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segunda-feira, 19 de julho de 2021

Anvisa autoriza estudos clínicos com 3ª dose de vacina da AstraZeneca e com a proxalutamida

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou hoje o estudo clínico para avaliar a segurança, a eficácia e a imunogenicidade de uma terceira dose da vacina da AstraZeneca — a AZD1222 - ChAdox1 nCoV-19. Participam do ensaio voluntários do estudo inicial que já haviam recebido as duas doses do imunizante, com intervalo de quatro semanas entre as aplicações. A terceira dose será aplicada entre 11 e 13 meses após a segunda dose, informa a autarquia em nota.“Trata-se de um estudo de fase III, controlado, randomizado, simples-cego, ou seja, em que só o voluntário não saberá o que tomou: se uma dose da vacina ou de placebo”, detalha o comunicado.

Segundo a Anvisa, serão incluídos voluntários com idade entre 18 e 55 anos, que estejam altamente expostos à infecção com o novo coronavírus, como profissionais de saúde. Não participarão do estudo gestantes ou pessoas com comorbidades. O estudo, patrocinado pela AstraZeneca, ocorrerá somente no Brasil. Inclui os Estados da Bahia (1.500 voluntários), Rio de Janeiro (1.500 voluntários), Rio Grande do Sul (3.000 voluntários), Rio Grande do Norte (1.500 voluntários) e São Paulo (2.500 voluntários).“Após a quebra do cegamento da pesquisa (quando os voluntários ficam sabendo se receberam a vacina ou o placebo), todos os participantes do grupo placebo serão convidados a ser imunizados”, diz a nota.

Nova versão da AstraZeneca
Na quarta-feira da semana passada (14/7), a Anvisa tinha autorizado um estudo clínico com a vacina AstraZeneca AZD2816 uma nova versão do produto atualmente disponível no Brasil (AZD1222), modificada para também fornecer imunidade contra a recém-emergente variante B.1.351, identificada primeiro na África do Sul. O estudo aprovado anteriormente, segundo a agência, testava nova versão da vacina em três diferentes esquemas terapêuticos. Na pesquisa aprovada hoje, diferentemente, o imunizante testado é exatamente o mesmo que já estava em uso no Brasil, ou seja, a primeira versão do produto, esclarece. 
 
Proxalutamida
A agência também autorizou estudo clínico para avaliar a segurança e a eficácia do medicamento proxalutamida na redução da infecção viral causada pelo novo coronavírus e no processo inflamatório provocado pela covid-19.“Trata-se de um estudo de fase III, randomizado, duplo-cego, controlado por placebo, para avaliar a eficácia e a segurança da substância em participantes ambulatoriais do sexo masculino com Covid-19 leve a moderada (Protocolo GT0918-US-3001)”, diz a Anvisa.

O estudo é patrocinado pela empresa Suzhou Kintor Pharmaceuticals, sediada na China, e será realizado na Alemanha, Argentina, África do Sul, Ucrânia, México, Estados Unidos e Brasil, onde participarão 12 voluntários do estado de Roraima e outros 38 de São Paulo. 

Brasil - Valor Econômico

 

quinta-feira, 24 de junho de 2021

Imprensa brasileira tem sua ineficácia comprovada - Gazeta do Povo

Sir Karl Popper. Ilustre liberal, grande pensador, homem da ciência. Fico pensando em como Popper estaria perplexo com a quantidade de bobagem repetida em nome da ciência atualmente. Aqueles que desejam politizar tudo, até remédios, insistem na falácia de que o tratamento imediato teve sua ineficácia comprovada. É pura ignorância ou má-fé, coisa de quem não faz a menor ideia do que seja o processo científico.

Testa-se uma hipótese, buscando sempre refuta-la, nunca comprova-la. Isso para impedir o viés de confirmação, a seletividade dos dados, o
"cherry picking". Se você só viu cisnes brancos até hoje, isso não lhe dá o direito de repetir, em nome da ciência, que cisnes negros não existem. Sua afirmação, cientificamente falando, deveria ser a de que hoje ainda não há provas da existência de cisnes negros. Até o dia que eles foram encontrados...

Vejo em tudo que é veículo de comunicação a chamada de que a hidroxicloroquina e a ivermectina tiveram sua ineficácia comprovada. Isso é simplesmente falso, fake news. Há inúmeros estudos que apontam para sua eficácia, há a observação médica de quem está na ponta cuidando de pacientes, não lacrando entre uma música e outra. O que não há, ainda, é o tal teste padrão ouro, que não existe para cerca de 90% dos medicamentos que utilizamos para várias outras doenças.

Pode ser que o troço seja placebo?
Até pode, mas há indícios de que não é este o caso. Não obstante, jornalistas arrogantes e ignorantes adotam narrativas imbecis, tudo para atingir Bolsonaro, e o fazem em nome da ciência. É de arrepiar! Aí nos deparamos com a notícia de que Oxford está realizando testes para a ivermectina. A revista Exame deu a notícia de forma normal antes, depois apagou e passou pelo filtro do lacre:

Reparem na torcida do contra, na distorção e manipulação na nova chamada. O "corpo da matéria", porém, não esconde a expectativa de sucesso com o remédio para parasita: Coronalovers e pandeminions não conseguem mais esconder que torcem contra o tratamento, tudo por ódio ao presidente. É doentio! Mas deixando o resultado de lado por enquanto, cabe perguntar: ué, mas se há "ineficácia comprovada, então por que Oxford vai realizar testes para averiguar a eficácia? Isso quer dizer, pasmem!, que ainda não há uma tal ineficácia comprovada?! Isso quer dizer que a nossa imprensa em peso mente para seu público? Tudo por fins políticos?! Que coisa feia!

O duplo padrão também tem sido a marca registrada da mídia nacional.  
Bolsonaro sem máscara já vira genocida, enquanto isolacionistas que são vistos sem máscara longe das câmaras são protegidos em sua hipocrisia, e o fato de que a maioria deles contraiu o vírus é algo que passa batido pela imprensa. 
Enquanto isso, o Papa, sem máscara, toca em seus fiéis. Seria o Papa um genocida negacionista? O presidente Bolsonaro, com sutileza, passou o recado aos jornalistas: Uma liderança verdadeira precisa demonstrar coragem e fé. O Papa, sem máscara, toca nas pessoas, pois “se proteger” não pode ser a única meta de um líder. Mas vai explicar isso para quem acha que o ícone da liderança na pandemia é um governador hipócrita, que diante das câmeras aparece até com duas máscaras, mas depois vai para Miami relaxar da afetação de falsa virtude!
Por falar no tal governador... uma coisa ele faz bem: persuadir jornalistas a nunca o criticarem! Não se sabe que tipo de "argumento" ele usa para tanto. Minha colega de bancada gagueja muito quando o tema é a gestão doriana. O Brasil tem péssimo resultado pois tem mais de 500 mil mortes, mas São Paulo não está ruim pois é o décimo estado em termos relativos, sendo que tem mais de 120 mil mortes? 
Isso sem levar em conta que São Paulo tem mais mortes do que sua população representa do total brasileiro. 
O governador tem mérito por ouvir a ciência, mas a turma repete que não houve lockdown em São Paulo verdadeiro, como na Europa? Eu fico sem saber se Dória é parte do problema ou da solução!

Quando falamos do Papa, lembramos da Argentina também, outro incômodo enorme para a narrativa da mídia. A Argentina, que terminou de destruir sua economia com o lockdown mais longo da América Latina, registrou 792 óbitos ontem e chega a 90 mil mortos por coronavírus. Isso com uma população que é um quarto da nossa, ou seja, em termos relativos já tem quase a mesma quantidade de óbitos, e deve nos passar. O presidente lulista não fechou a compra da vacina da Pfizer por "cláusulas leoninas", mas Bolsonaro é culpado pela "falta" de vacina, no país que é o quarto que mais vacinou no mundo. Dura a vida de um militante disfarçado de jornalista, não?

A Argentina tem a moeda mais desvalorizada no momento, pois segue ladeira abaixo rumo ao destino venezuelano. Enquanto isso, o dólar cai abaixo de cinco reais, por otimismo dos investidores com as reformas aprovadas pelo governo Bolsonaro: 
Mas a Argentina não escutou a voz da ciência, não fez lockdown? 
Que pasa? 
Aliás, vocês se lembram de quando o lockdown era defendido como uma medida emergencial por 15 dias apenas para "achatar a curva" e ganhar tempo? Hoje é o Santo Graal da Seita dos da Terra Parada, dos isolacionistas gourmet que não pararam de trabalhar um só dia na pandemia, mas defenderam o desemprego em massa para os pobres, já que a economia fica para depois. Hipocrisia pura...

Essa mídia não está preocupada em fazer as perguntas certas da ciência. Leandro Ruschel fez no lugar da patota: no Chile, mesmo com 70% da população recebendo uma dose e 50% das pessoas completando a vacinação com duas doses, as mortes seguem em patamar elevado, numa média de 120 por dia, o que equivaleria a uma taxa de 1300 por dia no Brasil. Afinal, qual é a eficácia da vacina chinesa? Ele continua: já na Indonésia, centenas de casos de médicos que tomaram Coronavac e foram infectados pela última onda da pandemia que varre o país, segundo a Reuters. E o que falar de Seychelles, uma pequena ilha com o maior índice de vacinação do mundo, com 60% da população vacinada ainda em maio? Apresentou uma explosão de casos...

Já no insuspeito New York Times, jornal esquerdista, há uma reportagem mostrando que vários países apostaram na vacina chinesa e agora enfrentam surtos de Covid: Pois é, precisamos falar sobre a eficácia das vacinas, lembrando que Costa Rica rejeitou a Coronavac, que tampouco é aplicada nos Estados Unidos ou na Europa. O autor de novelas Aguinaldo Silva ficou decepcionado ao chegar no continente e escutar em todo lugar que sua vacinação de nada valia ali. Doria apostou no cavalo errado? A imprensa vai tratar do assunto com objetividade, imparcialidade e postura científica?

Não sabemos direito sobre a real eficácia das vacinas, e não temos as respostas definitivas sobre o tratamento precoce. O que sabemos, com um alto grau de certeza científica, é que nossa imprensa tem sua ineficácia comprovada. É muita militância e pouca seriedade.

Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

Fux tentou dar um truque para preservar Moro da suspeição. Perdeu por 7 a 4 ... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/colunas/reinaldo-azevedo/2021/06/23/fux-tentou-dar-um-truque-para-preservar-moro-da-suspeicao-perdeu-por-7-a-4.htm?cmpid=copiaecola

domingo, 25 de abril de 2021

O Atleta é mais veloz que a Justiça - Revista Oeste

A promoção de Renan Calheiros a relator da CPI da Pandemia confirma que, no Brasil abastardado pelo Supremo, investigado investiga

 

A linhagem dos grandes inventores de nomes nasceu na entrada dos cinemas e viveu seus momentos mais brilhantes nos anos 50. O show de criatividade era escancarado nos letreiros riscados a giz que identificavam o filme em cartaz. Ninguém conhecia nenhum dos autores daquelas obras de arte, mas eles sabiam perfeitamente com quais plateias lidavam. Sabiam, por exemplo, que quem gostava de faroeste norte-americano não via com entusiasmo títulos reduzidos a uma palavra só. Pouco importava que nos Estados Unidos e em Portugal o clássico estrelado por Alan Ladd fizesse sucesso desde o lançamento, em 1953, com o nome do principal personagem: “Shane”. É pouco para o Brasil, decidiu algum anônimo artista escondido na empresa distribuidora — e Shane foi substituído por um irresistível chamariz em maiúsculas: OS BRUTOS TAMBÉM AMAM

Em Portugal, aliás, a regra era manter o título original ou traduzi-lo literalmente. Filmado em 1969, The Wild Bunch tornou-se nas telas lusitanas Uma Quadrilha Selvagem. Por aqui, foi rebatizado com um achado que induzia o mais pacífico cinéfilo a levar as duas mãos a coldres imaginários já na passagem pela bilheteria: MEU ÓDIO SERÁ TUA HERANÇA. É claro que esses mestres da hipérbole não admitiriam que fosse confinado em míseras cinco letras — Giant — o superfaroeste da safra de 1956 protagonizado por Elizabeth Taylor, Rock Hudson e James Dean. Os portugueses se deram por satisfeitos com um insosso Gigante. Também por isso, merecia figurar nos créditos de abertura, logo abaixo do trio estelar, o reinventor do nome no Brasil: ASSIM CAMINHA A HUMANIDADE.

A caminho da extinção nos letreiros de cinema, a tribo sobreviveu graças ao surgimento na Polícia Federal, no início deste século, de uma ramificação igualmente inventiva e bem mais prolífica. Por lei, a escolha do nome de uma operação da PF cumpre ao delegado que vai chefiá-la. Com a intensificação das ofensivas, os doutores recorreram a todas as modalidades de cobra, macaco, peixe e outros bichos antes da capitulação: aquilo era coisa para especialistas. E então se sucederam os surtos criativos. 

Em outros países, operações do gênero têm denominações sisudas, que usam terno escuro, falam baixo e jamais sorriem. No Brasil, reina a imaginação sem fronteiras. Há um pouco de tudo na lista de operações: erudição (Satiagraha, Ararath), bom humor (Fatura Exposta), poesia (Rosa dos Ventos), apreço por superlativos (Anel de Gigantes, Ad Infinitum) ou mistério (Ratatouille, Ouvidos Moucos). Há os irônicos: Tergiversação, por exemplo, inspirou-se na palavra que engordara o vocabulário indigente de Dilma Rousseff naquele semestre. E há os inevitáveis, como referências à pandemia no balanço de 2020. A lista anual incluiu, entre outras, as operações Virus Infectio, Placebo, Calvário e Mercadores do Caos.

Foi a mais célebre e bem-sucedida operação da História que revelou a existência de uma maloca habitada por descendentes da tribo que brilhou nos letreiros de cinema e continua a fazer bonito na Polícia Federal. Alojados num setor semiclandestino da construtora Odebrecht que se tornaria conhecido como Departamento de Propinas, os craques em batizado criavam codinomes que mais revelaram do que esconderam a identidade dos políticos que tiveram o caixa dois irrigado por dinheiro da empreiteira e se refugiaram no pântano devassado pela Lava Jato. É o caso da trinca formada por senadores que se aquecem para entrar em ação na CPI da Pandemia.  
Humberto Costa, do PT pernambucano, virou caso de polícia quando era ministro da Saúde de Lula e se envolveu no escândalo dos Sanguessugas, produzido por gente que desviou com voracidade de vampiro verbas destinadas à área da Saúde. Ganhou da Odebrecht o codinome perfeito: Drácula
Tão perfeito quanto o Whisky extraído de uma das mais caras predileções de Jader Barbalho, morubixaba do MDB paraense e pai do atual governador Helder Barbalho (codinome Cavanhaque). 
Mas nenhum é tão irretocável quanto o nome de guerra de Renan Calheiros: Atleta. A folha corrida do senador denuncia um maratonista da delinquência. O prontuário do gerente do MDB alagoano é coisa de matar de inveja até um campeão de bandalheiras promovido a chefão do PCC.

José Renan Vasconcelos Calheiros, natural de Murici, entrou no saloon da baixa política pela última porta do corredor à esquerda de quem chega: nos anos 70, enquanto cursava a Faculdade de Direito em Maceió, matriculou-se no PCdoB e logo se elegeria deputado estadual com o apoio da seita comunista. O rebanho tinha mudado de bússola. Trocara a China pela Albânia, Mao Tsé-tung por Enver Hoxja, o mato pela capoeira. O livro de pensamentos do ditador albanês era tão profundo que as cabras montanhesas daquele grotão europeu poderiam, como a formiguinha de Nelson Rodrigues, atravessá-lo com água pelas canelas. 

Quem serve voluntariamente nas galés de um Enver Hoxja embarca em qualquer canoa, confirma o ziguezague de Renan. Achou boa ideia transformar o prefeito e depois deputado federal Fernando Collor em alvo predileto. “É o príncipe herdeiro da corrupção”, recitou anos a fio. Achou melhor ainda a ideia de aceitar o convite do governador Fernando Collor e assumir a Secretaria da Educação. “Apesar de adversários no passado, sempre fomos amigos”, fantasiou. Nunca seriam amigos. Foram cúmplices quando as circunstâncias recomendavam.

Renan estava no famoso jantar em Pequim durante o qual emergiu a ideia que parecia conversa de fim de noite num botequim de Maceió
que tal transformar o governador na cabeceira da mesa em presidente da República? 
Meses depois, ambos homiziados numa esperteza batizada de Partido da Reconstrução Nacional (PRN), Collor e o líder da bancada do governo na Câmara dos Deputados subiram juntos a rampa do Planalto. O aliado Renan Calheiros defendeu com veemência o conjunto de medidas hediondas que incluiu o confisco da poupança. “Quem não entender que o Brasil mudou perderá o bonde da História”, comunicou à nação. O desafeto Renan Calheiros defendeu com igual veemência o impeachment do ex-parceiro que não subira no bonde que fretou para eleger-se governador. O bucaneiro oportunista mandou chumbo em tudo que se movesse no navio corsário do qual saltara ao pressentir o naufrágio. Só poupou Itamar Franco. Depois trocou Itamar por Fernando Henrique Cardoso e ganhou o Ministério da Justiça. Em seguida trocou Fernando Henrique por Lula. Em fevereiro de 2005, aos 55 anos, virou presidente do Senado.

O clássico da chanchada pornopolítica em que contracenou com a jornalista Mônica Veloso apressou a barganha repulsiva: em 4 de dezembro de 2007, para escapar da cassação do mandato por quebra de decoro (corrupção graúda, em língua de gente), renunciou ao comando do Senado e seguiu usando a carteirinha de congressista. Voltou ao palco meses mais tarde. Arrendado por Lula para liderar a guerra pelo sepultamento da CPI da Petrobras, o general da banda podre convocou para o combate o de novo comparsa Fernando Collor, rebaixado a ajudante de ordens, e foi à luta. 

Nas semanas seguintes, Renan foi mais Renan do que nunca. Caprichando no sotaque de cangaceiro, insultou quem dele discordava, valeu-se de chantagens e extorsões para inibir oposicionistas, achincalhou o Conselho de Ética, desmoralizou a CPI e conseguiu cumprir a missão abjeta que Lula lhe encomendara. De lá para cá, continuou a fazer o que pode e o que é proibido para transformar o Senado num clube de cafajestes da terceira idade.

Em nações civilizadas, o Atleta da Odebrecht estaria na cadeia há muito tempo. Num Brasil abastardado pelo Supremo Tribunal Federal, Renan segue driblando a capivara cevada pela pilha de processos e inquéritos. Em vez de temporadas na gaiola, coleciona mandatos na presidência do Senado. Até agora são três. Vai começar a campanha para chegar ao quarto na quinta-feira, fantasiado de relator da CPI da Pandemia. Só no País do Carnaval um investigado investiga. O criador do codinome do senador merece alguma condecoração. Sem sair da Praça dos Três Poderes, sem se afastar de cargos relevantes, Renan Calheiros foge da Justiça há quase 30 anos. É o nosso Usain Bolt da corrupção. É um tremendo Atleta.

Augusto Nunes, colunista - Revista Oeste

segunda-feira, 29 de março de 2021

UM DIA A CASA CAI - Percival Puggina

Poderosa e voluntariosa corte constitucional. Leniente tribunal penal para réus com privilégio de foro. Topo da infinita escada recursal do Poder Judiciário.  
Usurpador confesso da inexistente função de poder moderador da República. Assim é a Corte. Com tais mantos se engalanam os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal brasileiro. 
Pela conduta militante, ele e imprensa também militante são os dois agentes políticos mais ativos do país. 
Congresso Nacional? Vem bem depois, com seus negócios. Presidência da República? É o mais despojado dos poderes de Estado.
 
Pelo que tem realizado nos últimos anos, a atual composição do STF é a maior tragédia legada pelo aparelhamento esquerdista do setor público nacional. 
É um caos silencioso.  
A parceria solidária da imprensa emudece e canibaliza o espírito crítico com que poderia contribuir, em ambiente de pluralismo e liberdade, para retificar os rumos do país. Sim, houve um tempo em que a imprensa fazia isso. 
Toda opinião, toda crítica estão focadas, hoje, na pessoa do presidente. Legisle o Congresso em causa própria, dificulte ainda mais o combate à criminalidade, opere em favor da impunidade, faça o STF o absurdo o que fizer, tais escândalos, se mencionados, ganham edição estéril, viram informação placebo. Você pensa que foi informado, mas não foi.

E o cidadão? Ora, o cidadão! Dele se exige ficar em casa sendo doutrinado pelo incansável realejo das TVs. Se alguém arriscar opinião divergente nas redes sociais, ensaiadas injúrias desabam sobre o infeliz, a quem chamam “gado”.A nação vive um silêncio imposto pelo medo. Medo, sim. Há o medo da covid-19, claro. Mas há, também, o medo da Justiça, que é do “fim do mundo”, mas não é divina. São temores que escravizam.

Quem impõe censura, cria seu assustado filhote, a autocensura.

A palavra “gado” define a situação de curral a que estamos submetidos. Fecharam-se as porteiras das alternativas e a farra da Casa Grande nos escraviza enquanto escarnece de nossas opiniões. 
É surpreendente que exijam respeito. Não é respeitável o que fazem! 
Respeitem para serem respeitados. 
Respeitem os mandatos que lhes foram concedidos, senhores congressistas. 
Respeitem a vontade expressa nos votos e o resultado das urnas, senhores ministros do STF. 
Respeitem o pequeno detalhe que ainda chamamos de Constituição.

A Lava Jato, que cometeu o crime de levar à condenação nossos Adãos de paraísos fiscais, recebeu atestado de óbito numa sessão virtual da 2ª turma. E viva a gandaia!

O Brasil tem uma história anterior a esse colegiado, dispensa suas lições e, mais ainda, sua visão de mundo
O farol com que os 11 pretendem iluminá-lo ensombrece e entristece o futuro. 
Naquelas cadeiras sentaram pessoas muito mais sábias, muito mais cultas, muito mais comprometidas com a nação. Eram respeitáveis. 
Já a atual composição do STF, desnorteada com sua impopularidade e com a animosidade que suscita, busca se impor pelo medo, como fazem os ditadores. 
É impossível que os poderes de Estado, em seus escancarados anseios de autoproteção e de proteção recíproca, não percebam o gemido da alma nacional nestes tempos de frustração e temor.

Atentem todos, porém, para o fato de que as circunstâncias podem retardar a resposta da sociedade, que tarda, mas não falha. Senadores e Deputados Federais! Se não pelo país, ao menos por apego aos próprios mandatos, cumpram com seu dever. A situação atual não é sustentável.

Money Pit é uma comédia romântica dos anos 80, com Tom Hanks e Shelley Long. Conta a história de jovem casal que comprou uma casa onde nada funciona. O nome que esse filme recebeu no Brasil vale como advertência: “Um dia a casa cai”.

Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras e Cidadão de Porto Alegre, é arquiteto, empresário, escritor e titular do site Conservadores e Liberais (Puggina.org); colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil pelos maus brasileiros. Membro da ADCE. Integrante do grupo Pensar+.

 

sábado, 30 de janeiro de 2021

Demônio para quem precisa - Revista Oeste

Guilherme Fiuza 

É ininterrupto o satanismo de 'vídeo game' contra o monstro do Planalto

Sem querer estragar o video game de satanismo contra o Lúcifer do Planalto, vamos dar uma olhada nas circunstâncias reais. Até porque Bolsonaro vai passar, como passaram Lula, FHC e outros (e se ficam por aí como almas penadas fazendo lobby pendurados em mordomias de ex-presidentes é outra conversa). É até compreensível que você precise de um Lúcifer cenográfico para vender a sua fantasia de resistência e dar substância ao seu placebo moral. Mas, sem querer cortar a onda, vamos falar um pouco da realidade que teima em subsistir por trás da sua  exuberante cenografia de revolução infantojuvenil.

Um presidente não é nada. No máximo é um símbolo. O que interessa para os que não têm tempo para indignação de video game são as ações de um presidente. Portanto, o seu governo. Não é fácil analisar um governo — nem mesmo os próprios presidentes são capazes de fazê-lo com a devida abrangência. Mas há os sinais principais de uma gestão, e aí se pode ter, desde que não se troque honestidade por panfletagem, uma boa pista sobre o que representa um presidente para o país.

Muitos achavam o candidato Bolsonaro um político caricato, aparentemente representando um segmento restrito e gerador de polêmicas. Normal. A maioria da população viu nele outra coisa — uma boa possibilidade de representação — e o elegeu presidente. Ponto. Ou melhor, vírgula. Era preciso então ver que tipo de representação seria essa. Olhar para o novo governo com honestidade. É o que muita gente continua se recusando a fazer, preferindo estacionar na caricatura pregressa do presidente. Vamos dar uma olhada na gestão do governo federal 2019-2020, falando baixo para não atrapalhar o fetiche sadomasô.

Problemas não faltam. No momento em que o Supremo Tribunal Federal age ostensivamente de forma política, sempre forçando o ambiente na direção das pautas demagógicas do petismo e congêneres (a maioria da Corte foi indicada por Lula e Dilma), Bolsonaro indica um ministro aparentemente afinado com essas diretrizes. É cedo para uma avaliação consistente, mas não é cedo para desconfiar de que foi uma má escolha.

O mesmo acontece em relação ao procurador-geral da República — aí ressalvando-se que o presidente tinha opções limitadas. Ainda assim, o procurador-geral por ele indicado investiu tão rápida e acintosamente contra a Operação Lava Jato, ao menos no discurso e nas ações iniciais, que se tornou absolutamente legítimo esperar más consequências dessa escolha.

Os líderes do governo no Congresso também foram escolhas duvidosas. Um quer porque quer parar tudo no meio do caos pandêmico para fazer uma Constituição nova. 
Outra saiu e aderiu ao satanismo de video game contra o monstro do Planalto. 
Mas nada é significativo nessa avaliação sem olhar para resultados. E o principal resultado na relação do governo com o Congresso é a aprovação em menos de um ano da reforma da Previdência — aquela que dez entre dez especialistas sérios diziam ser o passo essencial para o país reabrir seu futuro. E que uma vez aprovada passou a ser considerada por nove entre dez especialistas mais ou menos sérios como uma coisa trivial, caída do céu.

A reforma da Previdência não caiu do céu. Foi formulada e proposta pela equipe comandada pelo ministro Paulo Guedes (que também não caiu do céu), depois de ampla campanha de esclarecimento no Brasil e no exterior — ação geradora do apoio político fundamental para o prosseguimento de um projeto complexo e dependente de sacrifícios. Aí a reforma passou a ser negociada ponto a ponto com o Parlamento — o que realmente é de estranhar, em se tratando de um governo fascista diabólico. A resistência de video game ouviu falar de democracia, mas não ligou o nome à pessoa.

A relação com a maior parte da imprensa é péssima e o presidente faz questão de ser hostil a vários dos veículos de comunicação tradicionais. Também é fato que os referidos veículos enviesaram seu noticiário para descredenciar o presidente, chegando a insistir em teses bizarras como a da eleição fraudada por manipulação de WhatsApp. Ainda assim a liberdade de imprensa esteve em plena vigência nesses dois primeiros anos e o governo não exerceu nem incitou a embargos ou censuras. Sempre que apareceu de algum gueto referência a cerceamento de instituições — em alusões a medidas autoritárias como o famigerado AI-5 — o presidente desautorizou imediatamente, sem nenhuma brecha para interpretações indiretas. “Quem fala em AI-5 está sonhando”, disse Bolsonaro.

O governo teve o seu poder de comandar o enfrentamento da pandemia cassado pelo STF — que decidiu ser dos Estados da federação a autoridade pela política de segurança sanitária. Houve todo tipo de abuso, como o desvio de verbas emergenciais — o chamado Covidão, que acarretou o afastamento do governador do Rio de Janeiro e a prisão da secretária de Saúde do Amazonas. Claro que quando o colapso se consumou em Manaus a resistência cenográfica acordou para o problema e correu para o seu video game satânico contra o culpado por todos os males da nação.

