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domingo, 10 de novembro de 2019

O poder de quem tem caneta cheia - Ricardo Noblat - VEJA

O presidencialismo aqui agrega doses de autocracia.



Há uma premissa verdadei­ra, desprezada pelo presidente Bolsonaro: “quanto mais extensa a aliança em torno do Executivo, maior sua probabilidade de garantir a governabilidade”. Siglas e blocos teriam largo espaço na condução do País. Essa relação de troca tem marcado o equilíbrio entre os dois Poderes, com o presidencialismo alimentando-se da base política e esta comendo do seu pasto. Bolsonaro considera isso “velha política”.

Presidencialismo mitigado, ou parlamentarismo à moda francesa, até foi tentado pelo presidente Michel Temer ao governar com o Parlamento. Mas o DNA do presidencialismo está bem presente em nossa cultura. Sua semente viceja em todos os espaços e o termo presidente ecoa grandeza, uma aura de Todo-Poderoso, a caneta do homem que manda e desmanda. O culto à figura do presidente e a outros atores com o poder da caneta faz parte da glorificação. Tronco do patrimonialismo ibérico. Herdamos da monarquia os ritos da Corte: admiração, bajulação, respeito e mesuras, o beija-mão.

O sociólogo francês Maurice Duverger defende a tese de que o gosto latino-americano pelo sistema tem a ver com o apa­rato monárquico na região. O milenar Império Inca dos grandes caciques e depois o poderio espanhol plasmaram a inclinação pelos regimes autocráticos. O presidencialismo aqui agrega doses de autocracia. Já o parlamentarismo europeu se inspirou na ideologia liberal da Revolução Francesa, o que explica a frie­za europeia ante o presidencialismo. Essa disposição monocrática no Brasil começou com a Constituição de 1824, que atribuiu a chefia do Executivo ao imperador. A adoção do presidencia­lismo, na Carta de 1891 – que absorveu princípios da Carta americana de 1787 –, só foi interrompida entre 1961 e 1963, quando o País teve ligeira experiência parlamentarista.

Assim, o presidencialismo se eleva ao altar mais alto da cultura política – o man­datário na condição de protetor, benemérito. De acordo com o traçado do sociólogo Thomas Marshall, os ingleses construíram sua cidadania abrindo, primeiro, a porta das liberdades civis, depois, a dos direitos políticos e, por fim, a dos di­reitos sociais. Entre nós, os direitos sociais precederam os outros. A densa legislação social (benefícios trabalhistas e previdenciários) foi implantada entre 1930 e 1945, no ciclo de castração de direitos civis e políticos.

Portanto, o civismo e o sentimento de participação fica­ram adormecidos por muito tempo no colchão dos benefícios sociais. Imaginar o parlamentarismo aqui só mesmo ante uma ruptura mais acentuada entre o Executivo e o Legislativo. E com a aprovação popular. Por enquanto, temos de conviver mesmo com o fardão presidencialista.

Blog do Noblat - VEJA, Ricardo Noblat, jornalista

Gaudêncio Torquato é jornalista, professor titular da USP e consultor político


sábado, 19 de outubro de 2019

A cura do câncer - Novos métodos de tratamento levam esperança para milhares de pacientes - IstoÉ

sexta-feira, 13 de setembro de 2019

Líder de comissão de 'mortos e desaparecidos': 'O Brasil empregou muito dinheiro em busca de ossada' - Veja

Chefe da Comissão de Mortos critica gastos com desaparecidos da ditadura

'O Brasil empregou muito dinheiro em busca de ossadas... Dinheiro poderia ter ido para saúde e educação', diz Marco Vinícius Carvalho, presidente da Comissão de Mortos e Desaparecidos no governo Jair Bolsonaro


Presidente da Comissão de Mortos e Desaparecidos do governo Jair Bolsonaro,  Marco Vinícius Carvalho Marco Vinícius Carvalho decidiu mexer mais uma vez com os fantasmas do país.

Ao Radar, ele criticou o dinheiro gasto pelo governo na procura de desaparecidos políticos.
“O Brasil empregou muito dinheiro em busca de ossadas. De 1.047, localizou apenas duas. Gastou 500.000 dólares. Dinheiro que poderia ter ido para saúde e educação. Talvez essas pesquisas de DNA pudessem ter sido estruturadas na nossa Polícia Federal e o custo seria bem menor”, diz.

O material de banco de dados com amostras de sangue de familiares foram enviados para Holanda e Bósnia, países com tecnologia apropriada.

terça-feira, 10 de setembro de 2019

O fim do Bolsa Família - Nas entrelinhas

“Pautado por medidas disruptivas dos programas sociais e decisões ultraconservadoras, o governo Bolsonaro não tem uma marca, exceto o dedo no gatilho no quesito segurança pública”

O ovo de Colombo do primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi a fusão dos programas de transferência de renda herdados do governo de Fernando Henrique Cardoso, alguns originários do governo Sarney, num único programa: o Bolsa Família. A lógica do programa era a mesma, a focalização do gasto social nos mais pobres, em detrimento das políticas sociais universalistas, estratégia imposta pelo grupo social-liberal da equipe do ex-ministro da Fazenda Pedro Malan à sua ala desenvolvimentista, porém, a escala foi ampliada.

Do ponto de vista do combate às desigualdades e da redistribuição da renda, o salário mínimo, a indexação das aposentadorias e as aposentadorias rurais tiveram e ainda têm um peso muito maior no combate à pobreza, mas, do ponto de vista da marca de um governo que se pretendia mais popular, o Bolsa Família foi um indiscutível sucesso de marketing político. Em todo o Brasil, mais de 14,1 milhões de famílias são atendidas pelo programa, ou seja, cerca de 56 milhões de pessoas. Vem daí a resiliência dos eleitores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e boa parte da sua capacidade de transferência de votos.

