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terça-feira, 3 de agosto de 2021

UMA COMBINAÇÃO SINISTRA - Percival Puggina

Neste último domingo, enquanto muitos acordavam de sua omissão e saíam às ruas para protestar contra a opacidade da apuração de votos, circulava no ambiente restrito das redes sociais a notícia de que a CPI queria bisbilhotar as contas de veículos ditos “bolsonaristas” e propagadores de “fake news” sobre tratamento precoce.

No Brasil orwelliano a estupidez zurra e distribui coices. Uma mídia que perdeu a noção de ridículo assiste às sessões da CPI serem dominadas por um grupo oposicionista escandalosamente majoritário, cuja soberba infla com o codinome G7, e no parágrafo seguinte diz que quatro dos sete são “independentes”. A razão fica à deriva num vazio moral.

No aparelho investigador instalado na Câmara Alta da República, opinião fora da narrativa esquerdista é motivo de grave suspeita. A moral de qualquer divergência é confrontada ante o mesmo espelho en que se miram os senadores Omar Aziz e Renan Calheiros. Depois das sessões de escárnio, os porcos de George Orwell falam a jornalistas sedentos de notas turvas. 

Mobilizam-se agora os senadores para quebrar o sigilo bancário de pessoas físicas responsáveis por alguns dos principais sites “de direita”, “conservadores”, que acusam de “fake news”, de promover “estratégia de confronto ideológico” e “radicalização dos ataques contra adversários”. As doces donzelas petistas e psolistas ficam escandalizadas, claro. No pacote de meios digitais que passa a ser perseguido pelo Estado se incluem veículos em que o talento, o aplauso social e o valor do trabalho prestado à nação fazem arder a inveja em grandes grupos de comunicação do país.

Como não ser assim? A sociedade aprendeu, nos últimos anos, que o veículo que lê, ouve ou assiste é perfeitamente capaz de silenciar perante a censura, bem como a ameaça e a prisão de jornalistas, se forem “de direita”. É capaz de emudecer enquanto o Supremo despedaça a Constituição, contanto que “a direita” seja atingida, o presidente obstado e a vontade social atropelada. Simultaneamente, o mesmo veículo usa vocabulário ardiloso para desqualificar as notáveis e pacíficas manifestações populares de ontem.

Não encontrei nesta segunda-feira, 2 de agosto, maior evidência daquilo que denunciei enquanto falava à multidão de bons cidadãos que lotaram a ágora porto-alegrense junto ao Parcão. Não é Bolsonaro que os incomoda; são nossos valores, nossos princípios, nossa fé, nosso amor à Pátria, nossa reverência à cultura e à Civilização Ocidental. 
É isso que não suportam. É isso que mobiliza os delfins, os ministros do TSE e do STF, os fascistas dos Antifas, os rabos presos da Câmara e do Senado, os grandes grupos de comunicação, os delfins da administração pública e os corruptos desmamados, que gemem saudades de tempos que não haverão de voltar.

O presidente da República não é odiado por si mesmo, mas por ser o escudo político-eleitoral que os contém e aparta de nós esse passado.

Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


sábado, 3 de julho de 2021

POR FALAR EM PASSAR PANO - Percival Puggina

Gasto, recortado, mal iluminado e trepidante, o filme está novamente no rolo, pronto para impiedosa reexibição. Na perspectiva de muitos, de tantos, numa fé que supera todos os fanatismos, é perfeitamente normal e tudo está como deve ser.

Se George Orwell não tivesse existido, teria que ser inventado. Sua visão sobre as habilidades e mistificações do totalitarismo não teriam o roteiro de observação que sua obra antecipadamente proporcionou nos idos de 1955. Sem ele, seria bem menor a percepção dos danos causados pela novilíngua, que tanto degrada o discurso político, ainda que satisfaça paladares acostumados à mediocridade e ao uso pervertido do idioma.

Não vou perder espaço, aqui, desfiando o dicionário político que alimenta essa prática. Ficarei apenas com a expressão “passar pano”. Enquanto o STF lava e enxagua o passado criminoso de tantos, ela vem sendo usada para desqualificar os apoiadores do governo, acusados de absolver sistematicamente o presidente e, em especial, por seu acordo com o centrão para tentar formar uma base de apoio.

Ora, uma coisa foi a expectativa de formar no Congresso uma base reunindo virtuosos e bem intencionados, atentos à vontade nacional expressa nas urnas. Outra é o convívio com o parlamento eleito, mais interessado em votar verbas e leis benéficas aos membros do poder, notadamente em seus conflitos com a lei e no favorecimento das ambicionadas reeleições.

A história da República desde 1950 mostra que, em períodos de normalidade democrática, foram interrompidos os mandatos de todos os presidentes (ou vices) que não tiveram ou perderam sua base parlamentar: Getúlio Vargas suicidou-se, Café Filho foi impedido de retornar após licença de saúde, Jânio Quadros renunciou, João Goulart teve o cargo declarado vago, Fernando Collor sofreu impeachment, Dilma sofreu impeachment. Michel Temer, após o diálogo com Joesley Batista, perdeu o apoio e cumpriu curto mandato tampão sem poder governar.

