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quinta-feira, 29 de setembro de 2022

Pesquisa eleitoral faz mal para o coração - Gazeta do Povo

Vozes - Alexandre Garcia
 

2018 e 2022

Esta quinta-feira é Dia Mundial do Coração. É um dia destinado à prevenção de doenças cardíacas, porque o coração é o que mais mata no planeta Terra, segundo a Organização Mundial de Saúde: são 18 milhões de mortes por ano.  
Mas está difícil segurar o coração assim, dias antes da eleição mais animada e mais polarizada que eu já vi. O segundo turno entre Lula e Collor em 1989 foi bastante polarizado, mas agora está mais, até porque o eleitorado é muito maior: 156 milhões de brasileiros serão chamados às urnas obrigatoriamente.

Tem gente que está com coração aos pulos, porque acredita nas pesquisas. Mas vi no Twitter do Vinícius Mariano um levantamento de

Fulano de Tal estava em quarto lugar três dias antes da eleição e foi eleito. Outro, que estava em terceiro lugar, foi reeleito. Um estava em primeiro, bem longe dos outros, coisa de 50% a 10%, mas foi o de 10% que ganhou a eleição.

Para governador aconteceu a mesma coisa; alguns citados por ele foram Carlos Moisés, de Santa Catarina; Wilson Witzel, do Rio de Janeiro; e Romeu Zema, de Minas: estavam todos lá atrás, não tinham a menor chance cinco dias antes da eleição, segundo os grandes institutos de pesquisa.  
Para a Presidência, aquele que acabou eleito presidente perdia para todo mundo, só não perdia para Marina Silva, se não me engano. Ou seja, foi tudo um fiasco em 2018.

Alguém me explique: por que ainda tem quem acredite? Por masoquismo? Não sei. Muitos acreditam por interesse, pra usar como propaganda. Eles me pegaram em 2018, vão me pegar de novo só se eu permitir. Muito obrigado ao jornalista Vinícius Mariano, que fez esse levantamento para nos lembrar do que aconteceu em 2018.

Moraes mostra sala de totalização de votos
Na quarta-feira o presidente da Justiça Eleitoral, ministro Alexandre de Moraes, mostrou a sala de totalização ao ministro da Defesa, ao presidente do PL e a representantes dos outros partidos. 
Na verdade não é bem a sala de totalização; ali se monitora a chegada, porque depois há um computador maior que vai somar tudo. 
Funciona no terceiro andar de um majestoso e faraônico palácio, construído para abrigar uma Justiça Eleitoral que na verdade é um órgão administrativo para organizar uma eleição a cada dois anos. [que podiam ser realizadas a cada quatro anos, bastando para tanto juntar os prefeitos e vereadores - que são eleitos em uma eleição exclusiva - às eleições que vão de deputado estadual à presidente da República. Seria uma economia de no mínimo uns 30% a cada quatro anos - duas eleições em lugar das três atualmente.] Por isso que outros países não têm Justiça Eleitoral, são secretarias de Estado que fazem tudo, por exemplo, nos Estados Unidos, mas essa é uma outra questão.

Agora todos sabem quem é o padre Kelmon
Que estranho: peguei a agenda dos candidatos na quarta-feira e só um candidato, o atual presidente, candidato à reeleição, estava nas ruas: em Santos (SP), fazendo motociata. Os outros todos tinham compromissos fechados.

Não resta dúvida de que o debate no SBT deu projeção ao padre Kelmon. Ele não foi o grande vencedor, mas deu um salto. Todos passaram a saber quem é esse tal padre, que era vice na chapa do Roberto Jefferson. 
Mas Jefferson foi impedido de concorrer porque, mesmo sendo indultado, continua ficha-suja, assim como Daniel Silveira, que também que foi indultado e segue ficha-suja. O que não é o caso do ex-presidente, que foi condenado, [ = sentenças condenatórias confirmadas por 9 juízes diferentes e  em três instâncias = ladrão.]  em processos teve o processo anulado [não foi inocentado, um erro de CEP justificou a anulação.] e depois virou um ficha-limpa; segundo o Supremo, são questões diferentes.
 
São é coisas muito estranhas, que acabaram denunciadas no New York Times, levando o jornalista Claudio Humberto a observar que tudo o que o New York Times está denunciando não aparece na grande imprensa brasileira.  
Que mico, não? Que omissão, que coisa incrível. Sempre vi a grande imprensa brasileira se espelhar no New York Times, pois agora o New York Times está mostrando como se faz jornalismo.

Conteúdo editado por:Marcio Antonio Campos

Alexandre Garcia, colunista -  Gazeta do Povo - VOZES


sexta-feira, 2 de setembro de 2022

Bolsonaro e aliados se mobilizam para dar tom de comício ao 7 de Setembro

Os políticos mais próximos ao presidente não escondem a intenção de fazer do Dia da Independência um evento midiático capaz de gerar impacto nas urnas 

BOM PROVEITO - Bolsonaro recebe o coração de dom Pedro: tem campanha neste bicentenário -

 BOM PROVEITO - Bolsonaro recebe o coração de dom Pedro: tem campanha neste bicentenário - Evaristo Sa/AFP
Entre muitos lances políticos, a independência do Brasil, que neste ano completa seu bicentenário, foi marcada pelo primeiro confronto direto entre as tropas desde o primeiro momento leais a dom Pedro I e aquelas que optaram por seguir subordinadas à Coroa portuguesa. Nascia ali, junto com o país autônomo e soberano, o Exército nacional, e a partir de então é praxe que a comemoração oficial do 7 de Setembro tenha um tom nitidamente militar, com as Forças Armadas marchando e exibindo poderio diante de autoridades e da população.

Desde que chegou à Presidência, porém, Jair Bolsonaro, que é capitão reformado e cultiva afinidades com a cúpula fardada, tem procurado misturar a celebração da data com a de sua própria pessoa, convocando apoiadores para barulhentas manifestações de apoio — uma apropriação indébita que nem mesmo os generais da ditadura aproveitaram tanto. No ano passado, com o Planalto em confronto aberto com o Supremo Tribunal Federal, a exaltação cívico-bolsonarista foi especialmente ruidosa. Neste ano, a se julgar pelos preparativos, a expectativa é que o Dia da Independência se transforme no Dia de Bolsonaro Candidato e que a festa ganhe um tom de comício eleitoral.

CLAQUETE - Chamado às ruas: Frias, Negão e Pazuello (da esquerda para direita) lotam as redes de convocações para que manifestantes compareçam aos atos em Brasília e no Rio -

 CLAQUETE - Chamado às ruas: Frias, Negão e Pazuello (da esquerda para direita) lotam as redes de convocações para que manifestantes compareçam aos atos em Brasília e no Rio – Danilo M. Yoshioka/Futura Press; Marcos Corrêa/PR; Mauro PIMENTEL/AFP

O presidente vai marcar presença em pelo menos dois atos turbinados pelo comparecimento de seus eleitores. Em Brasília, pela manhã, assistirá ao tradicional desfile, com esperança de que bolsonaristas lotem a Esplanada gritando o slogan moldado nas redes sociais para este 7 de Setembro: “Eleições limpas já — Supremo é o povo”. A poucos metros dali, o coração de Pedro I, conservado em formol na cidade do Porto desde sua morte, em 1834, e trazido ao Brasil em homenagem um tanto mórbida ao bicentenário,[curioso que os restos mortais de Dom Pedro I, transladados em 1972 (Sesquicentenário da Independência),  em  homenagem, que não foi considerada mórbida pela imprensa. Será que o fato do presidente ser o 'capitão do povo'  motiva tal classificação?] não estará exposto para visitação no Palácio do Itamaraty. Mas o ponto alto dos festejos será à tarde, no Rio de Janeiro, cidade que é o berço político de Bolsonaro e onde ele precisa de um empurrão para encostar em Luiz Inácio Lula da Silva, à frente nas pesquisas (o governador Cláudio Castro, candidato à reeleição, pretende pegar uma palinha no palco-palanque).

(...) 

Por motivos que não revelou, o comando militar quis transferir o tradicional desfile na Avenida Presidente Vargas, no Centro, para Copacabana, um ponto muito mais vistoso e concorrido. A prefeitura invocou questões logísticas e não permitiu. Intrépida, a tropa resolveu então concentrar as comemorações no Forte de Copacabana, fincado em um extremo da mesma praia, área sob jurisdição do Exército.

À primeira vista, a comemoração será menos grandiosa, com disparos de canhão ao longo de todo o dia e hinos executados pela banda militar. 
Mas fora do forte as Forças Armadas estão armando um festival. 
A Aeronáutica preparou uma apresentação da Esquadrilha da Fumaça. Paraquedistas [Exército Brasileiro]vão se lançar de aviões e pousar na faixa de areia. 
A Marinha programou uma parada naval com seus principais navios de guerra e mais alguns de outros países, que vai singrar o mar do Recreio dos Bandeirantes ao Leme. “ [a velha imprensa, ou mídia militante, parece esquecer que se trata de uma DATA MAGNA da PÁTRIA AMADA = 200 anos da Independência do Brasil. Não criticaram o 4 julho 1976.] 
 arte 7 de setembro

(...)

As mensagens de bolsonaristas em torno dos atos do Dia da Independência (leia no quadro), presentes em 14 000 grupos de WhatsApp monitorados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), estão recheadas de críticas ao ministro Moraes, associam Lula à imagem de ex-presidiário [alguém está mentindo ou cometendo algum crime quando associa o descondenado petista (descondenado, não foi inocentado) a um ex-presidiário? ]e repisam a invenção de que haverá fraudes nas urnas eletrônicas. Pelo sim, pelo não, os integrantes do TSE e do STF estão agindo nos bastidores para isolar e impedir que o público e caminhões se aproximem das sedes dos tribunais, como quase ocorreu no ano passado, mobilizando a PM do Distrito Federal e treinando agentes para se infiltrar na multidão. Uma coisa é certa: no 7 de Setembro do bicentenário, o tradicional desfile militar ficará relevado a um tímido segundo plano.

Publicado em VEJA,  edição nº 2805, de 7 de setembro de 2022,

Em Política - VEJA - MATÉRIA COMPLETA


quarta-feira, 10 de agosto de 2022

É impossível derrubar o brasileiro- Alexandre Garcia

 É impossível derrubar o brasileiro. No pior ano da tentativa de quebrar o país, 2020, pelo fique em casa e a suspensão de direitos e garantias fundamentais, o FMI previu que o PIB brasileiro despencaria 9%. Caiu metade disso 

Está no Supremo Tribunal Federal (STF) um caso que é da Prefeitura do Rio de Janeiro: o local das comemorações da data nacional, neste ano festejando os 200 anos da Independência. 
Será na Avenida Presidente Vargas, no Centro, como tem sido, ou, desta vez, por sugestão do presidente Jair Bolsonaro (PL), na Avenida Atlântica, em Copacabana, como tem sido o Réveillon?

Mais uma vez, o partido Rede, que tem um senador e dois deputados, usa o STF como instrumento. Isso contraria o desejo expresso do presidente da Corte, Luiz Fux: "Essa prática tem exposto o Supremo a um protagonismo deletério, quando decide questões que deveriam ter sido decididas no Parlamento. Tanto quanto possível, os poderes Legislativo e Executivo devem resolver, interna corporis, seus próprios conflitos. Conclamo os atores do sistema de justiça aqui presentes para darmos um basta na judicialização vulgar e epidêmica de temas e conflitos em que a decisão política deva reinar". [levando inclusive o STF a legislar - o que é competência do Poder Legislativo - e, mais grave, legislar sobre matéria penal mediante analogia.] A conclamação vai completar dois anos no mês que vem.

Para dar ainda mais significado à comemoração, vai ser trazido de Portugal o coração do Príncipe Pedro, que proclamou a Independência. Ficará no Brasil por pouco tempo. Lembro-me de quando o corpo de Pedro I foi transferido ao Brasil, nas comemorações do Sesquicentenário da Independência — que cobri, pelo Jornal do Brasil. Passou por todas as capitais antes de ser depositado no Monumento do Ipiranga, no local onde ele gritou "Independência ou Morte!".

Era o ano de 1972 e estávamos desfrutando do milagre econômicoo Brasil crescia mais que a China. Em 1970, tricampeonato no México, PIB 10,4%; 1971, 11,34%; 1972, 11,94%; 1973, 13,97%! 
Eu era repórter econômico do JB e dou meu testemunho: não foi o presidente Emílio Médici nem o ministro Delfim Netto que causaram esse milagre, mas o otimismo e o entusiasmo do brasileiro.
 
É impossível derrubar o brasileiro. No pior ano da tentativa de quebrar o país, 2020, pelo fique em casa e a suspensão de direitos e garantias fundamentais, o FMI previu que o PIB brasileiro despencaria 9%. Caiu metade disso. 
Porque o brasileiro se levantou, sacudiu a poeira e deu a volta por cima. Agora, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que a pobreza extrema, que atingia 5,1% das famílias brasileiras, vai cair para 4% até o fim do ano — menos 22%.  
Enquanto isso, no mundo, a pobreza extrema sobe 15%.

A propagação do pânico que paralisa exigiu uma maior presença social do governo, e o Bolsa Família de R$ 30 bilhões/ano virou Auxílio Brasil e subiu para R$ 115 bilhões. Sem a corrupção institucionalizada, sobraram recursos para isso, mesmo com redução de impostos.

Depois do caos econômico do governo Dilma Rousseff, já foram recriados 4,5 milhões de empregos com carteira assinada e, mais do que isso, assim que a pandemia aliviou, criaram-se 3,4 milhões de empresas, por gente empreendedora que experimentou a perda de emprego e se tornou dona do próprio negócio.

É o brasileiro, de novo, otimista, entusiasta, empreendedor. No Nordeste, o milagre não é apenas das águas, é do nordestino. O empreendedorismo se repete: prefere, por exemplo, uma renda própria de R$ 5 mil a ter R$ 2 mil com carteira assinada. Indústrias de laticínios vendendo tudo; de confecções, produzindo em dois turnos e terceirizando; o consumo subiu e se buscam empregados.

Ontem começou o pagamento do auxílio de R$ 600 — dá mais um ânimo para quem precisa. O acolhimento popular do presidente no Nordeste tem sido sinal da situação. Julho registrou a menor inflação desde 1980 aliás, deflação de 0,68% no IPCA.