A primeira tentativa do governo Bolsonaro no sentido de capturar esse eleitorado foi manter o Bolsa Família, cujo valor médio hoje é de R$ 186,23, e agradar a seus beneficiados com uma parcela a mais do benefício, a 13ª Bolsa. A mudança, porém, não alterou o DNA do programa, daí a desejo de substituí-lo, a pretexto de incluir no sistema de proteção social oficial milhões de crianças brasileiras em situação de vulnerabilidade que não recebem benefício do governo federal.

A proposta está sendo analisada pelo ministro da Cidadania, Osmar Terra, com base num estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) intitulado “Uma proposta para a unificação dos benefícios sociais de crianças, jovens e adultos pobres e vulneráveis”, divulgado ontem. A ideia é fundir o Bolsa Família, o Salário-Família, o Abono Salarial e a Dedução por Dependente no Imposto de Renda da Pessoa Física, políticas públicas voltadas à proteção da infância e dos vulneráveis à pobreza no país. Os pesquisadores Sergei Soares, Leticia Bartholo e Rafael Guerreiro Osório, autores do estudo, consideram o sistema de proteção social existente uma colcha de retalhos, construída ao longo dos anos, mas com buracos e sobreposições.

Nova marca
Segundo os dados oficiais, 1,6 milhão de crianças recebem Salário-Família e Bolsa Família, outras 400 mil crianças recebem Salário-Família e dedução no Imposto de Renda. Em contrapartida, de um total de 52 milhões de crianças no Brasil, 17 milhões não têm benefício social. O novo ovo de Colombo, porém, é a manutenção do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal. Isso significa mais recursos para os mais pobres? Negativo, a ideia é redistribuir o montante atual, ou seja R$ 52,8 bilhões, mirando principalmente crianças e jovens.

O sistema teria três benefícios: um de R$ 45 reais por criança e jovem com menos de 18 anos de idade, universal e independente da renda
outro, de R$ 90 por criança de até quatro anos, pagos integralmente até a linha de elegibilidade e regressivo à medida que a renda aumentasse; 
e, finalmente, o terceiro, de R$ 44, pagos a todos na condição de extrema pobreza, com ou sem filhos.

Pautado por medidas disruptivas dos programas sociais, decisões ultraconservadoras em relação aos costumes, regressivas quanto ao meio ambiente e até mesmo obscurantistas em matéria de ciência, de educação e de cultura, o governo Bolsonaro não tem uma marca, exceto o dedo no gatilho no quesito segurança pública. Até mesmo a bandeira da ética, que embalou sua campanha e foi incorporada ao governo com a nomeação do ex-juiz Sérgio Moro para o Ministério da Justiça, por causa do caso Queiroz, está sendo esgarçada. Do ponto de vista da política econômica, a reforma da Previdência e a anunciada política de privatizações não são uma bandeira popular. No curto prazo, é difícil reverter o cenário de 11,8 milhões de desempregados, segundo os últimos dados oficiais.

Nada garante que as reformas da Previdência e tributária resolvam esse problema no curto prazo, até porque a inflexão feita na política econômica, depois do fracasso da política nacional-desenvolvimentista do governo Dilma, foi a troca de uma breve política social-liberal no governo Temer pela estratégia ultraliberal. O ministro da Fazenda, Paulo Guedes, fez doutorado na famosa Escola de Chicago e acompanhou de perto a reforma econômica do governo Pinochet, como professor da Faculdade de Economia e Negócios da Universidade do Chile, então sob intervenção, a convite de seu diretor, Jorge Seleme, secretário do Tesouro de Pinochet. Para ele, o mercado resolve.

Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo - CB

 

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

A arma pressente o homicida para o qual foi criada

Armas existem para matar.  

O metal de que é feita, a empunhadura, a mira, o peso, o equilíbrio, tudo é planejado para permitir que o usuário atinja com ela um único objetivo a morte. O argentino Jorge Luis Borges é autor d“O Punhal”, miniconto de 21 linhas incluído na “Nova Antologia Pessoal”  que parece ter sido escrito sob encomenda para comentar o decreto que facilitou a posse de armas no país.
“Os que o vêem (o punhal) têm de brincar um pouco com ele; percebe-se que há muito o buscavam; a mão se apressa em apertar o punho que a espera; a lâmina obediente e poderosa folga com precisão na bainha”.

Desde sempre as armas exercem enorme fascínio sobre as pessoas. Meninos se divertem com facas, espadas, revólveres, rifles e metralhadoras de brinquedo. Adultos acreditam que as armas os tornam poderosos e invencíveis. Matar é ato instintivo de sobrevivência. Está no DNA do homem desde o primeiro neanderthal. Por isso os que olham uma arma não se contentam em vê-la: querem tocá-la, empunhá-la. Se possível, experimentá-la.

Armas querem “derramar brusco sangue”
“O punhal outra coisa quer. É mais que uma estrutura feita de metais; os homens o pensaram e o formaram para um fim muito preciso; é, de algum modo, eterno, o punhal que na noite passada matou um homem em Tacuarembó, e os punhais que mataram César. Quer matar, quer derramar brusco sangue”.

Armas buscam, desejam e existem para a morte.
Querem “derramar brusco sangue”. Não são inofensivas. São letais porque para matar existem.
“Numa gaveta da secretária, entre borradores e cartas, interminavelmente sonha o punhal seu singelo sonho de tigre, e a mão se anima quando o dirige porque o metal se anima, o metal que em cada contato pressente o homicida para quem os homens o criaram”.

A existência de uma arma “pressente o homicida”
A facilitação da posse – e futuramente do porte – de armas segue a mesma lógica. A simples existência de uma arma “pressente o homicida” para a qual ela foi fabricada. Exatamente por isso a cada chacina de um desses lunáticos que invadem escolas e saem atirando e matando todo mundo, o governo norte-americano é pressionado a dificultar sua liberal legislação sobre a posse e porte de armas. Já outras instituições de lá como o Clube do Rifle  usam o argumento de Bolsonaro, segundo o qual “os cidadãos precisam de armas para se defender”. No duro, facilitar ao cidadão a posse é uma safadeza do governo. Como se dissesse ao cidadão: “agora que nós te demos a chance de ter tua arma, te vira! Não precisamos mais nos preocupar com isso, agora é problema teu”.

