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sábado, 26 de novembro de 2016

Delatores ameaçados

As pressões para que testemunhas desmintam seus depoimentos incluem ameaças de morte sob a mira de revólveres, envolvem promessas de incendiar moradias com a família dormindo e compõem a face obscura do mundo das delações premiadas 

A advogada Beatriz Catta Preta abre a porta de casa localizada na rua Hungria, bairro Jardim Europa, São Paulo, e se depara com o doleiro Lúcio Bolonha Funaro no sofá da sala brincando com seus dois filhos. Ela estremece. Funaro saca uma arma, aponta para sua cabeça e desfia um rosário de ameaças. Para não realizá-las, impõe a Catta Pretta uma condição: que convença seu cliente, o empresário Julio Camargo, ex-consultor da Toyo Setal, a não sustentar denúncias contra seu aliado, o então presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha. Em negociação de delação premiada, no início de 2015, Camargo havia se comprometido a dizer aos investigadores da Lava Jato que Cunha recebeu US$ 5 milhões de propinas na venda de navios-sondas da Samsung para a Petrobras em 2008. Funaro, que já havia sido defendido por Catta Preta no episódio do mensalão, tinha acesso à residência da advogada, mas àquela altura já era uma espécie de capanga de Cunha. A ameaça surtiu efeito. Num primeiro momento, sob a orientação de Catta Preta, Camargo livrou a cara do deputado. Só em maio deste ano, Camargo decidiu revelar os subornos recebidos por Cunha e forneceu os detalhes mais sórdidos do pagamento de propina em contas na Suíça. Iniciava-se ali o processo de perda do mandato de Cunha e da conseqüente prisão pela Lava Jato.
PRESSÃO DE CUNHA - A advogada Beatriz Catta Preta, representante do delator Júlio Camargo, da Toyo Setal, teve uma arma apontada para sua cabeça na frente dos filhos; MEDO DO PT - O ex-sócio da OAS, Léo Pinheiro, pediu para permanecer preso temendo ser assassinado

Tensão permanente
As criminosas ameaças de Funaro a Catta Preta, até então uma jurista responsável por defender dezenas de delatores da Lava Jato, levaram a advogada a abandonar os clientes e a praticamente encerrar a profissão. Mas desnudou uma faceta obscura do mundo das delações premiadas. De 2014, quando a operação Lava Jato foi deflagrada, até hoje, delatores sofrem ameaças de terem suas vidas e a de seus parentes ceifadas. Aterrorizados, alguns se viram obrigados a mentir em depoimentos à Justiça. Depois, mudaram suas versões. O clima permanece pesado entre os dispostos colaborar com os procuradores. 

Há duas semanas, o empresário Léo Pinheiro, ex-sócio da OAS, foi responsável por um gesto insólito. Pinheiro chegou a pedir para continuar preso temendo que, em liberdade, corresse risco de morte. A solicitação foi feita por seus advogados ao juiz Sergio Moro “tendo em vista o teor bombástico de sua nova delação”. Os defensores de Pinheiro alimentam outro receio: o de que o empreiteiro seja transferido para o Complexo Médico Penal de Pinhais. 

Entendem que ele não teria garantia de vida no local, mais vulnerável do que a Superintendência da PF no Paraná. “Seria recomendável a sua manutenção na carceragem da Superintendência Regional da Polícia Federal do Paraná, inclusive para acautelar eventual risco à sua integridade física”, disseram. Um delator clamar para permanecer detido é algo inédito na Lava Jato, mas Pinheiro teme terminar como Celso Daniel, o ex-prefeito de Santo André assassinado com 13 tiros em janeiro de 2002. O crime teve motivações políticas. 

Assim como Daniel estava disposto a denunciar um sombrio esquema de desvios de recursos para financiamento de campanhas eleitorais, o que poderia ferir o PT de morte antes mesmo de o partido ascender ao Planalto, Pinheiro pretende apresentar à Lava Jato seu arsenal bélico com potencial para enterrar de vez o lulopetismo, quase 15 anos depois. A nova delação pode ser determinante para a condenação do ex-presidente Lula, hoje réu nos casos do tríplex no Guarujá e do armazenamento de seu acervo num balcão em São Paulo, custeado pela OAS.

O lobista Fernando Moura, que delatou o ex-ministro José Dirceu na Lava Jato, também não quis pagar para ver até onde PT era capaz de chegar. Num primeiro depoimento a Sérgio Moro, contrariou o que dissera na delação premiada aos procuradores. Moura afirmou que Dirceu nunca recomendou que ele deixasse o Brasil e desistisse de revelar as transferências de R$ 11,8 milhões em propinas para o ex-ministro. Depois voltou atrás. “Eu errei. Errei feio”. E se explicou: deu uma guinada de 180° graus no depoimento por se sentir ameaçado quando passeava por uma rua de Vinhedo, interior de São Paulo, cidade onde Dirceu mantinha residência, e foi abordado “por um homem branco, de 1,85m de altura, aparentando ter uns 40 anos”, que perguntou como estavam seus netos. “Eu interpretei que houve uma ameaça velada de alguém envolvido neste processo”, disse Moura. O delator ainda relatou aos procuradores da Lava Jato que quando estava na cadeia, apenas uma pessoa o procurou para falar sobre as implicações de seu depoimento. Tratava-se de Roberto Marques, ex-assessor de Dirceu, que lhe pediu, quando dividiram cela em Curitiba, para que ele não citasse o nome do ex-secretário-geral do PT, Silvio Pereira, no esquema do Petrolão. Pereira, que havia sobrevivido incólume ao mensalão, mesmo depois de ser denunciado por Roberto Jefferson, acabou virando réu na Lava Jato este mês. 

O expediente de atemorizar familiares de delatores tem se mostrado bastante usual durante as investigações da Lava Jato. O mesmo Funaro que foi o principal responsável pela aposentadoria forçada e precoce de Catta Preta, ao colocar uma arma em sua cabeça na frente dos filhos, ameaçou os rebentos de outro delator: Fábio Cleto, vice-presidente da Caixa Econômica Federal (CEF) e apadrinhado de Eduardo Cunha. Funaro costumava ser agressivo durante cobranças de propinas. Em delação premiada, Cleto disse ao Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, que ele quis pôr fogo em sua casa, no momento em que seus filhos estivessem lá. “Em razão dessas cobranças agressivas, o declarante (Fábio Cleto) e Lúcio Bolonha Funaro acabaram brigando. Que o fator culminante para a separação foi quando Funaro ameaçou colocar fogo na casa do depoente com os filhos dentro”.

Delator saiu do Brasil
Pioneiro nas denúncias que resultaram nas investigações da Lava Jato, o empresário Hermes Freitas Magnus, dono da Dunel Indústria e Comércio Ltda, ainda se sente inseguro. Magnus, que implicou José Janene (PP-PR), morto em 2010, e o doleiro Alberto Youssef, ainda em 2008, teve de deixar o Brasil para desfrutar de uma vida livre de sobressaltos. Teme ser morto. “Sobretudo agora que o doleiro Youssef está em liberdade”, contou à ISTOÉ, pedindo para que não fosse revelado o País onde vive atualmente.

Por: Germano Oliveira - Revista IstoÉ
 

Ricardo Lewandowski, do STF, protege deputado petista

O ministro amigão

Ricardo Lewandowski, do STF, protege o deputado petista Marco Maia, acusado de comprar um apartamento em Miami de maneira ilícita

[esse Marco Maia quando presidente da Câmara dos Deputados ofereceu aquela Casa legislativa para servir de asilo aos  criminosos condenados no MENSALÃO - PT.

