Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador Líbia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Líbia. Mostrar todas as postagens

sábado, 9 de dezembro de 2017

O PT e o dinheiro de Kadafi: Outra bomba ameaça implodir Lula e o PT? Sugiro que militância antipetista não se entusiasme

Epa! Então mais uma bomba ameaça destruir Lula e o PT? É mesmo, é? E quem teria acendido o estopim? Ele! Antonio Palocci.

Muamar Kadafi voltou do inferno para assombrar a companheirada, carregando uma maleta com US$ 1 milhão.  Será mesmo?  Um espectro ronda o universo das delações premiadas: justamente Palocci. Tudo, no seu caso, obedece a caminhos um tanto heterodoxos. Saiu de sua boca aquela que era, até ontem, a mais bombástica acusação contra o ex-presidente: o petista teria feito um “pacto de sangue” com Emílio Odebrecht que envolvia o tal sítio de Atibaia, palestras a R$ 200 mil (fora impostos), o terreno para a construção do Instituto Lula e, bem…, uma reserva de R$ 300 milhões para enfrentar o interregno fora do poder. O dinheiro seria de livre uso de Lula ou do partido.  Primeira estranheza: Palocci poderia ter contado essas coisinhas nada irrelevantes, se verdadeiras, no âmbito da delação. Mas preferiu acender velas no altar de Sérgio Moro, ao qual devotava tal sujeição e submissão no depoimento que beirou a caricatura, o que não escapou ao olhar atento de advogados treinados na arte de construir a imagem do seu cliente.

Nunca é demais lembrar: delator é bandido. Palocci ambicionava o lugar não do marginal pego com a boca na botija, mas o do arrependido por ter colaborado com o malfeito.  Em que aquilo tudo lhe poderia ser individualmente útil? Não ficou claro. Que o objetivo ali fosse incriminar Lula, bem, isso era evidente. Palocci contou o que lhe foi indagado e também o que não foi. E se ofereceu para revelar mais coisas.  Desde aquela data, aguarda-se com certa ansiedade a sua delação. Empacou. Uma das dificuldades, tudo indica, está no fato de que a Procuradoria-geral da República não quer ter um novo Joesley Batista nas costas. Sim, as acusações do açougueiro eram também explosivas, mas a população não engoliu os benefícios que o empresário recebeu. Ainda pior: descobriu-se depois que parte daquelas ações que procuraram atingir Michel Temer e Aécio Neves eram armações, com características de flagrante armado.

A Lava Jato não precisa de uma nova desmoralização, agora com Palocci. Uma das dificuldades estaria no fato de que ele é bom para apontar crimes alheios, mas fraco quando se trata de revelar os seus próprios. Prefere ser, assim, aquela testemunha ocular da história, entenderam? Tudo indica que a operação já tem impunes demais.  Depois que Palocci fez aquelas graves acusações contra Lula, o petista saltou do patamar de 30% para o de 35% nas intenções de voto no primeiro turno; no segundo, ele alargou a dianteira no confronto com possíveis adversários. E olhem que, naquele caso, o ex-ministro fazia acusações cujo conteúdo é compreensível para as massas: sítio, terreno, R$ 300 milhões, palestras a R$ 200 mil. O próprio Lula chegou a imaginar estragos na sua imagem. O eleitorado não deu a menor pelota. [fácil de entender o  pouco caso que o 'eleitorado' de Lula faz com as acusações contra o filho do 'coisa ruim': quem vota dem Lula, Dilma, não tem capacidade de pensar, discernir.
Quando não estão preocupado com as bolsas que vão ganhar ou se consideram 'intelectuais', 'militantes'. estão concentrados em arrumar boquinhas no governo lulopetista para roubarem - ainda que ninharia, restos do festim, tipo fazia Rosemary, a amiga íntima.]   No país em que tudo vai se mostrando possível, por que não isso?

E, agora, mais uma bomba ameaça implodir o PT: o carniceiro Muamar Kadafi, então ditador da Líbia, teria repassado ao PT US$ 1 milhão para a campanha eleitoral de… 2002!!! Reportagem da Veja informa que Palocci teria feito essa acusação em seu pré-acordo de delação.
A acusação, obviamente, é gravíssima. Se for comprovada, o PT pode perder o registro, segundo dispõe o Artigo 28 da Lei 9.096, a dos partidos políticos, a saber: O Tribunal Superior Eleitoral, após trânsito em julgado de decisão, determina o cancelamento do registro civil e do estatuto do partido contra o qual fique provado:
I – ter recebido ou estar recebendo recursos financeiros de procedência estrangeira; II – estar subordinado a entidade ou governo estrangeiros.

Mas é precisamente nesse ponto que a porca torce o rabo. Como provar que se fez uma doação irregular em 2002? Não existe mais nem mesmo a elite que governava, então, a Líbia.  Recomendo aos senhores leitores antipetistas entusiasmo comedido com a notícia.
Parece-me estranho — e a qualquer pessoa minimamente experimentada nas artimanhas da política — que aquele que era o braço operante do PT do mercado financeiro tenha como “a grande bomba” contra o partido a doação ilegal feita em 2002 por um ditador que já está morto. O atual governo da Líbia mantém segredo até sobre o local do sepultamento.

A menos que haja uma prova, coisa de que duvido, esse negócio vai gerar muito barulho nas redes sociais, excitar o ânimo da militância antipetista, inflamar ainda mais os já inflamados e morrer no nada.  Ah, sim: servirá para Lula dizer que não só tentam tirá-lo da eleição como querem agora fechar o partido.
Lá vem vitimismo triunfante pela frente.

sábado, 21 de outubro de 2017

"Ah, se Temer fosse petista…"

Bastou tirar o PT e abandonar o nacional-desenvolvimentismo para ter uma significativa melhora do quadro econômico

Eis a narrativa de um típico petista: um líder popular chegou ao poder depois de 500 anos de exploração do povo pelas elites, e finalmente o pobre podia andar de avião. Revoltada com esse ultraje, a elite orquestrou, com a ajuda da CIA, um golpe para tirar do poder esse governo popular voltado para os mais pobres.

Agora eis os fatos: uma quadrilha disfarçada de partido político finalmente conquistou o poder, graças a um estelionato eleitoral. Uma vez lá, aliou-se ao que há de pior em termos de “elites”, como caciques políticos e empreiteiras, para roubar como nunca antes na história desse País. No processo, destruiu nossa economia e jogou milhões no desemprego, com seu populismo corrupto.  Uma vez retirada do poder por um instrumento constitucional de impeachment, a quadrilha enfrentou inúmeros processos na Justiça, e o chefe já tem ao menos uma condenação. Enquanto isso, o governo transitório adotou políticas mais sóbrias e ortodoxas, nomeou economistas sérios e bons executivos para as estatais, e bastou essa mudança para estancar a sangria desatada de antes.


