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domingo, 15 de setembro de 2019

Big brother? - Eliane Cantanhêde

 O Estado de S.Paulo

Controle de dados pode servir, além da defesa de aliados, para ataque de adversários?

O mais novo temor em Brasília é que a Lava Jato original possa ser trocada por uma Lava Jato particular, em que os dados não seriam mais compartilhados por uma força-tarefa de juízes, procuradores, auditores e delegados para o combate à corrupção, mas, sim, centralizados num único gabinete: o do presidente da República.

Quando se questiona essa investida simultânea na PF, no antigo Coaf e na Receita, suspeita-se que tudo isso é para a proteção de filhos, parentes, amigos e poderosos dos três Poderes. Que tal olhar para o outro lado da moeda? E se, em vez de ser exclusivamente de defesa, uma intervenção nas instituições de investigação servir também para o ataque? Em tese, já imaginaram o que pode representar a PF nas mãos de um filho do presidente, eventualmente escrivão de polícia; um secretário da Receita Federal disposto a mudar tudo e a centralizar os dados e investigações para dividi-las com o poder; um chefão do Coaf que admita compartilhar informações sobre movimentações financeiras com o Planalto? [por sorte, o questionamento proposto é em tese e certamente nenhum dos candidatos a se tornar dono de instituições, tem tal interesse.
Oportuno registrar: a PF é subordinada diretamente ao ministro da Justiça que está subordinado diretamente ao Presidente da República - que  até 2022, com as bençãos de DEUS e reeleição, é JAIR BOLSONARO.
A mesma posição de segundo escalão se aplica ao Coaf - atual UIT - e à Receita federal, mudando apenas o ministério.]

Significa que, sempre em tese, uma única pessoa, o presidente da República – atual ou futuro – teria a sua disposição um mapeamento detalhado da vida pessoal, da folha policial e dos dados fiscais e bancários de todos os seus desafetos de qualquer área. Além de defender o amigo X, ele poderia facilmente atacar o adversário Y. Mesmo antes de centralizar as escolhas do novo procurador-geral da República e o comando da PF, Receita e Coaf, [aqui um registro óbvio, mas, evita que passe despercebido a eventuais desavisados, a forma de escolha do chefe da PGR e a subordinação dos ministros de Estado vigora desde a CF 88 - da qual Bolsonaro sequer foi membro da Constituinte - e mesmo das anteriores.] o presidente Jair Bolsonaro já usou publicamente, e com seu próprio viés, informações conhecidas contra, por exemplo, Luciano Huck, João Dória, jornalistas. E se tiver acesso a dados de ministros de tribunais, deputados, senadores, governadores, funcionários, cidadãos e cidadãs? Além de divulgar, ficaria tentado a usar esse arsenal para amedrontar quem ousar confrontá-lo ou meramente questioná-lo?

É interessante a aproximação de Bolsonaro, seus filhos, seu chanceler e outros ministros com o autoproclamado guru da direita internacional, Steve Bannon, que foi estrategista da campanha presidencial de Donald Trump e depois demitido por ele da Casa Branca. Entre outras coisas, Bannon é especialista em coleta, análise e uso político de dados de cidadãos. Aliás, quem gosta de ficção vai ficar fascinado pelo documentário “The Great Hack” (“Nada é Privado: o escândalo da Cambridge Analytica”), que confirma o quanto a realidade anda superando a imaginação e as construções mais mirabolantes dos ficcionistas. O 007 é pré-histórico, quer dizer, pré-internet.

Em resumo, para não dar “spoiler”, ali é contada como foi construída a vitória de Trump, ou melhor, a derrota de Hillary Clinton nos EUA, e como o Reino Unido conseguiu cair na armadilha do Brexit. Primeiros ministros vêm e vão, sem recuos e sem avanços – sem saída. E como se chegou a isso? Com o uso dos dados e mentes das pessoas, identificando e focando nas menos convictas – logo, mais suscetíveis a propagandas maciças e às demoníacas fakenews. Por trás de tudo, a onda mundial da extrema direita. Detalhe: Bolsonaro aparece ligeiramente no filme.

Na era PT, ficamos roucos de denunciar o aparelhamento de órgãos e estatais em favor de um partido, um grupo político e, finalmente, um esquema sistêmico de corrupção. Neste primeiro ano de Bolsonaro, surgem dúvidas sobre o aparelhamento, se não é mais por um partido, mas por um projeto de poder com conexões internacionais e centralizado num presidente que, vira e mexe, dá uma cutucada na democracia. Com instituições e dados centralizados, sob o risco de uso na defesa de aliados e no ataque de adversários, ou de meros críticos, pode-se criar a mais destrutiva arma política: o medo. É só suposição, mas não é pura ficção.
 
