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quinta-feira, 1 de junho de 2023

Lula, capacho de ditador - Marcel van Hattem

Vozes - Gazeta do Povo


Lula e Maduro se reuniram em Brasília.| Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil.

É impossível a qualquer democrata, de direita ou de esquerda, assistir às indecentes imagens do ditador Nicolás Maduro em visita ao Brasil, refestelando-se na companhia de Lula, sem indignação e nojo. 
Nojo dos crimes de seu regime, da tortura que pratica contra opositores; indignação com o maltrato ao próprio povo, com a fome que assola o país e já fez mais de 7 milhões de venezuelanos emigrarem, inclusive para o Brasil, fugitivos e refugiados do “Socialismo do Século XXI". 
Lula conseguiu, nos últimos dias apenas, consolidar-se como um pária internacional de primeira ordem.  
O mundo está em choque; o Brasil está envergonhado.
 
Como a dar conselhos a um velho amigo, porém, constrangedoramente em público durante coletiva de imprensa, Lula sugeriu ao ditador Maduro que criasse sua própria narrativa sobre seu regime, pois seria “infinitamente melhor” do que a narrativa que estaria sendo disseminada. Lacalle Pou, presidente do Uruguai também presente à cúpula no Brasil e de direita, não aceitou o revisionismo histórico macabro pretendido por Lula. 
Durante a reunião fechada realizada no Itamaraty com os demais presidentes sul-americanos presentes, ligou a câmera de seu celular e transmitiu sua fala ao vivo pelas redes sociais: “Não temos a mesma definição sobre direitos humanos, respeito às instituições e democracia”. E acrescentou, sobre as supostas “narrativas” a respeito da crueldade do regime bolivariano: ”Não se pode tapar o sol com o dedo!”.

    Direita ou esquerda, não importa: se houver um mínimo de honestidade intelectual é impossível ignorar as atrocidades que acontecem em solo venezuelano.

Também o presidente chileno, dessa vez um esquerdista, Gabriel Boric, fez questão de se manifestar: “Não é uma construção narrativa, é a realidade”. E reforçou que a viu com os próprios olhos, ninguém o ludibriou com uma falsa narrativa: “É [uma realidade] séria, e tive a oportunidade de vê-la nos olhos e na dor de centenas de milhares de venezuelanos que vêm à nossa pátria e que exigem, também, uma posição firme e clara para que os direitos humanos sejam respeitados sempre e em todos lugares, independentemente da cor política do governante de turno”. 
Direita ou esquerda, não importa: se houver um mínimo de honestidade intelectual é impossível ignorar as atrocidades que acontecem em solo venezuelano, pois elas transbordam para o resto do continente – inclusive, para o Chile, país geograficamente mais distante na América do Sul da ditadura de Maduro e, ainda assim, impactado por massas de refugiados vindos, a milhares de quilômetros de distância, do norte.
 
Roraima, no norte brasileiro e limítrofe à Venezuela, é o estado brasileiro que mais tem sofrido com a calamidade gerada e agravada diariamente por Maduro. 
São dezenas de milhares de cidadãos que já cruzaram a fronteira em Pacaraima, muitos dos quais lotam as ruas e praças de Boa Vista, capital do estado. Eu poderia tentar descrever tudo o que se passa por lá, mas me faltariam palavras para retratar o que este vídeo produzido por empreendedores locais revela com exatidão e compaixão: o sofrimento profundo desse povo, incluindo crianças desalentadas e mulheres violentadas. Onde está a narrativa, Lula? 
Confirma-se, apenas, que narrativa é apenas um eufemismo do petista para esconder verdades cruéis e inoportunas e disseminar mentiras deslavadas que lhe sejam convenientes.
 
Para encerrar o segundo dia dessa trágica e vergonhosa visita de Maduro ao Brasil, agressões físicas a jornalistas revoltaram a imprensa internacional
Capangas do ditador e funcionários do GSI de Lula revezaram-se nas grosserias, no empurra-empurra que resultou até mesmo num inadmissível e violento soco no peito de uma jornalista da Rede Globo, Delis Ortiz. Além de toda solidariedade que precisa ser prestada aos profissionais de imprensa agredidos, é forçoso acrescentar: na Venezuela sequer imprensa livre existe
Não à toa a revolta e o repúdio a essa visita, inoportuna e vexaminosa, têm sido unânimes por parte dos meios sérios de comunicação brasileiros.
 
É lamentável assistirmos à derrocada brasileira no cenário internacional. 
 A ONU e seus órgãos multilaterais, bem como ONGs de defesa dos direitos humanos e da democracia não hesitam em condenar o regime ditatorial venezuelano
Todo o mundo democrático rechaça a liderança sanguinária de Nicolás Maduro, mas Lula parece viver uma realidade paralela. 
O presidente do Brasil dá sinais de estar vivendo uma fantasia obscena, um frenesi mirabolante de fazer do nosso país líder do que há de pior na face da Terra
Essa dança da morte precisa ser interrompida; os brasileiros não merecem tamanha humilhação, pois o máximo que Lula está conseguindo passar ao mundo é que está se dispondo a servir de capacho a um ditador.


