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quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

Médicos questionam Anvisa sobre aprovação de vacinas em crianças

Profissionais pedem providências das autoridades em relação a supostas falhas no registro de aprovação de imunizantes contra covid-19

Na quinta-feira 13, um grupo formado por 45 profissionais da saúde, entre infectologistas, cardiologistas e imunologistas, enviou um pedido de informações endereçado ao presidente da República, Jair Bolsonaro, e a diversas autoridades, como a Controladoria-Geral da União, a Procuradoria-Geral do Ministério Público, o Ministério da Saúde e o Conselho Federal de Medicina, pedindo providências em relação a supostas falhas no registro de aprovação da vacina contra a covid-19 para crianças a partir de 5 anos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 

Assim que a Anvisa autorizou a vacinação infantil, em 16 de dezembro, o mesmo grupo de médicos já havia encaminhado um documento à Anvisa intitulado “Questionamentos sobre vacinação de crianças brasileiras — 45 médicos”. Em resposta, a agência reguladora emitiu uma nota técnica, e prestou esclarecimentos aos profissionais.

Para os médicos, no entanto, o “documento elaborado pela Anvisa causou indignação em face da quantidade de inverdades declaradas”. Por isso, o grupo elaborou um novo pedido com mais de 300 páginas reunindo estudos, pesquisas e referências bibliográficas, para que as autoridades apurem possíveis irregularidades e para que a Anvisa forneça mais explicações. O documento pode ser lido na íntegra aqui.

Autorização das vacinas pela Anvisa
Na avaliação dos médicos, as vacinas contra covid-19 em aplicação no Brasil ainda estão em “caráter experimental”, uma vez que os estudos não foram totalmente concluídos.

O documento explica que são quatro as fases de pesquisa clínica para desenvolvimento de uma vacina. No Brasil, segundo a papelada, todas as vacinas contra covid aprovadas pela Anvisa se encontram na fase 3, que ainda deve ser complementada pela fase 4, cujo objetivo mais importante é “detectar e definir efeitos colaterais previamente desconhecidos ou incompletamente qualificados, assim como os fatores de risco relacionados. Essa fase é conhecida como Farmacovigilância”.

Assim, pelo fato de não terem completado integralmente a terceira fase dos estudos, nem mesmo as vacinas que conseguiram obter o registro definitivo na Anvisa, como a da Pfizer e a da AstraZeneca, “deixaram de ser medicamentos experimentais apenas em decorrência do registro, uma vez que ainda estão sendo submetidas à Fase III dos respectivos estudos científicos,” defendem os médicos.

No entanto, em nota técnica publicada em dezembro, a Anvisa informou que “as vacinas contra covid-19 autorizadas no Brasil não são experimentais, tendo todas cumprido com as etapas de desenvolvimento clínico completo”. Os profissionais rebatem a afirmação da Anvisa:Como pode a Anvisa afirmar, portanto, que o produto não é experimental e que a segurança e eficácia já estão comprovadas, se o registro sanitário ‘definitivo’ foi concedido sob a condição de que a empresa teria até janeiro de 2024 para concluir os estudos e provar a segurança e eficácia da Cominarty/Pfizer?

No caso da vacina pediátrica da Pfizer, o documento questiona ainda o fato de que a Anvisa autorizou o pedido da farmacêutica sem que “fosse efetuado um novo registro de fármaco para contemplar a faixa etária de 5 a 11 anos, já que até mesmo as fórmulas dos produtos eram totalmente diferentes”. Os médicos também contestam o VigiMed — o sistema utilizado hoje pela Anvisa para reportar casos de reações adversas a medicamentos, inclusive vacinas contra a covid-19. Segundo o documento, os dados do Vigimed apresentam diversas inconsistências, além da dificuldade para submeter informações no sistema. 

Requerimentos
Por fim, o grupo pede investigação dos fatos apontados no documento e a instauração de procedimento para que:
A Anvisa seja compelida a anular imediatamente o ato administrativo que autorizou o registro “definitivo” da Cominarty/Pfizer para as faixas etárias de 5 a 11 anos e de 12 a 15 anos;
Apure-se criminal e administrativamente os eventuais erros cometidos na vacinação de crianças e adolescentes até o momento;
Determine-se para que haja notificação compulsória dos eventos adversos relacionados à vacinação de crianças, adolescentes e de gestantes;
Realize-se perícias nas vacinas da Pfizer de rótulos laranja, cinza e roxo, para que se investigue a composição integral dos produtos após as quinze alterações de bulas autorizadas pela Anvisa;
As autoridades competentes determinem que no mínimo três amostras de cada uma das atuais vacinas contra covid-19, de lotes diferentes, sejam auditadas por laboratórios independentes.

[um comentário leigo, porém, sensato: A Anvisa sempre realizou seu trabalho de agência reguladora de forma competente e exemplar. Porém, com o surgimento da covid-19, os inimigos do Brasil, abriram espaço para um protagonismo inusitado para aquela Agência. 
Tudo indica que uma mosca azul contaminou o senso de limites da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que passou a ver,  antecedendo seu nome,  o adjetivo "suprema".
Tão nefasto a qualquer instituição quanto o exercício de forma autoritária e abusiva do poder que possui, é tentar exercer da mesma forma um poder que apenas pensa possuir.
Para agravar mais ainda o quadro a 'mosca azul', tudo indica, não picou apenas a instituição Anvisa, alcançou também alguns dirigentes.]
 
 
Revista Oeste 
 

segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

Cenas de uma distopia - Revista Oeste

Gabriel de Arruda Castro

Durante uma semana, o tenista número 1 do mundo foi detido, exposto à execração pública e impedido de exercer sua profissão 

Quando os primeiros casos de covid-19 surgiram, na China, há dois anos, o mundo assistiu espantado às medidas radicais adotadas pelo regime comunista, herdeiro de um longo histórico de coletivismo e abuso estatal: em nome da saúde pública, as autoridades chinesas não hesitaram em trancar as pessoas em casa, fechar indústrias e escolas e restringir severamente as viagens internas. 
Pareciam cenas de uma distopia. Mas, com uma velocidade estonteante, medidas semelhantes passaram a ser adotadas por países que, até então, eram tidos como exemplos de respeito às liberdades individuais. E, como o caso do tenista sérvio Novak Djokovic deixou claro na última semana, a Austrália talvez seja um dos exemplos mais extremos dessa mudança.

Em uma escala de 0 a 100, o índice da Freedom House mais respeitado termômetro da democracia no mundo dá uma nota 97 à Austrália (a da Suíça é 96 e a dos Estados Unidos, 84). O Brasil aparece com 74 e a China, com 9). É de esperar que, em uma democracia praticamente perfeita como a australiana, direitos individuais básicos sejam respeitados. Mas esta não é a realidade em 2022. Durante uma semana, o tenista número 1 do mundo foi detido, exposto à execração pública e impedido de exercer sua profissão. Tudo porque, plenamente saudável e aos 34 anos de idade, optou por não tomar (ainda) a vacina contra a covid-19.

