Tudo
que é preciso fazer para se ter noção do incrível duplo padrão vigente
em nosso país hoje é o exercício hipotético de trocar a vítima, aquilo
que o advogado faz no filme “Tempo de Matar”, substituindo a menina
negra estuprada por uma loira, para demonstrar o racismo existente
naquela sociedade. Hoje, o que devemos fazer é substituir Bolsonaro, o
“pária”, por Alexandre de Moraes, a “muralha da democracia”, e esperar
para ver a mágica acontecer.
Bolsonaro fazia mais uma
motociata no Paraná quando um sujeito chegou bem perto de sua moto e
lançou um objeto. Falha grave da segurança, claro, em que pese o enorme
desafio de proteger um presidente que se mistura o tempo todo com o
povo, pois não tem medo dele como seu adversário, que vive escondido. [Bolsonaro é aplaudido, chamado de o mito, já ser adversário é vaiado, ovado, chamado de ladrão, corrupto, etc...]A
imprensa está tratando a coisa de forma banal, ignorando até que o mesmo
Bolsonaro já sofreu atentado de um militante esquerdista que quase lhe
tirou a vida.
Seu filho Carlos, paranoico com a
segurança do pai com toda razão, desabafou: “Mais uma tentativa covarde
de atingir fisicamente o chefe do Poder Executivo. Algum daqueles
clássicos vagabundos dando opiniões em suas redes sociais, inquérito,
manifestação pela democracia, lisura do processo eleitoral? Nada! Não é
difícil enxergar o que querem desde o início!”
A
narrativa sobre polarização e risco de violência vem sempre associada ao
bolsonarismo, enquanto na prática as ameaças concretas partem muito
mais da esquerda contra bolsonaristas. Mas como eles foram demonizados,
então parece que tudo bem.
Podemos, então, fazer o exercício hipotético:
e se fosse Alexandre o alvo de uma agressão dessas? [COMENTÁRIO: no mínimo, Bolsonaro e algumas dezenas de apoiadores seriam incluídos no 'inquérito do fim do mundo', sob acusação de terem realizado a motociata visando atrair Moraes e permitir o atentado contra o 'estado democrático de direito', à 'democracia', à Constituição, às instituições e tudo o mais que o ministro, por atos e ações, se declara defensor perpétuo.]
O que aconteceria
com o meliante?
Qual seria a reação da mídia?
Quando
Bolsonaro critica as urnas eletrônicas, postura coerente desde sempre
no seu caso, a imprensa e os ministros supremos chamam isso de “ataque”,
como se o presidente estivesse quebrando os objetos inanimados com
marretas por aí.
Mas quando um sujeito consegue o domínio
Bolsonaro.com.br e transforma a página numa chuva de ataques e ofensas
pessoais, colocando o presidente como se fosse Hitler, a imprensa chama
isso de... crítica!
Vamos apenas imaginar qual seria a
reação se fosse uma página com o ministro Alexandre sendo retratado da
mesma forma. Sabemos que quase toda a imprensa estaria dando enorme
visibilidade ao fato e constatando que se trata de um inaceitável ataque
às instituições democráticas do país.
Empresários
“bolsonaristas” foram alvos de abusos a pedido do senador petista que
convocou o MST para “derrubar o governo”.
E se fossem empresários
petistas tratados desta forma?
E se vazassem conversas do ministro
Alexandre?
Quem seria investigado, no caso, seria o autor do vazamento,
com certeza.
Dementes jogaram bola com uma réplica da
cabeça de Bolsonaro à guisa de pelota. E se fosse o Alexandre?
Jornalista da Folha desejou a morte do presidente abertamente, com
"justificativa" pseudo-filosófica. [outro, não recordo o nome, foi jornalista do Correio e da VEJA - atualmente parece estar desempregado, sugeriu que o presidente se suicidasse.]
E se fosse o Alexandre?
Atriz global
quis esfregar a cara de Bolsonaro no asfalto quente.
E se fosse o
Alexandre?
A
conclusão salta aos olhos: no Brasil de hoje, há um salvo-conduto para
quem falar qualquer coisa que seja contra Bolsonaro, enquanto jamais
seria tolerado o mesmo comportamento se o alvo fosse o ministro supremo.
A reação da imprensa e da "Justiça" muda completamente dependendo que quem é a vítima.
Isso
expõe o preconceito existente em nossa sociedade. Aqueles que tanto
falam em "diversidade" e "tolerância" não aceitam a existência dos
bolsonaristas.
Eles assinam cartinhas patéticas "pela democracia" ao
lado de petistas bajuladores de ditaduras comunistas, mas não dão um pio
para protestar contra as agressões sofridas pelo Presidente da
República eleito com quase 58 milhões de votos.
Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES