Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
O presidente afirma que não vai 'melar' as eleições de 2022, garante respeito do governo ao teto de gastos e explica sua opinião sobre vacinas
Aos olhos de muita gente, Jair Bolsonaro deveria estar preocupado — aliás, muito preocupado. As pesquisas mais recentes mostram que o presidente atingiu um incômodo patamar de impopularidade. Cinquenta e três por cento dos brasileiros acham que o governo é ruim, 39% não enxergam qualquer perspectiva positiva no horizonte e apenas 28% creem que a situação pode melhorar. [pessoal, pesquisa que 'escuta' pouco mais de 3.500 brasileiros - somos quase 150.000.000 de eleitores - em 190 municípios b- o Brasil possui mais de 5.000 - faltando mais de ano para as eleições, tem VALOR ZERO.
Quanto aos problemas econômicos são consequência da pandemia, que com as Bênçãos de DEUS, está indo embora em definitivo. Até junho próximo o quadro econômico estará bem melhor, o que vai tornar impossível que pesquisas sejam manipuladas.] Muito desse pessimismo certamente é derivado dos problemas econômicos.
A inflação e os juros estão em alta,o emprego e o crescimento se recuperam lentamente e a prometida agenda de reformas estruturais emperrou. No terreno político, a CPI da Pandemia finaliza um relatório que vai acusar o presidente pela morte de quase 600 000 pessoas, a tensão com o Supremo Tribunal Federal diminuiu, mas não acabou, e a palavra impeachment voltou a ser citada em influentes rodas de conversa. [o lixo que a CPI Covidão pretende denominar relatório será apenas narrativas e com credibilidade ZERO. Impeachment os competentes editores de VEJA sabem que não decola - faltam os crimes de responsabilidade e aqueles 342 votos !!!] Nada disso, porém, parece atormentar o presidente.
(...)
Jair Bolsonaro: "Vai ter eleição, não vou melar" — Entrevista exclusiva
A equipe de VEJA tomou todos os cuidados necessários para realizar a entrevista — uso de máscara, álcool em gel e distanciamento. Sobre a política de combate à pandemia, aliás, o presidente reafirmou que faria tudo de novo. Ele continua cético em relação às vacinas, embora seus assessores ainda tentem convencê-lo a mudar de ideia. Em Nova York, em tom de brincadeira, o presidente chegou a propor uma aposta ao primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, para saber quem tinha o IgG maior. Tomar ou não o imunizante, segundo ele, deve ser uma opção, não uma obrigação — e cita como exemplo a primeira-dama Michelle Bolsonaro, que foi vacinada. “Não consigo influir nem na minha própria casa”, disse. A seguir, os principais trechos da entrevista, na qual o presidente também fala de eleições, Lula, voto impresso, CPI, crises políticas, economia e revela qual foi o pior e mais tenso momento de seu governo nesses quase três anos.
Existe uma leitura bastante difundida de que várias de suas ações e falas são preparação para um golpe de Estado.
Daqui pra lá, a chance de um golpe é zero. De lá pra cá, a gente vê que sempre existe essa possibilidade.
O que seria exatamente esse “de lá pra cá”?
De lá pra cá é a oposição, pô. Existem 100 pedidos de impeachment dentro do Congresso. Não tem golpe sem vice e sem povo. O vice é que renegocia a divisão dos ministérios.E o povo que dá a tranquilidade para o político voltar. Agora, eu te pergunto:qual é a acusação contra mim? O que eu deixei, em que eu me omiti? O que eu deixei de fazer? Então, não tem cabimento uma questão dessas.
O senhor está dizendo que existe uma conspirata contra o governo? Quando você passa a ter o povo do teu lado, como eu tenho, bota por terra essa possibilidade. A não ser que tenha algo de concreto, pegou uma conta minha na Suíça, aí é diferente. Não tenho nada. Desligo o aquecimento da piscina, não uso cartão corporativo, não pedi aposentadoria na Câmara, não dou motivo. Estamos há dois anos e meio sem um caso de corrupção.
A CPI da Pandemia diz que houve corrupção no Ministério da Saúde. Tem gente que não pensa no seu país, ao invés de mostrar seu valor, ele quer caluniar o próximo. Vejo na CPI os senadores Omar Aziz e Renan Calheiros falando: “O governo Bolsonaro é corrupto”. Pois aponte quem por ventura pegou dinheiro. Com todo o respeito à PM de MG, um cabo da PM negociando 400 milhões de doses a 1 dólar, se encontrando fortuitamente num restaurante? É coisa de maluco. [presidente! para a maior parte dos senadores daquela CPI, mostrar valor é algo impossível - o que não se tem não pode ser mostrado.]
“Não errei em nada. Fui muito criticado quando falei que ficar trancado em casa não era solução. Eu falava que haveria desemprego — e foi o que aconteceu. Outra consequência disso é a inflação”
(.....)
Mas teve a sugestão de tratamento precoce, a hidroxicloroquina. Continuo defendendo a cloroquina. Eu mesmo tomei quando fui infectado e fiquei bom. A hidroxicloroquina nunca matou ninguém. O militar na Amazônia usa sem recomendação médica. Ele vai para qualquer missão e coloca a caixinha no bolso. O civil também. Você nunca ouviu falar que na região Amazônica morre gente combatendo a malária por causa da hidroxicloroquina. Criou-se um tabu em cima disso.
Mas o senhor está sendo responsabilizado pelas quase 600 000 mortes durante a pandemia.
Responsabilizado por quem? Pela CPI?Essa CPI não tem credibilidade nenhuma. No auge da pandemia, esses caras ficaram em casa, de férias, em home office, cuidando da vida deles. E agora vêm acusar? Não engulo isso aí. A história vai mostrar que as medidas que tomamos, concretas, econômicas, ajudando estados e municípios com recursos, salvaram as pessoas.
(.....)
Qual foi o momento mais tenso nesses 1 000 dias de governo?
Foi quando avolumou a pressão a apoios mediante concessões. Eu não podia ceder. Depois de 28 anos de Parlamento, eu conheço como essas coisas funcionam. Era muito comum acabar uma votação importante e chegar uma lista da fidelidade. Estava ali no fedor, na muvuca: “Olha nosso partido deu mais voto que o outro, que tem um ministério a mais que nós”. Era comum você ver nas manchetes de jornais: PSDB, PFL… era comum você ver acerto. Isso não tem mais. A gente precisa aprovar as coisas e alguns do Parlamento vão com tudo para cima de você. Foram quinze dias de tensão, mas foi tudo contornado. Considero que estou bem com o Parlamento hoje em dia. Não vou entrar em detalhes nem de quando e nem quem foi, mas pretendo destravar a pauta nesta semana.
O preço da gasolina, do gás de cozinha e dos alimentos pressiona o bolso do brasileiro.
Eu não vou tabelar ou segurar preços. Não posso tabelar o preço da gasolina, por exemplo, mas quero que o consumidor fique sabendo o preço do combustível da refinaria, o imposto federal, o transporte, a margem de lucro e o imposto estadual. Hoje toda crítica cai no meu colo. O dólar está alto, mas o que eu posso falar para o Roberto Campos (presidente do BC)? Quem decide é ele, que tem independência e um mandato. Reconheço que o custo de vida cresceu bastante aqui, além do razoável, mas vejo perspectivas de melhora para o futuro.
