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sábado, 16 de janeiro de 2021

Covid-19 - Vejam só a má sorte, ou falta de previsibilidade, de Manaus - Alexandre Garcia

Gazeta do Povo - Vozes

No início da pandemia não era possível examinar a coleta de testes de Covid-19, era preciso enviar as amostras para Brasília ou São Paulo para obter os resultados. Isso demorava em torno de três a quatro dias, o suficiente para a pessoa ter complicações pulmonares causadas pelo vírus. Essa doença precisa ser tratada o mais rápido possível. A espera pode levar as pessoas à UTI ou até a morte, e foi o que aconteceu.

 Vista da área reservada para víticas da Covid-19 no cemitério de Nossa Senhora Aparecida, em Manaus, no dia 5 de janeiro de 2021

Vista da área reservada para vítimas da Covid-19 no cemitério de Nossa Senhora Aparecida, em Manaus, no dia 5 de janeiro de 2021| Foto: MICHAEL DANTAS /AFP

Olha a má sorte, ou falta de previsibilidade, em Manaus. Está faltando oxigênio nos hospitais da cidade.


Esse foi um dos maiores problemas no início da pandemia, resolveram a situação e agora é possível processar os testes no município. Agora, eles têm mais um problema, a falta de oxigênio.

Veja Também:
A candidatura de Simone Tebet ao Senado está bombando

Lewandowski está atrapalhando
O ministro Lewandowski continua sobrecarregando pessoas que já estão ocupadas com a pandemia. Ele determinou um prazo de cinco dias para que os estados informem qual o estoque de seringas e agulhas. Parece uma tentativa de atrapalhar o trabalho.
 
A Anvisa precisa de todas as informações antes de liberar a vacina
A Anvisa alertou a Fiocruz e ao Instituto Butantan que ainda há informações faltando para que a aprovação emergencial das vacinas da AstraZeneca e da Sinovac sejam processadas. O objetivo é que a decisão do órgão regulamentador seja divulgada no domingo (17), prazo que pode não ser cumprido caso essas informações pendentes não sejam enviadas a tempo.

A Associação Médica Brasileira apelou a população pedindo que as pessoas confiem na vacina. Me chamou atenção que a AMB não tenha citado a cloroquina, ivermectina, etc, como uma alternativa para tratar casos de Covid-19. Quando as pessoas vão ao hospital infectadas pelo coronavírus, eu acho que os médicos deveriam perguntar se a pessoa fez uso do tratamento precoce. Isso daria informações preciosas sobre o resultado do uso desses medicamentos.

Obras recuperadas pela Lava Jato estão em museu
Aquelas cem obras apreendidas na Operação Vernissage, na 79ª fase da Lava Jato, foram enviadas para o museu curitibano Oscar Niemeyer (MON). Diversas obras são de pintores brasileiros. Todos serão periciados para autenticar a veracidade. Certamente eles são autênticos, não teria sentido lavar dinheiro com obras de arte falsas.

Esses cem quadros estão se somando aos outros 230 quadros apreendidos na Lava Jato que foram doados ao MON. Em breve, essa será uma grande atração em Curitiba por lembrar de um período da história brasileira em que as pessoas usaram o poder e a política para roubar o povo.
 
Alexandre Garcia, jornalista - Gazeta do Povo - Vozes
 

quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

O showman engoliu o governador - Folha de S. Paulo

Bruno Boghossian

Doria fica mal na foto e dá munição a opositores alucinados da vacina

Na semana passada, o showman João Doria anunciou que a Coronavac tinha "eficácia de 78% a 100%" contra a Covid-19. "Esse resultado significa que a vacina tem elevado grau de eficiência para proteger a vida dos brasileiros", derramou-se. Já nesta terça-feira (12), o governador João Doria não apareceu para explicar que a taxa global de eficácia do imunizante é de 50,38%.

Sedento pelos dividendos políticos da guerra de imunização travada com Jair Bolsonaro, o tucano decidiu maquiar os dados de uma boa vacina para que ela parecesse ainda melhor. Não funcionou: Doria ficou mal na foto e prestou um desserviço ao país ao dar munição para os alucinados opositores da vacina.

O Instituto Butantan tem um imunizante promissor. A Coronavac é segura, reduz pela metade a chance de desenvolvimento da doença, pode ser produzida em larga escala e tem características que permitem sua distribuição com facilidade. Deveria ser suficiente, mas a política parece ter falado mais alto.

