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quarta-feira, 3 de agosto de 2022

Não consigo me basear em pesquisas eleitorais - Alexandre Garcia

Primeiro, porque elas já me enganaram há menos de quatro anos. Se eu permitir que me enganem de novo, a culpa é minha

O jornalista é, antes de tudo, um cético. Começo parafraseando a conhecida frase de Euclides da Cunha sobre o sertanejo. Na natureza do jornalista está o ceticismo, a incredulidade, tal como São Tomé. A ingenuidade, a credulidade, são pecados no jornalismo. A priori, dúvida. Não pode aceitar um fato à primeira vista, como se fosse uma questão de fé. Corre o risco de ser usado. Digo isso para me justificar: não é  má-vontade com as pesquisas; é uma questão de racionalidade, em que a dúvida é o melhor aliado. 
Tudo isso para dizer que não consigo me basear em  pesquisas. Primeiro, porque elas já me enganaram, há menos de quatro anos. Se eu permitir que me enganem de novo, a culpa é minha.
  
Estamos em agosto. No agosto de 2018, a pesquisa mais conhecida mostrava que Bolsonaro tinha a maior rejeição entre os candidatos; Witzel no Rio, Ibaneis no DF, Zema em Minas, eram azarões; 
Dilma estava eleita senadora pelos mineiros. Não sei por que milagre, o mais rejeitado dos candidatos acabou presidente da República. Agora, vejo pesquisas que entrevistam 2 mil, num universo de 156 milhões de eleitores.  
Quer dizer, a agência de pesquisa tem que descobrir 2 mil entrevistados em que cada um deles represente 78 mil eleitores. 
Explicam que é por um critério de amostragem. Para mim, é um milagre da ciência estatística. A propósito, aconselho ler Como mentir com estatística, de Darrell Huff, lançado em 1954 e ainda hoje recomendado — por Bill Gates.
 
Vejo investidores, banqueiros, empresários, fazendo planejamento para o ano que vem com base em pesquisas eleitorais
Pergunto se as pesquisas de mercado têm fornecido a eles caminhos seguros para apostarem no futuro. As pesquisas falam em margem de erro. Não consigo entender a matemática que dá um desconto de 5% ou 2% na psiquê do entrevistado. 
Não imagino que as agências estejam movidas pela intenção de apresentar um resultado de sua preferência ou interesse. 
Apenas imagino como o método é carente de certezas. Para antecipar resultado eleitoral, prefiro a boca de urna. 
Tampouco consigo me convencer que alguém que era do PT dois meses antes da eleição tenha votado em Bolsonaro na hora de acionar o teclado da urna.
 
O mais difícil é acreditar que políticos estejam usando as pesquisas como réguas da sua programação de campanha. Só os ingênuos ou neófitos. Não o veterano político dotado, por natureza, de um instinto para povo, de um sexto sentido que lhe faz sentir o que o povo quer. 
Seria um populista, um demagogo? Provavelmente não. Pode ser um democrata, que sabe que o poder emana do povo e ausculta o que o povo quer, nos gritos, nas falas, nos gestos, nas vaias, nas ruas. No ceticismo jornalístico, vale o que vejo e não o que está escrito.
 
Alexandre Garcia, colunista -  Correio Braziliense
 
 

A reunião entre Augusto Aras e o ministro da Defesa - Lauro Jardim

O Globo
 

Irritado com ministros do STF, Aras volta das férias e se reúne com o ministro da Defesa

O cabo-de-guerra entre a PGR e Alexandre de Moraes ganhou mais um capítulo ontem. Augusto Aras voltou de suas férias em Israel e foi ao Ministério da Defesa para reunir-se com o general Paulo Sérgio Nogueira.

Oficialmente, foi comunicar ao ministro que o MPF vai ampliar a presença de procuradores na Amazônia. Aras promete dar incentivos para que mais procuradores aceitem se instalar por lá. Aras está irritado com Moraes e com alguns outros ministros do Supremo. E uma reunião com o ministro da Defesa em seu primeiro dia de trabalho depois das férias foi vista dentro da PGR como mais um recado ao STF que ele vai reagir.

​​​​​​​Na véspera, a vice-PGR Lindôra Araújo já tornara público um documento em que afirmava que Moraes violou sistema processual acusatório ao determinar novas medidas na apuração do inquérito que apura se Jair Bolsonaro vazou dados sigilosos de uma investigação da PF ainda em curso. [comentando: é pacífico que a PGR e demais órgãos do Ministério Público são 'fiscais da lei',  com o dever de apontar sempre que uma lei é violada e adotar as medidas necessárias para correção da violação; se a lei estabelece um rito processual, cabe aos insatisfeitos com tal norma, propor, ao Congresso Nacional = Poder Legislativo,  via canais competentes, a modificação da lei ou mesmo ao STF a decretação da incorreção da norma. Não é aceitável que simplesmente aja conforme entende ser o correto, assim procedendo, estará contrariando uma lei vigente, sendo obrigação do MPF apontar o ato que considera ilegal.

Lauro Jardim, colunista - Blog em O Globo


terça-feira, 2 de agosto de 2022

É preciso votar - Des. Rogério Medeiros Garcia de Lima

O Estado Democrático de Direito instituído pela Constituição de 1988 consagra o “sistema representativo” (artigo 1º, parágrafo único).  
Como não podemos reunir milhares de pessoas em assembleias populares, os cidadãos outorgam uma “procuração” para representantes governarem e produzirem leis em seu lugar. O voto é o instrumento do “contrato social” a que se referiu o filósofo genebrino Jean Jacques Rousseau.  

Recorrentemente, os meios de comunicação social noticiam desvios de conduta em todas as esferas de poder e unidades federativas. A repetição interminável de ações criminosas na vida pública traz a descrença no regime democrático. É lamentável.