O ministro Paulo Guedes continua indemissível?
Não existe nenhuma vontade minha de demiti-lo. Vamos supor que eu mande embora o Paulo Guedes hoje. Vou colocar quem lá? Teria de colocar alguém da linha contrária à dele, porque senão seria trocar seis por meia dúzia. Ele iria começar a gastar, e a inflação já está na casa dos 9%, o dólar em 5,30 reais. Na economia você tem que ter responsabilidade, o que se pode gastar, respeitando o teto de gastos. Se não fosse a pandemia, estaríamos voando na economia. A inflação atingiu todo mundo, mas a melhor maneira de buscarmos a normalidade e baixar a inflação é o livre mercado.
Mas o senhor vê perspectiva de melhora, presidente?
Sim, sim. Como temos ainda um ano para a eleição, as decisões que devem ser tomadas ainda não estão contaminadas por interesses eleitorais. O Paulo Guedes tem dito que a eleição estimula você a gastar para buscar a reeleição. Estimula você a fazer certas coisas que você não quer, para buscar a reeleição, isso aí é natural do ser humano. E nós não furamos teto, não fizemos nada de errado no tocante a isso aí.
Presidente, é 100% de certeza que o senhor vai disputar a reeleição, instrumento que foi contra no passado?
Se não for crime eleitoral, eu respondo: pretendo disputar.[presidente! o Brasil, o povo brasileiro, precisam do senhor por mais quatro anos - além dos 15 meses que restam do seu primeiro mandato. Esses quinze meses serão necessários para o senhor consolidar o seu governo e dispor de mais quatro anos para governar para o BEM do BRASIL e de TODOS os BRASILEIROS.]
(........)
Presidente, o senhor foi eleito deputado federal cinco vezes com a urna eletrônica e foi eleito presidente do Brasil com a urna eletrônica. O que faz o senhor não acreditar nesse sistema?
Por que os bancos investem dezenas de milhões para cada vez mais evitar que hackers entrem e façam um estrago em seu banco?
A tecnologia muda. O que estou pedindo? Transparência. Muita gente diz: “Eu não vou votar porque o meu voto não vai ser contado para quem eu votei”. Uma vez conversei com o ministro Luiz Fux, presidente do STF, sobre esse assunto. Ele ia implementar 5% do voto impresso no Brasil. 5% do voto impresso, ao lado da urna eletrônica. E depois o Supremo pulou para trás e disse que é inconstitucional, não sei por quê. Se o Lula está tão bem, como diz o Datafolha, por que não garantir a eleição dele com o voto impresso?
O senhor apresentou MP para restrição de combate a fake news e depois um outro projeto. Qual a urgência desse assunto?
A urgência é dado o que está acontecendo no Brasil, os inquéritos de fake news, por exemplo. Onde está a linha sobre o que se pode ou não publicar. O que está ali são dispositivos da Constituição.
Você só pode ter a página da internet retirada depois do contraditório e de uma ação judicial. Não se pode monocraticamente excluir ninguém com uma canetada…
Estão nos acusando de fake news. O que a esquerda faz? O pessoal faz jogo de futebol com minha cabeça de borracha. Por que não tomar providência contra essas pessoas também? Só para cima da gente? O objetivo das mídias sociais é liberdade. Você vai deixar de frequentar minha página no Facebook se eu escrever besteira, vai descurtir e tem que ser assim.
A crise com o Judiciário está superada?
Não sou o Jairzinho paz e amor, mas a idade dá certa maturidade. Depois das manifestações de 7 de setembro, houve a reação do STF. Teve o telefonema do Temer, ele falou para mim:“O que a gente pode fazer para dar uma acalmada?”. Respondi que o que eu mais queria era acalmar tudo. Acabou o 7 de Setembro, é um movimento, talvez um dos maiores do Brasil, o povo está demonstrando espontaneamente o que quer, como liberdade. Então ele (Temer) falou que tinha umas ideias. “Você pode falar para mim?” “Eu prefiro conversar pessoalmente.” “É um prazer.” Mandei um avião da Força Aérea trazer ele para cá, ele trouxe uns dez itens, mexemos em uma besteirinha ou outra, duas ou três com um pouquinho mais de profundidade, estava bem-feito, casou com o meu pronunciamento e divulguei.
Os efeitos da recuperação mostram que faz sentido gastar primeiro e posteriormente reaver via aumento da arrecadação
O
agravamento da situação sanitária com o recrudescimento da pandemia nos últimos
meses está obrigando a maioria dos governos a buscar um segundo esforço fiscal
para manter a recuperação econômica viva. As novas medidas de afastamento
social e, como consequência, as novas restrições a várias atividades econômicas
importantes trouxeram o risco da repetição da recessão que ocorreu no segundo
trimestre de 2020.
Os
números já conhecidos mostram no terceiro e parte do quarto trimestre de 2020
uma recuperação econômica bastante forte embora ainda não o suficiente - com
exceção da China - para compensar a queda que ocorreu entre março e junho.
Alguns casos atingiram números históricos como o do Reino Unidocom uma queda
do PIB médio de 2020 superior a 8% quando medido contra o ano anterior.
Nos
Estados Unidos, a maior economia do mundo, a queda foi bem menor, mas ainda
assim um valor que vai fazer parte dos registros históricos com certeza. O
Brasil, apesar de todas as incertezas que vivemos,mostrou uma performance
admirável com uma queda média pouco superior a 4%,mas com uma recuperação
bastante forte em vários setores importantes da economia. Como comparação no
mundo emergente o México chegou a mais de 8% de queda também.
Mas
sem uma ação forte e imediata por parte dos governos - completando a postura
agressiva dos Bancos Centrais na política monetária - voltaremos certamente a
uma recessão profunda em um momento em que a aplicação de várias vacinas
permite trabalhar com um horizonte mais otimista para o controle da pandemia
neste ano. Gosto
de acompanhar o caso do Reino Unido pois o Partido Conservador, do ministro
Boris Johnson, tem uma longa e conturbada história de conservadorismo fiscal
radical em muitas décadas. Pois seu ministro das Finanças foi um dos mais
ousados na montagem de um programa de estímulos ao setor privado na recessão do
ano passado e agora - apesar de um déficit fiscal recorde que assusta os
conservadores - repetiu a mesma dose em fevereiro. Sua única mudança em relação
ao primeiro programa foi uma mensagem que deixou bem claro que após uma nova
estabilização por conta do sucesso da vacinação da população os ingleses vão
ter que pagar - do próprio bolso - os gastos extraordinários incorridos pelo
tesouro britânico.
Em
outras palavras, no Reino Unido o governo aceitou o fatiamento do novo Plano em
duas etapas;na primeira estão os gastos necessários para estabilizar a
economia e depois, a fase de aumento de impostos e redução de despesas
correntes para estabilizar a dívida pública. Aqui
no Brasil esta forma de agir provocou um pânico no mercado financeiro pela
falta de confiança de que o governo Bolsonaro, antes das eleições de 2022, tome
as medidas compensatórias necessárias à estabilização de nossa dívida pública.
