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terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Bolsonaro: Não aguentamos mais lockdown e medidas que quebram a economia

Klaus Richmond - Veja 

Após participar de jogo beneficente em Santos, presidente disse também não ter errado em nenhuma medida no combate ao coronavírus

Logo depois de participar de um jogo beneficente na Vila Belmiro, em Santos, Jair Bolsonaro (sem partido) concedeu entrevista, ainda no gramado do estádio, nesta segunda-feira, 28. O presidente da República reafirmou sua posição envolvendo a produção de vacinas e criticou o endurecimento de medidas restritivas em relação à pandemia do novo coronavírus por parte de alguns estados. “Estou vendo que todos vocês estão de máscara, mas agora não adianta se esconder do vírus. Temos de tomar cuidado com o idoso que tem comorbidade, esse vírus vai ficar em nós a vida toda. Nós não aguentamos mais o lockdown, mais medidas restritivas que quebram a economia. Nós não temos mais capacidade de nos endividar, gastamos mais de 700 bilhões de reais na pandemia”, afirmou. “Eu sei que a vida não tem preço, lamento as mortes, mas não precisa ficar com esse pavor todo”, disse.

O presidente também citou exemplos de cidades nas quais parte dos moradores e comerciantes se rebelou contra as medidas de restrição adotadas contra a pandemia. “Em Fortaleza, o povo ignorou o decreto do governador, em Manaus o povo ignorou o decreto do governador, em Buzios o povo foi para a rua e o desembargador revogou uma liminar de um juiz”, listou.

Questionado sobre as consequências da pandemia que matou mais de 190.000 brasileiros, Bolsonaro disse que não errou em nenhuma medida de combate ao vírus. “Aumentou o número de suicídios, aumentou briga em casa entre marido e mulher, número de mortos. Entre a garotada abaixo de 40 anos quase ninguém contrai e se contrai é assintomático, então para que esse pavor todo? A vida tem que continuar. Eu não errei nenhuma medida. Quando diminui o imposto da vitamina D, me criticaram, falaram que para quem é saudável a chance é de 40% a menos de contrair o virus. Eu não errei em nenhuma, zero.”

 Cercado de assessores, cartolas e curiosos após ter participado do evento Natal sem Fome, promovido por Narciso, ex-jogador do Santos, Bolsonaro voltou a defender o uso da hidroxicloroquina cuja eficácia contra a Covid-19 não tem comprovação científica — e disse que não tomará vacina, pois já foi contaminado pelo vírus.

Racismo
Ele ainda citou o deputado federal Hélio Negão (PSL-RJ) , um de seus aliados mais próximos, para ironizar os protestos contra o racismo pelo mundo. “Hoje falar negão é crime, está ficando chato isso. Não é para desqualificar ninguém, nós estamos acostumados a nos tratar dessa maneira. O Hélio Negão é meu irmão e ele mesmo disse que ele demorou um pouquinho mais para nascer e nasceu queimadinho. Não pode mais fazer brincadeira, tudo é preconceito, racismo, tem que acabar com isso.”‘

Em campo, Bolsonaro vestiu a camisa 10 e marcou um gol nos dez minutos em que esteve em campo. Não foram realizados testes de Covid-19 nos participantes — ao contrário do que ocorre, obrigatoriamente, antes de partidas profissionais. O presidente passará o Réveillon em Guarujá, cidade vizinha a Santos.

VEJA - Política

 

quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Mandetta contou quase tudo - Elio Gaspari

Folha de S. Paulo - O Globo


Como em todo livro de memórias, ele fala bem de si e escolhe aqueles de quem fala mal

O ex-ministro Luiz Henrique Mandetta publicou suas memórias do poder. O livro chama-se “Um paciente chamado Brasil”. Seria mais preciso denominá-lo “Dois pacientes chamados Bolsonaro e Mandetta”. Mandetta ficou 16 meses no Ministério da Saúde, teve um desempenho estelar durante a pandemia e acabou demitido por suas virtudes e por defeitos alheios. Como em todo livro de memórias, fala bem de si e escolhe aqueles de quem fala mal: Bolsonaro, Paulo Guedes e Onyx Lorenzoni, nessa ordem.

Sua análise do comportamento do capitão diante da pandemia é exemplar. Médico, ele pensou em ser psiquiatra e cursou um ano dessa matéria, até se decidir pela ortopedia. [felizmente ficou só no pensamento e nos parece que também não exerce a medicina na área de ortopedia - esperamos que a abstenção se estenda a outros;

sua habilidade de transformar entrevistas coletivas em comícios não será posta à prova em comícios reais - sua substância política não sustentará uma hipotética candidatura até 2022]. Diante da Covid, Bolsonaro passou por três fases de manual. Primeiro a negação (“uma gripezinha”), depois a raiva do médico (Mandetta), finalmente o milagre (a cloroquina). [Conhecemos casos de pessoas que tiveram a covid-19 e se recuperaram sem complicações, graças a DEUS. O filho do nosso formatador-geral, teve a covid, curou com ivermectina, azitromicina e hidroxicloroquina.

Ficou ausente do quartel devido as medidas de praxe = quarentena obrigatória. Mas, em termos de saúde e bem-estar com cinco dias estava pronto fisicamente  para qualquer missão.

É um retrato perfeito, no qual o médico-ministro tenta mostrar ao presidente o tamanho do problema, não consegue ser ouvido e entra num desastroso processo de fritura. Quando avisava que poderiam morrer mais de cem mil pessoas, os áulicos contavam ao presidente que essa conta era exagerada. Seria coisa de quem queria derrubar o governo. Quem? O embaixador chinês. [aliás, quem começou o processo de fritura foi o médico, quando decidiu transformar as entrevistas coletivas vespertinas (plateia garantida, já que os repórteres estavam ávidos por notícias) em comícios - se preparando para uma desejada (por ele) candidatura ao cargo máximo da nação, presidente da República, e aproveitava para fritar o chefe = presidente Bolsonaro.