Djokovic nasceu na Iugoslávia comunista. No livro em que conta sua trajetória, ele descreve como, desde cedo, desenvolveu um ceticismo em relação às autoridades — de qualquer tipo. A lógica, na visão dele, se aplica às grandes indústrias farmacêuticas. Adepto de uma dieta com zero glúten e de métodos pouco convencionais para a manutenção da saúde, o sérvio costuma rejeitar medicamentos e tratamentos que enxerga como não naturais. A postura dele pode ser debatível do ponto de vista da medicina, mas não é um crime. Ou não deveria ser.

O calvário de Djokovic começou logo após ele desembarcar na Austrália, no dia 6 de janeiro. Àquela altura, havia obtido uma autorização dos organizadores do Aberto da Austrália, um dos torneios mais importantes do mundo. O documento garantia a ele o direito de participar do torneio, apesar da falta de um comprovante de vacinação. O sérvio tinha exames mostrando ter contraído a covid-19 (duas vezes), o que lhe assegurava uma imunidade natural ao vírus.

O Aberto da Austrália é o torneio mais importante do ano para Djokovic. Dos quatro principais campeonatos de tênis do planeta (chamados de Grand Slam), a competição australiana é aquela em que o sérvio tem mais conquistas: nove, inclusive os troféus de 2019, 2020 e 2021. Ninguém possui mais títulos do torneio do que ele. Esta edição seria ainda mais especial para o atleta. Uma vitória em 2022 tornaria Djokovic o recordista mundial em títulos de Grand Slam, à frente de Rafael Nadal e Roger Federer. Hoje, os três possuem 20 troféus do tipo.

Ao chegar ao aeroporto, na madrugada de 6 de janeiro, entretanto, Djokovic teve uma surpresa: sua entrada no país fora negada por causa da ausência do comprovante de vacinação. Como a chegada aconteceu pouco depois das 5 horas, ele pediu mais tempo para consultar sua equipe e entrar em contato com os organizadores do torneio. Em princípio, os oficiais australianos concordaram em esperar até as 8h30. Entretanto, as autoridades australianas mudaram de ideia rapidamente. Por volta das 6h15, Djokovic foi informado de que uma decisão final já havia sido tomada. Ele insistiu em apelar. E, enquanto aguardava o recurso, foi obrigado a ficar em um hotel usado pelo governo para manter imigrantes ilegais sob vigilância enquanto decide se concede a eles o direito de permanecer no país. O tenista passou quatro noites no Park Hotel, em Melbourne — uma espécie de centro de detenção que já vinha sendo alvo de queixas por causa das más condições. No fim de dezembro, um imigrante iraquiano publicou uma foto que mostra larvas de insetos na comida servida no hotel.

Na quarta-feira (12), o tenista finalmente obteve uma vitória na Justiça. O juiz responsável pelo caso considerou que o tenista não teve direito a defesa e ordenou que ele fosse liberado. “Apesar de tudo que aconteceu, quero permanecer e tentar competir no Aberto da Austrália. Continuo focado nisso”, afirmou o tenista. Ainda assim, o governo cogita revogar (novamente) o visto de Djokovic, expulsá-lo do país e impedi-lo de voltar à Austrália por três anos. Tudo em nome da saúde pública. Se isso acontecer, Djokovic terá 38 anos na próxima vez em que poderá jogar o Aberto da Austrália.

Durante sua batalha contra o governo australiano, o tenista recebeu apoio de autoridades sérvias e de fãs — alguns dos quais protestaram na porta do hotel-prisão. O tenista também obteve a solidariedade de um ídolo australiano: Kelly Slater, o maior campeão da história do surfe. “Talvez a síndrome de Estocolmo agora possa mudar seu nome para síndrome de Melbourne/Austrália”, escreveu Slater, ao criticar o tratamento dado ao sérvio.

A Austrália ganhou as manchetes por causa da queda de braço com Djokovic, mas os exemplos de abusos do poder têm se multiplicado

Para o infectologista Francisco Cardoso, as regras do governo australiano não fazem sentido. “A vacina que eles estão exigindo para o cidadão entrar no país não bloqueia a transmissão”, disse. “Se ele já teve covid e apresentou um teste negativo, isso dá muito mais do que fidedignidade de que esse paciente não está carregando o vírus do que um mero passaporte de vacina. Claramente, há o uso do pretexto vacinal para implantar uma política de controle muito restrita.”

Se há algo de positivo a ser dito sobre a postura do governo australiano, é o fato de que não há discriminação: tanto estrangeiros quanto nativos são tratados com o mesmo rigor exagerado e descabido. Cidadãos da Austrália que não estejam vacinados estão impedidos de deixar o país livremente. Caso planejem viajar para o exterior, precisam solicitar uma autorização especial. E nada garante que vão obtê-la: viagens a turismo, por exemplo, não são permitidas.

Abusos cada vez mais comuns
A Austrália ganhou as manchetes por causa da queda de braço com Djokovic, mas os exemplos de abusos do poder estatal têm se multiplicado. Países com um longo histórico de respeito às liberdades individuais se tornaram mais parecidos com a China, onde um sistema de “crédito social” pune cidadãos que não seguem à risca as diretrizes do Partido Comunista.

Na cidade de Nova Iorque, por exemplo, não é preciso mostrar nenhum documento ao votar, mas crianças de 5 anos de idade não podem entrar em restaurantes nem em cinemas se não tiverem comprovante de vacinação. Na cidade, hospitais públicos e privados demitiram centenas de médicos e enfermeiras que não tomaram a vacina, justamente no momento em que os hospitais precisam de reforço no atendimento.

Em Quebec, no Canadá, não vacinados estão proibidos de comprar álcool (e maconha, que é legal na Província canadense). Agora, o governo também estuda impor uma taxa sobre não vacinados. A África do Sul, por sua vez, construiu campos de internação para os quais são levados não apenas pacientes detectados com o vírus, mas aqueles que tiveram contato com algum infectado pela covid-19.

Outro direito considerado intocável nas democracias ocidentais tem sido ignorado: a liberdade religiosa. No Canadá, o pastor Artur Pawlowski foi preso porque sua igreja não cumpriu as draconianas regras de distanciamento social. Em Louisville, no Estado americano de Kentucky, o prefeito chegou a proibir não apenas a realização de cultos e missas dentro das igrejas, mas também a realização de cerimônias religiosas do tipo drive-in, em que as pessoas ficam dentro de seus carros.

O Brasil não é exceção. O governador da Bahia, Rui Costa (PT), afirmou que pretende tornar a vacinação obrigatória para a inscrição em concursos públicos do Estado. No Tocantins, um projeto de lei em tramitação também propõe a obrigatoriedade em concursos estaduais. 
A liberdade de culto também foi colocada em xeque. 
E nem mesmo as igrejas que cancelaram as celebrações presenciais estão a salvo. No ano passado, uma missa transmitida pela internet em uma igreja de Duartina (SP) foi interrompida por fiscais da prefeitura, apesar do templo vazio. O mesmo havia acontecido em Poços de Caldas (MG) meses antes.

Mas um exemplo ainda mais significativo, e mais recente, veio do Supremo Tribunal Federal. Em uma medida inédita, o STF decidiu no mês passado que brasileiros sem vacinação não podem voltar ao país, a não ser que passem por um período de quarentena. O direito de retorno à terra natal, assegurado pela Constituição e pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, foi relativizado.