Talvez tenham razões para isto, mas na Medida Provisória aprovada no Senado - e
certamente na Câmara de Deputados - as medidas simultâneas de compromisso com a
austeridade fiscal foram fortemente desidratadas. Mas de qualquer forma as
regras para um novo pacote de estímulos econômicos que dependem da aprovação
legislativa estão estabelecidas e concentradas na transferência de recursos
para a camada mais pobre da população.
Serão
elas suficientes para suportar o pesado impacto de medidas de afastamento
socialsobre a atividade econômica na espera do progresso da vacinação em
massa?Creio que não, pois a nova paralisação das atividades nos setores de
serviço e comércio vão atingir empresas já muito enfraquecidas e que
dificilmente sobreviverão a novas restrições de suas atividades. O governo deve
tomar medidas semelhantes as que estão em vigor no Reino Unido, do tipo
bolsa-empresário para as empresas que serão mais afetadas nos próximos meses.
Na Inglaterra o governo tem um vasto cardápio de medidas que vão da postergação
ou cancelamentos de impostos até o pagamento direto de até 80% dos salários dos
funcionários.
A
indústria está tendo no Brasil uma proteção conjuntural importante - e pouco
percebida pelos analistas mais conservadores - em função dos efeitos de uma
taxa de câmbio ultra desvalorizada pela saída maciça e continuada de capitais
financeiros de curtos prazo. Com esta situação as vendas no mercado interno
crescem pela alta de preços em reais dos produtos e componentes importados e a
parcela exportada pelo aumento das margens de lucro. Apesar disto faz sentido
um novo programa de adiamento do pagamento de impostos por simples medidas
administrativas da Receita Federal. Finalmente o setor agrícola continua sendo
o grande vencedor em função da produtividade sistêmica em um quadro de demanda
mundial aquecida - e que só tende a aumentar com a recuperação das principais
economias do mundo mais à frente - e uma taxa de câmbio generosa para nossos
produtores.
Apesar
da paranoia fiscal que tomou conta das elites econômicas - principalmente no
mercado financeiro e nos principais órgãos da mídia - os efeitos da recuperação
da economia nos últimos meses mostram que faz sentido gastar primeiro e
posteriormente recuperá-los via aumento da arrecadação. Com o horizonte da
vacinação em massa a ser atingido ainda este ano fica mais fortalecido ainda o
custo/benefício de um novo pacote fiscal no Brasil para enfrentar os próximos
meses.
E,
como no Reino Unido, primeiro aumentar os gastos públicos para depois ajustar o
crescimento do estoque de dívida pública via um aumento temporário e
inteligente da tributação de empresas e pessoas mais ricas, que serão os
grandes beneficiários deste novo pacote fiscal.[um lembrete: o que assusta são os temporário = que no Brasil quase sempre fica permanente, com a agravante de que o ministro Guedes continua obcecado pela maldita CPMF = e o inteligente = um ministro que quer restabelecer uma extorsão que não deu certo desde o seu primeiro lançamento.]
LuizCarlos Mendonça de Barros, engenheiro e economista, presidente do Conselho da
Foton Brasil. Ex-presidente do BNDES e ministro das Comunicações.
A Anvisa aprovou a importação de 2 milhões de doses dessa
vacina, que é a principal aposta do governo federal para a imunização
contra o coronavírus
A Índia não permitirá a exportação das doses que
produzirá da vacina contra a covid-19 desenvolvida pela farmacêutica
AstraZeneca e a Universidade de Oxford pelos próximos meses, de acordo
com declaração do CEO do Instituto Serum da Índia, Adar Poonawalla, no
domingo (3!1). A instituição foi contratada para produzir 1 bilhão de
doses do imunizante para países em desenvolvimento.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a importação de 2 milhões de doses dessa vacina,
que é a principal aposta do governo federal para a imunização contra o
coronavírus. Não há, ainda, informações se - ou como - a decisão do
governo indiano impactará o Brasil. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) tenta reverter o eventual veto do
governo indiano para a exportação de vacinas. O laboratório brasileiro
articula a importação dos 2 milhões de doses prontas, o que permitiria
antecipar para janeiro o calendário de imunização no Brasil.
A vacina desenvolvida pela AstraZeneca e a Universidade de Oxford
recebeu autorização emergencial do órgão regulador indiano no domingo,
mas com a condição de que o Instituto Serum não exporte as doses para
que, assim, o país consiga garantir a vacinação das populações mais
vulneráveis. Segundo Poonawalla, a determinação também impede a comercialização
do imunizante no mercado privado. "Só podemos dar (as vacinas) ao
governo da Índia no momento", disse Poonawalla, acrescentando que a
decisão também foi tomada para evitar o encarecimento do imunizante.
Como resultado, de acordo com ele, a exportação de vacinas para a
Covax (iniciativa da Organização Mundial de Saúde para garantir acesso
equitativo aos imunizantes contra a covid-19) deve começar apenas em
março ou abril. Com as nações ricas reservando a maior parte do que será fabricado
neste ano, o instituto (o maior produtor de vacinas do mundo)
provavelmente será o principal produtor do imunizante para as nações em
desenvolvimento.
O CEO afirmou, ainda, que o instituto está em processo para assinar
um contrato com a Covax para a produção de 300 milhões a 400 milhões de
doses, o que deve ocorrer nas próximas semanas. Isso vai além dos dois
pedidos já existentes de 100 milhões de doses cada para a vacina
desenvolvida pela Universidade de Oxford/Astrazeneca e para a Novovax. De acordo com ele, as primeiras 100 milhões de doses foram vendidas
ao governo indiano por US$ 2,74, a dose, mas que os preços devem ser
elevados nos próximos contratos. A vacina será vendida no mercado
privado por US$ 13,68 a dose.
A entrega do primeiro lote deve ocorrer entre 7 e 10 dias, após a
conclusão do contrato com o governo indiano. Ainda segundo o CEO, a
companhia planeja fornecer de 200 milhões a 300 milhões de doses à Covax
até dezembro de 2021. "Nós não conseguimos vacinar a todos agora. Nós
temos que priorizar", afirmou.
O instituto também está negociando um acordo bilateral com outros
países, como Bangladesh, Arábia Saudita e Marrocos."Para que pelos
menos os Estados mais vulneráveis de nosso país ou em outras partes de
outros países sejam atendidos", disse Poonawalla, que acredita que
haverá uma escassez de vacinas contra o coronavírus no próximo ano.
O imunizante da Oxford/AstraZeneca foi aprovado no Reino Unido em
30 de dezembro, após análise de todos os dados fornecidos pelos
pesquisadores. O governo do primeiro-ministro Boris Johnson garantiu 100
milhões de doses da vacina, que podem ser armazenadas em temperaturas
de geladeira entre dois e oito graus, tornando-a mais fácil de
distribuir do que a injeção da Pfizer/BioNTech.