Já o cronograma do programa de vacinação conduzido pelo Ministério da Saúde é bastante questionável, considerando que as vacinas disponíveis se encontram em fase experimental, sem ter por exemplo estudos suficientes com idosos (ver Anvisa) — justamente os mais vulneráveis e que justificariam uma campanha de imunização emergencial. O governo cedeu às pressões políticas em favor de vacinas incipientes.

Foram dois anos sem escândalos de corrupção envolvendo o governo federal. Como termo de comparação, só no primeiro ano de Dilma Rousseff foram seis — acarretando a queda do número equivalente de ministros. A grande imprensa fez um bom trabalho denunciando as negociatas, mas não transformou Dilma em alvo permanente. Um dos principais escândalos de 2011 envolveu o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), atualmente recebendo um choque de gestão e transparência comandado pelo ministro Tarcísio Gomes de Freitas — uma das várias escolhas técnicas de Bolsonaro para o primeiro escalão.

Há incertezas sobre o programa de desestatizações — e o andamento da pauta de privatização da Eletrobras vai mostrar se o governo está firme nessa agenda (depois de mais de R$ 150 bilhões em ativos desestatizados) ou se está sendo travado pela máquina, o que seria uma derrota importante. É continuar observando o melhor possível, para apontar os erros e os acertos.

Não é um vídeo game. E, se você estiver em busca de estética, vá ver uma série e pare de sofrer.

Guilherme Fiuza, jornalista - Revista Oeste 

 

terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Teremos de usar duas máscaras para conter novas variantes do vírus? - Diário da Vacina

Possibilidade foi levantada por Anthony Fauci, maior autoridade sanitária dos Estados Unidos

[ainda tem os que dizem que o Trump era desajustado? e os de agora?]

26 de janeiro, 9h02: “Atenção, passageiros. Em caso de despressurização, máscaras de oxigênio cairão automaticamente. Para colocá-las, retire sua máscara de proteção contra o novo coronavírus”. Elementares, mas foram assim as instruções da tripulação do voo que me leva hoje até o Rio de Janeiro, onde, como voluntária em busca de uma vacina contra a Covid-19, testarei se mantenho os anticorpos gerados a partir da vacina que recebi em meados de novembro. Caso tenha recebido o imunizante verdadeiro, e não um placebo, é altamente provável que meu sistema imunológico tenha sido ativado e criado uma barreira contra o vírus.

Estudos das fases 1 e 2 do ensaio clínico da Janssen-Cilag, braço farmacêutico da Johnson & Johnson, mostraram que os anticorpos permaneceram robustos 71 dias após a aplicação da dose experimental em um grupo restrito de voluntários. Meu dia 71 é hoje. A parcela de pessoas testando a vacina já não é mais singela – agora somos 45.000 ajudando cientistas a colocarem de pé mais uma vacina contra o vírus. Desta vez, um biofármaco de dose única e com armazenamento a temperaturas de geladeira comum. As próximas semanas serão cruciais para sabermos se o estudo científico deu certo e se haverá pedido para uso emergencial de mais um antígeno na pandemia. Todos os indicativos sugerem que sim. Mas voltemos, por enquanto, às máscaras.

Depois de quase onze meses em quarentena, com saídas esporádicas para compromissos essenciais, sucumbi à compra de máscaras cirúrgicas de proteção. Com triplo filtro, clipe no nariz, draconianamente ajustadas ao rosto. Deixei as N-95 para profissionais de saúde que atuam na linha de frente e estoquei as chamadas PFF2. O motivo para meu cuidado extra são os primeiros indicativos de que as novas variantes do coronavírus descobertas no Reino Unido e na África do Sul estariam a exigir uma proteção mais acurada. É possível que a cepa descoberta na Amazônia também nos demande cuidados extras no dia a dia do uso de máscaras.

Anthony Fauci, o principal infectologista dos Estados Unidos e diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, disse ontem que o uso de duas máscaras é uma “estratégia lógica” para se conter o espalhamento do novo coronavírus, principalmente após a descoberta de mutações mais transmissíveis do vírus. Segundo ele, a ideia seria utilizar as já conhecidas máscaras com dupla ou tripla camada de tecido acrescidas de uma máscara cirúrgica por baixo. Para Fauci, é melhor utilizar uma máscara cirúrgica seguida de uma de pelo menos duas camadas de tecido do que simplesmente sobrepor duas comuns de tecido. Isso porque essas três camadas teriam propósitos específicos: a de fora protegeria contra respingos, por exemplo, a do meio serviria como filtro e aquela que fica mais próxima ao rosto teria por objetivo absorver saliva e suor.

No voo rumo ao Rio de Janeiro, a exemplo das outras vezes em que tive de me apinhar com inúmeros passageiros, fiz minha própria vistoria se todos estavam usando adequadamente seus equipamentos de proteção. Na segunda-feira passada, depois de dois avisos anteriores para que cobrisse apropriadamente o nariz com uma máscara de tecido, uma passageira foi expulsa no mesmo trajeto que faço hoje, Brasília-Santos Dumont. Na manhã desta terça-feira, diante dos meus olhos, um jovem adulto dispensou as máscaras descartáveis disponibilizadas no balcão de embarque e se satisfez apenas com uma bandana no rosto. Fotografei-o para protocolar a terceira reclamação contra a mesma companhia aérea. E provocá-la para que tome providências para além do confortável marketing pró-segurança que tem adotado desde o início da pandemia.