O ministro da Economia Paulo Guedes e o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, vão desfrutando dos resultados: inflação em queda por aqui, enquanto sobe nos Estados Unidos e Europa; PIB em alta por aqui, enquanto cai nas grandes economias. Mais razões para festejar o bicentenário do Brasil independente. [e para mais quatro anos de governo Bolsonaro = quando realmente terá condições de GOVERNAR = sem pandemia, sem boicote.]

 Alexandre Garcia, colunista - Correio Braziliense

 

quinta-feira, 21 de julho de 2022

5 benefícios da aveia amanhecida que faz bem ao coração (e emagrece)

Mistura do cereal e um líquido, a Overnight Oats é rica em fibras e tem receitas que bombam

Sucesso em receitas a aveia amanhecida, ou overnight oats, caiu no gosto popular. Mas o que explica tanto sucesso? Simples: além de ser uma excelente opção para incluir nas refeições – feita basicamente com a mistura do cereal e um líquido, geralmente leite, mas pode ser enriquecida com iogurtes, frutas e proteínas em pó – é rica em fibras e faz bem ao coração, intestino e pele.

“A mistura vai à geladeira por no mínimo 6 horas, mas leva esse nome porque pode ser feita de noite para ser consumida no dia seguinte. Se considerarmos somente a aveia, temos uma excelente fonte de fibras em um alimento que tem altas propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes”, diz a nutróloga Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN). “Preparada sem açúcar, a receita pode ser sofisticada e é muito flexível, de forma que o preparo pode incluir frutas, que são ótimas opções para a saúde metabólica, o iogurte, que conta com probióticos, e outros cereais, grãos ou sementes, enriquecendo o valor nutrológico dessa refeição. Além disso, como o preparo leva um líquido absorvido pela aveia (que incha) após as horas de geladeira, isso melhora a digestibilidade desse alimento”, explica a médica.

Abaixo, cinco benefícios da overnight oats na alimentação diária:

Melhora o trânsito intestinal: A grosso modo, a aveia alimenta as bactérias do bem que vivem no intestino, por isso são chamadas de alimentos prebióticos. “E muitos dos benefícios à saúde do organismo acontecem como consequência disso, já que a melhora da microbiota intestinal reduz o perfil inflamatório e aumenta a imunidade, o que traz benefícios ao coração, rins, pele, cabelos, e outros órgãos, além do cérebro”, diz a médica. 
A aveia e um bom consumo de água, faz bem ao trânsito intestinal, uma vez que, juntas, proporcionam um efeito esponja, ou seja, sugam o líquido e agem como um “gel” que, por consequência, facilita o amolecimento das fezes.

Diminui o risco de demência: Um estudo com mais de 3.500 adultos japoneses, publicado na revista Nutritional Neuroscience, mostrou que mesmo que o risco de desenvolver demência, incluindo a doença de Alzheimer, seja influenciado pela genética, a alimentação pode ser uma estratégia para modular a expressão dos genes. E uma peça vital na alimentação é a fibra solúvel. Quando pensamos em seguir uma dieta saudável, geralmente nos fixamos no que não deveríamos comer ou diminuir as porções. Outra estratégia é focar no que devemos comer – especialmente alimentos naturalmente ricos em fibras. A pesquisa mostrou que adultos que consumiam mais fibras, particularmente fibras solúveis, eram menos propensos a desenvolver demência”, afirma Marcella Garcez. “A aveia também é fonte de triptofano, aminoácido precursor da serotonina e da melatonina, que desempenham importantes papéis no sistema nervoso, como a liberação de alguns hormônios, a regulação do sono, a temperatura corporal, o apetite, o humor, a atividade motora e as funções cognitivas”, completa.

Faz bem ao coração, rins e fígado: As dietas ricas em fibras podem reduzir o risco de doenças cardíacas e derrames em até 30%, de acordo com um artigo de revisão publicado em 2019 pela The Lancet. “A aveia é um alimento rico em betaglucana, o que ajuda a diminuir os níveis de colesterol, a controlar o açúcar no sangue e reduzir o risco de doenças coronárias. Além disso, é antioxidante e, por isso, ajuda o corpo contra o dano oxidativo”, explica a nefrologista e intensivista Caroline Reigada, especialista em Medicina Intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira. Além disso, a receita que leva leite ou iogurte, alimentos ricos em cálcio, ajudam a evitar cálculos renais. Quanto ao fígado, Marcella cita um estudo da Universidade da Finlândia Oriental que descobriu que o farelo de aveia reduz o ganho de peso e a inflamação do fígado, por apoiar a microbiota intestinal benéfica e reduzir o metabolismo do colesterol. “O trabalho mostrou que a aveia modificou a função do receptor relacionado ao ácido biliar, produzido pelo fígado, o que levou a um melhor metabolismo do colesterol”, diz.

É aliada da saúde metabólica: Adicionar refeições diárias com aveia é uma forma de ajudar a saúde metabólica, reduzindo o risco de diabetes. “Além de manter os níveis de açúcar sob controle, a aveia ajuda a aumentar a saciedade, por aumentar a viscosidade do bolo alimentar, fazendo com que o alimento fique mais tempo no estômago”, explica Marcella. “Os benefícios da fibra para a saúde também incluem reduções no colesterol, pressão arterial e peso corporal”.

Evita e diminui inflamações de pele: Existe uma relação muito forte entre intestino e pele. “Nossa saúde intestinal afeta a saúde da nossa pele e melhorar seu microbioma intestinal é um caminho para uma pele melhor e mais saudável”, explica o dermatologista Daniel Cassiano, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Segundo o médico, o funcionamento do microbioma intestinal está intrinsecamente ligado à saúde da pele e é um dos principais reguladores. “O intestino desempenha um papel fundamental na regulação da renovação das células epiteliais, no reparo da exposição à luz UV, na hidratação da pele, no controle da velocidade de cicatrização de feridas e na influência do microbioma da pele”, explica o médico, acrescentando que a má saúde intestinal influencia a produção de citocinas pró-inflamatórias e células que suprimem o sistema imunológico. “Dessa forma, é seguro dizer que há muitos benefícios para a pele ao incluir a aveia na dieta. Iogurtes e frutas que podem contemplar a receita trazem benefício adicional”, completa Marcella.

Saúde -  Simone Blanes - VEJA


segunda-feira, 18 de julho de 2022

Querer lula na presidência equivale à mulher ingênua que opta a viver com um pilantra - Sérgio Alves de Oliveira

A tese que tento desenvolver é no sentido da similaridade entre a paixão e a união de uma mulher com um homem que lhe trará a desgraça, e a  escolha "democrática",de um presidente cujo perfil evidencia que  também causará  a desgraça de um povo .[que nada... o 'descondenado' é a alma mais honesta do mundo; apesar de condenador por vários crimes, por nove juízes, em três instâncias, foi descondenado devido ao fato que enviaram os processos para CEP errado.] Mas para que não sejamos alvo de insinuações maldosas  de "lacradores" de todo tipo,ou acusados de "marxista","feminista",ou seja lá o que for,a união a"dois" sobre a qual estamos cogitando é absolutamente independente do aspecto biológico "macho" e "fêmea".[de qualquer forma na linguagem neutra, versão mais científica, também não pode ser definida como entre um ser humano com vagina e outro ser humano com pênis.]
 