A ideia não foi em frente, caso houvesse prosperado a Câmara seria esconderijo de marginais.]

 Vista grossa Lewandowski barrou investigação profunda para apurar compra de imóvel em Miami (Crédito: fotos: REUTERS/Ueslei Marcelino; Adriano Machado/AG. ISTOE)

Durante sua atuação como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski foi acusado por seus adversários de se alinhar demais ao PT. [as causas do alinhamento de Lewandowski ao PT e a corja lulopetista é pública e notória: GRATIDÃO daquele ministro a 'Marisa botox', ex-primeira dama e atualmente ré em processo penal. RAZÕES DA GRATIDÃO: foi a ex-primeira dama quem indicou Lewandowski para ministro do Supremo.] No impeachment de Dilma Rousseff, permitiu a separação entre a cassação e a perda dos direitos políticos. Agora, de volta ao trabalho como magistrado em um primeiro inquérito desdobrado da Lava Jato, documentos obtidos por ISTOÉ mostram que ele protege um deputado petista de uma investigação aprofundada.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, solicitou abertura de um inquérito para apurar a compra de um apartamento em Miami pelo deputado Marco Maia (PT-RS), acusação feita na delação premiada do ex-vereador petista Alexandre Romano. A hipótese é de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O processo caiu nas mãos de Lewandowski. O ministro até autorizou a abertura do inquérito, mas barrou as duas principais diligências solicitadas por Janot para avançar as investigações: acesso ao conteúdo dos celulares de Marco Maia e cooperação internacional com autoridades dos EUA para obter documentos do imóvel.

Sem quebra de sigilo

Em despacho de 4 de outubro, Lewandowski autorizou somente a tomada de depoimentos no Brasil, o levantamento de doações eleitorais de uma empresa suspeita de bancar o apartamento e a juntada de provas já produzidas. O ministro nem chega a explicar porque barrou as principais diligências.

Advogado e ex-vereador em Americana, Alexandre Romano foi preso pela Lava Jato no ano passado e firmou delação premiada, na qual também relata um esquema de desvios ligado ao ex-ministro Paulo Bernardo. A ideia de Maia ao comprar o apartamento em Miami, segundo o delator, surgiu durante uma viagem de ambos àquela cidade, em 2013. Romano possuía apartamento nessa cidade. “O deputado confidenciou-lhe ter um ‘sonho’ de ter um apartamento lá”, relatou a petição de Janot. A defesa do deputado petista nega que ele seja o dono do imóvel. A assessoria de Lewandowski disse que ele não poderia comentar porque o processo é sigiloso.
 
A delação de Romano envolve nas irregularidades a empresa Ímpar/Hospital 9 de Julho. Segundo o ex-vereador, foi por meio de um acerto com a empresa que o apartamento em Miami foi bancado: Maia lhe relatou que tinha um crédito de R$ 1 milhão a cobrar da Ímpar e que poderia ser destinado ao financiamento do imóvel. O apartamento custou US$ 630 mil. ISTOÉ entrou em contato com a assessoria do grupo Ímpar, mas não houve resposta. Romano contou ter ido à sede da empresa e acertado que firmariam contratos simulados, sem real prestação dos serviços, para realizar a transferência dos valores.

Fonte: IstoÉ

 

O conjunto da obra ameaça Temer

Os políticos não entenderam que o país mudou. Eles se matam por um apartamento de luxo? 

Não é um tríplex, mas o apartamento embargado de Ged­del Vieira Lima (que pediu demissão na sexta-feira, dia 25) já desabou em cima do presidente Michel Temer. A política tem dessas coisas, Temer, esse tipo de pressão popular. Não basta saber ajeitar o nó da gravata e falar bem o português. Num país traumatizado pela corrupção, apostar todas as suas fichas numa figura pretérita como Geddel é pedir para ser crucificado neste Black December.

O presidente não podia blindar Geddel antes mesmo de a Comissão de Ética abrir processo. As “ponderações” do ministro da Secretaria de Governo para o então ministro da Cultura Marcelo Calero tinham um peso imoral. O talento de “articulador” do baiano Geddel virou poeira, aquele pó de obra que suja até a alma. Os aliados correram para dar apoio irrestrito a um ministro acusado de tráfico de influência em benefício pessoal. O condenado arranha-céu La Vue, em Salvador, tem as digitais de amigos e parentes de Geddel desde sua concepção. Um espigão em área tombada arranhou Congresso e Planalto – por tibieza do presidente.

Parece que os políticos não entenderam que o país mudou. Eles se matam por um apartamento de luxo com “la vue” total da Baía de Todos-os-Santos? Ao dar o caso por “encerrado”, todos que apoiaram Geddel colocaram seus dedos na tomada. Foi falta de visão, uma irresponsabilidade com um momento em que o Brasil deveria focar na estabilidade econômica e na recuperação do emprego. Com amigos como Geddel, Renan Calheiros e Rodrigo Maia, nenhum presidente precisa de inimigos. [esse Rodrigo Maia mostrará, se lhe concederem tempo, ser pior que a soma de Sarney, Geddel, Romero Jucá, Renan e outros luminares da política corrupta e suja.]
 
Ao assumir a Presidência há seis meses, após longo e doloroso impeachment de Dilma Rousseff, Temer disse que era “hora de tentar pacificar o país”. Agora, ao nomear Roberto Freire para a Cultura, Temer nem se referiu ao antecessor Calero. Estava amuado. O próprio Temer havia intercedido com Calero em favor de Geddel, que andava “muito irritado” com o embargo de seu apartamento. Na posse de Freire, Temer disse que vai “salvar o Brasil”, “ganhar céu azul e velocidade de cruzeiro”. Não, presidente. O céu está enfarruscado, e sua forma de menosprezar o caso Geddel é mais do mesmo. Só ajuda a inflamar as ruas.

Em setembro, Geddel havia constrangido o governo, ao declarar: “Caixa dois não é crime. Quem se beneficiou deste mecanismo no passado não pode ser punido”. [praticamente tudo que for dito sobre Geddel é a verdade e válido; mas ele estava CERTÍSSIMO quando produziu a frase destacada. INDISCUTIVELMENTE,  os beneficiários do que ele chama de mecanismo (estaria sendo estúpido se chamasse de crime - já que a Constituição diz com clareza meridiana que 'não há crime sem lei anterior que o defina' e nenhuma lei define, até o presente momento,  CAIXA DOIS como CRIME).]

Será que Temer ponderou com Geddel? Depois, a imprensa deu a lista dos salários acima do teto constitucional de R$ 33.763. Olha o Geddel ali, gente! Ele ganha R$ 51.288 por mês, acumulando dois vencimentos. Fora privilégios e benefícios.   O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, decidiu abrir mão de parte do salário para se adequar ao teto. Geddel nem pensou: “Os meus vencimentos estão dentro da lei. A lei é para todos”. Geddel, o grande articulador, não convenceria servidores a abrir mão de vencimentos para ajudar estados falidos. Onde vive Geddel? Nas nuvens, e faz tempo. Você lembra o vídeo Geddel vai às compras, que mostrava, a partir de um helicóptero, as fazendas adquiridas por ele de maneira antiética? As imagens são do ano 2001. Quem divulgou foi o então presidente do Senado, o também baiano Antônio Carlos Magalhães. O que mudou foi só a tecnologia. Naquele tempo, o vídeo era distribuído em fita.