A principio parecia um jogo do ganha-ganha - Mandetta, o mal necessário sempre ganharia = ficando, ainda que errasse o culpado por mantê-lo seria o presidente Bolsonaro; 

Já que se Bolsonaro o demitisse - o pico da pandemia viria de qualquer forma (já veio e felizmente está indo embora, sem volta) - e ele contando com o apoio da turma do  fecha tudo, para tudo, iria, de mansinho, tipo casual, fritando o presidente.

Não funcionou, foi demitido, o que defendia - isolamento e distanciamento sociais - aconteceu ANTES do tempo, o STF isentou o presidente de adotar medidas de combate ao coronavírus, a predominância das ações ficou com prefeitos e governadores, a vacina ainda não surgiu, mas a imunidade de rebanho chegou e resolveu.

O paciente Bolsonaro está exposto com precisão. Já o paciente Mandetta precisa ser decifrado pelos leitores. O ministro Mandetta endossou todos os procedimentos corretos para o controle do vírus, já o ex-deputado Mandetta (DEM-MS) foi temerário, metendo-se onde se meteu. Entrou para um governo que prometia um ministério técnico, livre de quaisquer influências. Mandetta tinha duas semanas na cadeira quando foi informado de que o palácio queria a cabeça de quatro de seus colaboradores. Vá lá que houvesse motivo, mas ele informa: “Quem articulou as exonerações e impôs os novos nomes mirava o controle de mais de 80% do orçamento do Ministério da Saúde”. Basta. [insinuar corrupção, sem a obrigação de provar, na base do boato, da fake news, qualquer um faz.]

Mandetta conta que, em 2016, o deputado Onyx Lorenzoni gravou uma conversa de parlamentares na casa de Rodrigo Maia. Deve-se a ele essa revelação, indicativa dos métodos do atual ministro da Cidadania. Pela sua narrativa, “ele tirou o celular do bolso e me disse: ‘Ouve isso’ ”. “Você gravou escondido a reunião?, perguntei. Ele respondeu que havia gravado sem querer.”

Tudo bem, mas por que chamou-o para ouvir o grampo? Mandetta guardou essa história por quatro anos. Lorenzoni estava com o deputado num passeio de barco no final de 2018, quando o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, obteve de Flávio Bolsonaro a promessa de que ele seria o ministro da Saúde. (Os filhos de Bolsonaro são mostrados no livro como patronos do gabinete do ódio, mas pode-se dizer tudo deles, menos que tenham radicalizado suas ideias só depois da eleição do pai.)

O livro de Mandetta é o primeiro retrato da disfuncionalidade do capitão na Presidência e vai além. Mostra Paulo Guedes tonitruante contra o adiamento da remarcação do preço dos remédios (“não admito tabelamento”), sem saber que os fármacos são tabelados. O bate-boca dos dois ministros é um dos bons momentos do livro. Feitas as contas, Mandetta entrou mal no ministério e saiu bem. Seu sucessor, Nelson Teich, cometeu o mesmo erro, mas conseguiu sair melhor porque foi-se embora em apenas 28 dias. [Teich entrou com dignidade e saiu de forma mais digna = honra e lealdade juntas. Já o ex-ministro, ex-quase psiquiatra, será que ganha caso se candidate a síndico de alguma comunidade?

De tudo, resta claro que o ex-futuro psiquiatra em a deslealdade como principio. Seu comportamento, usando o cargo para falar de quem o colocou no cargo, prova que não tem o conceito de que honra e lealdade andam juntas, a existência de uma depende da outra existir].

Uma inexiste sem a outra.]

Folha de S. Paulo - O Globo - Elio Gaspari, jornalista 



domingo, 9 de agosto de 2020

Tocar a vida? - Vera Magalhães

O Estado de S.Paulo


Única forma de seguir o conselho de Bolsonaro é punir responsáveis por nossa tragédia

Tá chegando em 100 mil (talvez hoje). Mas vamos tocar a vida e buscar uma maneira de se safar disso daí.” A frase, já inscrita na Enciclopédia Geral da Infâmia que Jair Bolsonaro resolveu compor durante a pandemia do novo coronavírus, foi dita por um presidente serelepe ao lado de um ministro interino da Saúde bonachão na última quinta-feira, numa das lives que ele insiste em impingir a um País traumatizado. O número que ele previu como quem joga no bicho, depois de com a mesma sem-cerimônia dizer, lá no início da pandemia, que os mortos não chegariam a 800, não chegou naquele dia, mas o vaticínio nefasto se cumpriu neste fim de semana. 

A única maneira aceitável de “tocar a vida” para que o Brasil não saia dessa tragédia ainda mais dilacerado em todas as suas dimensões é apontar as omissões, as ações criminosas, os ardis políticos e autoritários e o cinismo que nos jogaram nesse buraco, e apontar e punir em todos os fóruns cabíveis os responsáveis por ela. A começar por esse presidente que insiste em cuspir na cara daqueles que deveria governar perdigotos de imbecilidade com relação a uma situação que não faz a menor ideia de como ao menos tentar mitigar. Ele olha para a cara de uma Nação em que mais de 3 milhões foram oficialmente infectados e 100 mil perderam a vida e dá de ombros, como se esses números num intervalo de menos de seis meses fossem toleráveis.
[atualizando: 
o número de 100 mil, oficialmente, mortos pela covid-19, foi alcançado ontem e lembrado das mais variadas formas - houve até memória antecipada: o número foi alcançado no final da tarde de sábado, 8, e na praia de Copacabana houve 'lembrança' pela manhã.
Foi decretado luto oficial nos Poderes Legislativo e Judiciário, ex-ministro aproveitou a ocasião, buscando ser lembrado na tentativa inútil de adiar seu ocaso político. (o que conseguiu foi fornecer à SECOM-PR um 'gancho' para informar o muito que o Poder Executivo da União obteve de êxitos no combate à pandemia.
Esqueceram o Alcolumbre, que também lembrou do infausto acontecimento, fingindo esquecer que quando um juiz autorizou que os recursos dos inúteis Fundos Eleitoral e Partidário fossem utilizados no combate ao coronavírus, foi ele que na condição de presidente do Senado recorreu a instância superior e conseguiu a revogação da autorização.
Quanto ao presidente Bolsonaro só resta aconselhar para que os responsáveis pela tragédia sejam punidos - ele é chefe apenas do Poder Executivo e os culpados estão nos dois outros Poderes (que são, ou deveriam ser, harmônicos e independentes entre si), nos municípios e nos estados.] 