Em números, eis o que temos: a inflação veio de mais de 9% do último mês de “gestão” do PT para 2,5%; 

a taxa de juros caiu de 14,25% para 8,25%;  
a produção industrial saiu de uma queda de quase 10% para um ligeiro crescimento de 0,8%;  
o Ibovespa bateu recorde histórico
o PIB saiu de uma assustadora queda de 5% para a estagnação.
 
Não é milagre, e não é suficiente para desfazer o estrago causado. Mas é espantoso pensar que bastou tirar o PT de lá e abandonar o nacional-desenvolvimentismo para ter uma significativa melhora do quadro econômico. Temer continua rejeitado pela imensa maioria, por questões éticas acima de tudo. Mas é inegável que seus números demonstram acertos na área econômica, lembrando que ainda falta muito para o Brasil engrenar num crescimento sustentável.


O que fazem os “intelectuais” diante disso? Ora, o de sempre: ignoram os fatos para salvar a ideologia. A narrativa precisa sobreviver, então as mentiras vêm socorrer o PT. A crise antes era mundial, repetem, ignorando que em 2015, de 114 países com mais de cinco milhões de habitantes, apenas 7 cresceram menos do que o Brasil. São eles: Iémen, Serra Leoa, Ucrânia, Líbia, Venezuela, Burundi e Belarus. Crise internacional?


No discurso esquerdista, um povo fascista — pois a maioria defendeu o impeachment — deu um golpe no governo popular, o que já soa contraditório. Na realidade, os socialistas quase destruíram o Brasil, e foram enxotados do poder, pelas vias legais e com amplo apoio popular, antes de nos transformar na Venezuela, que até hoje é tida por eles como exemplo a ser seguido. Agora imaginem como estariam esses “intelectuais” se Temer fosse petista, com esses números…


Fonte: Rodrigo Constantino
 

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Mutilação genital feminina e a loucura suicida do multiculturalismo

Os advogados de defesa de dois médicos de Michigan, naturais da Índia e uma de suas esposas, que foram indiciados pelo júri em 22 de abril e acusados de mutilar os órgãos genitais de duas meninas de sete anos, pretendem apresentar o argumento de liberdade religiosa na representação de seus clientes muçulmanos.

Os réus são membros da Dawoodi Bohra, uma seita islâmica de sua terra natal. Na esfera federal, sendo este o primeiro caso desde que a mutilação genital feminina (FGM em inglês) foi proibida em 1996, a defesa afirma que a prática é um ritual religioso e, portanto, deve ser protegido pela lei dos Estados Unidos.

A petição revela involuntariamente as falsas alegações feitas por proeminentes muçulmanos – como o estudioso/apresentador de TV iraniano/americano Reza Aslan e a ativista palestina/americana Linda Sarsour, que insistem que a FGM não é “uma prática islâmica”.

A mutilação genital feminina, também conhecida como circuncisão feminina, é o corte ou a remoção do clitóris e/ou da lábia, como forma de eliminar o desejo e o prazer sexual de uma menina, garantir que ela seja virgem até o casamento e permanecer fiel ao seu marido. De acordo com a Organização Mundial da Saúde:
A FGM não traz benefícios à saúde, além de causar danos às meninas e mulheres de diversas maneiras. A prática significa remover e lesar o saudável e normal tecido genital feminino, interferindo com as funções naturais dos corpos das meninas e das mulheres. De modo geral os riscos aumentam quanto maior for a severidade do procedimento.

Os procedimentos são realizados, na maioria das vezes, em meninas que estão entre a infância e a adolescência, ocasionalmente em mulheres adultas. Estima-se que haja mais de 3 milhões de meninas em risco de sofrerem a FGM por ano. Mais de 200 milhões de meninas e mulheres vivas hoje foram mutiladas em 30 países da África, Oriente Médio e Ásia, onde se concentra a FGM.

O influxo de imigrantes e refugiados dessas regiões do planeta para países ocidentais teve como consequência um aumento dramático e perigoso da FGM na Europa, Grã-Bretanha e Estados Unidos. De acordo com as estatísticas do Serviço Nacional de Saúde, pelo menos uma menina a cada hora está sujeita a este procedimento agonizante somente no Reino Unido – e já faz quase 30 anos que a prática lá é ilegal.

Concomitantemente, um Relatório da Comissão Europeia revelou que cerca de 500 mil mulheres na Europa foram submetidas à FGM, muitas outras correm o risco de serem forçadas a se submeterem a ela. Na Alemanha, por exemplo, foi inaugurada uma clínica em 2013 para fornecer tratamento físico e psicológico às vítimas do procedimento, cerca de 50 mil mulheres passaram pelo procedimento, sendo cerca de 20 mil em Berlim. Chamado de Desert Flower Center, o empreendimento foi encabeçado e financiado pela supermodelo/atriz natural da Somália Waris Dirie, proeminente ativista anti-FGM.

Em 15 de maio, na esteira do caso dos médicos da FGM em Michigan, a Câmara dos Deputados de Minnesota e o Senado de Michigan aprovaram uma legislação que estenderá aos estados as leis federais anti-FGM existentes aos pais de meninas que foram sujeitas ao ritual. Afinal de contas, são as mães e os pais que forçam as filhas a se submeterem ao ritual – como no caso da autora somali, Ayaan Hirsi Ali, foi a sua avó.

Em uma entrevista concedida ao Evening Standard, do Reino Unido em 2013, Hirsi Ali – ex-muçulmana que renegou sua fé e se tornou uma crítica que não faz rodeios quando se trata do Islã e da Lei Islâmica (Sharia), principalmente quando afeta as mulheres – explicou porque tem sido tão difícil processar membros da família envolvidos na FGM:
“Passei por isso aos cinco anos de idade e 10 anos mais tarde, mesmo 20 anos mais tarde, eu não teria testemunhado contra meus pais”, ressaltou ela. “É uma questão psicológica. As pessoas que estão fazendo isso são pais, mães, avós, tias. Nenhuma menininha vai mandá-los para a prisão. Como viver com uma culpa dessas?”

O problema maior, no entanto – que deve ser abordado juntamente com a legislação – abrange o multiculturalismo ocidental que enlouqueceu. Tomemos por exemplo a decisão por parte da editora da coluna Ciência e Saúde, Celia Dugger do New York Times, em abril, de parar de usar o termo “mutilação genital feminina”, alegando que ele está “culturalmente carregado”.
“Há um abismo entre os defensores ocidentais (e alguns africanos) que fazem campanha contra a prática e as pessoas que seguem o rito, eu senti que o linguajar utilizado ampliou ainda mais esse abismo”, salientou ela.