“Vamos trabalhar! O Congresso nos espera”, disse um comovido Geddel com o apoio de seus pares. Rodrigo Maia, presidente da Câmara, foi impiedoso com o ex-ministro Calero: “Ele enlouqueceu (...) O ministro sai atirando para desestabilizar o Brasil”. O presidente do Senado, Renan Calheiros, também saudou a blindagem de Geddel por Temer: “O bom é que isso fique para trás”. Essa dobradinha Rodrigo-Renan é o retrato do Brasil reciclável na política.

Maia quer logo votar na Câmara o projeto de medidas anticorrupção, no qual foi infiltrada uma anistia ao caixa dois eleitoral, que coloca em risco inquéritos passados, presentes e futuros da Lava Jato contra políticos. E o açodado Renan quer logo votar no Senado o projeto contra abuso de autoridade, porque está prestes a virar réu no Supremo por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. O projeto de Renan tem o apoio do PT e de petistas, amedrontados com o que está por vir.


Mesmo com as urgências, e já prevendo os estragos do Furacão Odebrecht, os parlamentares se recusam a trabalhar nas segundas e sextas-feiras. Eta, país. Juntando a isso o fato de que os deputados tentam evitar votação nominal em assuntos explosivos, para se esconder da sociedade... Temos um Congresso dissociado da sociedade.

Calero foi o quinto ministro a deixar o governo Temer. Geddel, o sexto. Dilma chegou a trocar um ministro a cada 22 dias. Agora Temer se aproxima da média de sua antecessora. O caso Geddel pode ajudá-lo a pensar melhor antes de blindar o próximo.

Fonte: Ruth de Aquino - Revista Época
 

 

TEMER = Cogita de vetar anistia a praticantes do Caixa 2, esquecendo que a prática não é crime = nada a anistiar

Michel Temer avisa que vai vetar anistia a caixa 2, confirmam ministros

Até então, o presidente Temer vinha dizendo que respeita decisões do Congresso e chegou a sinalizar, em entrevista, que sancionaria o texto.

O líder do PSD na Câmara dos Deputados, Rogério Rosso, afirma que foi autorizado a comunicar que o presidente Michel Temer o avisou que vetará uma possível anistia ao crime de caixa 2, caso a medida seja aprovada pelo Congresso Nacional. A afirmação de Rosso foi feita por meio de um vídeo nas redes sociais após reunião com Temer na tarde desta sexta-feira (25/11).

O presidente Michel Temer confidenciou a pelo menos dois ministros que "vai vetar" qualquer proposta que chegue ao Palácio do Planalto propondo ampla anistia para o caixa 2. Esse seria o primeiro sinal de mudança de postura do presidente em relação ao Congresso, já que sempre defendeu o que chamava de independência do Legislativo.

Neste caso, ele vetaria uma iniciativa dos parlamentares, que altera o teor do pacote anticorrupção encaminhado ao Congresso pelo Ministério Público, com a assinatura de dois milhões de pessoas. "O presidente Temer considera inaceitável e não sancionaria uma lei com anistia ampla, geral e irrestrita porque ele acha que seria esbulhar a vontade expressa por milhões de brasileiros", disse ao Estado o ministro da Defesa, Raul Jungmann, um dos que ouviram de Temer, nas últimas horas, a sua disposição de vetar a proposta. "Por mim, não passará", assegurou Temer, conforme revelou Jungmann.

Até então, o presidente Temer vinha dizendo que respeita decisões do Congresso e chegou a sinalizar, em entrevista, que sancionaria o texto. Foi quando disse que se o caixa 2 for considerado crime, "como a lei penal não retroage, se houver uma regração agora, que diga que caixa dois é crime a partir de agora, o passado estaria, pelo menos se sustentaria que o passado o costume era outro".

Temer ressalvou ainda que tinha "uma longa discussão jurídica pela frente" e, ao ser questionado se estava defendendo uma auto anistia, desconversou explicando que não estava dando esta interpretação, mas que muitos criminalistas diziam isso. Ressalvou, em seguida, que "esta é uma decisão do Congresso" e que, como tal, "não pode interferir nisso" porque, qualquer observação que faça, "vão dizer que eu estou defendendo".

O presidente acrescentou que o que defende, na verdade, não é exatamente a Lava Jato, que considera "um rótulo", mas a atividade do Poder Judiciário e do Ministério Público. Apesar das ponderações, Temer já havia informado a auxiliares que apesar de respeitar os parlamentares e decisões do Congresso, a pressão das ruas poderia balizar a sua decisão neste caso.

Agora, Temer teria decido vetar a proposta, por conta da nova crise envolvendo questão ética instalada no governo, por conta das acusações do ex-ministro da Cultura Marcelo Calero, de que teria endossado a pressão do ex-secretário de Governo Geddel Vieira Lima fazia sobre ele para liberar um empreendimento imobiliário em Salvador, onde o ministro baiano comprou um apartamento na planta e a obra está embargada.

Se mostrasse disposição de permitir uma anistia ao caixa 2, que está sendo defendida no Congresso, na contramão do pacote anticorrupção, Temer poderia macular imagem de defesa da ética. [Difícil acreditar que Temer, renomado constitucionalista,  cogite sobre sancionar, ou não, qualquer projeto que anistie os que praticaram  CAIXA DOIS - prática que não é crime na legislação brasileira e Michel Temer saber perfeitamente disso.

Caso o atual Congresso produza uma anistia a uma prática que não é crime, estará legislando sobre matéria sem objeto e Temer sabe disso - e o Congresso estará ao aprovar tamanha aberração, conseguindo superar em estupidez, em falta de noção, qualquer assembleia de petistas.] Poderia também ser acusado de estar trabalhando contra a Operação Lava Jato.
Temer não comentou sobre a disposição dos parlamentares de que juízes e integrantes do Ministério Público possam responder por crime de responsabilidade. A sugestão chegou a ser incluída no texto do pacote anticorrupção, mas depois foi retirada. De acordo com Jungmann, Temer apoia o pacote anticorrupção.  "O presidente não tem discordância em relação à lei que aprova as dez medidas (anticorrupção) e respeita a autonomia do Congresso", comentou o ministro, que é deputado licenciado. Reiterou ainda que o presidente não irá contra a vontade popular. "É inaceitável anistia de crimes ou de corrupção ou invalidação da Lava Jato", afirmou o presidente ao ministro. "Isso eu não concordo", prosseguiu.

Fonte: Agência Brasil


 

O dono da crise

Análise: O dono da crise

Na gênese do problema está um presidente avesso a conflitos, cujo maior problema são os amigos. Eles são muitos, especialmente no Congresso

Esta é uma crise que tem dono. O nome dele é Michel Temer. Ela não começou e nem deve terminar na demissão do sexto ministro, em seis meses. Sua origem está na aversão do presidente ao conflito. Aos 75 anos, Temer já viu quase tudo na política contemporânea: golpes, contragolpes, ditadura, eleições diretas, indiretas e dois impedimentos presidenciais. Sobreviveu, preservando-se no limite da equidistância. 


A exceção foi no último impeachment. Com apoio de amigos como Geddel Vieira Lima, Eliseu Padilha, Moreira Franco e Eduardo Cunha, comandou o roteiro da cerimônia de adeus de Dilma Rousseff, tornando-se usufrutuário da cadeira presidencial.  Anteontem, ao revisar a nota oficial do governo sobre a demissão e o depoimento à polícia do ex-ministro da Cultura Marcelo Calero, Temer fez questão de destacar uma frase: “O presidente buscou arbitrar conflitos entre os ministros e órgãos da Cultura.” 