Eliane Cantanhêde - O Estado de S. Paulo
 
 

terça-feira, 13 de agosto de 2019

Estraga prazer - Ranier Bragon

Folha de S. Paulo

Presidente deveria ter ido ao superlotado hospital do DF ver o Dia dos Pais daquela gente

[já que o negócio é culpar o presidente JAIR BOLSONARO, vamos além de responsabilizá-lo pelo  CAOS CAÓTICO na saúde PÚBLICA no DF, também   pela Insegurança PÚBLICA no DF, pelo péssimo serviço de transporte PÚBLICO no DF, pelo vergonhoso 'metrô' - DF - que todo dia quebra e a cada trimestre faz greve - a péssima Educação no DF (a promessa era 20 escolas militarizadas só no primeiro semestre - militarizaram 4), também pelas invasões que só aumentam.]
Jair Bolsonaro tirou o domingão ensolarado para singrar de jet ski as águas do lago Paranoá, visitar feira, tomar caldo de cana e desbravar de moto as ruas de Brasília.
Aqui e ali, teve que passar pelo inconveniente de ser molestado pelos urubus a aporrinhá-lo com perguntas as mais variadas possíveis, como se ele tivesse responsabilidades de um, sei lá, presidente da República. 
[digamos que Bolsonaro perde a calma por duas coisas:
- uma por culpa dele = aceitar dar entrevista em corredores, andando - deveria falar sempre através do porta-voz e,  em situações excepcionais,  entrevistas com hora marcada e perguntas apresentadas por escrito (só que o nosso presidente não resiste a um microfone);
- a maior parte dos ilustres repórteres sempre procuram destacar situações que muitas vezes não são da responsabilidade do presidente da República e as resposta são destacadas pelo lado negativo, especialmente quando o entrevista se empolga e responde com alguma inconveniência.]

Ao ser questionado sobre a idosa de 78 anos que havia ficado quase três dias em um maca improvisada no corredor de um hospital público superlotado, agiu com a bravura de sempre. Xingou o repórter, não respondeu patavina e proclamou: só a Folha mesmo para ter o mau gosto de querer estragar o Dia dos Pais. Moradora de uma favela a cerca de 40 km do palácio habitado pelo casal presidencial, a idosa em questão é avó da mulher de Bolsonaro. Nem o presidente nem o Planalto deram um pio sobre a situação. O cordão dos puxa-sacos possivelmente fará memes dando conta de que não é por ser da família que malandro será privilegiado —isso apesar de Eduardo, Flávio e do programa emprego-zero para parentes.


A questão aqui, porém, não é essa. São tantas, mas vamos falar apenas da mais absoluta falta de um pingo de vergonha na cara. Não só é um escândalo a avó da primeira-dama ficar ao deus-dará em um hospital superlotado. É um escândalo qualquer um ficar nessa situação. Bolsonaro magoou-se ao tentarem estragar o seu Dia dos Pais. Como ele acha que as pessoas naquele e em outros corredores de hospitais públicos brasileiros passaram o Dia dos Pais? O governo do DF, pelo menos, se dignou a prometer trabalhar para minimizar a vergonha. Da boca de Bolsonaro nem promessa saiu. Trepou na moto e seguiu o roteiro tiozão-endinheirado-em-dia-de-folga.
[vamos por partes:
- se Bolsonaro determinasse a transferência de Dª Maria Aparecida para o Hospital das Forças Armadas - HFA, cairiam de pau em cima dele, criticando que estava mandando dar preferência a idosa, por ser avó da primeira-dama;
- se a internasse em um hospital privado seria acusado de estar usando o 'cartão corporativo' para custear as despesas de parentes.
Quanto a dizer que "O governo do DF, pelo menos, se dignou a prometer trabalhar para minimizar a vergonha.", o CAOS na Saúde Pública do DF, vem de antes do Ibaneis tomar posse que ele transformou o que já era ruim em péssimo = CAOS CAÓTICO, quando a promessas em campanha ele dizia que recursos havia, só faltava gestão e tudo que ele tem feito de gestão é demitir diretor de hospital - no caso de Ceilândia quando soube do descaso com avó da primeira-dama ele já ia mandar demitir o diretor do hospital, só que um dos seus 'aspones' lembrou que não havia diretor para demitir - o diretor havia sido demitido no inicio da semana e não havia outro, visto que ninguém queria o cargo.]

Para o presidente, empresários, fazendeiros, turistas e outros do andar de cima sofrem muito nesse país. Quanto aos mais pobres, a preocupação que manifestou em relação à avó da mulher é um símbolo eloquente do apreço que nutre por eles.

Ranier Bragon - Folha de S. Paulo

sexta-feira, 21 de junho de 2019

Discussão acabou sendo sobre quem é contra ou a favor da Lava-Jato, quem quer soltar bandido

O debate sobre os diálogos entre o então juiz Sérgio Moro e o chefe dos procuradores de Curitiba Deltan Dallagnol, continua onde sempre esteve desde o início, no campo político.  Assim como existem juristas que acreditam que houve exacerbação do papel do juiz, ferindo a imparcialidade, outros consideram normais os contatos e os comentários.