Diário da Vacina - Laryssa Borges - VEJA 

 

domingo, 13 de dezembro de 2020

O que (ainda) não sabemos sobre a vacina - Laryssa Borges

Diário da Vacina - VEJA

Aprendemos muito nas últimas semanas de pandemia, mas existem outras inúmeras perguntas por ora sem respostas

13 de dezembro, 8h03: Faltam pouco mais de 48 horas para eu retornar à clínica onde recebi, ainda em novembro, uma dose da vacina experimental da Janssen-Cilag. Na tarde de terça-feira serei submetida a novos testes de sangue para detectar se já desenvolvi anticorpos contra a Covid-19 ou se, para azar meu, nada mudou e corro o risco de ter tomado placebo. Como voluntária em uma pesquisa científica em busca de um imunizante contra o novo coronavírus, assumi compromissos com os cientistas, como deixar que coletem 52,5 mililitros de sangue (cerca de quatro colheres de sopa) e utilizem essas informações também para pesquisas genéticas futuras – todas relacionadas à Covid.

Aprendemos muito nas últimas semanas de pandemia, e vacinas já estão sendo aplicadas em pessoas no Reino Unido, Rússia, China e, em breve, nos Estados Unidos. Mas existem outras inúmeras perguntas que, por ora, estão sem respostas. Vamos a algumas delas:

  1. A proteção das vacinas: Quando um imunizante anuncia a taxa de eficácia (acima dos 90% nos casos da Sputnik V, Pfizer e Moderna), isso significa que os pesquisadores atingiram um número estatístico (chamei de número mágico no Diário) para mostrar que a vacina é segura e funciona, mas não se sabe por quanto tempo o antígeno garante a imunização. Muitas das pesquisas em busca de vacina se contentam em conseguir que o produto pelo menos diminua a gravidade da doença, e não necessariamente previna que a pessoa seja infectada pelo novo coronavírus.
  2. Idosos e indígenas:    ...........                                               Outro grupo alvo de atenção especial são os idosos e, neste ponto, mais dúvidas: a vacina do consórcio Oxford/AstraZeneca, por exemplo, não conseguiu atestar ainda se o imunizante que desenvolveu é eficaz em outro grupo, o dos idosos.
  3. Tempo de imunização:
  4. Transmissão por vacinados:
  5. Crianças e adolescentes: As vacinas experimentais cujas pesquisas estão em desenvolvimento no Brasil (Oxford, Janssen, CoronaVac e Pfizer) recrutaram voluntários a partir de 18 anos, mas crianças e adolescentes, que são importantes vetores da doença, ainda não foram alvo de estudos aprofundados.
  6. Grávidas: “Se você engravidar terá de interromper o estudo em busca da vacina”, me disse o pesquisador do ensaio da Janssen no dia que iria receber a minha dose do imunizante em teste. A razão da ressalva é porque não existem estudos suficientes que descartem riscos ao feto e tampouco se sabe
  7. Risco mínimo de a vacina agravar a doença: “Há uma pequena possibilidade de você apresentar um efeito adverso à vacina ou de a vacina agravar a sua doença, caso você contraia a Covid-19”. O alerta está no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, documento que reúne o passo a passo da jornada do voluntário, e existe porque em pesquisas científicas passadas não relacionadas à Covid-19 houve casos de vacinados que depois de infectados pelo organismo causador da doença tiveram piora no quadro clínico. Não se sabe se isso vai acontecer agora também.

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quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Vacina contra covid-19: Os primeiros efeitos colaterais: ‘Atropelada por um caminhão’, diz repórter voluntária

Após receber a dose no estudo clínico, a dúvida: tomei vacina ou placebo?

17 de novembro, 19h43: Saí da clínica há menos de uma hora. A
cabeça lateja.
Será que já era o primeiro dano colateral?
Será que efeitos adversos surgem assim tão imediatamente?
Faço um retrospecto do dia em que tomei a vacina e percebo que almocei meio omelete quase dez horas antes. É fome.

Pouco antes, fiquei 15 minutos sentada dentro da clínica onde realizo os testes, o Instituto Brasileiro de Pesquisa Clínica (IBPClin), sendo monitorada. Os médicos queriam saber se eu desenvolveria uma reação alérgica ou um efeito adverso qualquer logo após ter recebido a dose com o princípio ativo (ou placebo). Nada. Até o minuto em que o relógio marcou 19h43.

(.........)

18 de novembro, 00h03: Estou convencida de que tomei um placebo. Nada acontece, não tenho febre, dor, cansaço, náusea. Nada. O local de aplicação da dose é imperceptível. Três horas antes, minha temperatura corporal era de 35,5ºC. Placebo, certeza.

Vou dormir com uma certa carga de frustração. Deito virada para o lado esquerdo, o mesmo que recebeu a aplicação, com o braço onde ministraram a potencial vacina prensado no colchão. Se isso significar alguma coisa vou descobrir em breve.

9h36: A cabeça parece que vai explodir. Uma dor forte na base da nuca, nos braços, antebraços, coxas. O braço direito, que não foi onde tomei a dose da vacina, dói tanto ou mais do que o esquerdo, local da aplicação. A lateral direita da cintura dói de um jeito estranho (nem sabia que poderia existir dor naquela região). Placebo que nada. Eu tomei a vacina!

(.............)

Depois das primeiras reações colaterais posso jurar que dentro de mim foi injetada uma solução com adenovírus 26 e um pedaço da proteína do espinho do coronavírus, a vacina real que busca induzir meu corpo a produzir anticorpos. Se vacina ou placebo só saberei mesmo dentro de 25 meses, quando os pesquisadores abrem os dados confidenciais dos estudos e informam os voluntários se eles receberam doses com princípio ativo ou uma substância sem nenhuma eficácia clínica.

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Acordo e levanto devagar com medo de os efeitos terem piorado. 