A FGM não é um crime menos estarrecedor do que o estupro ou a escravidão, no entanto as autoproclamadas feministas no Ocidenteincluindo muçulmanas como Linda Sarsour e ativistas não muçulmanas se engajam em uma cruzada contra a “islamofobia” – silenciam quando se trata de práticas bárbaras ou negam sua conexão com o Islã. Será que elas também apoiam a escravidão, outra prática respaldada pelo Islã, ainda praticada hoje na Arábia Saudita, Líbia, Mauritânia e Sudão, bem como pelo Estado Islâmico e pelo Boko Haram?

É por isso que a legislação anti-FGM, por mais crucial que seja, é insuficiente. Chegou a hora de estar vigilante não só contra praticantes e pais, mas também para expor e desacreditar qualquer um que tente proteger essa brutalidade.

Khadija Khan é jornalista e comentarista paquistanesa, atualmente radicada na Alemanha.
Publicado no site do Gatestone Institute https://pt.gatestoneinstitute.org
Tradução: Joseph Skilnik

quarta-feira, 21 de junho de 2017

O Tagarela FHC

O Tagarela FHC  – acusado de ter recebido “vantagens indevidas” da Odebrechet – entrou na Lista Fachin. Decoreba da charlatanice marxista, o ex-presidente, diante do adverso, adota deste sempre o modelo da genuína parolagem “gauche”. No entanto, mesmo refinado na arte de iludir, a “dialética sem síntese” de FHC está dando com os burros n’água.

No caso do uso das  “vantagens indevidas” (reconhecidas como suborno), FHC, sem perder o ar professoral, apelou:  “É preciso separar o joio do trigo. Uma coisa é a propina, outra é o caixa 2 puro. O caixa 2 não é crime, é um erro. Então, é preciso separar delitos diferentes”.

É dose. Mas entendam que deitando essa baba de quiabo, o  Tagarela-mor quer não só livrar a própria cara (de pau), mas, de igual modo, as dos parceiros Aécio Neves, o “Mineirinho”, e Zé Serra, o “Vizinho” – ambos atolados até os ossos nas delações premiadíssimas dos irmãos Friboi.  FHC e Lula – assim como PSDB e PT – são farinha do mesmo saco.  Ambos navegam nas mesmas águas turvas do socialismo (“científico” ou gramsciano, pouco importa), nos mesmos lamaçais de corrupção e nas similares urdiduras do embuste ideológico para manter o poder em nome da “igualdade” e da “justiça social”, palavras gastas na eterna manipulação das massas.

Convém lembrar, neste encontro de serpentes, que Lula, cangaceiro sem peias, usa a roupagem do comunista truculento e bárbaro. Já FHC, vendendo falso saber, interpreta o papel do socialista light, moderno, globalista.  (Eis o fato: um ano antes de concluir o seu desastroso segundo mandato – para a conquista do qual foi corrompido bom número de parlamentares -, FHC reformou o Alvorada e chamou Lula para uns comes e bebes. No Palácio, introduziu o “bon vivant” no banheiro da suíte presidencial e apontou as torneiras douradas do lavabo: – “Olhe, Lula, está vendo? Fiz esta reforma para você”.

Parafraseando Euclides da Cunha, autor do clássico “Os Sertões” (cerne da nacionalidade que ninguém mais lê), o Brasil esconde, para todo o sempre, vilanias espantosas.  Nos últimos anos, o presidente de honra do PSDB vem exercendo o papel de office-boy do globalismo agenciado pela terceiro-mundista ONU e financiado pelas ONGs InterAmerican Dialogue e a Open Society Foundations, de George Soros, o mega especulador que, segundo denúncia comprovada da revista  Executive Intelligence Review (EIR), lidera o ranking dos pesos pesados do narcotráfico internacional – o que explica o fato de ser ele, Soros, um dos grandes acionistas da Vale do Rio Doce (reserva Carajás), a maior empresa mineradora do mundo, subavaliada e vendida a preço de banana no governo do social-democrata FHC.

Em suma: a agenda globalista para implosão do Estado Nacional encontrou em FHC um vassalo cioso. Já enquanto presidente, desapropriou por orientação de ONGs estrangeiras vastidões de terras ao tempo em que bancou com bilhões de reais a malandragem comunista do MST.  Por exemplo: subserviente ao esquema globalista, introduziu na vida do país a sanha das cotas raciais com o fito de acirrar o processo de luta de classe que extinguiu o mérito e privilegia a cor da pele em detrimento do saber.

Na sua permissividade, além de elevar o déficit público aos cornos da lua, fez recrudescer a inflação, aviltando a moeda que diz ter criado, em cujo valor se apoia a soberania de uma nação.  Enfim. FHC impôs a CPMF, o “imposto do cheque”, criado para “solucionar o problema da saúde”, repudiado pela população, em especial quando se deu conta que o “problema da saúde” havia piorado e os “gastos sigilosos” com as mordomias estavam “bombando”.

Em países como China, Coreia do Sul, Egito, Líbia etc., FHC estaria  curtindo uma cana braba. Ou, quem sabe, como queria Bolsonaro, no muro de fuzilamento próprio dos que cometem crimes de alta traição. No Brasil, somos mais “excêntricos”: criamos esquemas judiciais para livrar Zé Dirceu da cadeia, enquanto FHC, office boy do globalismo, anda saltitante, cada vez mais empenhado na bulha pela liberação da droga, assunto caro ao especulador Soros.

Fonte: Ipojuca Pontes
cineasta, jornalista, e autor de livros como ‘A Era Lula‘, ‘Cultura e Desenvolvimento‘ e ‘Politicamente Corretíssimos’, é um dos mais antigos colunistas do Mídia Sem Máscara. Também é conferencista e foi secretário Nacional da Cultura.


sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Brasil corre perigo

Dos Brics, o país é o mais vulnerável

O Brasil corre riscos sérios. Estou longe, mas acompanho sempre que posso o que está acontecendo aí — e com preocupação cada vez maior. A situação mundial, marcada por aguda polarização, oferece grandes perigos para nações fragilizadas por conflitos internos. 

 Existem certamente casos mais graves que o brasileiro, países destroçados por intervenções externas e/ou crises domésticas: Síria, Iraque, Líbia, Grécia — para citar casos mais notórios. Não chegamos a esses extremos, mas não há como negar que o nosso país está em perigo. Dos Brics, o Brasil é no momento o mais vulnerável. E repare, leitor, que a situação da Rússia e da África do Sul é bem complicada. A China também enfrenta desafios econômicos, institucionais e políticos. A Índia acaba de lançar uma reforma monetária radical, com efeito desestabilizador. Em todos os quatro países, a corrupção é problema grave.