Foi Doria quem criou a ilusão de que a eficácia de 50,38% –acima do sarrafo da Organização Mundial da Saúde– poderia ser considerada decepcionante. Quando apresentou o dado turbinado de 78%, ele mesmo escolheu dizer que "esse resultado" era sinal de que a vacina tinha "elevado grau de eficiência". Um número menor, portanto, corre o risco de ser observado com outros olhos.

O governador paulista deixou a ciência no gabinete no anúncio da semana passada. Contou só metade da história e escondeu uma parcela importante dos dados. Se Doria optou pela manobra ou se foi mal assessorado, a discussão se dará entre o Palácio dos Bandeirantes e o Instituto Butantan. De qualquer modo, a responsabilidade política é só dele.

Doria apostou alto na Coronavac e forçou o governo federal a correr atrás dos planos paulistas. O tucano fez festa em cada etapa do processo de desenvolvimento do imunizante, mas se omitiu no momento crucial de mostrar os detalhes da vacina. O showman engoliu o governador.

Bruno Boghossian, colunista - Folha de S. Paulo - UOL


 

domingo, 10 de janeiro de 2021

Esperança e cuidado – O Estado de S. Paulo

Opinião

Seria equívoco achar que cuidados e protocolos podem ser flexibilizados por 'termos vacina'. Não é hora de relaxar. Ainda é longo o caminho para vencer a pandemia. Depois de longos e ansiosos meses de espera, o País está próximo do início do processo de vacinação contra a covid-19. Na sexta-feira passada, o Instituto Butantan e a Fiocruz pediram à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorização para o uso emergencial de suas vacinas, a Coronavac e a AstraZeneca/Oxford.

[Somos favoráveis à vacinação - muitos dos nossos gozam de saúde perfeita,  e devem em grande parte às vacinas que receberam ainda no século passado. 
Mas, imperioso lembrar que a vacina, ou vacinas, contra a covid-19, estão em uma situação especial e apresentam particularidades que não podem ser esquecidas. 
Alguns exemplos:
- prazo de imunização: não se sabe se a imunização é por seis meses, um ano, permanente, etc - há o risco de quando alguns milhões forem imunizados, se constatar que os primeiros milhões imunizados perderam a proteção, o que tornará necessário que sejam revacinados;
- efeitos colaterais: o tempo de uso e testes do fármaco é muito breve  para garantir que não ocorrerão efeitos colaterais.
E, tem outros.]

No ofício à Anvisa, a Fiocruz solicitou autorização para importar 2 milhões de doses da vacina, bem como para produzir aqui 100 milhões de doses no primeiro semestre e mais 110 milhões no segundo semestre. No caso da Coronavac, há previsão de que ela seja utilizada para imunizar toda a população do Estado de São Paulo, segundo o Plano Estadual de Imunização. Além disso, estão em curso negociações para sua utilização em todo o País.[não há muito o que negociar, tendo em conta que o Plano Nacional de Vacinação - aplicado em  TODO o Brasil, beneficiando TODOS os brasileiros  - tem prioridade sobre qualquer plano estadual.]

As notícias sobre as vacinas são excelentes. Desde o ano passado, a covid-19 já matou mais de 1,9 milhão de pessoas e provocou enormes estragos sociais e econômicos no mundo inteiro. No Brasil, já são mais de 200 mil mortes. Os pedidos de autorização à Anvisa são, portanto, motivo de grande esperança. É especialmente alvissareiro, por exemplo, saber que os brasileiros poderão, muito em breve, ser imunizados com uma vacina com 78% de eficácia contra casos leves de covid-19 e 100% de eficácia na prevenção de casos graves, moderados ou que precisam de internação hospitalar. Essas são as taxas de eficácia da Coronavac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.

No entanto, é preciso cuidado para que a boa notícia na verdade, a espetacular notícia – a respeito das vacinas não se transforme em uma ilusão. As vacinas não são fórmulas mágicas que fazem sumir a pandemia de covid-19. Elas não extinguem, por exemplo, a necessidade de respeitar os protocolos sanitários, tantas vezes repetidos pelas autoridades nos últimos meses. 

Vacinas são instrumentos para imunizar a população. Seu principal – e tão esperado – efeito não é uma espécie de passe livre para quem foi vacinado, autorizando um retorno imediato à “vida normal”. Seu resultado mais relevante, capaz de afastar os principais riscos advindos da covid-19, virá apenas depois da vacinação de parte expressiva da população. Vacina-se com uma seringa e agulha. Mas a vacinação de uma população não é um ato, e sim um longo processo, que deve durar vários meses. É preciso, portanto, cuidado para não confundir início da vacinação com automática imunização.

