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sábado, 29 de dezembro de 2018

Boicote sem sentido - Boicote é uma estupidez que o PT sempre pratica e sempre se volta contra ele - exemplos

A ausência do PT na posse de Jair Bolsonaro vai significar alguma coisa

R: - NADA

O boicote anunciado pelo PT à posse de Jair Bolsonaro na Presidência da República é uma dessas decisões que têm tudo para se voltar contra seu autor. Mesmo reconhecendo o resultado da eleição deste ano, diz o PT que o processo eleitoral foi marcado pela falta de lisura do processo desde o impeachment de Dilma Rousseff. Depois, pela proibição legal da candidatura de Lula e pela “manipulação criminosa das redes sociais para difundir mentiras contra o candidato Fernando Haddad”.  

Em relação ao impeachment, o PT pode falar o que quiser. Pode chamar de golpistas os partidos que votaram a favor do processo, ora xingá-los, ora a eles se aliar, mas o afastamento de Dilma se deu dentro da normalidade democrática, com rito estabelecido pelo Supremo Tribunal Federal e com o julgamento presidido por um ministro aliado, Ricardo Lewandowski. Tão aliado, que ajudou o então presidente do Senado, Renan Calheiros (MDB-AL), a fatiar a sentença, dando a Dilma direitos políticos, mesmo tirando-a do poder. [decisão que o povo mineiro, soberanamente, cassou nas eleições de 2018 - ao derrotar fragorosamente Dilma, e, por extensão,  repudiar a decisão de Lewandowski, Dilma foi despejada definitivamente da vida pública que só desonrou.] Sobre Lula, ele está enquadrado na Lei da Ficha Limpa, pois condenado por órgão colegiado. Quanto às fake news, elas avançaram sobre o eleitor de lado a lado. Não foram uma exclusividade do vencedor.  

Nesse sentido, o boicote à posse de Bolsonaro tende a se tornar um gesto vazio. Como foram vazios e marcados pelos erros políticos alguns gestos do PT ao longo da história.   Por exemplo: o partido decidiu boicotar o Colégio Eleitoral que, em 1985, elegeu Tancredo Neves presidente da República.

(...)  

Três anos depois, o PT optou por votar contra a Constituição de 1988.  [liderado à época pelo 'esperto' presidiário Lula, que a época era líder do 'perda total' na Constituinte.]

(...)

O partido votou também contra o Plano Real e contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, reconhecidas iniciativas do bem.

A ausência do PT na posse de Jair Bolsonaro vai significar alguma coisa? Nada. Bolsonaro não contou com o voto de petistas para se eleger. Não contará com o voto dos petistas para aprovar seus projetos. Mas usará o PT, mais uma vez, para falar com seu eleitor. Se na eleição ele se disse o anti-PT, e foi vitorioso, a partir da posse poderá dizer que o partido se negou a se fazer presente na cerimônia que coroou a festa da democracia. Só quem vai perder é o PT. [aliás, PT = perda total.] 
 

João Domingos - O Estado de S. Paulo  
 

Bolsonaro vai usar colete a prova de balas

Ao ser diplomado na segunda-feira 10, o presidente eleito Jair Bolsonaro agradeceu a Deus por estar vivo. Em setembro, ao participar de um ato em Juiz de Fora (MG), ele levou uma facada desferida por Adélio Bispo de Oliveira, que atingiu seu intestino, obrigando-o a usar uma bolsa de colostomia até hoje. 
 Prontidão: Um forte esquema de segurança está sendo montado para evitar atentados na posse de Jair Bolsonaro no dia 1º de janeiro (Crédito:EVARISTO SA / AFP)

Informações do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI) demonstram que Bolsonaro ainda não está livre de novas ameaças e por isso monta um esquema de segurança para a posse sem precedentes. Será o maior esquema de segurança em Brasília. Haverá no evento um total de 12 mil homens, como agentes da PF, da Polícia Militar do Distrito Federal, do Exército e da Polícia Legislativa, inclusive com “snipers” ou atiradores de elite instalados estrategicamente no alto de órgãos públicos, prontos para disparar contra eventuais alvos que ameacem o novo presidente. Haverá também agentes infiltrados em meio ao público.  

Para evitar a entrada de armas, haverá aparelhos de raio-X no acesso das pessoas. Serão proibidos guarda-chuvas, garrafas de vidro e até carrinhos de bebês. Estima-se a presença de cerca de 500 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios. Por conta disso, Bolsonaro foi aconselhado a mudar certos protocolos da posse presidencial. O principal deles: não deverá haver o tradicional desfile de carro aberto entre a Catedral Metropolitana e o Congresso Nacional. Costumeiramente, o veículo que é utilizado para este destile é um Rolls-Royce 1952, um presente do governo britânico. [segundo o Blog do Noblat, o carro foi presente de Assis Chateaubriand.] Esse carro é usado apenas na posse e no desfile cívico de 7 de setembro e em visitas de chefes de Estado. Bolsonaro até gostaria de manter a tradição, mas seus aliados, e principalmente seus filhos e sua mulher Michelle, vem dissuadindo-o da ideia. O carro será blindado e Bolsonaro estará de colete a provas de balas.

AFP 
 

sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Governo fará ‘desmanche’ do Estado, diz Mourão

Prestes a assumir a vice-presidência do país, o general Hamilton Mourão defende que o governo de Jair Bolsonaro envie ao Congresso uma proposta de emenda constitucional para desvincular o Orçamento da União. “A Constituição engessa o país”, disse, em entrevista ao Valor. Mourão afirmou que governo não começará “na base de impactos e pacotes”, mas que todos os ministros deverão no dia 14 de janeiro, data marcada para acontecer a primeira reunião ministerial, apresentar metas e objetivos para “desregulamentar” e “desburocratizar” suas áreas.

O general defende que o texto da reforma da Previdência enviado pelo governo Michel Temer seja aproveitado e diz que os militares também estão dispostos a dar a sua contribuição com mudanças. O vice-presidente sugeriu ainda que Bolsonaro dê explicações da situação das contas públicas aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que, a aprovarem um aumento de 16,38% nos vencimentos, mostram” desconhecer a realidade”.

Mourão defende ainda que, com as reformas aprovadas, será possível conversar com os investidores sobre o alongamento do prazo dívida mobiliária interna. O vice-presidente eleito se negou a comentar a situação do ex-motorista de Flavio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, que se apresentou como comerciante de carros para justificar a movimentação milionária em sua conta corrente: “Isso é um assunto do Ministério Público do Rio de Janeiro”, resumiu.