Sensação de segurança é uma coisa. Garantia é outra
Posse e porte de armas dão apenas uma sensação de segurança, nunca sua garantia. Na ampla maioria das vezes o dono da arma não sabe como usá-la numa emergência. Mesmo o treinamento oferecido nos clubes de tiro não garante essa aptidão. No máximo, melhora a pontaria. Deste ponto de vista os marginais estão mais preparados, pela prática diária no uso de armas. E se o argumento do direito de se defender for levado às últimas consequências então vamos liberar às crianças o direito de dirigir carros, em respeito ao preceito constitucional que garante a TODOS o direito de ir e vir. Ora, se para tirar uma carteira de motorista é exigido um curso e uma série de provas e testes teóricos e práticos, porque com armas deve ser diferente? A menos que se acredite que manejar uma arma seja o mesmo que ligar um liquidificador, como diz aquele ministro com nome de chuveiro.

A ocasião faz o ladrão. E também o assassino e o suicida
 [A Human Righs Watch está colhendo assinaturas para apresentação de projeto de lei de iniciativa popular, proibindo em todo o território nacional a construção de viadutos e pontes - e os existentes serão destruídos.

Todos os edificios deverão ter grades de proteção a partir do primeiro andar e com isso haverá substancial redução no número de suicídios.]
Segundo o último relatório do Human Righs WatchO Brasil bateu recorde de mortes violentas em 2017, com 63.880 casos”. Mesmo que seja doloroso admitir, nós moramos num país homicida. E daqui pra frente, com mais armas nas ruas e nas casas, será que se pode esperar uma redução? O raciocínio é muito simples: mais armas, mais mortes. Em parte alguma do mundo essa afirmação foi algum vez desmentida. [FALÁCIA: LEIA E COMPROVE
Segundo dados do site GunPolicy.Org  estima-se que existam entre 2 milhões e 3 milhões de armas de fogo em mãos civis na Suíça, cuja população é de pouco mais de 8 milhões de pessoas. 
Proporcionalmente, esse país é um dos cinco mais armados do mundo. 
Pois bem, em 2015 a Suíça registrou apenas 18 homicídios por arma de fogo.  

No caso do Paraguai, país vizinho, os números são igualmente importantes. 
O país tem quase 7 milhões de pessoas e mais de 1 milhão de armas de fogo em mãos civis. Em 2014 o Paraguai registrou 318 mortes por armas de fogo. 

Proporcionalmente, há mais armas de fogo em mãos civis no Paraguai do que no Brasil, porém há muito mais mortes por armas de fogo no Brasil do que no Paraguai.]

“Às vezes dá-me pena. Tanta dureza, tanta fé, tanta impassível ou inocente soberba, e os anos passam, inúteis”.
Assim termina o miniconto de Borges. Uma lamentação irônica, pois, se o punhal está esquecido por aí e não cumpre sua finalidade - que é matar – torna-se um objeto inútil. Tal como a frustração de alguns militares pela falta das guerras para as quais foram treinados. A liberação da posse e uso de armas, é óbvio, só pode implicar em crescimento da taxa de homicídios, suicídios, latrocínios e feminicídios, e não na sua redução. Seres humanos são tentados a usar armas pela curiosidade e atração natural que elas exercem. Tal como a ocasião faz o ladrão, a disponibilidade de armas faz o assassino e o suicida.

Vamos brincar de duelo?
Quanto ao argumento de que o povo condenou o Estatuto do Desarmamento no referendo de 2005, vale lembrar que toda vez que ocorre um crime hediondo o povo exige a instituição da pena de morte, desejo expresso em pesquisas de opinião.  Nem por isso ela chegou a ser implantada. Mas, no ritmo em que as coisas andam, não demora e avançaremos (ou retrocederemos?) até lá. Enquanto isso, que tal brincar de duelo e ver quem saca primeiro? Só que agora com armas de verdade, balas de verdade, e mortes de verdade.

Congresso em Foco

sábado, 16 de junho de 2018

Um chamado à reação

O Brasil tem um compromisso consigo mesmo: tentar se acertar nos próximos seis meses. Antes da troca de guarda. A instabilidade política em virtude da eleição, a paralisia econômica alimentada por temores e expectativas negativas, além da apatia congressual que emperra a aprovação de reformas precisam ceder lugar a ação. Em nome do País, os agentes necessitam seguir adiante. Atuar, em suas respectivas áreas, para que o Brasil não perca o bonde da retomada. Todos precisam entender que esse é o caminho em prol do bem geral e de cada um que aqui vive. Esperar um novo governo, um novo parlamento, os futuros ocupantes do Executivo, os salvadores da pátria, os arrivistas vendedores de sonhos tem sido uma prática que faz a Nação perder um tempo precioso. A cada quatro anos se repete a sina de uma sociedade que pisa no freio no aguardo de orientações do futuro comando ou para se dedicar à torcida por vitórias em outro campo. 

Uma parada fatal. Como se pudéssemos nos dar ao luxo de perder um ano inteiro envolto em discussões de sucessão, na vibração por um bom desempenho na Copa e nas investigações da Lava Jato que seguem e seguirão seu curso independentemente de nos atermos a elas. Soluções para problemas estruturais como o desemprego, por exemplo, estão a exigir discussões e execução já. Sem delongas. Não há que se aguardar por passes de mágica do futuro ocupante do Planalto. Que razões levam empresas a engavetar projetos de expansão, de investimentos, de consolidação dos seus negócios, por exemplo? Quais motivos fazem deputados e senadores deixarem de lado os afazeres básicos, essenciais, do cargo que ocupam para mergulharem em um perrengue político que, para além das meras disputas partidárias por hegemonia nas urnas, castiga de morte o projeto de desenvolvimento nacional? Há de se ter grandeza nesse momento. Verdadeiros líderes tomam a frente das batalhas nos momentos mais difíceis, nas situações adversas. Encaram a urgência dos desafios como se cada minuto contasse contra. E é esse sentimento que ainda não foi despertado naqueles que pretensamente imaginam liderar ou aspiram tal posição. 

