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segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

Se as economias dos EUA, da Europa e do Japão estão mal, por que o Brasil deveria estar bem? - O Estado de S. Paulo

 J. R. Guzzo

Ilusão perdida

De duas uma: ou o Brasil já pode chamar o padre para receber a extrema-unção, pois o doente vai morrer daqui a cinco minutos, ou então existe alguma coisa muito errada nos boletins médicos sobre a saúde do paciente que estão sendo divulgados para o público. 
A inflação ficou acima dos 10% em 2021. 
O desemprego até que está caindo, mas ainda há mais de 13 milhões de desempregados na rua. A renda desabou. A pobreza aumentou. 
A economia não cresce nada. Não existe mais orçamento federal. 
O presidente é ruim. O ministro da Fazenda é ruim. Os outros ministros são ruins. Porque, então, o paciente não morre logo de uma vez?

Uma das hipóteses é o mau funcionamento de algo que se poderia chamar de Sistema Nacional de Informação Econômica; é por aí que a população, ou quem se interessa por questões da vida pública, recebe notícias sobre a economia do País. Esse mecanismo, sabidamente, está com as válvulas desalinhadas. É natural. Os jornalistas, quando precisam dizer alguma coisa a respeito, procuram os economistasque sabem tão pouco sobre o que está acontecendo quanto os próprios jornalistas, mas que, como eles, têm certezas absolutas sobre economia ou qualquer outro assunto. As perguntas que fazem e as respostas que dão, como resultado de sua fé, contentam os desejos de uns e outros – e, se isso não combinar com a realidade, pior para a realidade, e pior para o público pagante. 

A indignação escandalizada diante da inflação, como se vê agora, é um caso claro de diagnóstico que não combina com a doença. 
É como se o Brasil estivesse fora do sistema solar. 
A inflação nos Estados Unidos foi de 7% em 2021, o pior resultado em 40 anos. Se a inflação americana foi de 7%, quanto os economistas acham que deveria ser a do Brasil? 
A inflação nos países ricos em geral, medida no conjunto da OCDE, ficou um pouco abaixo dos 6%. Dá para comparar, em termos de tamanho, organização e qualidade, as economias dos Estados Unidos, Europa e Japão com a economia brasileira, coitada? Se eles estão mal, após dois anos seguidos de destruição econômica por conta da covid e dos seus “fique em casa”, por que raios o Brasil deveria estar bem?   
 
Não é só a inflação. As contas públicas de 2021, que, por decisão do “sistema”, deveriam ter um déficit de “R$ 250 bilhões”, tiveram um saldo entre R$ 20 bi e R$ 40 bi.  
O Brasil teve no ano passado gastos no mesmo nível de antes da pandemia; ninguém conseguiu nada assim. O País está com problemas? Sim. Mas achar que só o governo tem alguma coisa a ver com isso é apenas uma ilusão perdida.
J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S.Paulo
 

sábado, 25 de dezembro de 2021

O passaporte dos tiranos - Revista Oeste

Ministro do STF, Luís Roberto Barroso | Foto: Montagem/Revista Oeste
Ministro do STF, Luís Roberto Barroso -  Foto: Montagem/Revista Oeste

Claro que não posso deixar de explicar que a arrecadação de impostos no Brasil não arca apenas com incompetência e arrogância de homens e mulheres incapazes de se atrelarem apenas às suas obrigações institucionais e constitucionais. Paga também viagens extravagantes, lagostas e vinhos especiais para a Corte mais política do Brasil.

Já são mais de dez anos morando nos Estados Unidos e são mais de dez anos tentando explicar o inexplicável. O que dizer para amigos e familiares que pedem para atualizá-los sobre nossas notícias e eventos políticos com perguntas como:Como assim, Ana? Um juiz da Corte Suprema do Brasil prendeu um parlamentar porque ele falou mal da Corte na internet?”. Yep. Ou: “Ana, creio que você tenha traduzido errado. Um juiz da Suprema Corte deu ordem de prisão para duas pessoas que falavam mal dele num bar?”. Yeep. Ah! Agora tem essa também: “Ana, é verdade que um juiz da Suprema Corte do Brasil deteve um cidadão americano em um aeroporto no Brasil e o interrogou por quatro horas sem ele ter cometido nenhum crime nem saber do que se tratava?”.

E, por mais que eu encontre as palavras certas para traduzir o que se passa com nossos iluministros, são tantas situações bizarras que muitas vezes os ianques acham que exagero na fantasia. Essa semana não foi diferente. Ao ser questionada sobre “qual a última da sua Suprema Corte” — sim, o STF virou uma série que é acompanhada por amigos e familiares como uma série distópica de suspense e comédia —, respondi: “Um ministro da Corte que defendeu um terrorista italiano que matou várias pessoas e disse que o criminoso era inocente, que acredita num charlatão que dizia que curava doenças apenas com o toque de suas mãos, mas que, na verdade, estuprou várias mulheres, então… Esse ministro decretou que qualquer pessoa que queira entrar no Brasil deve apresentar um comprovante da vacina contra covid”.

“Normal”, eu ouvi. “Isso não foi decidido pelo Congresso e ele está fazendo a legislação ser cumprida?”. Nope
Também relatei sobre as dezenas de mensagens que recebi através das minhas redes sociais de brasileiros que estavam presos nos Estados Unidos e na Europa sem conseguir embarcar de volta para seu próprio país, porque um ministro resolveu bancar o imperador do país. A desculpa para a medida draconiana? A nova variante Ômicron, que, em vez de centenas de vítimas, apenas jogou na UTI a continuação do projeto de controle social de tiranetes espalhados pelo mundo.

Faltou combinar com o vírus
Segundo os autoritários, a Ômicron está aí, e, com ela, a morte e a destruição a menos que prendamos as pessoas em campos de segregados não vacinados, ou que forcemos uma vacina experimental em crianças e adolescentes que passam pelo vírus sem grandes problemas, ou que cancelemos o Natal, ou que nos escondamos em nossas casas, ou que usemos máscara até para correr no parque. Quaisquer ações e canetadas, por mais estranhas que sejam, são vistas como justificáveis para se proteger dessa nova e assustadora variante.

E, assim, com mais e mais “dados” embasados na ciência de João de Deus, um número perturbadoramente grande de repórteres e comentaristas na imprensa dedica sua cobertura aos caminhos do vírus chinês e permanecem cada vez mais distantes da realidade. Bastam dez minutos na frente da TV ou uma passada rápida nas redes sociais para termos certeza absoluta de que a Ômicron foi a cepa mais mortal do vírus até o momento, destinada a dominar hospitais e deixar um rastro de morte.