A análise de tais fatos, a rotina de crises políticas com consequências econômicas e sociais, a periódica expectativa de tantos por um governo militar (como garantia de estabilidade e correção) desmascara a absoluta incompetência de nosso modelo institucional! Entre muitos outros, dele pendem, como linguiças em armazém campeiro, o custo Brasil, a composição e atuação do STF, a corrupção, a partidarização do Estado e da administração pública, a robustez dos baronatos políticos e o corporativismo resultante da eleição parlamentar proporcional.

Não ter olhos para essa descomunal tragédia brasileira, a cegueira do não querer ver traz dor à alma de quem raramente passa um dia sem perceber sua maldita sombra obscurecendo nosso futuro como nação. Dói. Dói saber que sou, talvez, o único autor brasileiro a escrever rotineira e teimosamente sobre isso. O único, talvez, a não passar pano sobre esse aleijão metodicamente reproduzido em nossas sucessivas constituições republicanas.  

A pauta dos bons brasileiros tem três etapas: agora: resistência aos que querem voltar; depois: eleição dos melhores em 2022; finalmente: conseguir de Bolsonaro e do futuro Congresso as reformas institucionais em 2023. [reformas que,  com as bênçãos de DEUS, serão implementadas na primeira metade do segundo mandato do presidente Bolsonaro.]

Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


quinta-feira, 29 de abril de 2021

Sentença a favor de Revista Oeste pode encorajar órgãos de imprensa - Cristyan Costa

Os meios de comunicação não devem se intimidar perante as agências de checagem

A decisão judicial em prol da Revista Oeste é um exemplo para que outros meios de comunicação não se intimidem perante as agências de checagem de fatos. A avaliação é de Marcelo Figueiredo, advogado e professor associado de Direito Constitucional da PUC-SP. Na sexta-feira 23, o juiz Marcelo Augusto Oliveira, da 41ª Vara Cível de São Paulo, determinou a exclusão dos textos da agência de checagem Aos Fatos tachando de fake news reportagens da Revista Oeste
 
Na ação, a primeira do gênero no Brasil, ficou provado que elas atuam como controladoras do que é publicado nas redes sociais e na imprensa, decidindo o que será lido. “Na democracia, não há monopólio da verdade; já na obra de George Orwell”, observou Alexandre Fidaldo, advogado de Oeste, ao comentar a decisão. “O caso pode, inclusive, render indenização”, acrescentou Figueiredo.
 
Especialista ressalta que o caso expõe a necessidade de autorregulamentação dos veículo

O docente ressaltou que a circunstância expôs a necessidade de autorregulamentação dos veículos, incluindo as agências, para reduzir a ocorrência de erros e publicação de informações inverídicas que prejudiquem terceiros, como ocorreu com a Revista Oeste. “O setor de comunicação, na totalidade, tem de ter um código de conduta rigoroso, para policiar a si mesmo; faz-se necessário que as empresas de mídia busquem um complicance sobre o assunto com a finalidade de se ter mais responsabilidade”, salientou Figueiredo, ao mencionar que a solução não virá do poder público. “Tem de partir do próprio veículo. Qualquer regulamentação feita pelo Estado cai na censura”, disse.

Revista Oeste

 

segunda-feira, 1 de março de 2021

Porque Lira deve se livrar de um de seus problemas no STF; e, Toffoli coloca pressão sobre investigações da PGR e PF

Blog Matheus Leitão

Julgamento de recurso na Segunda Turma da corte deve liberá-lo, ao menos temporariamente, para assumir a Presidência da República

Um dos principais constrangimentos enfrentados pelo presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), deve se resolver temporariamente nesta terça-feira, 2, com o julgamento de um recurso na Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Esse caso definirá se o político do centrão poderá assumir a presidência da República quando necessário. Réus são impedidos de fazer parte da linha sucessória mais importante do país. Daí, o constrangimento.

A situação de Lira no STF é assim: o Supremo já viu ser protocolada uma denúncia contra ele na Segunda Turma, na qual ele pode virar réu, e outra na Primeira Turma, que pode desaguar na mesma situação. Nos dois casos, contudo, o presidente da Câmara recorreu e a ação penal está paralisada, não chegando a ser oficialmente instaurada.

Se aceitarem o recurso nesta terça derradeira, ele não vira réu e se livra da acusação. Em contrapartida, se a maioria dos ministros da Segunda Turma rejeitar o recurso, o caso dele segue para a instauração da ação, acabando com qualquer discussão sobre o imbroglio da linha sucessória. Lira não poderá assumir a presidência da República interinamente e ponto final.