Alguns trechos da entrevista:
Valor: Como estão distribuindo as missões no início do governo? A economia dará respostas nos primeiros dias.
Hamilton Mourão: A economia é o carro-chefe para arrumar essa situação que o país está enfrentando. Nós tivemos uma reunião preliminar na semana passada e foi dada a orientação que no dia 14 de janeiro, que vai ser a primeira reunião ministerial para valer, todos os ministros terão que apresentar o seu planejamento e as suas metas para os primeiros 100 dias, para serem aprovadas pelo presidente. Nessa reunião preliminar, alguns ministros que já dispunham de algum conhecimento anterior apresentaram alguma visão mais objetiva do que eles têm pela frente, outros ainda estão tomando pé da situação.


(...)

Valor: Os senhores irão aproveitar o texto atual da reforma da previdência que já está na Câmara?
Mourão: Eu acho que vai ter que ser aproveitada, até pelo problema de prazo. Se a gente for voltar para a estaca zero não vamos conseguir produzir nada no ano que vem. Poderia ser feito um adendo aqui outro ali dentro da visão que se tem. Mas o que está sendo trabalhado, eu não tenho dado concreto disso, vai ser colocado só nessa reunião de janeiro. Mas temos que usar o que está lá e colocar uma coisa a mais, que isso é permitido pelo regulamento [sic] interno do Congresso, para que a gente consiga no primeiro semestre tentar passar isso aí.

Valor: Antes dessa reunião de 14 de janeiro tem alguma coisa que já pode ser anunciada?
Mourão: Nós não vamos começar na base de impactos e pacotes. Eu acho que gente tem que ser mais objetivo e não fazer coisas espalhafatosas que vão resultar em muito pouco resultado depois.

Valor: Mas tem coisas também que podem dar uma sequência, por exemplo, abertura comercial, não?
Mourão: Abertura comercial vamos ter que fazer um trabalho que tem que estar em fases, porque a nossa indústria não suporta um choque de abertura da noite para o dia. Nós vamos ter que fazer um faseamento. Numa reunião que eu tive com o pessoal da indústria eu usei um termo que era do presidente (Ernesto) Geisel (1974-1979) que dizia que era “lenta, gradual e segura” e acho que a abertura comercial tem que ser dessa forma, porque nós não vamos resistir a um choque.

Valor: E sobre a intromissão do estado na vida do cidadão?
Mourão: Todos receberam orientações sobre desregulação. Todos os ministros receberam orientação e têm que apresentar trabalhos e metas neste sentido, de você soltar um pouco, liberar as pessoas para que possam empreender com mais segurança.


(...)

Valor: Além da reforma da previdência e tributária, tem a reforma do estado, dá para ser feita?
Mourão: É um troço difícil, por que qual é a margem de manobra que existe? São os cargos em comissão, que dentro do governo federal tem um número cabalístico ai que serão em torno de 23 mil, mas se somar em toda a estrutura da federação chegaria a 120 mil. Incluindo função gratificada, cargo em comissão, estatal, isso aí você tirando os concursados. De todos os entes somados, os três níveis. É um exército.

Valor: Dá pra reduzir para quanto?
Mourão: Não para chegar e dizer: ‘vou reduzir em 50%’. Cada um vai ter que avaliar dentro da sua estrutura qual é quantidade que ele pode manter, tem que ser um processo de estrangulamento e nós temos o problema do próprio funcionalismo público que a gente não consegue reduzir, porque isso mexe com as igrejinhas. Lá em São Paulo foi aprovado o novo regime de previdência do funcionalismo e já está colocada greve.
Valor: Como convencer os parlamentares sobre a necessidade da reforma da Previdência?
Mourão: Temos que fazer uma campanha de esclarecimento, tanto no Congresso como da população. O homem comum, o cidadão que não estuda muito, tem ideias preconcebidas do papel do estado na vida futura dele. A gente tem que explicar isso, porque se não ocorrer (a reforma) ninguém vai ter futuro. Mas se ela for aprovada vai trazer mais confiança para o país dos investidores.

Valor: Vocês querem romper com o fisiologismo, o Congresso vai corresponder?
Mourão: Vai ser um governo de persuasão. A gente tem que mostrar pra eles a responsabilidade que eles têm. Não querendo jogar a população contra, mas é tentar ser mais coerente. Tem muito parlamentar ali que não entende. Você tem ali – como em qualquer grupo social – tem 30% que são realmente esclarecidos, tem 40% que é a ‘meiuca’ que vai pra onde sopra o vento, e mais 30% que não sabe nem onde é a “curva do A”.


(...)

Valor: E os filhos dos presidente, dois deles são parlamentares, qual vai ser o papel deles?
Mourão: Os filhos devidamente orientados pelo presidente podem auxiliar e muito. Compete ao presidente conversar e orientar eles. É a primeira vez que temos na história da República presidente com filhos parlamentares. Eles têm uma interação muito grande, são muitos amigos. Estamos num momento de acomodação. Quando começar a nova legislatura em fevereiro eles estarão com as tarefas bem definidas.

Valor: E a previdência dos militares, ela também será feita?
Mourão: O que tem que ficar muito esclarecido é que o militar não tem uma previdência, eles têm um sistema de proteção pelas peculiaridades da profissão. Mas já estão colocadas as questões que entrariam, como o aumento de permanência do serviço ativo. Hoje precisa de 30 anos de serviço e a ideia é passar para 35 no primeiro momento. E também as pensionistas passariam a descontar, seria uma forma a mais de contribuição. A questão dos militares é infraconstitucional.
Valor: O senhor tem recebido investidores estrangeiros?

(...)

Valor: O STF está fora da realidade?
Mourão: Há um certo ativismo lá dentro, ora político, as simpatias políticas que alguns dos ministros têm, e às vezes uma coisa pessoal. A gente tem que conversar. Sentar um dia com os 11 ministros e expor para eles a situação do país. Acho que eles não conhecem. Sou favorável a que o presidente vá lá um dia e explique que se os senhores aprovam medidas dessa natureza, vamos cada vez mais nos encalacrar. Levaria o ministro da economia a tiracolo.

Valor: O Brasil está quebrado
Mourão: Eu sei disso, pagamos R$ 400 bilhões por ano de juros, temos um déficit de R$ 139 bilhões, isso na conta de padeiro. Por isso precisamos aprovar essas reformas, porque com a melhoria do nosso rating nós poderemos até emitir títulos pagando juros menores. Podemos fazer uma repactuação dessa dívida, podemos alongar o prazo, diminuir o pagamento anual dos juros para R$ 350 bilhões; R$ 50 bilhões a mais é muito pra gente investir em coisas que a iniciativa privada talvez não queira.