Por isso a "vítima" poderá ser também um homem,ou qualquer outra "coisa",ou "mistura". Somos pela total liberdade sexual de cada um, ou seja,como diriam  os franceses "chacun,chacun". Assim, cada qual "dá" o que gosta  e o que  sente vontade. E ninguém mais tem nada a ver com isso. Escolhemos a mulher (normal) como "vítima" nesse quadro hipotético,caso contrário teríamos que relacionar uma infinidade de "outros" tipos sexuais. E faltaria espaço nessa "democracia" dos costumes.
 
O eleitorado do "réu" Lula, nem importando se em quantidade capaz de elegê-lo presidente em outubro próximo, ou não, tem uma característica muito parecida à da mulher que se apaixona por um sujeito que todos sabem que não presta; Todo mundo  sabe,que o sujeito não vale nada,"menos" a própria mulher "vítima", a mulher apaixonada..
Comumente esse tipo de atração é ditada mais pelo coração e pelos sentimentos de satisfação e de  prazer do que pela razão propriamente dita.
 
Geralmente a mulher tomada pelo "vírus-do-amor" fica absolutamente insensível ante todos os questionamentos e eventuais conselhos para que se afaste do seu "amado". E desse modo evite infelicitar a sua vida. Deve ser daí a origem da expressão "o amor é cego".Que dá direito a apaixonar-se por qualquer "pilantra". E todos devem ter exemplos bem claros desse tipo de situação à sua volta.
 
Certamente não é desprovido de algum fundamento o apelido dado a Lula da Silva de "encantador de burros". E esse é o grande perigo de uma (pseudo)democracia,ou de uma "democracia" mal-formada,deturpada,"mascarada",que às vezes pode trazer mais prejuízos e infelicidade a um povo do que um governo reconhecidamente  ditatorial, absolutista. [a democracia à brasileira é a única que a pretexto de preservá-la certas autoridades violam seus princípios  - uma democracia que no entendimento de algumas autoridades tem que ser destruída para continuar presente.]
Nelson Rodrigues deixou imortalizadas duas frases respeitantes à democracia:(1)"a maior desgraça da democracia é que ela traz à tona a força numérica dos idiotas,que são a maioria da humanidade",e (2) "os idiotas vão tomar conta do mundo,não pela capacidade,mas pela quantidade.Eles são muitos".
 
Mas uma mulher ingênua, "burra", que se apaixona por um pilantra qualquer e passa a ter  uma vida em comum com ele tem muito mais facilidade de se "livrar" do "problema"  do que um povo que "casa" eleitoralmente com alguém e a ele fica  preso por regras jurídicas rígidas durante um certo tempo,e que seria o "preço" pago por esse povo para ter essa "democracia",mesmo que corrompida. [o pior é que o povo mesmo sentindo na pele as consequência da INcompetência e autoritarismo do governante, nas eleições usa o dedo podre para tentar reeleger o algoz; é um risco que o DF está correndo: Ibaneis, INcompetente e autoritário governador pretende ser reeleito e há o risco dos 'dedos podres', também chamados de idiotas,  o reelegeram. 
A salvação do DF está no retorno do Arruda que tem votos para tratorar o defensor do povo de Correntes - PI.]
Será que os idiotas serão maioria nas eleições de outubro de 2022, enquadrando os brasileiros,vergonhosamente, perante os olhos de todo o mundo - a minoria injustamente- nas trágicas definições de Nelson Rodrigues?
 

Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo
 

 

terça-feira, 21 de junho de 2022

Infarto e AVC: como prestar os primeiros socorros - Os minutos que podem salvar uma vida - Ludhmila Hajjar

O Globo

Emergência

Ter um familiar ou um amigo que de repente sofre um mal súbito é uma cena que infelizmente todos podemos vivenciar. Todos os dias, pelo menos mil brasileiros morrem devido a doenças cardiovasculares, sendo as mais frequentes o acidente vascular cerebral (AVC) e o infarto agudo do miocárdio
A morte e as sequelas ocorrem porque repentinamente o sangue e o oxigênio deixam de irrigar o cérebro no caso do AVC ou derrame e o coração no caso do infarto, e quanto antes o fluxo for restabelecido, maior é a chance de sobrevida e de recuperação do paciente. 
A medicina hoje reconhece esses problemas como doenças tempo-sensíveis ou tempo-dependentes, pois quanto antes houver o socorro e o atendimento adequado, melhores serão os resultados para a retomada da vida com qualidade.

Ataque cardíaco exige ações rápidas de socorro

As doenças cardiovasculares são um problema de saúde pública mundial e após a pandemia pela Covid-19, esses números têm crescido. Estima-se que até 2040 haverá aumento de até 250% dessas doenças no país. Hoje, a cada minuto uma pessoa sofre um AVC ou um infarto agudo do miocárdio. É válido chamar a atenção que metade desses problemas pode ser evitado com medidas simples de prevenção e mudanças dos hábitos de vida.

Sinais de alerta podem auxiliar na busca rápida e eficiente por assistência médica diante de um quadro de doença aguda cardiovascular.  

Devemos estar atentos aos sinais e sintomas que podem sugerir o início de um infarto: dor no peito especialmente do lado esquerdo do tórax, mal-estar com sudorese excessiva, palpitações, náuseas e fadiga após exercício físico, falta de ar, dor abdominal, sensação de tontura ou desmaio.

Herpes-zóster: Novo imunizante contra a doença chega ao Brasil e impulsiona discussão sobre vacinação

Gustavo Guimarães: Câncer — quando apenas observar é a opção

Os sinais e sintomas que podem sugerir o AVC ou derrame cerebral são: dificuldade para falar e entender o que outros estão falando; paralisia ou dormência no rosto, braço ou perna, em apenas um lado do corpo; dor de cabeça súbita e intensa; tontura que pode ser acompanhada por vômitos; dificuldade para engolir e perda da coordenação motora. 

Nos casos mais graves, pode haver perda súbita da consciência e o paciente rapidamente apresenta um desmaio seguido de parada cardiorrespiratória.

Devemos agir com calma, porém com eficiência e rapidez, desde a detecção do problema até a instituição de medidas intra-hospitalares. 
Ao nos depararmos com esse quadro clínico, devemos chamar uma ambulância, ligando para o número 192 (SAMU) ou para uma ambulância particular, informando os sintomas da pessoa, o local do ocorrido e o telefone de contato. 
 
Ao mesmo tempo, deve-se deitar a pessoa de lado, com a cabeça ligeiramente elevada e apoiada, para evitar que a língua obstrua a garganta ou que a pessoa se engasgue caso desmaie e vomite. 
Se possível, recomenda-se desapertar as roupas, cobrir a pessoa com um cobertor, não oferecer comida ou bebida para evitar engasgos e deve-se tentar identificar as queixas da pessoa tentando saber se tem alguma doença ou se faz uso de medicamento e ao mesmo tempo aguardar pelo socorro, observando se a pessoa está consciente.
 
Se a pessoa ficar inconsciente e parar de respirar, é importante iniciar a massagem cardíaca, apoiando uma mão sobre a outra, mantendo os braços esticados e utilizando o peso do próprio corpo. O ideal é fazer 100 a 120 compressões por minuto e fazer duas respirações boca-a-boca, a cada 30 massagens cardíacas.  
É preciso manter as manobras de reanimação, até que chegue a ambulância. Na suspeita forte de infarto, pode-se já oferecer 200 mg de aspirina macerada em água se a pessoa estiver consciente. Em locais nos quais há desfibrilador externo e pessoas habilitadas, recomenda-se a monitorização, a detecção do ritmo e o uso do mesmo para a realização do choque nos casos de arritmias malignas.