Partido Republicano corre o risco de ser reduzido a movimento de contestação do sistema democrático
‘Nós precisamos considerar o antigo
vice-presidente como presidente eleito. Joe Biden é o presidente eleito.” A
declaração do governador de Ohio, o republicano Mike DeWine, riscou o céu de
Washington uma semana depois que a apuração dos votos da Pensilvânia concluiu a
disputa pela Casa Branca. O óbvio caiu quase como uma bomba nas hostes
republicanas, ainda congeladas pelo negacionismo eleitoral de Donald Trump. A
eleição americana não terminou: ela prossegue sob a forma de um conflito
existencial no interior do Partido Republicano.
Trump
assentou sua estratégia pós-eleitoral em três pilares. O primeiro: a alegação
de que o candidato democrata fraudou a vontade popular. O segundo: o Partido
Republicano, submetido a sua liderança incontestável, rejeitará de modo
monolítico qualquer diálogo com o governo do suposto usurpador. O terceiro: o
partido funcionará, desde já, sob o signo de sua candidatura presidencial de
2024. [vamos ser honestos e imparciais: até o presente momento nada existe de oficial que comprove ser o esquerdista o vencedor das eleições 2020, nos Estados Unidos da América.
É um fato. E considerando asinúmeras oportunidades de fraude que o sistema eleitoral americano permite, há de se adotar todas as medidas que possam eliminar ou reduzir as fraudes. Fechando, fica uma pergunta: se parte da imprensa insiste em que Trump está enganado, qual o motivo das suas ações terem sido aceitas e os votos estarem sendo recontados em muitos estados? onde há fumaça, há fogo.]
Trump
começa a erguer o Comitê de Ação Política “Save America”(Salvar os EUA),
destinado a operar como direção efetiva do Partido Republicano.
Simultaneamente, prepara-se para criar uma nova rede de TV, concebida como
veículo pessoal e alternativa à direita da Fox News. O projeto trumpiano é
subordinar as bancadas republicanas na Câmara e no Senado a suas conveniências,
transformando-as em máquinas de sabotagem permanente do governo Biden.
Os
tribunais derrubarão, uma a uma, as alegações vazias de fraude de Trump. Biden
será, certamente, empossado em 20 de janeiro. Mas Trump planeja jamais
reconhecer a legitimidade do novo presidente, esticando até o limite a corda
que prende os EUA ao mastro da democracia representativa. Se os republicanos o
acompanharem nessa aventura, reduzirão o partido à condição de movimento
nacional-populista de contestação do sistema democrático.
A
ascensão da direita nacionalista produziu dois tipos de deslocamento nos
sistemas político-partidários ocidentais. Países como França, Itália, Alemanha
e Espanha experimentaram o declínio de partidos moderados tradicionais e a
emergência de um grande partido de direita. Nos EUA, porém, assim como no Reino
Unido, o deslocamento ideológico realizou-se no interior de um dos dois
partidos históricos, que foi capturado pelo nacionalismo.
No
caso do Partido Conservador britânico, verificou-se uma captura parcial,
impulsionada pela rejeição à União Europeia e pelo plebiscito do Brexit. Já o
Partido Republicano dos EUA conheceu uma cisão mais profunda com seu passado. O
governo de Boris Johnson flerta com a xenofobia e com o nacionalismo, mas não
contesta os fundamentos da democracia parlamentar ou os valores básicos do
Ocidente. O governo Trump, por outro lado, operou no plano internacional como
parceiro de regimes autoritários(Putin, Erdogan, Orbán) e, no plano nacional,
como motor de restauração da“nação de colonos brancos”. Nesse passo, os
republicanos assumiram as feições de partido da reação.
A
resistência republicana a Trump percorreu a campanha presidencial pela voz do
Projeto Lincoln, uma dissidência do partido que fez campanha aberta por Biden.
O presidente eleito recebeu mensagens de congratulação da velha guarda
republicana, representada por figuras como o ex-presidente George W. Bush, o
ex-candidato presidencial Bob Dole e o atual senador e também ex-candidato Mitt
Romney. Contudo, fora eles [a turma dos ex-.] e um punhado de parlamentares, o partido segue mais
ou menos alinhado ao negacionismo eleitoral trumpiano. É por isso que a
declaração do governador de Ohio tem especial relevância.[se a presente matéria for postada nos Estados Unidos, com certeza a maioria dos que lerem, ao chegar neste ponto, não lembrarão mais o nome do governador e o que ele disse. Vale o mesmo no tocante aos eleitores do Brasil e da própria Europa.]
A
encruzilhada diante da qual se encontra o Partido Republicano interessa ao
mundo inteiro. Se os republicanos se ossificarem como partido antidemocrático
controlado por Trump, será comprometida a estabilidade política da maior
potência mundial e se acelerará a tendência ao declínio internacional dos EUA.
Se, pelo contrário, a maioria cindir com Trump, restabelecendo a tradição
moderada republicana, a nação americana voltará a conversar, e os movimentos
populistas de direita, na Europa e no Brasil, sofrerão um golpe devastador.
Olho nos EUA.
Todos os governos têm muito em jogo nas eleições presidenciais da superpotência global
Vermelho ou azul? Nos EUA, vermelho é a cor dos republicanos; azul, dos democratas. Todos os governos do mundo têm muito em jogo nas eleições presidenciais da superpotência global — e cada um deles acalenta, secreta ou abertamente, uma preferência.
Quem “vota” em Joe Biden? E em Donald Trump?
A Europa está dividida. No núcleo da União Europeia, Alemanha, França, Itália e Espanha são Biden, o candidato democrata que promete restaurar a aliança transatlântica tão desprezada por Trump. Mas o Reino Unido de Boris Johnson não segue o rumo dos vizinhos, inclinando-se pelo republicano que ergueu um brinde ao Brexit e acena com um acordo privilegiado de comércio com os britânicos.
Vladimir Putin não crê em lágrimas. A Rússia entrou na campanha americana de 2016 com um objetivo principal, desestabilizar a democracia americana, e um complementar, ajudar a eleger o republicano. As metas permanecem inalteradas. Trump na Casa Branca assegura o declínio da Otan e a redução da influência dos EUA no Oriente Médio, abrindo espaço à difusão da influência externa russa. A China é um caso muito mais complicado, pois bússolas diferentes apontam nortes opostos.
Um critério para a escolha são os interesses econômicos. A “guerra do 5G”, que envolve a rivalidade fundamental pela supremacia tecnológica, seguirá seu curso com Biden ou Trump. Mas, apesar de imitar a retórica do nacionalismo econômico do adversário, o democrata tende a colocar ênfase menor nas tarifas que deflagram inúteis ou contraproducentes guerras comerciais. Ponto azul. Tanto Biden quanto Trump confrontarão a China no delicado campo dos direitos humanos, que abrange os crimes contra a humanidade cometidos no Xinjiang dos muçulmanos uigures e, ainda, a violação escandalosa dos direitos políticos em Hong Kong. Contudo o republicano carece de um mínimo de credibilidade moral para se pronunciar sobre tais temas. Ponto vermelho.
