer alíquota, cumulativa ou não, incidindo em uma ou duas pontas - a volta da CPMF é o mais FLAGRANTE ESTELIONATO ELEITORAL.

Caso o Congresso aprove tal excrescência só nos resta conferir ao presidente JAIR BOLSONARO,  nas eleições 2022, a maior derrota já sofrida por um candidato a presente - e, se os brasileiros possuírem um mínimo de dignidade e vergonha na cara (infelizmente, qualidades que nas eleições de 2002 a 2014 demonstraram não possuir) todo deputado que votar a favor da imundície também será cassado pelo povo no SUPREMO TRIBUNAL ELEITORAL - por favor, não confundir com o TSE.

Torcemos para que o presidente Bolsonaro tenha amor por sua carreira política e desista da tão infeliz ideia - caso não desista o recurso é confiar no Congresso  (apesar do risco grande de uma decepção) e lá a ideia ser rejeitada.

Além da ser um ESTELIONATO ELEITORAL é também um atentado contra a nação brasileira, já que o imposto provou ser inútil - para nada serviu e mesmo assim a antiga CPMF (agora confirmando o velho ditado: 'o que é ruim, sempre pode piorar') quando foi expurgada (em 2007) foi aumentado o IOF - a pretexto de compensar perdas pela fim da  imunda contribuição - elevação que seria temporária e vigora até hoje - transcorridos 12 anos. Qualquer operação de empréstimo que se faz, sofre uma pancada de 0,38% do IOF no primeiro dia - mais da meta do 'rendimento' mensal da poupança e tributação diária.]


Como deputado, Jair Bolsonaro passou duas décadas atacando a CPMF. No governo FH, chamou a contribuição de “desgraça” e “maldita”. No governo Lula, disse que um deputado favorável à cobrança merecia o “troféu cara de pau”.  Como presidenciável, ele declarou diversas vezes que não recriaria o imposto. “Não admitiremos a volta da CPMF. É um imposto ingrato, que incide em cascata e não é justo. Não existirá a CPMF”, garantiu, às vésperas do primeiro turno.  Ao assumir o poder, Bolsonaro mudou o tom. Com o caixa apertado, ele permitiu que a equipe econômica defendesse a recriação do imposto. Na semana passada, passou a dizer que topa a “nova CPMF” se houver “uma compensação para as pessoas”. Não explicou se ela viria na forma de abraço ou de tapinha nas costas.

Guedes tem apetite. Ele calcula que o imposto “feio” e “chato” pode render até R$ 150 bilhões por ano ao Tesouro. Seria dinheiro suficiente para suspender julgamentos estéticos e empurrar a cobrança goela abaixo da população. O ministro também já começou a mudar o discurso. Para exaltar a “nova era”, ele costumava desprezar todas as iniciativas dos antecessores. Agora diz que a CPMF, criada por tucanos e mantida por petistas, “arrecadou bem e por isso durou 13 anos”.
Ao defender a recriação do imposto, Guedes se filia a um tipo conhecido dos brasileiros: o economista que abandona a cartilha liberal na primeira chance de morder o bolso do contribuinte.

Na entrevista ao “Valor”, ele disse que a ressurreição do tributo poderá ser trocada por uma nova desoneração da folha de pagamentos. Mais uma vez, os empresários levarão o refresco enquanto os pobres e a classe média pagam a conta.

Bernardo Mello Franco - O Globo