(...)

Valor: O que o senhor achou das explicações do ex-assessor e motorista de Flavio Bolsonaro, que disse que as movimentações atípicas identificadas pelo Coaf eram resultado de compra e venda de carros?
Mourão: Sem comentários. Hoje isso é um problema do Ministério Público do Rio de Janeiro, não tenho nada a ver com isso.

Matéria Completa, no Valor
 


PT decide boicotar posse de Jair Bolsonaro - [estupidez mata; esperteza demais engole o esperto (Lula foi engolido pelo excesso de esperteza)]

[Lula é tão esperto que a corja lulopetista, que o adora e  o tem como seu líder máximo (seguindo o pensamento do otário de Garanhuns), tanto que achavam que se Lula mandasse votar no coisa ruim, o povo o obedeceria.

Algumas espertezas do Lula:

Lula, o grande espertalhão, é o primeiro presidente do Brasil a ser condenado e preso, e passou o primeiro de muitos natais na cadeia e vai passar preso também a virada deste ano e dos seguintes.]

A esperteza, quando é demais, acaba engolindo o esperto

 ou

 [quanta estupidez!!!  só um partido que tem no esperto Lula, seu líder maior, esquece que nos faz um favor ao boicotar a posse do capitão Bolsonaro.]

PT decide boicotar posse de Jair Bolsonaro

Partido justifica que faltou ‘lisura no processo eleitoral’. Deputados e senadores não irão participar da cerimônia. PSOL também irá se ausentar. 
O PT decidiu que não vai participar da posse de Jair Bolsonaro no Congresso

Embora o candidato do PSL tenha derrotado o petista Fernando Haddad nas urnas, o partido divulgou um comunicado oficial para “denunciar que a lisura do processo eleitoral de 2018 foi descaracterizada pelo golpe do impeachment, pela proibição ilegal da candidatura do ex-presidente Lula e pela manipulação criminosa das redes sociais para difundir mentiras contra o candidato Fernando Haddad”. Os parlamentares petistas não estarão presentes no Congresso durante a posse de Bolsonaro.

O comunicado é assinado pela presidente do partido, Gleisi Hoffmann, e pelos líderes da Câmara, Paulo Pimenta, e do Senado, Lindbergh Farias. No texto, os petistas dizem que “o resultado das urnas é fato consumado, mas não representa aval a um governo autoritário, antipopular e antipatriótico, marcado por abertas posições racistas e misóginas, declaradamente vinculado a um programa de retrocessos civilizatórios”. Acrescentam que “o ódio do presidente eleito contra o PT, os movimentos populares e ao ex-presidente Lula é expressão de um projeto que, tomando de assalto as instituições, pretende impor um Estado policial e rasgar as conquistas históricas do povo brasileiro”.


FAB ganha mais poder para a posse e terá autorização para abater aviões

Será a primeira vez que uma cerimônia de transmissão de faixa presidencial precisará contar com o suporte da defesa aérea.

Informações enviadas pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI), pela Polícia Federal e pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) à Força Aérea Brasileira (FAB), fizeram o presidente Michel Temer assinar um decreto, que deve será publicado hoje, dando à Aeronáutica diversas prerrogativas de segurança na posse do presidente eleito, Jair Bolsonaro, no próximo dia 1º. Será a primeira vez que uma cerimônia de transmissão de faixa presidencial precisará contar com o suporte da defesa aérea.

Comandante de Operações Aeroespaciais da Aeronáutica, o major-brigadeiro do Ar Ricardo Cesar Mangrich afirma que, no dia da posse, a Esplanada dos Ministérios será “o ponto mais defendido da história de todo o nosso sistema aeroespacial brasileiro”, mas garante que será uma “ação normal para uma situação excepcional”. A situação é considerada excepcional, porque, segundo o major-brigadeiro, informações de órgãos de inteligência apontaram movimentos suspeitos que podem trazer riscos à cerimônia.

Nós entendemos que a Força Aérea tinha que estar à altura dessa excepcionalidade num momento em que nós interpretamos informações que vieram da Abin, do GSI, da Polícia Federal e até da nossa própria inteligência, e que indicavam algum risco durante a exposição de tantas autoridades a céu aberto. Então, o Comando da Aeronáutica decidiu solicitar ao presidente (Temer) a assinatura de um decreto que foi assinado hoje (ontem) e será publicado amanhã (hoje) no Diário Oficial da União”, explicou. As informações tidas como “anormais” não foram detalhadas.

Especificamente para a “Operação posse”, que deve durar das 12h às 0h do dia 1º, o decreto solicitado pela FAB dará à Força prerrogativas de segurança no tocante à defesa aeroespacial. Da chamada “Sala de Decisão”, localizada no Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), no Lago Sul, poderão ser definidas ações instantâneas, como, por exemplo, a destruição de drones que invadam o raio de 7,4km em volta da Esplanada dos Ministérios, a área vermelha.

“Primeiro será efetuado o tiro de aviso. Se o elemento não for cooperativo, receberá um tiro de detenção. Se entrar na área vermelha, é automaticamente detido através de um míssil: um de guiamento termal, que segue o calor da aeronave, e outro, por laser”, diz o major-brigadeiro Mangrich.

Conforme o Correio antecipou, a Aeronáutica criou uma área de extrema segurança com o objetivo de impedir a entrada de veículos não autorizados em volta da Esplanada dos Ministérios durante todo o dia 1°. Por meio da criação das chamadas “áreas de exclusão”, só aeronaves autorizadas poderão sobrevoar, em um raio de 130km, a partir da Praça dos Três Poderes.

Serão três áreas: vermelha, amarela e branca. Na vermelha, o sobrevoo será proibido, com exceção do helicóptero da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e da Aeronave Remotamente Pilotada (ARP) da Força Aérea. Na amarela, que deve abarcar um raio de 46,3km, que inclui o Aeroporto Internacional de Brasília, será assegurado que nenhum voo comercial seja afetado. Já a área branca, considerada reservada, abrangerá um raio de 129,6km. Para sobrevoá-la, será necessário apenas o plano de voo.
 

Correio Braziliense
 

PF vai investigar ameaça de suposto grupo terrorista à posse de Bolsonaro

Organização que se autodenomina 'ecoextremista' reivindicou ter colocado uma bomba em uma igreja de Brasília, no Natal


A Polícia Federal vai investigar em um inquérito uma suposta ameaça de atentado na posse do presidente eleito Jair Bolsonaro, marcada para o dia 1º.
A autoria da ameaça é de um grupo que se define como “ecoterrorista” e “ecoextremista” e reivindicou ter colocado uma bomba caseira em uma igreja em Brazlândia, região administrativa do Distrito Federal, na madrugada de Natal no dia 25 – o artefato explosivo foi desarmado pela Polícia Militar.