Conforme a variante Ômicron se espalha, o padrão de abusos aos direitos individuais dá poucas demonstrações de que vai arrefecer. A distopia chinesa se tornou o cotidiano de muitos países que, até pouco tempo atrás, se orgulhavam de respeitar os direitos humanos fundamentais. Anos atrás, o canal de TV da National Geographic produziu uma série que, em português, ganhou o título de Férias na Prisão. Cada episódio contava uma história — e muitos deles podem ser resumidos desta forma: estrangeiros incautos viajam para um país de Terceiro Mundo e acabam em apuros por causa de uma acusação falsa ou de uma lei absurda que eles não faziam ideia de que pudesse existir. [um dos ministros do STF, nos parece que o Barroso, pretendeu criar no Brasil a categoria de brasileiros exilados em aeroportos brasileiros. Recuou, já que certamente um dos seus assessores alertou para a mancada.]  O caso de Djokovic talvez inspire os produtores a filmar uma nova temporada, agora em novas locações.

Leia também “Um basta na pandemia” 

Gabriel de Arruda Castro, colunista - Revista Oeste


sábado, 15 de janeiro de 2022

Pesquisadores explicam como exercícios físicos podem ajudar a controlar a ansiedade - O Globo

Estudo realizado na Suécia descobriu que ser fisicamente ativo reduz pela metade o risco de desenvolver o problema  

Um estudo em larga escala com quase 200 mil esquiadores de cross-country, publicado na Frontiers in Psychiatry, descobriu que ser fisicamente ativo reduz pela metade o risco de desenvolver ansiedade clínica ao longo do tempo. Foto: PIOTR REDLINSKI / NYT
Um estudo em larga escala com quase 200 mil esquiadores de cross-country, publicado na Frontiers in Psychiatry, descobriu que ser fisicamente ativo reduz pela metade o risco de desenvolver ansiedade clínica ao longo do tempo. Foto: PIOTR REDLINSKI / NYT

A ciência já oferece muitas evidências encorajadoras de que o exercício pode melhorar nosso humor. Experimentos mostram que quando as pessoas (e animais de laboratório) começam a se exercitar, elas normalmente ficam mais calmas, mais resilientes, mais felizes e menos propensas a se sentir indevidamente tristes, nervosas ou com raiva. Estudos epidemiológicos, que muitas vezes se concentram nas ligações entre um tipo de atividade ou comportamento e vários aspectos da saúde ou longevidade, também descobriram que mais exercícios estão associados a chances substancialmente menores de desenvolver depressão grave. Inversamente, ser sedentário aumenta o risco de depressão.

Leia mais:  Em vez de se preocupar com a dieta em si, treine o cérebro

Saúde mental
Para o novo estudo, que foi publicado na Frontiers in Psychiatry, cientistas do exercício da Universidade de Lund, na Suécia, e outras instituições, decidiram que valeria a pena examinar a saúde mental a longo prazo de milhares de homens e mulheres que participaram do famosa corrida anual de esqui na Suécia conhecida como Vasalopett, em que uma multidão de participantes percorre a distância de 90 km entre Sälen e Mora, na província histórica sueca da Dalecárlia.

Como esse tipo de evento requer saúde, resistência e treinamento abundantes, os pesquisadores usaram dados sobre os corredores do Vasaloppet para estudar como o exercício influencia a saúde do coração, os riscos de câncer e a longevidade.

— Usamos a participação em uma Vasaloppet como um substituto para um estilo de vida fisicamente ativo e saudável — disse Tomas Deierborg, diretor do departamento de medicina experimental da Universidade de Lund e autor sênior do estudo, que completou duas vezes o percurso de 90 km.

Para começar, ele e seus colegas reuniram tempos de chegada e outras informações de 197.685 homens e mulheres suecos que participaram de uma das competições entre 1989 e 2010. Eles então cruzaram essas informações com dados de um registro nacional sueco de pacientes, procurando diagnósticos de transtorno de ansiedade clínica entre os corredores nos próximos 10 a 20 anos. Para comparação, eles também verificaram diagnósticos de ansiedade durante o mesmo período de tempo para 197.684 de seus concidadãos selecionados aleatoriamente que não haviam participado da corrida e eram considerados relativamente inativos.

Os esquiadores, descobriram os pesquisadores, provaram ser consideravelmente mais calmos ao longo das décadas após a competição do que os outros suecos, com mais de 50% menos risco de desenvolver ansiedade clínica. Esse padrão tendia a prevalecer entre esquiadores masculinos e femininos de quase todas as idades— exceto, curiosamente, as corredoras mais rápidas. As melhores finalistas femininas de cada ano tendiam a ser mais propensas a desenvolver transtornos de ansiedade do que outros corredores, embora seu risco geral permanecesse menor do que para mulheres da mesma idade no grupo de controle.

Esses resultados indicam que "a ligação entre o exercício e a redução da ansiedade é forte", disse Lena Brundin, principal pesquisadora de doenças neurodegenerativas do instituto de pesquisa Van Andel, no estado americano do Michigan, que foi outra autora do estudo.

Exercício aeróbico
Segundo Deierborg, não é necessário percorrer, de esqui, longas distâncias nos bosques nevados da Suécia para colher os frutos, disse Deierborg. Estudos anteriores de exercício e humor sugerem que seguir as recomendações da Organização Mundial da Saúde de cerca de 30 minutos de caminhada rápida ou atividades semelhantes na maioria dos dias “tem bons efeitos na sua saúde mental” e esses benefícios parecem se aplicar a uma “população mais ampla”, do que apenas os suecos, disse ele.

Ainda assim, pode valer a pena monitorar sua resposta psicológica a treinos e competições intensos, especialmente se você for uma mulher competitiva.

No entanto, as descobertas têm limitações. Elas não podem provar que o exercício faz com que as pessoas tenham um humor melhor, apenas que pessoas altamente ativas tendem a ser menos ansiosas do que seus pares mais sedentários. O estudo também não explica como o esqui pode reduzir os níveis de ansiedade. Os pesquisadores suspeitam que a atividade física altera os níveis de substâncias químicas cerebrais relacionadas ao humor, como dopamina e serotonina, e reduz a inflamação em todo o corpo e no cérebro, contribuindo fisiologicamente para uma saúde mental mais robusta. Qualquer exercício em qualquer ambiente provavelmente deve ajudar. — Um estilo de vida fisicamente ativo parece ter um forte efeito na redução das chances de desenvolver um transtorno de ansiedade — disse Deierborg.