Faltou combinar com a realidade. Para milhões de pessoas com o mínimo de discernimento, principalmente aquelas da comunidade médica que não se ajoelharam às big pharmas, a cepa mostra exatamente o oposto: a Ômicron parece ser a variante menos perigosa do vírus até aqui. Depois de cinco semanas de disseminação na África do Sul, onde apareceu pela primeira vez, as notícias são encorajadoras: sintomas leves a inexistentes e taxas de hospitalização nove vezes menores do que os surtos anteriores, embora apenas cerca de um quarto da população esteja vacinada.

Diante da expressão favorita dos tiranetes o passaporte sanitário —, muitos começam a questionar por que a imunidade natural de quem passou pela doença não é colocada na equação. 
Barroso apenas disse que os “especialistas” consultados por ele (talvez outros Joãos de Deus) afirmaram que a imunidade natural no momento não vem ao caso. Claro que não. O jogo da manutenção do poder e do controle social voltou ao tabuleiro com a nova cepa, que trouxe novamente o impulso desesperado de vacinar até quem não precisa.
 
Não custa deixar claro: a questão não é ser contra ou a favor da vacina experimental, a questão é defender a autonomia médica e a decisão individual de querer ou não tomar a picada. 
Claro que é muito mais fácil para os Barrosos pelo mundo apontar o dedo para os “negacionistas-terraplanistas-nazistas-taxistas” da ultra-extrema-megadireita pela resistência à vacina experimental do que fazer um momento de introspecção ou de oferecer um debate honesto.

Na onda de baboseiras como “tudo isso é culpa dos não vacinados ou das fake news” está, obviamente, Joe Biden. O presidente norte-americano com o “maior número de votos na história” e também com históricos índices de rejeição em apenas dez meses na Casa Branca — joga para a torcida a mesma retórica: “Os não vacinados são responsáveis ​​por suas próprias escolhas, mas essas escolhas foram alimentadas por desinformações perigosas na TV a cabo e nas redes sociais.

E aqui entra a malandragem de tipos como Barroso, Biden e companhia. O que eles querem dizer por “desinformação” se refere a qualquer coisa com que eles — ou seus amigos políticos — não concordem. O que eles querem dizer por “rede social”? Tudo aquilo que se refere a postagens de reações contrárias às vacinas, ao tratamento precoce, à imunidade natural e ao que escapa do olhar atento de seus paus-mandados nas “agências de checagem” da extrema esquerda, incrustadas nas redações militantes da velha e mofada imprensa.

Hipocrisia é isso aí
Obviamente que, se quisermos falar de hipocrisia dentro dessa pandemia, além do espetacular vídeo do ministro Barroso cantando um samba de rostinho colado com um jornalista da TV Globo, sem máscara e sem pudor, não podemos deixar de citar Anthony Fauci.[Confira: Sem máscara, Barroso canta e dança em festa ao lado de jornalista da GloboNews e/ou  Jornalista da Globo cai no samba com ministro do STF.] Aquele que se encontra no leme da pandemia nos Estados Unidos, mesmo depois de escândalos envolvendo seu nome. Primeiro, Fauci disse que não havia “nenhuma razão” para andar por aí com uma máscara. Depois, afirmou que o conselho, na verdade, era para racionar equipamentos de proteção pessoal para enfermeiros e médicos. Em outra ocasião, admitiu que havia aumentado arbitrariamente os limites necessários de imunidade de rebanho para sairmos da pandemia não por causa de evidências científicas, mas porque sabia que poderia escapar impune: “Quando as pesquisas mostraram que apenas metade de todos os americanos tomaria a vacina, eu disse que a imunidade coletiva ideal para derrotarmos o vírus seria de 70% a 75%”, disse ao New York Times. “Então, quando as pesquisas mais recentes disseram que 60% ou mais aceitariam, eu pensei, ‘posso aumentar um pouco isso’, então fui para 80%, 85%”
 
 

Barroso canta e dança em festa de casamento

Fauci, Biden Barroso… Não é difícil diagnosticar os mais cínicos dessa era já histórica

Fauci também negou veementemente que os dólares do contribuinte dos EUA estavam financiando pesquisas em Wuhan, na China, para admitir apenas em maio deste ano que “não havia como garantir” como esse dinheiro estava sendo usado. Um dos homens mais insolentes dessa pandemia também chegou a dizer que o uso de máscaras para vacinados é puro teatro político.

Fauci, Biden Barroso… Não é difícil diagnosticar os mais cínicos dessa era já histórica que ainda empurram cidadãos para continuarem cobrindo seus rostos, vacinados, não vacinados, com imunidade natural… não interessa. Cubra a boca e não solte nenhuma palavra. 
Isso não apenas cultiva a desconfiança nos especialistas da saúde, mas também tira a vontade das pessoas de receber a vacina que vem sendo empurrada de forma tirânica. 
Afinal, qual o propósito de se vacinar se mesmo pessoas e jovens saudáveis ​​não podem tirar a máscara e conviver normalmente umas com as outras?
 
Na contramão
E, embora muitos países, inclusive algumas das notáveis superpotências do mundo, tenham ido ao extremo para ordenar que os seus cidadãos tomem injeções experimentais, o Japão decidiu ir na contramão da loucura e adotou uma abordagem totalmente independente. Em vez de forçar a população por meio de passaportes de vacinas, como muitos países ocidentais, o governo permitiu que tal decisão continuasse sendo uma escolha individual. Em sua orientação sobre as vacinas para a covid, o Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar do Japão deixa claro que, embora o governo incentive os cidadãos a tomar as vacinas, a opção de fazê-lo não é obrigatória: “A vacinação só será dada com o consentimento da pessoa a ser vacinada após as informações prestadas”, lê-se no guia distribuído para a população. “Por favor, vacine-se por sua própria decisão, entendendo a eficácia na prevenção de doenças infecciosas e o risco de efeitos colaterais. Nenhuma vacinação será dada sem consentimento.”

O ministério, além disso, pede que indivíduos e empresas não “obriguem ninguém em seu local de trabalho ou aqueles ao seu redor a serem vacinados”, ao mesmo tempo que encoraja aqueles que receberam a vacina a não “discriminar aqueles que não foram vacinados”. Também está incluído na orientação um link para uma página de aconselhamento de direitos humanos que fornece instruções sobre como lidar com casos de discriminação no local de trabalho.

O que permanece ainda mais surpreendente sobre a abordagem do Japão para os esforços de vacinação contra a covid, no entanto, tem sido sua transparência em relação aos potenciais efeitos colaterais das vacinas. No início deste mês, o Ministério da Saúde do país ordenou que “a inflamação do músculo cardíaco e do revestimento externo do coração em homens mais jovens” (miocardite e pericardite) fosse listada “como possíveis efeitos colaterais graves das vacinas Moderna e Pfizer”. Os hospitais também são obrigados a “relatar em detalhes incidentes envolvendo pessoas que desenvolveram os sintomas dentro de 28 dias após serem vacinadas”.