Sendo assim, a discussão se limita a aspectos subjetivos da nossa ordem jurídica processual, e das poucas sugestões práticas que surgiram no debate no Senado foi a do senador Cid Gomes, que propôs mudar a legislação para instituir a figura do juiz de garantias, ou juiz de instrução. Separação entre o juiz que pratica determinados atos decisórios durante a fase investigatória e o juiz que atua na fase da ação penal. Ou seja, juiz que atua no inquérito não pode ser o mesmo do processo.

As limitações dessas duas figuras novas no nosso processo penal seriam definidas pelo Congresso, ouvindo as instituições representativas dos juízes, como a (Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe); da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); do Instituto dos Advogados do Brasil (IAB), das associações do Ministério Público.  Esse debate entre correntes distintas no meio jurídico existe porque há uma proposta para incluir a figura do juiz de garantias no Código de Processo Penal em tramitação desde 2010, e não se chega a uma conclusão. O Instituto dos Advogados do Brasil defende, com base em parecer do ex-deputado federal e advogado Miro Teixeira, que juízes, sejam de instrução, sejam os existentes hoje, têm que evitar toda e qualquer participação na fase investigatória. Outros juristas consideram que mesmo hoje é função do juiz do processo coordenar a investigação.

Na sabatina a que se submeteu, por decisão própria, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, o hoje ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro desanimou os políticos que o atacaram. Conseguiu levar o debate para o campo dialético, e a discussão acabou sendo sobre quem é contra ou a favor da Lava-Jato, quem quer soltar bandido, o que favorece muito a sua posição quando juiz da Lava-Jato. Ficou claro que o interesse do PT é apenas soltar o ex-presidente Lula, e com isso perde-se a capacidade de contestar o ministro Sergio Moro. Apesar dos apelos dos partidos de oposição, os petistas não conseguiram discutir o tema de maneira genérica, colocando sempre em questão as condenações de Lula.

A oposição, por sinal, não conseguiu se organizar para fazer com Moro o que fez com o ministro da Economia Paulo Guedes, que acabou perdendo a paciência em momentos cruciais. O ministro Moro garantiu que não fez treinamento formal para a sabatina, mas estava bastante tranqüilo na argüição, e teve a seu favor uma bancada em defesa da Lava-Jato.  Uma situação curiosa é que, mesmo os oposicionistas, tentavam a todo custo garantir que não estavam criticando a Operação Lava-Jato, sabendo que a sessão estava sendo televisionada pela TV Câmara.

O que ficou definido na audiência é que o crime cometido foi a invasão de celulares de autoridades brasileiras. Moro fez bem ao negar que seja o Super-Homem que o representa no boneco inflável que aparece nas manifestações e ontem foi colocado em frente ao Congresso. Mas o fato é que enquanto contar com a credibilidade que a maioria lhe concede, e a Lava-Jato for vista como a garantia do combate à corrupção pela população, o ministro Sérgio Moro estará garantido. É o que se chama em linguagem militar Moral high ground. A origem é o conceito de que, para vencer, há que conquistar os níveis mais altos do campo de batalha. É o que Moro está fazendo, com sucesso, até o momento.

Inclusive afirmando, quase ao final da audiência, que se for constatada alguma irregularidade, renunciaria ao cargo de ministro. Pura retórica, mas eficiente, pois se surgirem irregularidades, ele estará inviabilizado politicamente. Moro repetiu com gosto o título de um artigo de um professor de Harvard que dizia "O escândalo que encolheu". A não ser que apareçam coisas verdadeiramente graves, o escândalo, como apresentado pelo site Intercept e pela oposição, está realmente esvaziado. 


Merval Pereira - O Globo

 

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Motivos ocultos

Exército e governo, tudo a ver

Quando se quer demitir alguém, qualquer fato ou coleção de fatos serve. E se os fatos em estado puro não prestam, é sempre possível distorcê-los ao gosto do dono da caneta.  Foi o que fez “o nosso presidente”, como o chama seu porta-voz, o general Rego Barros. Ou o “capitão”, como insiste em chamá-lo o demitido ministro Gustavo Bebianno. A verdadeira, ou as verdadeiras razões do presidente Jair Bolsonaro para despachar aquele que foi seu faz tudo desde o início da campanha do ano passado, essas permanecem ocultas.
É claro que Bebianno não foi demitido porque iria receber no Palácio do Planalto um diretor da Rede Globo, por mais que Bolsonaro a trate como inimiga do seu governo. [as sucessivas reportagens da Rede Globo (bem como as 'manchetes' e 'chamadas') sempre destacam trechos que podem ser interpretados como falhas do governo Bolsonaro é uma prova eloquente de que isenta ou a favor do governo do nosso presidente a Globo não é.
 