No entanto, não contribui para o desenvolvimento da democracia o não comparecimento dos eleitores às urnas. 
Muito menos contribui o seu comparecimento para anular o voto ou votar em branco. 
O ideal é escolher, entre tantos candidatos, aquele cuja biografia recomenda a investidura em mandato político. 
Apesar da tão propalada decepção dos brasileiros com a política, é possível encontrar pessoas de bem em seu meio.

Platão defendia a dedicação das pessoas virtuosas à vida pública. Caso elas se afastem da política, o espaço passará a ser ocupado por indivíduos de má índole (Gaston Bouthol, in Sociologia da política. Lisboa: Livraria Bertrand, trad. Djalma Forjaz Neto, 1976, p. 20).

Ao se abster de votar ou anular o voto, o cidadão brasileiro corre sério risco de entregar a direção dos destinos da comunidade a pessoas menos qualificadas. Se está saturado com o comportamento de alguns maus políticos, deve puni-los nas urnas. Pode, ao mesmo tempo, escolher os mais aptos para gerir os interesses legítimos da população. A nossa democracia está em crise. A Justiça brasileira é morosa e ineficiente. Tem adotado medidas repressivas e decisões em descompasso com as expectativas da Nação.

Porém não basta xingar maus políticos e o Poder Judiciário. Muitos dos que reprovam duramente os corruptos e seus aliados, são os mesmos que elegem candidatos almejando benesses pessoais. Diversos homens públicos são aplaudidos pelo slogan “rouba, mas faz”. Esses eleitores não idealizam os representantes que administrarão e elaborarão leis em nome da comunidade, mas os “amigões do peito” que vão resolver seus problemas e lhes conceder vantagens, ainda que ilegais (Rogério Medeiros Garcia de Lima, Ética para principiantes, jornal Estado de Minas, Belo Horizonte, 28.06.2007).

Cidadania é um caminho de mão dupla...

De resto, preocupa a intervenção indevida de personalidades estrangeiras nas eleições vindouras do nosso País.

Os atores hollywoodianos, Leonardo Di Caprio e Mark Ruffalo estimularam, pelas redes sociais, o voto dos jovens eleitores brasileiros com idade entre 16 e 18 anos, cujo alistamento não é obrigatório (artigo 14, § 1º, inciso II, letra “c”, da Constituição da República).

Em 5 de maio passado, um dia após o fim do prazo para o alistamento eleitoral, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) anunciou que, no total, 2,04 milhões de novos eleitores, nessa faixa de idade, registraram-se para votar em 2022. Esse número, ainda parcial, já é 47,2% maior do que a adesão registrada em 2018:

Letícia Bahia, diretora executiva da Girl Up Brasil, o braço nacional de uma organização criada nos EUA em 2010 para oferecer subsídios para elaboração de políticas públicas para adolescentes à Organização das Nações Unidas, (afirmou) que ‘este ano, a questão do voto jovem ganhou uma conotação muito eleitoral pela tendência do eleitor dessa faixa etária de ter um voto mais progressista’”.

Fico a imaginar qual seria a reação da esquerda e da mídia se alguma personalidade estrangeira estimulasse o voto do eleitorado de direita...

Diante dessas interferências, a democracia exige, em nome da paridade de armas, que o eleitorado adulto também seja alvo de campanhas em favor do comparecimento à votação nas eleições de 2022.Especialmente, eleitoras e eleitores com idade igual ou superior a 70 anos, cujo voto é facultativo (artigo 14, § 1º, inciso II, letra “b”, da Constituição da República).

 A propósito, alertou o experiente jornalista Alexandre Garcia (Constituição do Chile é aviso para quem resolve não ir votar, Gazeta do Povo, Curitiba/PR, 04.07.2022):

“Ontem, no Chile, foi entregue ao presidente, um jovem de 35 anos, solteiro, a nova Constituição, aprovada pela assembleia constituinte de 156 integrantes. Essa Constituição prevê aborto, fim do Senado (que tem 200 anos), diminuição do poder da polícia e mais direitos sociais. Os constituintes que fizeram essa Constituição foram eleitos por 36% dos eleitores. E, agora, os eleitores estão dizendo nas pesquisas que querem antecipar o referendo de 4 de setembro sobre a Constituição, que não aprovam. Apenas 25% a 33% concordam com essa nova Constituição, a maioria discorda.

Mas o que estava fazendo essa maioria quando a assembleia constituinte foi eleita em maio do ano passado? Ficou em casa? Pois é: assim como na Colômbia, onde 18 milhões ficaram em casa e 11 milhões elegeram o presidente. É uma lição que a gente precisa aprender. Por lá, eles têm voto facultativo; aqui é obrigatório, mas depois de 70 anos não precisa votar e os demais que não votarem têm uma sanção leve. Fica a lição: se você abrir mão do seu poder de votar, não pode se queixar depois se for eleito alguém errado, alguém que vá destruir a sua família e deixar um péssimo futuro para seus filhos, netos e bisnetos”. Se você abrir mão do seu poder de votar, não pode se queixar depois se for eleito alguém errado, alguém que vá destruir sua família e deixar um péssimo futuro para seus filhos, netos e bisnetos.”

*       Rogério Medeiros Garcia de Lima é desembargador do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, Doutor em Direito Administrativo pela Universidade Federal de Minas Gerais e professor universitário.

**      Publicado na edição 306 do Jornal Inconfidência (31/07/2022).

 

Al-Zawahiri: drone que matou líder da al-Qaeda dispara míssil 'macabro' que dilacera alvo com lâminas giratórias; entenda - Época

Drone remotamente controlado tem câmeras sofisticadas e seis lâminas que se abre pós o disparo Reprodução / Hindustan Times

Os EUA mataram Ayman al-Zawahiri, líder da al-Qaeda, em um ataque lançado por um drone neste fim de semana em Cabul, capital do Afeganistão. O anúncio da ação bem-sucedida foi feito pelo presidente americano, Joe Biden, na noite desta segunda-feira. Médico egípcio, al-Zawahiri foi por décadas um dos terroristas mais procurados do planeta, acusado de ser um dos responsáveis pelos ataques do 11 de Setembro de 2001 ao lado de Osama bin Laden, também morto.