Nenhum governante do Brasil, dos mais nocivos que já passaram por aquela cadeira eleitos ou usurpando-a, teve em relação aos problemas que enfrentou ou provocou a desídia de Bolsonaro. Ele nem sequer finge que está tomando qualquer providência. Jair Messias Bolsonaro mente diariamente ao dizer que o Supremo Tribunal Federal impede o governo federal de coordenar a resposta à pandemia. Deveria ser advertido ou punido pelo próprio STF por isso, pois esta não foi a decisão da Corte. Em um País sério um presidente jamais repetiria essa empulhação sem que fosse admoestado, sequer.

Jair Messias Bolsonaro mente diariamente ao dizer que cloroquina e hidroxicloroquina têm efeito para tratar covid-19. Ele atenta contra a saúde pública ao impor ao Ministério da Saúde acéfalo um protocolo sem nenhum amparo científico indicando esses remédios para casos leves e moderados. Ninguém responsabiliza o presidente e o ministro, o Conselho Federal de Medicina não vai à Justiça, e o tal protocolo anticientífico está em vigor há mais de 3 meses. O STF, o Ministério Público e o Congresso apenas assistem. [se o presidente Bolsonaro dá um espirro mais forte e seus inimigos vêem possibilidade de acusá-lo, a acusação ocorre imediatamente; 
o silêncio dos órgãos citados pode ter como causa que o protocolo não é criminoso;
Crime ocorrerá, quando uma vacina, comprovadamente, eficaz  for fabricada e alguma autoridade - incluindo o presidente da República - proibir o seu uso, compelindo ao uso de outro produto.
Até o presente momento o tratamento da covid-19 tem sido feito via adaptação de várias drogas medicamentosas.]
Jair Messias Bolsonaro promoveu aglomerações, cumprimentou pessoas depois de tossir e assoar o nariz com a mão, anunciou que estava coronado diante de repórteres e câmeras e tirou a máscara para isso, cumprimentou garis sem máscara já doente. Ele comete essas nojeiras diante de um País enlutado, traumatizado, desamparado. É aplaudido por um grupo de celerados e não é impedido por algum dos muitos encarregados pela Constituição de contê-lo e lembrá-lo de que ele tem de governar, e não mostrar cloroquina para a ema.

Jair Messias Bolsonaro não decretou luto oficial quando os mortos foram mil, cinco mil, dez mil, vinte mil, cinquenta mil, cem mil. Ele assiste a esse número de vítimas, pessoas que tinham vidas, sonhos, famílias e planos como quem acompanha entediado uma partida de futebol comezinha com uma daquelas camisas de time falsificadas que adora envergar.

Jair Messias Bolsonaro condena o Brasil a ser um dos piores países do mundo na chaga da covid-19 e se fia na conta cínica de que os pobres coitados socorridos com auxílio emergencial vão lhe reeleger em 2022, sua única preocupação genuína. E quem deveria responsabilizá-lo assiste a todas essas atrocidades com cara de paisagem.
[uma vida importa, isto não se discute. 
Só que decretar luto oficial, fazer pronunciamento, emitir nota oficial em nada vai alterar a tragédia. 
Sem ser motivo de regozijo, mas, em prol da notícia, apresentamos alguns dados sobre número de mortos:
"A taxa de óbitos no país (48 por 100 mil) é, no momento, menor que as registradas na Bélgica (86), Reino Unido (70), Peru (64), Espanha (61), Itália (58) ou Suécia (57). 
Na faixa brasileira estão o Chile (53), os EUA (49) e o México (40). 
Por razões aleatórias, algumas áreas de elevada urbanização, na Espanha, na Itália, na França, na Bélgica, na Suécia e nos EUA, sofreram extensivos contágios na etapa oculta da pandemia. No Brasil, isso parece ter ocorrido com São Paulo, Rio, Fortaleza, Recife e Manaus. Depois desse impacto, com lockdown (Itália, Espanha, França) ou sem ele (Suécia)o gráfico de óbitos já estava traçado, ao menos em linhas gerais." (CONFIRA, CLICANDO AQUI)
ou
Fonte: Demétrio Magnolli - Folha de S.Paulo.]

Vera Magalhães, colunista - O Estado de S. Paulo





sexta-feira, 31 de julho de 2020

Julgamento - STF precisa decidir se mantém santuário para bandidos ou aplica a lei

Há um tempo, o ministro Edson Fachin atendeu ao pedido do PSB e concedeu uma liminar proibindo a polícia de entrar nas comunidades do Rio de Janeiro durante a pandemia da Covid-19. Agora, o Supremo Tribunal Federal está votando se mantém essa liminar ou não. Os três primeiros votos foram a favor: Fachin, Ricardo Lewandowski e Rosa Weber.

Policia do Rio de Janeiro está impedida de entrar em comunidades dominadas por bandidos por liminar do STF enquanto durar a pandemia.
Policia do Rio de Janeiro está impedida de entrar em comunidades dominadas por bandidos por liminar do STF enquanto durar a pandemia.| Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O primeiro voto contra aconteceu na terça-feira (28) e foi do ministro Alexandre de Moraes, que foi ministro da Justiça. Para ele, se a liminar continuar em vigor, a segurança da população das comunidades será retirada. E completou afirmando que isso não é atribuição do STF.
Com essa liminar, a Corte estabelece que o fator de segurança é quem comete crimes e não a polícia, ou seja, que se a polícia entrar é um fator de insegurança, um absurdo. E que essas favelas são territórios soberanos de bandidos, fora da lei nacional. Em tempos de guerra do Vietnã, a gente costumava chamar isso de santuário.