Anda escasso nessas paragens e no espírito dos desbravadores que lutam pelo poder de Brasília. Candidatos à presidência, postulantes às vagas do parlamento, futuros governadores estaduais e os atuais ocupantes de cada um desses respectivos postos deveriam se unir em torno da causa de recuperação do Brasil hoje. Agora! Porque ninguém pode mais esperar. A desesperança e o desânimo que tomam conta dos brasileiros em meio ao maior evento esportivo da humanidade é um sinal eloquente de como os cidadãos passam por uma espécie de depressão coletiva, um desalento geral e perigoso. Por um lado, estão focados na busca de saídas urgentes para as suas vidas. Por outro, enxergam baixas perspectivas de virada do quadro de crise. Não suportam os seguidos golpes de retrocesso. Estão apáticos. Uma pesquisa Datafolha, divulgada na semana passada, mostra que ao menos 72% dos brasileiros acreditam em piora do cenário econômico. Outros 53% não demonstraram qualquer interesse na Copa. [Importante: para se ganhar uma Copa é necessário que se tenha uma seleção de brasileiros e não um timinho de 'estrangeiros', alguns, ilustres desconhecidos no Brasil.]  que não podemos. Nunca se viu nada parecido. Jamais a autoestima nacional esteve tão no chão. 

Os escândalos seguidos do Mensalão e do Petrolão, que desbarataram uma extensa rede de larápios dos cofres públicos, decerto contribuíram para o estupor e frustração da maioria. Como seus comandantes foram capazes de tamanha ignomínia? O Rio de Janeiro vivendo no limite da intervenção militar e da violência sem controle; Brasília que passa os dias entregue às moscas com as plenárias do Congresso sem reunir o mínimo de quórum necessário para votações urgentes – e o bombardeio incessante ao Governo Federal, com denúncias e tentativas de deposição, às vésperas das eleições não colaboram em nada para a revisão desse estado de ânimo. E ao final e ao cabo fica a questão: para quê isso? [Temer, especialmente devido à ação de maus brasileiros, dos que em busca de vantagens pessoais, até mesmo de aparecerem, esqueceram os interesses maiores do Brasil (e tentam induzir o maior número possível de brasileiros a fazer o mesmo), não está sendo um  ótimo presidente - impressão que transmitiu no inicio do seu mandato - mas, precisamos ter presente que é ele que o Brasil tem para concluir este governo e substitui-lo será pior do que suportar sua presença e ajudar no que for possivel, ou pelo menos não atrapalhar.] Quem lucra com a desmotivação disseminada? Por que não rever atitudes e incutir esperança em dias melhores? É possível e factível a qualquer país se tomar de virtudes e de uma onda de reação, mesmo nos mais dramáticos momentos. A Alemanha e o Japão do pós-guerra, dizimados moral e estruturalmente, são casos clássicos de revitalização. Hoje nações desenvolvidas como a Suíça habitam o imaginário coletivo como modelo ideal de organização social onde as instituições funcionam, a justiça e a igualdade imperam em todos os campos e, principalmente, o povo vive feliz, levado por uma fórmula simples que pressupõe o bem-estar do próximo. Seria aconselhável tomar por empréstimo de vez em quando semelhante postura. E por que não já? 

Logo agora, na mais difícil das circunstâncias? Se cada um se convencer desse movimento proativo muito poderá ser conquistado. Nada de aguardar os desdobramentos de fatos futuros, de ficar a reboque de decisões das urnas, de acordos, conchavos e alianças por governabilidade mais adiante. Diria o poeta/compositor Geraldo Vandré, na música que arrastou multidões: “quem sabe faz a hora, não espera acontecer”. Uma corrente positiva, uma torcida pela vitória em um campo muito mais decisivo para a qualidade de vida de cada um, é capaz de transformações inacreditáveis. De revoluções que fazem história. E o Brasil tem todas as condições de construí-la. Aqui e já. Um ponto de inflexão importante nesse processo é o fim do vale-tudo no plano das lideranças. Elas precisam assumir a responsabilidade de conduzir uma espécie de pacto pela reconstrução. 

Não há espaço para golpes baixos, mesquinharias ou falta de dever cívico nessas circunstâncias. Quem insiste na beligerância com o mero intuito de incitar o caos, o “quanto pior, melhor” perde o respeito. Não deve ser digno de comandar. Jamais será capaz de grandes realizações. Verdadeiros líderes, que mostrem grandeza de objetivos, podem ajudar a substituir o desânimo geral pela motivação, o sentimento do “não tem jeito” pelo “vamos conseguir”, “somos capazes” – não como mera promessa de campanha, fundamentalmente por meio das atitudes. O futuro mandatário também precisa trazer tais princípios no seu DNA. E assim contaminar os demais. Empreendedores, representantes de classe e chefes comunitários, líderes de quaisquer setores e níveis de influência possuem igual missão. O movimento de reativação da estima nacional começa em cada um e aos poucos vira coletivo. É necessário apenas se engajar na corrente, sem compromisso de exigir do outro o mesmo, mas acreditando que ele também o fará. Esse é o verdadeiro significado da expressão “a força de um povo”. E se crermos nela temos que fazê-la valer na prática. Você já pensou em contribuir com a sua parte hoje? Não olhe para o lado e espere que o outro comece. Dê a partida. Siga em frente. Reaja. Servirá de exemplo e outros virão atrás. É desse lampejo de ânimo que o Brasil precisa se alimentar. E por que você não pode ser o arauto dessa chama? Ao invés de reclamar, passe a agir.