Ele foi atingido na varanda da própria casa, no centro de Cabul, às 6h18 de domingo (22h48 de sábado, horário de Brasília) por dois mísseis Hellfire R9X, disparados de um drone. Conhecido como "macabro" e "bomba ninja", o modelo Hellfire R9X é um dos mais utilizados pelos EUA em ataques desse tipo.

Cada míssil Hellfire (sigla em inglês para Helicopter Launched Fire and Forget ou “Fogo e Esquecimento Lançados de Helicóptero”, em tradução livre), que pode ser disparado por um drone Predator ou Reaper convencional, custa cerca de US$ 150 mil (R$ 725 mil). O projétil, no entanto, não contém ogiva, mas projeta seis lâminas em sua ponta que giram em alta velocidade, o que pode dilacerar o alvo.

"Limitação de danos"
Desenvolvido nos EUA e com “capacidade antitanque significativa”, o míssil, que pesa 45 kg e tem 1,60 m de comprimento, pode atingir um alvo a até 5 km de distância. O projétil também pode ser usado para atingir alvos em movimento, como aviões e helicópteros.

Segundo o Wall Street Journal, esses mísseis foram desenvolvidos depois que o ex-presidente dos americano Barack Obama pediu que se enfatizasse evitar mortes de civis em ataques aéreos feitos em países como Afeganistão, Iraque e Síria.

Ainda segundo a publicação, o Hellfire R9X é usado apenas em circunstâncias específicas, principalmente quando um líder terrorista é identificado, como foi o caso de al-Zawahiri. Uma das principais vantagens do modelo é a limitação dos danos em comparação com mísseis convencionais, reduzindo o risco de matar civis inocentes próximos ao alvo.

Além disso, segundo a CIA (a agência de inteligência dos EUA), o ataque ocorreu após semanas de rastreamento e planejamento, para que apenas o alvo fosse atingido. Segundo relatos, al-Zawahri estava em uma varanda quando foi alvejado, morrendo instantaneamente.

Associação de aleitamento materno recomenda termo ‘leite de pai’: ‘Inclusão’

  Cristyan Costa

Ideia de organização norte-americana é não ter preconceito com pessoas trans 

A Academia de Medicina de Aleitamento Materno dos EUA publicou um novo guia para a inclusão de pessoas trans. Trata-se de um manual aconselhando hospitais e profissionais de saúde a mudarem termos técnicos tradicionais.

Conforme o documento, profissionais da saúde tem de optar pelos termos “leite de pai” e “leite humano” para se referirem ao “leite materno”. Embora as instruções tenham sido publicadas em julho de 2021, voltaram a circular nas redes sociais nesta semana, sobretudo depois da pressão do governo Joe Biden pela transição de gênero infantil e proteção de direitos da comunidade LGBT+.

Entre outros termos sugeridos pela associação de aleitamento materno estão “pai gestacional”, em vez de “mãe”, e “pessoa lactante”, em vez de “mãe que amamenta”.

Em 2020, a academia publicou um comunicado informando: “Reconhecemos que nem todas as pessoas que dão à luz e lactam se identificam como mulheres e que alguns indivíduos não se identificam como mulheres nem como homens”.

A papelada também estabelece que “o uso de linguagem sexuada ou inclusiva de gênero é apropriado em muitos ambientes” e pede que “estudos futuros incluam categorias de gênero mais amplas e incluam informações sobre terapias hormonais e cirurgias para pacientes transgêneros”.

Leia também: “Biden e a bandeira do orgulho gay”, artigo de Frank Furedi publicado na Edição 118 da Revista Oeste

Revista Oeste 

 

Milho, na mesa e no tanque de combustível - Revista Oeste

Evaristo de Miranda

O versátil cereal mais plantado do planeta é um caso de sucesso no agronegócio nacional

O milho, o cereal mais plantado no planeta, dá o que falar, aqui e no mundo. Sua cotação na Bolsa de Chicago segue com sucessivas altas, junto com a valorização do trigo, da soja e até do petróleo. 
Com diversos usos, o milho é matéria-prima da alimentação animal à indústria de alta tecnologia. 
Mais de 70% dos grãos são destinados a rações para suínos, aves, gado leiteiro e até à piscicultura. 
E é também matéria-prima para biocombustíveis. 
O milho serve para abastecer os automóveis, graças à produção de etanol combustível. 
Essa novidade do carro movido a milho cresce no Brasil e também ajuda a aumentar a produção de carne, a diversificar a agropecuária e a ampliar o desenvolvimento regional!
Despejando grãos de milho no reboque do trator após a colheita | Foto: Shutterstock

Apenas 5% do milho produzido se destina ao consumo humano direto, sob a forma de farinhas, fubás, angu, mingaus, pamonha, canjica, cuscuz, polenta, cremes, bolos, pipoca ou simplesmente milho cozido e assado. 
Na indústria agroalimentar, ele entra na composição de biscoitos, pães, chocolates, doces, geleias, sorvetes, maioneses, uísques e cervejas. A cerveja brasileira contém 45% de milho, em vez de cevada. 
E o milho não é transformado em álcool apenas na cerveja.
 
 O aumento mundial e generalizado dos preços dos combustíveis suscitou um interesse renovado pela alternativa dos biocombustíveis. Países como Índia, China, Indonésia, França e EUA ampliam o uso do etanol e do biodiesel. 
E desenham novos programas nacionais de produção e utilização dos biocombustíveis. 
No Brasil, o etanol e o biodiesel já são programas consolidados e de sucesso. 
O biodiesel é produzido essencialmente com óleo de soja e sebo de boi. E o etanol, a partir da cana-de-açúcar.