Ter vacinas aprovadas pela Anvisa é um passo importante no enfrentamento da covid-19, mas está longe de ser suficiente. Basta pensar em tantas doenças para as quais há vacinas e mesmo assim continuam ceifando vidas e causando sofrimento e limitações a muitas pessoas. Na batalha para vencer a pandemia, não basta dispor de alta tecnologia biomédica. É preciso empenho da sociedade e do poder público, nas três esferas. Medida essencial, por exemplo, é assegurar que informações claras e precisas cheguem a toda a população.

As famílias precisam estar bem orientadas a respeito da função e dos limites da vacina no combate à covid-19. O distanciamento social, as medidas de higiene e o uso de máscara continuam sendo necessários – vitais, mesmo. “Uma vacina tem papéis diferentes em situações normais e em situações pandêmicas como essa”, disse Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan. “Temos de lembrar que estamos perdendo pessoas. Uma vacina nesse momento vem para diminuir a carga da doença, para impedir que as pessoas uma vez infectadas desenvolvam a forma grave da doença.”

Os pedidos de autorização das vacinas à Anvisa são uma excelente notícia precisamente porque a batalha contra a covid-19 é árdua. O início da vacinação é motivo de profunda esperança, mas deve ser também ocasião para relembrar a gravidade da pandemia. Vidas humanas continuam em perigo – e o cuidado de cada um continua sendo decisivo. Seria um equívoco achar que os cuidados e protocolos podem ser flexibilizados porque “temos vacina”. Não é hora de relaxar. Ainda é longo o caminho para que a pandemia seja vencida.

Opinião - O Estado de S. Paulo 

 

sábado, 9 de janeiro de 2021

Dúvidas sobre CoronaVac obscurecem resultado positivo – O Globo

Opinião

Uso político e ciência praticada por meio de comunicados opacos em nada contribuem no combate à pandemia

Houve celebração em torno do resultado das pesquisas do Instituto Butantan com a CoronaVac, vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela chinesa Sinovac. Na teoria, trata-se de uma vacina barata (R$ 58,20 a dose), que não impõe maiores desafios logísticos e tende a despertar menos reações adversas. É também a primeira vacina com condição de ser aplicada rapidamente em escala nacional e de permitir que o Brasil tire o atraso na corrida da imunização.

Mas os resultados divulgados não esclarecem dúvidas essenciais sobre a eficácia e a distribuição. Tais incógnitas contribuem para obscurecer os resultados positivos. O Butantan divulgou apenas dois números: 78% de eficácia contra casos leves e moderados, 100% contra os graves. Depois da pressão, deixou escapar que, dos 12,4 mil profissionais de saúde voluntários dos testes, 218 haviam contraído a Covid-19. O governo paulista informou que só divulgaria os dados completos depois da análise da Anvisa, para onde encaminhou o pedido de uso emergencial.

Pode parecer mero exercício aritmético saber quantos doentes havia no grupo que tomou a vacina e quantos tomaram placebo. Mas a questão não termina aí. Toda pesquisa precisa fornecer informações detalhadas sobre eficácia e efeitos adversos em grupos sob maior risco e diferentes faixas etárias. Outras pesquisas foram bem mais transparentes nos dados publicados, mesmo que ainda não tivessem recebido o aval de publicações científicas. Foi o caso da AstraZeneca, cuja vacina será produzida aqui pela Fiocruz.

É importante entender os detalhes, pois os números podem enganar à primeira vista. Uma vacina 78% eficaz pode ser melhor que outra 95% eficaz, desde que, em virtude do custo e das características de distribuição, possa ser aplicada em escala maior. O importante para controlar a pandemia é o patamar de imunidade coletiva atingido com a vacinação, resultado não apenas da eficácia, mas do total de vacinados.

Em nada ajuda que a CoronaVac tenha se tornado foco do embate entre Jair Bolsonaro e João Doria. Depois da resistência inicial, o Ministério da Saúde encomendou 46 milhões de doses. Mas isso não encerrou a disputa. Doria quer iniciar a vacinação dia 25. O governo federal diz que não pode haver diferença no cronograma do país inteiro, mas ninguém conhece ainda detalhes do plano de vacinação.

O uso político da vacina e a divulgação de resultados científicos em comunicados opacos só prejudicam o combate ao vírus. Não dá para fazer ciência por press release.  
Ainda é preciso conhecer bem mais sobre a eficácia e a distribuição da CoronaVac para saber se ela tem mesmo condição de, como pretende a propaganda de Doria, ser a vacina do Brasil.
 