Os diálogos deixam claro que Bebianno tinha prazer, fazia questão, em agir em desacordo com as determinações do presidente da República, que apesar de muitos discordarem, é Jair Bolsonaro.]
Nem porque teria vazado para o site Antagonista o que já fora publicado pelo jornal Folha de S. Paulo. Muito menos porque viajaria à Amazônia na companhia de mais dois ministros. Para quem, como diz Bolsonaro, nada tem a ver com o escândalo das falsas candidaturas do PSL, a menção que ele faz ao episódio pode ser uma pista razoável da causa de saída de Bebianno. Melhor dizendo: de uma das causas, mas não a determinante. Carlos envenenou o pai com a suspeita de que Bebianno vazara informações sobre as ligações da família com milicianos no Rio.

Envenenara-o também com a suspeita de que Bebianno queria derrubar Flávio com os rolos de Queiroz para pôr no lugar o seu suplente, o empresário Paulo Marinho, amigo do ex-ministro. Doses tão reforçadas de veneno injetadas num cérebro tão pouco privilegiado como o do capitão produziram lá o seu efeito, admita-se. Mas ainda parece faltarem mais coisas. Quem ganhou com a deposição de Bebianno – fora Carlos, o paranoico, o protetor número um do pai ao invés de limitar-se a ser o protegido número um por ele?
Com certeza, a ala militar do governo ganhou. Sim, ela mesma, que nos últimos dias pareceu ter ficado ao lado de Bebianno com receio de que a saída precoce dele desgastasse o governo. A demissão de Bebianno reforçou a turma da caserna com a ascensão de mais um general de pijama ao posto de ministro. Agora são 8 os ministros que um dia vestiram farda. Nunca antes na história do país tantos militares ocuparam funções antes destinadas a civis. Nos três últimos governos militares do ciclo de 64 foram apenas sete ministros.
Está tudo muito bom, está tudo muito bem para os que sonhavam com o retorno ao poder desta vez por meio do voto, mas o futuro a Deus pertence. E se ele não for róseo para o governo… [morte desejada, vida alcançada - vale o mesmo para o insucesso e sucesso;
 
fácil perceber que todos os rolos havidos até agora envolvem civis, os militares não se envolvem nessas pendengas - vale lembrar que os filhos do nosso presidente, causadores  da maioria dos rolos, são civis.]
Se não for será um desastre para as Forças Armadas, principalmente para o Exército, que ajudaram um ex-capitão sem brilho a se eleger e, em seguida, a governar. Não dá para separar mais o Exército do governo como disse desejar o general Vilas Bôas que o comandou até há pouco. Villas Bôas, hoje, serve no Palácio do Planalto e obedece ao capitão. A jogada dos generais foi arriscada. A imagem do Exército está indissoluvelmente atada à do governo Bolsonaro. Para o bem ou para o mal. Tomara que seja para o bem.
Brasil acima de tudo. O Deus de cada um acima de todos.
 
[o brado acima sofreu uma leve adaptação, mas, mesmo assim preferimos:
 
BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!  
 
O Tudo abrange o todos.] 
 
Blog do Noblat - Revista VEJA
 
 

quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Incertezas da disputa eleitoral podem provocar surpresas nas pesquisas

Crise política e econômica, com campanhas de forte cunho emocional, sugere instabilidade nas preferências dos eleitores, incluindo chances de mudança nas últimas semanas, a exemplo do que houve em 2014

Quem acha que o quadro eleitoral está consolidado é melhor apertar os cintos e se preparar para as turbulências. Vários fatores sugerem possibilidade de mudança no quadro de intenções de votos revelados pelas pesquisas até o primeiro turno, em 7 de outubro. “Quando olharmos para esta eleição daqui a muitos anos, a principal marca será a incerteza”, afirma Paulo Calmon, diretor do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília (Ipol/UnB). O cientista Bruno Wanderley Reis, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), vai na mesma linha: “É uma eleição atípica, que ocorre sob o signo da revolta, devido à crise econômica e à Lava-Jato”.


A mudança esteve presente em 2014, apesar de a disputa da época ter menos candidatos de peso e uma polarização mais clara. Há quatro anos, a candidata Marina Silva, então no PSB, seguia confortavelmente em direção ao segundo turno. Tinha 29% da preferência do eleitor na pesquisa do Ibope que saiu a campo entre 20 e 22 de setembro. Inicialmente na vaga de vice, ela foi alçada à cabeça da chapa após a morte de Eduardo Campos, em 13 de agosto. A candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), apresentava 38%. Aécio Neves (PSDB) estava em terceiro lugar, bem abaixo de Marina, com 19%. No levantamento do Datafolha realizado próximo à data, os números eram próximos: Dilma tinha 37%; Marina, 30%; e Aécio, 17%.


Aécio subiu progressivamente nos levantamentos seguintes. Só apareceu à frente de Marina na véspera do pleito, mas com apenas entre dois a três pontos percentuais à frente dela, dependendo da pesquisa. Nas urnas, ficou com mais de 12 pontos de vantagem. É verdade que a queda de Marina havia se configurado alguns dias antes. Ela chegou a empatar com Dilma na virada de agosto para setembro. A partir de então, caiu progressivamente. Aécio conquistou esses eleitores, mas não de imediato.