Desde da década de 1920, o álcool já era testado como combustível automobilístico. O grande salto ocorreu na década de 1970, quando havia também uma crise internacional de petróleo. O Brasil criou o Programa Nacional do Álcool, ou Proálcool, em 14 de novembro de 1975, pelo Decreto n° 76.593, com o objetivo de estimular a produção do álcool, atender às necessidades do mercado interno e externo e a política de combustíveis automotivos. O Proálcool abrangeu a produção agrícola, as destilarias, os motores, a frota automobilística, as refinarias e a distribuição.

De 1975 a 2000, foram produzidos cerca de 5,6 milhões de veículos a álcool hidratado. O programa também introduziu uma fração de álcool anidro (entre 1,1% a 25%) na gasolina pura consumida por mais de 10 milhões de veículos. Nesse período, reduziu as emissões de gás carbônico por combustíveis fósseis na ordem de 110 milhões de toneladas de carbono e a importação de aproximadamente 550 milhões de barris de petróleo, e proporcionou uma economia de divisas da ordem de US$ 11,5 bilhões. Por ser menos poluente, a qualidade do ar de grandes cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro, melhorou muito graças ao uso do etanol nos veículos ou incorporado na gasolina. Agora, um novo desenvolvimento ocorre nos biocombustíveis brasileiros: a produção de etanol a partir do milho.

A produção de etanol a partir do milho traz diversas vantagens. Com 1 tonelada de milho é possível produzir mais de 400 litros de etanol. Na cana-de-açúcar, são cerca de 85 litros por tonelada.

Há muito tempo, os EUA produzem etanol de milho, em grandes quantidades. Mais da metade do etanol do mundo (55%) é produzida nos EUA. Eles exportam cerca de 5 bilhões de litros anualmente, inclusive para o Brasil, tradicional produtor de etanol a partir de cana-de-açúcar
Aqui, a produção de etanol de milho é recente.
 

A primeira usina para produzir etanol a partir de milho foi instalada em Mato Grosso em 2012. Dez anos depois, 17 usinas de etanol de milho estão em operação: dez em Mato Grosso, cinco em Goiás, uma no Paraná e outra em São Paulo. Desse total de unidades em operação, dez são flex (tanto processam cana-de-açúcar como milho para produzir etanol) e sete são full (processam apenas milho).

A produção de etanol a partir do milho traz diversas vantagens. Com 1 tonelada de milho é possível produzir mais de 400 litros de etanol. 
Na cana-de-açúcar, são cerca de 85 litros por tonelada. 
As usinas de cana-de-açúcar só operam em parte do ano, a maioria entre maio e setembro. 
Quando a colheita da cana-de-açúcar acontece, a matéria-prima precisa ser logo transportada e processada na usina. 
Não há hipótese de armazenar cana-de-açúcar. Isso não ocorre com o milho.
 
O grão pode ser armazenado por longos períodos. Seu processamento fracionado ocorre ao longo do ano, com utilização plena dos equipamentos industriais. Em termos comparativos, uma usina de etanol de milho bem menor em capacidade de processamento produzirá tanto quanto uma maior de cana-de-açúcar por operar o ano todo
E as novas usinas flex, capazes de produzir etanol de milho e de cana-de-açúcar, trarão novas e grandes oportunidades, desenvolvimento e transformações regionais.

Com a cana, a usina tradicional produz ou etanol ou açúcar. Cerca de 140 quilos de açúcar ou 85 litros de etanol por tonelada de cana. Em geral, com exceção das destilarias, as usinas destinam aproximadamente metade de sua produção ao etanol e a outra ao açúcar, com variações em função de preços e mercados.

O processamento do milho para a geração de biocombustível não elimina a produção de coprodutos de interesse alimentar.  
As usinas de etanol de milho também produzem bioeletricidade, óleo de milho e, sobretudo, o DDG (Dried Distillers Grains), composto proteico de grande interesse comercial para uso industrial em rações animais. Esse coproduto é altamente digestível e palatável nas rações animais, e ideal para uso em confinamentos.

Com o expressivo aumento na disponibilidade desse insumo, a tendência é de queda no preço, como aconteceu nos Estados Unidos. O DDG estará cada vez mais presente nos cochos dos animais, como fonte proteica e energética em rações e concentrados.

Por ser a produção do DDG tão relevante, em diversas regiões tradicionais de produção de grãos em Mato Grosso, a implantação dessas usinas de etanol atrai a atividade pecuária, principalmente em confinamentos. 
Eles se beneficiam da proximidade com as unidades processadoras de grãos e algodão. 
Valorizam os resíduos da produção vegetal e da limpeza dos grãos e fibras (restos de vagens, folhas, capulhos de algodão, etc.) e, sobretudo, esse coproduto excepcional da produção de etanol de milho pelas usinas, o DDG. Além de poderem adquirir em excelentes condições o próprio milho e a soja para compor a alimentação do gado.

Segundo estimativas da União Nacional do Etanol de Milho (Unem), a produção de etanol de milho deverá superar 4 bilhões de litros nesta safra. Nos próximos dez anos, o país deverá ter mais nove unidades flex e 24 full. Com os projetos de construção de novas usinas de etanol é possível atingir 10 bilhões de litros por safra em 2030, um processamento da ordem de 22 milhões de toneladas de milho.

Para os agricultores localizados em regiões onde se instalaram as usinas de etanol de milho, estas são mais uma alternativa interessante de mercado. O milho, até então disputado internamente pelas indústrias agroalimentares, de ração animal e pelas traders, a fim de destiná-lo à exportação, passa agora a ser também procurado pelos produtores de etanol. O segmento do etanol de milho é muito organizado. E ampliou sua capacidade de armazenagem para garantir a continuidade na produção de etanol. Muitas usinas já compraram dos produtores a safra de milho ainda a ser plantada em 2023, para garantir a produção de etanol e de seus coprodutos.