Acontece que é aí que mora o “x” da questão. A Segunda Turma do STF ganhou um novo membro desde novembro do ano passado, quando Kassio Nunes assumiu a cadeira deixada por Celso de Mello. Internamente na corte, o sentimento é o de que o ministro Kassio votará com Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski, colegas de toga, aceitando o recurso e impedindo que Lira vire réu na ação conhecida como “quadrilhão do PP”. [ao nosso entendimento o proceder mais adequado ao deputado Arthur Lira é deixar o assunto por conta do STF e se mostrar disposto a ser impedido de, eventualmente, assumir a presidência;
se for inocentado no julgamento de agora e se tornar réu no segundo, Lira estará impedido de, eventualmente, assumir a PR - mas mantendo uma postura forte, confiante de que é inocente (ele sabe perfeitamente se é culpado ou não) manterá o prestígio entre seus pares, junto a opinião pública; .
Caso tente alguma forma de acochambramento, que pode ser recusada, ele estará fortalecendo os indícios de culpa e perdendo ponto junto aos seus pares e com a opinião pública.
Vale o sacrifício para se habilitar a um cargo que talvez não ocupe - temos um vice-presidente saudável e as viagens do presidente Bolsonaro são poucas.]

Neste caso, políticos são acusados de desviar dinheiro da Petrobras naquele velho esquema investigado pela Operação Lava Jato. Antes do recurso que paralisou o caso, quando o processo foi julgado pela Segunda Turma ainda na companhia de Celso de Mello, Lira e outros três políticos testemunharam uma derrota acachapante – não pelo placar, mas pelo voto do então decano. “Afinal, nunca é demasiado reafirmá-lo, a ideia de República traduz um valor essencial, exprime um dogma fundamental: o do primado da igualdade de todos perante as leis do Estado. Ninguém, absolutamente ninguém, tem legitimidade para transgredir e vilipendiar as leis e a Constituição de nosso País. Ninguém, absolutamente ninguém, está acima da autoridade do ordenamento jurídico do Estado”, disse Celso de Mello na ocasião.

Ao que tudo indica, como sabemos em Brasília, a realidade é outra. É como no romance A Revolução dos Bichos”, do escritor inglês George Orwell, “todos são iguais, mas alguns são mais iguais que outros”. A ver. Nesta terça, 2, quem estará certo sobre o Brasil de 2021: Mello ou Orwell? Em quem você apostaria?

PS – Em tempo: não há previsão do julgamento da outra ação, a da Primeira Turma, que também pode tornar Lira réu, e tirá-lo da linha sucessória.

Blog Matheus Leitão - VEJA

Blog Radar 

Revelação de Toffoli coloca pressão sobre investigações da PGR e PF

Ministro revelou recentemente que o STF mapeou o financiamento internacional de grupos radicais aqui no país

Investigadores que tocam o inquérito dos atos antidemocráticos no STF viram nas revelações de Dias Toffoli, sobre financiamento internacional dos ataques à democracia, uma tentativa do ministro de colocar pressão sobre o caso. Ao atrair os holofotes com sinalizações de fatos graves lastreados nos inquéritos, Toffoli pode ter interrompido um movimento em curso nas investigações para tentar encerrar o caso dos atos antidemocráticos sem grandes descobertas. “Toffoli fez um movimento de pressão para que PGR e PF encontrem efetivamente os culpados por ataques ao STF”, diz um interlocutor das investigações.

Na edição de VEJA que está nas bancas, o Radar mostra que a Corte identificou uma série de grupos radicais de direita, formados por brasileiros que moram no exterior, que estariam por trás das remessas de dinheiro aos radicais bolsonaristas aqui no país.

Blog Radar - VEJA - Robson Bonin


sábado, 13 de fevereiro de 2021

Imunização, Já! - Alerta Total

Por Clynson Oliveira

Não… Não estamos falando de imunização para a COVID-19.

Existe uma vulnerabilidade em você, que talvez você nem saiba que existe. Sua cognição, seu pensamento está sob ataque, neste exato momento, você sabia? 

Crédito da Imagem: Luiz Augusto @LuizJacoby

“[…] desconstrua! construa uma oposição hierárquica, demonstre que a mediação passa por extremos e inverta a hierarquia, formulando, assim, um meio termo que inclua os extremos […]” (Frédéric Vandenberghe)


Existe uma técnica desenvolvida ao longo de séculos para desenvolver o politicamente correto e estimular a espiral do silêncio, com o objetivo de criar realidades e controlar a narrativa. Na era da pós-verdade é fundamental criar crenças baseadas nestas narrativas inventadas e assim consolidar o poder, em quaisquer dos campos do poder, do econômico ao político, do psicossocial ao militar, e até no campo tecnológico.

Para conter qualquer tipo de epidemia é necessário criar um remédio, um antídoto que dificulte sua expansão. A liberdade de expressão, em tempos de pós-verdade é esta epidemia. Mais uma vez, a vacina que imuniza contra a COVID-19, não vai imunizar a sua liberdade de expressão contra aqueles que querem tomá-la de “assalto” e assim controlar o seu pensamento, de uma vez por todas.