Marcel van Hattem, deputado  federal - coluna na Gazeta do Povo - VOZES


sexta-feira, 12 de maio de 2023

A censura tem pressa. Eles vão tentar de novo - Silvio Navarro

 Revista Oeste

De volta ao poder, a esquerda tenta controlar a liberdade de expressão no Brasil pela terceira vez — a novidade é que agora tem um aliado supremo

 

Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino | Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock/Marcelo Camargo/Agência Brasil 

Quando chegou ao poder em janeiro de 2003, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cercou-se de um grupo de petistas de confiança, apelidado de “núcleo duro” do governo. Todas as ações colocadas em prática saíram de reuniões com o chefe do time, José Dirceu; o bancário Luiz Gushiken, apelidado de China; o intelectual mineiro Luiz Dulci, professor de letras clássicas; Antonio Palocci (Fazenda) e Gilberto Carvalho, auxiliar de Lula em todas as horas.

Partiu desse grupo, com voto contrário de Palocci, a ideia de implementar um Conselho Federal de Jornalismo, destinado a regular os meios de comunicação — ou controlar “o que alguns profissionais e algumas empresas divulgam por interesse”, como disse Ricardo Kotscho, então secretário de Imprensa do Palácio do Planalto. 
O sindicato da categoria apoiava. Mas os veículos de mídia, não. 
Kotscho chegou a bater boca mais de uma vez com o colunista da Folha de S.Paulo Clóvis Rossi em artigos e num debate promovido pelo SBT. Rossi reclamava da “mania de achar que a sociedade precisa de tutela”. Houve pressão no Congresso Nacional contra a tentativa de censura. O projeto naufragou e, com o estouro do Mensalão logo em seguida, ninguém mais tocou no assunto.  
O então ministro da Secretaria de Comunicação Social, Franklin Martins (16/12/2010) | Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Em 2010, a ex-presidente Dilma Rousseff tinha como um dos principais assessores o jornalista Franklin Martins, que como ela participou de grupos terroristas armados contra o regime militar. Martins redigiu um “anteprojeto de regulação da mídia” que previa a criação de uma agência de informação no Brasil, nos moldes da KGB soviética e da DGI (Direção-Geral de Inteligência) de Cuba. Dizia que era preciso “ter certo equilíbrio” no que veículos de mídia produziam, especialmente a Rede Globo, a revista Veja e os jornais Folha de S.Paulo e Estado de S. Paulo. Sem votos no Congresso, Dilma não levou o projeto adiante. Tempos depois, numa live durante a campanha do ano passado, Martins lembrou da história. “Por razões que um dia ela explicará, resolveu deixar o projeto na gaveta”, disse. Estava ao lado de Fernando Haddad e de outros petistas, que sugeriram tentar controlar a mídia outra vez se Lula fosse eleito.

As reações enfurecidas de Moraes contra as big techs passaram a dividir até jornalistas do autointitulado consórcio da imprensa. Aos poucos, alguns começam a questionar se esse autoritarismo não ultrapassou o limite das liberdades constitucionais

Eis que, de volta ao poder em 2023, Lula promove uma nova investida para tutelar a liberdade de expressão e de imprensa no país.  
A ideia é antiga, mas o cenário é completamente diferente. Em alguns aspectos, muito melhor do que ele poderia imaginar: a imprensa tradicional, sobretudo a Rede Globo, agora está do seu lado. 
Mas por que jornalistas defendem a mordaça contra o próprio trabalho? Duas respostas são possíveis: a primeira é que, diante da ruína financeira desde o advento das redes sociais, as grandes empresas de mídia pretendem cobrar dinheiro das chamadas big techs pela publicação dos seus conteúdos. Seria uma nova forma de financiar a velha imprensa tradicional. A segunda — e definitiva — explicação é que todos têm um inimigo em comum: o “bolsonarismo”, termo usado para desqualificar todos aqueles que não seguem a cartilha do “progressismo virtuoso”.

O escolhido para comandar o projeto de controle da informação — consequentemente, da internet — no Brasil foi o comunista Flávio Dino, ministro da Justiça e também responsável pelo controle das divisões de Inteligência e da Polícia Federal. Com estilo autoritário e fanfarrão, Dino é tão bem tratado pela velha mídia que se sentiu à vontade nesta semana para se declarar um super-herói do cinema.