Crime não compensa
Está sendo leiloado o lote de 15 diamantes e cinco barras de ouro 24 quilates do Ali Babá carioca, o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral. O dinheiro arrecadado vai para o Ministério da Justiça e o Fundo Antidrogas.
Essa era a riqueza que o ex-governador podia guardar em casa. Cabral foi condenado, pela Lava Jato, a 281 anos de prisão por corrupção. Há muitos casos em que o crime não compensa.

Hidroxicloroquina
A médica nigeriana Stella Immanuel, que mora e trabalha em Houston (EUA), fez um desabafo recentemente sobre o uso da hidroxicloroquina. Muitos de vocês já devem ter visto o vídeo. Stella disse que já salvou 350 pacientes que tinham coronavírus, inclusive pessoas com diabetes, pressão alta, asma e idosos. Afirmou que é um absurdo pessoas morrerem de Covid-19.
Para ela, o tratamento com hidroxicloroquina, zinco e azitromicina deve ser usado. Stella afirma que os médicos que falam que ainda não há provas consistentes de que o uso desses medicamentos é eficaz não trataram ninguém com o vírus.

A médica diz que essa é a prova. Lá na Suíça também há uma prova: quando o tratamento com a hidroxicloroquina foi suspenso, a quantidade de mortes por milhão aumentou e quando o uso foi retomado, as mortes caíram novamente.

Regime de terror
Novamente um decreto municipal passou por cima dos direitos constitucionais. Dessa vez aconteceu em Balneário Camboriú (SC). Decretos municipais estão permitindo que a polícia entre na casa de pessoas sem mandado judicial.
Isso é um regime de terror. Digo isso porque nesta terça-feira (28) completou 236 anos que Maximilien de Robespierre, o líder do regime do terror, foi guilhotinado em Paris durante a Revolução Francesa.

Sem foro privilegiado
A Câmara está reclamando ao STF que a polícia não pode fazer busca e  apreensão nos gabinetes dos deputados. Só que algumas operações não são referentes ao período de mandato do parlamentar.
Quando uma investigação se refere a um fato anterior ao mandato, um juiz de primeira instância pode determinar a busca e apreensão porque o caso não tem mais foro privilegiado. O próprio Supremo decidiu isso.

Alexandre Garcia, jornalista - Gazeta do Povo - Vozes




sexta-feira, 24 de julho de 2020

A forma atual de escolha de um ministro do STF é um vexame - Alexandre Garcia

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, sofreu um acidente em casa, bateu a cabeça no chão, cortou o rosto e precisou de pontos. Mas disseram que ele está bem. Há preocupação, porque ele é um chefe de poder. Será substituído em breve pelo ministro Luiz Fux.


E a gente continua discutindo a forma de escolha dos ministros do STF, que é uma coisa fundamental. É um vexame um candidato a ministro do Supremo pedir voto para um senador. Acompanhado lá no Senado, fazendo lobby, é triste até.


Gilmar e o Exército: ficou dando bom-dia a cavalo

E, como diz Roberto Jefferson, ser ministro do STF deveria ser o posto máximo de juiz de carreira, juiz togado. E, se não está assim na Constituição, que mudem a Constituição. Para que cheguem lá pessoas tarimbadas na profissão, na missão de juiz, que entendam profundamente as leis. Além disso, os ministros precisam entender da Constituição, já que é um tribunal constitucional. As atribuições da Corte precisam ser diminuídas também, repassar para o Superior Tribunal de Justiça (STJ). O STF virou um tribunal penal porque quase todos os crimes acabam chegando a Corte, principalmente os crimes com foro privilegiado. O STJ precisa ser o tribunal que dá a palavra final.

Tratamento precoce
Cada vez mais médicos, políticos e mídia estão pedindo liberdade para médicos e pacientes no trato da Covid-19. Derrubando o preconceito contra o tratamento precoce. As pessoas que eu conheço não estão querendo esperar a vacina, imagina quantas pessoas vão morrer em dois anos. A ciência brasileira está comprovando a eficácia do tratamento precoce. As pessoas precisam começar o tratamento com hidroxicloroquina no primeiro sintoma, sem esperar o resultado do teste - que demora dois, três dias, se começar depois, o vírus pode chegar ao pulmão.

Eu vi um importante grupo midiático do sul, vereadores, alguns grupos de médicos se manifestando a favor dessa forma de tratamento e exigindo o estoque desses remédios em farmácias. Não importa que os que são favoráveis a morte estejam fazendo campanha contra, esses medicamentos estão em falta. As pessoas não acreditam mais nisso, porque elas veem o resultado de ter que voltar para casa. Além de tudo, tem os prejuízos, como o desemprego e a falta de recursos e de dinheiro em casa; isso também mata. Existe uma mobilização pelo país pelo tratamento precoce. Deu certo com algumas pessoas.


No Amapá, por exemplo, houve uma união pelo tratamento precoce. No início da doença haviam muitas mortes e infectados e a situação se inverteu depois de um tempo. Esses é o objetivo. Quando há muitos infectados, começa a imunização de rebanho. Por enquanto, a única coisa que o coronavírus trouxe para o Brasil foi muita corrupção. O "covidão" está desviando milhões dos nossos suados impostos.

Alexandre Garcia, jornalista - Gazeta do Povo - Vozes




quinta-feira, 23 de julho de 2020

STF não lê a Constituição


Alexandre Garcia

Divergências - Poderes harmônicos e independentes? É hora de revisar essa história


sábado, 11 de julho de 2020

Quem são os empresários que ganham com a cloroquina no Brasil


Defendido por Bolsonaro como tratamento para covid-19, remédio teve alta de 358% no consumo

 A campanha do presidente Jair Bolsonaro a favor da cloroquina ajudou a empurrar os negócios de cinco empresas autorizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a produzir o medicamento no País. Eles não informam quanto o faturamento aumentou, mas dados do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma) mostram que o consumo de cloroquina pelos brasileiros cresceu 358% durante a pandemia. A alta acompanha o crescimento nas vendas de máscaras e álcool em gel, cujo uso é recomendado no mundo todo. A cloroquina, ao contrário, coleciona mais críticas do que apoio na comunidade científica.