[o grupo terrorista além de uma pauta que não desperta interesse nem apoio, deixa evidente que apenas quer aparecer e conceder holofotes a terroristas, sejam autênticos ou de fancaria, é estimular que outros surjam.
Nenhuma ameaça não pode, nem deve, ser minimizada.
O ideal é investigar, identificar, neutralizar sem alarde.] 

A Polícia Civil começou a investigar o caso e chegou a um grupo autointitulado “Maldição Ancestral”, que disse ter colocado a bomba ao lado da Igreja Santuário Menino Jesus, no centro de Brazlândia. As informações foram remetidas à PF, que tem atribuição de investigar suspeitas de ameaças a presidentes da República. O caso foi revelado pelo site Metrópoles.

No site do grupo autodenominado antipolítico, anticivilização e terrorista, há um texto considerado pela Polícia Civil como ameaça a Bolsonaro. “Se a facada não foi suficiente para matar Bolsonaro, talvez ele venha a ter mais surpresas em algum outro momento, já que não somos os únicos a querer a sua cabeça”, diz o trecho do texto.
“Dia 01 de Janeiro de 2019 haverá aqui em Brasília a posse presidencial, e estamos em Brasília e temos armas e mais explosivos estocados…”, acrescentou o grupo, que se diz “em tocaia terrorística contra o progresso humano”.

Segurança
Segundo uma fonte na Polícia Federal disse ao jornal O Estado de S. Paulo, o protocolo de segurança da PF no dia da posse, 1º de janeiro, não será alterado por causa dessa ameaça. A Polícia Federal, no entanto, faz apenas a segurança mais próxima do presidente eleito.

Outros órgãos também atuarão no evento, como o GSI, o Exército, a Força Nacional e a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, e a PF não tem como afirmar se outros órgãos mudarão algo no esquema de segurança. A investigação sobre a tentativa de atentado na igreja em Brazlândia continuará a ser apurada pela 18ª Delegacia de Polícia Civil.


Estadão Conteúdo
 

quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Um tribunal menor

O prende e solta da semana é mais um episódio a apequenar o Supremo — e uma temeridade numa época em que certa direita arreganha os dentes contra a Corte

Reza a máxima que os onze ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) atuam como “ilhas incomunicáveis” que, para fazer valer suas convicções pessoais, muitas vezes desconsideram os precedentes da Corte, fomentam um ambiente de insegurança jurídica e desgastam a imagem do próprio Poder Judiciário. O ministro Marco Aurélio Mello rendeu uma homenagem poderosa a essa metáfora na quarta-feira 19, o último dia de trabalho do STF neste ano, ao conceder uma liminar que suspendia a prisão de condenados em segunda instância. A decisão se tornou pública depois da derradeira sessão plenária de 2018 e do almoço de confraternização dos ministros do tribunal. Foi, portanto, uma surpresa — duplamente desagradável.

Primeiro, porque a liminar contraria entendimento firmado pelo plenário do Supremo, que autorizou o chamado cumprimento antecipado da pena. Segundo, porque, se a liminar fosse cumprida, poderia resultar na libertação de até 169 000 presos, o equivalente a 23% da população carcerária brasileira. Entre os beneficiados estariam criminosos de todos os tipos, incluindo e aí é que reside a grande polêmica nacional — o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas a soltura em massa foi barrada pelo presidente do STF, ministro Dias Toffoli, que cassou a liminar do colega.

LULA PRESO –  A comemoração dos petistas ante a provável libertação do ex-presidente durou apenas seis horas

É fácil, diante da polêmica do prende e solta, atribuir a responsabilidade pelo tumulto apenas ao voluntarismo do ministro Marco Aurélio. Ocorre que o Supremo tem sido palco de decisões semelhantes de vários outros ministros e isso só contribui para apequenar o tribunal perante a opinião pública. É um risco que isso esteja acontecendo no atual contexto, em que forças da direita populista vêm arreganhando os dentes contra a Corte. Na campanha, o próprio presidente eleito Jair Bolsonaro afirmou que era preciso alterar a composição do tribunal com a nomeação de “dez isentos”. Seu filho Eduardo Bolsonaro chegou a dizer que, para fechar o STF, bastam “um soldado e um cabo”. São declarações que trazem embutida uma clara indisposição contra a independência da Corte como fórum garantidor da Constituição — situação que atingiu extremos em países como Venezuela, Hungria e Polônia, onde os governos, de esquerda e de direita, vêm limitando ou ceifando por completo a liberdade dos tribunais.

As decisões voluntariosas dos ministros do STF contribuíram para jogar lenha nessa fogueira. Tanto que o prende e solta logo gerou reações intensas. Os procuradores da força-­tarefa da Lava-Jato convocaram uma entrevista para protestar contra o que seria um estrondoso retrocesso. A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, recorreu contra a liminar, alegando que ela afronta o sistema de precedentes jurídicos, a persecução penal e a credibilidade da própria Justiça. O mundo político também se alvoroçou. Além de Lula, poderiam ser soltos outros figu­rões presos no caso do petrolão, como o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, o ex-senador Gim Argello e o ex-diretor da Petrobras Renato Duque. Horas depois da publicação da liminar de Marco Aurélio, centenas de pessoas se reuniram em frente à sede do Supremo, em Brasília, para protestar. Os petistas foram às ruas para entoar o mantra “Lula livre”. Houve até quem pregasse o impeachment de Marco Aurélio Mello, o que revela uma alma autoritária segundo a qual “juiz bom é apenas o juiz que decide como eu quero”.

Entre a liminar de Marco Aurélio e a cassação por Toffoli, transcorreram apenas seis horas, tempo suficiente para que o tribunal mergulhasse em mais uma crise, reveladora de suas fissuras internas. O mais recente imbróglio teve como pano de fundo um dos temas mais polêmicos da pauta do Supremo: se condenados em segunda instância podem ir para a prisão. Em outubro de 2016, os ministros disseram, por 6 votos a 5, que sim, podem ser presos. Com isso, deram fôlego à Lava-Jato, ao estimular suspeitos de saquear os cofres públicos a fazer delações premiadas. Só em Curitiba foram firmados 176 acordos de colaboração. Foi com base nessa decisão de 2016 que o então juiz Sergio Moro, futuro ministro da Justiça, determinou a prisão de Lula, em abril passado. Naquele mesmo mês, o PCdoB ajuizou uma ação com o propósito de derrubar a antecipação da pena e libertar o líder petista. Sorteado relator do recurso, o ministro Marco Aurélio Mello tentou, desde então, levar o caso ao plenário para julgamento, mas nunca conseguiu seu intento. Na segunda-feira 17, Dias Toffoli anunciou que a ação do PCdoB será analisada em abril de 2019. O caso parecia encaminhado. Só parecia.