Mas, entre os Brics, o Brasil é “hors concours”. Não necessariamente em corrupção, mas na fragilidade do quadro econômico, social e político. As razões parecem claras. Primeiro, a intensa polarização interna. O que antes era patrimônio dos nossos vizinhos ao Sul — a incapacidade crônica dos argentinos de conciliar e chegar a entendimentos — parece ter sido importado maciçamente pelos brasileiros. A intolerância, o colapso do diálogo, a perda de legitimidade de instituições fundamentais, o enfraquecimento da democracia — tudo isso representa um imenso perigo para a nação brasileira. E mais o seguinte: o triunfo da mais profunda e radical ignorância em diversos campos da vida nacional.

A essa degradação política e social se acrescenta uma das piores crises econômica da nossa história. Recessão forte e prolongada, desemprego crescente, redução dos salários reais “em casa onde falta pão...” A crise econômica alimenta a crise política, e vice-versa. Nesse ambiente, os governos brasileiros perderam apoio e legitimidade, a classe política atingiu o seu nadir, a Justiça perdeu o Norte.

Criou-se, leitor, um terreno fértil para a intervenção estrangeira e era neste ponto que queria chegar. A intervenção externa não precisa ser ostensiva e muito menos militar. Ela toma formas mais sutis. Com o enfraquecimento dos governos e a crise econômica, fica mais fácil para investidores de outros países, não raro com apoio estratégico de seus governos, aterrissar no Brasil e comprar empresas, terras e outros ativos brasileiros sem controle ou restrições — e na bacia das almas. O Brasil está à venda, em liquidação? Quem protege os nossos interesses? Quem nos representa no plano internacional?

Leitor, não se iluda, para determinados fins estratégicos não há substituto para o Estado nacional. Os setores privados, as organizações da sociedade civil, as universidades, os intelectuais, os artistas — todos eles carregam de alguma forma, bem ou mal, o estandarte nacional, por onde quer que andem e circulem. Mas não existem instâncias supranacionais a quem um país possa confiar a defesa dos seus interesses nacionais e dos seus objetivos vitais. Ou existem? Peço ao leitor que me aponte uma, pelo menos uma.

As entidades multilaterais mais relevantes são internacionais, vale dizer são associações entre nações, entre Estados — e delas só se beneficiam aqueles países que têm um mínimo de coesão interna e um Estado razoavelmente estruturado.  O Brasil precisa encontrar um meio legítimo de superar o quadro de polarização destrutiva e frear o processo de desintegração em curso.

Fonte: Paulo Nogueira Batista Jr. é vice-presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, sediado em Xangai, mas expressa seus pontos de vista em caráter pessoal

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

O cinema do terror

Anteontem, o mundo mudou para sempre. Há 15 anos. Isso.

No filme Godzilla, há uma imagem da rua por onde multidões fugiam do grande macaco. É a mesma rua que vimos depois, sob a nuvem de pó dos prédios caindo no 11 de Setembro. Já era a previsão do que aconteceria em 2001.  Osama usou o Ocidente contra si mesmo. Melhor que os filmes catástrofes que o inspiraram, Osama inventou o espetáculo como arma.

Osama inventou o “cinema do terror”. Isso. Vejam seu legado cinematográfico: o EI decapita os infiéis em fila bem enquadrada, vestidinhos, rostos cobertos, com botas amarelas e macacão azul, todos chiquérrimos, como num filme. Daí para frente, todos os atentados foram cinematográficos: ataque em Nice, Áustria, Londres, Paris metralhado por sua beleza...

Osama mudou o mundo com as armas do Ocidente – os aviões transformados em mísseis contra o WTC. Osama inaugurou a “Época da Normalidade Perdida”, como nomeou Martin Amis, e nos legou a imagem das torres caindo por toda a eternidade; ele fez a “mise-en-scène” de um importante momento histórico, como a queda da Bastilha, o fim do Império Romano, sei lá.  Passaram-se 15 anos e o mundo só piorou. A disseminação dos horrores nos faz sentir que algo mais terrível pode acontecer. Estamos num tempo em que se enterram vivas crianças pelo Boko Haram, em que um porco como o ditador da Coreia do Norte já tem mísseis, um mundo em que um rato psicótico como o Trump pode ser candidato a presidente. Tudo isso ameaça as amarras, as traves que sustentavam a estrutura da nossa vida social. O mundo está fora do eixo, declarou Hamlet. Pois está.

Estamos vivendo um suspense histórico, com trágicos conflitos descentralizados no mundo todo.  Como isso começou? Alguma coisa ou alguém deflagrou este tempo. Foi o George W. Bush, nossa besta do apocalipse. É impressionante como ninguém fala mais do Bush. Ele é culpado por tudo que acontece no mundo atual e ninguém fala nele. Começou com a absurda invasão do Iraque, em 2003. Qualquer ser pensante sabia que a invasão do Iraque seria um erro tão grave quanto, digamos, atacar o México por causa do bombardeio a Pearl Harbour, como disse o Kerry.

Mas, aconselhado por seu vice-papai Dick Cheney, Bush resolveu mentir que o Iraque teria “armas de destruição em massa”. Todo mundo sabia que não tinha; só havia interesses de Cheney por petróleo e outras jogadas. E Bush virou o “presidente de guerra”, comandando a paranoia americana; invadiu o Iraque e derrubou o Saddam (um canalha, sem dúvida), mas que ainda era o único a refrear os jihadistas. A partir daí, os homens-bomba floresceram como papoulas, iniciando a série de atentados na Espanha, Inglaterra, Índia, Bali, Boston e outros que vieram e virão. O criminoso Bush (esse pré-Trump) devia ser julgado pelo dano que fez ao mundo, mentindo, matando 50.000 jovens e quebrando o país, com trilhões em gastos de guerra.

Foi o pior presidente americano de todos os tempos, ignorante, alcoólatra e mau estudante, coisa de que se orgulhava. Até que um dia, para seu azar e sorte, o Osama derrubou as torres gêmeas e deflorou os Estados Unidos, nunca atacados dentro de casa. Além de estimular a crise da economia, o ataque de 11/9 acabou com a fama de infalibilidade dos EUA. Acabou com a ideia de solução, com a ideia de vitória, impossível diante de inimigos sem rosto.