Ontem o Facebook iniciou um novo cerceamento da vontade política de seus usuários, amanhã políticos tentarão inverter a lógica e criarão o crime de pensamento, como previu George Orwell na década de 40, em seu livro 1984. O pensamento livre, desconectado de padronizações, independente de patrulhamento é o principal obstáculo à tomada do poder. O brasileiro foi imunizado cognitivamente durante mais de 16 anos para não perceber os absurdos de corrupção que assolaram o País.

[aos inimigos do Brasil, arautos do pessimismo e contadores de cadáveres que querem atribuir ao general Pauzuello, ministro da Saúde do Governo do Presidente Bolsonaro, a imagem abaixo mostra o verdadeiro culpado - leia a dedicatória:]



Imunizando contra o BOLSONARISMO

Na última semana lemos dia após dia frases de efeito como:

“[…] o bolsonarismo corrompeu a democracia […]” Ministro do STF Edson Fachin.

“[…] decisão da Justiça derruba…tratamento precoce da COVID-19 …o bolsonarismo foi derrotado […]” Roberto do PSOL

“[…] bolsonarismo + maioria da Câmara entregou o Banco Central do Brasil nas mãos do poder financeiro internacional […]” Jandira Feghali

Nada de bom que o governo faça lhe é dado crédito, mas tudo de ruim, incluindo as ilações sem prova alguma, são creditados na conta do bolsonarismo. Existe bolsonarismo? É uma doutrina? É uma religião? Para reflexão. Como chegamos a esse ponto? Como chegamos a desprezar o andamento da vida administrativa do País em uma simples palavra que parece ser o GOVERNO em si?

A resposta é, nos acostumamos tanto a cair nas armadilhas de cortinas de fumaça dos atos medonhos de corrupção ocorrendo em nossos narizes que a técnica é usada para dar certo, novamente, assim como deu quando nos deixarmos envolver por atos e palavras nos últimos 16 anos, sem nos darmos conta de que estávamos sendo enganados, de uma maneira torpe e vil. O fato é que os perdedores das eleições de 2018 desejam que tudo seja “psicologicamente pior”, economicamente desastroso, educacionalmente inexistente (ainda não abrimos nossas escolas, desde o início da pandemia em 2020).

[ A mudança que ilustra este recado não foi realizada pelos que se julgam Supremos e pretendem autorizar até quem deve ter o direito de nascer.

Um alerta: desnecessário, mas para perfeito entendimento dos que quando desenhamos não conseguem compreender, que o 'coisa ruim', o de vermelho, está muito triste pela não realização do carnaval 2021.

A mudança mostrada foi realizada por DEUS, o SER SUPREMO,que realmente pode tudo.]

Se pretende, assim, destruir o sentimento de Nação, causar desesperança para que, um deles, possa reabrir os passos para a criação de uma América Latina “feliz”, unida em prol da pobreza e da miséria, como na Venezuela e em Cuba, tudo isso usando a imunização cognitiva da população como uma arma acessória ao “politicamente correto” e à “espiral do silêncio”.

Afinal, o que é a imunização cognitiva? A imunização vem do verbo imunizar que significa proteger, defender, resguardar. Cognitiva vem de cognição que é o processo de aprendizagem que inclui o pensar, o refletir, o estar consciente, a atenção, o discurso, a percepção do meio ambiente e tudo que envolve os processos mentais que influenciam nossas atitudes e comportamentos.

A imunização cognitiva é o processo de proteção do pensar diferente, é o processo de padronização dos pensamentos que de forma direta e subliminar que objetiva extinguir toda a capacidade dos desavisados de se contrapor às maiores obviedades. Assim, plantam-se narrativas e reforça-se o sentimento de inação governamental, implanta-se o desespero como rotina, um novo normal. Mantenha-se atento à imunização cognitiva que chega diariamente até você, bem na palma da sua mão. Fique atento!

Semana que vem conto como este processo se dá em 4 fases!

Transcrito do Blog Alerta Total - Jorge Serrão

Clynson Oliveira é PhD em ciências militares e guerra psicológica pela ECEME e Mestre em gestão de projetos pela FGV. Atuou em mais de 10 países incluindo EUA, Haiti e Índia. É professor de MBA de Gestão Empresarial e Financeira da Universidade Estácio de Sá e empresário na área de consultoria em inovação e economia digital. Originalmente publicado no site Vida Destra, em 12 de fevereiro de 2021.


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

Buscar entendimento? Sobre o quê? Com quem? - Percival Puggina

Em todos os pronunciamentos dos candidatos à presidência da Câmara dos Deputados, ouvi falar em “busca do entendimento”. Enquanto ouvia, lembrei-me de Churchill: “Quanto mais longe você conseguir olhar para trás, mais longe enxergará para frente”. E se o estudo da História para muito me tem servido, há bom lugar nesse conhecimento para a convicção de que com certos adversários não há conciliação possível. Novamente, nas palavras de Churchill: “Um apaziguador é alguém que alimenta um crocodilo esperando ser o último dos devorados”. Foi ele, pessoalmente, liderando seu povo, que livrou a humanidade do nazifascismo.