Carlos José Marques, diretor editorial da Editora Três
 

sábado, 2 de junho de 2018

Prioridade do Brasil é revogar a ‘Lei de Murphy’

O Brasil enfrenta a crise dos ‘Três Ds’. Faltam ao país decência, direção e desenvolvimento. 

No dia 1º de janeiro de 2019, Michel Temer será apenas matéria-prima para a Polícia Federal. Haverá outro inquilino na Presidência da República. Nem por isso a corrupção desaparecerá, a luz surgirá no fim do túnel e 13 milhões de carteiras de trabalho serão assinadas. O Brasil ainda será um país por fazer. O derretimento do atual governo tornou a satanização de Temer um passatempo inútil. A essa altura, os presidenciáveis deveriam demonstrar ao eleitorado que são capazes de inaugurar um espetáculo novo. Mas a maioria desperdiça a sua hora oferecendo raiva e indefinições. O vácuo conceitual é tão dramático que um pedaço da sociedade começa a considerar a própria democracia desnecessária. É como se o Brasil estivesse condenado a viver sob o domínio da Lei de Murphy.

Abre parêntese: o capitão Edward Murphy, da Força Aérea dos Estados Unidos, enxergou o DNA da urucubaca ao acompanhar os experimentos de seu chefe, o major John Paul Stapp. Cobaia de testes de resistência a grandes acelerações, Stapp desafiava a velocidade num trenó-foguete. Em 1949, bateu o recorde de aceleração. Mas não conseguiu celebrar o feito. Os acelerômetros do veículo não funcionaram. Engenheiro, Murphy foi investigar o que havia ocorrido. Descobriu que um técnico ligara os circuitos dos aparelhos ao contrário. E concluiu: ''Se há mais de uma forma de fazer um trabalho e uma dessas formas redundará em desastre, então alguém fará o trabalho desta forma''. Em entrevista, Stapp se referiu à frase como ''Lei de Murphy''. Resumiu-a assim: ''Se alguma coisa pode dar errado, dará''. Fecha parêntese.

Quando FHC passou pelo poder, consolidou o Plano Real, um feito econômico notável. Na política, porém, entregou-se a realpolitik que o tornou aliado do rebotalho parlamentar. O PSDB desfigurou-se. Nunca mais retornou ao Planalto. Quando Lula chegou à Presidência, preservou os pilares da econômica e distribuiu renda. Mas comprou com moeda sonante o apoio da mesma banda arcaica que se aninhara sob FHC. Deu em mensalão e petrolão. A certa altura, a verba da arca eleitoral clandestina se confundia com o dinheiro que bancou os conforto$. Deu em cadeia. Tomados pelo espírito da Lei de Murphy, tucanos e petistas jamais conseguiram se unir. Preferiram se juntar ao atraso. Deu no que está dando. Ao deixar a Presidência, Lula poderia ter levado seus 83% de popularidade para a câmara de descompressão de São Bernardo. Optou por continuar mandando por meio de Dilma Rousseff. E ainda enfiou Michel Temer na vice. Murphy em dose dupla.

Temer talvez não se reelegesse deputado. Mas foi convertido em presidente pelo destino e pelos traidores do petismo. Poderia ter compreendido seu papel histórico, compondo um ministério de notáveis. Preferiu entregar a maioria das pastas a dois tipos de aliados: os capazes de tudo e os incapazes de todo. Chega ao ocaso do seu mandato cercado de auxiliares fora da lei e com quatro fardos sobre os ombros: duas denúncias e dois inquéritos por corrupção. Murphy elevado à última potência.  A Lava Jato dividiu os políticos em dois grupos: os culpados e os cúmplices. Como não consegue enxergar inocentes, o eleitorado também se dividiu em duas alas: a dos pessimistas e dos desesperados. A primeira banda engrossa o bloco dos sem-candidato; a segunda, em vez de aproveitar os escândalos e a ladroagem para qualificar o próprio voto, sonha em resolver a bagunça com ditadura. É a Lei de Murphy em sua versão ''manu militari''. O descrédito no sistema político é tão devastador que a liberdade democrática produz a fúria dos imbecis —gente que compreende a democracia como um regime em que o sujeito tem ampla e irrestrita liberdade para exercitar sua capacidade de fazer besteiras por conta própria —como trocar ofensas, defender corruptos e pregar a volta dos militares nas redes sociais. É a tecnologia a serviço do efeito Murphy.


A paralisação dos caminhoneiros, uma espécie de junho de 2013 com boleia, expôs o tamanho da indignação dos brasileiros: 87% dos entrevistados do Datafolha disseram apoiar um movimento que impôs à sociedade o desasbastecimento de combustíveis e mantimentos, que reteve medicamentos e retardou cirurgias, que apavorou pacientes dependentes de hemodiálise. É como se as pessoas quisessem produzir o caos que transformará o Brasil num lugar perfeito para a construção de algo inteiramente novo.
O problema é que a fome do “novo” esbarra numa legislação que privilegia a eleição de um Congresso Nacional velho. Muitos se perguntam quem será o próximo presidente da República. Convém formular uma segunda questão: como será governado o país a partir de 2019? Juntando-se o salvacionismo de certos presidenciáveis com o arcaísmo de sempre, perpetua-se o desastre. Ou o Brasil revoga a Lei de Murphy ou ficará mais próximo da Idade Média do que da Renascença.

Blog do Josias de Souza

 

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Utilidade Pública - Excesso de sal prejudica a flora intestinal, mostra estudo

Segundo pesquisa alemã, o excesso de sódio reduz a diversidade de bactérias da flora, sendo os micro-organismos ligados ao sistema imunológico os mais afetados

Os malefícios do consumo excessivo de sal, principalmente o surgimento de problemas cardíacos, são atestados pela ciência. Uma equipe de pesquisadores da Alemanha decidiu investigar os efeitos da substância com outro foco: a flora intestinal. Em experimentos com ratos, identificaram que uma dieta rica em sódio não só reduz a quantidade de bactérias na microbiota, como propicia o surgimento de doença inflamatória e cardiovascular. Os achados foram publicados na última edição da revista britânica Nature.