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Diagnosticado com a covid-19, presidente Jair Bolsonaro mostrou o medicamento durante uma live e recomendou o uso da cloroquina Foto: REPRODUCAO /YOUTUBE/JAIR BOLSONARO
Recomendada para tratar malária, artrite e lúpus, ela passou a ser utilizada por pacientes com coronavírus após relatos de resultados positivos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma, contudo, que a substância é ineficaz no tratamento da covid-19. Trump é acionista de laboratório que produz cloroquina. Empresários dizem que relação é 'institucional' [Sabemos que qualquer remédio de alto custo eficaz no combate ao Covid-19, abrirá as portas para um intenso mercado de corrupção - os valores envolvidos são de milhões de dólares.
Um medicamento barato, nos moldes da cloroquina, e já existente, reduzirá em muito as oportunidades de corrupção e os valores a serem ganhos com a prática.
Assim, medidas de controle para evitar boicotes interesseiros ao medicamento devem ser ativados juntamente com uma vigilância implacável - é inaceitável que se sacrifique vidas humanas pelo lucro.]
O laboratório Aspen, do empresário Renato Spallicci, triplicou em abril a produção de Reuquinol, à base da substância, aproveitando a onda criada por Bolsonaro. Em 26 de março, a caixinha do produto apareceu no mundo todo ao ser exibida pelo presidente num encontro virtual com líderes do G-20. Militante bolsonarista, daqueles que gostam de compartilhar na internet o que o presidente faz, Spallicci aproveitou as redes para divulgar as imagens do presidente exibindo seu remédio.

Na quinta-feira, 9, já com diagnóstico positivo da covid-19, Bolsonaro voltou a exibir uma caixinha de hidroxicloroquina durante sua live semanal, assistida por 1,6 milhão de pessoas. “Por volta das 17h (de terça-feira) tomei um comprimido de cloroquina. Recomendo que você faça a mesma coisa. Sempre orientado pelo médico. É um testemunho meu: tomei e deu certo, estou muito bem”, afirmou o presidente. “No meu caso deu certo. Não estou ganhando nada com isso. Não tenho nenhum negócio com essa empresa”, justificou.

Desta vez, o remédio exibido era a versão genérica do medicamento, produzida pela EMS. A empresa faz parte do grupo controlado por Carlos Sanchez, também dono do laboratório Germed, outro autorizado a vender a cloroquina no País. O empresário está na lista da revista  Forbes como o 16.º homem mais rico do Brasil e uma fortuna avaliada em U$ 2,5 bilhões. Sanchez participou de duas reuniões com Bolsonaro desde o início da pandemia. O último encontro, virtual, ocorreu em 14 de maio. Antes, em 20 de março, Bolsonaro já havia se reunido com o dono da EMS e outros empresários, também por videoconferência, para discutir a pandemia do coronavírus. O encontro ocorreu no mesmo período em que o presidente passou a amplificar a divulgação da hidroxicloroquina em declarações e nos canais oficiais.
Outro fabricante de cloroquina, o empresário Ogari de Castro Pacheco viu o laboratório Cristália, do qual é cofundador, ser prestigiado pessoalmente pelo presidente no ano passado. Filiado ao DEM, Pacheco é segundo-suplente do líder do governo no Senado, Eduardo Gomes (MDB-TO), e eleitor de Bolsonaro.

Na ocasião, a convite de Pacheco, o presidente participou da inauguração de uma das plantas do laboratório, em 6 de agosto. Durante a cerimônia, Bolsonaro parabenizou o empresário pela “coragem de erguer” o empreendimento. Pacheco cita, em declaração no site da empresa, o fato de a pandemia ter levado a um “crescimento sem precedente de venda de medicamentos”. Segundo o senador Eduardo Gomes, o empresário está internado com covid-19 e fez uso do medicamento que vende. O único laboratório estrangeiro autorizado a vender cloroquina no País é o francês Sanofi-Aventis, que tem o presidente dos EUA, Donald Trump, como acionista. A exemplo de Bolsonaro, Trump é entusiasta do medicamento. Em abril, o jornal  The New York Times publicou reportagem na qual questiona se a defesa do presidente americano da cloroquina estaria relacionada à saúde ou aos seus negócios.

O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, compartilhou uma foto de uma caixa de cloroquina da marca Plaquinol, da empresa da qual Trump é acionista, no Twitter, em 10 de abril. A imagem vinha acompanhada de uma notícia de que o grupo iria doar medicamento para infectados com a covid-19.
Além do contato com os empresários, o governo acelerou a produção da hidroxicloroquina no laboratório do Exército. Segundo o Ministério da Defesa, até o fim de junho, 1 milhão de comprimidos da substância tinham sido distribuídos e havia um estoque de mais 1,85 milhão de unidades. A produção foi suspensa até que todos sejam enviados a hospitais e postos de saúde públicos. Procurados pela reportagem, os empresários autorizados a produzir cloroquina no País afirmaram manter contato institucional com o governo.

Carlos Sanchez, da EMS, disse por meio de sua assessoria que a empresa tem mais de 55 anos de história, “já passou por muitos governos e busca sempre estabelecer diálogo com todos eles”. “A empresa é a favor do Brasil, independentemente de partidos políticos. Como a maioria dos brasileiros, quer um país mais próspero e mais justo, com oportunidades para todos. A empresa tem feito a sua parte, gerando empregos, investindo em pesquisa e em aumento de capacidade fabril, ampliando o acesso a medicamentos e promovendo saúde à população”, disse a EMS.

Segundo a empresa, os encontros com o presidente Jair Bolsonaro foram promovidos pela Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), para discutir “questões econômicas e o novo cenário brasileiro diante da pandemia de coronavírus”. A Apsen disse não apoiar ou financiar partido político e que o presidente da empresa, Renato Spallicci, não mantém relações pessoais com Bolsonaro. “A atuação da Apsen se dá no âmbito do governo federal, com o Ministério da Saúde, Ministério das Relações Exteriores e Anvisa. Esse contato atende todas as regras do setor e o cumprimento das leis do País”, diz nota enviada pela empresa.