Para Calmon, do Ipol/UnB, nem mesmo os votos consolidados são garantia de que a pessoa ficará com o candidato até a urna. A pergunta feita pelos institutos é se a pessoa tem certeza da escolha ou se pode alterá-la. “O problema é que isso é subjetivo. O eleitor tem aquela opinião de acordo com as informações de que dispõe, mas isso pode mudar”, assinala. Os votos consolidados são mais fortes nos casos de Jair Bolsonaro (PSL), com 75% entre os que o apoiam, e Fernando Haddad (PT), com 72%. Ciro Gomes (PSB) tem 45%; Alckmin, 39%; e Marina, 38%.

Prazo
Analistas chamam a atenção para o fato de que muitas pessoas tomam a decisão de voto nos últimos dias da campanha, mas a mudança começa a despontar com alguma antecedência. Portanto, qualquer virada precisa se configurar nos próximos dias.  Quem tem mais chances de crescer é Alckmin, por toda a estrutura de campanha, incluindo tempo de tevê, partidos políticos que o apoiam e dinheiro do fundo partidário. “Esse movimento, porém, já deveria ter se iniciado para que tivesse força”, diz o cientista político Murilo Aragão, da consultoria Arko Advice. Ele limita as possibilidades de mudanças no quadro eleitoral a algum grande erro que venha a ser cometido por um candidato ou à revelação de algum grande escândalo sobre um deles. Estima em 80% as chances de Bolsonaro estar no segundo turno. Para Haddad, são 60%. Restam chances para os outros, portanto, ainda que baixas.

Para Reis, da UFMG, é preciso que a reação da campanha tucana dê sinais de vida nos próximos dias. “O espaço vai se fechando”, diz. “Uma virada a favor de Alckmin é uma possibilidade teórica. Seria viável, caso os partidos do Centrão se empenhassem na campanha em favor dele, mas não é o que está se desenhando”.  Marina tem poucas chances de crescer, segundo os analistas. As possibilidades para Ciro são um pouco maiores, mas também vistas com cautela. “Caso Haddad tivesse demorado a crescer, ele poderia ter ocupado o espaço do PT, mas não é o que aconteceu”, destaca Aragão, da Arko Advice. Calmon vê limitação de crescimento forte entre os candidatos que têm hoje 3% das intenções, como Alvaro Dias (Podemos), João Amoêdo (Novo) e Henrique Meirelles (MDB). “Nesses casos, teria de haver um movimento tectônico muito forte para que fossem alçados ao primeiro pelotão a esta altura”.

Ciro contesta números

Ciro Gomes, que segundo o Ibope tem 11% das intenções de voto, publicou no Twitter um vídeo contestando o resultado da pesquisa. Segundo o candidato, levantamentos internos do PDT, que não podem ser divulgadas, “dão números completamente diferentes”. “Eu quero lembrar o que aconteceu na reta final das últimas eleições, as de 2014, quando as pesquisas davam um quadro completamente diferente do resultado verdadeiro que saiu depois”, argumentou o candidato.

Correio Braziliense

 

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Muito a explicar

Desde o começo desse incrível imbróglio, esperava-se que Rodrigo Janot, comprovadamente despreparado para o cargo que ocupa, pedisse demissão. 

Já que decidiu ficar, então que ao menos reconheça seus inúmeros erros

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse que “nunca se viu, em toda a nossa história, tantas investigações abertas e tantos agentes públicos e privados investigados, processados e presos”, razão pela qual resta à defesa dos implicados “tentar desconstruir, desacreditar a figura das pessoas encarregadas do combate à corrupção”. Foi uma forma nada sutil de se referir às críticas que ele e sua equipe vêm sofrendo em razão do espantoso acordo de delação premiada com o empresário Joesley Batista e do açodamento das denúncias contra vários políticos e altas autoridades sem o devido embasamento. Segundo Janot, quando há uma grande ofensiva contra a corrupção como a que ele e outros procuradores da República conduzem, “muitas pernas tremem”.

São palavras de quem, ele sim, precisa se defender. Ninguém no Brasil, salvo os criminosos, se opõe à luta contra a corrupção. Muito ao contrário: a Lava Jato e operações congêneres resultam da resolução dos brasileiros de atacar esse que é um dos principais flagelos nacionais. O que tem causado profundo incômodo é o messianismo dos que se julgam em uma cruzada moral contra os políticos em geral, comportamento que os induz a agir algumas vezes em desafio ao Estado de Direito, como se a causa justificasse o atropelamento da lei. Esse incômodo aumenta consideravelmente quando se observa que Janot tem sido incapaz de esclarecer as diversas dúvidas e suspeitas que surgiram sobre os procedimentos de integrantes da Procuradoria-Geral desde que veio à luz a bombástica delação de Joesley Batista.

Uma instituição como a Procuradoria-Geral, dedicada a defender a ordem jurídica, deveria ser a campeã da transparência. No entanto, o que se tem observado é que, dia após dia, surgem informações que indicam um comportamento reprovável de alguns de seus integrantes envolvidos nas nebulosas negociações do acordo com Joesley, sem que o procurador-geral tenha sido capaz de dar explicações plausíveis para isso. O máximo que consegue é dizer-se “ludibriado”.