Nessa dúzia de palavras transparece algum apreço pela taramelaria, porque, no caso, não havia resquício de conflito de interesse público “entre os ministros e órgãos” a exigir arbitragem do presidente da República. Existia, sim, um confronto entre as prioridades pecuniárias de um incorporador imobiliário privadoocasionalmente, com o botão de ministro da Secretaria de Governo na lapela — e as de um organismo federal que há 80 anos é responsável por uma política de Estado, a preservação do patrimônio cultural.



A demissão do ministro pode encerrar o episódio e o inquérito policial decorrente. Durante seis meses, o ex-deputado baiano, com o sorriso pleno das gordas bochechas que distendiam a vasta papada branca sobre o colarinho, predominou nas fotografias e nos bastidores do governo do “querido amigo”, como qualificou na carta ao presidente. 

A despedida de Geddel, porém, não liquida a crise, porque o nome dela é Temer. Na gênese está um presidente avesso a conflitos, cujo maior problema são os amigos. Eles são muitos, especialmente no Congresso, onde alguns reivindicam seu discreto apoio em causa própria — como demonstram as opacas negociações conduzidas pelo presidente da Câmara sobre a anistia ao caixa dois, simultâneas às dirigidas pelo presidente do Senado sobre a permissão à repatriação de dinheiro de origem questionável pelos parentes de políticos. 

O caso Geddel sugere que a Temer muito custará conservar os amigos, porque governa com eles — e o poder do “querido amigo” presidente nem sempre será suficiente para contentá-los.

Fonte: José Casado - O Globo

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Polícia apreende 4 metralhadoras fabricadas com impressão 3D

Armas foram encontradas durante operação contra comércio de drogas na Austrália

A polícia de Queensland, na Austrália, prendeu cinco pessoas durante uma operação contra o comércio ilegal de drogas no subúrbio de Nerang, em Gold Coast. Mas o que chamou a atenção dos agentes foi a descoberta de quatro submetralhadoras que haviam sido produzidas no local, com auxílio de computadores e impressoras 3D.


 Metralhadoras ainda passarão por exame de balística - DIVULGAÇÃO/POLÍCIA DE QUEENSLAND

A operação foi realizada na última sexta-feira, em dois endereços, mas divulgada apenas nesta semana. Em entrevista à rede local ABC, o detetive Jon Wacker afirmou que foi a primeira vez que metralhadoras produzidas em Queensland foram descobertas. Além das armas, os policiais encontraram peças, carregadores, silenciadores e todo o equipamento para a fabricação.  — Essas armas ainda passarão por análise balística — disse Wacker, destacando que elas eram semelhantes com a submetralhadora israelense Uzi. — A metralhadora Uzi pode disparar entre 500 e 600 tiros por minuto, então é muito preocupante pensar que essas armas estão sendo fabricadas aqui em Queensland.

A Operação Oscar Quantum apreendeu os armamentos num endereço em Lawrence Drive. Num outro local, em Hilldon Court, os policiais localizaram um grande laboratório clandestino capaz de produzir quantidades em escala comercial de metanfetamina. — Parte do motivo de termos realizado as incursões na sexta-feira foi porque a polícia queria interromper a distribuição de drogas antes das festas de formatura — disse Wacker.


Fonte: O Globo

 

Autoridades mexicanas encontram 32 corpos e nove cabeças em valas clandestinas

Um total de 32 cadáveres e nove cabeças foram retirados pelas autoridades mexicanas de várias fossas clandestinas descobertas no violento estado mexicano de Guerrero, no sul do país, informou o governo regional nesta quinta-feira à noite.

“Terríveis as descobertas”, declarou o porta-voz da secretaria de Segurança do governo de Guerrero, Roberto Álvarez, ao se referir à retirada dos corpos feita entre terça-feira e quinta-feira, em quase 20 valas encontradas no Cerro Tenanchitla da localidade de Pochahuixco, município de Zitla.  “Terminaram as escavações em 20 fossas clandestinas, das quais se recuperaram 32 corpos e nove extremidades cefálicas”, que foram transportadas para Chilpancingo, a capital de Guerrero, para o processo de identificação, relatou Álvarez em um comunicado.

Nenhuma pessoa foi detida até o momento. Os corpos pertencem a 31 homens e a uma mulher. A descoberta aconteceu após uma ligação telefônica anônima para o exército e a polícia federal. A denúncia mencionava um “acampamento com pessoas privadas de sua liberdade”, afirmou à AFP Álvarez.  Ao chegar ao local, os agentes encontraram uma pessoa sequestrada, uma caminhonete, um automóvel, uma motocicleta, coletes à prova de balas e um refrigerador com quatro cabeças, que podem estar relacionados com nove cadáveres encontrados no vilarejo de Tixtla nos últimos dias.

Os peritos iniciaram então uma operação que resultou na descoberta de 17 fossas clandestinas. Os 32 cadáveres encontrados tinham “diferentes níveis de decomposição, alguns já estavam mumificados”, afirmou Roberto Álvarez.  Todas as fossas descobertas já foram escavadas, mas o exército continua em busca de indícios que permitam a localização de mais fossas, completou o comunicado. As fossas clandestinas são um meio usado pelos chefões do tráfico de drogas no México para se livrar de suas vítimas.

No fim de semana passado em Guerrero, pelo menos 24 pessoas foram assassinadas. No domingo à noite, os agentes encontraram os corpos de nove homens com claros sinais de tortura, em uma estrada de Tixtla ao povoado de Atliaca, na região central de Guerrero.  O porta-voz da secretaria de Segurança de Guerrero afirmou que a área do município de Zitlala é cenário de um confronto entre os relativamente novos cartéis de drogas chamados ‘Los Ardillos’ e ‘Los Rojos’.

“Em uma boa parte do território de Guerrero há cultivo de papoula (…) da qual sai a heroína, que virou moda no mercado dos Estados Unidos. Isto provoca um combate sem trégua entre os diferentes grupos criminosos”, admitiu Álvarez.

Perto de Zitlala fica o município de Iguala, onde foram vistos pela última vez, em 26 de setembro de 2014, os 43 estudantes da escola rural de Ayotzinapa, depois que foram baleados e detidos por policiais corruptos que teriam repassada os jovens ao cartel Guerreiros Unidos, que por sua vez, de acordo com a investigação oficial, mataram todos e os incineraram para depois jogar os restos mortais calcinados e triturados em um rio.

Fonte: AFP 
 

Geddel entrega carta de demissão a Michel Temer

Ministro da Secretaria de Governo deixa posto no Palácio do Planalto atingido por escândalo envolvendo um apartamento em Salvador

O ministro Geddel Vieira Lima não comanda mais a Secretaria de Governo. Ele confirmou a VEJA, por telefone, que já conversou com o presidente Michel Temer nesta manhã e entregou a carta de demissão. Geddel deixa o cargo seis meses depois de o governo Temer assumir o Palácio do Planalto. A demissão ocorre depois de Geddel ser acusado pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero de tentar usar o cargo para pressionar pela liberação de uma obra de seu interesse na Bahia.  “Já preparei a carta de demissão e já entreguei ao presidente”, disse Geddel.