Já a francesa Sanofi disse que tem como prioridade a segurança e o atendimento aos pacientes atualmente tratados sob as indicações aprovadas de “nosso medicamento Plaquinol (hidroxicloroquina): doenças reumatológicas e dermatológicas crônicas, além de malária e lúpus”. “Continuamos totalmente comprometidos em garantir o fornecimento de hidroxicloroquina para essas indicações, com base em nossa demanda histórica”, disse a empresa, que não cita o uso da substância para combater o coronavírus. A empresa confirmou ao Estadão que Trump é acionista, mas não informa qual o porcentual que ele tem da empresa. A assessoria do laboratório Cristália informou que o dono da empresa, Ogari Pacheco, está hospitalizado e que não poderia responder aos questionamentos da reportagem.

[Falem o que falar, mas mais uma vez tentativas de alimentar eventuais ligações, ou interesses outros, do presidente Bolsonaro com empresas produtoras da cloroquina,não prosperaram.
As cinco empresas autorizadas no Brasil recebem atenção igual do presidente.
Mesmo que as vendas cresçam e alcancem bilhões de dólares, não teria sentido as cinco se unirem para subornar o presidente.
O nosso presidente tem um gênio explosivo, um comportamento que o leva a falar em excesso mas não encontrarão nada que atinja sua honestidade. DESISTAM.]


Patrick Camporez, O Estado de S.Paulo




sexta-feira, 10 de julho de 2020

Gabinete do ódio está a todo vapor – e não é no Planalto - Alexandre Garcia

Vozes - Gazeta do Povo

O Ministério da Saúde liberou quase R$ 14 bilhões para os municípios usarem no combate ao coronavírus. Eu acompanhei uma reunião entre o ministro Eduardo Pazuello e prefeitos. Quando cheguei na reunião quem falava era a prefeita Tânia Terezinha da Silva, de Dois Irmãos (RS). Ela pedia recursos em caráter imediato para o seu município. Depois houve elogios dos prefeitos Firmino Filho, de Teresina (PI); Marquinhos Trad, de Campo Grande (MS); Edvaldo Nogueira, de Aracaju (SE); e de Jonas Donizete, de Campinas (SP), direcionados ao ministro Pazuello.


Prefeitos de diferentes partidos aprovaram os critérios técnicos dele. Onde é preciso ajudar a população o dinheiro aparece, não interessa o partido do prefeito. Agora eles podem aplicar essa verba onde é necessário.

Coquetel salvador
 presidente Jair Bolsonaro começou a tomar a hidroxicloroquina, logo que teve os primeiros sintomas da doença. O presidente me confirmou que também está tomando a azitromicina, com recomendação do médico que o está assistindo. Eu perguntei se ele tinha tomado a ivermectina, como eu, para se prevenir, Bolsonaro disse que não.

Ele não se preveniu, e acabou infectado com o vírus já que viaja bastante e sempre está em locais com muita aglomeração de pessoas. Mas o presidente disse que está muito bem, sem febre e sem dores.
É mais ou menos esse o quadro que relatam os médicos, com os quais eu conversei, quando a hidroxicloroquina, ivermectina e azitromicina são aplicados logo no início da doença em pessoas saudáveis.

Por que tanto ódio?
O gabinete do ódio estava a toda velocidade na imprensa escrita e na internet, tem gente desejando a morte do presidente. O ódio expressado por essas pessoas é tamanho que chega a ser ridículo e risível. Quando uma informação é risível, ela perde a credibilidade. É bom a gente lembrar aos jornalistas que sem credibilidade a profissão deixa de existir. O Fernão Lara Rezende fez um artigo com o título “Notícia de falecimento”, na segunda-feira (6).

O texto trata sobre a morte do jornalismo. Ele cita Joseph Pulitzer “primeiro morre a imprensa, depois a democracia”. A profissão pode morrer por causa de discurso de ódio. Precisamos ficar atentos nisso.
O interessante é que os ditos discursos de ódio nas redes sociais só saem do ar quando é atribuído a um lado, quando se atribui ao outro lado não. Se as pessoas que pediram a morte do presidente, tivessem pedido a morte do ministro Alexandre de Moraes estavam presas.
As pessoas sensatas entendem que a democracia está no equilíbrio, no contraponto de ideias, na discussão de ideia e no respeito. Todo mundo sabe que o básico é o respeito à vida humana.

Alexandre Garcia, jornalista - Vozes - Gazeta do Povo





quarta-feira, 8 de julho de 2020

Aposta na hidroxicloroquina - Nas entrelinhas


“Com covid-19, Bolsonaro tenta fazer do limão uma limonada, pois se iguala aos brasileiros que contraíram a doença; antes, era visto por eles como vilão da pandemia”


O presidente Jair Bolsonaro testou positivo para covid-19. Sentiu-se mal no domingo, teve febre e dores musculares na segunda-feira e, ontem, ele próprio confirmou o diagnóstico. Aproveitou a oportunidade para anunciar que está se tratando com hidroxicloroquina, desde a segunda-feira. Chegou, inclusive, a divulgar um vídeo no qual toma a terceira dose e incentiva a população a recorrer ao medicamento para se tratar da doença. Com um sorriso irônico, disse que está se sentindo muito bem. O exemplo do presidente da República não deve ser subestimado, para o cidadão comum é como se sua aparente melhora fosse a prova dos nove em relação à eficiência do medicamento, que, até agora, não tem nenhuma comprovação científica. O que têm comprovação são seus efeitos colaterais.