A China tem uma peculiar apreensão da história. Na década de 1970, durante a aproximação sino-americana, o número 2 da hierarquia chinesa, Chou En-lai, foi indagado sobre as perspectivas da democracia em seu país e os valores emanados da Revolução Francesa. Sua resposta, que ficou célebre: os eventos de 1789 são assunto jornalístico, próximos demais para propiciar um diagnóstico histórico. A infatigável paciência chinesa inclina decisivamente a balança da preferência eleitoral.
Trump, sem dúvida, explica Yan Xuetong, reitor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade Tsinghua, de Pequim: “Não porque Trump causará menos estrago aos interesses chineses que Biden, mas porque ele certamente causará danos maiores aos EUA”. A China almeja, sobretudo, o reconhecimento de seu lugar de grande potência mundial — e, mais adiante, tomar a posição de superpotência hegemônica. Nos tempos longos, régua da geopolítica, o declínio dos EUA e a consequente ascensão da China são mais bem-servidos pelo nacionalismo isolacionista trumpiano.
Xi Jinping vota vermelho. Só não conta para ninguém. É que declarar o voto é coisa de idiota. Trump é o cara, na opinião do húngaro Viktor Orbán e do polonês Andrzej Duda, líderes nacionalistas, populistas e xenófobos da Europa Central. Recep Tayyip Erdogan, presidente autocrático da Turquia, vai na mesma direção, mas por motivos menos ideológicos. Ele aposta no isolacionismo do republicano para prosseguir sua agressiva política externa, que exige acordos com a Rússia, ataques aos curdos sírios, pressão sobre a Grécia e tensão perene com a União Europeia.
Israel e Arábia Saudita estão fechados com Trump, o promotor de um “plano de paz” baseado numa coalizão regional anti-iraniana e na negação dos direitos nacionais palestinos. O Irã oscila, o que reflete a cisão entre o Estado teocrático e o governo moderado. Ali Khamenei, Líder Supremo, “vota” Trump, uma garantia de confronto com os EUA e, portanto, de hegemonia da “linha-dura” doméstica. Por outro lado, o presidente Hassan Rouhani “vota” Biden, que recolocaria os EUA no acordo nuclear, dando fôlego à economia iraniana.
A
velha piada é ressuscitada no caso do primeiro-ministro que começou
como liberal de centro e acabou regulando quem dorme com quem
A Inglaterra vai reabrir os pubs antes das escolas.
A frase acima resume a crise de incompetência e insegurança que assola o governo deBoris Johnson. Acostumado a conseguir o impossível – Brexit, chefia do governo, Brexit de novo -, o primeiro-ministro está vacilando feio. Ao contrário do recomendado por seu
ídolo, Winston Churchill – “Atitude é uma pequena coisa que faz uma
grande diferença” -, Boris se perdeu em gestos esvaziados rapidamente
por uma crise fenomenal e dupla, na economia e na saúde.
Tendo entrado no lockdown com
cuidados para lutar contra a pandemia sem comprometer “nossas
liberdades”, deixou seu governo virar a maior super babá do mundo. O emaranhado de regras complicadas
chegou ao ponto de proibir que pessoas que têm um relacionamento, mas
moram em casas separadas, se encontrassem. Não obviamente pelo relacionamento, mas para manter os domicílios como unidades isoladas.
Mas a medida logo foi apelidada de “sexo proibido” e, supostamente, pouco respeitada. No caso de seu assessor para
modelagem matemática, Neil Fergunson, comprovadamente – ele deixou a
posição no conselho de cientistas por se encontrar com a amante casada. As previsões sinistras do Professor Lockdown, agora desacreditadas, deram um tempo. Agora, com o abrandamento do
distanciamento social, os casais podem voltar a se encontrar com uma
condição: um deles tem que morar sozinho.
Boris Johnson pode ter perdido a gana de governar depois que sofreu a versão barra pesada da Covid-19,
sendo até atendido em UTI – um lugar ao qual chegam apenas pacientes
com grandes complicações respiratórias e do qual uma alta porcentagem
não sai viva. Ou pode não ter compreendido que a atitude recomendada por Churchill tem que ser baseada em atos reais, não encenações. Quando um governo diz que vai fazer –
como reabrir as escolas antes do fim do ano escolar, em julho – e não
faz, perde um capital político insubstituível.
Talvez os brasileiros tenham uma vasta experiência nesse campo. Mas na Grã-Bretanha, com sua tradição
de uma máquina administrativa eficiente e azeitada, é chocante ver
tanto um primeiro-ministro perdido quanto um sistema sem rumo. Chegar à curva baixa das infecções
com mais de 40 mil mortos e o índice de 614 óbitos por milhão, o segundo
maior do mundo, depois da Bélgica, é um atestado de mau desempenho. Quantas dessas mortes poderiam ter sido evitadas?
(.....) Antes da explosão da epidemia, ele
tinha um plano pouco conservador de abrir os cofres para programas de
grandes obras, em benefício, especialmente, de regiões mais decadentes
do norte da Inglaterra. Era um programa que poderia perfeitamente ter sido engendrado por um político de centro-esquerda. Agora, tem que carregar o que pode
ser a maior recessão do planeta – um encolhimento de 13% do PIB – e uma
dívida de 15% acima dele. Sofreu ainda com o caso do assessor
que mais valoriza, Dominic Cummings, o “gênio do Brexit” e,
ironicamente, especialista em campanhas públicas. Como a mulher dele estava com o novo
vírus e ele presumia que também seria contagiado, foi para uma casa na
fazenda dos pais, imaginando que seu filho de quatro anos precisaria ser
cuidado por alguém são. Flagrado furando as regras da estrita
proibição de misturar unidades familiares, teve a cabeça exigida, mas
Boris não a entregou. Em quatro dias, perdeu vinte pontos no índice de aprovação.Além das encrencas domésticas – e das
negociações sobre o Brexit que têm até o fim do ano para chegar a termo
-, Boris Johnson tem um problema importado.
(.....) Ao querer não parecer repressivo,
Boris Johnson pareceu indiferente, como mostram as pichações nas
estátuas de Churchill e na rainha Vitória. É o tipo de coisa que deixa seus eleitores conservadores furiosos e não conquista novos amigos. O pessoal da versão local do Black
Lives Matter e seus companheiros de luta tem por objetivo “desmanchar os
sistemas político, econômico e de justiça criminal, e alega que a
Grã-Bretanha está nas garras de um regime que oprime pessoas negras
sistematicamente“. Qualquer coisa menos do que isso será recebida com pedradas. Boris Johnson não precisa ler um artigo da Spectator
para saber disso. Mas o próprio fato de estar recebendo críticas da
revista, propagadora de um liberalismo altamente esclarecido que seria
seu ambiente natural, já mostra como ele está mal na foto.E propicia manchetes como a do Daily Star: “Boris Johnson confirma que solteiros podem fazer sexo com pessoas com as quais não vivem a partir de sábado”. Governos podem escapar mais ou menos ilesos a muitos erros, mas raramente sobrevivem ao ridículo. MATÉRIA COMPLETA - Blog Mundialista - Vilma Gryzinski, jornalista - VEJA
Bolsonaro esconde números, mas Trump conta ao mundo o fracasso do Brasil na pandemia
[Uma sugestão:
Vamos respeitar os mortos. O combate ao coronavírus não sofre nenhum prejuízo se a divulgação oficial dos números demora mais, apresentando, em compensação, números mais precisos, já consolidados.