Na carta de demissão, Geddel afirma que o sofrimento de seus familiares foi determinante para a decisão. “Avolumaram-se as críticas sobre mim. Em salvador, vejo o sofrimento de meus familiares. Quem me conhece sabe ser esse o limite da dor que suporto. É hora de sair”, escreveu o agora ex-ministro da Secretaria de Governo.

Nesta quinta-feira, o ex-ministro da Cultura prestou depoimento à Polícia Federal em que revelou ter sido pressionado por Geddel e pelo próprio presidente Michel Temer, além do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, a liberar a construção de um edifício residencial em uma área tombada pelo patrimônio histórico em Salvador. Geddel é dono de um apartamento no empreendimento e seria prejudicado pelo embargo da obra. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que proibiu a obra, estava subordinado a Calero.

Ainda em sua carta de demissão, Geddel pede desculpas “aos que estão sendo alcançados” pelos desdobramentos do escândalo, afirma que “o Brasil é maior do que tudo isso” e avisa que irá retornar ao seu estado natal: “Fiz minha mais profunda reflexão e fruto dela apresento aqui este meu pedido de exoneração do honroso cargo que com dedicação venho exercendo. retorno a Bahia, sigo como ardoroso torcedor do nosso governo, capitaneado por um presidente sério, ético e afável no trato com todos, rogando que, sob seus contínuos esforços, tenhamos a cada dia um país melhor”.

Depois de acusar a cúpula do governo de tentar pressioná-lo a liberar uma obra de interesse pessoal de Geddel, Marcelo Calero entregou à Polícia Federal gravações das conversas que teve com Temer, Geddel e Padilha, além de dois auxiliares próximos do presidente.  O próprio Palácio do Planalto obteve a confirmação da existência dos áudios. “As gravações não são de boa qualidade, porque foram feitas com um aparelho que aparentemente estava no bolso do Calero”, disse um ministro palaciano.

Depois de receber a informação de que o ex-ministro havia gravado as conversas, o governo confirmou as reuniões com Calero. Por meio do porta-voz da presidência, Michel Temer admitiu que conversou com Marcelo Calero para “arbitrar o conflito” entre o então ministro da Cultura e o titular da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, mas negou qualquer pressão no caso.  “O presidente trata todos seus ministros como iguais. E jamais induziu algum deles a tomar decisão que ferisse normas internas ou suas convicções. Assim procedeu em relação ao ex-ministro da Cultura, que corretamente relatou estes fatos em entrevistas concedidas”, disse o porta-voz Alexandre Parola.

Até o começo da madrugada desta sexta-feira, Geddel manifestava o desejo de continuar no cargo. As revelações de Calero comprometendo diretamente o próprio presidente Michel Temer, no entanto, foram determinantes para a saída.

Fonte: Revista VEJA
 

 

Acusado por Calero, Temer - o ivacilante - agora quer tirar Geddel

Ex-ministro diz que presidente o pressionou a liberar obra embargada

O ex-ministro da Cultura Marcelo Calero acusou o presidente Michel Temer de também pressioná-lo a liberar as obras do prédio La Vue, na ladeira da Barra, uma das áreas mais valorizadas de Salvador, embargadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Em depoimento à Polícia Federal, Calero disse que Temer o chamou ao Palácio do Planalto e determinou que ele “construísse uma saída” porque a decisão do Iphan teria criado “dificuldades operacionais” no gabinete dele, especialmente com o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima. 
 Segundo o Blog do Moreno, de O Globo  amigos de Geddel, após conversarem com Temer na quinta, aconselharam o ministro a pedir demissão, alegando que sua situação tornou-se insustentável, principalmente depois que Calero o denunciou à PF. Ao blog, Geddel negou ter sido procurado por ministros para tratar do tema. Atribui as notícias a “assessores palacianos que acreditam que sua saída seja melhor para o governo”.  — Não tenho motivo nenhum para pedir demissão — disse o ministro. 

Temer admitiu que se encontrou duas vezes com Calero para tratar do assunto, mas que sua abordagem foi no sentido de tentar “arbitrar conflitos” entre os dois ministros. Por meio de seu porta-voz, Alexandre Parola, Temer disse que “trata todos os seus ministros como iguais e jamais induziu algum deles a tomar decisão que ferisse normas internas ou suas convicções”.  O presidente buscou arbitrar conflitos entre os ministros e órgãos da Cultura sugerindo a avaliação jurídica da Advocacia Geral da União, que tem competência legal para solucionar eventuais dúvidas entre órgãos da administração pública — disse o porta-voz. [Temer não tem nada que arbitrar conflitos entre ministros quando um deles defende que as leis sejam cumpridas e o outro, comprovadamente, tenta usar a força do cargo para obter vantagens pessoais, mesmo que para isso leis tenham que ser violadas.
A única atitude digna e correta de Temer seria demitir Geddel,  logo após este ter admitido   que exerceu pressão sobre Calero.
A sorte de Temer,  ainda não ser alvo de nenhum pedido de impeachment (no mínimo por vacilação) é que ele entrou no lugar de Dilma, a 'escarrada' e qualquer opção - até mesmo um Temer indeciso, vacilante, conivente com irregularidades - é menos danosa ao Brasil que manter uma Dilma.]
 

Sobre rumores de uma gravação da última conversa que o ministro demissionário teve com Temer, o porta-voz disse “estranhar” a declaração dada por Calero à PF de que foi “enquadrado” pelo presidente.  — Portanto, (Temer) estranha sua afirmação, agora, de que o presidente o teria enquadrado ou pedido solução que não fosse técnica. Especialmente, surpreendem o presidente da República boatos de que o ex-ministro teria solicitado uma segunda audiência, na quinta-feira (17), somente com o intuito de gravar clandestinamente conversa com o presidente da República para posterior divulgação. 

Ainda segundo o blog de Moreno, o Palácio do Planalto passou a acreditar nesses boatos porque, nesse segundo encontro com o presidente no início da noite, após uma conversa na tarde do mesmo dia, Calero não acrescentou nenhuma novidade. Na avaliação do Planalto, ele teria pedido essa nova audiência só para gravar o presidente. 

No depoimento à PF, Calero disse que na quinta-feira, dia 17, “foi convocado pelo presidente Michel Temer a comparecer no Palácio do Planalto; que nesta reunião o presidente disse ao depoente que a decisão do Iphan havia criado ‘dificuldades operacionais’ em seu gabinete, posto que o ministro Geddel encontrava-se bastante irritado”. Segundo Calero, Temer disse ainda “que construísse uma saída para que o processo fosse encaminhado à AGU (Advocacia-Geral da União), porque a ministra Grace Mendonça teria uma solução”.

No depoimento, Calero também envolveu o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o secretário de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Gustavo Rocha. Segundo Calero, Padilha lhe telefonou para tratar do embargo da construção, quando teria lhe dito que “a questão estava judicializada” e que “tentasse construir uma saída com a AGU”. Já Rocha teria dito que também conversara com o presidente e orientado Calero a “encaminhar os autos do processo para a AGU”. 

Calero afirmou que decidiu deixar o governo após o último contato de Rocha. “Isso foi determinante para a saída do depoente do governo, pois demonstrava a insistência do presidente em fazer com que o depoente interferisse indevidamente no andamento do processo”, registra o depoimento.  Padilha admitiu a conversa e disse que sua intenção era encontrar uma solução dentro da lei. Rocha também afirmou que esse foi seu objetivo.