De uma forma repugnante, a verdade do mundo atual apareceu. Estão irrompendo todas as misérias do planeta para além do circuito Helena Rubinstein: uma religião da vingança e da morte, formada pela ignorância milenar de desgraçados no deserto, sofrendo com imensa inveja das conquistas do Ocidente.  Não me esqueço da cara do Bush em 11/9, quando lhe contaram a tragédia, em uma palestra para um colégio. A cara do Bush foi de gesso, paralisada, sem uma rala emoção, sob o olhar das criancinhas em volta. A partir daí, a América quis vingança e Bush iniciou uma linha reta de erros para um futuro apavorante. Foi nessa época que a direita republicana mais degenerada começou a se articular.

Osama nos jogou numa era pré-política, em busca de algum “futuro”, mas os islâmicos já chegaram lá, já vivem na eternidade. Suas multidões jazem na miséria, conformadas, perfazendo um ritual obsessivo cotidiano que os libertou da dúvida. Sua obediência ao Corão lhes ensina tudo, desde como cortar as unhas até como matar “cães infiéis”. Como disse o “mulá” Mohammad Omar, com desdém: “Nós amamos a morte; vocês sempre gostaram de viver...”.

Se Bush não tivesse invadido o Iraque, o mundo seria outro. Mas o “se” não existe na História. Foi o que foi. Osama morava fora da História, contemplando-a com ódio e fascinação lá da eternidade desértica de sua terra. Osama desmoralizou nossas ilusões de continuidade, de lógica, de finalidade. E nos trouxe a morte, atacando feito cachorro louco.  Osama atacou a contemporaneidade com um estilo bem “contemporâneo”. Ele trouxe o “intempestivo” para o início do século 21 que, achávamos, seria confortável, seguro, controlável.

Por outro lado, Bush continuou sua trajetória de boçalidade e cumpriu todos os desejos de Osama, como um lugar-tenente burro. Tudo que o terrorista queria Bush fez. Essa invasão absurda estimulou o terror.  Osama morreu, mas sua obra foi bem sucedida. Ele semeou o terrorismo e Bush legitimou-o para sempre. Bush veio para acabar com todas as conquistas liberais dos anos 60. Só faltava um pretexto; Osama deu-o.

Mais tarde, Obama conseguiu matar o Osama. No entanto, a morte de Osama no Paquistão indispôs mais o Oriente Médio contra nós e fragilizou a liderança dos Estados Unidos como potência. [mais uma das burrices cometidas por Obama.]  Daí, Irã, Egito, Líbia, guerra da Síria contra seu povo, apoiada claro, pela China e (oba!) pela Rússia da KGB. E hoje, 15 anos depois, por causa desse homem e sua estupidez nefasta, estamos perdidos nessa briga de foice em quarto escuro.


Fonte: Arnaldo Jabor - Estadão

Força-tarefa da Operação trabalha a todo vapor em denúncias criminais contra o ex-presidente - See more at: http://www.folhabrasilnoticias.com.br/2016/09/lava-jato-devera-concluir-hoje-denuncia.html#sthash.EBBH08TM.dpuf


Lava Jato deverá concluir hoje denúncia contra Lula

- See more at: http://www.folhabrasilnoticias.com.br/2016/09/lava-jato-devera-concluir-hoje-denuncia.html#sthash.EBBH08TM.dpuf


Lava Jato deverá concluir hoje denúncia contra Lula

- See more at: http://www.folhabrasilnoticias.com.br/2016/09/lava-jato-devera-concluir-hoje-denuncia.html#sthash.EBBH08TM.dpuf


Lava Jato deverá concluir hoje denúncia contra Lula

- See more at: http://www.folhabrasilnoticias.com.br/2016/09/lava-jato-devera-concluir-hoje-denuncia.html#sthash.EBBH08TM.dpuf

sábado, 30 de julho de 2016

Sexo e a Casa Branca

Com Hillary Clinton na Casa Branca - algo que esperamos não ocorra - a luta em prol da liberação mundial do aborto será fortalecida. Matar ser humanos inocentes e indefesos será a regra, algo a ser apoiado e incentivado.

Hillary Clinton tem um longo currículo, mas continua à sombra de Bill - e se orgulha de ter sido sua alcoviteira no caso Mônica Lewinsky.

Enfim, a democrata Hillary Clinton entrou para a História dos EUA como a primeira mulher a vencer as primárias de um partido relevante com chances reais de chegar à Casa Branca — em 1872, Victoria Woodhull foi candidata por um partido nanico. Isso ocorre 228 anos depois de aprovada a Constituição americana, e quase um século após o sufrágio, que permitiu às americanas votar.  O caminho percorrido foi longo, no entanto, na última semana, um dos temas mais debatidos sobre sua candidatura era como Hillary deveria responder aos eleitores se o escândalo político sexual envolvendo o então presidente Bill Clinton e a estagiária Monica Lewinsky voltasse à tona. Donald Trump, o candidato do Partido Republicano, acusou-a de estar playing the gender card (algo como jogando a “cartada do gênero”), ou seja, usar o fato de ser mulher para se beneficiar na corrida presidencial.

Não sei se Trump sabe, mas 51% da população americana são mulheres, não era sem tempo que uma delas chegasse à corrida presidencial. Se um candidato pode tirar vantagem do próprio gênero é Trump. Ser homem tem sido até agora um pré-requisito para a Casa Branca e outros cargos no governo dos EUA. [nada contra as mulheres mas vejamos o exemplo do Brasil - foi só dar chance a uma mulher e ela ferrou com tudo, f ... tudo.]
 
Elas ocupam 19,4% dos assentos no Congresso americano — menos que a média mundial de 21,9%, o que põe os EUA em 75ª posição num ranking global de representatividade feminina nos governos nacionais, entre 189 países onde estes cargos foram eleitos diretamente, atrás de África do Sul, Cuba, Ruanda. O ranking é feito pela União Interparlamentar, que acompanha as atividades de Parlamentos em todo o mundo. Apenas 10% dos cargos de governador, 12% das prefeituras das cem maiores cidades americanas e 24% dos assentos nos Legislativos estaduais são ocupados por mulheres nos EUA. Elas são também minoria nos postos públicos.

É precisamente por isso que democratas e republicanos nunca tiveram uma candidata à Casa Branca até a última quarta-feira. Porque barreiras ainda impedem a maioria das mulheres com ambições políticas de trilhar uma carreira relevante que lhes permita exercer sua competência e demonstrá-la aos eleitores. Na taxa atual, levará 500 anos para que as mulheres sejam igualmente representadas no Congresso, calcula o site GovFem, que defende maior representatividade feminina na política.