Opinião - Jornal O Globo 

quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

CoronaVac tem 78% de eficácia em pesquisa no Brasil

Butantan já havia comprovado a segurança do imunizante

O tão aguardado anúncio final da CoronaVac enfim foi revelado. A vacina, que é produzida pela fabricante chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, apresentou 78% de eficácia nos testes feitos em mais de 13.000 pessoas no Brasil. A informação foi confirmada pelo governo de São Paulo.

Com esse dado, o Instituto Butantan já pode pedir o registro emergencial da vacina à Anvisa, o que deve ocorrer ainda nesta quinta-feira, dia 07.  A agência havia informado que, para uma vacina ser aprovada, ela precisaria ter pelo menos 50% de eficácia. Antes, o Instituto já comprovara que a vacina é segura – ou seja, que não provocou nenhum efeito adverso entre os voluntários.

[A Anvisa, por imposição legal, fará todas verificações cabíveis e possíveis para garantir que a CoronaVac  seja segura no uso e eficaz na imunização.

O aval do Instituto Butantan - instituição centenária e que goza da confiança de milhões de brasileiros - tem sua importância, mas todo o processo precisa ser devidamente examinado. 

Informações do governo de São Paulo, da Turquia e Indonésia, não devem ser consideradas na decisão da Anvisa. Lembrete: até o presente momento,  não foi solicitado o registro emergencial.]

O porcentual de 78% vale para os casos leves da doença. Casos graves e moderados foram 100% evitados pelo imunizante, conforme informações do governo de São Paulo que serão melhor detalhadas em anúncio no Instituto Butantan.

Os dados foram compilados na Europa pelo Comitê Internacional Independente que monitora desde o início os estudos e repassados ao Butantan. O anúncio ocorre depois de dois adiamentos por parte do governo de São Paulo. O último ocorreu a pedido do laboratório chinês que queria uniformizar os dados da vacina entre os países que participam dos testes, entre eles Indonésia e Turquia.

VEJA - Brasil


 

quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

CoronaVac: SP confirma imunização com duas doses a partir do dia 25

Há uma reunião marcada na quinta, 7, para apresentação da eficácia do medicamento à Anvisa; aplicação só poderá ocorrer após aprovação da agência reguladora

[Tudo arrumado, organizado, com tudo para dar certo. Só faltando a vacina.
Outro contratempo é que de acordo com o Programa Nacional de Imunização - PNI -  a prioridade das ações é da competência do Governo Federal que pode, considerando o interesse público, requisitar as vacinas do Joãozinho  e aplicar conforme decidido no PNI.
Vale o poder de requisição também para os 20.000.000 de seringas e vacinas que estão com o governo mineiro.]   Em uma reunião com prefeitos que assumiram a gestão de cidades paulistas no último dia 1º, o secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, confirmou o início da imunização em São Paulo contra a Covid-19 para o próximo dia 25 de janeiro. Para que o prazo se concretize, porém, é preciso obter a autorização de uso emergencial ou registro da vacina CoronaVac junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Uma reunião para tratar da apresentação de documentos para a agência— e também dos dados de eficácia do antígeno —  está marcada para a próxima quinta-feira, 7. Outro encontro para discutir questões técnicas deve ocorrer nesta quarta, 6.

O plano apresentado aos prefeitos ratifica que a imunização se dará em duas doses com intervalo de 21 dias entre elas. O público-alvo será a população com idade superior a 60 anos, trabalhadores da saúde, indígenas e quilombolas. Essa população totaliza 9 milhões de paulistas. De acordo com a pasta da saúde, 77% das mortes na região foram de pessoas desses grupos.

O imunizante a ser distribuído gratuitamente é desenvolvido pela farmacêutica chinesa Sinovac Life Science em parceria com o Instituto Butantan.   
O primeiro grupo a ser vacinado no dia 25 são os trabalhadores da saúde, indígenas, e quilombolas. 
Os idosos com 75 anos ou mais receberão a partir de 8 de fevereiro; 
quem tem idade entre 70 a 74 anos será no dia 15 de fevereiro; 65 e 69 anos, 22 de fevereiro e 60 a 64 anos, 1 de março. [insistimos com a pergunta: qual a razão, qual o fundamento legal ou científico para que um quilombola ou indígena, com 50 anos, tenha prioridade sobre um idoso de 80 ou um com 62 anos?]

Serão 10.000 postos de vacinação. Além das 5.200 salas de imunização já existentes, escolas, quartéis da PM, estações de trem, terminais de ônibus e sistema drive-thru também devem ser usados. Os horários previstos são os seguintes: segunda a sexta, 7h às 22h; sábado, domingo e feriados: 7h às 17h.