Calero reafirmou as acusações que fizera contra Geddel. Segundo ele, o ministro o pressionou de forma descabida a liberar as obras do empreendimento La Vue porque era dono de um dos apartamentos do prédio a ser construído numa área tombada pelo patrimônio histórico.  O conteúdo do depoimento de Calero à PF foi divulgado pela “Folha de S.Paulo” e confirmado pelo GLOBO. A partir das declarações do ex-ministro, a PF pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) abertura de inquérito contra Geddel. O STF já repassou o pedido da polícia ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a quem cabe dar parecer sobre o assunto. A tendência é que Janot peça abertura de inquérito. 

Fonte: G1


A corrida de políticos em busca da impunidade

Os acordos de delação da Odebrecht levam políticos a tentar a anistia de crimes eleitorais a qualquer custo, e isso deteriora ainda mais a imagem do Congresso

A entrada em fase conclusiva da delação premiada de dirigentes da Odebrecht — talvez a maior do mundo no universo corporativo, com implicações nos Estados Unidos e Suíça — colocou o Congresso em polvorosa, nas últimas 48 horas, e deverá continuar assim pelo menos até a semana que vem.

O que transcorria nos bastidores em torno de uma arquitetada anistia para quem usou dinheiro de caixa dois em campanhas explodiu à vista de todos nos debates em comissão e depois em plenário, na Câmara. A intenção óbvia é se precaver diante das denúncias que vêm aí de Marcelo Odebrecht e de dezenas de executivos da empreiteira.  A questão do caixa dois dinheiro de propina lavado na Justiça eleitoral ou doação apenas não registrada pelo político e empresa doadora merecia um debate sensato, mas infelizmente não é o que ocorre. 

Não bastasse a manobra orwelliana de usarem um conjunto de propostas anticorrupção, encaminhadas por procuradores, para, por meio de emendas, favorecer corruptos, tentou-se ontem fazer um adendo tão amplo ao projeto aprovado em comissão que perdoaria incontáveis crimes eleitorais. E a imagem do Congresso fica ainda mais arranhada.

À tarde, o próprio juiz Sérgio Moro, da Vara que julga acusados pela Lava-Jato em primeira instância, divulgou nota para alertar que “anistiar condutas de corrupção e de lavagem (de dinheiro)” afetaria não apenas as investigações da operação, “mas a integridade e a credibilidade, interna e externa, do Estado de Direito e da democracia brasileira”.

Num movimento em pinça, a Lava-Jato também é atacada pelo flanco no Senado, por meio do projeto do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), proposto com o objetivo meritório de punir abusos de autoridade, mas que, na verdade, se trata de um escancarado troco na força-tarefa que atua a partir de Curitiba por ter investigado e denunciado o senador ao Supremo. Renan já enfrenta esta batalha em campo aberto, sem dissimulações, porque ele próprio trabalhou para que o projeto seja apreciado em regime de urgência. Parece partir para o tudo ou nada, como demonstram alguns deputados.


Mais sugestivo ainda é o fato de a presidente do STF, Cármen Lúcia, ter agendado para quinta que vem o julgamento de processo em que o senador pode ser convertido em réu — o caso do uso ilegal de dinheiro de empreiteira para pagar pensão a uma filha tida fora do casamento. Nesta hipótese, Renan deverá ser afastado da presidência da Casa, tão logo o ministro Dias Toffoli libere do pedido de vista processo já decidido a favor da retirada de réus da linha sucessória do presidente da República. 

As duas corridas contra o relógio, na Câmara e no Senado, podem também terminar em consultas ao Supremo. E que assim seja, em nome do princípio constitucional de que todos são iguais perante a Lei.

Fonte: Editorial - O Globo

24/11: Brasil funda a República do Murici

A votação de uma anistia ao caixa dois eleitoral pode ser votada hoje na Casa. Canalhas querem derrubar na íntegra o texto aprovado por unanimidade na comissão especial que analisava o projeto e votar um substitutivo costurado durante esta madrugada.
Canalhas demandam um com novo texto de medidas anticorrupção com direito a anistia para quem cometeu crime de caixa dois e punição mais severa para magistrados e integrantes do Ministério Público.

O líder temerário Romero Jucá, é aquele que nos ensinou: era imperativo estancar a sangria da Lava Jato.  O texto principal do projeto foi aprovado na comissão por volta das 22h20, mas os deputados ainda precisavam concluir a votação dos destaques. Logo após a aprovação do projeto das medidas de combate à corrupção, o presidente da comissão Joaquim Passarinho (PSD-PA) e o relator da proposta Onyx Lorenzoni (DEM-RS), divulgaram uma nota em que se manifestaram repúdio contra uma suposta manobra para tentar anistiar a prática de caixa dois, uma das medidas criminalizadas pelo projeto. [fazemos questão de manifestar a nossa surpresa com a falta de noção dos deputados Joaquim Passarinho e Onyx Lorenzoni, quando divulgam uma nota de repúdio a uma suposta manobra para anistiar a prática do caixa dois.
Ou os ilustres parlamentares são completamente sem noção ou querem iludir desavisados quando posam  de bonzinhos, de paladinos anticorrupção, denunciando manobra para aprovar anistia para caixa dois .
NÃO EXISTE ANISTIA PARA CAIXA DOIS pela simples razão de que até o presente momento a prática chamada CAIXA DOIS não é tipificada como crime.
Qualquer estudante de cursinho preparatório para vestibular de Direito sabe que a Lei Penal não retroage, assim, não há o que anistiar.
Algum político que estiver sendo processado devido recebimento de dinheiro ilícito para sua campanha eleitoral, NÃO ESTARÁ SENDO PROCESSADO PELA PRÁTICA DE CAIXA DOIS. Pode até estar sendo processado por lavagem de dinheiro, por furto ou qualquer outro crime, mas, jamais por CAIXA DOIS.
Ontem circulou no Plenário da Câmara um esboço de artigo a ser inserido no projeto que seria votado - votação que foi adiada para a próxima semana - que pretendia anistiar todos os crimes eleitorais anteriores a entrada em vigor da Lei que tipifica como crime a prática do CAIXA DOIS - só que tal projeto não tem a menor chance de ser aprovado, pelo absurdo que representa.
No momento em que o CAIXA DOIS se tornar crime - o que só ocorrerá quando uma lei for aprovada no Congresso e sancionada pelo presidente da República - então eventuais práticas daquele crime (obviamente ocorridas após a promulgação da lei) poderão ser objeto de um projeto de anistia.
Para encerrar, segue transcrição do inciso XXXIX, artigo 5º da Constituição Federal  que é conclusivo sobre o tema:

" XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; " ]

Os deputados estabeleceram na nota “repúdio a tal possibilidade, bem como, a qualquer outra com igual finalidade, que, mesmo regimentalmente amparada, se constituiria numa frustração inaceitável dos anseios nacionais”.  O texto diz ainda que o projeto das dez medidas, elaborado pelo Ministério Público Federal, foi apoiado por mais de 2 milhões de assinaturas e ainda conclama os deputados a votar contra uma possível anistia. “[O projeto resultou] numa construção jurídica cujo resultado deve ser respeitado por seus representantes, sendo reprovável qualquer ação que tenda a frustrá-lo”, diz a nota.