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quarta-feira, 18 de novembro de 2020

O futuro da Direita - Percival Puggina

É errado subestimar o estrago produzido no inconsciente coletivo dos brasileiros pelos longos anos em que lhes foram servidas doses diárias de veneração ao Estado como provedor de bem estar material mesmo que ele apenas disponibilize gotas diárias de esperança e placebo. Uma e outra não perdem validade ainda que nossas grandes cidades engrossem seus cinturões de miséria escalando morros e afundando em baixios insalubres.

 Ao longo das últimas décadas, a direita foi cooptada pelas duas esquerdas que repartiam entre si, e com ela mesma, o butim chamado Brasil. O trabalho em busca da hegemonia, no entanto, era consignado de modo quase exclusivo à esquerda. Eventos como os Fóruns da Liberdade promovidos pelo IEE circunscreviam-se a Porto Alegre e não se multiplicaram, como deveriam, em centenas de outros, Brasil afora. A formação de opinião é inconstante e dependente de iniciativas desconexas. Eventos conservadores são de inspiração e motivação recente, surgindo como tiros de pistola sinalizadora de afundamento da embarcação. Nacionalmente, partidos identificados com a direita pagavam caro pelos estigmas que incidiam sobre ela, mas se saciavam no centrão.

A vitória de Bolsonaro colocou na cabeça de muita gente que o terreno estava arado e semeado para que conservadores e liberais completassem, nas bases municipais, a transição do poder para outras mãos. Mas não é assim que a política funciona. Mesmo num arremedo de democracia como o nosso, o sucesso eleitoral, o voto na urna, multiplicado e transformado em fonte de poder político, demanda um conjunto indispensável de condições. Entre elas incluem-se lideranças reconhecidas, trabalho consolidado, arregimentação, captação de recursos, marketing político, mensagens sedutoras insistentemente repetidas, formação de dirigentes e de militância, candidatos preparados, conhecimento dos adversários e dos parceiros com suas forças e debilidades. E por aí vai.

Porque as coisas são assim, a decadência do PT não retirou substância da mensagem que logo foi apropriada pelo Psol, principal beneficiário do petismo desiludido. Esteve visível, durante os últimos anos esse processo crescente de transferência. O Rio Grande do Sul e sua capital, onde vivo e escrevo, é um palco onde esse show tem sido objeto de sucessivas reapresentações.

Eleger alguém pelo voto majoritário pode ter uma infinidade de causas, inclusive muitas meramente circunstanciais. No entanto, a formação de uma consistente representação parlamentar, verdadeira expressão de poder político, jamais será fruto da árvore do acaso. Quando o terreno do plantio está tomado pelo inço da mistificação e da demagogia, pelos chavões e narrativas semeados pelos adversários, o trabalho precisa ser ainda mais intenso.

Percival Puggina (75), membro da Academia Rio-Grandense de Letras e Cidadão de Porto Alegre, é arquiteto, empresário, escritor e titular do site Conservadores e Liberais (Puggina.org); colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil pelos maus brasileiros. Membro da ADCE. Integrante do grupo Pensar+.

 

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Moderna anuncia que eficácia da vacina contra a covid-19 é de 94,5%

Laboratório pretende submeter a vacina a uma "autorização de emergência" nos Estados Unidos nas próximas semanas

 O laboratório Moderna Inc. comunicou nesta segunda-feira (16/11) que a fase três dos testes clínicos da vacina contra a covid-19 mostrou resultados positivos. De acordo com o laboratório, o grau de eficácia do imunizante ficou em 94,5%. Agora, a empresa pretende submeter a vacina a uma autorização de "utilização de emergência" nos Estados Unidos nas próximas semanas. O ensaio envolveu 30 mil pessoas nos Estados Unidos, com metade recebendo duas doses da vacina, com intervalo de duas semanas, e a outra metade recebendo placebo. A análise foi baseada nos primeiros 95 pacientes a desenvolverem os sintomas da covid-19.

Segundo o laboratório, apenas cinco dos casos de covid ocorreram em pessoas que receberam o tratamento. Os dados também mostram que houve 11 casos graves de covid-19 entre as pessoas que participaram do ensaio, mas todos ocorreram entre pessoas que receberam o placebo.A maioria dos eventos adversos foram leves ou moderados. De acordo com o ensaio, os efeitos colaterais após a primeira dose incluíram dor no local da injeção (2,7%), e após a segunda dose incluíram fadiga (9,7%), dor muscular (8,9%), dor nas articulações (5,2% ), cefaleia (4,5%), dor em geral (4,1%) e vermelhidão no local da injeção (2,0%). Esses eventos adversos foram de curta duração.

"Esta análise positiva de nosso estudo de fase 3 nos deu a primeira validação clínica de que nossa vacina pode prevenir a doença covid-19, incluindo doença grave ”, disse, em comunicado, Stéphane Bancel, CEO da Moderna. "Estamos ansiosos para os próximos marcos de apresentação para registros regulatórios nos Estados Unidos e em países ao redor do mundo, enquanto continuamos a coletar dados sobre a segurança e eficácia da vacina. Continuamos empenhados e focados em fazer a nossa parte para ajudar a acabar com a pandemia”, finalizou.

O governo federal dos EUA está apoiando o projeto com quase U$ 1 bilhão (aproximadamente R$ 5,21 bilhões) e o escolheu como um dos primeiros a entrar na fase de ensaios em larga escala em humanos. Mais de 150 candidatos a vacina estão em vários estágios de desenvolvimento pelo mundo, com 23 perspectivas em testes em humanos. A Moderna e a empresa britânica AstraZeneca Plc estão liderando a corrida com seus candidatos já em estágio avançado. [e o Brasil com uma briga tipo 'batalha de Itararé' para decidir se compra ou não compra a vacina chinesa = Sinovac.]

Ciência - Correio Braziliense