Mariana Rosário  - Saúde - Veja 

 

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Anvisa altera requisitos para uso emergencial da vacina contra Covid-19

Agência retira das exigências para aprovação a apresentação de um cronograma para disponibilização de imunizantes no Brasil 

Após ser criticada pelas exigências para autorização emergencial de vacinas contra Covid-19, a  Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)  alterou a redação de dois requisitos para aprovação da autorização do pedido: sobre a quantidade de produto disponível para importação e do termo de consentimento que deve ser assinado pelo paciente. No texto anterior do guia dos requisitos, a Anvisa exigia "informações sobre a quantidade de produto acabado disponível e cronograma de disponibilização ao país". Agora, pede a "previsão" da quantidade de produto disponível para importação. [Tentando entender: Exigir cronograma para disponibilização de um produto que será usado em  CARÁTER EMERGENCIAL, é exigir o óbvio = algo do tipo que a vacina injetável seja líquida.
Que sentido tem uma empresa solicitar aprovação para uso emergencial da vacina contra a Covid-19 e não dispor do produto para contra entrega ou em prazo mínimo ? Quem se dispõe a fornecer um produto para ser usado em caráter emergencial tem que possuir o produto disponível em no máximo alguns dias.  A data de entrega é condição básica a ser informada no pedido e não pode ser um prazo distante = perderá o caráter emergencial(e a data limite para o prazo de entrega, uso emergencial,  deverá ser estipulada pela Anvisa)
Quanto ao termo de consentimento se trata de um documento interno do Brasil, não competindo à farmacêutica se manifestar - exceto se não tiver confiança no produto que pretende vender ou para sugerir algum modelo. ]

O presidente Jair Bolsonaro tem declarado que o governo vai exigir que a população um termo de responsabilidade ao ser vacinado. De acordo com a Anvisa, o "Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)" deve ser preenchido com os dados  específicos da vacina. A sugestão é utilizar um modelo disponibilizado pelo governo do Reino Unido, que já está vacinando a população, ou outro modelo apresentado pelo laboratório.

Em nota, a Anvisa diz que a atualização do guia "visa facilitar o entendimento do processo de envio de documentos, bem como tornar o procedimento mais ágil".  Após o presidente Jair Bolsonaro ter questionado os laboratórios que desenvolvem imunizantes  por ainda não terem feito pedido de uso emergencial ou de registro na Anvisa, a Pfizer informou que o guia  para a concessão emergencial da Anvisa exigia mais tempo de preparação. "A submissão de uso emergencial também pede detalhes do quantitativo de doses e cronograma que será utilizado no país, pontos que só poderão ser definidos na celebração do contrato definitivo", escreveu o laboratório. [incoerente; imagine que nada seja conversado sobre doses (capacidade de produção do imunizante pelo laboratório =  quantidades só serão definidas na celebração do contrato definitivo). A Anvisa concede a tal autorização pensando em 2.000.000 de doses, entrega em 30 dias, e o laboratório na hora H, informa que em 30 dias só pode entregar 500.000 doses. Como fica? (os números do exemplo são chutados, visto que conhecemos tanto de medicina e vacina = NADA = quanto os ministros do Supremo. Por tal deficiência temos que chutar.]

A  Anvisa tem realizado reuniões  com os laboratórios que tem pesquisa de vacina Covid-19 no Brasil. Hoje o encontro foi com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), laboratório público ligado ao Ministério da Saúde, que faz parceira para o desenvolvimento da  vacina da Universidade de Oxford e o grupo farmacêutico AstraZeneca. Estão agendadas reuniões nesta quarta-feira com os presidentes da  AstraZeneca  e  Pfizer do Brasil. Na semana passada,  houve encontro com o presidente do  Instituto Butantan, que desenvolve a CoronaVac. 

 O Globo - Sociedade
 

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Olhar para a frente, sem raiva - Fernando Gabeira

O que dirá se avançamos ou não em 2021 é a coexistência de duas variáveis: o aumento no número de pessoas vacinadas e decréscimo nas contaminações  

Andei levando pancadas na rede. São os mesmos de sempre como dizia o personagem de “Esperando Godot”. Durante muitos anos, quase que solitariamente apontei os erros que poderiam nos conduzir ao desastre. A ausência de autocrítica os leva a buscar, compulsivamente, culpados, como se eu fosse responsável por Bolsonaro e não os seus erros cometidos aos longo dos anos. Aliás, já os enfrentei em eleições como aliados de Sérgio Cabral.

Jamais votaria num Bolsonaro, conheço-o bem. Ao longo dos anos, mantive-me fiel a Marina Silva, no passado, vítima de impiedosa campanha do PT. Apenas afirmei, assim que eleito, esperar que as instituições brasileiras triunfassem sobre Bolsonaro. A pandemia não estava nos cálculos, e sim o golpe de estado.