Em O Globo - Saúde - Bem-estar - MATÉRIA COMPLETA


quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

Prefeitos de mais de 2 mil cidades pedem ajuda ao governo diante do avanço dos casos de Covid-19

Bianca Gomes

Consórcio Conectar, que reúne executivos municipais, encaminhou ao Ministério da Saúde ofício pedindo apoio da pasta para estruturação do atendimento ambulatorial e compra de testes rápidos e remédios antigripais

Para enfrentar o aumento dos casos de coronavírus e influenza no país, um grupo de mais de 2 mil prefeitos enviou um ofício ao Ministério da Saúde na última quarta-feira solicitando apoio da pasta na estruturação do atendimento ambulatorial, compra de testes rápidos de Covid-19 e de remédios antigripais, atualmente em falta em várias cidades do país.[em nosso entendimento, as "autoridades locais" estão enviando o ofício para o local errado = o Ministério da Saúde integra o Poder Executivo Federal que, por suprema decisão, não teve poder decisório nas ações de combate à pandemia. 
Considerando que a decisão do STF, de abril 2020, que retirou do Poder Executivo da União  tais competências, continua em vigor, o MS nada pode fazer para atender às probas e competentes "autoridades locais".
Além do mais, a decisão de flexibilizar as medidas de combate à covid-19, acabando com o tranca tudo, isolamento, etc, foi da exclusiva competência das autoridades locais.]

O documento, obtido com exclusividade pelo GLOBO, foi encaminhado pelo Conectar, consórcio criado na pandemia para a compra de vacinas e que hoje atua em outras frentes da saúde pública. As mais de 2 mil cidades que fazem parte do grupo respondem por uma população de cerca de 150 milhões de pessoas, equivalente a 65% do territorio nacional.

Sem receita médica: Ministério da Saúde prevê iniciar vacinação de crianças entre os dias 14 e 15 de janeiro

— A situação é alarmante. Precisamos de mais testes, mais estrutura e medicação — afirmou o presidente do Conectar e prefeito de Florianópolis (SC), Gean Loureiro, ao GLOBO. — Estamos assistindo a um crescimento vertiginoso do número de casos de Covid e influenza. Pedimos ao Ministério medidas emergenciais e apoio aos municípios. O governo federal não pode se omitir se os municípios não têm estrutura para atender a uma demanda inesperada.

Peso nos cofres municipais
No texto encaminhado ao secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, o grupo ressalta que o espalhamento de novos casos de Covid-19 em conjunto com o aumento dos casos de Influenza tem onerado sobremaneira os serviços de atendimento ambulatorial. “As unidades de atendimento à população, por mais que tenham tido a expansão necessária, estão sendo demandadas para além de sua capacidade de atendimento.” De acordo com Loureiro, apesar de os atendimentos ambulatoriais não resultarem em em internações e ocupações de leitos, a espera de atendimento para realização de exames e receita de medicamentos antigripais tem sido para além do esperado. Por isso, seria importante contar com o apoio do Ministério para uma ampliação temporária nos atendimentos, seja na forma de profissionais ou de estruturas físicas para aumentar a capacidade e a capilaridade da prestação do serviço. [estranho que nunca reclamaram quando podiam gastar à vontade - aliás, é uma reclamação estranha, conforme acima destacado, agora as "autoridades locais" alegam precisar de dinheiro, quando os gastos são fora de dúvida inferior aos do pico da pandemia.]

Segundo o Consórcio, que foi formalizado no ano passado como uma autarquia pública, é necessário também ampliar a testagem para identificar aqueles que precisam de isolamento e assim conseguir frear a transmissão da doença, em especial sob a nova cepa Ômicron.

“Pedimos o reforço do envio de teste de antígeno, bem como o apoio a estruturas fixas e móveis de testagem, seja na forma de equipamentos ou financiamento para garantir a contratação das estruturas e das equipes temporárias para apoio da testagem”, afirmam os prefeitos no documento encaminhado ao governo Jair Bolsonaro.

O Consórcio também ressalta que a intensa demanda no atendimento ambulatorial gerou um esgotamento dos estoques do Oseltamivir, medicamento usado para tratar casos graves de influenza. Em alguns locais, já há um apagão destes remédios. “Este medicamento está em falta em diversos pontos da cidade, seja na assistência farmacêutica pública ou até mesmo nas redes privadas. Desta forma, seria de grande valia o envio de estoques adicionais do referido medicamento ou de recursos especiais para que as cidades possam fazer a aquisição.”

Loureiro afirmou que espera uma resposta rápida da pasta, no máximo até a próxima semana: — Estamos dando o diagnóstico. Agora é só agir nessa distribuição e apoio.[lembramos ao Loureiro que o hábito de estabelecer prazo para tudo, começa a perder o sentido.]

Saúde - O Globo


terça-feira, 28 de dezembro de 2021

Bem-vindo a Cancerland - Oeste

Dagomir Marquezi

Foto: Montagem com imagem Shutterstock
Foto: Montagem com imagem Shutterstock 

Bem-vindo a Cancerland. Esta cidade imaginária é mais do que um território de pessoas doentes. É um estado de espírito. O termo foi citado pelo oncologista Siddhartha Mukherjee, formado pela Columbia University e com meio século de experiência clínica.

Num artigo recente para o Wall Street Journal, Mukherjee conta a história de uma paciente que descobriu um pequeno tumor no seio. Passou pelo procedimento básico: cirurgia, radio e quimioterapia. Teve alta. Estava fisicamente curada. Mas nunca mais foi a mesma.

Em vez de celebrar a vitória, a paciente escarafunchou a história da família e conseguiu descobrir uma tia distante que havia morrido de câncer no seio aos 70 anos. Passou a ser assombrada por uma remota conexão genética. Pesquisou a internet em busca de possíveis casos de “metástases ocultas” em pacientes que, como ela, estavam aparentemente curadas. E pediu ao médico que fosse submetida, junto com a filha, à “mais intensiva forma de vigilância de câncer”.

Uma coisa é ter a doença. Outra é passar cada um de seus dias paralisado pelo pavor de ficar doente. Quando se chega a esse ponto, a pessoa mais saudável do mundo já é cidadã de Cancerland. Como define o doutor Mukherjee, vive “se sentindo sob cerco do futuro”.  Nós tivemos agora mesmo um exemplo desse fenômeno na forma da covid-19. O medo natural de uma doença nova e perigosa e o pavor injetado com objetivos políticos sórdidos fizeram com que pessoas se trancassem em casa com medo de respirar, comer e conviver com outros seres humanos. Algumas estão trancadas até hoje. Se foi assim com a covid, algo ainda mais grave pode acontecer com o câncer.

Detalhes perturbadores antes invisíveis
A busca — necessária — da detecção precoce de tumores está avançando rapidamente. Profissionais da medicina pesquisam uma série de técnicas e procedimentos que poderão estar disponíveis em pouco tempo. A era do exame anual de rotina pode estar no fim. Uma dessas técnicas é a vigilância genética. O estudo de nossos antepassados pode quantificar (através da inteligência artificial) a predisposição que um indivíduo herdou para desenvolver um quadro cancerígeno. Até aí, tudo bem. Mas como vai viver uma pessoa que se impressiona facilmente se descobrir, por exemplo, que tem 68% de chance de contrair um tumor maligno em algum ponto de sua existência?  
Pode ser que nunca pegue nem um resfriadinho. 
Mas o medo já terá se transformado numa doença.

Outra novidade é a chamada “vigilância fisiológica”. Já existem estudos para identificar sinais suspeitos no nosso sangue através da “biópsia líquida”. (Homens já fazem isso com o exame de PSA — que pode alertar para um possível câncer na próstata.) Aqueles altamente ansiosos terão a chance de fazer um exame desses por dia, especialmente se tiverem algum tipo de disposição genética para o câncer.