Uma vez que todos comemos sal todos os dias, em cada refeição, ficamos surpresos com o fato de que ninguém ainda havia feito essa pergunta simples: o sal pode afetar os micróbios intestinais, já que ele atinge o intestino?”, conta ao Correio Dominik Muller, autor principal do estudo e pesquisador do Centro Max-Delbrück de Medicina Molecular. Para esclarecer essa dúvida, Muller e sua equipe compararam amostras fecais de ratos alimentados com uma dieta com quantidade normal de sódio e de roedores que seguiram um regime com alto teor de sódio.

Os investigadores colheram e analisaram as amostras das cobaias diariamente, durante três semanas. A partir do 14º dia, descobriram redução significativa de espécies microbianas na flora de roedores alimentados com sal em excesso. Por meio de técnicas de sequenciamento de DNA e análises computacionais, identificaram as bactérias Lactobacillus murinus, do gênero
Lactobacillus, como o grupo mais atingido. “Como esse grupo de bactérias também é conhecido por afetar o sistema imunológico, resolvemos nos aprofundar nele e desvendar os detalhes envolvidos em sua redução”, relata Muller.

Em uma nova etapa de testes com roedores, observou-se que a administração de Lactobacillus murinus reduziu a quantidade de células TH17, relacionadas à hipertensão, e impediu o agravamento de encefalomielite autoimune experimental, um modelo de inflamação do cérebro relacionada ao excesso de sal. “Curiosamente, descobrimos que o Lactobacillus atuou como um tipo de inibidor de TH17 em camundongos, algo que nos surpreendeu bastante”, ressalta o líder do estudo.

Na terceira fase da pesquisa, a equipe contou com a participação de um pequeno grupo de humanos nas intervenções. Dessa forma, os investigadores descobriram que o aumento da ingestão de sal reduziu a sobrevivência intestinal de múltiplas espécies de Lactobacillus, aumentou a quantidade de células TH17 e a pressão arterial.

Apesar de otimistas com os resultados, os cientistas acreditam que mais estudos com humanos são necessários a fim de comprovar a relação das bactérias Lactobacillus murinus com os problemas inflamatórios e cardiovascular. “Precisamos analisar um número maior de pacientes para confirmar essa suspeita, esse é um dos nossos planos. Realizaremos ensaios clínicos maiores, controlados com placebo, que analisarão o efeito de bactérias do gênero Lactobacillus sobre a pressão arterial e a polarização com as células TH17”, adianta Muller. “Essa função imunomoduladora pode ser interessante para tratar doenças inflamatórias, o que poderá trazer ganhos na área médica”, complementa.


Dieta
Hermes Aguiar Júnior, gastroenterologista do Hospital Santa Lúcia Norte, em Brasília, e membro titular da Sociedade Brasileira de Gastroenterologia, avalia que a pesquisa enriquece um campo que tem sido muito estudado. “Já sabemos dos malefícios da ingestão excessiva do sal em fatores renais e no sistema nervoso, por exemplo. Mas a sua relação com a microbiota intestinal ainda não havia sido avaliada. De uma forma geral, esse é um tema que tem sido bastante explorado, pesquisas estão relacionando a causa e os possíveis tratamentos de enfermidades com a diversidade da microbiota”, explica.


O médico ressalta ainda a necessidade de estudar melhor o tema, com um número maior de pacientes, mas destaca que o artigo alemão pode ser considerado importante por mostrar mais um motivo para o consumo controlado de sal. “Sabemos que ainda é um estudo experimental, mas, ainda assim, o efeito na microbiota é mais uma razão para tirar o sal da dieta. A diversidade das bactérias é algo importante. Sabemos que alguns carboidratos complexos presentes em verduras, como o brócolis e a cenoura, são melhores para o intestino por serem mais difíceis de ingerir. Isso beneficia a flora intestinal, diferentemente de alimentos menos complexos, como a batata, o macarrão e o pão”, ensina.

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“Um estudo maior, que inclua pessoas com pressão arterial normal e alta, compare várias doses de sal e um placebo, levando, assim, a várias leituras funcionais da microbiota ao longo do tempo, é algo que aguardamos ansiosamente. A lista de doenças complexas em que a microbiota intestinal pode desempenhar um papel importante está crescendo, mas uma atenção cuidadosa aos fatores envolvidos nessa relação é necessário ao testar hipóteses. Dúvidas existentes que estudos futuros, sem dúvida, esclarecerão. Mesmo efeitos considerados ‘modestos’ atualmente são mais do que dignos de novos estudos devido ao profundo potencial para benefícios à saúde global.” 


David A. Relman,  pesquisador da Universidade de Stanford, em artigo opinativo divulgado na revista Nature

Correio Braziliense
 

 

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Supremacistas brancos tentam determinar ‘pureza’ pelo DNA

Milhões de pessoas já solicitaram serviço para descobrir origens nos EUA

O tema mais debatido nas TVs americanas nos últimos dias foram os supremacistas brancos, com a imensa maioria do país rechaçando a nova onda de violência destes grupos. Mas, nos intervalos comerciais, duas empresas, 23andMe e Ancestry, ofereciam testes de DNA para que as pessoas descobrissem suas origens, ou seja, quanto do seu sangue é europeu, asiático ou africano. Tal serviço já foi solicitado por milhões de pessoas nos EUA. Isso sugere que, apesar de a maioria dos americanos não ser racista, a questão racial ainda é algo mal resolvido e pode continuar sendo um fator de tensão, à medida que minorias ganham peso no país e se encaminham para superar os brancos em meados deste século. Os americanos, em geral, se preocupam com raça muito mais que outros povos e isso tem uma explicação histórica: na primeira versão da Constituição, os negros e os indígenas não foram definidos como cidadãos, foi necessária uma emenda para resolver isso. E, quando olhamos para a Guerra Civil Americana a fundo, percebemos que uma minoria do Sul ainda tinha escravos. Eles não lutavam pela escravidão, lutavam pela manutenção da ordem racial de então — afirmou ao GLOBO o professor David Hayes-Bautista, diretor do Centro de Estudos de Saúde e Cultura Latina da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) e especialista em questões genéticas.