Essa abertura e esse respeito pela ética médica são uma lufada de ar fresco quando comparados com os esforços autoritários empreendidos pelo presidente dos EUA, Joe Biden, cuja administração orquestrou um dos maiores ataques às liberdades individuais na era moderna. Ações que têm sido copiadas por personagens toscos no Brasil.

As diferenças gritantes nas respectivas abordagens entre países como Brasil, Estados Unidos e Japão para os esforços de vacinação não são apenas angustiantes, mas vergonhosas. Por décadas, os Estados Unidos permaneceram um farol de liberdade para milhões de pessoas privadas de direitos que vivem em buracos totalitários do inferno em todo o mundo. Os decretos draconianos de Barroso e Biden mancham a imagem de liberdade no Ocidente, pois as ações só demonstraram até agora a arrogância de uma classe política que declarou guerra aos direitos naturais dos cidadãos. Essas ações não são representativas dos ideais da América ou do Iluminismo, período que Barroso faz questão de mencionar em seus discursos vazios e falaciosos. Para esses homens sem escrúpulos, suas posições parecem sedutoras agora. Os livros, no entanto, mostrarão que essas ações são de regimes que colocaram poder e controle absolutos sobre a liberdade individual ao longo da história.

Leia também “Para a hipocrisia não há vacina”

Ana Paula Henkel, colunista - Revista Oeste


quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

Coronavírus - Nova Cepa - O Estado de S. Paulo

Não se pode subestimar nada mas, nesses dois anos formou-se uma casta que, por razões diversas, tem tirado vasto proveito da covid

Nada como uma boa cepa nova, sobretudo se ela vem de algum fundão perdido deste mundo, para encher de esperanças, mais uma vez, todos os que criaram nestes dois últimos anos um estado de dependência em relação à covid. Uma parte da sociedade, de fato, não sabe mais viver sem o vírus. Quem está nela inventou um universo particular, o “novo normal”, viciou-se em seu estilo e agora não quer voltar à vida de antes. A epidemia está cedendo? Então é preciso que ela volte com tudo.

Essa variante sul-africana, a “ômicron” que está triunfando nas manchetes, no horário nobre e nos comissariados de médicos-burocratas que se encantaram com a tarefa de dar ordens a todos, é um clássico. Até agora, a nova cepa revelou-se de baixo impacto; espalha-se muito rapidamente, mas agride pouco o organismo. Ou seja: o sujeito pega a covid, mas não vai para a UTI. Na verdade, até agora, não está indo nem para o pronto-socorro. 

É o caso, agora, da tal variante sul-africana. A médica que a descobriu (e revelou o que havia descoberto, ao contrário da China, que descobriu o vírus original e chamou a polícia para esconder a sua existência) garantiu, várias vezes, que essa cepa causa muito pouca consequência; se espalha com mais rapidez, mas não leva os infectados à UTI, ou nem ao hospital. Pura perda de tempo por parte da boa doutora. O complexo mundial pró-Covid declarou, imediatamente, estado de emergência urgentíssima, com fim do mundo a curto prazo.

Mas e daí? Uma bela cepa vinda da África, onde reinam o ebola, a mosca tsé-tsé e outras coisas horrorosas, resolve qualquer síndrome de abstinência causada por notícias positivas sobre a covid. Foi o que aconteceu. O Japão fechou o seu território, e até o espaço aéreo nacional, para se defender da nova variante. São Paulo, que vinha pensando em suspender a obrigação de usar máscaras em público, resolveu “repensar”. A mídia, desprovida de mortos em escala suficiente para dramatizar o noticiário, recuperou as esperanças
Pegaram três infeccionados em São Paulo, anuncia-se com entusiasmo. Parece que há um em Brasília. 
Interceptou-se um viajante que passou pela Etiópia. 
O Marrocos não permite mais a entrada de brasileiros. Estão fazendo isso na Holanda. Estão fazendo aquilo na Mongólia Exterior – e etc. etc. etc.

É fato inegável que o Brasil já teve 22 milhões de infeccionados pela covid, e mais de 600.000 pessoas morreram em consequência da epidemia. Está igualmente fora de discussão a necessidade de dar todo o combate à essa praga – como, por exemplo, mantendo o avanço da vacinação, área em que o Brasil obteve um notável sucesso com a aplicação, até agora, de mais de 300 milhões de doses. Não se pode, em suma, subestimar nada.

Mas é igualmente verdade que nesses dois anos de covid formou-se uma casta que, por razões diversas, tem tirado vasto proveito da epidemia – e está duramente empenhada em manter as vantagens que obteve.  
É toda essa gente que ganhou o direito de mandar na vida dos outros – a classe social que permite, proíbe ou exige, dá licenças, fornece certificados, faz as pessoas responderem a questionários. 
É o mundo do “home office” e das escolas fechadas. 
É a multidão de “autoridades locais” que receberam verbas de “emergência”, de cujo uso não precisam prestar contas. 
São todos os militantes da ideia de fazer a revolução mundial com o vírus e sem a necessidade das massas operárias.

É mais do que compreensível que todo mundo, nesse bonde, esteja torcendo pela nova cepa.

J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo

 


quinta-feira, 8 de julho de 2021

Não faltará arroz na mesa - Revista Oeste

Evaristo de Miranda é doutor em Ecologia e chefe-geral da Embrapa Territorial.

Contrariando previsões pessimistas, a produtividade está em 8,8 toneladas por hectare em 2021, contra 8,3 no ano passado. Um recorde histórico 

 

Foto: Suwan Wanawattanawong/Shutterstock

Este ano dificilmente faltará arroz no mercado ou haverá alta de preços como em 2020. O confinamento, com muita gente em casa cozinhando, elevou o consumo (e o desperdício) do arroz. No pior período de praga da covid, esse grão atingiu seus maiores valores históricos. E, apesar de custar mais de 100 reais a saca, poucos produtores aproveitaram essas cifras.

A certeza de arroz na mesa vem dos resultados da recém-concluída colheita no Rio Grande do Sul, o grande produtor do Brasil (70% da safra). Contrariando previsões pessimistas e especulativas, a produtividade veio bem acima do esperado. Foram 8,8 toneladas por hectare, contra 8,3 no ano passado. Um recorde histórico. A safra maior, com umas 500.000 toneladas a mais, garante a tranquilidade no abastecimento do mercado interno. E até parte das exportações. Para se ter uma ideia, só esse extra adicional de meio milhão de toneladas supera toda a produção de arroz da Europa (Itália, Espanha, Portugal, França…).