O problema vai ser passar do limite do bom senso e entrar num universo de neurose

O doutor Siddhartha Mukherjee lembra que mulheres podem carregar sinais de câncer no ovário através do sangue. Mas isso não quer dizer que o câncer vai se instalar no seu organismo. Com a biópsia líquida poderemos chegar a um ponto em que descobriremos detalhes perturbadores antes invisíveis circulando pelos nossos corpos. Os mais assustados optarão por tratamentos invasivos e remédios pesados para curar uma doença que não possuem. E se arriscarão a ficar doentes de verdade.

Todos sabem — ou deveriam saber — que a detecção precoce de um câncer pode ser a diferença entre um tratamento bem-sucedido e um óbito. Quanto antes for detectado o tumor, melhor. E ele será apanhado cada vez mais cedo. O problema com essa nova fase vai ser passar do limite do bom senso e entrar num universo de neurose e ansiedade.

Passaportes unidirecionais
O cientista alemão Sebastian Thrun, citado na reportagem do WSJ, imagina um mundo em que os mais inocentes objetos de uso diário se tornarão “armas de vigilância diagnóstica uma banheira que examina seu corpo para detectar massas anormais que podem exigir investigação; um espelho que pode verificar se há sinais pré-cancerosos em seu corpo; um programa de computador que (com o seu consentimento) vasculharia sua página do Instagram ou Facebook enquanto você dorme à noite, avaliando mudanças nas suas fotos que pudessem dar sinais da doença”.

Essa ultravigilância levaria a mais detecções precoces? Sem dúvida. Mas transformaria em potencialmente “cancerosas” pessoas que não são. E isso aumentaria os custos médicos a um ponto que o tratamento de outras doenças seria negligenciado. Acabamos de ver isso acontecer durante a pandemia. “Um mundo em que o câncer fosse normalizado como uma condição crônica administrável seria uma coisa maravilhosa”, escreveu o historiador e médico Steven Shapin, em 2010. “Mas um mundo de fator de risco em que todos nos consideramos pré-cancerosos não daria certo. Isso pode diminuir a incidência de algumas formas de malignidade e, ao mesmo tempo, aumentar enormemente o número de gente saudável sob tratamento médico. Seria uma estranha vitória, em que o preço a ser pago para impedir a propagação do câncer pelo corpo é sua propagação descontrolada pela cultura.”

O doutor Siddhartha Mukherjee fala do perigo que significa ter uma passagem (mental) só de ida para Cancerland. “A romancista e crítica Susan Sontag escreveu certa vez sobre um passaporte entre o reino dos saudáveis e o reino dos enfermos, imaginando uma passagem bidirecional: homens e mulheres podem adoecer, mas alguns retornam ao bem-estar. Ao inventar a nova cultura de vigilância do câncer, temo que fechamos as fronteiras dos reinos. Temo que agora vamos possuir passaportes unilaterais para o reino da doença. O que encontraremos lá depende de nós”.

O salão dos mil brasileiros
Segundo o Instituto Nacional do Câncer, do Ministério da Saúde, o Brasil terá uma média de 625 mil novos casos da doença por ano até 2022. Isso corresponde a cerca de 0,3% da população brasileira. Em outras palavras: imagine um salão lotado com mil brasileiros. Naquele salão, três pessoas deverão contrair algum tipo de câncer. Desses três doentes, um vai morrer.

Seria ideal que nenhuma pessoa tivesse uma doença tão grave, e que ninguém morresse por causa dela. Um único caso pode ser devastador para quem adoece e para as pessoas ao seu redor. (Disso eu entendo: minha mãe foi aquela única vítima no salão imaginário com mil brasileiros). Esses números mostram que o fantasma é terrível. Mas numericamente não tão grande quanto pode parecer por causa de sua fama sinistra.

A cura para o câncer através da prevenção ou do tratamento está chegando a cada dia. Boa parte dos que ficaram doentes hoje vive uma vida próxima à que levavam antes do diagnóstico. Precisam de vigilância constante, exames regulares, tratamentos. Mas a “sentença de morte” é cada vez menos aplicada. É a chance para que a gente lide melhor, mentalmente, com uma doença que muitos ainda nem ousam dizer o nome.

Nossa Cancerland deveria ser um território para doentes reais, cada vez em menor número e cada dia com melhores condições de atendimento e tratamento. E vida que segue para resto de nós. Atentos aos sinais do próprio corpo. Mas sem o pânico irracional que já nos causou tantos problemas com a recente pandemia.

Leia também “O fim da segunda onda”

Dagomir Marquezi. colunista - Revista Oeste


Lewandowski pede investigação contra Bolsonaro por intimidação

Pedido foi feito por suposta intimidação de servidores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou à Procuradoria-Geral da União (PGR) um pedido para que o presidente Jair Bolsonaro (PL) seja investigado por suposta intimidação de servidores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Os técnicos do órgão relataram ameaças poucos dias após Bolsonaro afirmar que divulgaria os nomes dos responsáveis pela aprovação da vacinação infantil contra a covid-19. A solicitação atende a um pedido do deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG) que aponta o delito de incitação ao crime, previsto no Código Penal, por parte de Bolsonaro. "Quando o noticiado (Bolsonaro) afirma que irá divulgar os nomes dos servidores públicos, ele sabe, pois vem do ambiente político, que não se tratará de debate político e, sim, pessoal daqueles servidores. Deixa de ser a Anvisa a passar pelo escrutínio social e passam a ser seus servidores", disse o pedido do parlamentar.

Na avaliação do advogado Philipe Benoni, especialista em direito penal, para que Bolsonaro seja investigado pelo crime, seria preciso ter evidenciado ainda mais a intenção de atingir os técnicos. "O que interessa para a tipificação do delito de incitação ao crime, previsto no art. 286 do Código Penal, é o dolo. Ou seja, para se caracterizar o crime, é necessário que a incitação seja dirigida à prática determinada conduta de certa de infração penal, não se configurando o delito quando ocorrer uma incitação vaga, imprecisa ou genérica", ressalta. [não nos surpreende o despacho do ministro Lewandowski, acionando um dos seus carimbos/despachos padrão; 
- o parlamentar petista efetuar a denúncia faz parte da sua tentativa de atrair algum holofote - eleições ano que vem, parlamentar esquecido por falta de atuação em prol dos eleitores, precisa atrair atenção e o meio infalível é acusar o presidente Bolsonaro; 
- o encrenqueiro senador do  AP,  parágrafo abaixo, denunciar alguém é o que ele sabe fazer.
O que surpreende é o temor dos servidores da Anvisa, que tomaram uma decisão que lhes compete e querem a proteção do   anonimato. O serviço público tem como característica (imposição constitucional) a publicidade, a transparência e o servidor público que  bem desempenha sua função não tem razão para se proteger no anonimato.  Vale o ditado: quem não deve, não teme.
Eventuais ameaças devidamente tipificadas devem ser apuradas e punidas.]

Assim que Bolsonaro defendeu a divulgação dos nomes dos diretores da Anvisa, a própria agência divulgou uma nota na qual se disse alvo de "ativismo político violento". Ainda há outro pedido de investigação, feito pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que está sob a relatoria do ministro do STF Alexandre de Moraes. Pela Constituição, cabe ao Ministério Público analisar pedidos de apuração de delitos e, se encontrar indícios de irregularidades, propor a abertura de inquérito.