Outro fator favorável à sustentabilidade do etanol de milho é sua incorporação ao Programa RenovaBio. Ele busca expandir a produção de biocombustíveis, fundamentada na previsibilidade e na sustentabilidade ambiental, econômica e social. É mais um incentivo à descarbonização da economia por meio do uso de biocombustíveis. O milho colabora na redução das emissões de gases de efeito estufa e o de segunda safra, dita safrinha, ainda ajuda a acumular carbono nos solos e a limitar a degradação das terras com sua cobertura vegetal no outono e no inverno.

               Milho pronto para a colheita | Foto: Shutterstock

O crescimento da produção do etanol de milho e dos coprodutos derivados é mais um caso de sucesso no agronegócio nacional. Isso produz novas oportunidades na economia, na geração e no crescimento da renda no campo e no crescimento mais sustentável em várias regiões do Brasil. Haverá cada vez mais etanol de milho no mercado. Seu carro será movido, também, por etanol de milho, além do da cana-de-açúcar. O milho, além de nos alimentar, agora nos move e dá o que falar.

[Tenham presente que se o descondenado fosse eleito uma das suas primeiras metas seria acabar com o agro negócio =  transformar o Brasil em uma Cuba, com uma passagem pela Venezuela - o péssimo e que seria uma parada de adaptação para Cuba = o horror.]

Leia também “O mundo tem fome e o Brasil, alimentos”

Evaristo de Miranda, colunista - Revista Oeste 

 

China mobiliza tanques anfíbios para o Estreito de Taiwan

Incursões militares se deram em virtude da viagem da presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi

Incursão militar chinesa ao longo do Estreito de Taiwan
Incursão militar chinesa ao longo do Estreito de Taiwan | Foto: Reprodução

O Partido Comunista da China mobilizou uma série de tanques anfíbios e caças militares para Xiamen, cidade costeira ao longo do Estreito de Taiwan. As incursões miliares ocorreram na noite de ontem, informou reportagem do jornal britânico Daily Mail, nesta terça-feira, 2.

As manobras do PCC são uma reação à visita de Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes, a Taiwan. A democrata desembarcou na capital da ilha, Taipé, na manhã de hoje, para estreitar as relações diplomáticas.

Em um comunicado publicado ontem, o Ministério da Defesa de Taiwan informou que tem “total conhecimento” das atividades militares perto de Taiwan e enviará forças apropriadamente, em reação a “ameaças inimigas”. Imagens compartilhadas na rede social chinesa Weibo mostram tanques anfíbios na costa da Província de Fujian, ao longo do Estreito de Taiwan. Outras imagens mostram equipamentos militares em movimento em Xiamen.

Na semana passada, o secretário-geral do PCC, Xi Jinping, advertiu o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para os perigos da visita de Nancy à ilha. “Quem brinca com fogo se queima”, disse Xi Jinping, ao democrata.

A Rússia saiu em defesa da China hoje, ao acusar os EUA de “desestabilizarem” o mundo, ao permitir a viagem de Nancy. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, advertiu que a visita seria “extremamente provocativa”.

Leia também: “O jogo do gigante”, reportagem de Cristyan Costa publicada na Edição 58 da Revista Oeste

Revista Oeste 

 

Ministro da Defesa envia ofício 'urgentíssimo' ao TSE e pede acesso a códigos-fonte das urnas

Documento assinado por Paulo Sérgio Nogueira foi encaminhado ao presidente da Corte, Edson Fachin nesta segunda-feira

O ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, encaminhou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um novo ofício classificado como "urgentíssimo" em que pede para ter acesso os códigos-fontes das urnas eletrônicas.

De acordo com o TSE, o acesso aos códigos-fonte do sistema de votação foi aberto em outubro de 2021. “Solicito a Vossa Excelência a disponibilização dos códigos-fontes dos sistemas eleitorais, mais especificamente do Sistema de Apuração (SA), do Sistema de Votação (VOTA), do Sistema de Logs de aplicações SA e VOTA e do Sistema de Totalização (SisTot), que serão utilizados no processo eleitoral", diz o documento, que chegou à Corte nesta segunda-feira.

Ainda no ofício, o Ministério da Defesa pede que o presidente do TSE disponibilize as informações técnicas entre os dias 2 e 12 de agosto, tendo em vista o curto espaço de tempo até as eleições."Haja vista o exíguo tempo disponível até o dia da votação, solicito que o acesso aos códigos-fonte seja disponibilizado, para a execução do trabalho da Equipe das Forças Armadas de Fiscalização do Sistema Eletrônico de Votação, na janela de trabalho inicial de 2 a 12 de agosto de 2022", solicita a pasta.

Em um outro documento encaminhado ao TSE nesta segunda, Nogueira também cobra "informações técnicas preparatórias" solicitadas pelo Ministério em junho por meio de dois outros ofícios. O intuito dessas informações seria "viabilizar os trabalhos da Equipe das Forças Armadas de Fiscalização do Sistema Eletrônico de Votação, à luz da Resolução TSE no 23.673, de 14 de dezembro de 2021".

"Considerando que a ausência das referidas informações poderá prejudicar o desenvolvimento dos trabalhos da supracitada equipe quanto ao cumprimento das etapas de fiscalização previstas na Resolução do TSE e, também, que há a necessidade de um ponto de contato que facilite as ações de fiscalização, reitero as solicitações em comento", afirma o texto.

O envio dos ofícios se deu no mesmo dia em que o TSE reuniu mais de 150 pessoas, representantes das diversas entidades com legitimidade para atuar na fiscalização do processo eleitoral de 2022, incluindo membros das Forças Armadas. [COMENTÁRIO: sem o objetivo de apresentar posição sobre a lisura do sistema eletrônico de votação usado no Brasil, Bangladesh e Butão  = apenas expressando o nosso entendimento que um processo de fiscalização, imparcial e independente, deve ser totalmente independente de qualquer ação do órgão fiscalizado sobre o órgão fiscalizador.] A reunião teve o objetivo de obter esclarecimentos sobre etapas, métodos, locais e formas de fiscalização e auditoria do sistema eletrônico de votação previstas na norma que disciplina o tema.