Familiar no prato dos brasileiros, o arroz (Oriza sativa L.) tem uma longa história. A espécie ancestral é originária da África. Sua domesticação e cultivo tiveram início na China Central (Hunan), com registros de mais de 5.000 anos a.C. Variedades ancestrais de arroz, como o Wannian, ainda são preservadas em cultivos tradicionais na China.

Há milhares de anos, o arroz já era cultivado às margens do Rio Ganges no norte da Índia. Com o tempo, ele chegou à Coreia, Japão, Indonésia e Tailândia. E, na direção oeste, à Pérsia. Atribui-se a Alexandre, o Grande, sua introdução na Grécia e Europa. No século 10, os árabes o levaram ao Egito, pela costa oriental da África até Madagascar e pelo norte até o Marrocos, a Espanha e Portugal (Al Andaluz). A palavra é de origem árabe: al ruzz. No século 16, os portugueses introduziram o arroz desde a costa ocidental da África (Senegal e Guiné-Bissau) até o Golfo da Guiné. Hoje, o prato típico do Senegal é à base de arroz: o tiebudiene. Os lusitanos trouxeram e espalharam o arroz pelo Brasil. Cultivado em sequeiro, o arroz expandiu-se por todo o território nacional e tornou-se a base energética da alimentação cotidiana dos brasileiros, combinado com o feijão, com a bênção dos nutricionistas. E não só aqui.

                     Plantação de arroz -  Foto: Federarroz

O arroz é o principal alimento de mais da metade da população mundial e o terceiro cereal mais produzido (500 milhões de toneladas), atrás do milho (2,8 bilhões de toneladas) e do trigo (760 milhões de toneladas). China e Índia respondem por 50% desse total. Agregando-se Indonésia, Bangladesh, Vietnã e Tailândia, chega-se a 75% da produção mundial. A China produz muito, mas não dá conta de seu mercado consumidor. Ela é também o maior importador mundial, com 5 milhões de toneladas anuais. O Brasil é o nono produtor mundial atrás de China, Índia, Indonésia, Bangladesh, Vietnã, Myanmar, Tailândia e Filipinas. A safra 2021 deve superar 11 milhões de toneladas. Apesar dessa expressão planetária, o arroz participa pouco dos mercados mundiais: menos de 10% da produção. Seu destino é o autoconsumo.

Na cesta básica, o arroz é um dos produtos mais acessíveis

No Brasil, irrigada e mecanizada, a cultura do arroz é intensiva e usa muita tecnologia. Graças ao controle rigoroso de pragas e doenças, à adubação adequada e ao bom manejo da água — até para reduzir as ervas daninhas —, a safra em 2021 surpreendeu. As lavouras arrozeiras responderam bem ao clima estival excepcional para o arroz irrigado. Só para ele.

Este ano, o clima não foi muito bom para a agricultura no Brasil. Faltou chuva durante o verão no Rio Grande do Sul. Os pequenos períodos de seca ou veranicos prejudicaram a soja e o milho, mas beneficiaram o arroz. Menos chuva significa menos nuvens no céu e mais luz. Com mais luminosidade, as plantas fizeram mais fotossíntese em pleno período de reprodução e frutificação. E, por ser irrigado, água não faltou ao arroz gaúcho. Resultado: produtividade recorde.

Esse é um exemplo de como não se pode ser catastrofista com as flutuações climáticas. Se o clima do ano prejudica uma lavoura, pode favorecer outra. Na agropecuária, a solução para reduzir o risco climático não está no aquecimento verbal de certos ambientalistas e sim no uso de tecnologias, com intensificação e modernização da produção. O retorno ao Neolítico, como pregam alguns, não resolverá nada. Neste segundo semestre, depois de um tempo meio anormal, segue um inverno normal, sem os fenômenos meteorológicos de La Niña nem de El Niño. Em matéria de clima, longe da polarização política, o tempo é de neutralidade climática, como se diz.

A área plantada de arroz manteve-se estável com relação ao ano passado. Ela é relativamente pequena comparada a outros cultivos anuais: pouco mais de 1 milhão de hectares irrigados. E representa 40% do uso da água em irrigação no Brasil. O Rio Grande do Sul concentra 73% do total, seguido por Santa Catarina (12%) e Tocantins (8%). Os dados são do Mapeamento do Arroz Irrigado no Brasil, produzido por Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico e Companhia Nacional de Abastecimento.

A demanda segue aquecida. A estabilidade da área plantada, o mercado internacional em alta e o dólar acima de 5 reais trazem uma melhor paridade com o Mercosul. O preço atual do arroz, cerca de 82 reais para o produtor, é justo e tende a ser um piso. Na cesta básica, o arroz é um dos produtos mais acessíveis. E tem gente se queixando do preço. Ele representa cerca de 0,5% dos gastos com alimentação no orçamento familiar. No consumo cotidiano de um prato de arroz, feijão, uma proteína e salada, o custo do arroz é inferior ao da salada.

A expectativa de exportações para México, Costa Rica e até Venezuela é boa. Talvez acarrete menor oferta e ligeiro aumento de preços. Serão menos exportações em relação ao ano passado (1,7 milhão de toneladas). A previsão para este ano é de 1,2 milhão a 1,3 milhão de toneladas. Se as exportações forem menores, o excedente de produção poderá ser utilizado na alimentação de bovinos, suínos e aves para substituir o milho, tão escasso devido à quebra da safrinha.

E os rizicultores já cuidam da próxima safra com uma projeção de aumento de 20% a 30% no custo de produção. A situação atual recomenda cautela aos produtores: atualizar custos e cuidado com novos investimentos. Antecipar a compra de fertilizantes e defensivos é uma boa precaução. A área plantada certamente será mantida. Áreas menos adequadas, destinadas a soja e pecuária, devem manter-se assim. É essencial plantar em locais de excelente produtividade, praticar a rotação de culturas e manter a cobertura vegetal no outono e inverno com milho e trigo na várzea e com outras forrageiras (aveia, azevém, trevo-persa…). Ao cobrirem o solo, esses plantios em rotação o protegem, reduzem a infestação de plantas invasoras e melhoram as condições de produção no ano seguinte.

Não se consegue mais arroz, nem preços mais baixos, proibindo exportaçõescomo fez o governo argentino com os pecuaristas —, nem sendo arbitrário em impostos e outras medidas coercitivas. A solução é apoiar o rizicultor a produzir sempre, mais e melhor, como defende a Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul. Simples assim. Como: um, dois, feijão com arroz.

Leia também “O país adoça o mundo” 

Revista Oeste

Evaristo de Miranda é doutor em Ecologia e chefe-geral da Embrapa Territorial.