Hillary é uma exceção à regra. Formada em Direito pela Universidade de Yale, onde conheceu Bill Clinton, seu colega de classe, ela trabalhou com uma série de políticos, integrou a equipe que investigou o escândalo de Watergate como consultora jurídica do comitê que analisava o impeachment do presidente Nixon, trabalhou na campanha de Jimmy Carter, e foi consultora legal de seu gabinete, até se tornar primeira-dama quando Bill Clinton foi eleito governador do Arkansas e, em seguida, presidente dos EUA. Depois disso, foi eleita senadora, cargo que ocupou entre 2001 e 2009, e secretária de Estado até 2013, mas continua sendo vista à sombra do marido.

As mulheres nos EUA ainda são retratadas como as quatro personagens do seriado “Sex and the City”: independentes e bem-sucedidas profissionalmente que, ainda assim, só sabem falar em homens e sapatos. Em “Breaking Bad”, mais recente, a personagem feminina é uma dona de casa ingênua, neurótica sobre a possibilidade de traição do marido, que acaba virando mulher de bandido por amor. A personagem, é claro, é mais complexa do que eu teria espaço para descrever aqui, e evolui ao longo da série, mas nunca chega a ser protagonista. 

Em “House of Cards”, Claire Underwood, a personagem forte de Robin Wright, expõe barreiras e preconceitos que a mulher enfrenta na política, relegada a viver à sombra do marido. Ao mesmo tempo, Claire é retratada como uma mulher sem escrúpulos, que mantém o casamento por interesse, e é capaz de fazer qualquer coisa para satisfazer sua ambição, como puxar o tapete da secretária de Estado. O clássico estereótipo da mulher moderna.

Hillary atravessou vários escândalos políticos. Foi investigada sobre o ataque ao posto diplomático americano em Benghazi, Líbia, que resultou na morte do embaixador Christopher Stevens e outras três pessoas. As investigações apontaram “falhas sistemáticas de liderança e deficiências de gerenciamento” no Departamento de Estado. Em maio, foi acusada de usar um servidor privado para trocar e-mails, incluindo informações confidenciais que diziam respeito ao Departamento de Estado.

Ser mulher não garante uma boa administração, nem mesmo em termos de igualdade. Paquistão, Índia, Bangladesh tiveram mulheres como líderes antes dos EUA. Mas não ter mulheres em um governo significa que metade da população não está representada. [só que se tratando de representação da população, deve ser considerado prioridade eleger congressistas, Poder Legislativo.]

Fonte: O Globo - Adriana Carranca 


terça-feira, 26 de julho de 2016

A boca, Bush e Trump

É espantoso o mal que a estupidez de um só homem pode provocar no planeta

Vivemos um suspense histórico, uma situação de trágicos conflitos descentralizados no mundo todo, principalmente no Oriente Médio. Como isso começou? Alguma coisa ou alguém deflagrou este tempo. Na minha opinião, foi o George W. Bush, nossa besta do apocalipse.  Ele é culpado por tudo que acontece no mundo atual e ninguém fala nele. Bush está pintando quadros em sua fazenda do Texas, enquanto o mundo que ele armou se destroça.

Finalmente, depois de 13 anos dessa vergonha, a Comissão de Crimes de Guerra de Kuala Lumpur, na Malásia, julgou e condenou Bush e Cheney por crimes de guerra. Isso. Claro que não há quem prenda o nefasto elemento. Mas, já é um consolo.  Tudo começou com a absurda invasão do Iraque em 2003.  A invasão do Iraque foi um erro tão grave quanto, digamos, atacar o México por causa do bombardeio a Pearl Harbor em 1941. Aconselhado por seu vice-papai Dick Cheney — um dos piores ratos da América —, Bush mentiu que o Iraque tinha “armas de destruição em massa”.

A partir daí, Bush continuou a construir nosso futuro apavorante. Ele não era um Hitler nem um Mussolini, com seus dogmas psicóticos. Ele era a estupidez destrutiva, com trapalhadas trágicas que não tinham a obstinação sangrenta de loucos, mas a desorientação porra-louca de um bêbado boçal. A partir daí o mundo entrou numa ciranda de horrores. Eu estava lá nos Estados Unidos e vi. Parece loucura, mas tudo começou quando Bill Clinton teve um caso com Monica Lewinsky, aquela estagiária gorda de Washington. Monica fez-lhe um boquete na cozinha da Casa Branca, entre pizzas, enquanto a Hillary dormia. Ela denunciou-o e Clinton, encurralado, mentiu na TV, declarando que nunca tivera relações sexuais com Monica. Mas ela guardara um vestido marcado por esperma do presidente, cujo DNA provava sua atuação. Vexame total para Clinton e quase um impeachment.

Aí, o Al Gore, candidato democrata contra o Bush, ficou com medo de defender o Clinton na campanha, para não ser considerado cúmplice de adultério até por sua esposa. Gore medrou. E Bush foi eleito. Foi nessa época que a direita republicana mais degenerada começou a se articular. Bush foi o pior presidente americano de todos os tempos, uma espécie de Forrest Gump no poder, ignorante e alcoólatra.

Até que um dia, para seu azar e sorte, o Osama Bin Laden derrubou as torres gêmeas no evento mais espantoso do século 21 (até agora...) e deflorou os Estados Unidos, nunca atacados dentro de casa. Não me esqueço da cara do Bush quando lhe contaram no ouvido a tragédia, enquanto ele dava uma palestra para meninos de um colégio. A cara do Bush foi de gesso, paralisada, sem uma rala emoção, sob o olhar das criancinhas em volta. A partir daí, a América quis vingança. Bush virou o “presidente de guerra” comandando a paranoia americana. Bush veio para acabar com todas as conquistas liberais dos anos 60. Só faltava um pretexto; Osama deu-o.

Aí, Bush e Dick Cheney, seu vice, derrubaram o Saddam Hussein, um ditador sunita escroto, mas que servia ao menos para segurar o Oriente Médio com sua intrincada geopolítica fanática e religiosa. [aqui o Jabor acerta; e os que quiserem ler, uma obra escrita com vários anos de antecipação, nos tempos do Bush pai, terão oportunidade de entender as razões que tornavam conveniente a permanência de Saddam Hussein comandando o Iraque, o que levou a 'coalizão' a não invadir o Iraque, depondo Saddam durante a Guerra do Golfo.
A obra magistral, de Frederic Forsyth, O PUNHO DE DEUS, antecipa e explica tudo.