O caso mais célebre é o do ex-procurador Marcelo Miller, que, ao que tudo indica, orientou o Grupo J&F e o empresário Joesley Batista a elaborarem os acordos de leniência e de delação premiada quando ainda era integrante da Procuradoria-Geral e um dos principais assessores de Rodrigo Janot. O próprio Janot já admitiu a ação de seu ex-assessor e pediu a prisão de Miller, que o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, indeferiu – embora, em seu despacho, tenha dito que são “consistentes” os indícios de que Miller praticou o delito de obstrução de Justiça.

A exótica decisão de Fachin é apenas mais um elemento carente de explicação numa história que causa espanto contínuo e progressivo – a começar pelo fato de que ela só veio à luz em razão do estranho acaso da entrega de uma gravação involuntária de Joesley Batista que, entre um drinque e outro, conta como se associou a procuradores para obter a desejada imunidade total.

Com esse novo escândalo, surgiram suspeitas de que, além de Marcelo Miller, ao menos outros dois procuradores, muito próximos de Rodrigo Janot, teriam atuado em favor de Joesley. Recorde-se, a propósito, que um outro procurador chegou a ser preso, em maio, sob acusação de ser informante de Joesley.

Ou seja, há robustas razões para cobrar de Janot esclarecimentos sobre o que se passa no Ministério Público sob sua chefia. De nada adianta dizer-se enganado. É preciso que o procurador-geral pare de insultar a inteligência dos cidadãos – como quando disse que conversou apenas sobre “amenidades” ao ser flagrado em encontro fora da agenda, atrás de engradados de cerveja num botequim de Brasília, com um dos principais advogados de Joesley na véspera da prisão do empresário.

Desde o começo desse incrível imbróglio, esperava-se que Janot, comprovadamente despreparado para o cargo que ocupa, pedisse demissão. Já que resolveu ficar, então que ao menos reconheça seus inúmeros erros, que tanto custaram ao País, em vez de maliciosamente atribuir a seus críticos a pecha de inimigos da Lava Jato.


Fonte: Editorial - O Estado de S. Paulo
 

terça-feira, 27 de junho de 2017

Temer vai para o confronto e cita escândalo do procurador Miller. Ou: Se beber, não tente dar golpe

Braço-direito de Janot, que foi para escritório que trabalha para Joesley, deveria ter feito quarentena de três anos. E coisas como “trôpego” e “embriaguez”

O presidente Michel Temer fez há pouco um duro pronunciamento sobre a fúria golpista que o atinge, destacando a barbaridade a que vai recorrer o procurador-geral da República, Rodrigo Janot: em vez de apresentar uma denúncia com as imputações que acha cabíveis, o senhor procurador-geral optou, mais uma vez, por fazer política. Vai apresentar duas ou três — a primeira, por corrupção passiva, já veio à luz nesta segunda. Não para de pé.

O presidente não economizou. Foi duro. Muito duro. E acho que fez muito bem. Professor de direito, disse estar em curso no país algo muito grave, que chamou de “denúncia por ilação”. Classificou o procedimento de perigoso. E em que consistia o dito-cujo? Ele explicou: se alguém conversa ou aparece ao lado de um criminoso, então criminoso também se torna.  O presidente decidiu pôr o dedo na ferida e tratar de um absurdo ao qual a imprensa, com efeito, deu pouco destaque. O procurador Marcelo Miller, que era o braço direito de Rodrigo Janot na Procuradoria-Geral da República e que participou das delações premiadas de Sérgio Machado, Marcelo Odebrecht e Delcídio do Amaral, entre outros, decidiu deixar o cargo em abril para ser… advogado e entrar num escritório que cuida de acordos de leniência.

Brinquei, neste blog, à época, que o rapaz deixava de ser “mocinho” para virar “bandido”, apelando a categorias dos filmes de faroeste. Pois bem. Ele, com efeito, foi cuidar de leniência. Sabem o caso que lhe caiu no colo? Justamente a J&F. Não é um espetáculo?  Pois é… Imaginem quanto vale o conhecimento acumulado de um especialista em delação premiada quanto passa do outro lado do balcão. Dadas as cifras multimilionárias que circulam nesse meio, o que se comenta é que o escritório Trench, Rossi e Watanabe, que contratou Miller, levou a bagatela de US$ de 27 milhões de dólares em razão do bem-sucedido acordo de leniência. Qual foi a parte que coube a Miller? Bem, a gente não sabe. Fala-se até em US$ 10 milhões.

Bem, queridos, eu não sou do tipo que acha que seres privados têm de sair por aí expondo as suas contas, não é? A menos que ele seja um procurador da República que lida com um caso que está contribuindo para a levar o país à lona e que de detonou um processo de moralismo rombudo que pode nos conduzir ao caos. Aí já acho que a coisa muda de figura do ponto de vista moral.