 

quarta-feira, 23 de junho de 2021

No topo do ranking mundial de felicidade, Finlândia quer dobrar número de imigrantes - AFP

Com envelhecimento da população, país busca enfermeiros e profissionais de TI. Língua, custo de vida e clima são fatores que dificultam adaptação

sábado, 22 de maio de 2021

A aposta para salvar vidas - Carlos Alberto Sardenberg

Os governos que compraram vacinas no escuro, quando ainda estavam sendo desenvolvidas pelas farmacêuticas, certamente correram um risco – o risco de perder dinheiro. Era uma aposta boa. Os laboratórios já tinham demonstrado competência em outros medicamentos. Mas continuava sendo uma aposta. Tanto que, hoje, é consenso nos meios científicos que a produção de vacinas tão eficientes em tempo tão curto só se compara à formidável operação que levou o homem à lua. [só que tudo ainda está meio no improviso - é como disse um médico quando falei que iria tomar a vacina chinesa: 'é o que temos' - no inicio do ano, agora tem mais opções.
Não sabemos sequer o prazo da cobertura vacinal - o certo é quem disser que é superior a um ano, está chutando, visto que nenhuma das vacinas tem um ano da primeira aplicação. 
De qualquer forma temos que arriscar na opção vacina, a qual repito: sou sessentão, gozo de excelente saúde (graças a DEUS e as muitas vacinas que tomei na infância) e já tomei,  faz algum tempo, as duas doses da Coronavac e está tudo bem. 
Só me chateia, que não sei até quando estarei protegido - situação que seria a mesma se tivesse tomado a da Pfizer, Astra Zeneca ou qualquer outra. 
Recomendo vacinar, já que vale o dito: 'quem não tem cão'... ]

O governo brasileiro, entretanto, não quis correr o risco. Achou que estava sendo mal tratado, especialmente pela Pfizer. Lá pelas tantas, o general Pazuello disse que negociou com a farmacêutica com o propósito de defender a soberania nacional. E que “não somos caloteiros”. Não deu mais detalhes, nem os senadores perguntaram, mas só podia ser uma referência à exigência de pagamento adiantado. [uma das primeiras vacinas a 'aparecer',em meados de 2020 foi a Sputinik V - nada contra os russos, depois que eles desistiram de impor o comunismo no mundo - mas a Sputinik foi recusada pela Anvisa(de forma fundamentada, clara, permanecendo até o presente momento sem contestação os motivos da rejeição); as cláusulas Pfizer eram draconianas, até o pagamento tinha que ser além de adiantado, pago no exterior e se houvesse qualquer prejuízo para o Brasil o contrato não poderia ser contestado.

Agora, imagine se um governo que incomoda a todos os poderosos = brasileiros, inimigos do Brasil e que querem se livrar do Bolsonaro antes que este tenha tempo de governar o Brasil de verdade, da maneira que quase 60.000.000 de eleitores querem, para tanto o elegeram  - há um pequeno contratempo: os inimigos do Brasil agora, no primeiro mandato do capitão,  foram favorecidos pela pandemia, mas no segundo, com as bênçãos de DEUS, o capitão será a pandemia deles = comprasse vacinas que não fossem aprovadas ou pagasse adiantado por imunizantes e na hora do recebimento fosse preterido por favorecimento a outros países mais endinheirados? (até a poderosa União Europeia foi preterida)O que estariam tentando fazer com o presidente Bolsonaro?]

Ora, os mais de 100 governos que toparam a aposta entenderam melhor: o pagamento adiantado era uma forma de financiar os laboratórios e, pois, de apressar o processo de produção das vacinas. De novo, se tudo desse errado, teriam perdido muito dinheiro. Mas dando certo, como deu, salvariam vidas, como salvaram. O governo brasileiro não economizou dinheiro, porque teve de comprar as vacinas já prontas e provavelmente mais caras, nem defendeu uma suposta soberania. Perdeu centenas de milhares de vidas.

A CPI da pandemia já mostrou pelo menos dois desastres graves. Primeiro, a incapacidade do governo Bolsonaro de entender o drama da doença – não teve compaixão pelo sofrimento das pessoas, nem compreendeu o estrago que a pandemia poderia fazer na vida social e econômica do país. Não entendeu o que o próprio secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida, escreveu: a melhor política econômica é a vacina.

Em segundo lugar, os depoimentos na CPI mostraram que, mesmo quando percebeu o problema, o governo agiu de modo desastrado. Caiu por terra tudo o que os próprios militares falavam de sua capacidade de organização. [organização está entre as práticas que só podem ser aplicadas ao que existe... .  
A CPI já começou errada na escolha do seu presidente e do relator. 
Agora mostra seu  real e único objetivo: derrubar o presidente Bolsonaro - felizmente, vão fracassar.] 
Só um caso: no auge da falta de oxigênio em Manaus, um secretário do Ministério da Saúde teve a brilhante ideia de enviar ofício ao Ministério Público, pedindo que entrasse com uma ação contra a White Martins, para obrigar a companhia a providenciar aviões e levar o produto para a cidade.[com todas as vênias ao ilustre articulista, ousamos assegurar que o autor da proeza não é, ou não era,  do Ministério da Saúde ou alguém cuja escolha possa ser imputada ao presidente ou a Pazuello.  
Se assim fosse o nome dele estaria destacado em LETRAS IMENSAS, e com chamada, de maia página, na primeira página do O Globo.  O 'pai da criança' deve ser da secretaria de Saúde do Amazonas.] Tudo errado, como respondeu o Ministério Público. Isso não era obrigação da companhia, mas do governo. A obrigação da empresa no episódio foi cumprida: avisou com antecedência que a demanda por oxigênio era crescente e que os estoques estavam caindo rapidamente.

Semanas depois desse aviso o Ministério da Saúde agiu com o ridículo pedido de ação contra a empresa. E ainda chegou a dizer que o avião da FAB providenciado para fazer a entrega estava quebrado. Só tinha um? Hoje, as companhias produtoras de vacinas mais modernas estão procurando parceiros pelo mundo. Segundo dados da revista Economist, já são 280 contratos de transferência de tecnologia e/ou de construção de fábricas. A Biontech, por exemplo, inventora da vacina distribuída pela Pfizer, já está preparando uma planta em Cingapura. Coreia do Sul, Japão, República Checa também negociam novas fábricas.