E-mails ameaçadores
A Anvisa passou a ser alvo de ameaças e intimidações após anunciar a aprovação da vacina Pfizer para crianças de 5 a 11 anos. Diretores e técnicos relataram e-mails ameaçadores, após o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmar que divulgaria o nome dos responsáveis pela aprovação da imunização infantil.

Por conta do episódio, a Polícia Federal anunciou a abertura de inquérito para investigar as ameaças. O procurador-geral da República, Augusto Aras, também enviou um ofício ao presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, afirmando que determinou a "adoção de providências" para "assegurar a proteção" dos servidores.

Não é a primeira vez que integrantes da Anvisa sofrem intimidação. Em novembro, logo no início da discussão sobre a vacinação de crianças, o diretor-presidente da agência, Antônio Barra Torres, relatou que os servidores e terceirizados receberam e-mails com ameaças de morte, caso a instituição aprovasse o uso do imunizante para a faixa etária. Ele pediu proteção das autoridades.

Política - Correio Braziliense


sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

Estados não exigirão prescrição médica para vacinação de crianças contra covid-19 - O Estado de S. Paulo

Conselho de secretários estaduais de Saúde divulgou carta na qual aponta que não vai seguir postura defendida pelo Ministério da Saúde

Após reunião entre os secretários estaduais de Saúde na manhã desta sexta-feira, o Conselho Nacional de Secretarias de Saúde (Conass) divulgou na manhã desta sexta-feira, 24, uma "carta de Natal às crianças do Brasil". No texto, o grupo confirma que nenhum Estado exigirá prescrição médica para a vacinação de crianças contra a covid-19.

Na quinta-feira, 23, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que o governo vai vacinar as crianças apenas mediante prescrição médica e a assinatura de um termo de consentimento pelos pais e responsáveis. A aplicação do imunizante da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos foi autorizada há mais de uma semana pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas ainda não tem data de início prevista.

O Ministério da Saúde também abriu uma consulta pública sobre a exigência de prescrição médica e a obrigatoriedade da imunização. A iniciativa foi criada em um formulário fora de plataformas do governo federal, que apresentou instabilidade ao longo desta sexta, com perguntas dúbias e sem validação de dados, como CPF.

Embora as estatísticas da própria pasta mostrem que uma criança nessa faixa etária morreu a cada 2 dias por covid-19 desde o início da pandemia, o Queiroga chegou a dizer nesta semana que não há "emergência" para vaciná-las.

A carta é assinada pelo presidente do conselho e secretário de Saúde do Maranhão, Carlos Lula.[esse cidadão apesar de estar secretário da Saúde do Maranhão e presidente do tal Conass é advogado.] "Os cientistas do mundo inteiro apontam a segurança e eficácia da vacina para crianças! Ela inclusive já começou a ser aplicada em meninos e meninas de vários países do mundo. Infelizmente há quem ache natural perder a vida de vocês, pequeninos, para o coronavírus", diz um trecho.

"No lugar de dificultar, a gente procura facilitar a vacinação de todos os brasileirinhos. E é esse recado que queremos dar no dia de hoje, véspera de Natal: quando iniciarmos a vacinação de nossas crianças, avisem aos papais e às mamães: não será necessário nenhum documento de médico recomendando que tomem a vacina. A ciência vencerá. A fraternidade vencerá. A medicina vencerá e vocês estarão protegidos."

O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), reafirmou em rede social que o Estado irá vacinar respeitar "o trabalho sério da Anvisa e a posição responsável do Conass(Conselho Nacional de Secretários de Saúde)". "Jamais seguiremos os negacionistas, independente do cargo que ocupam. Esses estão mais preocupados em promover disputas ideológicas e políticas que salvar vidas", afirmou.

Também em rede social, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD) postou: "Aqui não vai precisar de atestado para vacinar crianças não". Ele, ainda, incluiu a imagem de um trecho do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) que destaca a obrigatoriedade da vacinação de crianças "nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias"

Em nota enviada ao Estadão/Broadcast nesta sexta, a Anvisa enfatizou ainda que a autorização para o uso da vacina infantil no Brasil não significa que os pais são obrigados a vacinarem seus filhos. "A concessão dessa autorização favorece o direito ao acesso, em especial, dos pais que tanto desejam a imunização dos seus filhos com uma vacina aprovada pela autoridade sanitária do Brasil e de diversos países", apontou. [uma advertência sensata da Anvisa, já que esse Camilo Santana, esse prefeito do Rio e as autoridades do Conass estão querendo fazer politicagem barata contra o ministro Queiroga usando nossas crianças.
Pela enésima vez expressamos a opinião do Blog Prontidão Total, totalmente favorável às vacinas (a maior parte dos nossos, foram e continuam sendo beneficiários das vacinas desde o século passado = defensores compulsórios e por gratidão dos imunizantes) mas, entendemos que vacinar crianças de forma açodada, com imunizantes que começaram a ser pesquisados/testados há menos de dois anos é algo que deve ser analisado com isenção, sem partidarismos. 
A propósito!  a Anvisa  sempre pautou sua conduta por uma política de neutralidade, só que de uns tempos para cá percebemos, talvez de forma equivocada, que a mosca da politica anda picando pessoas por lá.]

"A covid-19 ainda é uma ameaça para as pessoas que não foram vacinadas, isso inclui as crianças. Crianças e adultos podem contrair a covid-19, ficando gravemente doentes, o que pode resultar em hospitalização, e ainda em sequelas e danos à saúde que podem persistir por várias semanas ou mais após a infecção", destacou.

Saúde - O Estado de S. Paulo

 

Partido sem votos, sem noção, sem representativade pede que STF determine vacinação de crianças - VEJA

A coluna defende a imunização para os pequenos já! Que o Supremo possa tomar a decisão certa 

[caso o pedido vá para o ministro Lewandowski tem tudo para ser atendido; a única dúvida será qual carimbo o ministro vai usar:  o que determina que o pedido seja atendido em 5 dias? em 10 dias? a dúvida surge pelo fato dos despachos de Lewandowski sobre saúde, quase sempre se limitam a estabelecer um prazo para o governo cumprir o que o partideco pede.]

O partido Rede Sustentabilidade pediu para que o Supremo Tribunal Federal (STF) determine a disponibilização, por parte do  Ministério da Saúde, de vacinas contra a Covid-19 para as crianças de 5 a 11 anos, “independentemente de prescrição médica”.

“Diante do exposto, requer, em tutela cautelar incidental de urgência, *a determinação de que o Ministério da Saúde disponibilize, de forma imediata e em consonância com as recomendações técnicas da Anvisa, vacinas contra a covid-19 para as crianças de 5 a 11 anos, independentemente de prescrição médica ou de qualquer outro obstáculo imposto pelo Governo ao direito à saúde e à vida”, diz o pedido de liminar protocolado nesta sexta-feira, 24, na corte.

O senador Randolfe Rodrigues, da legenda, afirmou que trata-se da “petição Fuga para o Egito… Para escapar de Herodes”.[o senador estridente deve a essa altura estar preparando uma notícia crime para apresentar ao STF acusando o ministro Queiroga de alguma coisa.