[o que a vacina oferece no momento (as que estão autorizadas pelo FDA, NHS e outras instituições de controle, que atuam com seriedade e responsabilidade) é exatamente o que o Brasil está alcançando com a 'imunidade de rebanho'.
Os contaminados, recuperados, não contaminam e nem são contaminados, criando um círculo virtuoso com redução dos contamináveis e, inevitavelmente, a redução de casos. O uso de máscaras ajuda a reduzir a contaminação.]

Quando senti a ameaça próxima de golpe, a denunciei e dispus-me a lutar contra, como se fosse a última luta de minha vida. As pancadas me ensinam o avesso da lição. Elas me aconselham abertura para quem confiava resiliência democrática, para quem combateu Bolsonaro de forma ineficaz, para quem se absteve, votou em branco e até os que o elegeram e recuam horrorizados, diante do resultado de sua escolha. É um caminho mais produtivo do que distribuir culpas.

Num grupo que discutiu o livro “O discurso da estupidez”, de Mauro Mendes Dias, recebi esta mensagem:
— Reflexão muito bem-vinda. Quanto mais pessoas puderem reconhecer a necessidade de mudar de posição, já estamos avançando. Um dos efeitos do discurso da estupidez é, exatamente, o de não poder mudar, seja pela devoção a crenças deformantes da realidade, seja devido ao gosto que ele suscita pela destruição do patrimônio de valores que nos tornam humanos.”

Nos tempos de internet, sempre haverá esses ataques maciços. É uma cultura: basta tirar uma frase do contexto. O importante é olhar para frente, sem raiva. Diante de nós surge a esperança da vacina. O Brasil tem um bom sistema de imunização, dois centros de excelência para fabricá-la: Instituto Butantan e Fundação Oswaldo Cruz.

Mas há um grande obstáculo: o próprio Bolsonaro. Sua tática de sabotar a vacina é espalhar mitos como o perigo de a pessoa virar jacaré. [o que prejudica mais o aspecto positivo da vacinação contra a Covid-19:
- o Joãozinho Diria agindo como adido comercial da China, tentando vender a vacina chinesa - insinuando o surgimento de empecilhos para a Coronovac ser aprovada pela Anvisa - quando tudo o que tem atrasado (até agora impedido) são os atrasos do Butantan e da Sinovac, adiando (sem explicações convincentes) a entrega da documentação, incluindo os indispensáveis resultados do teste da FASE 3?
- o presidente Bolsonaro com seu discurso já conhecido, sempre mantido, mas sem implicar em nenhum AÇÃO CONCRETA ou OMISSÃO que atrapalhe a chegada da vacina?
Com certeza o apresenta não apresenta do imunizante chinês, levam a que mais pessoas resistam à vacinação ou, no mínimo, não aceitem receber o imunizante chinês (se e quando for aprovado.] 
 
Além de cobrar a eficácia do processo, será necessária uma batalha pelas mentes e corações. O que dirá se avançamos ou não em 2021 é a coexistência de duas variáveis: o aumento no número de pessoas vacinadas e decréscimo nas contaminações. Um outro front onde será preciso unidade: a eleição na Câmara, de um modo geral, distante, intangível.

Naturalmente é uma escolha interna dos deputados, mas desta vez significa muito. Se Bolsonaro conseguir capturar a Câmara e eleger seu candidato, não precisará responder pelas acusações acumuladas, muito menos pelas que pode suscitar no futuro. Daí a importância de se apoiar a Frente Democrática formada para eleger um candidato independente do governo.[o que isenta o presidente Bolsonaro de responder por acusações acumuladas, sendo  é serem as tais acusações, apenas e tão somente, acusações - sem provas, de caráter meramente político, tentando impedir que o presidente conclua o mandato que lhe foi conferido por quase 60.000.000 de votos e impedir que seja reeleito em 2022.a vitória de Bolsonaro em 2022. 

Outro fator que atrapalha aos inimigos do Brasil e que anseiam por afastar outro inimigo que não suportam - o presidente Bolsonaro - é que o presidente da Câmara, seja quem for, pode apenas receber os pedidos de impeachment e engavetá-los ou pautá-los para deliberação do plenário da Câmara, em sessão que precisa da presença de 342 deputados, para ser aberta. 

E, quando aberta,  o pedido de impeachment precisa ser aprovado por no mínimo 342 deputados. Após pautar e abrir a sessão ( abrir com menos de 342 eputados = jogo jogado) o presidente da Câmara passa  a ser, naquele assunto, um observador privilegiado =  postura de Rainha da Inglaterra.]