Dois dias depois, na quarta-feira 19, Marco Aurélio pegou os colegas de surpresa ao conceder a liminar. “Em época de crise, impõe-se observar princípios, impõe-se a resistência democrática, a resistência republicana”, disse o ministro, para quem um condenado só pode ser preso depois de seu processo ser julgado por todas as instâncias do Judiciário. No início da noite de quarta-feira, enquanto o cabo de guerra entre investigadores e investigados se desenrolava, Dias Toffoli cassou a liminar. Ele lembrou que o plenário do STF havia julgado favoravelmente à antecipação da pena e afirmou que “a decisão já tomada pela maioria dos membros da Corte deve ser prestigiada”. Sua intervenção foi criticada pelos petistas, a quem serviu como advogado e assessor parlamentar antes de se tornar ministro, e elogiada por Bolsonaro: “Parabéns ao presidente do Supremo Tribunal Federal por derrubar a liminar que poderia beneficiar dezenas de milhares de presos em segunda instância no Brasil e pôr em risco o bem­-estar de nossa sociedade, que já sofre diariamente com o caos da violência generalizada”. Empossado no comando do Judiciário em setembro, Dias Toffoli disse que queria fazer de sua gestão um instrumento de pacificação, reduzindo as disputas internas entre os ministros e tirando o Supremo do centro das crises políticas. Não será nada fácil, como ficou evidente na semana passada.

Outro exemplo do tumulto em que vive o STF é o caso do terrorista italiano Cesare Battisti, cuja situação só galvaniza atenção devido à guerra ideológica que envolveu o país. Condenado a prisão perpétua por quatro assassinatos cometidos na Itália na década de 70, quando militava no grupo Proletários Armados pelo Comunismo, Battisti se refugiou no Brasil, onde foi descoberto em 2007, e ganhou tratamento privilegiado no governo do PT — que o declarou não um terrorista procurado por homicídio, como de fato é, mas um “refugiado político”, como se a Itália fosse uma ditadura a perseguir seus opositores.

Em 2009, o STF disse que os crimes do italiano não eram políticos e que ele poderia ser extraditado, mas a palavra final sobre seu destino deveria ser do presidente da República — e Lula aceitou que ficasse no país.

Em 12 de dezembro passado, com a virada no clima político do país, o ministro do STF Luiz Fux derrubou o derradeiro pedido de Battisti e determinou sua prisão — e o presidente Michel Temer, em seguida, chancelou sua extradição. Antes de tornar pública a decisão, Fux, com o objetivo de evitar a fuga do criminoso, avisou o diretor-geral da Polícia Federal, Rogério Galloro, e a procuradora Raquel Dodge. O ministro esperava que Battisti fosse pego de surpresa. Um avião do governo italiano e policiais europeus ficaram de prontidão no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Com a ordem judicial em mãos, a Polícia Federal partiu para prender o terrorista em sua casa, em Cananeia, no litoral paulista. Bateu à porta e não achou ninguém.

Publicado em VEJA de 26 de dezembro de 2018, edição nº 2614

A versão de Queiroz

Ex-assessor de Flávio Bolsonaro rompe o silêncio depois de 20 dias, mas as explicações para sua movimentação financeira ainda são insatisfatórias

No final da década de 1980, o ilustrador britânico Martin Handford deu início a uma série de livros que se tornou sucesso em diversos países. Nos volumes, voltados para o público infanto-juvenil e intitulados “Onde está Wally?”, o leitor é desafiado a localizar o personagem em ilustrações que reúnem um emaranhado de situações e tipos.
A brincadeira ganhou nas últimas semanas uma versão brasileira. A diferença é que a pergunta se referia ao desaparecimento de uma pessoa real, envolvida num episódio com implicações relevantes para a política nacional. Trata-se do policial militar Fabrício Queiroz, ex-assessor parlamentar do deputado estadual e futuro senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente eleito. Na sexta-feira (21), pela segunda vez, ele deixou de se apresentar para depoimento agendado pelo Ministério Público, com vistas a colher explicações para o fato de ter movimentado em sua conta bancária, ao longo de um ano, R$ 1,2 milhão —quantia aparentemente incompatível com sua renda.
As operações foram identificadas em relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) vinculado a um desdobramento da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro. Entre saques e depósitos em dinheiro, transferências e cheques, Queiroz destinou R$ 24 mil para a futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Desde que o caso veio à tona, assistiu-se a um espetáculo de evasivas e explicações pouco convincentes por parte dos Bolsonaros. O presidente eleito disse ter emprestado R$ 40 mil ao ex-assessor, seu amigo e companheiro de pescaria. O filho garante que ouviu do policial uma versão convincente, mas prefere deixar que ele a exponha.
Levantou-se a hipótese de que Queiroz fosse o responsável por recolher parcelas dos salários dos funcionários do gabinete —expediente nada incomum no Legislativo. Para justificar o sumiço do policial militar, os advogados de defesa afirmaram que ele foi acometido por um grave problema de saúde e precisou ser submetido a um procedimento invasivo, mas não apresentaram provas documentais. Nesta quarta-feira (26), 20 dias depois de o caso ter sido revelado, foi ao ar na rede de televisão SBT uma entrevista na qual Queiroz declara que suas movimentações devem-se a negócios que sempre costumou fazer, em particular a compra e venda de automóveis. Não se sabe exatamente onde e quando a conversa foi gravada.
[quem muito explica acaba se complicando, sendo cobrado, ainda que seja por quem não  tem o direito de cobrar alguma coisa.]
Sobre seu estado de saúde, ele disse que foi diagnosticado com um câncer e será submetido em breve a uma cirurgia. O ex-assessor assegurou na entrevista que pretende contar sua versão ao Ministério Público e explicar todas as transações que foram detectadas pelo Coaf. É de se perguntar por que não o fez até agora. Espera-se que as autoridades localizem o suspeito e elucidem o quanto antes esse caso.
 