Neste assunto, a coluna também tem partido. Vacina para as crianças já! Que o STF possa tomar a decisão certa.

Matheus Leitão, jornalista - Blog em VEJA


terça-feira, 21 de dezembro de 2021

Professora é acusada de fazer militância em escola de MS

Berenice Leite - Revista Oeste

Questões de interpretação de texto culpam o presidente Jair Bolsonaro pelas mortes por covid-19 no Brasil  

O Ministério público do estado de Mato Grosso do Sul (MPE-MS), recebeu uma denúncia contra a professora Janete Mianutti, da escola Marechal Deodoro da Fonseca em Aquidauana-MS. Em uma prova de língua portuguesa, a docente teria usado textos que atacam o presidente da república Jair Bolsonaro, acusando-o de ser o responsável pela pandemia no Brasil.

Segundo Rafael Tavares, coordenador do Movimento Endireita MS e autor da denúncia, em outro trecho da prova, o texto sugere que o Brasil é um problema para o mundo, no combate a Covid-19 e aponta o presidente como inimigo global número 1.

Na avaliação, após a introdução dos textos, a professora faz duas perguntas:
– Quem é o inimigo global número 1?
– Por que o Brasil é visto como um problema mundial?
Para Tavares, está clara a intenção da professora em forçar os alunos a culparem Bolsonaro, sobre as mortes de Covid-19.
“Ela coloca a narrativa na prova e manipula os alunos a concordar com o texto. Isso é doutrinação clara em sala de aula”.
O coordenador do Direita Minas usou suas redes sociais para mostrar as provas que embasam sua acusação e o perfil da professora onde ela declara apoio à um candidato do PT.
 
A oeste, entrou em contato com a Secretaria de Educação do Estado (SEC), para saber se a professora continua dando aula normalmente e se alguma medida será tomada, após conhecimento sobre o caso. Por nota, a SEC informou que está ciente do ocorrido e monitora o caso para a possível abertura de uma sindicância a fim de esclarecer o ocorrido. Caso a denúncia se confirme, poderá ser aberto um Processo Administrativo Disciplinar (PAD). [detalhe: A SEC está enrolando;não tem o que monitorar, O QUE DEVE SER FEITO,  POR SER DE PRAXE, é abrir a sindicância, constatado o fato e professora ser punida administrativamente. 
Para a punição deve ser aberto processo administrativo, podendo o  senhor Rafael Tavares apresentar o resultado da sindicância ao MP, solicitando sua anexação à denúncia, buscando punir na área penal a infratora.] 
 
Uma vez aberto, o processo resulta no afastamento temporário do servidor pelo período de duração da sindicância. O MPE tem até 30 dias para aceitar ou não a denúncia.
 
Revista Oeste

segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

SAÚDE PÚBLICA - As bactérias estão chegando! - O Globo

Natalia Pasternak 
 
Enquanto o mundo se preocupa com novas variantes do Sars-Cov2 que podem colocar em risco a contenção da pandemia, outro problema de saúde pública global vai passando despercebido: a surgimento de bactérias multirresistentes (multi-R).  Apontado pelo Organização Mundial de Saúde como um dos maiores desafios de saúde a serem enfrentados, o número de bactérias multi-R, ou seja, que apresentam resistência a diferentes tipos de antibióticos, é responsável em média pela morte de 700 mil pessoas no mundo, anualmente. Esse número pode chegar a 10 milhões em 2050, se nada for feito.
 
Superbactérias: total de pacientes infectados com bactérias multi-R triplicou no Brasil durante a pandemia de Covid-19

Durante a pandemia de Covid-19, o total de pacientes infectados com bactérias multi-R triplicou no Brasil, segundo dados do Laboratório de Pesquisa em Infecção Hospitalar do Instituto Oswaldo Cruz (IOC). O número apurado em 2019 foi de aproximadamente mil casos, passando para 3,7 mil em 2021.

O aumento não é surpresa. O uso extensivo e indiscriminado de antibióticos durante a pandemia foi um marco do chamado “tratamento precoce” no Brasil. [lembramos à colunista que o uso indiscriminado de antibióticos, tratamentos iniciados e interrompidos é rotina no Brasil deste o século passado (por favor, não tentem jogar a culpa no presidente Bolsonaro, não vai colar) por tal razão é OBRIGATÓRIO apresentar receita médica para comprar antibiótico.
O alerta é para evitar que o senador 'estridente' cruze mais uma vez a Praça dos Três Poderes para entregar uma noticia crime ao STF, acusando o nosso presidente da prática de delito fantasma.]  Os famosos kits covid traziam sempre o antibiótico azitromicina, muitas vezes entregue por mensageiro, sem a retenção de receita, prevista por lei justamente como medida para fiscalizar e acompanhar o uso deste tipo de medicamento.

Assim, tivemos milhares de pessoas tomando, sem acompanhamento médico adequado, um medicamento completamente inútil para tratar a Covid-19, e cuja disponibilidade ampla no ambiente — agravada pelo uso indiscriminado [sic]favorece a proliferação de bactérias resistentes.

(...) 

Outro problema que apareceu durante a pandemia foi a prescrição exagerada em ambiente hospitalar, para casos de Covid-19. Ainda existe um mito na comunidade médica de que é melhor usar antibióticos para prevenir infecções bacterianas secundárias, ou que, na dúvida, é melhor dar. Na realidade, apenas uma pequena parcela dos pacientes internados desenvolve infecção secundária. No Brasil, mais de 90% dos pacientes internados receberam antibióticos, sendo que apenas 7% tiveram infecções bacterianas.

A pandemia não é a única causadora de bactérias multi-R. O uso em larga escala de antimicrobianos em criação animal, seja como preventivo de doenças ou como promotor de crescimento, é um fator que certamente colabora muito para o surgimento de resistência. Em países onde a criação é confinada, o problema é maior ainda.

 (...)

MATÉRIA COMPLETA em O GLOBO
NATÁLIA PASTERNAK
 
[comentando: por praxe, não transcrevemos matéria de qualquer colunista; a acima transcrita, parcialmenteé mais para lembrar que a articulista é frequentadora assídua dos microfones e câmeras de uma determinada TV desde os primeiros sinais da covid-19.
Comentários quase diários e com duas características: ALARMISTAS e SEM FUNDAMENTAÇÃO. 
O negócio da ilustre 'colunista' senhora é alarmar, prever o já ocorrido.
Agora que, graças a DEUS, a pandemia dá sinais de arrefecimento - felizmente, a variante ômicron não tem colaborado muito com os alarmistas - a "especialista", faz um alerta dando ares atuais  a problemas antigos (uso indiscriminado de antibióticos) - prática que já vem sendo alvo de combate desde o século passado. 
Nos parece que nos tempos do Sarney já se exigia receita médica (ficando retida) para adquirir antibióticos.
A ilustre senhora já faz previsões para o ano 2050 - que só  merecem credibilidade as feitas após as 17h de hoje, prevendo o que ocorreu ontem no final da tarde. 
De passagem ainda excursiona na área de veterinária, criticando o uso de antibióticos na criação de animais (parece esquecer que tais remédios são prescritos no caso por médicos veterinários) e ainda critica o uso de antibióticos em ambiente hospitalar [dona Natália: a senhora é também inquisidora-geral do CFM?].
Registro feito, vamos em frente.
 