Ela é um instrumento de maturidade política na qual desaparecem, ainda que momentaneamente, todos os ressentimentos. Abre caminho para experiências mais amplas de unidade, que podem ser decisivas para acabar com o pesadelo. Constituída por diversas correntes de um só partido, esta unidade foi criada nos Estados Unidos e teve êxito na tarefa de evitar a reeleição de Trump.

O interessante é que ao passar por uma experiência quase tão devastadora como estamos passando no Brasil, foi possível mobilizar a partir de um tema que parece abstrato e etéreo: a reconquista da alma do país. Para Biden, a alma representa os valores e instituições americanos. Os países têm alma e ela pode ser reconquistada? É algo que daria uma longa discussão. Muitas pessoas que viram o show do Caetano Veloso, por exemplo, sentiram-se de volta ao seu país perdido. [sentiram-se de volta ao país perdido? apenas um sentimento, uma ilusão, já que o país dos que sentiram tal sensação continua, e continuará perdido - aos derrotados de ontem, resta apenas a ilusão que poderão voltar a combater = ilusão dupla, já que não podem  e caso pudessem seriam também os derrotados de agora.] Outras manifestações artísticas podem ter o mesmo efeito num Brasil tão diverso. É apenas uma pista.

A outra, se me permitem a rápida menção ao período de festas, é que já fomos mais fraternos, apesar das divergências. No tempo da luta pelas diretas, por exemplo. O que se perdeu com a política pode ser reconquistado através dela. Pelo menos, são os meus votos.

O Globo - Fernando Gabeira, jornalista 

sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

Vacina, o fator que importa - Fernando Gabeira

O Estado de S. Paulo

Este ano que passou foi terrível. Mas o que virá será muito difícil ainda. O fato do ano foi a pandemia, a esperança de superação é a vacina. Há muitas coisas além disso, mas esse é o dilema essencial. O processo de vacinação não significa apenas poupar vidas. É um imperativo econômico. A sorte do País vai depender de duas variáveis: o aumento do número de pessoas vacinadas e a queda do número das contaminadas.

O Brasil tem, segundo os especialistas, um bom sistema de imunização nacional, melhor do que muitos outros no mundo. Além disso, o País é um dos maiores fabricantes de vacinas do planeta, com dois centros de excelência, o Instituto Butantan e a Fundação Oswaldo Cruz. Esses são os pontos positivos.

(........)

O Ministério Público do Rio desvendou [?] a corrupção no gabinete do filho e, consequentemente, uma técnica usada por todo o clã Bolsonaro. Com a prisão de Fabrício Queiroz, o movimento de intervenção militar desapareceu, assim como menções a um artigo na Constituição que daria às Forças Armadas poder moderador. [com as devidas vênias ao articulista, nos parece estar equivocada (ou incompleta) a frase acima, destacada em itálico vermelho. 
Cabem duas perguntas:
- o que a prisão de Fabricio Queiroz, em prisão domiciliar, influiu m citado desaparecimento de manifestações favoráveis à intervenção militar? 
- qual a razão da prisão ter feito desaparecer menções a um artigo na Constituição Federal, que leva muitos a entender que a Carta Magna atribui às Forças Armadas poder moderador? No caso o artigo 142 da Lei Maior, cuja leitura sustenta opiniões de que aquele artigo atribui às FF AA o PODER MODERADOR = especialmente quando lido em conjunto com a Lei Complementar 97, de 9 junho 1999.
É proibido no Brasil citar artigos da Constituição Federal em pleno vigor e de outras leis?]  Bolsonaro procurou o Centrão e reinaugurou uma fase mais familiar e tradicional da política brasileira: o toma lá dá cá. Até nomeou um ministro para o Supremo Tribunal que alguns políticos do Centrão chamam de “o nosso Kassio”.
(........)
A principal margem de manobra é o crescimento da economia, que, por sua vez, depende diretamente do sucesso do plano de vacinação. Por questões ideológicas, não apenas pelas reservas quanto à vacina chinesa, [as reservas quanto ao imunizante chinês são criadas e sustentadas pela própria conduta da Sinovac - há uma resistência exagerada daquela farmacêutica em apresentar dados  que comprovem a EFICÁCIA IMUNIZANTE e SEGURANÇA NO USO da CoronaVac. 
Os adiamentos são inúmeros e existe o risco do Instituto Butantan, organização centenária e com grande credibilidade dos brasileiros, sair chamuscado,  devido comportamentos 'estranhos'  dos seus parceiros na questão vacina contra covid-19 = desconfiança reforçada pela fuga do 'bolsodoria' - uma viagem bate e volta à Miami.]