Ao chegar no hospital, o atendimento pela equipe multiprofissional deve ser eficaz e rápido, com o cumprimento de protocolos já bem estabelecidos.

Receita de médico - O Globo

 

segunda-feira, 16 de maio de 2022

Alexandre de Moraes tem razão: com ou sem voz na Internet, somos uns imbecis - Gazeta do Povo

Paulo Polzonoff Jr.

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra. (Mateus 5:5)


Alexandre de Moraes, ministro do STF, grão-vizir da Suprema Hermenêutica, czar da Liberdade de Expressão e senhor dos Misteriosos Conluios, subiu em seu trono de ouro no alto da torre de marfim, vestiu a toga de tecido especialíssimo e com poderes inimagináveis, deu um beijo em Têmis, aquela safadinha, e, emulando Umberto Eco (de quem nunca ouviu falar), proclamou majestosa e arrogantemente, como lhe convém: “a Internet deu voz aos imbecis”.

“Espelho, espelho meu. Existe alguém menos imbecil do que eu?”

“Espelho, espelho meu. Existe alguém menos imbecil do que eu?” - Foto: STF

Tem razão, o mais magnânimo entre os magnânimos. Somos mesmo uns imbecis. Uns parvos, um pascácios, uns lerdos, uns palermas, uns tontos, uns bobos, uns néscios, uns idiotas. Uns mansos que, apalermados, assistimos aos arbítrios de autoridades calvas de bom-senso. E no máximo damos uns chiliquezinhos nas redes sociais e voltamos a jantar, ocupados apenas em nascer e morrer.

Lula em “modo demolição”
Autonomia universitária é usada como “desculpa” para militância de esquerda                                                                             


E foi mesmo a Internet, essa monstruosidade que uns escrevem com inicial maiúscula e outros com minúscula, essa ágora ruidosa, caótica, confusa e anárquica que nos seduz com sua promessa de informação, amizade e humor, esse sonho que tem seus momentos de pesadelo e esse pesadelo que tem seus momentos de sonho, que deu voz tanto ao suprassumo da Humanidade, personificado em Alexandre de Moraes, quanto à ralé. Isto é, a nós, os imbecis.

Nós, os imbecis
Nós, os imbecis que trabalhamos duro, quando há trabalho, e vemos todos os meses um terço de nosso salário desviado para saciar a fome de lagostas dos privilegiados. Nós, os imbecis que não sabemos, podemos ou queremos usar mesóclise para prender arbitrariamente aqueles que nos contrariam. Nós, os imbecis que não pretendemos ser sumidades em nada e que olhamos para os ícaros togados com o coração na mão, porque sabemos que é uma questão de tempo para eles se darem conta de que chegaram perto demais do Sol.

Polo é carro para homossexuais. E não há nada de mau nisso
Alô, é da livraria? Quero dois livros de negro, um de amarelo e um de branco


Nós, os imbecis que ainda acreditamos em abstrações políticas cada vez mais desprovidas de sentido, porque assim nos foi ensinado e, sinceramente, não há muita alternativa. Nós, os imbecis que insistimos em fazer mesuras a uma democracia em frangalhos. Nós, os imbecis tão imbecis que um dia ouvimos da professora que a República tem três poderes independentes e harmoniosos, decoramos a lição e tiramos 10 na prova. Nós, os imbecis que damos razão ao que dizem os livros, não a realidade.

Nós, os imbecis que em outubro próximo sairemos de casa para votar, débil e imbecilmente crendo que nossa vontade, reduzida a uma dezena digitada numa torradeira de luxo, será de fato respeitada. Nós, os imbecis que ouvimos o pirililili das urnas como quem faz uma oferenda ao Estado. Nós, os imbecis que confiamos porque não temos outra opção. Nós, os imbecis que nos perguntamos agora: "ou será que temos?".

Nós, os imbecis que fingimos viver sob os auspícios do que o sociedade ocidental tem de melhor e que há dois séculos e meio saímos por aí gritando slogans que falam de liberdade, igualdade e fraternidade. Nós, os imbecis que seguimos com a nossa vida, aqui e ali nos desviando de deliciosos pecados. Nós, os imbecis que babamos na camisa para nos dizer livres enquanto somos dia após dia açoitados pelo douto maquiavelismo mau-caráter de um imbecil que não se sabe e assim não se vê, mas que também é. Ah, se é!

Nós, os imbecis que nos sabemos assim, cheios de defeitos, de ignoranças, de lógicas tortas, suscetíveis a falácias e cantos das mais belas sereias - e até de sereias nem tão belas assim. Nós, os imbecis que não queremos deixar de ser, até porque sabemos que é impossível. Nós, os imbecis que nos enganamos e agimos e falamos como se não houvesse morte e fim e Juízo. Nós.

Nós, os imbecis que ainda mantemos uma nesguinha de esperança de ver a torre de marfim em breve ruir, lançando no vazio da história esses homens e mulheres minúsculos que, embriagados de uma sensação falsa e fugaz de grandeza e onipotência, se deixaram seduzir pela lábia demoníaca e sonham controlar essa porção do mundo habitada por nós, os imbecis.
Desculpe, mas deixei de confiar no sistema eleitoral brasileiro

Paulo Polzonoff Jr., colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

quarta-feira, 11 de maio de 2022

Reajuste para o Judiciário custaria R$ 828 milhões aos cofres públicos - O Globo

Malu Gaspar

Orçamento

O presidente Jair Bolsonaro ainda não decidiu se vai reajustar os servidores públicos. Mas, se for fazê-lo, vai ter de desembolsar R$ 828 milhões só com os salários do Judiciário neste ano. 

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A informação consta de um ofício obtido pela coluna e assinado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux. O documento é uma resposta de Fux à consulta da Casa Civil sobre o interesse do Poder Judiciário de ser contemplado no reajuste de 5% para os servidores.  Isso porque a lei determina que o reajuste tem que ser isonômico. Ou seja, se aumentar em 5% o salário de todos os servidores, o governo também terá que reajustar os do Judiciário. 

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A divulgação da  informação de que o governo daria um reajuste salarial de 5% a todos os servidores públicos foi fundamental para Jair Bolsonaro conter o movimento grevista que ameaçava parar a Esplanada dos Ministérios no início de abril, em pleno ano eleitoral.

Só que o custo é alto, e o próprio Bolsonaro disse depois que o reajuste estava em impasse porque a proposta do governo “desagrada a todo mundo”.  Para ser válido ainda para este ano, o reajuste precisa ser aprovado no Congresso e incluído no contracheque dos servidores até primeiro de julho. Mas a proposta do governo ainda não foi  nem enviada ao Parlamento. 

O cálculo enviado por Fux à Casa Civil  mostra que, dos órgãos do Judiciário, a Justiça do Trabalho responderia pela  maior parte do impacto do reajuste (R$ 326,6 milhões), seguida pela Justiça Federal (R$ 279 milhões) e pela Justiça Eleitoral (R$ 121,2 milhões). As estimativas foram feitas considerando a vigência da medida a partir de julho. No Supremo, o impacto é de R$ 8,4 milhões. Para viabilizar o reajuste, Fux propõe o remanejamento de recursos e o corte de despesas discricionárias. [lembrete: Justiça Eleitoral e Justiça do Trabalho são criações exclusivas do Brasil; O impacto do Supremo se refere apenas aos servidores que trabalham no STF, para atender às demandas do Supremo e dos seus onze ministros  - a sede em Brasília. As demais justiças estão distribuídas por todo território nacional.]