Transformar a apresentação de mortos em campeonato, um Guiness Book televisivo = estilo a apresentadora entra com um boa tarde e já engata que 'em 24 horas o Brasil tem uma morte causada pela covid-19 a cada minuto.]
Além de negar a pandemia, o presidente Jair Bolsonaro quer esconder os balanços de mortos, contaminados e recuperados, achincalhando o Ministério da Saúde. Demitiu um ministro, expeliu outro, nomeou um general intendente como interino, descartou o isolamento, empurrou a cloroquina garganta abaixo de médicos e especialistas e agora isso: sonegar os números. Pois vamos a eles: são mais de 35 mil mortos (35 mil!) e quase 650 mil contaminados (650 mil!), numa expansão macabra, fora de controle. O presidente dá de ombros para os mortos – “E daí?” – e os governadores relaxam atabalhoadamente o isolamento para abrir lojas e serviços na pior hora. Logo, vai piorar.
O “amigão” Donald Trump fala mais uma vez do fracasso brasileiro e informa ao mundo que os EUA teriam não 108 mil, mas até 2,5 milhões de mortos, se tivessem agido como o Brasil e a Suécia – país, aliás, que Bolsonaro citou como referência no combate à pandemia, contra o isolamento, com tudo aberto, e hoje é um exemplo mundial de derrota.
Assim, o Brasil divide o pódio de mortos: EUA em primeiro lugar, Reino Unido em segundo, Brasil em terceiro, perto de chegar ao segundo. O que os três têm em comum? O negacionismo de Trump, Boris Johnson e Bolsonaro. Com uma diferença, literalmente, vital: Trump e Johnson (que pegou a covid-19) ridicularizaram e negaram, mas voltaram atrás, enquanto Bolsonaro continua obstinadamente negacionista.
[infelizmente Bolsonaro não estava, nem está errado, apesar de no inicio, quando havia tempo de mudar as medidas sem o aumento de doentes e mortos, nossa torcida era para ele estar errado.
Esclarecendo: se tratando de combater a pandemia não existe ideologia - o importante e conter o vírus, conter o adoecimento e as mortes.
Seja a contenção com Bolsonaro ou Stalin. No momento em que o Supremo decidiu que o comando seria dos governadores e prefeitos - que adotaram regras totalmente diversas das defendidas pelo presidente Bolsonaro - passamos a torcer que eles estivessem certos.
Só que agora, com os combatentes credenciados sem saber o que fazer para conter o vírus, alguns recuando, passando da quarentena meia boca para o fechamento abertura intercalados (Brasília fez uma quarentena meia boca, resolveu abrir quase tudo, agora voltou a fechar parcialmente algumas atividades e cidades) só nos resta concluir, com tristeza, que o presidente Bolsonaro estava e está certo.
Erradas estão as autoridades de alguns estados, notadamente Rio e São Paulo e do Distrito Federal. Pelo tempo que vacilam, a imunidade de rebanho, método defendido pelo presidente, teria sido alcançada. Até a OMS perdeu o rumo = uma semana proíbe até estudar a cloroquina, na outra semana libera.]
A pandemia mata
inclemente, mas o presidente só pensa e age numa direção: a política.
Para salvar seu mandato e armar sua reeleição, com o cerco se fechando
no Supremo (PF e fakenews, que pode chegar ao “gabinete do ódio”), no
Congresso (CPMI das fakenews e 30 pedidos de impeachment) e TSE (oito
ações contra a chapa Bolsonaro-Mourão). O temor do Planalto é que elas
afunilem e um pressione o outro. Uma rede, uma máquina do mal.
O
que o presidente não entende é que essas ações isoladas só terão chance
se confluir para um movimento único contra seu mandato com um empurrão
decisivo: o total fracasso pessoal dele na condução – e percepção – do
coronavírus, com efeito na economia, nas empresas, nos empregos e,
portanto, na estabilidade social. [o Supremo Tribunal Federal proibiu o presidente Bolsonaro de errar no combate ao coronavírus, delegando tal função aos governadores e prefeitos.] O destino de Bolsonaro não depende das
cinco frentes de investigações e, sim, como seus erros gritantes vão
potencializá-las.
De jet-ski, helicóptero ou a cavalo, brincando
de tiro ao alvo e animando shows antidemocráticos sem usar máscara,
Bolsonaro não governa o País, não dá uma palavra sobre o combate ao
vírus, nem sobre a economia, nem sobre a articulação federativa. É o
oposto. Quando abre a boca sobre a pandemia, reclama da“histeria” e diz
“e daí?”, “é o destino de todo mundo”. [Apontando o óbvio: a frase é verdadeira desde que o mundo é mundo, apenas o presidente a apresenta de uma forma não políticamente correta = falar em corda em casa de enforcado.] Sobre a economia, ou joga para
Paulo Guedes (que submergiu) ou culpa os governadores, “esses m....”,
“bostas” e “estrumes”, capazes de fazer tudo isso só para prejudicá-lo.
Uma confusão mental.
Diante das condições adversas, Bolsonaro
corre para setores católicos (com verbas de mídia), consolida o apoio
evangélico (com uma forcinha da Receita), dá aumento para as polícias e
centenas de cargos para o Centrão. Pela mesma janela que a Lava Jato
saiu com Sérgio Moro, entram os alvos da Lava Jato com Roberto
Jefferson, Valdemar da Costa Neto, Arthur Lira. Não há pesquisa
sobre a “posição das Forças Armadas”, mas a cúpula do Exército abre
canais com Judiciário e Legislativo, enquanto milhares de oficiais
fecham olhos e ouvidos para os absurdos de Bolsonaro e dividem
alegremente os nacos de poder com o Centrão. O discurso para defender o
indefensável na pandemia, na economia e na política ainda é a esquerda e
o liberalismo de costumes. Mas é só pretexto. No fundo, o toma-lá-dá-cá
é uma delícia, tentador. Me engana que eu gosto.
Coronavírus mexe na balança do Planalto: Bolsonaro se isola, uns sobem, outros descem
A crise do coronavírus acabou dando uma chacoalhada no governo, com
mudanças de posições, ministros em alta, ministros em baixa e um
consenso constrangido entre todos eles: é preciso agir e atacar a doença
em conjunto, isolando o presidente Jair Bolsonaro. Não por ser do grupo
de risco, ter mais de 60 anos e estar cercado de contaminados por todos
os lados, mas porque é urgente que ele pare de atrapalhar. [o presidente Bolsonaro apenas exerce o direito constitucional de ter suas opiniões e expressá-las, ainda que isto desagrade a terceiro.
Apesar de dispor de autoridade para tanto, o presidente Bolsonaro não tem usado seu poder presidencial para atrapalhar os projetos desenvolvidos contra a Covid-19 - ele expressa claramente sua opinião contrária, mas não determina mudanças.
Neste aspecto seu comportamento é de um cidadão comum - diverge, mas não impede.]