Editorial - O Estado de S. Paulo 

Legislativo critica Judiciário, mas transfere decisões

Avanço da judicialização e do ativismo dos juízes decorre da omissão dos outros Poderes

São recorrentes as críticas dos políticos à judicialização e ao ativismo judicial. Há razões objetivas, mas, primeiro, é preciso ponderar que o arranjo institucional contempla amplas possibilidades para socorro em juízo, como também permite um modo expansivo, proativo, dos juízes interpretarem a Constituição. São fenômenos recentes, no debate político nacional, as conotações negativas da judicialização e do ativismo, ou a falta de exercício de autocontenção do Judiciário. A censura tem permeado dois em cada três discursos feitos na Câmara e no Senado.

É salutar a crítica parlamentar a iniciativas como a do Supremo Tribunal Federal quando legitimou a multiplicação de partidos — hoje são 35 com registro oficial, embora não se conheçam 35 ideologias. Da mesma forma, há coerência nos protestos contra a judicialização da saúde. O óbvio, ululante, evita-se reconhecer: o avanço da judicialização e do ativismo dos juízes decorre da omissão dos outros Poderes.

Caso exemplar é o da controvérsia sobre a prisão em segunda instância. O Judiciário por muito tempo adotou o princípio como válido. Na década passada, mudou o entendimento. Em outubro de 2016, voltou a legitimar a prisão de réus condenados após julgamento em colegiados. Desde o início deste ano há uma pressão relevante para que o Supremo julgue a questão pela quarta vez. Agora a motivação é o nome na capa do processo: Luiz Inácio Lula da Silva, líder do PT, condenado a 12 anos e um mês de prisão por corrupção. [o Poder Legislativo não pode ser responsabilizado pelo Supremo Tribunal Federal não valorizar suas próprias decisões - até um analfabeto sabe que o vai e vem, a mudança constante de opinião é indecisão e esta quando praticada pela instância máxima do Poder Judiciário estabelece a INsegurança Jurídica.]

Na semana passada, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, anunciou uma intervenção do novo Congresso, via emenda constitucional, para resolver a questão da prisão em segunda instância. Cabe perguntar: por que o Legislativo já não o fez? 
[resposta óbvia: por medo do Poder Judiciário = pavor, temor, etc - como ficaria o Congresso se decidisse de uma forma que não agradasse aos supremos ministros e, estes ofendidos, decidissem de forma monocrática ou coletiva desautorizar o Congresso, revogando a qualquer pretexto a Lei promulgada? 
Não é uma divagação absurda; 
 
há algum tempo um ministro do STF decidiu retirar um parlamentar em pleno exercício do mandato, regularmente eleito presidente da Câmara dos Deputados, da função de presidente da Câmara.
 
Por faltar amparo legal para executar sua decisão ele criou um: criou a inexistente figura da punição SUSPENSÃO do mandato.
Deputado com MANDATO SUSPENSO não pode exercer função privativa de parlamentar - FIM DE PAPO.
Disse 'fiat lux' o mandato foi considerado suspenso, o parlamentar expulso da função de presidente e acabou-se.
 
Ninguém, ousou contestar a suprema decisão.] 
Cabe, ainda, arguir as razões pelas quais os partidos se tornaram plantonistas nos protocolos do Judiciário, usando-os em conflitos de toda natureza, inclusive em temas naturais, peculiares, regimentais e da prerrogativa da Câmara e do Senado.
Como não existe vácuo em política, o espaço aberto pelo Legislativo acaba sendo ocupado pelos demais Poderes. Veja-se o caso do Orçamento da União. Elaborá-lo e fiscalizá-lo é razão da existência, o que define o papel republicano do Legislativo — como exemplifica, com extremo zelo, o Congresso dos Estados Unidos.

No caso brasileiro, os parlamentares se restringem ao carimbo na proposta do governo ou do Judiciário, com inserções episódicas, em geral patrimonialistas. Há pelo menos vinte anos debate se o tópico dos supersalários na Justiça e no Ministério Público. Até hoje não houve uma decisão legislativa. Em boa medida, as críticas dos políticos à judicialização e ao ativismo judicial servem de biombo aos interesses de políticos e de partidos, que transferem o ônus das decisões a juízes dispostos ao protagonismo.
 
Editorial - O Globo
 

Justiça que tarda falha - STJ leva 123 anos para julgar um processo, do decidido cabe recurso ao STF

Longe de ser uma percepção infundada, fruto de má vontade prévia dos cidadãos em relação ao Poder Judiciário, trata-se de um sentimento popular instalado a partir de uma sucessão de fatos que vêm de muitos anos

A ideia de uma Justiça lenta, arrastada, procrastinada está consolidada no imaginário da sociedade brasileira. Não sem razão. Longe de ser uma percepção infundada, fruto de má vontade prévia dos cidadãos em relação ao Poder Judiciário, trata-se de um sentimento popular instalado a partir de uma sucessão de fatos que vêm de muitos anos. 

As causas desse mal são muitas. Vão desde o emaranhado de possibilidades recursais previstas no ordenamento jurídico, que podem fazer um processo tramitar por gerações, até a carência e a ineficiência de servidores da Justiça. A experiência pessoal dos cidadãos que se veem às voltas com os tribunais, em qualquer dos polos da ação, e casos emblemáticos, sem explicações plausíveis para a demora no julgamento, minam a confiança que deve emanar do Poder Judiciário como guardião dos direitos e garantias individuais e coletivos. 

Um desses casos inexplicáveis que sedimentam no inconsciente coletivo da Nação a ideia de um Judiciário paquidérmico acaba de ser julgado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Para ter uma ideia do absurdo, uma das autoras do processo em questão chamava-se Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança e Bourbon d’Orléans, a princesa que no dia 13 de maio de 1888 assinou a lei que pôs um ponto final na indignidade da escravidão no Brasil. 

No dia 6/12, a Quarta Turma do STJ decidiu, por unanimidade, que a sede do governo do Rio de Janeiro, o Palácio Guanabara, pertence à União. O imóvel era um dos objetos de disputa tratados nesta que é uma das mais antigas ações em tramitação no País. Em 1895, a família Orléans e Bragança entrou com ação na Justiça para obter a devolução do Palácio Guanabara ou ser indenizada pela tomada do imóvel após a Proclamação da República. Na discussão de fundo, estava a dúvida se o palácio estava incluído entre os bens privados da família imperial ou se era um bem público destinado apenas à moradia, finalidade que teria perdido após a queda da monarquia. 