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O impacto desses aumentos sobre as contas públicas vem dividindo o governo sobre a melhor solução a ser adotada. O próprio Bolsonaro resumiu o dilema em  entrevista a uma rádio de Cuiabá no último dia 29. “Alguns falam: 'então dá zero'", disse o presidente. "Não, a gente não pode fazer isso aí, porque tem gente que, se for nessa linha, 5% interessa para eles. Você pode ver, nos dois últimos meses a inflação passou de 3%. Então, negócio está pegando pesando em todo mundo.”

A inflação se tornou uma dor de cabeça para o chefe do Executivo, que precisa da recuperação da economia e da contenção da alta dos preços para garantir a sua reeleição. Levantamento da empresa de consultoria Quaest divulgado nesta quarta-feira aponta que a economia é o principal problema para os brasileiros, na opinião de 50% dos entrevistados.

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Mas ministros do Supremo ouvidos pela coluna consideram que o reajuste para o Judiciário é “inevitável” com a revisão geral dos salários dos servidores da administração pública federal.  
Para dois integrantes da Corte, a Constituição permite  ao presidente da República fazer a revisão geral dos salários, inclusive do Judiciário, sem necessidade de envio de uma proposta por parte do STF.
 
Malu Gaspar, colunista - O Globo  
 

terça-feira, 3 de maio de 2022

Escolha de novo ministro do TSE pode abrir nova crise com Bolsonaro

TENSÃO ENTRE PODERES

Por Rafael Moraes Moura

Em meio aos ataques do presidente Jair Bolsonaro e das Forças Armadas, o Supremo Tribunal Federal se prepara para comprar uma nova briga com o presidente da República. 

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O STF fará uma votação nesta quarta-feira (4) para escolher três indicados da corte para a vaga de ministro-substituto aberta no Tribunal Superior Eleitoral. Pela Constituição, é o presidente da República quem escolhe os ministros para essa vaga, a partir de uma lista tríplice enviada pelo Supremo. [não vemos motivo para crise; pela Constituição é o presidente da República quem escolhe os ministros, a partir de uma lista tríplice elaborada pelo STF. Jogando dentro das 'quatro linhas' o STF elabora a lista e o presidente escolhe um nome - por óbvio, a ordem de apresentação dos candidatos na lista não expressa preferência (caso expressasse seria sem sentido ser uma lista tríplice) - que será o ministro.]

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A escolha é sensível porque em anos eleitorais os ministros substitutos costumam ficar responsáveis pela análise de questões urgentes de propaganda durante a campanha eleitoral.  Foi o substituto Raul Araújo, por exemplo, quem proibiu manifestações políticas durante o festival Lollapalooza – e depois arquivou o caso.

A lista com os quatro nomes [sic]  a serem avaliados pelo plenário foi elaborada pelos membros do Supremo que hoje integram o TSE: o presidente, Edson Fachin, o vice-presidente, Alexandre de Moraes, e Ricardo Lewandowski.

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Só que, a menos que a votação – que é secreta – produza alguma surpresa, Bolsonaro terá de escolher entre juristas que já se meteram em polêmicas, saíram em defesa dos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff (PT), contam com “padrinhos indesejados” e até deram manifestações duras contra aliados de Bolsonaro.

O favorito nas bolsas de apostas tanto no STF como no TSE, é o professor de direito econômico da USP, André Ramos Tavares, que integrou a Comissão de Ética Pública da Presidência da República  entre 2018 e 2021. Entre 2020 e 2021, foi presidente da comissão. 

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Tavares elaborou pareceres encomendados pelo PT defendendo Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva em duas ocasiões críticas. A primeira foi em outubro de 2015, quando ele escreveu, a respeito do processo de impeachment: “Não haverá mais democracia no Brasil pós-1988 em virtude de eventual sucesso na banalização do processo de impeachment, com sua abertura em face da Presidente Dilma Rousseff”. 

Em agosto de 2018, ele fez um parecer favorável ao registro de candidatura de Lula à presidência. Lula tinha sido enquadrado na Lei da Ficha Limpa após ser condenado e preso no âmbito da Operação Lava Jato e foi considerado inelegível pelo TSE.[caso o Tavares seja eleito será apenas para garantir sua presença na lista - supõe-se que constarão da lista os nomes dos três primeiros colocados, mas dos três listados, o presidente Bolsonaro escolherá o que ele quiser.]

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Na ocasião, o jurista afirmou que a manifestação do Comitê de Direitos Humanos da ONU a favor do registro de Lula era suficiente para afastar a inelegibilidade. Naquele julgamento, apenas Fachin concordou com a tese. A candidatura lulista foi barrada por 6 votos a 1. O advogado também já se manifestou contra a proposta de redução da maioridade penal de 18 para 16 anos, uma das bandeiras políticas de Bolsonaro.

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Mas não é só Tavares que tem no currículo posições diametralmente opostas aos interesses do atual ocupante do Palácio do Planalto. Na lista enviada pelos ministros para o plenário do Supremo está a ativista anti-racismo Vera Lúcia Santana Araújo, integrante da Executiva Nacional da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) e do grupo Prerrogativas, ligado a Lula. 

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Em meados de abril, Vera usou a conta pessoal no Instagram para divulgar uma agenda de Lula no acampamento Terra Livre – e atacou duramente o campo ideológico do presidente da República. “O bolsonarismo estupra crianças indígenas. Lula fortalece a luta dos povos indígenas. Tá aí a diferença”, escreveu Vera em 12 de abril. A pré-lista de Fachin foi divulgada duas semanas depois.[essa senhora errou na companhia da ministra do STF que usou vários minutos de uma sessão da Suprema Corte para condenar um estupro que não ocorreu. Nos parece que o senhor Tavares e a senhora Vera possuem uma certa facilidade em expressar, em redes sociais ou pareceres, ideias que não prosperam.]

Já a advogada Rogéria Dotti, que também aparece na pré-lista do TSE, assinou em maio de 2020 um manifesto pedindo que as Forças Armadas respeitem a democracia e rejeitando intervenção militar. 

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"Os poderes da República são o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, e somente estes! Às Forças Armadas não se atribuem prerrogativas de poder constitucional (...) nem agregam o papel de poder moderador entre os poderes”, dizia o manifesto.

O quarto nome, o advogado Fabrício Medeiros, é quem mais tem experiência no ramo do direito eleitoral. Mas não são poucos os bolsonaristas que torcem o nariz para suas conexões pessoais. Ele é apoiado por Alexandre de Moraes e defende não só o União Brasil  (ex-DEM) como também o ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia. “André Tavares é um nome de consenso, enquanto Fabrício tem duas digitais ruins: Alexandre e Rodrigo Maia”, diz um ministro do TSE  ouvido reservadamente pela coluna. 

Medeiros, porém, vem trabalhando para reduzir essas resistências: nas últimas semanas, procurou o apoio de ex-ministros de Bolsonaro que já passaram pelo DEM, como Onyx Lorenzoni e Tereza Cristina. Os dois prometeram interceder a seu favor.