Sabem o que vai ser votado hoje?
 O Brasil virou a o país da Lei de Murici, cada um por si, e vou fazer uso das palavras do Professor Péricles para explicar isso: “O Muricizeiro é uma espécie rústica que se desenvolve muito bem em solos arenosos com poucos nutrientes. Por isso, o seu fruto, o murici, é típico do sertão nordestino.
Aliás, o Muricizeiro permanece florido, e muito bonito, mesmo na seca mais tenebrosa, daí nasceu o provérbio popular de que, quanto mais florido o muricizeiro, mais difícil é a vida do sertanejo.
Em 1896, tropas federais, promoveram uma campanha contra o Arraial rebelde de Canudos, no sertão da Bahia. Essas tropas eram comandadas pelo general Moreira César, militar importante na época.
Os “homens do Conselheiro” promoveram uma emboscada e as forças oficiais caíram como patinhos. Moreira César foi mortalmente atingido e o comando deveria passar ao coronel Pedro Nunes Tamarindo, porém, o coronel tomado de enorme pavor teria abandonado a luta gritando “em terra de murici cada um cuida de si”.
Até hoje, naquela parte do país chamasse de “lei de murici” a idéia de que, no perigo, cada um que trate de salvar a própria pele.
De certa forma se repete muitas vezes o mesmo comportamento.”

Hoje começa a República do Murici.


 

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Lula admite ser dono do TRIPLEX: o que prova que a CULPA CONDENA - Veja também: Quem é o JUIZ aqui?

Em discurso, Lula comete ato falho e admite ter triplex

Durante um discurso em um congresso da Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) em Serra Negra (SP), o ex-presidente Lula resolveu atacar a Força-Tarefa da Operação Lava Jato e a imprensa, em um dos momentos mais impactantes de sua fala ele chegou a comparar a atenção dada às denúncias contra ele e contra o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, pela compra de um apartamento em Salvador (BA) e “admite” ser dono do triplex do Guarujá (SP), segundo informações do jornal o Estado de S.Paulo. “Vocês percebem que não dão destaque ao apartamento do Geddel como deram ao meu triplex”, afirmou Lula, a plateia do congresso.

Confira um trecho do vídeo em que Lula admite ter um triplex.

Lula confessando que o triplex é dele 

De acordo com ele, a mídia e os investigadores da Operação Lava Jato estão em uma campanha para demonizar sua imagem. Ele ainda se referiu aos procuradores do Ministério Público Federal como “moleques” que produziram uma acusação contra ele por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. “Quando essa molecada não tinha nascido, eu já fazia greves”, disse o ex-presidente.

Segundo o petista, os meios de comunicação e os procuradores inventam mentiras diárias contra ele e ainda atacou o juiz Sérgio Moro. “Moro, ao invés de tentar aceitar ou não pelos autos, orienta como eles (a PF) têm que fazer”, esbravejou. O ex-presidente disse que entrou com um processo contra o magistrado pela “invasão que fez na minha casa” e que também acionou na justiça contra o delegado que “falou que ele peguei dinheiro em Angola” e contra o “cidadão do Ministério Público que disse que Lula criou o PT, que é organização criminosa e eu chefe, e que afirmou: não tenho prova, mas tenho convicção”.

Ainda em seu discurso, Lula disse que irá entrar com um processo contra alguns meios de comunicação, mas que isso pode demorar. Ele ainda aproveitou a oportunidade para conclamar os militantes a discutirem um projeto para o Brasil e reformular políticas de educação, que de acordo com ele, teriam sido desfeitas pelo governo de Michel Temer. No fim de sua explanação, o ex-presidente ainda disse que o PT não está sendo atacado “pelas coisas ruins que algum petista fez, mas pelas coisas boas que nós provamos que podemos fazer pelo país”.

Fonte: Yahoo! Notícias

 Abaixo VÍDEO mostrando:

  Sergio Moro Perde a Paciência e Grita Com Advogados de Lula no Depoimento de Delcídio do Amaral 

 

Prisão de advogados é novo alerta sobre o crime

Não faltam exemplos, em outros estados, de que ações do banditismo obedecem a um movimento que ruma em direção a agravos cada mais frequentes à segurança pública 

A operação que resultou na prisão de 33 advogados acusados de ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC) restringiu-se a cidades de São Paulo, mas suas implicações transcendem os limites do estado. Por diversas razões. Uma delas, o preocupante gigantismo dessa facção do crime organizado, a maior e mais bem organizada do país, cujos tentáculos alcançam também regiões para além das divisas do Brasil com outros países. E não só na ponta da violência e das ações criminais que são o cerne de sua existência, mas igualmente na diversificação de “negócios” e de ligações além fronteiras que lhe rendem milhões. 

Há também no episódio alertas a serem ligados na relação entre personagens do mundo legalmente institucionalizado advogados que, por prerrogativa da profissão, têm livre acesso a presos, e até, por suposição, agentes do Judiciário. A detenção dos 33 defensores denota ainda, do ponto de vista profissional, uma lamentável falência ética e moral, questão que, para além do aspecto criminal, deve ser tratada adicionalmente no âmbito da Ordem que os representa. 

A particularidade de, entre os presos acusados de ligação com organização responsável por assassinatos e crimes de toda ordem, estar o vice-presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos acrescenta um lamentável tom irônico ao episódio, além de lhe conferir mais um elemento inquietante, este, muito grave: a influência da facção criminosa sobre organismos institucionais. A descoberta de que o grupo planejou patrocinar a candidatura de uma advogada a deputada em 2010 igualmente ajuda a dimensionar o poder de infiltração da quadrilha nas instituições.

Tanto quanto a letalidade criminal da organização, portanto, o que o desfecho de anteontem desse episódio deixa de advertência é a força do avanço do crime organizado no país. No Rio, a desenvoltura com que as milícias conquistam territórios ou, quando nada, demonstram poder de disputá-los com quadrilhas do tráfico de drogas é outro front de um mesmo problema. De resto, não faltam exemplos, em outros estados, de que a ação desses grupos obedece a um movimento, se não unificado, mas, sem dúvida, que ruma em direção a agravos cada mais frequentes (e mais perigosos) à segurança da sociedade. 

´É fato que passos têm sido dados, no campo da legalidade, para conduzir a guerra contra o crime organizado a um cenário mais positivo. O recente encontro de presidentes dos três Poderes para tratar do assunto e o trabalho conjunto do governo brasileiro com autoridades de outros países do continente, algo novo e necessário, são iniciativas importantes no âmbito das ações estratégicas. Deles, é imperioso que decorram programas imediatos de salvaguarda da sociedade com ações integradas e permanentes de segurança pública.

Fonte: O Globo - Editorial


A defesa de Lula

No desespero da causa perdida, parece que qualquer argumento é válido

Luiz Inácio Lula da Silva está envolvido, como réu, denunciado ou investigado, em tantos processos sobre corrupção, nos quais se acumulam evidências tão sólidas da materialidade das acusações, que a equipe de advogados contratada para defendê-lo parece ter mudado de prioridade tática: em vez de questionar juridicamente as provas apresentadas nos autos, dedica-se a tumultuar as audiências com manobras diversionistas e argumentos políticos, com o claro objetivo de criar em torno dos julgamentos um clima emocional que ajude a comprovar a tese de que o ex-presidente, que se intitula “o homem mais honesto do Brasil”, é vítima de perseguição política movida por interesses escusos.