Em alta no próprio governo e na opinião pública está o ministro da
Saúde, Luiz Henrique Mandetta, sistematicamente desautorizado pelo
presidente, mas reconhecido pelos colegas ministros, que temem a força
do coronavírus e a demissão do personagem-chave do combate à epidemia.
Demitir Mandetta seria esfacelar, no momento decisivo, toda a estrutura
do Ministério da Saúde, que tem o controle da operação e o
reconhecimento popular.
Além de Mandetta, dois generais estão em alta: Braga Netto, da Casa
Civil e com sala próxima do gabinete presidencial, e Fernando Azevedo e
Silva, da Defesa, que despacha em outro prédio, mas é personagem assíduo
no Planalto. Os dois têm duas características comuns:relacionam-se há
anos com Bolsonaro e são respeitados pela cúpula do poder, que recorre a
eles quando é preciso “dar um jeito no capitão”. Carioca jeitoso,
Fernando foi colega de turma do insubordinado Bolsonaro no Exército.
Na balança, Braga Netto e Fernando Azevedo sobem, dois outros generais
descem:
Augusto Heleno, do GSI, sobre quem repousavam as melhores
expectativas no início do governo, e Luiz Eduardo Ramos, secretário de
Governo, que chegou ao governo para cobrir o vácuo de Onyx Lorenzoni, o
chefe da Casa Civil que acabou trocado por Braga Netto. Heleno, que
pegou coronavírus, parece estar se cansando do jogo. Ramos sofre pelas
virtudes, não pelos defeitos: a personalidade contemporizadora, oposta à
dos Bolsonaro. Também em baixa o verdadeiro mito do governo, Sérgio Moro, alvo do mesmo
ciúme que o presidente dedica agora a Mandetta e já despejou sobre
Gustavo Bebianno, general Santos Cruz e até sobre Regina Duarte, logo na
largada. Moro foi desautorizado inúmeras vezes, a última delas quando
assinou o decreto suspendendo a entrada de estrangeiros de vários
países. Bravo, Bolsonaro riscou sem pestanejar os cidadãos dos EUA –
hoje, campeão de casos confirmados. [a conjuntura atual - combate à pandemia - não abre espaço para uma atuação mais proativa do ministro Moro.]
Depois das sucessivas desautorizações, Moro se recolheu e Bolsonaro
passou a cobrar o contrário. Antes, condenava os “excessos” do ministro,
que aparecia demais na mídia e lhe ofuscava a popularidade. Hoje,
critica a “omissão” dele, reclamando que a área jurídica do governo está
“acéfala”, o governo perde uma atrás da outra no Supremo e em todas as
instâncias. [defender o presidente Bolsonaro, notadamente no STF, é um atarefa complicada, tendo em conta que na maior parte das vezes já existe posição contra o presidente.
Se tornou recorrente que ministros do Supremo opinem contra posições do presidente Bolsonaro, antes mesmo delas se transformarem em alvo de ações judiciais, na maior parte julgadas pelo STF.]
Na segunda-feira, 30, aliás, o ministro Dias Toffoli disse que não se
combate o vírus com “achismos” e outros ministros do STF avisaram que
vão derrubar medidas contrárias à saúde e à ciência. E, se Bolsonaro
havia conclamado os políticos a saírem às ruas, como ele próprio fez no
domingo, todos os líderes do Senado responderam com um sonoro “não”, em
forma de manifesto a favor do isolamento social.
Assim, Bolsonaro está isolado dentro e fora do Brasil. Seguindo os
líderes que prudentemente decretaram o isolamento social contra o
coronavírus desde o início, também os teimosos Trump (EUA), Boris
Johnson (Inglaterra) e Giuseppe Conte (Itália) se renderam às
evidências. Ou seria à realidade? Há poucos dias, Bolsonaro disse, todo orgulhoso, que Trump seguia “uma
linha semelhante à nossa”. Mas, com quase 140 mil infectados e 2.500
mortes nas suas barbas(ou cabeleira), até Trump acaba de recuar e
estender o isolamento para 30 de abril. O presidente brasileiro vai
esperar tanto para cair na real?
[até o momento - apesar de não haver espaço para regozijo - a situação do Brasil e dos EUA é bem diversa.
Lá, para pouco mais de 300 milhões de habitantes, são 140 mil infectados e quase 3.000 mortes.
O Brasil com população superior a 200 milhões de habitantes,tem menos de 5.000 casos comprovados e 159 mortes.
Situações diferentes exigem providências diversas.]
Em Blog Bolsonaro tornou-se uma espécie de Jim Jones, o pastor que levou seus seguidores ao suicídio coletivo
Nos últimos tempos, as coisas andam tão rápidas que todo dia escrevo um pouco. No final de semana, o epicentro da pandemia já havia se deslocado para os Estados Unidos, e Boris Johnson, primeiro-ministro inglês, foi contaminado pelo coronavírus.
Temo pelo Brasil. O vírus avança como em outros lugares. Somos mais vulneráveis pelas grandes concentrações urbanas, péssimas condições sanitárias. Os Estados Unidos eram o primeiro na lista de segurança sanitária no mundo: ricos e bem equipados. Ao longo do caminho, não devemos nos concentrar apenas numa variável, o número de casos. Há outra muito importante: o índice de mortalidade. Além de desvantagens historicamente acumuladas, temos outras de peso. O presidente da República, que deveria articular o esforço nacional, não acredita na importância da pandemia. Bolsonaro se acha incólume porque um dia foi atleta. E estendeu essa blindagem aos brasileiros que, segundo ele, mergulham no esgoto e nada sofrem. No momento em que a Ciência tem um grande papel, Bolsonaro está cercado de terraplanistas, tornou-se uma espécie de Jim Jones, o pastor que levou seus seguidores ao suicídio coletivo. A segunda desvantagem está no ministro da Economia, Paulo Guedes. Toda a sua história é a de luta para reduzir o papel econômico do Estado. Trabalhou no Chile de Pinochet e escreveu inúmeros artigos sobre o tema. O dramático momento, de repente, exige uma intensa intervenção do Estado na economia. Guedes não se preparou para isso. É como se estivéssemos numa partida de futebol e resolvêssemos trocar o centroavante por um jogador de tênis. Vera Magalhães sugeriu que escrevesse algo sobre o ano de 2020, um ano cancelado pela pandemia. No mesmo dia, tinha conversado aqui em casa sobre uma viagem a Nova York. Quando minha mulher vai até NY, costumo vender minha câmera velha e comprar uma nova na Adorama. Rimos para não chorar: não haverá viagem, muito menos câmera, e Deus permita que haja Nova York no fim dessa estrada. O Flamengo seria campeão de tudo em 2020, mas não haverá campeões nesse tempo sinistro. [apesar da propensão de tudo em 2020 ser negativo - torcemos para que não passe de, uma tendência que não se efetivará - vale lembrar que neste 2020,(até agora, no campo esportivo, um ano com apenas dois meses) o MENGÃO ganhou três títulos: Um estadual, outro nacional e um internacional.] Mas vou voltar ao tema sugerido por Vera assim que a pandemia der uma trégua. No momento, tento refletir um pouco sobre ser velho em tempos de coronavírus. Aqui a dimensão transcende ao ano de 2020: o que será do resto de nossas vidas? Toneladas de papel impresso falam da velhice. Mas a nossa é singular: acontece durante a pandemia, somos classificados como grupo de risco. Leio notícias de que o velhinhos de comunidades serão levados para hotéis ou navios, que a polícia em São Paulo está detendo os rebeldes que saem às ruas. Tudo para o bem deles. Passada a crise mais aguda, como será a vida dos velhos antes da chegada da vacina? Minhas leituras não estão concentradas na “Peste”, de Camus, ou no “Um diário do Ano da Peste”, de Daniel Defoe.