Mas eu quero me ater é ao aspecto legal. O presidente Michel Temer cometeu um equívoco ao falar que o procurador não poderia pular a cerca de uma lado para outro sem uma quarentena que ele supôs de três meses. Não! A coisa mais séria presidente: a quarentena é de três anos. Vale para os procuradores as mesmas restrições que a Constituição estabelece para os juízes no Inciso IV do Parágrafo Único do Artigo 95 da Constituição, a saber:
Aos juízes é vedado:
IV – receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
.


Aí foi a vez de Temer chamar o procurador-geral na chincha: se ele, presidente da República, pode ser vitima da denúncia de um crime “por ilação”, por que não se poderia supor que os milhões que acompanham a transferência de Miller para o setor privado também não escondem relações subalternas com o próprio procurador-geral?  Aí o próprio Temer emendou: não serei irresponsável. Não farei ilações.

E acertou de novo o presidente quando afirmou que “querem parar o país e parar o Congresso”.  Temer demonstrou firmeza e deixou claro que não renuncia, ainda que tal palavra não tenha sido pronunciada. Aliás, o procurador recorreu a dois vocábulos que dizem um pouco deste tempo: “trôpego”  para se referir ao processo — e “embriaguez”, para definir a sanha persecutória.
Eu logo pensei num fundo musical, que deixo no vídeo abaixo.
É isso aí! É preciso chamar as coisas pelo nome.
Sei lá… O lema poderia ser: “Se beber, não tente dar golpe de estado”.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo

 

 

quarta-feira, 24 de maio de 2017

MEU ÚLTIMO POST NA VEJA

PF divulga trechos de conversa minha com Andrea Neves, uma das minhas fontes, em que faço críticas a uma reportagem da VEJA. Pedi demissão. Direção aceitou

Reinaldo Azevedo

[Nota dos editores do Blog PRONTIDÃO TOTAL 

Sempre divulgamos POSTs do Reinaldo Azevedo e sempre contamos com a compreensão dele e da VEJA, compreensão que agradecemos,  - ou talvez, pelo 'elevado' número de leitores que o Prontidão Total possui, sequer tomaram conhecimento.

De qualquer forma, jamais deixaríamos de publicar o seu ÚLTIMO POST em VEJA -   fruto de uma situação criada por uma retaliação vil ao ilustre jornalista e a prestigiada VEJA - e encerramos esta lembrando que alguns dos que insistem em manter o Blog Prontidão Total, entre os quais me incluo como um dos mais antigos, são leitores de VEJA desde os idos de 68, ano que teve o seu final honrado por uma tomada de posição firme do GOVERNO MILITAR com a edição do Ato Institucional nº 5.

A propósito, naquela época, em que já lia VEJA o este escriba ainda não tinha completado 18 anos.

VOTOS DE SUCESSO ao REINALDO AZEVEDO e também à Revista VEJA e que  mantenha a postura que adota há quase 50 anos - no inicio era de centro, mas um centro que pendia exageradamente para a esquerda.

A propósito: hoje, 24 de MAIO, é dia da Gloriosa INFANTARIA do Exército Brasileiro  - os 'pés de poeira'.

Cézar Henriquez.]


Andrea Neves, Aécio Neves e perto de uma centena de outros políticos são minhas fontes.
Trechos de duas conversas que mantive com Andrea, que estava grampeada, foram tornados públicos. Numa delas, faço uma crítica a uma reportagem da VEJA e afirmo que Rodrigo Janot é pré-candidato ao governo de Minas e que estava apurando essa informação. Em outro, falamos dos poetas Cláudio Manuel da Costa e Alvarenga Peixoto.

Fiz o que deveria fazer: pedi demissão — na verdade, mantenho um contrato com a VEJA e pedi o rompimento, com o que concordou a direção da revista.
Abaixo, segue a resposta que enviei ao BuzzFeed, que vai fazer ou já fez uma reportagem a respeito. Volto para encerrar. Mesmo!

Comecemos pelas consequências.
Pedi demissão da VEJA. Na verdade, temos um contrato, que está sendo rompido a meu pedido. E a direção da revista concordou.
1: não sou investigado;
2: a transcrição da conversa privada, entre jornalista e sua fonte, não guarda relação com o objeto da investigação;
3: tornar público esse tipo de conversa é só uma maneira de intimidar jornalistas;
4: como Andrea e Aécio são minhas fontes, achei, num primeiro momento, que pudessem fazer isso; depois, pensei que seria de tal sorte absurdo que não aconteceria;
5: mas me ocorreu em seguida: “se estimulam que se grave ilegalmente o presidente, por que não fariam isso com um jornalista que é crítico ao trabalho da patota?”;
6: em qualquer democracia do mundo, a divulgação da conversa de um jornalista com sua fonte seria considerada um escândalo. Por aqui, não;
7: tratem, senhores jornalistas, de só falar bem da Lava Jato, de incensar seus comandantes;
8: Andrea estava grampeada, eu não. A divulgação dessa conversa me tem como foco, não a ela;
9: bem, o blog está fora da VEJA. Se conseguir hospedá-lo em algum outro lugar, vocês ficarão sabendo;
10: o que se tem aí caracteriza um estado policial. Uma garantia constitucional de um indivíduo está sendo agredida por algo que nada tem a ver com a investigação;
11: e também há uma agressão a uma das garantias que tem a profissão. A menos que um crime esteja sendo cometido, o sigilo da conversa de um jornalista com sua fonte é um dos pilares do jornalismo.