No Brasil, os dois institutos produtores de vacinas, Butantan e Manguinhos, não têm capacidade técnica nem financeira para receber as novíssimas tecnologias. [será que não? ou é mais conveniente a certos grupos construir do ZERO? por isso a pressa de se livrar do Bolsonaro;  - afinal, estamos no país que desmonta hospitais de campanha antes do término da pandemia e quando surge outra onde, leva mais temo e gasta mais dinheiro para remontar o que desmontou = alguém e na reconstrução.
Convenhamos que  construir fábricas agora para produzir vacinas, pelo tempo que demanda, só será válida se  produzir vacinas para uso na próxima  pandemia - nos vinte anos iniciais de cada século surge uma.]

É o resultado de décadas de falta de investimentos públicos e privados. O governo não investe porque gasta demais com previdência e benefícios (18,4% do PIB) e pessoal (13,2%). Para comparar: o México gasta 9,4% do PIB nesses dois itens. E não se pode dizer que o desempenho do governo brasileiro tenha sido muito mais eficiente no combate à pandemia.[não podemos olvidar: o governo Bolsonaro só podia agir no combate à pandemia, se suas decisões não contrariassem os estados e municípios - as famosas 'autoridades locais'. Caso contrariasse,  por suprema decisão, valia o querer dos prefeitos e governadores.]

O setor privado não investe porque o ambiente de negócios é desfavorável. Acrescente-se um governo negacionista e atrapalhado e temos quase 500 mil mortos.

Carlos Alberto Sardenberg, jornalista

Coluna publicada em O Globo - Economia 22 de maio de 2021


sexta-feira, 19 de março de 2021

Finlândia é o 'país mais feliz do mundo' pelo 4º ano consecutivo

Com uma nota de 7,84 sobre 10, o país lidera a última edição do "World Happiness Report"

A Finlândia foi eleita nesta sexta-feira (19), pelo quarto ano consecutivo, o "país mais feliz do mundo", à frente da Dinamarca, Suíça e Islândia, num ranking mundial de bem-estar que foi afetado de diferentes formas pela pandemia de coronavírus.

Com uma nota de 7,84 sobre 10, o país lidera a última edição do "World Happiness Report". A Alemanha ocupa a 13ª colação, o Canadá 14ª, o Reino Unido 17ªº, os Estados Unidos 19ª e a Espanha 27ª.

A Europa monopoliza nove dos dez primeiros lugares. Entre as grandes potências, o Brasil está em 35º lugar, Japão em 56º, Rússia em 76º e China em 84º, segundo o ranking.

A Costa Rica é o primeiro país latino-americano desta lista, em 16º lugar, seguida do Uruguai (31º), Brasil (35º), México (36º), Panamá (41º) e Chile (43º), em uma lista de 149 nações que leva em consideração os dados dos últimos três anos. O 149º país, ou seja, o mais infeliz de acordo com esta lista, é o Afeganistão, com nota de 2,52, acompanhado nas últimas colocações por vários países africanos - Zimbábue, Ruanda, Botswana e Lesoto.

Correio Braziliense

 

A culpa de Pazuello: acusações que não param de pé - O Estado de S. Paulo

J. R. Guzzo

No futuro, vai se saber com mais exatidão as responsabilidades do terceiro ex-ministro da Saúde do governo Bolsonaro – ou, o que é mais provável, nunca se saberá nada ao certo

Em algum dia, no futuro, vai se saber com mais exatidão os méritos, os deméritos e as responsabilidades do terceiro ex-ministro da Saúde do governo Bolsonaro – ou, o que é mais provável, nunca se saberá nada ao certo, pois o episódio todo e o seu personagem principal já estavam confortavelmente esquecidos 24 horas depois da demissão. Nesses casos, como se sabe, o interesse para se verificar os fatos desaparece e em geral não volta mais.

Sempre é possível afirmar, porém, algumas coisas básicas sobre essa tempestuosa passagem do general Eduardo Pazuello, homem de intendência e de logística, pelo ainda mais tempestuoso Ministério da Saúde. A mais curiosa é a seguinte: o ex-ministro não deu certo, tanto que foi demitido, mas as acusações mais apaixonadas contra ele não ficam de pé por cinco minutos.

O principal delito do general como ministro, segundo a narrativa geral apresentada ao público, é que ele “não conteve o avanço da pandemiano Brasil. Como assim, “não conteve?” E quem é o general Pazuello para conter uma calamidade deste tamanho? 
Quem, em qualquer lugar do mundo, conseguiu conter? 
Até hoje ninguém, com certeza. Não se sabe então, quanto a isso, qual seria a culpa específica do ex-ministro.
Outra culpa imputada a ele, para se ficar em linguagem jurídica, é que a vacinação está indo mal
Pode ser, mas nesse caso é necessário explicar por que o Brasil, entre os 200 países do mundo, é o quinto que mais vacinou até hoje; está a caminho dos 12 milhões de vacinas aplicadas, em dois meses de ação. Salvo a Inglaterra, nenhum país da Europa, nem o Japão ou o Canadá, aplicaram mais vacinas que o Brasil.
O general é acusado – falou-se até em processo na justiça por sua “negligência” perante o trágico caos sanitário em Manaus, onde faltou “até oxigênio”, nas palavras da mídia. 
E o que ele teria a ver com a falta de oxigênio em Manaus? 
Não existe no mundo lugar onde comece a faltar oxigênio de uma hora para outra – isso é um efeito clássico do abandono permanente do sistema hospitalar por quem devia cuidar dele. 
É trabalho da Prefeitura e do Estado, ainda mais depois das ordens expressas do STF em suas ordenações gerais sobre a covid. 
Justo a Prefeitura de Manaus e o governo do Amazonas, envolvidos desde os primeiros dias da vacinação em fraudes para furar a fila em favor de parentes dos peixes graúdos?

É por essa e por outras que é tão difícil, neste país, alguém ser responsabilizado objetivamente pelos erros administrativos que de fato cometeu. Falam muito, sempre, mas é só isso que acontece – falatório.

J. R Guzzo, jornalista - O Estado de S. Paulo 
 
 

segunda-feira, 8 de março de 2021

'Meu Exército não vai para a rua obrigar o povo a ficar em casa', diz Bolsonaro

Presidente afirmou que não decretará lockdown e disse que 'alguns estão se excedendo'

 O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira que o "seu" Exército não irá "obrigar o povo a ficar em casa". Bolsonaro disse que poderia decretar um lockdown em todo o país, mas que não fará isso. O presidente também disse que "alguns estão se excedendo", sem especificar quem.