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Como a lista que o STF enviará a Bolsonaro tem que ter três juristas, a votação vai excluir pelo menos um dos quatro nomes de fora – e pode trazer surpresas, se algum outro candidato despontar na etapa final da disputa.  Ministros e auxiliares que acompanham as articulações de bastidores já identificaram a movimentação de um candidato que foi escanteado na lista inicial do TSE, mas corre por fora, e com o apoio do bolsonarismo: o advogado eleitoral Gustavo Severo.

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Conhecido por realizar almoços e jantares que reúnem em sua mansão a cúpula dos três poderes, Severo é próximo do clã Bolsonaro e conta com dois importantes aliados no STF: os ministros Kassio Nunes Marques e Dias Toffoli. 

Mas o grupo de Fachin e Moraes já percebeu a movimentação de Severo e vem conversando com os outros ministros para impedir que ele consiga “furar a lista”. Um dos receios no STF é que os quatro nomes dividam votos entre si, abrindo espaço para Severo.

Procurados pela Coluna, Tavares, Dotti, Medeiros e Severo não se manifestaram. Vera Lúcia, por sua vez, alegou que “crimes de estupro contra as mulheres, sem poupar sequer crianças e adolescentes, inclusive indígenas, levou a pronunciamentos da ministra Carmen Lúcia e outros ministros do STF, em sessão pública”. [esse pronunciamento da suprema ministra é que colocou água no chope.]

“O termo bolsonarismo já  designa uma corrente política da sociedade, que se situa ideologicamente à extrema-direita, não se vinculando a algum ato específico do presidente”, justificou.

Malu Gaspar, colunista - O Globo


domingo, 1 de maio de 2022

Guerra contra a liberdade - O Estado de S. Paulo

J. R. Guzzo

Trata-se de ataque travestido na ideia de ‘aprimorar’ o sistema de liberdades individuais e públicas

A liberdade está ameaçada neste momento no Brasil – mais do que em qualquer outra época da sua história moderna. O aspecto mais maligno desta ameaça é que seus autores não são mais “os militares”, ou os defensores de regimes totalitários. Trata-se de um ataque oculto, travestido na ideia geral de que é preciso “aprimorar” o sistema de liberdades individuais e públicas e que é conduzido, justamente, por aqueles que se apresentam como os maiores defensores da democracia neste país. 

O que se tem aqui é um esforço para desmontar o conjunto das liberdades. Não é uma demolição; é um desmanche. É, também, um movimento mundial. Seus genes estão nas áreas de “ciências humanas” da universidade do primeiro mundo, sobretudo a americana. O Brasil, aí, não tem capacidade instalada para criar algum pensamento original; traduz e repete o que ouve. A perversão, porém, continua a mesma. 

O coração dessa guerra silenciosa está numa proposição supostamente virtuosa: a de que é preciso melhorar a liberdade, como ela é entendida hoje, para que os seus benefícios se tornem mais “justos”, “igualitários e “universais”. Basicamente, acredita-se que muita gente está excluída, por exemplo, da liberdade de expressão, por não dispor de meios, de recursos financeiros ou de oportunidades para se expressar. Seria preciso, então, modificar o conceito de liberdade, para que um número maior de pessoas possa desfrutar dela.

O problema, para começar, está num fato essencial da vida como ela é: todas as vezes que se tenta melhorar a liberdade, principalmente através de leis, a liberdade diminui de tamanho. Não há registro de nenhum caso em contrário. Pior que isso é o veneno embutido na ideia de que a liberdade é um valor que interessa a alguns, não a todos.

As questões-chave dos promotores dessa visão do mundo são aquelas que aparecem todas as vezes em que se pretende reduzir os efeitos positivos de algum direito. “A quem interessa a liberdade de expressão?”, perguntam. “Quem está tirando proveito dela?” Ou então, mais agressivamente: “Para o que ela serve?” Conclusão: o exercício da liberdade, para interessar “a todos”, tem de ser controlado. Por quem? Pelo Estado, é claro – e aí se encontra a razão final de toda essa conversa. É a ideia que continua a encantar as classes intelectuais: vamos melhorar o mundo chamando o governo, sobretudo se o governo somos nós. É melhor entregar essas coisas a repartições públicas chefiadas por pessoas inteligentes, imparciais e bondosas, que vão cuidar da população muito melhor do que ela seria capaz de cuidar de si própria. Nós pensamos melhor que você. Nós pensamos por todos.

J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo 

 

sábado, 26 de março de 2022

O drama dos ucranianos “trans” barrados na fila de refugiados - Gazeta do Povo

Luciano Trigo

Com raras exceções, homens de 18 a 60 anos estão proibidos de deixar a Ucrânia enquanto durar a guerra, porque precisam ficar disponíveis para combater o invasor russo. 
É uma situação comum nas guerras: os homens podem ser convocados para lutar e, portanto, não podem deixar o país em busca de segurança. Mulheres e crianças podem.

                                       Foto: Reprodução Instagram

É o que está acontecendo na Ucrânia: um mês após o início do conflito, o número de refugiados já passa de 3,6 milhões, segundo o Acnur, o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados. A Polônia é o destino mais frequente, já tendo acolhido mais de 2 milhões de ucranianos. A imensa maioria desses refugiados é composta por mulheres, idosos e crianças.

Daí as imagens, de partir o coração, mostrando pais de família se despedindo das esposas e filhos que podem deixar o país, bem como as filas de refugiadas na fronteira – que foram, aliás, objeto de comentários sem noção de um deputado brasileiro em visita ao país (comentários que, nas redes sociais e na mídia do ódio do bem, se tornaram um escândalo maior que a guerra).

Imagens de despedidas assim também aconteceriam no Brasil, onde o serviço militar é obrigatório para os homens – que, mesmo quando são dispensados, se tornam reservistas e podem ser convocados a lutar em defesa da pátria, na hipótese de uma eventual invasão pelas forças armadas de um país vizinho. Mulheres e crianças poderiam deixar o país.

Ora, ao longo da História da civilização, os homens nunca acharam injusto esse tratamento desigual, ao contrário: sempre foi algo auto-evidente que a segurança e a proteção de mulheres e crianças vêm na frente. São os homens que vão para a guerra, e as mulheres nunca reclamaram disso – e estão certíssimas.

Tenho a convicção de que nenhum soldado ucraniano no front gostaria que suas mulheres e filhos estivessem ao seu lado, expostos a tiros e bombardeios – porque, justamente, defender a pátria, para um soldado, significa, também, defender sua família.

Guerra afeta a mesa do brasileiro: pão, massa e biscoito vão ficar mais caros 

O gás natural russo e a guerra energética da Europa

Pois bem, leio que a guerra na Ucrânia está confrontando a agenda identitária das minorias trans, o que lança algumas questões éticas sobre o tema. Escrevo sem nenhuma ironia e consciente de que qualquer pessoa que integre uma minoria – qualquer minoria – já sofreu com o preconceito e passou por situações de intolerância que uma pessoa “comum” sequer imagina. Isso posto, vamos ao que está acontecendo na Ucrânia.

Ou bem se luta por direitos iguais
, por uma situação na qual não faça nenhuma diferença pertencer ou não a uma minoria, ou a luta será para trocar de lugar com o opressor

A primeira situação é a de homens trans (mulheres biológicas que se identificam como homens). Como o registro na carteira de identidade indica que eles (elas? elus?) são mulheres, essas pessoas estariam formalmente autorizadas a deixar o país, mesmo tendo optado pela identidade masculina - e supostamente aceitando os ônus e os bônus de ser homem.