Em 2021, as Forças Armadas foram incluídas pelo TSE, juntamente com outras entidades, na Comissão de Transparência das Eleições (CTE), criada com o propósito de ampliar a transparência e a segurança de todas as etapas de preparação e realização das eleições. 

 Política - O Globo

 

Investigado, Bolsonaro volta a atacar STF e questionar sistema eleitoral - O Globo

O presidente Jair Bolsonaro voltou a atacar nesta terça-feira ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a questionar o sistema eleitoral brasileiro.  
Bolsonaro afirmou que o presidente do STF, Luiz Fux, está "equivocado" e que deveria ser investigado no chamado inquérito das fake news por ter defendido as urnas eletrônicas. O presidente também atacou outros dois ministros da Corte, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes.

Bolsonaro é alvo de cinco inquéritos: quatro no STF e um no TSE. Três deles estão relacionados a ataques ao sistema eleitoral.

Na segunda-feira, na volta dos trabalhos após o recesso de julho, Fux afirmou que o sistema eleitoral brasileiro é um dos "mais eficientes, confiáveis e modernos de todo o mundo".

Em entrevista à Rádio Guaíba, na manhã desta terça, Bolsonaro rebateu as declarações. Apesar de fazer seguidos ataques ao STF, o presidente não costuma criticar diretamente Fux.— Com todo respeito ao Fux, de vez em quando nós trocamos algumas palavras aqui, ele é chefe de Poder. Mas, no mínimo, para ser educado, (foi) equivocado. Ou fake news. Que deveria estar o Fux, respondendo processo no inquérito do Alexandre de Moraes, se fosse um inquérito sério. E não essa mentira, essa enganação, que são esses inquéritos do Alexandre de Moraes.

Em outro momento da entrevista, Bolsonaro afirmou que o ministro Barroso é um "criminoso" por ter articulado no ano passado contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que instituía o voto impresso.— Interferência direta do Barroso dentro do Congresso Nacional para não aprovar o voto impresso. Interferência política, isso é crime previsto na Constituição. O Barroso é um criminoso.

O presidente também comentou a crítica que a vice-procuradora-geral da República Lindôra Araújo fez à atuação de Alexandre de Moraes em um inquérito que apura suspeitas de vazamento cometido por Bolsonaro. Para o presidente, as investigações de Moraes são "ilegais" e "imorais". Os inquéritos do Alexandre de Moraes, (são) completamente ilegais, imorais. É uma perseguição implacável por parte dele.

Política - O Globo 

 

Querem espalhar pânico novamente… - Rodrigo Constantino

Gazeta do Povo

Medo e ambição são talvez as duas paixões mais fortes que movem o ser humano. E os autoritários de plantão já perceberam isso faz tempo. Incutir medo no povo é um mecanismo eficiente para controlá-lo. Espalha-se pânico e depois vende falsa segurança, bastando o cidadão delegar todo o poder a essa casta de "especialistas".

Foi exatamente assim na pandemia da Covid. Ninguém nega a gravidade do troço, claro, mas a reação foi bastante histérica e desproporcional. E pior: muitos passaram a acreditar que bastava seguir cada "recomendação" ou imposição dos "especialistas" para ficar seguro.

Foi assim que vimos gente com duas máscaras em local aberto, ou brigando com familiares como se fossem potenciais assassinos ao não seguir cada passo sugerido pelas autoridades, ou então entregando o braço para quantas doses fossem disponibilizadas de uma vacina em experiência.

Os lockdowns, as máscaras e mesmo as vacinas não impediram inúmeras mortes, mas isso em nada abalou a fé cega dos crentes na "ciência" de tecnocratas picaretas como Dr. Fauci ou governadores charlatães e bastante ambiciosos.  Havia um claro grupo de risco: os idosos. Mas falar isso era "feio" ou "insensível"
Os obesos claramente corriam mais riscos, mas mencionar o óbvio era "gordofobia". 
A ciência verdadeira não liga para nossos sentimentos, mas a ideologia "progressista" moderna, que tenta monopolizar a fala em nome da ciência, é puro sentimentalismo.

E eis que agora a mídia e os mesmos suspeitos de sempre já tentam criar mais um clima de pânico, dessa vez com a varíola dos macacos. Não importa que a própria OMS, desacreditada perante os observadores céticos, mas alçada ao patamar de voz da ciência pelos crentes que acusam os demais de negacionistas, tenha recomendado a redução do sexo entre homens, já que 98% dos casos seriam fruto de relacionamento homossexual.

Não se pode "estigmatizar" a comunidade gay, alegam, então não se pode mais seguir a ciência. Afinal, os fatos estão aí e não vão desaparecer por conta de nossa sensibilidade social. Ao que tudo indica, o grosso dos casos está concentrado nesse perfil de comportamento. Esconder isso do público ajuda de que forma?

Reparem que não se trata de relacionamento gay em si
. O par homossexual monogâmico não parece correr mais perigo do que qualquer casal. O problema é a quantidade de relacionamento sexual entre homens, ou seja, a promiscuidade. Mas simplesmente mencionar isso já atrai a fúria dos inquisidores modernos.

Uma reportagem da Folha hoje já tenta espalhar o medo e alegar que o governo federal, claro, não tem feito o suficiente para impedir o contágio. Num país com mais de 200 milhões de habitantes, estamos falando em pouco mais de mil casos. Ainda assim, o jornal consultou os "especialistas" certos para criticar o governo e também para deixar seus leitores em pânico.

Por que não se pode, porém, falar do óbvio, do comportamento de risco nesse caso? 
Os mesmos que nem pestanejaram na pandemia do Covid para impedir crianças de estudar, gente humilde de trabalhar ou famílias de estarem com seus parentes idosos doentes, agora na varíola do macaco morrem de medo de recomendar menos promiscuidade homossexual para não criar “estigma” ao grupo. 
E assim contribuem para a proliferação da doença...