No Oriente, o ódio ancestral contra os USA cresceu como nunca. Isso fortaleceu não só a Al Qaeda como seus filhotes e os homens-bomba floresceram como papoulas, iniciando a série de atentados em Espanha, Inglaterra, Índia, Bali, Boston, Paris e outros que vieram e virão. Errando sempre, Bush cumpriu todos os desejos de Osama, como um lugar-tenente burro. Essa invasão absurda estimulou o terrorismo. Osama morreu, mas sua obra foi bem-sucedida. Bush legitimou-o para sempre. Amigos, esta é a verdade brutal: a gênese do Estado Islâmico está na invasão do Iraque pelos Estados Unidos.

A América jogou dois trilhões de dólares no Iraque para uma guerra sem vitórias, porque os inimigos eram e são invisíveis. Mataram milhares de americanos jovens e arrasaram um país que hoje já é dominado pelo Estado Islâmico, perto do qual a Al Qaeda é uma ONG beneficente. Somou-se a essa (perdão...) cagada a crise econômica de 2008, provocada pela desregulação total das finanças de Wall Street por Bush, precedido erradamente por Clinton.

E por essas linhas tortas, surgiu o Trump, essa ameaça à humanidade. Como? Eu chego lá...
A globalização da economia e da políticainevitável com a mutação do capitalismo — trouxe uma obrigatória convivência com o “incontrolável”, trouxe o fim de certezas, trouxe uma relativização de valores morais, sexuais, políticos, insuportáveis para a grande massa da estupidez americana endêmica. A paranoia da América não podia suportar tanta democracia. O fim das certezas enlouqueceu o absolutismo fundamentalista cristão. 

Depois começou a era que chamávamos de Primavera Árabe — ridícula ilusão do Ocidente de que os árabes estavam obcecados pela democracia dos Estados Unidos... Rs rs rs...
Obama conseguiu então matar o Osama e foi reeleito. [o que possibilitou mais quatro anos de destruição dos valores morais, sexuais e que agora, com as bênçãos de DEUS, Trump corrigirá.] 
 
Mas, a morte de Osama no Paquistão indispôs mais ainda o Oriente Médio contra nós e fragilizou a liderança dos Estados Unidos como potência. Daí, tudo andou para trás: Irã, Egito, Líbia, guerra da Síria contra seu povo, apoiada claro, pela China e, oba!, pela Rússia da KGB. E hoje estamos nessa briga de foice em quarto escuro, estamos na véspera de novos horrores que não param de acontecer, agora com a terceirização do terror, com o EI oferecendo franquias para os lobos solitários do Ocidente.

Se não tivessem invadido o Iraque, o mundo seria outro. Mas o “se” não existe na História. Foi o que foi. A história é intempestiva e ilógica e as tentativas de dominá-la em geral dão em totalitarismo e ditaduras. A pior estrada foi tomada, como um fim de porre do texano fraco e incompetente. É espantoso o mal que a estupidez de um só homem pode provocar no planeta. Mas, afinal, pergunta o leitor, que que o Trump tem a ver com isso?
É simples; ele nasceu da boca de Monica Lewinsky, em 1997, durante aquele devastador “boquete” que mudou o mundo. E que pode destruí-lo, um dia. [não devemos olvidar que a senhora Hillary foi responsável quando aceitou ser alcoviteira do próprio marido.]

Fonte: Arnaldo Jabor - O Globo

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Membro brasileiro do Estado Islâmico planejava atentado contra delegação francesa no Rio, diz jornal

Informação foi revelada pelo serviço secreto da França durante audiência da CPI sobre os ataques de 2015

- Um membro brasileiro do Estado Islâmico estaria preparando um atentado à delegação francesa durante os Jogos Olímpicos do Rio, segundo o resultado de um inquérito parlamentar divulgado nesta quarta-feira pelo jornal francês “Libération”. O conteúdo foi revelado durante uma audiência a portas fechadas em 26 de maio com o chefe da direção de informações militares (Direction du Renseignement Militaire), o general Christophe Gomart, em uma Comissão Parlamentar de Inquérito sobre os atentados de 2015 na França. A reportagem foi manchete do site do jornal europeu. 
 
Na transcrição publicada, Gomart não dá muitos detalhes sobre o plano de atentado e responde aos parlamentares apenas que ficou sabendo da informação “através de parceiros”.

Segundo o “Libération”, esse trecho não deveria ter vindo a público, o que explica a aparente incoerência da transcrição. No texto publicado no site da Assembleia Nacional, Gomart faz relatos do monitoramento feito pelo serviço de inteligência de suspeitos oriundos do Iêmen e da Líbia, quando o assunto aparece de repente, como pode ser visto a seguir:
General Christophe Gomart: Ao menos três fontes fazendo referências a sites do Daech [acrônimo do Estado Islâmico] em várias cidades sírias também puderam ser avaliadas graças aos conhecimentos e capturas do DRM [Direction du Renseignement Militaire] (...) Estas trocas permitem recuperar e confirmar as informações nos teatros de operações [termo militar].
George Fenech (deputado): Eu não havia ouvido falar deste brasileiro que pretendia cometer atentados contra a delegação francesa nos Jogos Olímpicos. Como você sabe disso?
General Christophe Gomart: Pelos nossos parceiros.


Na avaliação do jornal, “nossos parceiros” seriam os Estados com os quais a França colabora na luta contra o terrorismo. O "Libération" destaca que o Brasil prevê um “centro antiterrorista” formado por especialistas americanos, britânicos, espanhóis e franceses.

Trecho da conversa entre deputado e general transcrita no 'Libération' - Reprodução

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Aborto = um dos atos mais covardes que uma mulher pode praticar = assassinato de um SER HUMANO INOCENTE e INDEFESO - qual a diferença entre uma mãe que pratica o aborto e um executor do Estado Islâmico?



Sobre o aborto
Quem sabe agora, diante do desastre e da gritaria, tomem vergonha e tenência
A epidemia de zika e o aumento explosivo do número de casos de microcefalia puseram na ordem do dia o debate sobre a descriminalização do aborto. Da escuridão, às vezes, nasce a luz: tenho a impressão de que, em menos de um mês, foram publicados mais artigos e entrevistas sobre o assunto do que nos dez anos anteriores.
Amaldiçoado com uma das classes políticas mais cínicas e calhordas do mundo, que foge de qualquer tema que possa desagradar aos religiosos, o Brasil está se devendo essa discussão há tempos — mas a simples menção da palavra “aborto” basta para que os nossos legisladores, salvo raras e heroicas exceções, virem para o lado e façam cara de paisagem. Pouco importam, para eles, as vítimas da sua covardia. Quem sabe agora, diante do desastre e da gritaria, tomem vergonha e tenência. [a alegada covardia dos legisladores, citada neste texto,  é a forma mais eficaz para o combate da mais covarde das covardias, aquela que uma mãe comete quando concorda em assassinar um filho que ainda está no seu ventre, totalmente inocente, indefeso e dependente.]