Ele conta que os americanos querem classificar as raças de maneira científica, algo que, em sua opinião, não é possível. E que, se o padrão americano o qual estabelece que, se a pessoa tem um ancestral negro, é considerada negroservisse para a América Latina, a imensa maioria dos latinos seria considerada afro-americana. E diz que muitos temem se classificarem como mestiços, uma realidade cada vez mais comum no país, embora ainda seja subnotificada, em sua opinião. — Vemos alguns grupos sofrendo muito com o fato de que os EUA deixarão de ter a maioria da população branca não-hispânica nas próximas décadas. Mas garanto: todos sobreviveram. Essa já é a realidade da Califórnia há 20 anos — diz Bautista.

Apenas a 23andMe já tem dois milhões de clientes que pagaram ao menos US$ 100 (R$ 320) para um teste de origem — outras empresas, como a Ancestry, não abriram seus dados ao GLOBO. Mas a companhia líder no segmento nega que isso tenha um impacto racista.



“23andMe faz testes de ascendência que dão uma porcentagem da origem regional de uma pessoa. Não informamos sobre a raça. Usamos um algoritmo para comparar grandes segmentos do seu genoma a 31 diferentes populações de referência, por exemplo, da África Subsaariana, ibéricas ou europeias”, explicou a companhia em nota. “Nossa esperança é que os indivíduos vejam nosso teste como uma oportunidade de aprender mais sobre si mesmos e sobre o mundo ao seu redor e, em última análise, entendermos que somos mais parecidos do que diferentes.”

Mas esta não é a realidade. O movimento neonazista americano busca estes testes para demonstrar que são “brancos puros”. Para alguns deles, não basta olhar no espelho: é necessária uma comprovação objetiva, com testes de ancestralidade por DNA.
Ser branco puro significa ter ancestralidade 100% europeia, sem conexões com judeus — explicou Joan Donovan, do Instituto de Pesquisa Data & Society, em Nova York, que apresentou um estudo sobre o tema no Encontro Anual da Associação Sociológica Americana, ao lado de Aaron Panofsky, da UCLA.

RESULTADOS DE TESTES DECEPCIONAM RACISTAS
Os pesquisadores identificaram 70 discussões no fórum Stormfront, conhecido por reunir a extrema-direita americana, que debatiam exames de DNA. Foram analisadas mais de três mil publicações de usuários individuais, sendo 153 com testes genéticos de ancestralidade. Deles, 53 tiveram “boas notícias”, com 100% de ascendência europeia não judaica, mas os cem restantes — segundo suas expectativas racistas — se decepcionaram.
— O interessante é que eles relativizam os resultados, mas nunca questionam quem são ou suas crenças. A culpa vai sempre para outro lugar. Não vimos ninguém decidir que deixaria de ser um supremacista branco após o exame — destacou Joan.
Segundo a socióloga, o movimento nacionalista branco está mais público, fortalecido pela retórica do presidente Donald Trump sobre família, tradição e linhagem. E esses grupos racistas e neonazistas alegam proteger o futuro da raça branca, que eles dizem estar em perigo, explica:


— Nos fóruns, eles veem o Brasil como o lugar onde a América deu errado, por causa da mistura de raças: um “inferno” que dizem querer evitar.  E os problemas chegam às etnias. Formulários cada vez mais simples classificam “latinos” ou “hispânicos” como raça. Na opinião de Carlos Quesada, diretor-executivo do Instituto de Raça, Equidade e Direitos Humanos, de Washington, isso presta um desserviço ao país: — Há uma prática de “dividas e vencerás” e isso tem a ver com como as pessoas dos diferentes grupos étnicos se relacionam entre si.

Fonte: O Globo




terça-feira, 15 de agosto de 2017

O misterioso desaparecimento de jornalista após embarcar num submarino que afundou - sem ela

Uma trama misteriosa envolve o desaparecimento da jornalista sueca Kim Wall, de 30 anos, vista pela última vez na noite da quinta-feira em um submarino na Dinamarca. O inventor Peter Madsen, dono da embarcação, foi acusado de homicídio por negligência e está detido. A polícia acredita que ele, que é dinamarquês, deliberadamente afundou seu próprio submarino, mas há pouca informação sobre o sumiço da repórter.

Os investigadores acreditam que Kim possa estar morta. Mergulhadores das Forças Armadas e cães policiais participam das buscas. Uma jornalista independente respeitada, Wall apurava um artigo sobre Madsen, um inventou que construiu seu submarino privado de 40 toneladas, o UC3 Nautilus, com recursos de uma campanha de crowdfunding (vaquinha virtual) em 2008. 


Ela já publicou seu trabalho em publicações como The New York Times, Guardian, Vice e South China Morning Post.Madsen e Wall se encontraram por volta de 19h de quinta-feira em Refshaleoen, um porto de Copenhague. A repórter embarcou no Nautilus (como mostrado na imagem acima) e foi dada como desaparecida por seu namorado às 2h30 de sexta-feira. 

A última fotografia de Madsen e Wall na torre de comando do submarino foi tirada às 20h30 por um homem que estava em um cruzeiro, pouco antes do pôr do sol. O que aconteceu com ela em seguida ainda é desconhecido ou foi mantido em sigilo pelas autoridades dinamarquesas. Mas Madsen acabou acusado de homicídio por negligência após um interrogatório no sábado.

Sua advogada Betina Hald Engmark afirmou à BBC que ele não é culpado, mas que como o caso ainda está sendo analisado pela Justiça, ela não tem permissão para divulgar nenhuma informação. 