Bolsonaro divulga vídeo tomando cloroquina


A hidroxicloroquina é um remédio muito utilizado na Região Norte do país, por causa da malária
nas demais regiões, em tratamentos para afecções reumáticas e dermatológicas; artrite reumatoide e lúpus. 
Seus efeitos colaterais mais comuns são: anorexia, porfiaria, labilidade emocional, cefaleia, visão borrada, arritmia, enjoo, dor abdominal, diarreia e vômito, erupção cutânea e prurido
Deve ser utilizado com muita precaução em pacientes que estejam recebendo medicamentos antiarrítmicos, antidepressivos, antipsicóticos e alguns anti-infecciosos, devido ao aumento do risco de arritmia ventricular. Drogas antiepilépticas podem ser prejudicadas pela hidroxicloroquina.

Como um jogador compulsivo, Bolsonaro se expôs permanentemente ao risco de contaminação, desobedecendo de todas as formas as recomendações de distanciamento social, até contrair a doença. Demitiu dois ministros da Saúde e nomeou um general da ativa para o cargo, Eduardo Pazuello, por causa da não-adoção do medicamento como política de governo. Ordenou ao Exército produzir em seus laboratórios uma quantidade imensa do medicamento, com um estoque suficiente para combater a malária por 18 anos. O Ministério da Saúde passou a distribuir o medicamento em grande escala, para tratamento precoce, recomendado por médicos que adotam esse procedimento. A maioria dos estudos científicos realizados sob patrocínio da OMS não comprovou a eficácia do medicamento, mas apontou os riscos de seus efeitos colaterais. Mesmo assim a polêmica continuou; muita gente acha que se curou graças à hidroxicloroquina, associada a outros medicamentos. Agora, a polêmica foi novamente intensificada pelo presidente da República.

Limonada
Bolsonaro defende a “imunização de rebanho”, menospreza o isolamento social, critica governadores e prefeitos que adotaram a quarentena e naturaliza as mortes por covid-19, que já comparou a uma “gripezinha”. Ontem, disse que a pandemia é como uma chuva, todo mundo vai se molhar. Estava perdendo a batalha das narrativas sobre a doença na opinião pública, com seu prestígio em baixa nas pesquisas, mas começou uma lenta recuperação de imagem graças ao auxílio emergencial de R$ 600 distribuídos à população de baixa renda, principalmente no Nordeste.

Agora, acometido da covid-19, tenta fazer do limão uma limonada, pois se iguala a todos os brasileiros que contraíram a doença, quando antes era visto como uma espécie de vilão da pandemia. Já se apresenta como pioneiro na defesa do uso de hidroxicloroquina como medicamento eficaz no tratamento precoce. É uma aposta de alto risco, que depende mais de suas condições físicas e resistência ao vírus do que da eficácia do remédio. Se a hidroxicloroquina fosse realmente a solução para evitar os casos graves, não haveria tanta letalidade na pandemia e ela já teria sido adotada em todo o mundo, inclusive, nos Estados Unidos, onde seu uso foi defendido pelo presidente Donald Trump, mas não pelas autoridades médicas.

Bolsonaro pretende despachar por videoconferência na residência oficial do Palácio da Alvorada e, talvez, receba auxiliares para assinar documentos. Cancelou as viagens que faria a Bahia e Minas Gerais. No Palácio do Planalto, todos os ministros e funcionários com quem teve contato estão sob observação, mas até agora ninguém testou positivo. Ao todo, 62 pessoas estão sendo monitoradas e rastreadas. Oito governadores e alguns prefeitos já contraíram a doença; nenhum havia se exposto tanto quanto Bolsonaro.

No momento, o caso mais grave é o do prefeito de Manaus (AM), Arthur Virgílio Netto, que está internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Bolsonaro foi atendido no Hospital das Forças Armadas (HFA), em Brasília, e é acompanhado pelos médicos da Presidência da República. Pelo protocolo do Ministério da Saúde, o paciente que utiliza hidroxicloroquina precisa autorizar seu médico a adotar a prescrição e correr os riscos dos efeitos colaterais por sua própria conta. Ontem, o Brasil registrou mais de 66 mil mortes por coronavírus, com 1, 643 milhão de casos.

Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo, jornalista - Correio Braziliense


quarta-feira, 1 de julho de 2020

"Há provas de que podemos derrotar o vírus"

Alexandre Garcia

''A hidroxicloroquina está faltando nesta guerra. A ciência brasileira tem a fórmula da vitória sobre o vírus e seus aliados''




O governador do DF decretou estado de calamidade pública na capital do país, e criticou a conduta dos governos de São Paulo e Rio, pelas portas abertas ao exterior em fevereiro. Na sexta-feira, um grupo de médicos havia se queixado ao Ministério Público por não encontrar na rede pública a medicação para tratar nos primeiros sintomas, e evitar que a doença evolua. Por toda parte parece haver boicote politizado contra hidroxicloroquina, azitromicina e ivermectina. Acabo de tomar a segunda dose preventiva de ivermectina, já que moro em Brasília e sou grupo de risco, pela idade. Na live pelo meu canal de Youtube, o timaço de médicos recomenda a prevenção e o tratamento precoce, sem esperar o exame, porque o vírus é rápido.

2h25 em 45 min, por temas. Live Tratamento Precoce Salva Vidas com Alexandre Garcia
Alexandre Garcia, jornalista Dra. Nise Yamaguchi, Imunologista Dr. Antony Wong, Toxicologista Dra. cariana Petri, Otorrino Dra. Luciana Cruz, Anestesiologista Dr. Roberto Zeballos, Imunologista Dr. Cassio Prado, Prefeito de Porto Feliz e Cirurgião Dra. Alexandra Mesquita, Cardiologista

Há provas de que podemos derrotar o vírus. O governador do Pará, Hélder Barbalho, teve a sensatez de curvar-se diante dos resultados. Belém estava em colapso; as pessoas morrendo em casa, no carro indo para o hospital, diante das portas fechadas de hospitais superlotados, quando veio a intervenção salvadora de um protocolo brasileiro. Foi milagre de Belém. A curva despencou, mostrando o êxito do tratamento. Os burocratas de Genebra já devem ter recebido essas notícias. O que estava sendo devastador foi transformado pelo protocolo salvador.