Blog Prontidão Total]

quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

'Terrivelmente evangélico', André Mendonça chega ao STF com culto de posse e Bolsonaro testado para Covid-19

O Globo

Novo ministro da Corte ficará no gabinete de Cármen Lúcia e travará 'disputa' por sigla de Alexandre de Moraes

Após cinco meses de espera desde que teve seu nome anunciado por Jair Bolsonaro (PL), em 13 de julho, toma posse no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira André Mendonça, o ministro "terrivelmente" evangélico do presidente. A investidura do ex-advogado-geral da União no cargo ocorrerá em uma cerimônia para 60 pessoas e com a presença de lideranças religiosas e autoridades.

Leia: Veja a posição de André Mendonça sobre temas como aborto, armas, drogas e outros

Uma das presenças confirmadas é a do próprio Bolsonaro após um impasse a respeito do cumprimento ou não da exigência sanitária do STF — que determina a apresentação ou do comprovante da vacina ou de um teste RT-PCR negativo para a covid-19. Havia o temor de que o presidente não quisesse cumprir as normas, abrindo uma nova crise com a Corte, mas o teste negativo do mandatário foi encaminhado à presidência do Supremo na noite de terça-feira. [o presidente Bolsonaro exercendo o seu direito de cidadão, que a lei lhe confere, optou por realizar em data de sua conveniência o teste RT-PCR.
Torcemos para que tal gesto, livre e espontâneo, do presidente da República seja mais um passo para a HARMONIA e INDEPENDÊNCIA dos Poderes previstos na Constituição. Com certeza tal gesto foi também uma forma de homenagear o seu indicado ao STF, cuja posse ocorre hoje, e também de respeito ao Povo Brasileiro demonstrando seu interesse em colaborar,  mediante atos concretos,  com a preservação da Saúde Pública.
PARABÉNS Presidente BOLSONARO; PARABÉNS ministro ANDRÉ MENDONÇA.
Destaque-se que o culto não será será realizado nas dependências do STF e também que o novo ministro não participa da escolha da localização do seu gabinete.]

Após uma grande campanha da bancada evangélica pela aprovação de seu nome no Senado, o novo ministro não terá o tradicional jantar oferecido pelas entidades de classe da magistratura, Associação dos Magistrados do Brasil (AMB) e Associação dos Juízes Federais (Ajufe), após sua cerimônia de posse. No lugar do convescote jurídico, Mendonça sairá do STF diretamente para um culto em ação de graças por sua posse, celebrado pela Convenção Nacional das Assembleias de Deus no Brasil Ministério de Madureira.

Servidor público desde 2000, o ex-advogado-geral da União, de 48 anos, tem, para além do atributo religioso e das recentes defesas à agenda de Bolsonaro, histórico de combate à lavagem de dinheiro. É pastor licenciado da Igreja Presbiteriana Esperança, em Brasília, e doutor e mestre em Direito pela Universidade de Salamanca, na Espanha, onde apresentou teses sobre recuperação de ativos desviados pela corrupção. 

Preparativos
Nos últimos dias, Mendonça tem se inteirado a respeito da composição do gabinete, que contará com 30 funcionários entre servidores da casa e profissionais sem vínculo com o STF — assim como os dos demais integrantes da Corte. Ao todo, o ministro também poderá dispor de três magistrados para as funções de juiz auxiliar e juiz instrutor.

Ele herdará parte da equipe que trabalhava com o ministro Marco Aurélio Mello: desde que o ministro se aposentou, em julho, parte dos funcionários foi direcionada para o gabinete de Nunes Marques. Mas 12 servidores ficaram à espera do novo ministro e aguardam para ver se serão chamados para compor o gabinete de Mendonça.  O chefe de gabinete do novo ministro será o mesmo de sua passagem pela chefia da Advocacia-Geral da União (AGU): Rodrigo Hauer, que já tem procurado os chefes de gabinete dos demais ministros da Corte para se inteirar das funções.

Leia: Bloqueio no Instagram de Bolsonaro e queimadas na Amazônia: Mendonça vai relatar ações de interesse do presidente

Apesar de ocupar a vaga do antigo decano, Mendonça vai ficar fisicamente no gabinete onde atualmente trabalha a ministra Cármen Lúcia, um espaço de 200 metros quadrados no quinto andar do anexo do Supremo. A ministra se mudou para a antiga sala de Marco Aurélio na cobertura do edifício, um confortável espaço com vista panorâmica e alpendre. Os trabalhos da mudança que levou o gabinete da ministra para o último andar e dará espaço para ele foram realizados ao longo do último final de semana.

(....)
  
O novo ministro, que se chama André Luiz de Almeida Mendonça, será identificado como André Mendonça, como manda a tradição da Corte de apenas dois nomes, e já mandou bordar o nome escolhido em suas togas. Quanto às iniciais usadas em procedimentos pela secretaria Judiciária do Supremo, o novo ministro terá que ser identificado de um jeito diferente: a sigla AM já pertence a Alexandre de Moraes, maior desafeto de Bolsonaro no STF. Mendonça e Moraes, aliás, serão vizinhos de corredor.

Passado
Apesar de encarnar a figura do ministro do Supremo "terrivelmente evangélico" almejado por Bolsonaro, Mendonça é visto como um perfil técnico — menos político, um dos motivos pelos quais seu nome enfrentou resistências entre senadores e integrantes do Centrão.

Foi alçado pela primeira vez à chefia da AGU no início do governo Bolsonaro, em 2019, onde passou a atuar junto ao STF e ganhou a simpatia de alguns ministros da Corte, como o então presidente Dias Toffoli e o atual, ministro Luiz Fux. Deixou o posto para ocupar o Ministério da Justiça e Segurança Pública após a saída do ex-juiz Sergio Moro, em maio de 2020, e voltou à AGU no início deste ano, após uma minirreforma ministerial.

No período em que esteve como ministro da Justiça, a atuação de Mendonça gerou polêmica pela elaboração de um dossiê contra servidores antifascistas, em agosto do ano passado. Na ocasião, por 9 a 1, o plenário do Supremo decidiu suspender todo e qualquer ato do Ministério da Justiça de produção ou compartilhamento de informações sobre cidadãos que se intitulam antifascistas.

Na volta à AGU, em março deste ano, gerou desgaste à imagem do futuro ministro do STF a estratégia do Palácio do Planalto de recorrer à Lei de Segurança Nacional como instrumento para reprimir opiniões negativas e ácidas contra o governo Bolsonaro. 

Antes da ascensão ao topo da carreira pública e de cair nas graças do presidente da República, de quem se tornou grande conselheiro, Mendonça era um discreto advogado da União engajado no combate ao crime organizado. Em 2011, ganhou o Prêmio Innovare, quando o grupo coordenado por ele na AGU à época, o Grupo Permanente de Atuação Pró-Ativa, conseguiu recuperar R$ 329,9 milhões desviados em esquemas de corrupção. 

Política - O Globo