O que estou afirmando não é grito de guerra, mas fé inexorável na democracia, na livre escolha dos povos, na autonomia das nações, na liberdade e nos princípios e valores que a vida me mostrou terem validade comprovada. Quero, portanto, que, no regime democrático, esses valores sejam prevalentes, não sejam derrotados por adversários que transitam pelas páginas da história como os cavalos de Átila.

O discurso do entendimento serve como luva às mãos dos derrotados de 2018. Entre nós, seria o retorno ao ambiente político que vigeu durante mais de duas décadas no Brasil sem encontrar resistência. É fazer de conta que nada aconteceu. Para usar a expressão hoje na moda, é “passar pano”, mas em lixo nuclear!  Qual a vantagem de fazê-lo para “conciliar” com quem, fora do poder, faz oposição contando caixinhas de chiclete e latinhas de leite condensado? Valha-me Deus!  
 
Não pode haver entendimento entre tão diferentes visões de mundo, de pessoa humana, de liberdade, de sociedade, de valores, de princípios, de Estado, de funções de poder. Pergunto: não passaram ao controle dos ministérios da verdade (profetizados por George Orwell) e criados pelas Big Techs, as redes sociais que democratizavam a comunicação? 
Não notamos qualquer semelhança entre as orientações da Netflix e da Globo?  
Estamos satisfeitos com o que está sendo produzido, aqui, pelo sistema de ensino em geral e pelas nossas universidades em particular? Mil vezes não.

Portanto, a disputa política é disputa necessária, indispensável. Não por acaso, ocorre em todas as democracias do Ocidente. Recentemente foi assim nos Estados Unidos. Com diferentes qualidades de conteúdo, vem sendo assim em países como Itália, Espanha, Áustria, Portugal, Polônia, Hungria, República Tcheca, Finlândia, Letônia, Eslováquia, Bulgária. E Suécia, e Alemanha, e Chile. É uma percepção das democracias ocidentais.

Quem vê suas liberdades ameaçadas, suas opiniões censuradas no que já foi um espaço de liberdade, sua cultura sendo deliberadamente destruída, não cede poder para um entendimento impossível. No Brasil, isso representa o retorno ao período anterior a 2014, quando perdíamos por W.O.. Sequer comparecíamos à disputa.

Por fim, veja o que está acontecendo com a evasão para novas redes sociais que se anunciam como espaços de liberdade. Também isso é sinal dessa divisão que tem longa data e validade, cujo reflexo, em regime democrático, conduz à vitória eleitoral de um ou de outro lado. Pode ser que um dia, olhando para trás, aprendendo com o passado, vendo o mal feito e o bem conquistado, possamos, como Churchill, enxergar para frente. E formarmos consensos razoáveis. Divisão, contudo, sobre algo, ou em relação a alguém, sempre haverá.

Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras e Cidadão de Porto Alegre, é arquiteto, empresário, escritor e titular do site Conservadores e Liberais (Puggina.org); colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil pelos maus brasileiros. Membro da ADCE. Integrante do grupo Pensar+.
 

terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Os novos senhores do mundo - Revista OESTE

Os gigantes da tecnologia censuram Trump, fazem o que bem entendem e exercem um poder global desmedido. Isso é justo?

Na edição de 26 de junho de 2020 da Revista Oeste, iniciei meu artigo daquela semana falando sobre o famoso romance distópico de George Orwell, 1984. Ainda estávamos no meio da pandemia, num momento em que não tínhamos certeza de seu caminho e de sua letalidade. Comentei em meu texto que os tempos eram estranhos e o mundo atravessava dias bizarros que poderiam facilmente ter saído das páginas do livro publicado em 1949. Argumentei que as sociedades modernas estão se tornando cada vez mais parecidas com o que foi descrito na obra de Orwell: na vigilância em massa, no uso incessante de propaganda, na guerra cultural perpétua e no culto à personalidade que cerca líderes políticos e ativistas. Finalizei o primeiro parágrafo dizendo que o romance de Orwell é presciente de várias maneiras. Mas eu mal sabia que 2021 seria, na verdade, mais próximo ainda de 1984.

Naquele artigo, mencionei a quebradeira protagonizada por vândalos e terroristas domésticos do Black Lives Matter e do Antifa, as turbas violentas que derrubaram estátuas, demonizaram forças policiais e sequestraram pautas pertinentes para projetos de poder político — sintomas que já demonstravam um tipo de totalitarismo que George Orwell satirizou. Jamais poderíamos imaginar que o que vivemos em 2020 seguiria com força avassaladora agora em 2021.