O prefeito de Porto Feliz, o médico Cássio Prado, começou em fins de março e aplicou 1.500 kits em quem estava nos primeiros sintomas. Ninguém evoluiu para internação. As 4.500 pessoas que tiveram contato com os infectados, receberam ivermectina e ninguém adoeceu. Num teste, 290 moradores de um quarteirão inteiro receberam ivermectina. Os que ficam em alojamentos também. Nenhum deles foi afetado pelo coronavírus. Os quase 600 profissionais de saúde do município receberam a fórmula de profilaxia; os únicos que tiveram covid-19 foram dois médicos, que recusaram cloroquina. Até hoje houve três mortes, em casos adiantados, sem tratamento precoce.


O Brasil pode vencer a covid-19 com a ciência aprendida no chão do hospital, do ambulatório, de casa, sem laboratórios de primeiro mundo, sem publicações em revistas especializadas, sem esperar que uma vacina chegue. A vida exige urgência. A medicação é barata, testada e segura. É criminoso assustar as pessoas para que não se tratem. A hidroxicloroquina está faltando nesta guerra. Com a prevenção, como em Porto Feliz, não haveria covidões de milhões de reais em contratos sem licitação. A ciência brasileira tem a fórmula da vitória sobre o vírus e seus aliados
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Alexandre Garcia, jornalista - Coluna no Correio Braziliense


terça-feira, 23 de junho de 2020

A verdade por trás dos números da covid-19 - Revista Oeste

Estatísticas desencontradas e falta de critérios na consolidação de dados atrapalham a gestão pública e o dia a dia de empresas e cidadãos

O coronavírus expôs uma endemia brasileira: a precariedade na produção de estatísticas. Dados imprecisos e com atraso geram informações distorcidas para quem precisa tomar decisões importantes. Dirigentes públicos, empresários, executivos e mesmo cidadãos comuns ficam frequentemente perdidos frente aos números. Especialistas chegam a utilizar expressões como “apagão de dados” e “voo cego” para descrever a situação pela qual passa o país. Enquanto a maior parte do Brasil ainda caminha no escuro, medidas autoritárias e de isolamento severas são impostas à população. Políticos e “gestores” de vários Estados afirmam que suas decisões são amparadas pelo rigor científico, embora não exista a mais remota comprovação disso.

O cientificismo usado para justificar o #ficaemcasa escancara uma realidade: há mais dúvidas do que certezas sobre a pandemia, e a própria ciência não sabe o que fazer diante do inimigo desconhecido. Teses sobre isolamento, contaminação, vacina e medicamentos são defendidas a todo instante e desacreditadas na semana seguinte, com a mesma rapidez com que são revistas medidas que impactam a vida de todos. Notavelmente ilustrativo é o caso da Organização Mundial da Saúde (OMS). Para boa parte da imprensa e para quem decide se você pode ou não sair de casa, a entidade é considerada autoridade máxima. Só que, desde a chegada do vírus chinês, o que se viu foi uma sucessão de trapalhadas por parte da OMS que só geram descrédito e desinformação em escala global. Para ficar só nos últimos acontecimentos, de modo a não cansar o leitor, em 8 de junho a médica-chefe da entidade, a epidemiologista norte-americana Maria Van Kerkhov, veio a público dizer que a transmissão do coronavírus a partir de assintomáticos era “muito rara”. Um dia depois, a OMS voltou atrás. “Estamos absolutamente convencidos de que a transmissão por casos assintomáticos está ocorrendo, a questão é saber quanto”, disse o diretor de emergências da organização, Michael Ryan.

No caso da revista britânica The Lancet, a questão foi em torno do uso da hidroxicloroquina. Em 22 de maio, a revista publicou um estudo sem comprovação científica que indicava a ineficácia do uso da medicação em fase hospitalar, ou seja, no estágio mais avançado da covid-19. Menos de duas semanas depois, a publicação emitiu nota de retratação dos autores do estudo. Informou que, após auditoria independente dos dados, já não “poderiam mais ter certeza da veracidade do material analisado e, portanto, dos resultados obtidos”.

Outro exemplo foi o polêmico estudo do Imperial College London, divulgado em março, que prognosticou nada menos do que até meio milhão de mortes no Reino Unido caso o governo do primeiro-ministro Boris Johnson não abandonasse sua estratégia flexível de combate à pandemia. Pouco depois, o principal responsável pela previsão, o epidemiologista Neil Ferguson, admitiu a uma comissão do Parlamento britânico que novos dados o teriam induzido a modificar os números originais do estudo — que ele acabou finalmente baixando para menos de 20 mil mortes no Reino Unido.


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Fernandes explica a razão pela qual as terças-feiras têm apresentado um pico em relação aos outros dias. “Os números de mortos do fim de semana e também da segunda-feira ficam represados, acabam acumulando e elevam os números da terça-feira”, diz. 
No eixo horizontal, os dias indicam a terça-feira de cada semana e mostram o pico de mortes. A linha vermelha do gráfico é a média variável das semanas de epidemia. Neste caso, em que são consideradas as mortes acumuladas no período e não as mortes ocorridas no dia, a curva indica uma ascendente constante.

O atraso na divulgação dos dados de mortes no país gera distorções que impactam as medidas de combate ao coronavírus. Para o médico Juliano Fernandes de Lara, se um gráfico que representa o número de mortes diárias mostra uma curva de tendência estável ou em queda, esse dado pode indicar que o sistema de saúde está sob controle — portanto, medidas de flexibilização do confinamento podem ser tomadas com mais segurança. Por outro lado, “se há curvas irregulares apontando 700 mortes em um dia, 400 no outro e depois 300, é difícil entender a lógica e a tendência da curva”, pondera. Segundo Fernandes, a análise dos gráficos indica que o mês de maio foi muito mais de “consolidação e saída da pandemia” do que de intensificação e piora do quadro no país. Ou seja, desde que não haja uma segunda onda de contaminação no Brasil, o pior já passou. [Amém. DEUS SEJA LOUVADO.] 

Na Revista Oeste, MATÉRIA COMPLETA, incluindo gráficos