Estado de S.Paulo - MATÉRIA COMPLETA - Fernando Gabeira, jornalista


quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

CoronaVac foi infectada pelo vírus da incerteza - Blog do Josias

 [A continuar o desacerto entre o laboratório Sinovac e o Instituto Butantan, o Brasil terá que aceitar:

- aplicar a vacina chinesa  e promover, aceitando e apoiando, a desmoralização do Instituto Butantã, instituição que conta com a credibilidade dos brasileiros.]

João Doria e seus operadores político-científicos conseguiram transformar a queda de braço com Jair Bolsonaro num processo de desmoralização do Instituto Butantan e da CoronaVac. O governador paulista e seus prepostos técnicos prometeram para esta quarta-feira (23) a divulgação do índice de eficácia da vacina importada da China. E nada! A montanha pariu uma interrogação: o que está acontecendo com a vacina?

Numa entrevista comandada por Jean Gorinchteyn, secretário de Saúde de São Paulo, e Dimas Covas, diretor do Butantan, informou-se que a CoronaVac atingiu o "limiar de eficácia". Entretanto, a dupla se recusou a divulgar o percentual de eficiência. Alegou-se que o laboratório Sinovac, fabricante da vacina, pediu 15 dias para reanalisar os dados.

Por quê? Segundo Gorinchteyn, os dados colecionados pelo Butantan são diferentes do índice de eficácia obtido em "outros países em que essa vacina vem sendo usada." O laboratório chinês deseja unificar o número. Nas palavras do secretário de Saúde, "não pode ter uma eficácia aqui, uma lá e outra acolá." Hummm! Dimas Covas ecoou Gorinchteyn: "A Sinovac tem vários estudos clínicos em andamento. Tem dados nossos e de outros locais. É importante que ela faça uma uniformização de dados. Ela não pode analisar dados da mesma vacina com critérios diferentes." Hã, hã.

A principal característica de uma péssima entrevista é o fato de os jornalistas terem que ouvir autoridades durante incontáveis minutos para chegar à conclusão de que elas não tinham nada a dizer. Quando marcou para 25 de janeiro o hipotético início da vacinação em São Paulo, Doria pisou no acelerador. Descobre-se agora que não sabia como parar de correr para, finalmente, ocorrer. O déficit de explicações deixou no ar a seguinte impressão: ao bater no "limiar de eficácia", os estudos do Butantan chegaram a uma taxa acima dos 50% exigidos para a certificação de uma vacina pelas agências sanitárias. 
Mas ficaram longe do patamar obtido por concorrentes como a Pfizer e a Moderna, acima dos 90%. O laboratório Sinovac não gostou. E pediu para rever os números. Do modo como a confusão foi apresentada, ficou entendido que alguém cometeu um erro técnico. Vale a pena repetir o que declarou Gorinchteyn: "Não pode ter uma eficácia aqui, uma lá e outra acolá." Além do Brasil, testam a CoronaVac a Indonésia e a Turquia. Por falta de infectados, não há testes na China. Cabe perguntar: os estudos clínicos do Butantan, fundação centenária na qual os brasileiros confiam, serão subordinados às conclusões dos indonésios e dos turcos? 
O que fazer com aquele lero-lero de que a vacina do Butantan seria a vacina do Brasil?

Quando os estudos clínicos da fase três da CoronaVac começaram, os resultados foram prometidos para 20 de outubro. Atrasou. O governo de São Paulo comprometeu-se a expor os dados em 15 de dezembro, junto com um pedido à Anvisa para o uso emergencial do imunizante. Deu chabu.

A coisa foi empurrada para esta quarta-feira, 23 de dezembro. Atribuiu-se o novo atraso a uma esperteza. Desejava-se requisitar não mais o uso emergencial, mas o registro definitivo da vacina. O atraso era necessário para que a CoronaVac fosse certificada primeiro na agência de vigilância sanitária da China. Era conversa fiada. Em pesquisa divulgada no último dia 12 de dezembro, o Datafolha informou que 73% dos brasileiros desejam se vacinar contra a Covid. Entretanto, 50% dos entrevistados disseram não ter a intenção de tomar a vacina originária da China
O vaivém de São Paulo leva água para o moinho da desconfiança. Doria não deu as caras na entrevista. 
Realizou uma inacreditável viagem para Miami. Coisa do tipo bate-volta. Bateu, se deu conta de que fornecia munição para os adversários, e voltou. Tudo muito primário.
 
 
Blog do Josias - Josias de Souza, jornalista