Nos momentos mais suaves da quarentena, volto-me para livros do tipo “Memórias de Adriano” e detenho-me em frases como esta: “Esta manhã, pela primeira vez ocorreu-me a ideia de que meu corpo, este fiel companheiro, esse amigo mais seguro e mais conhecido que a própria alma, não é senão um monstro derradeiro que acabará por devorar seu próprio dono.” Isso é verdade para tempos normais. Como se aplica a tempos de coronavírus?Será que nossos corpos envelhecidos serão vistos como um perigo social? Envelheci depois de muitas lutas contrapreconceitos. Só me faltava essa. Quando passar a primeira onda, voltarei a sair por aí, explorando e transfigurando o mundo em imagens. De novo, Adriano: “A impossibilidade de continuar a exprimir-se, modificar-se pela ação é talvez a única diferença entre os mortos e os vivos.” Um corpo envelhecido não representa perigo especial. Ele contrai e transmite o coronavírus como uma criança ou um jovem.A grande responsabilidade é evitar adoecer em tempos de grande crise para não ocupar o lugar de um mais jovem nos escassos respiradores. Infelizmente, temos mais fuzis do que respiradores. Um padre italiano compreendeu isto e cedeu seu lugarpara um jovem que tinha chances de uma vida longa e saudável.
Viver é muito perigoso e, de uma certa forma, a própria humanidade é um grupo de risco. Blog do Gabeira - Fernando Gabeira, jornalista Artigo publicado no jornal O Globo em 30/03/2020 [Sugerimos ler a coletânea de postagens Diários da Crise de I ao VIII. Todos são ótimos e o VII excelente]
Como expressar o desalento de ter na presidência da República, especialmente num momento de grave crise como esse, uma pessoa capaz de dizer essa frase em público:“Alguns vão morrer? Vão morrer, ué, lamento. Essa é a vida, é a realidade. Nós não podemos parar a fábrica de automóveis porque tem 60 mil mortes no trânsito por ano, está certo?”. [certas colocações são mais palatáveis quanto feitas em privado;
sinceridade costuma ser desagradável para muitos.] Há certas coisas que se pode pensar, mas nosso superego impede que digamos em voz alta devido a um processo civilizatório a que somos submetidos no convívio social, como já ensinou Freud. Mas Bolsonaro, como já ficou provado em outras ocasiões, não tem superego. A comparação com os automóveis parece ser uma fixação desse governo, e a falta de empatia, permanente. No início do mandato, quando se discutia a liberação da posse de armas pelos cidadãos, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), General Augusto Heleno, também usou a comparação de automóveis com as armas.
[a grande dificuldade do governo Bolsonaro decorre, em pequena parcela, da sua loquacidade, mas a causa principal é que muitos querem governar, dar palpites e só uma autoridade é cobrada - sofrendo marcação implacável.
Fica dificil se manter o rumo quando tudo que fazemos é severamente criticado, contestado, muitas vezes chega a ser proibido. Ao que sabemos, o coronavírus é novo e, consequentemente, a doença que causa. Tal condição faz com que tudo sobre a doença e sua causa produzam muitas especulações, "chutes". Só que quando o 'chute' ou especulação tem como autor um especialista ou um nome pomposo passa a ser verdade.]
Mais limitado, o também ministro Ônix Lorenzoni comparou os revólveres com os liquidificadores. O objetivo era o mesmo de hoje do presidente Bolsonaro, relativizar as eventuais mortes ocasionadas pelas decisões governamentais. Embora estudos mostrem que a liberação das armas para os cidadãos provoca mais mortes do que proteção, desta vez é mais grave, pois há um conjunto de evidências científicas, como o estudo divulgado pelo Imperial College of London, que demonstra que a diferença entre o isolamento social rigoroso e uma estratégia mais branda de proteção seletiva sobre os idosos e os doentes pode significar até 1 milhão de vidas perdidas a mais em pouquíssimo tempo no caso do Brasil. Há uma ressalva fundamental no nosso caso: o estudo foi feito com base no que está ocorrendo na Europa e nos Estados Unidos, e não leva em conta a existência de favelas, a falta de abastecimento de água ou saneamento, e outras mazelas com que as populações mais carentes convivem. Os estudos do Imperial College of London foram responsáveis pela mudança de atitude do governo de Boris Johnson, que tentou uma abordagem menos drástica da crise do Covid-19 imaginando que a população ganharia anticorpos para combater o novo vírus, e teve que desistir devido ao aumento exponencial de casos de contaminação e mortes. Temos também o caso que já se tornou clássico da Itália, - e dentro dela de Milão, - que tentou minimizar os efeitos da pandemia e acabou se tornando o epicentro de uma tragédia humanitária. Como já temos esses exemplos, a posição do presidente brasileiro torna-se ainda mais inaceitável. De nada nos servirá que ele venha dentro de um mês se desculpar (se é que é capaz disso) como fez o prefeito de Milão, que ontem, diante da catástrofe que se abateu sobre seus cidadãos, admitiu publicamente que desprezou os perigos da Covid-19. Mais grave é que o grau de irresponsabilidade é tamanho que o governo brasileiro é capaz de encomendar e distribuir pelos canais das redes sociais vídeos defendendo que o país não pode parar, mesmo slogan publicitário de Milão, e, diante da repulsa que geraram nos cidadãos de bem, alegar que não foram aprovados pela Secretaria de Comunicação, e, portanto, não são oficiais. Para quem tem dentro do Palácio do Planalto um chamado “gabinete do ódio”, que opera nas sombras para disseminar boatos e fake News, esta não é uma postura surpreendente. O que é preciso definir, de acordo com as instituições que zelam pela democracia brasileira, como o sistema Judiciário, e o Congresso, é qual o limite que o hoje presidente brasileiro pode ir até que seja bloqueado pelas armas da democracia. Bolsonaro já nem mesmo se dá ao trabalho de tentar disfarçar seus objetivos. Perguntado pelo apresentador José Luis Datena se estaria disposto a dar um golpe, em vez de negar peremptoriamente, Bolsonaro respondeu: “Quem quer dar um golpe não vai falar que vai dar”. [convenhamos que o apresentador não foi muito feliz - ou lhe faltou inteligência - na elaboração da pergunta. Sendo experiente em programas policiais deveria saber que qualquer pessoa mal intencionada não confessa suas intenções.] Como sempre, sem superego. Merval Pereira, jornalista - O Globo