Alguns querem que eu decrete lockdown. Não vou decretar. E pode ter certeza de uma coisa: o meu Exército não vai para a rua para obrigar o povo a ficar em casa. O meu Exército, que é o Exército de vocês. Fiquem tranquilos no tocante a isso daí. Agora, vamos ver até onde o Brasil aguenta esse estado de coisas. Eu quero paz, tranquilidade, democracia, respeito às instituições. Mas alguns estão se excedendo — disse Bolsonaro a apoiadores, na saída do Palácio da Alvorada.[lembramos aos inimigos do Brasil, adeptos do tranca tudo e do 'quanto pior', melhor', arautos do pessimismo, da ineficácia que é o lockdown - sendo recorrentes, vamos citar o Reino Unido, como exemplo do fracasso de uma política adotada em outros países que não se mostrou eficaz.
O Reino Unido  atravessa o terceiro lockdown desde o inicio da pandemia, o de agora teve inicio em 1º janeiro, a vacinação já supera os 15.000.000 de vacinados - população abaixo dos 80.000.000 - e só agora é que começam a cogitar de um plano de reabertura das escolas.
Os inventores do lockdown "à brasileira", esquecem que as maiores aglomerações ocorrem no transporte coletivo.
O Ibaneis Rocha, decretou um lockdown em Brasília, que já iniciou brando, infrutífero e desnecessário, tipo quarentena meia-boca - prova é que muitas atividades que estavam proibidas voltaram  hoje, sete dias após o inicio do 'total/parcial']

Desde o início da pandemia de Covid-19, no ano passado, Bolsonaro criticas as medidas de isolamento social, tomadas para diminuir o contágio do novo coronavírus. O Brasil passa pelo pior momento da pandemia, com recordes seguidos nos registros de mortes.

Na semana passada, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) defendeu um toque de recolher nacional, das 20h às 6h, incluindo finais de semana e um lockdown em regiões com mais de 85% de ocupação de leitos. [o pessoal desse conselho é tão sem noção, que elegeram para presidir um conselho de secretários de saúde, um advogado.]

Nesta segunda, ao elogiar a atuação do Japão na pandemia, Bolsonaro insinuou que no Brasil algumas pessoas se uniram para tentar derruba-lo, mas não explicou quem. — No Japão não tem fica em casa. E é uma população, acho que talvez a mais idosa do mundo. Mas lá ninguém estava unido para derrubar o presidente. Assim é quase no mundo tudo. Raro são os países que estão aproveitando a pandemia para tentar derrubar o presidente. [presidente Bolsonaro: os inimigos do Brasil, também seus inimigos, são numerosos, chegando aos milhões, e não aceitam que o senhor seja -  e com as bençãos divinas continuará sendo até o final  de 2026 - o Presidente da República Federativa do Brasil. 
Mas eles perderam, estrebucham mas sabem que já perderam e o final da pandemia é inevitável e eles nada conseguiram nem  conseguirão contra o Brasil, contra o senhor e contra os milhões de brasileiros.
 
O Globo -  Sociedade 
 

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

STF autoriza estados e municípios a comprar vacinas contra Covid se União descumprir plano - G1

Julgamento foi feito em plenário virtual, no qual ministros inserem votos em sistema eletrônico. Ação foi apresentada pela OAB, e STF tomou decisão por unanimidade.

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta terça-feira (23) autorizar estados e municípios a comprar e a distribuir vacinas contra a Covid-19. A permissão valerá caso o governo federal não cumpra o Plano Nacional de Imunização ou caso as doses previstas no documento sejam insuficientes.

O julgamento foi feito em plenário virtual, no qual os ministros inserem os votos no sistema eletrônico. A ação julgada foi apresentada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), e a decisão do STF foi tomada de forma unânime. A tese define ainda que as vacinas eventualmente compradas pelos governos locais precisam ter sido aprovadas, em prazo de 72 horas, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

[mais uma decisão que configura as intervenções descabidas do STF; 
- Quanto a intenção da OAB é de fácil e incontestável dedução: atrapalhar, tumultuar o governo do Presidente Bolsonaro.  
A decisão do STF é além de desnecessária, inócua, por razões simples e incontestáveis:
- desnecessária por já existir um cronograma de vacinação em tentativa de cumprimento pelo Governo Federal, sendo a tentativa devido um motivo que não pode ser ignorada em tempos de campanha de vacinação: FALTAM VACINAS. O Governo do presidente Bolsonaro tem envidado esforços para adquirir vacinas, sem obter êxigo - até a OMS  alega não haver vacina disponível para compras. e não consegue de quem comprar. A União Europeia também reclama da falta.
- inócua,  por autorizar os governos estaduais e municipais a comprar vacinas - que não estão disponíveis no mercado mundial.
Outro ponto que desperta curiosidade é qual esfera da União vai pagar as vacinas? 
os estados? os municípios? O Governo Federal - este é sempre candidato forçado a ficar com o ÔNUS enquanto estados e municípios ficam com o BÔNUS. 
As compras serão realizadas sem licitação? 
como fica nos estados em que governadores adquiriram produtos para combater a covid em adega e com preços três vezes acima dos de mercado?]
 
Caso o prazo não seja cumprido, a importação pode ser liberada se houver registro nas agências reguladoras da Europa, dos Estados Unidos, do Japão ou da China. Na ação, a OAB argumentou no STF que essa dispensa de autorização deve valer para imunizantes que tiverem obtido registro em renomadas agências de regulação no exterior. 
[Não temos o hábito comum aos inimigos do Brasil de assumir postura de regozijo com o infortúnio de outros. 
Ao mesmo tempo cultuamos a verdade e isso nos leva a apontar mais uma demonstração de incompetência de alguns governos estaduais: 
Inúmeras declarações do governo do Joãozinho Doria, davam a  impressão (declaração de autoridades deveriam quando se revelarem falsas, serem punidas como fake news) que o Estado de São Paulo, sob o competente e verdadeiro governo do bolsodoria, seria o primeiro a iniciar a vacinação, o campeão em numero de vacinados - chegou a insinuar que qualquer cidadão brasileiro, morador de qualquer região do Brasil, que viesse ao estado paulista seria vacinado - o primeiro a erradicar a covid-19 no Brasil.
INFELIZMENTE, os fatos  mostram o contrário. São Paulo ocupa, atualmente, o primeiro lugar entre todos os estados brasileiros, em número de contágios, de casos, de mortes, de ocupação de UTI.
Caiu do segundo para o oitavo lugar entre os que mais vacinam.] 

Em dezembro, o ministro Ricardo Lewandowski, relator do tema, já havia concedido uma liminar (provisória) para permitir a atuação de estados e municípios na vacinação. "A Constituição outorgou a todos os entes federados a competência comum de cuidar da saúde, compreendida nela a adoção de quaisquer medidas que se mostrem necessárias para salvar vidas e garantir a higidez física das pessoas ameaçadas ou acometidas pela nova moléstia, incluindo-se nisso a disponibilização, por parte dos governos estaduais, distrital e municipais, de imunizantes diversos daqueles ofertados pela União, desde que aprovados pela Anvisa, caso aqueles se mostrem insuficientes ou sejam ofertados a destempo", afirmou o relator no voto apresentado virtualmente. 