Foi exatamente o mesmo caso com a AIDS, e pasmem!, era o mesmo Dr. Fauci no comando. O "cientista" se recusava a admitir que certo grupo corria bem mais risco, deixando todos com medo para não "criar estigma". Como isso ajudou a comunidade gay permanece um mistério. Mas o medo espalhado deu certamente mais controle aos tecnocratas do estado, ao próprio Dr. Fauci.

Pessoas apavoradas são presas fáceis dos oportunistas de plantão. A fobia muitas vezes é irracional. Mas se você pretende monopolizar a fala em nome da ciência, o mínimo que deve fazer é esmiuçar com cuidado as estatísticas, os dados. Afinal, não custa repetir: os fatos não ligam para seus sentimentos...

Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES    


O declínio do castrismo: Cuba hoje é um não-país. - Jorge Hernández Fonseca

Cuba sofreu longos 63 anos de castrismo carnívoro, puro e duro, que  por motivos políticos cobrou extensa conta de centenas de milhares de presos políticos, milhares de fuzilados e milhões de exilados. 
A essa pesada conta social se soma outro desatino: o desastre econômico, uma ilha rica e próspera transformada em um "não país".

Cuba desenvolveu historicamente uma forte indústria açucareira e agrícola, que lhe valeu o status de principal fonte exportadora desses produtos durante boa parte do século 20, até que a ineficiente administração Castro tornou-a um produtor pobre que não consegue, hoje, atender sequer o consumo do país. Secou-se, assim, sua principal fonte de riqueza e divisas, com o que Cuba ficou sem um negócio lucrativo para sustentá-la.

O castrismo colocou suas esperanças em dois setores: a escravidão dos médicos cubanos e o turismo. A moeda que a ditadura rouba dos médicos-escravos, só serve para "lagosta de Mariela" e enriquece Raúl Castro e seus generais. O turismo não funciona há três anos devido ao aparecimento de sucessivas ondas da pandemia que ainda sofremos. 
Isso e a dolarização da economia, seguindo a receita que permitiria à Venezuela respirar.

Em Cuba, como resultado, a ditadura não tem economia para compras internacionais, ficando incapaz de atender qualquer necessidade interna de produtos. Por isso decidiu permitir que exilados cubanos entrem no país com todo tipo de produtos, desde motocicletas e computadores a roupas e alimentos: um verdadeiro desastre, que o país paga como homenagem ao desabastecimento castrista.

Mas se tudo fosse que não há dinheiro para produtos industriais "leves", o assunto não passaria de uma emergência temporária. O problema é que, assim como o ditador cubano destruiu a fonte de renda em moeda estrangeira para a nação cubana, o sistema de energia elétrica também foi abandonado, ignorado e substituído por uma versão atomizada de motogeradores caprichosos, hoje inutilizáveis. 
Não há dinheiro para comprar novas usinas e a sociedade cubana vive em um eterno apagão sem solução em nenhum momento.
 
Por outro lado, se Cuba fosse (como era) um país autossuficiente na produção de alimentos, as coisas seriam críticas, mas não terminais (como são agora) quando a agricultura cubana bate recordes de queda de produção
Nos últimos cinco anos enfrenta sua quase extinção, porque quase nada produz. 
Nestas condições, sem dinheiro, sem eletricidade, sem comida: que país é esse? 
Sua sociedade tem que suportar essas dificuldades apenas para manter uma ditadura parasitária de maus cubanos que não querem perder o poder e os privilégios implícitos.

Cuba, sem uma indústria açucareira, sem um sistema energético, sem agricultura, sem uma grande indústria que produza algo de valor, com um governo de uma ditadura férrea discriminatória, onde só contam os pouquíssimos militantes do partido, transformado em guardiões contra o povo, tornou-se, pela (des)graça de uma ideologia sem futuro, um exemplo "não-país", do que não deve ser feito em nenhuma outra sociedade, por mais graves que sejam os problemas que tenha.

Jorge Hernández Fonseca - Acesse e consulte seus artigos

 

O que Lula fará ao agronegócio brasileiro, a pedido do MST - Gazeta do Povo

J.R. Guzzo

O ex-presidente Lula tem dito e repetido, durante a sua campanha eleitoral para voltar à presidência, que o “Movimento dos Sem-Terra”, e tudo aquilo que vem junto com ele, terá um lugar de “importância” em seu governo
Pode ser mentira, para segurar o apoio da “esquerda radical” com mais uma promessa que não sabe se vai cumprir ou não.  
Mas, de qualquer jeito, é o que ele está dizendo que vai fazer; seu vice Geraldo Alckmin, aliás, não tira mais da cabeça o boné do MST. 
É a mais violenta declaração de hostilidade ao agronegócio que um candidato poderia fazer em público
O MST, esse mesmo a quem ele promete dar poderes extraordinários se ganhar a eleição, não prega apenas a “reforma agrária”, ou “mudanças no modelo”; está exigindo, em voz alta, a eliminação pura e simples de todo o sistema de produção que existe hoje na agricultura brasileira.

| Foto: EFE

Em suas reuniões, comícios e atos públicos em geral, os líderes do MST - gente que, nessas ocasiões, fala em “dialética”, “agregado econômico” e “modelo político” - diz, exatamente com essas palavras, que o agronegócio é “o inimigo do povo brasileiro”. Tem de ser “destruído”, e o seu lugar vai ser ocupado pelos homens e mulheres” que “produzem alimentos saudáveis” e que estão no campo para cumprir metas sociais; em vez de buscarem o “lucro” estarão servindo “à sociedade”, etc. etc. etc. 
Não querem mudanças no sistema; querem a destruição do sistema.  
Não querem acesso a terras hoje não cultivadas e que poderiam ser exploradas.
 Querem tomar dos seus proprietários o patrimônio que eles construíram com o seu trabalho; 
querem ficar com o que já está pronto com o esforço, o talento e o capital alheios.
 