Nesta semana, logo após o banimento do presidente norte-americano Donald Trump do Twitter, muitas plataformas digitais seguiram a rede social de Jack Dorsey e entraram em transe virtual, degolando virtualmente o homem malcriado e sem papas na língua, o maior vilão depois de Hitler, de acordo com todos eles. Donald Trump tem sido uma figura controversa em seus quatro anos de administração, com um discurso inflamado e muitas vezes desafiador, mas é justo ou correto banir alguém do debate público por não concordar com suas ideias ou sua retórica?

Em seu discurso no dia 6 de janeiro em Washington, Trump teria incitado a multidão a agir com violência e invadir o Capitólio. Mas basta uma rápida lida na transcrição do que foi dito pelo presidente para percebermos que a narrativamais uma vez é exagerada e não condiz com o que foi, de fato, dito. “Viemos exigir que o Congresso faça a coisa certa e conte apenas os eleitores que foram legalmente indicados. Sei que todos aqui logo estarão marchando para o prédio do Capitólio para fazer ouvir sua voz de forma pacífica e patriótica. Hoje veremos se os republicanos são fortes pela integridade de nossas eleições, se eles são fortes ou não por nosso país.”

Mas não foram apenas as plataformas que usaram o evento para cancelar Trump do mundo virtual. Os democratas, que há quatro anos empurram várias tentativas de impeachment contra o presidente, também usaram o discurso para fazer passar mais um impeachment na Câmara que não chegará ao Senado antes da posse de Joe Biden. Os artigos do novo impeachment acusam Trump de, entre outras coisas, “incitação à insurreição”. Se Trump é culpado de “incitamento”, então metade dos democratas no Congresso também o é. Nancy Pelosi e outros democratas estão, convenientemente, concentrando-se na retórica sempre inflamada de Trump aos que o ouviam quando ele disse que deviam “lutar como o inferno por seu país” (fight like hell for your country). Logo depois, ele convidou os apoiadores a “descer a Avenida Pensilvânia” e “dar [aos republicanos] o tipo de orgulho e ousadia de que precisam para retomar nosso país”. A palavra “pacificamente” foi excluída de qualquer conversa, debate e até mesmo do processo. Oh, details.

É preciso praticar todos os tipos de ginástica mental para fingir que “lutar como o inferno” é tudo menos uma figura de linguagem muito comum. O senador democrata Richard Blumenthal disse que “lutaria como o inferno” contra o então nomeado de Trump para a Suprema Corte, Brett Kavanaugh. Alguém imaginou que ele pretendia se envolver literalmente em brigas de socos no plenário do Senado? Democratas disseram palavras bastante inflamadas ao longo do ano de 2020 em relação aos protestos do BLM e do Antifa, e nada, absolutamente nada, foi condenado por nenhum de seus pares — tampouco esses personagens do cenário público foram banidos de toda a existência virtual.

Dois dias após a eleição de 2020, a comediante Kathy Griffin retuitou a famosa foto dela segurando um objeto que parecia a cabeça ensanguentada de um Donald Trump decapitado. No início do ano passado, o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, tuitou um apelo a seus seguidores para destruir Israel. Ambos os tuítes foram aprovados pelo Twitter, mas o bufão laranja não escapou das garras da censura dos juízes de 20 e poucos anos da plataforma em São Francisco. Eles, em um comunicado oficial, declararam que, “devido ao risco de mais incitação à violência”, Donald J. Trump, com 85 milhões de seguidores, estava deletado do mundo virtual indefinidamente.

Wall Street, Hollywood e a mídia estão do lado dos cartéis bilionários da tecnologia

Quais são os novos padrões que agora fazem com que uma conta de mídia social seja cancelada? 
A cantora Madonna foi banida das redes sociais depois da posse de Trump, em 2017, ao expressar o desejo de explodir a Casa Branca com a família Trump nela? 
É verdade, Trump deu uma oportunidade a seus chacais quando alguns apoiadores vandalizaram o Capitólio. Mas a verdadeira razão é que a esquerda há muito tempo está faminta de restringir o discurso daqueles que se opõem a suas pautas de gênero e engenharia social. E a semana passada ofereceu ao “clube da ética”, expressão usada por nosso magistral colunista Guilherme Fiuza, o tipo de crise perfeita que seus integrantes entenderam que nunca deveria ser desperdiçado.

O mercado e a população reagiram diante de bizarro autoritarismo. Conservadores e liberais tentaram migrar para a rede Parler, mas o aplicativo para smartphones já havia sido excluído das lojas digitais da Apple e do Google e o contrato de hospedagem de dados na nuvem foi cancelado pela Amazon. Puf. Em menos de 30 horas, 13 milhões de usuários viraram pó.

A estratégia, hoje encampada abertamente pelas Big Techs, não é apenas ver um Trump derrotado, em fuga e sem controle do governo. Os gigantes da tecnologia não pretendem somente humilhar alguém que bateu de frente com o deep state e expôs o conluio de políticos com o capital privado de democratas e republicanos. Eles querem também restringir a capacidade de organização de seus oponentes. Calar Donald Trump não é suficiente. 
É preciso calar todo o movimento conservador e liberal por ele capitaneado, e exterminar a nova cara que ele deu ao Partido Republicano, com clara e direta conexão com a classe trabalhadora por meio de políticas públicas eficientes.