A mesma tática vem sendo desenvolvida há algum tempo pelos petistas no plano internacional, no âmbito de organizações mundiais e também com governos, partidos e veículos de comunicação de esquerda, visando a obter apoio político e – quem sabe condições favoráveis para a solicitação de asilo político.  Na segunda-feira passada, em Curitiba, numa sessão de oitiva de testemunhas do processo, presidido pelo juiz Sérgio Moro, em que Lula é acusado de ter recebido vantagens indevidas da empreiteira OAS relativas ao famoso apartamento triplex no Guarujá, os defensores do ex-presidente tentaram tumultuar os trabalhos, interrompendo ruidosamente as inquirições. Não conseguiram levar o juiz Moro a aceitar as provocações e se afastar dos autos do processo. Ou seja, Moro não forneceu justificativas ou pretextos que alimentassem a tese de que seu objetivo é perseguir Lula.
Depois, um dos advogados de Lula afirmou que “o Ministério Público Federal estaria trabalhando com autoridades americanas”, ao arrepio de tratado firmado entre Brasília e Washington em 2001 “que coloca o Ministério da Justiça como autoridade central para tratar esse tipo de questão”.  A teoria conspirativa por trás dessa afirmação é a de que a Lava Jato de modo geral e Moro em particular estão a serviço dos interesses dos EUA, que querem se apropriar do pré-sal. Isso explicaria, segundo a teoria conspiratória que Lula e seus asseclas tentam vender no País e no Exterior, a intenção de “destruir a Petrobrás” que move os policiais, procuradores e magistrados envolvidos no combate à corrupção nos últimos dois anos e meio. Ou seja, quem jogou a estatal na lona não foi a tigrada que roubou a Petrobrás; foram os agentes da lei que levaram para o xilindró os políticos, empresários e empregados que saquearam a empresa.

Em julho, o mesmo advogado procurou em Genebra, na Suíça, o advogado Geoffrey Robertson, que representa Lula no recurso apresentado ao Comitê de Direitos Humanos da ONU contra a ação da Lava Jato, a quem municiou com informações sobre a “perseguição” que está sendo movida contra o ex-presidente pela Justiça brasileira. Na ocasião, Robertson – apresentado pelos petistas como “um dos mais respeitados especialistas do mundo em direitos humanos” gravou declarações, no mínimo, injuriosas à Justiça brasileira. Condenou o instituto da delação premiada, que no caso da Lava Jato tem contribuído decisivamente para o desenvolvimento das investigações de corrupção, com o argumento deliberadamente enganoso de que elas são “suspeitas”, porque “o delator tem interesse em dizer tudo o que a polícia quer ouvir, para obter a liberdade”. O tal especialista escamoteou o fato de que não basta ao delator fazer acusações para ser recompensado com a diminuição da pena a que está sujeito ou a que já foi condenado. É indispensável que ele comprove o que está afirmando.

No desespero da causa perdida, parece que qualquer argumento é válido. Se estão convencidos de que não conseguirão impedir que, mais cedo ou mais tarde, Lula vá parar na cadeia, seus aliados e advogados apelam para o velho recurso da vitimização do “homem mais honesto do Brasil”. Lula já tentou ser o herói maior no Panteão brasileiro. Agora quer se tornar um mártir das causas populares. Terá, na história, o lugar que merece.


Fonte: Editorial - O Estado de S. Paulo


DF = Renda familiar mensal do Plano Piloto cai R$ 1,5 mil em três anos

Apesar disso, renda de R$ 13,4 mil mensais, que corresponde a 15,33 salários mínimos, ainda é uma das mais altas do Distrito Federal

A qualidade de vida proporcionada a quem vive no Plano Piloto faz com que as pessoas fixem moradia e evitem se mudar da região. Segundo dados da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD), realizada pela Companhia de Planejamento (Codeplan) e divulgada na tarde dessa quarta-feira (23/11), 55,5% dos moradores vivem no Plano há mais de 15 anos. No recorte específico da Asa Sul, o índice sobe para 59,03%. 
Entretanto, além da boa qualidade de vida, a pesquisa evidenciou também queda da renda. Embora as famílias da região vivam com uma média domiciliar acima de outras localidades do DF, ela vem caindo nos últimos três anos, com uma redução de R$ 1,5 mil mensais desde 2013. 
A maioria da população é adulta e tem entre 25 e 59 anos. A maior parte dos imigrantes, que somam 63,04%, vem da região Sudeste. Ainda são poucos os nascidos na capital da República (36,96%). Na região, vivem 220.393 pessoas, um crescimento de 0,6% em relação a 2013, data da última pesquisa. Foram pesquisados 2.200 domicílios entre julho e setembro.

Paulo Machado, 59 anos, veio do Rio de Janeiro há 35 anos. “Vim porque queria trabalhar e estudar. Achei que teria mais oportunidades do que no Rio”, diz. E, de fato, o taxista encontrou o que veio procurar. “ Hoje, tenho minha família e um patrimônio. Apesar de gostar muito de onde nasci, eu prefiro ficar aqui. Gosto muito da cidade”, admite.
A pesquisa mostrou também que a região é privilegiada em relação à renda, à educação e ao acesso a serviços. As famílias do Plano vivem, em média, com R$ 13,4 mil mensais, o que corresponde a 15,33 salários mínimos,  uma das mais altas do DF. A renda per capita teve leve queda de 1,3%, passou de R$ 5,638,32 para R$ 5.569,46. “A queda na renda não foi observada apenas no Plano Piloto, aconteceu em praticamente todas as regiões administrativas. No ano passado, a inflação foi muito alta e isso acabou provocando uma queda real na renda de muitas famílias. Outro fator que pode ter contribuído é a redução do número de pessoas por residência que, mesmo sendo suave, pode representar uma renda que, talvez, tenha deixado de fazer parte do orçamento da família, porque quando se olha a renda per capita, ela não caiu tanto quanto a familiar. A pesquisa observou também que a população de renda mais alta teve ganhos, apesar da crise”, analisa Bruno de Oliveira Cruz, diretor de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas da Codeplan.

Andrea Lúcia Amaral Gripp, 55 anos, veio para capital federal aos 9 anos. A paulistana fala de Brasília com muito amor. “Cheguei aqui e a L2 Norte acabava na minha atual quadra, na 408”, conta.  A historiadora sempre morou na Asa Norte, mas a maior parte do tempo esteve na 408. “É uma cidade que me acolheu com muita vontade. Às vezes, eu falo que desejo morar em outro lugar, mas quando passo uns dias fora e volto, percebo como é gostosa a sensação de estar em Brasília.”

Foi aqui que cresceu, formou-se em história, casou-se e teve seu filho, que já tem 31 anos. “Eu não tenho outra vivência ou outra lembrança de fora de Brasília.  Quando cheguei, tinha muita gente da minha idade morando no bloco. Fiquei deslumbrada. Tudo aqui me marca”, diz.

A renda confortável está relacionada à escolaridade — 45,85% têm ensino superior — e às ocupações, no serviço público, na administração federal e no comércio. A renda acima da média permite às famílias acesso a bens e serviços, como internet, TV por assinatura e imóvel quitado. Segundo o levantamento, 89,46% acessam a internet e 52,11% moram em imóveis próprios, sem financiamento pendente. [a matéria silencia sobre um aspecto importante: a INSEGURANÇA PÚBLICA presente no Plano Piloto.
Óbvio que em cidades como Ceilândia, Recanto das Emas, Samambaia, Taguatinga e outras da periferia  ocorrem mais crimes - especialmente assaltos, sequestros, homicídios - mas as ocorrências da mesma natureza no Plano Piloto (que já foi área nobre de Brasília) estão em ritmo crescente e se estendem até pelo Lago Sul.]

Fonte: Correio Braziliense