Interromper uma gravidez, em qualquer situação, é prerrogativa da mulher. A maioria dos países do Primeiro Mundo — aqueles que melhor resolveram as suas desigualdades econômicas e sociais — já reconheceu isso. [quer dizer que um país ao se tornar país do primeiro mundo, também   se torna DONO do direito de assassinar covardemente os que não podem se defender;
Se os países do primeiro mundo assassinam crianças NÃO NASCIDAS e são tomados como exemplo de competência na resolução de suas desigualdades, fica difícil de entender que as barbaridades cometidas pelo Estado Islâmico (repudiamos aquele estado e as barbaridades que pratica)  sejam repudiadas pelos mesmos países.
Ou será que a ilustre articulista considera menos covarde, menos cruel, assassinar uma criança ainda no VENTRE MATERNO do que assassinar um adulto que caiu nas mãos daquele bárbaro estado?
Se não é reprovável aos países do primeiro mundo assassinar crianças – assassinar crianças é reprovável em qualquer circunstância e mais ainda quando se trata de crianças ainda não nascidas -  , não tem sentido considerar reprovável que o Estado Islâmico, quarto ou quinto mundo, assassine adultos.] O aborto é legal, sem restrições, em toda a América do Norte, na Europa (com as significativas exceções da Polônia e da Irlanda), na Austrália e numa boa parte da Ásia, para não falar em países que nem são tão desenvolvidos assim, mas que têm feito um esforço nesse sentido, como nosso vizinho Uruguai ou a África do Sul.

Em outros, como Índia, Japão ou Islândia, foram estabelecidos limites de tempo para a interrupção da gravidez, mas mesmo esses limites podem ser flexibilizados em casos de doença grave da mãe ou do feto, ou circunstâncias socioeconômicas adversas. Eles entendem que a maternidade é um compromisso para a vida inteira, e que um aborto é muito menos traumático, individual e coletivamente, do que uma criança indesejada.

O Brasil, porém, está alinhado com o Afeganistão, a Somália, a Líbia, o Sudão, o Mali, o Burundi, o Iêmen ou o Haiti, países onde a vida humana, caracteristicamente, vale muito pouco. Até Paquistão e Arábia Saudita, que tratam as suas mulheres feito lixo, têm leis melhores do que as nossas, para não falar numa quantidade de países da África subsaariana, como Zâmbia, Namíbia ou Quênia.

Digo que o Brasil precisa discutir o aborto, mas eu mesma, pessoalmente, não tenho mais ânimo para isso. Sei que existem pessoas boas genuinamente angustiadas com a sorte dos fetos alheios, para além de dogmas religiosos e falsos moralismos, mas essas pessoas têm sido minoria nas discussões acaloradas da internet.

Nessas discussões, as pessoas que mais se dizem horrorizadas com as mortes de fetos — chamando-os de “crianças” para maior efeito dramático, fingindo desconhecer o fato de que “crianças”, ao contrário de embriões, conseguem sobreviver fora do corpo da mãe — são estranhamente insensíveis às mortes das mulheres obrigadas a abortar em condições sub-humanas. [obrigadas? Elas abortam por opção, por falta do instinto materno, por crueldade, até mesmo por prazer e por não possuírem qualquer resquício de piedade. Para elas, a vida de uma criança, ainda no ventre materno – que deveria ser um abrigo seguro – não tem o valor de um pedaço de carne. Pode ser descartada.]  Para elas, a vida, tão preciosa dentro do útero, deixa de ter valor do lado de fora. Defendem a inviolabilidade da vida, e sustentam que a legislação brasileira, retrógrada ao extremo, basta para qualquer mulher; não veem contradição nenhuma em defender o aborto em casos de estupro e em gritar que toda vida é sagrada. Mas, se é, que diferença há entre os fetos gerados por estupro e os fetos gerados por amor? As “crianças” não são todas iguais? Hipocrisia é o nome do jogo.

Defender a criminalização do aborto é fechar os olhos para o fato de que quase um milhão de abortos são realizados anualmente no Brasil, com cerca de 200 mil internações decorrentes de procedimentos mal feitos; é ignorar as estatísticas mundiais que mostram que o número de abortos se mantém estável quando a legislação muda a favor da mulher; é contribuir para a desigualdade social, porque mulheres ricas continuarão fazendo aborto sempre que necessário. [a tese das malditas abortistas é que as crianças com microcefalia dão trabalho, causam incômodos durante a vida; a se consolidar este raciocínio, se pergunta: E quando vão passar a assassinar crianças com Síndrome de DOWN? Elas também dão trabalho, incomodam.]

Mas defender a criminalização do aborto é, acima de tudo, um ato de inacreditável soberba, que põe todos os “juízes” acima da mulher que optou por interromper a gravidez. Ora, fazer aborto não é uma decisão fácil ou leviana; nenhuma mulher faz aborto por esporte. Qualquer uma que chega a essa decisão já pensou muito, e já pesou, dentro da sua capacidade, os prós e contras da questão — mas os senhores e senhoras que a condenam acham que conhecem melhor as suas condições e os seus sentimentos do que ela mesma, e se acreditam no direito de castigá-la.

Quem pede a legalização do aborto não pede a ninguém que aborte ou seja “a favor do aborto”; pede apenas que seja dado às mulheres o direito de decidirem o seu futuro por si mesmas, sem correr riscos de saúde desnecessários, e sem que Estado ou Igreja se metam onde não são chamados.

Este assunto me tira do sério muito mais do que qualquer outro (ou, vá lá, quase qualquer outro) porque nele vejo, além da hipocrisia, muita maldade, falta de compaixão e todo o tipo de chicana moral e religiosa para continuar mantendo as mulheres na posição de submissão em que foram mantidas ao longo dos séculos.

A verdade é simples: a criminalização do aborto é um crime contra a mulher.
[E o aborto é um crime contra uma criança indefesa, inocente e ainda no ventre materno.]

Fonte: Artigo escrito por Cora Ronai, em sua Coluna mantida em O Globo, em 4/2/16.
Pedimos vênia pela transcrição; quanto a opção por replicar ponto a ponto é devido nossa veemente discordância aos que querem usar uma epidemia – a ZIKA – para defender o aborto.
Notícias mais recentes já deixam espaço para outras formas de atuação do vírus em sua capacidade de causar doenças, inclusive de ordem sexual.
Caso se comprove que o vírus ZIKA causa diversas outras doenças, sem nenhuma relação com a gravidez, as mulheres e homens que o contraírem também serão mortos?