Notícia - Política - G 1


quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Vacinação contra covid-19 - Anvisa pede a Bolsonaro veto a trecho de MP que tira da agência poder de análise

[Presidente! cuidado com a casca de banana que acabam de jogar no seu caminho.
Talvez Barra Torres mereça sua total confiança. Só que os inimigos do Brasil, que também são os seus inimigos,  presidente Bolsonaro, estão vigilantes, atentos e como répteis feridos ainda oferecem perigo.
Duas situações se apresentam: 
- Barra Torres resolveu trair sua confiança (improvável, porém possível);
-  ou está sendo usado como instrumento para implodir o clima de harmonia existente entre o Poder Executivo da União e o Poder Legislativo = essencial para o BEM do Brasil e dos milhões de brasileiros.
Vamos à matéria, ao final,  tem mais...]

Presidente do órgão regulador, Barra Torres questiona artigo da medida provisória aprovada no Senado que obriga agência a conceder autorização de uso emergencial a imunizantes contra covid-19 no prazo de cinco dias

O diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, foi ao Palácio do Planalto nesta quarta-feira (10/2) pedir ao presidente Jair Bolsonaro que vete um artigo da medida provisória (MP) 1.003/2020 aprovada no Senado na última quinta-feira (4). Para Barra Torres, o trecho retira da agência o poder de análise de pedido de uso emergencial de vacinas contra covid-19, determinando que a agência dê autorização no prazo de cinco dias.

O artigo em que ele pede o veto é o 5°, que estabelece que a Anvisa “concederá autorização temporária de uso emergencial para a importação, a distribuição e o uso de qualquer vacina contra a covid-19” em até cinco dias, desde que pelo menos uma das autoridades sanitárias estrangeiras citadas (de oito países além da União Europeia) tenha aprovado o imunizante e autorizado sua utilização, em caráter emergencial ou definitivo.

Na última terça-feira (9), o presidente havia dito que o trecho coloca a agência “sob ameaça concreta”. “Não está escrito ‘analisará’; não está escrito ‘que vai estudar o tema’; não está escrito que ‘vai verificar se há riscos’. Está escrito 'concederá autorização'. Só nos é dada uma opção. É o sim. Só tem essa opção”, criticou durante reunião da diretoria colegiada, que dispensou a necessidade de registro definitivo ou de autorização de uso emergencial da agência para as vacinas da Covax Facility serem utilizadas no Brasil.

Atualmente, a agência tem 72 horas para análise do pedido de uso emergencial, mas apenas dos imunizantes com registro definitivo nos EUA, União Europeia, Japão e China, como definido pela Lei 13.979, de fevereiro do ano passado. Ela perderia o vigor com a virada do ano, mas o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski manteve alguns trechos valendo, dentre eles este sobre o prazo de 72 horas.

[Não nos surpreende a possibilidade do presidente da Anvisa esteja sendo vítima de manipulação criminosa por parte dos  inimigos do Brasil = inimigos da democracia genuína, do presidente Bolsonaro e adeptos do quanto pior, melhor'.                                                                       O nosso presidente tem inimigos em praticamente  todos os órgãos públicos aparelhados do Brasil - seja da menor subsecretaria do subdepartamento... até a mais alta instância do Poder Judiciário e do Legislativo.
Por algum motivo, o presidente da Anvisa está defendendo uma interpretação manipulada do artigo 5º, da MP 1003/2020,  objeto do seu combate. Se apega ao principio da legalidade para argumentar que a Lei, oriunda da conversão da MP, não concedendo poderes para a Anvisa analisar o pedido de autorização, cassa da Agência o direito de se manifestar - já que o "concederá   autorização" equivale a um SIM ou um SIM.
Existe uma forma legal para a Anvisa recusar a concessão da autorização.
Se a documentação que fundamenta o pedido apresentado à Anvisa - que pode ser confrontada com a apresentada pela farmacêutica junto a uma das autoridades sanitárias citadas no artigo 5º, linkado, - estiver em desacordo com a papelada objeto do confronto tem a agência reguladora brasileira competência legal para negar o registro por o imunizante objeto do pedido de registro não apresentar conformidade com material do mesmo produto apresentado a autoridade sanitária tal, do país tal.                                                                                  O que se percebe é uma certa vaidade, inadequada em época de pandemia, em aceitar como válido documento expedido por autoridade sanitária de outro país - ainda que seja uma autoridade com a credibilidade do FDA, da EMA, do HC, MHRA e congêneres - artigo 5º.                                                                 Aos opositores ao presidente Bolsonaro, que não primam pela sinceridade em seus propósitos de combate à covid-19, só interessa alimentar uma celeuma absurda que pode ser  uma oportunidade para indispor o Congresso com o Poder Executivo = Bolsonaro. Para tais pessoas as vítimas da covid-19 são excelente recurso para impedir que Bolsonaro governe e o Brasil se recupere do buraco em que caiu levado pelo PT e agravado pela pandemia.]

Em regulamento interno, a agência tem até 10 dias para analisar os pedidos de uso emergencial de vacinas que tenham realizado estudo fase 3 no Brasil. Se não houver o estudo, o prazo é ampliado para 30 dias. Já para analisar registros definitivos de empresas que fizeram estudos no Brasil, o prazo é de 60 dias.[diante da lei, o regulmaneto interno perde a validade, no que contrariar a lei. Qualquer Regulamento é um 'explicador' da lei e não pode contrariar a lei que 'explica' e/ou a que o fundamenta.]

Limites
Ele se encontrou com o presidente para pedir o veto, mas já vinha alertando sobre os problemas do texto aprovado pelos senadores desde a semana passada. Na quinta-feira, em transmissão ao vivo ao lado do presidente, afirmou ter total compreensão da iniciativa dos parlamentares com o objetivo de tornar a análise mais breve, frisando que cumprirá o que foi definido em lei. Mas disse que há limites na análise e que a agência já é rápida. “Não vejo o que falar em mais celeridade”, afirmou.

"É lógico que há limites. Há fatores limitantes. A Anvisa é hoje a agência no mundo que mais rapidamente aprovou o registro emergencial. Não vejo muito o que se falar em ainda mais celeridade ser dada num processo. Este compromisso já é nosso. Já é um compromisso da Anvisa. Evidentemente, se o Legislativo, a Casa dos legítimos representantes do povo brasileiro, que estão lá pelo voto, se decidirem por um prazo ainda mais curto do que aqueles que temos praticado atualmente, toda força será adotada no sentido de buscar cumprir aqueles prazos", apontou. 

Política - Correio Braziliense