Ignoro o número de homens trans na Ucrânia, bem como quantos se valeram da prerrogativa do sexo biológico para escapar da guerra, ou quantos foram coerentes com suas escolhas e permaneceram para defender seu país. Mas, seguramente, contribuiria para a popularidade da bandeira trans se os homens trans ucranianos ficassem para lutar, já que querem ser reconhecidos e tratados como homens.

A segunda situação está gerando mais controvérsia: são as mulheres trans, homens biológicos que se identificam como mulheres. Nesta semana, li reportagens como esta e esta, algumas criticando o fato de que o governo ucraniano está proibindo a saída do país dessas pessoas.

Os guardas da fronteira estariam ordenando que elas (eles? elus?) deem meia-volta e lutem pelo seu país.   
Seria uma forma de discriminação, alega-se. Mas as leis marciais na Ucrânia são claras: homens biológicos com idade entre 18 e 60 anos devem ficar e lutar. As leis não abrem exceção para mulheres trans. Para os guardas da fronteira, são apenas homens tentando fugir do seu dever.

O que dá para concluir daí?

Primeiro, que a vida real é muito diferente das narrativas das redes sociais e da grande mídia. 
Um guarda de fronteira ucraniano, que possivelmente já perdeu parentes na guerra, pode se sentir indignado ao ver um homem biológico, ou uma “pessoa com pênis”, querer fugir do país pela simples motivo de se sentir mulher; mas, nas redes sociais, este guarda seria seguramente cancelado pelos militantes do ódio do bem que nunca viram uma guerra de perto.

Segundo, que o problema aumenta e se torna mais complicado quando as minorias lutam não pela igualdade de direitos, por tolerância e respeito, mas por um tratamento diferenciado e compensatório – que também pode ser interpretado como privilégio.

Ou bem se luta para que não faça nenhuma diferença pertencer ou não a uma minoria, ou seja, por uma situação em que ninguém pode ser prejudicado, nem beneficiado, por pertencer a um determinado grupo, ou a luta será para trocar de lugar com o opressor e adotar a mesma prática que se afirma combater, isto é, a de supor que, pelo acaso de ter nascido rico ou pobre, homem ou mulher, ou pertencendo a tal ou qual etnia, ou ainda, por escolher ser gay ou hetero, eu tenho direito a vantagens e benefícios que as outras pessoas não têm.

Quem está com a razão, o guarda de fronteira ou Zi Faamelu e outros ucranianos trans que querem deixar o país? Resposta: é impossível chegar a um consenso, porque vivemos em um mundo que escolheu abrir mão de algumas premissas básicas para a vida em sociedade, como o reconhecimento das diferenças biológicas entre homens e mulheres (o que não tem nada a ver com a orientação sexual de cada um). Isso funciona na mídia e nas redes sociais. Na realidade dura e crua de uma guerra, não. [ao nosso ver o 'guarda de fronteira' e quem se  recusar a lutar deve ser sumariamente fuzilado - pena reservada aos desertores. Certa ou errada, com ou sem o ex-comediante, a Ucrânia está guerra e as leis de guerra devem ser aplicadas. Desertores estão entre as coisas mais rejeitadas em um país em guerra.] 

Luciano Trigo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


 

quarta-feira, 3 de novembro de 2021

A Pfolia da Pfizer - Guilherme Fiuza

Revista Oeste

O Carnaval de 2022 promete. Se a Luma era do Eike, agora o folião é da Pfizer. Cada um com a sua coleira (e o seu fetiche)

Foto: Montagem Revista Oeste/Reprodução
Foto: Montagem Revista Oeste/Reprodução


De lá para cá, o mundo deu muitas e muitas voltas. Eike Batista faliu e chegou a ser preso. A patrulha politicamente correta se multiplicou mais do que a fortuna imaginária de Eike. E os libertários de plantão hoje usam coleira vacinal — mais orgulhosos que Luma no Sambódromo.

Acabou definitivamente aquela ideia de que no Carnaval ninguém é de ninguém. Agora todo mundo tem dono. O prefeito do Rio de Janeiro já avisou: com o cartãozinho higiênico é só chegar. Mas não fique achando que daí em diante é libertinagem total. Nada disso. O coração é da mamãe, a cabeça é do papai e o bracinho é do lobby. A chave da cidade não abre mais nada. O Rei Momo vai inaugurar o Carnaval com uma seringa.

Qual coleira você acha mais excitante? A do Eike ou a da vacina?

A que a Luma usava tinha um apelo provocante — uma mulher desejada por uma multidão e marcada voluntariamente como exclusividade de um só. Milhões de fantasias provinham daquela gargantilha, ou coleira, como rosnaram os despeitados. Uns viam coragem e entrega romântica, outros viam sujeição e negação do espírito carnavalesco. Mas, pensa bem. A coleira da vacina traz um apelo que nem uma Luma seminua tem.

Como em todo curralzinho vip, a graça é imaginar quem ficou de fora

No novo desbunde higienista, o grande fetiche está em imaginar quem ficou de fora. A imaginação é a irmã silenciosa da excitação. Não importa que essa vacina não impeça a infecção, nem o contágio
Se os israelenses lideraram a vacinação e continuaram sendo internados com covid, se veste de árabe e cai na folia. E principalmente pensa nos segregados. Pensa nos que você pode chamar de imundos e arcaicos porque não usam uma coleirinha vacinal como a sua. Ai, que delícia. Chora, cavaco.

Como em todo curralzinho vip, a graça é imaginar quem ficou de fora. Olha que Carnaval excitante: todo mundo se aglomerando sem nem pensar em vírus, tipo ministro da Saúde em Nova Iorque. Estava infectado, mas e daí? O importante é estar vacinado e apresentar o passaporte de rebanho vip. Aí você pode tudo. Dane-se a saúde — o importante é a vacina. Isso dá samba. Vamos lá, batuca aí:

Se joga na avenida
É o Carnaval do vacinado
Não conta pra ninguém
Que o vírus não foi barrado
Olê olê
Olê olá
Quem não tem o cartãozinho
Vai ter que rebolar!

O próprio prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, num jorro de sinceridade, avisou que passaria a “dificultar a vida” dos não vacinados — inclusive impedindo acesso à saúde! Nunca se viu uma autoridade assumindo com tanta desinibição a coação explícita ao cidadão. Entendeu o refrão? Vai ter que rebolar para viver. Entendeu o enredo do samba? Não é sobre saúde, é sobre vacina!

Agora senta para não cair: a bravata totalitária e desumana desse folião macabro ficou por isso mesmo. Dois desembargadores decidiram contra essa ilegalidade explícita que não salva vida de ninguém e cria cidadãos de segunda classe, mas no STF (que não falha) o companheiro Fux matou no peito as decisões da Justiça do Rio de Janeiro e mandou Eduardo Paes continuar tranquilo a sua caçada ao direito da pessoa humana.

O carioca indomável, quem diria, virou um cachorrinho de madame. Um rebelde de coleira e focinheira — amestrado pela falsa ciência do consórcio de lobistas. Quem vai parar os urubus dessa ofegante epidemia?

Leia também “Obscurantismo vacinal” 

Guilherme Fiuza, colunista - Revista Oeste