O MST diz em seus discursos que a soja é uma “inimiga do Brasil”. Todo o agronegócio, segundo afirmam os seus chefes, é um “modelo de poder” que tem de ser eliminado da face da Terra. 
Os agricultores e pecuaristas, mais os técnicos, os pesquisadores e os trabalhadores especializados do agro, são delinquentes sociais que precisam ser reprimidos pelo governo. 
É essa gente que Lula promete levar para dentro do Palácio do Planalto. 
É com eles que quer governar o Brasil. 
É esse o futuro que está preparando.
 
O MST, esse mesmo a quem ele promete dar poderes extraordinários se ganhar a eleição, não prega apenas a “reforma agrária”, ou “mudanças no modelo”; está exigindo, em voz alta, a eliminação pura e simples de todo o sistema de produção que existe hoje na agricultura brasileira. O agronegócio brasileiro é, já há anos, o mais eficiente e bem-sucedido setor da economia brasileira.  
É ele que garante a liquidez internacional do Brasil em divisas, com os recordes seguidos que consegue nas exportações e fornece ao país os dólares para pagar as suas importações
É ele que alimenta 1 bilhão de pessoas pelo mundo afora, além da população brasileira. 
É ele que transformou o Brasil num dos dois ou três maiores produtores e exportadores de produtos agrícolas do mundo – ou, como acontece em muitos casos, no número 1. 
 
O agro sustenta e faz prosperar toda uma cadeia de produção na indústria, no comércio e no universo da tecnologia. 
Fornece emprego, renda e impostos. É por isso tudo, precisamente, que o MST exige a sua destruição: o agro é a prova mais indiscutível de que o capitalismo deu certo no campo brasileiro, e a ideia de liberdade econômica no setor agrário é intolerável para a esquerda nacional. 
Não pode continuar tendo sucesso, portanto; tem de ser banida.

A agricultura, a pecuária e o restante da atividade rural não deram certo no Brasil por causa da “reforma agrária”, nem da distribuição de terras, nem da “propriedade coletiva” ou de outros embustes defendidos pelo MST e seus associados na esquerda brasileira

Deram certo por fazerem exatamente o contrário de tudo o que é pregado pelo “campo progressista” – e, desta maneira, prejudicarem os interesses materiais e políticos dos proprietários do “movimento social”. Seus principais aliados, hoje, são as forças econômicas multinacionais que, em defesa do seu caixa, declararam guerra ao agronegócio do Brasil com a desculpa de estarem defendendo o meio ambiente, o “clima” e a floresta amazônica. Lula, hoje, é a sua esperança.

J. R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


PGR defende arquivamento de inquérito contra Bolsonaro e critica Moraes

Lindôra Araújo reiterou posição de arquivamento de investigação sobre vazamento de dados sigilosos 

A vice-procuradora-geral da República, Lindôra Maria Araújo, defendeu, novamente, o arquivamento do inquérito que apura se o presidente Jair Bolsonaro (PL) vazou dados sigilosos de uma investigação da Polícia Federal a respeito das urnas eletrônicas. A vice-PGR ainda criticou a atuação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmando que ele violou o sistema acusatório ao determinar novas medidas na investigação.

No dia 4 de agosto, ao lado do deputado Filipe Barros (PL), Bolsonaro vazou na internet um inquérito sigiloso [SIC] que apurava uma suposta invasão de um dos softwares do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O presidente fazia campanha contra as urnas eletrônicas e dizia que elas não eram seguras. [COMENTÁRIO: ao que se sabe o sigilo do inquérito foi declarado no dia seguinte  ao da comunicação do presidente Bolsonaro na internet.]

O caso ganhou proporção porque a investigação da PF era mantida em sigilo por ainda estar em andamento e os dados divulgados pelo presidente, portanto, não poderiam ser tornados públicos. A PGR pediu arquivamento do caso – contrariando o relatório da Polícia Federal. [comentando: é competência da PGR pedir arquivamento de um inquérito ou apresentar denúncia - cabendo recurso ao Poder Judiciário da decisão da PGR. 
 A autoridade policial pode até afirmar que o investigado cometeu determinado crime, mas a PGR tem a competência para decidir se apresenta denúncia ou pede arquivamento.] O documento, assinado pela delegada federal Denisse Ribeiro, afirmou que o presidente cometeu crime, sim, ao vazar os dados. No entanto, no primeiro parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), Augusto Aras disse que, mesmo que as informações tenham sido divulgadas de forma "distorcida", não existe crime a ser apurado.

No novo posicionamento, Lindôra Araújo afirmou que o posicionamento da PGR de arquivar o caso tem fundamentação jurídica. “No caso concreto, a atuação do Procurador-Geral da República pautou-se estritamente por uma análise jurídica e isenta sobre os fatos, sem qualquer desiderato de prejudicar ou beneficiar determinadas pessoas. A conduta adotada de promover o arquivamento fundamentado da investigação encontra respaldo no texto constitucional, no Código de Processo Penal e no Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal”, escreveu.

“Portanto, não há quaisquer indicativos de prática delitiva por parte do PGR, já que o seu ato funcional não foi materializado para satisfazer interesse pessoal, mas dentro dos limites normativos e no pleno e escorreito exercício da função ministerial”, destacou Araújo.

Segundo a vice-PGR, o ministro Alexandre de Moraes violou o sistema acusatório ao determinar novas medidas de apuração do caso. “No caso concreto, o eminente Ministro Relator, data venia, acabou por violar o sistema processual acusatório, na medida que decretou diligências investigativas e compartilhou provas de ofício, sem prévio requerimento do titular da ação penal pública e até mesmo da autoridade policial que reputou concluída a investigação, além de não apreciar a promoção de arquivamento do Procurador-Geral da República”, disse.

Política - Correio Braziliense