Encerro
No próximo 24 de junho, meu blog completa 12 anos. Todo esse tempo, na VEJA. Foram muitos os enfrentamentos e me orgulho de todos eles. E também sou grato à revista por esses anos.
Nesse tempo, sob a direção de Eurípedes Alcântara ou de André Petry, sempre escrevi o que quis. Nunca houve interferência.
O saldo é extremamente positivo. A luta continua.

Blog do Reinaldo Azevedo - VEJA


quarta-feira, 5 de abril de 2017

A Justiça em julgamento

Quando a Justiça, como aconteceu ontem por aqui, simplesmente se recusa a decidir é porque está de acordo com o que aconteceu. Se não está, imagina pelo menos que haveria maior risco em julgar o que aconteceu do que em deixar por isso mesmo. Elementar, meus caros.  Quase três anos depois da eleição presidencial de 2014, o país ainda não sabe se elas foram legítimas. E se não foram legítimas, quais foram os responsáveis pelos crimes cometidos, capazes de anular os resultados. Enquanto isso, na Coreia do Sul...

Por lá, em meados do ano passado, a então presidente Park Geun-hye, a primeira mulher a governar aquele país, eleita com votação recorde, foi acusada de abusar dos seus poderes para receber subornos das empresas ou para violar o princípio da liberdade de gestão empresarial. O escândalo levou a Assembleia Nacional (o Congresso da Coreia do Sul) a destituir a presidente em dezembro. O impeachment foi confirmado pela Justiça em março. No último dia 31, Park Geun-hye foi presa preventivamente. Presa ficará por até 20 dias. Será julgada depois.

Ela é o terceiro ex-chefe de Estado da Coreia do Sul detido por um caso de corrupção nos últimos 20 anos. Chun Doo-Hwan e Roh Tae-Woo cumpriram penas de prisão nos anos 90 do século passado. Investigado por corrupção, o ex-presidente Roh Moo-Hyun cometeu suicídio em 2009. Aqui, suspeitos, acusados e os raros condenados por corrupção não só não se suicidam como se beneficiam de uma Justiça que é cega não porque é isenta, mas porque prefere não ver. Só no fim deste ano haverá um desfecho para o processo que se arrasta desde dezembro de 2014.

Até lá, três dos atuais sete ministros do Tribunal Superior Eleitoral, inclusive o relator do caso, terão sido trocados por outros. Se a chapa Dilma-Temer for cassada por abuso de poder econômico, caberá recursos da decisão. O próximo ano se esgotará sem que tenha havido uma solução. Então o país já terá um novo presidente eleito pelo voto popular. E o caso da chapa impugnada será considerado prejudicado. O país do jeitinho é também – e não poderia ser diferente – o país da Justiça que sempre dá um jeitinho quando se trata de punir poderosos.

O distinto público já julgou o Executivo e o Legislativo com base em tudo que viu ao longo dos últimos anos. A Justiça também não escapará de ser julgada.
[só um detalhe: se quase metade do eleitorado brasileiro não fosse tão estúpida ao votar em uma coisa tipo Lula, Dilma, nada disse estaria ocorrendo.
Quase 50% do eleitorado brasileiro é que torna ainda atual e verdadeira o veredito do rei Pelé: 'o povo brasileiro não sabe votar'.
Que fique claro que Dilma não foi eleita por metade mais um do total de eleitores brasileiros. Uma aberração seguida pelo TSE faz com que os votos brancos, nulos e abstenções sejam descartados.
Só assim, Dilma conseguiu mais da metade dos votos considerados válidos - o sistema não considera que quem se absteve, votou em branco ou nulo não queria Dilma.
A 'maioria' obtida por Dilma for resultado de um sistema errado e que mesmo convalidado pelo TSE continua errado.]

Fonte: Blog do Noblat - O Globo
 
 

domingo, 19 de março de 2017

Churrasco no Brasil em tempos da maldita herança do PT

Olha o povo no grupo...

" Sobre o escândalo dá carne só me resta um pedido: Que Deus ilumine o dono dá AmBev para que ele seja uma pessoa honesta, senão lascou..."

Churrasco receita maldita herança PT:

Final de semana chegou, vamos fazer churrasco de papelão: 


" Venho aqui a público,  pedir desculpas à Schin, Itaipava, Kaiser, etc. por todas as vezes que as culpei de ter passado mal após os churrascos. A culpa sempre foi da carne."