E aqueles que defendem a ideia de que essas plataformas são empresas privadas e “podem fazer o que bem entenderem”? Nós, brasileiros, pudemos testemunhar em nossa história recente o capital privado em conluio com o Estado de maneira nada republicana. Assistimos aos “campeões nacionais” aproveitando-se do suado dinheiro do contribuinte em operações casadas — e corruptas — com o poder estatal para o enriquecimento e o fortalecimento de monopólios.

Nos EUA, há mais de um século, ferrovias, telégrafos e a indústria de petróleo e energia criaram enormes monopólios. Junto com esse movimento, também produziram cartéis integrados. Então, usaram seus enormes lucros para dar presentes a políticos, controlar informações e destruir a competição. Muitos historiadores e economistas liberais norte-americanos comparam essas operações a polvos, cujos tentáculos estrangulam a liberdade e a honesta competição do livre mercado. Em reação, leis antitruste foram aprovadas e monopólios foram quebrados depois do Sherman Antitrust Act, de 1890.

Para os libertários mais inflamados, completamente avessos a quebras de monopólio com as leis antitruste, mesmo quando atropeladas por cartéis (e, aqui, as plataformas infringem diariamente a Seção 230 da Lei de Comunicações dos EUA — CDA), o próprio Murray Rothbard, economista da escola austríaca, afirma em seu livro Esquerda e Direita que o Estado interventor norte-americano não teria nascido com o New Deal, mas bem antes, na Era Progressista. Surpreendentemente, essa intervenção não teve origem por imposição de socialistas e comunistas, mas pelo interesse de grandes empresários na proteção estatal contra o laissez-faire. Teriam sido eles, e não os militantes socialistas, os grandes responsáveis pelo recuo do livre mercado nos Estados Unidos.

Há uma discussão pertinente em torno do assunto “leis antitruste”. E aqui, na Revista Oeste, jamais defenderemos mais intervenção do Estado e mais regulações. Jamais. No entanto, não pisamos atualmente em solo fértil, pronto para receber sangue e suor daqueles que ainda acreditam no American Dream. O que está diante de nossos olhos é um cenário em que políticos progressistas, Wall Street, Hollywood e a própria mídia estão todos do lado dos cartéis bilionários da tecnologia. A parceria com as Big Techs é politicamente útil e financeiramente lucrativa. Empresas que financiam campanhas políticas por todo o país para que legisladores eleitos com dinheiro delas aprovem leis que as favoreçam sempre.

Uma rápida olhada nos dados de financiamento de campanhas mostra que as contribuições de donos e funcionários das empresas de tecnologia foram em grande parte para Joe Biden. Funcionários da Alphabet, Amazon, Apple, Facebook, Microsoft e Oracle contribuíram com quase 20 vezes mais dinheiro para Biden do que para Trump desde o início de 2019. 
Oito pessoas do novo Comitê de Transição de Joe Biden estavam até pouco tempo atrás trabalhando para a cúpula de Mark Zuckerberg, dono do Facebook. De acordo com a Open Secrets, Alphabet, Microsoft, Amazon, Facebook e Apple respondem por cinco dos sete maiores doadores da campanha de Biden em 2019 e 2020.

Esse é o verdadeiro cenário de um oligopólio criado com o uso do Estado como agente de informação. É o retrato da América de hoje, onde uma pergunta é insistente — e proibida de ser feita: “Isso é livre mercado?”. A sensação é que os valores dos monopólios ferroviários e de petróleo do século 19 estão de volta, casados com o totalitarismo esquerdista do século 20 de George Orwell que lemos em 1984, e agora muito bem estruturados e alimentados pelo alcance instantâneo da internet do século 21.

Tudo é muito assustador, principalmente para uma nação que tem como um de seus pilares a liberdade de expressão aliada ao respeito às leis. No livro The Fourth Turning, de William Strauss e Neil Howe, somos instigados a analisar como a história mostra que sociedades ao longo de décadas com frequência trazem características muito parecidas, e como eventos distintos em épocas diferentes trazem ciclos similares. Depois de vermos os novos revolucionários jacobinos tentando amordaçar quem ousasse questionar os caminhos que o vírus chinês impôs, não me espantaria que os Robespierres que comandam a “nova revolução” e o que pode ser falado, ouvido e propagado acabem guilhotinados por seus pares.

Leia também a matéria “14 questões sobre o poder das Big Techs”

Ana Paula Henkel, comentarista política - Revista Oeste


sexta-feira, 3 de julho de 2020

Devassa - Eliane Cantanhêde

O Estado de S.Paulo


A guerra da PGR contra a Lava Jato está só começando e pode virar uma devassa
A guerra da Procuradoria-Geral da República (PGR) com a força-tarefa da Lava Jato está só começando, com troca de críticas em público e de acusações nos bastidores. Vem aí uma devassa numa operação anticorrupção que ganhou fama mundo afora, mobilizou o Brasil e, com a prisão de um ex-presidente, ex-governadores, ex-presidentes da Câmara e os maiores empreiteiros do País, gerou a esperança de que a lei valeria para todos.