Mudança de versão
Peter Madsen disse inicialmente que deixou Wall por volta de 22h30 de quinta-feira no restaurante Halvandet, em Refshaleoen, próximo ao local onde eles se encontraram mais cedo. Segundo a polícia, Bo Petersen, dono do restaurante, entregou imagens de segurança - Madsen teria em seguida mudado sua versão do incidente, embora nenhuma informação tenha sido divulgada sobre o novo relato.

Na manhã de sexta-feira, um alarme de emergência soou, mas como o submarino não tem rastreador de satélite, o serviço de resgate demorou a encontrar a embarcação. Funcionários de um farol em Oresund foram os primeiros a avistá-lo por volta das 10h30. Meia hora depois, o submarino afundou na baía de Koge.
Peter Madsen estava nele, e foi resgatado. 

'Triste'
O inventor, bastante conhecido no país por suas atividades com seu submarino e seu foguete, foi entrevistado por repórteres dinamarqueses após o episódio. Até aquele momento, não se suspeitava do homicídio. Madsen afirmou aos repórteres que estava bem, mas triste pelo naufrágio. 

Após o início das investigações, a polícia de Copenhague confirmou que "o naufrágio do submarino foi supostamente consequência de um ato deliberado". A grande questão agora é: o que aconteceu com Kim Wall? A busca por seu corpo continua por terra e mar, e a polícia de Copenhague pediu às pessoas que já viajaram com Peter Madsen para ajudá-los a explicar o que acontece em suas viagens.


DNA
Embora o submarino tenha sido trazido à superfície no sábado, a água do mar pode ter removido provas de DNA a bordo.  A polícia informou que apreendeu uma "grande quantidade de eletrônicos", mas pediu ajuda para recompor a rota do submarino de 21h30 à meia-noite. Se há qualquer amostra de DNA no submarino, a polícia não mencionou o fato. 

E acrescentou que um navio mercante o avistou às escuras no noroeste da ponte de Oresund por volta da meia-noite. A corporação disse que ele cruzava o canal da Dinamarca em direção à Suécia, mas não deu mais detalhes.  A falta de informações sobre um caso como esse não é rara na Dinamarca. Nem a advogada de Peter Madsen pode divulgar a versão de seu cliente, apenas dizer que ele é inocente. 

Quando questionada pela BBC por que Madsen mudou sua versão inicial, ela explicou que não poderia informar, uma vez que o que é dito em interrogatório deve ser mantido em sigilo. A acusação de homicídio por negligência é vista como um primeiro passo para manter o réu sob custódia até o início de setembro. Isso significa que houve um acidente a bordo e que a acusação poderia mudar no futuro. 

Fonte: BBC Brasil 




segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Câmara Legislativa do DF - CLDF - também conhecida como 'casa do espanto' mais uma vez apoia a delinquência, a criminalidade

Talvez certas medidas tomadas pela CLDF e que demonstram inequivocamente apoio à criminalidade, aos criminosos,  seja algo integrante do DNA da maioria dos 'deputados distritais'.

Afinal, são tantos os escândalos em que a maioria dos ilustres parlamentares está, ou esteve, envolvida que fica dificil uma explicação que não envolva a genética.
Nos menos de 30 anos de existência a CLDF protagonizou o escândalo da 'gambiarra da CEB', 'dinheiro nas meias' e vários outros.
Agora, mais uma vez, demonstra,  ao aprovar lei que facilita o hediondo crime de tráfico de animais silvestres,  a admiração da maior parte dos seus integrantes com o crime e com a luta pela impunidade dos criminosos.

A CLDF, demonstra além da simpatia pelo crime e seus autores, demonstra também apoiar a forma sádica, cruel, com que os traficantes de animais silvestres realizam suas atividades criminosas.

Tais marginais na tentativa de esconder seus crimes, fabricam gaiolas com dezenas de compartimentos de forma a que pareça uma mala e em cada compartimento 'empurram' dois ou três pássaros.
Para iludir a fiscalização,  os bandidos - dignos de estarem, pela sua crueldade,  entre os assassinou ou as vítimas das recentes faxinas havidas em presídios brasileiros - revestem o conjunto com plástico, zíper e tudo mais dando a configuração de uma inofensiva mala.

A eles não interessa se em torno de 80% dos pássaros 'emmalados' morrem nas piores condições de sofrimento - especialmente pela combinação de fome, sede, calor excessivo e falta de ar.
Para eles o que conta é o lucro. Em 100 pássaros que venham em uma mala se dez sobreviverem já proporciona bom lucro.

Onde entram os sádicos que exercem mandatos de deputados distritais?
Simples. Eles criaram - com a habilidade que possuem, também genética,  de criarem leis inúteis, ilegais e inconstitucionais (nos perdoem a redundância) instituíram por Lei Distrital a fiscalização com dia e hora marcados.

Como assim? existem criadores de animais, com destaque para pássaros, que possuem autorização para criar/comercializar ditos animais. Claro que seguindo normas específicas de comercialização, que estabelece regras buscando preservar as espécies em extinção, evitar mal tratos e outras práticas hediondas.
Tais comerciantes estão sujeitos a fiscalização que deve ser realizada, como toda fiscalização eficiente de surpresa e  com a aplicação de penas severas.

Hedionda lei mudou um pouco as normas de fiscalização, mudança pequena mas em um ponto vital da norma, já que determina que as provas encontradas só terão valor se a apreensão ocorrer em virtude de fiscalização cujo dia e horário de realização tenha sido formalmente comunicado ao fiscalizado, com a devida antecedência.

Parece piada mas a CLDF ao seu estoque de leis bizarras e inúteis acrescentou mais uma imundície.
É a mesma coisa da 'oportuna' lei que permite aos veículos de passeio usarem a faixa exclusiva para ônibus fora do horário de pico; aquela que pretendia proibir os ônibus urbanos do DF circularem com passageiros em pé e outras estultices.

Texto baseado em reportagem do  DF-TV 1ª edição - 09 jan 2016