Os herdeiros da família imperial argumentam na ação que a princesa Isabel e seu marido, o conde d’Eu, detinham “direito de propriedade plena” do palácio, que fora adquirido com o dote do casamento da princesa, depois incorporado ao Tesouro Nacional. Márcia Dantas, advogada da União, sustentou que a família imperial gozava apenas do direito de habitar o imóvel, direito que, em sua visão, foi extinto com a mudança do regime. “Com a República, o soberano da Nação, dono de tudo, deixou de existir. Não há que se falar em direitos próprios de uma forma de governo. Cessada a monarquia, cessam os seus direitos”, disse. A tese da advogada da União foi acolhida pelos ministros Antônio Carlos Ferreira, Raul Araújo, Isabel Gallotti e Marco Buzzi. 

O Decreto n.º 447 de 18 de julho de 1891, assinado pelo então presidente da República Manoel Deodoro da Fonseca, incorporou ao patrimônio da União “todos os bens que constituiam o dote ou patrimonio concedido por actos do extincto regimen á ex-princeza imperial D. Isabel, Condessa d’Eu”. Custa crer que um processo precisou levar 123 anos para que se chegasse à conclusão de que valia o que estava escrito - em português antigo, porém inteligível - em um decreto editado no alvor da República. 

No decorrer de todos esses anos de tramitação - o processo chegou a ser declarado extinto na década de 1960, decisão que foi revista posteriormente -, a ação movida pela família imperial passou por diversas instâncias, com reviravoltas processuais que serviriam como ótimo entretenimento no campo da literatura ou do cinema, mas na realidade só serviram para alimentar o desalento diante da kafkiana confusão para dar fim, em 2018, a um processo do final do século 19. E que não se animem os apressados. Este fim ainda pode demorar um tanto mais. Cabem recursos.

Editorial - O Estado de S. Paulo
 

 

A Folha de Bolsonaro

Está claro que o presidente eleito ignora o indispensável sobre solução técnica


Jair Bolsonaro não se conforma em ver na Folha textos que não lhe convêm. [desagradável não são os textos que são baseados em fatos;
desagradável mesmo são as reportagens baseadas em indícios que não se sustentam, tanto que são publicadas uma única vez, quanto muito duas e desaparecem - demonstrando que tais 'matérias' tinham um único objetivo: repercutir em outros órgãos e tentar causar algum dano ao capitão.
Vejam a entrevista do Fabricio - tem momentos em que a repórter deixa a impressão que vai pedir o atestado médico ao Fabricio para conferir o CID.]  Tamanha é a sua consideração pelo jornal que reage com insultos, trata mal gente da casa, adverte que prejudicará a empresa, quando dos seus desagrados. Vê-se que é uma distinção exclusiva, e dessas que não se tem como agradecer nem corresponder.

Mas é ainda mais rica a sua reação à importante e bem realizada reportagem de Thais Bilenky, baseada na observação de que, “pela primeira vez na história da República”, um presidente se empossará “sem nenhum representante” do Nordeste e do Norte “no primeiro escalão” do novo governo.
Primeiro, o Bolsonaro convencional: “A Folha de S.Paulo continua a fazer um jornalismo sujo e baixo nível”. E assim segue, esperando convencer de que fez “escolhas técnicas”. [absolutamente sem sentido é fazer escolhas regionais - as regiões do Brasil devem ser representadas no Congresso Nacional. ] O que, mesmo se verdadeiro, não impediria a escolha de técnicos capazes e representativos das regiões que compõem cerca de metade do país.

Desta vez apareceu o segundo Bolsonaro, já sacando uma pretensa resposta técnica do seu governo: “Ainda em janeiro” o governo vai “construir instalação piloto para retirar água salobra do poço, dessalinizar, armazenar e distribuir” no Nordeste. Tudo a jato, porque será no mesmo janeiro a ida do ministro da Ciência e Tecnologia a Israel, ainda para procurar parcerias e a tecnologia necessária.  Está claro que Bolsonaro ignora o indispensável sobre a sua solução técnica. O interesse pela dessalinização vem de longe também no Brasil. A tecnologia não é problema. Suas modalidades são conhecidas aqui, já foram testadas, técnicos para aplicá-las não faltariam. Caso alguma dessas modalidades se mostrasse suportável financeiramente. Nem são as instalações, que custam uma só vez. O custo operacional é muito alto e permanente, em descompasso com as condições socioeconômicas da região.

Outras soluções para as dificuldades prementes dos nordestinos são consideradas preferíveis. Prova disso, e sem excluir a continuidade dos estudos de dessalinização, é o feito da ministra Thereza Campello no governo Dilma, já citado aqui mais de uma vez: em torno de um milhão — sim, um milhão— de cisternas familiares instaladas, eficiência rara em qualquer setor brasileiro em qualquer tempo. E, de pasmar, sem nem sequer um arremedo de escândalo.  Israel vale-se da dessalinização, sim. Mas conta com um suporte financeiro sem igual no mundo. Tem a contribuição segura, regular e fartamente generosa de judeus em numerosos países, além da colaboração múltipla dos Estados Unidos, por sua aliança. O Brasil, sem enganações convenientes aos da riqueza especulativa e não produtiva, está destroçado, desacreditado e sem dinheiro até para alimentar os sinais de vida.

Bolsonaro diz, por escrito, que os repórteres da Folha “vão quebrar a cara!” Se ele não quebrar a sua e o Brasil, com seus propósitos desatinados, não faz mal.

Folha de S. Paulo

Breve Dicionário de Bolsonarês-Português para sobreviver a 2019

Conheça algumas das expressões que serão essenciais durante o próximo governo

O ano de 2019 está praticamente aí. Alguns achavam que ele não chegaria nunca; outros torceram por isso. Mas o calendário é implacável e tudo indica que a expressão "presidente eleito" logo perderá o adjetivo mesmo. 

[Nós, os  Bolsonaristas de raiz, com a generosidade e o bom humor típico dos vencedores, agradecemos aos autores do 'breve dicionário';

os que não suportam ser governados e ver o Brasil presidido nos próximos quatro anos - de repente, oito, só Deus sabe - poe JAIR MESSIAS BOLSONARO, sugerimos:

- se curvem diante do inevitável; ou,                                                       - sigam a sugestão expressa no "Brasil, ame-o ou deixe-o" que, inclusive, é reproduzida na URL deste Blog.]

O ano de 2019 está praticamente aí. Alguns achavam que ele não chegaria nunca; outros torceram por isso. Mas o calendário é implacável e tudo indica que a expressão "presidente eleito" logo perderá o adjetivo mesmo.  

Pensando nisso, e no óbvio desconforto (talvez até repulsa) que Jair Bolsonaro mostra em relação às palavras e à clareza, selecionamos termos frequentes ou representativos, que merecem nossa atenção. A eles segue uma definição concisa, talvez útil para entender o que Bolsonaro realmente gostaria de dizer. 