Segundo o procurador-geral, Augusto Aras, em conversa ontem com a coluna, “não se trata de linchar quem quer que seja, até porque isso seria cair nos mesmos vícios”. Ele, porém, admite: “Mas é preciso corrigir rumos e seguir regras universais para todos os procuradores. Não podemos ter animais que são mais iguais do que os outros, como em A Revolução dos Bichos (George Orwell)”.

Aras não diz isso tão claramente quanto outros integrantes da PGR, mas a avaliação é de que a Lava Jato foi ótima, até “virarem a chave”. Ou seja, até os procuradores de Curitiba passarem a ultrapassar limites e driblar a falta de provas. Assim, há um “esgotamento” do modelo e é preciso transparência e tirar o excesso de poder e voluntarismo da Lava Jato, garantindo compartilhamento de dados e a participação da PGR. “Eu sou procurador-geral e não tenho o direito de saber o que acontece em Curitiba?”, reclama Aras. [convenhamos que é algo inaceitável, restringir o acesso do procurador-geral a uma operação;
tudo isso devido: boicote dos procuradores ao procurador-geral, devido o presidente da República não ter aceito a imposição que os membros do MPF pretendiam: escolher o chefe da PGR entre os escolhidos pelos que seriam chefiados pelo escolhido.
Transformaria o chefe da PGR em reféns dos subalternos e o a PGR em um sindicato.]

Isso cria mais uma situação estranha num ambiente político já tão estranho. A PGR de Aras, acusado de “bolsonarista”, faz um discurso semelhante ao do PT quando o foco é Lava Jato e Curitiba, algozes do ex-presidente Lula. Como ficam os petistas? 
Contra Aras, mas a favor da intervenção na Lava Jato? 
Ou contra tudo e todos?
Aliás, pouco se fala sobre isso, mas o procurador-geral tem tomado sucessivas decisões que contrariam o Planalto. Exemplos: no combate à pandemia; na denúncia contra o deputado Arthur Lira (PP), do Centrão e aliado do presidente Jair Bolsonaro; nas “apurações preliminares” sobre declarações do deputado Eduardo Bolsonaro e do general Augusto Heleno (GSI) com viés antidemocrático. O seu teste de fogo, porém, será denunciar ou não Bolsonaro por intervenção política na PF. [um procurador-geral, isento, imparcial, como se espera que Aras seja, só denuncia os que cometeram crimes e com base em provas.
Assim, para manter a isenção e imparcialidade dele esperadas,  Aras não tem elementos para denunciar o presidente.]

O fato é que as acusações da PGR contra a Lava Jato, e da Lava Jato contra a PGR, vão piorar, com forte questionamento a ações e decisões de Curitiba. Na lista, as delações premiadas. Na avaliação da PGR e outros órgãos de controle, as multas aplicadas aos delatores não chegam a 10% de um valor razoável e eles estão leves, livres, soltos – e nadando em dinheiro desviado. Na versão da Lava Jato, a intenção da PGR e do próprio Aras é destruir não só a operação, mas o próprio combate à corrupção. Eles dizem que é o oposto: retomar e aprofundar o combate à corrupção, que parou, em novas bases e práticas. Eles acusam a força-tarefa de ter engavetado 1.450 relatórios prontos, sem nenhuma consequência.

A lista da Lava Jato divulgada pelo site Poder 360, camuflando investigações indevidas contra os presidentes da Câmara (“Rodrigo Felinto”) e do Senado (“David Samuel”), foi só um aperitivo para tentar provar o uso de “métodos heterodoxos” da força-tarefa. Eles também não usavam simples gravadores, mas sim interceptadores. Ou seja: a PGR suspeita que grampeavam seus alvos sem autorização judicial. Nessa guerra, ninguém está totalmente certo nem errado, mas a previsão é de que, entre mortos e feridos, os mais atingidos sejam os líderes da Lava Jato que tanta esperança trouxeram ao Brasil. Aí se chega a Sérgio Moro, o inimigo número um do PT, que passou a ser também dos bolsonaristas e agora corre o risco de ver a Lava Jato, a maior operação de combate à corrupção da história, virar um sonho de verão – ou um pesadelo. [Moro não tem direito a reclamar, caso a operação que o projetou como paladino do combate ao crime vire um sonho de verão.
Afinal, a ambição desmedida de Moro, os efeitos da picada da 'mosca azul', transformaram o modelo de modalidade de milhões de brasileiros em sonho de verão.
A conduta desastrada de Moro, somada a sua ambição política desmedida, é que estão abrindo caminho para a destruição da Lava Jato.] 

Eliane Cantanhêde, jornalista - O Estado de S. Paulo