Evidentemente, não esgotamos o palavrório presidencial. Este breve dicionário estará mais que satisfeito se servir como impulso para o trabalho coletivo que uma iniciativa dessas demanda. Assim, quem sabe teremos feito jus a quem nos inspirou: o Dicionário do Diabo, de Ambrose Bierce; a Bíblia do Caos, de Millôr Fernandes; os aforismos de Karl Kraus; 

BREVE DICIONÁRIO BOLSONARÊS-PORTUGUÊS 

Arma - Melhor amiga do homem de bem.
Baderna - Coisa de comunista.
Bolsa-Família - Gasto, despesa.
Bolso-Família - Investimento.
Bots - Quem tem, vai a Roma.

Brasil - Os acima de tudo.
Brasileiro - Com muito orgulho, com muito horror.
Comunismo - Coisa de baderneiro.
Continência - Quem não bate, apanha.
Crime - Deus me livre, mas quem me dera.

Cuba - Ver “União Soviética”.
Debate - Prefiro não.
Delírio - Ver “Opinião, minha”.
Deus - O dos acima de todos.
Dialética - Linguagem particular de um grupo, como em: "Dialética dos travestis".

Dinheiro - Em cheque, se possível.
Direitos Humanos - Marxismo cultural.
Ditadura - Nostalgia.
Enem - Prova que não prova nada exceto esquerdismo.
Escravidão - Não que eu saiba.

Esquerda - Endireitem-se.
EUA - O Brasil do futuro (ver “Brasil”), se Deus quiser (ver “Deus”).
Fake News - Antônimo de "Opinião, minha."
Família - Umas são mais iguais que outras.
Fraquejada - Ato falho.

Generalizar - O ato de compor o governo com militares.
Gênero - Alimentício, no máximo.
Golpe - Sonhar auto.
Hino - Nova versão da música do Jota Quest: "Fascio, extremamente fascio."
História - Para boi dormir.

Homofobia - Tenho até amigos que são.
Ideologia - No dos outros é refresco.
Imprensa - A favor, por favor.
Juiz - Parça.
Justiça - Farsa.

Laico - O ato de dar like num post pró-Bolsonaro. Sinônimo de “curto”.
Lei - Para todos, mas não para qualquer um.
Liberdade de expressão - Ver "Opinião" e "Opinião, minha".
Mais Médicos - Para quê?
Manter - Isso daí, tem que.

Médico - Dá licença, por favor.
Mercado - Ver “Deus”.
Messias - Presente.
Mídia - Uma ilha cercada de Zap por todos os lados.
Mito - Ver “Verdade”.

Motorista - Ninguém sabe, ninguém viu.
Mudar - Isso daí, eu vou.
Nepotismo - Ver "Bolso-Família".
Opinião - Cada um tem a sua, desde que...
Opinião , minha - Verdade mesmo que se prove o contrário.

Pano - É melhor já ir passando.
Partido - Cada um tem que tomar o seu.
Pátria - Diminutivo de patrão.
Patriota - Escravo da Constituição e, portanto, da Pátria. Ver “Pátria”.
Povo - A voz de Deus. Ver "Deus".

PT - O Pior de Tudo.
Quilombola - No lombo de quem?
Racismo - Só existe se for reverso.
República - Sigla para "Repartição Pública", ou "Repartição da coisa pública".
Revolução - Generalizar para salvar a pátria. Ver “Generalizar” e “Pátria”.

Sadismo - Propriedade de quem é sadio.
Superministro - Blindagem. Cortina. Blindex.
Temer - Quando convém.
Tortura - A favor, por favor.
Trabalho - O alicerce da pátria. Ver “Pátria”.

União Soviética - Ver “Venezuela”.
Vagabundo - Ração de arma.
Venezuela - Sodoma e Gomorra temperadas com Marx.
Verba - No princípio, era Ela.
Verdade - Conveniência.

Violência - E eu com isso?
Vitimismo - Não é, se contra nós.
Y - Meu cromossomo, minhas regras.
Yankees - Come home, tá ok?
Zap - Secretaria Especial de Comunicação Social 24h.

Revista Época






Gleisi fala da ruína como se Dilma não existisse



Às vésperas do Ano Novo, Gleisi Hoffmann, a presidente do PT, ensaia um estilo de oposição inovador, com viés humorístico. A novidade está presente em duas notas que Gleisi veiculou no Twitter. Nelas, a dirigente petista faz considerações sobre a ruína econômica e sua consequência mais nefasta: o desemprego. O assunto é trágico. Fica engraçado porque Gleisi rodopia ao redor da tragédia econômica como se nela não estivessem gravadas as digitais do petismo e de Dilma Rousseff.

"Chega a ser comovente neste final de ano o esforço da mídia e parte de seus articulistas pra dizer que as coisas estão melhorando no Brasil. Só não dizem para quem", anotou Gleisi. "Divulgam índices econômicos (arrecadação, investimentos, empregos) insignificantes e de lenta, muito lenta evolução."  

A presidente do PT acrescentou: "No emprego, por exemplo, se nada for feito diferente, levaremos 10 anos pra recuperar os índices de 2014. A economia pode esperar este tempo, a vida das pessoas não. Ah, e nada vai ser feito diferente. Já foi dito por quem assumirá o Poder." Ex-ministra-chefe da Casa Civil no governo Dilma, Gleisi despachou no quarto andar do Planalto entre junho de 2011 e fevereiro de 2014. Testemunhou a construção dos alicerces do desastre. Ela bem sabe que, entre 2013 e 2016, a economia brasileira encolheu 6,8%. Graças ao governo empregocida de Dilma, a taxa de desemprego saltou de 6,4% para 11,2%. Foram ao olho da rua algo como 12 milhões de trabalhadores.

(...)

Eleito graças ao antipetismo, maior força eleitoral da campanha de 2018, Bolsonaro já declarou que não pretende pleitear a reeleição. Mas Gleisi, ao raciocinar com o prazo de uma década, parece antever uma vida longa para a era do capitão. É como se a presidente do PT começasse a tomar gosto pelo novo papel que decidiu desempenhar. Gleisi se autoconverteu em piada.

[Só que piada, piada mesmo, a mãe de todas as piadas, é o Lula, o esperto, o líder inconteste, o capaz de ganhar uma eleição mesmo puxando cadeia.
Só que nas palavras de ilustre jornalista, fica claro que Lula não é tão esperto:
"Lula, o grande espertalhão, é o primeiro presidente do Brasil a ser condenado e preso, e passou o primeiro de muitos natais na cadeia".