Confesso que gostei. Sonhos de infância não morrem jamais. 😎🤣 pic.twitter.com/MuJ4nKXaGS— Flávio Dino 🇧🇷 (@FlavioDino) May 10, 2023

PL das Fake News | “Que imunidade é esta?”, questionou ⁦@FlavioDino⁩, ministro da ⁦@JusticaGovBR⁩, ao falar sobre a regulação das empresas de tecnologia na Comissão de Segurança Pública do Senado. Confira o que disse o ministro: pic.twitter.com/f1Bpd6xzQY— TV BrasilGov (@tvbrasilgov) May 10, 2023

A equação parecia perfeita para a esquerda, mas faltou um ingrediente crucial: os votos no Congresso, que dariam verniz democrático à censura. 
Pressionados pela opinião pública, os deputados não quiseram votar nem o PL 2630, de Orlando Silva, nem um “puxadinho” dele, o PL 2370, de Jandira Feghali — para remunerar artistas e o “jornalismo profissional” nas redes sociais. Os dois parlamentares foram escolhidos a dedo na minúscula bancada do Partido Comunista do Brasil. 
 
O aval supremo

O problema real nessa nova tentativa de mordaça contra a liberdade de expressão no país é que, desta vez, ela tem chance de prosperar. 
E isso não tem nada a ver com a truculência de Flávio Dino e seus auxiliares, nem com a histeria do senador Randolfe Rodrigues ou da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, ou com alguns analistas da velha mídia. O projeto tem o aval do Supremo Tribunal Federal (STF), que se autoproclamou Poder Moderador do Brasil, segundo o ministro Dias Toffoli. “Nós já temos um semipresidencialismo com um controle de Poder Moderador que hoje é exercido pelo Supremo Tribunal Federal. Basta verificar todo esse período da pandemia” (Dias Toffoli, durante um fórum em Lisboa, em 2021)

A espada desse Poder Moderador que não existe desde a Constituição Imperial de 1824,
redigida em benefício de dom Pedro II, está nas mãos do ministro Alexandre de Moraes. 
Há quatro anos, ele é o relator de uma série de inquéritos, que começaram com o tema de fake news, migraram para milícias digitais e se desmembraram em tantas pastas derivadas que ninguém mais sabe quantas são. Como também acumula a cadeira de presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Moraes tem aplicado multas, censurado perfis nas redes sociais e determinado a prisão de quem comete alguma conduta passível de ser enquadrada num dos inquéritos.

A mais recente decisão de Moraes atingiu o Telegram, plataforma mundial de troca de mensagens concorrente do WhatsApp. Na quarta-feira 10, a empresa enviou aos usuários a seguinte mensagem: “O Brasil está prestes a aprovar uma lei que acabará com a liberdade de expressão. O PL 2630/2020 dá ao governo poderes de censura sem supervisão judicial prévia. Se aprovado, empresas como o Telegram podem ter que sair do Brasil”.

A mensagem deixou a esquerda furiosa. Randolfe e o deputado Guilherme Boulos (Psol-SP) compararam o Telegram ao nazismo.
 Mais uma vez Alexandre de Moraes entrou em campo.  
Num despacho que tem sete sinais de exclamação, parágrafos em letras maiúsculas e frases de efeito, ele ameaçou suspender a empresa de funcionar no Brasil, impôs multa de R$ 500 mil por hora em caso de insistência e mandou não só apagar a mensagem enviada, como publicar outra no lugar que ele próprio ditou. Dizia o texto: “Por determinação do Supremo Tribunal Federal, a empresa Telegram comunica: a mensagem anterior do Telegram caracterizou flagrante e ilícita desinformação atentatória ao Congresso Nacional, ao Poder Judiciário, ao Estado de Direito e à Democracia Brasileira, pois, fraudulentamente, distorceu a discussão e os debates sobre a regulação dos provedores de redes sociais e de serviços de mensageria privada (PL 2630), na tentativa de induzir e instigar os usuários à coagirem os parlamentares”. DECISAO-DE-MORAES
O Telegram já sofreu bloqueios ou foi banido em 11 países. Os casos mais agudos ocorreram nas ditaduras da China e de Cuba e no Irã. Houve problemas sérios com canais no Paquistão e na Rússia. Não há relatos de ameaça ao seu funcionamento em países como os Estados Unidos, o Reino Unido, o Japão, nem no eixo ocidental.

Diante desse cenário, as reações enfurecidas de Moraes contra as big techs passaram a dividir até jornalistas do autointitulado consórcio da imprensa. Aos poucos, alguns começam a questionar se esse autoritarismo não ultrapassou o limite das liberdades constitucionais. “Nenhum juiz é árbitro do debate público no País, menos ainda com decisões de ofício, menos ainda sobre projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional”, afirmou o editorial de O Estado de S. Paulo. Suas decisões tampouco são unanimidade no Ministério Público Federal — uma das principais críticas é a vice-procuradora Lindôra Araújo. Opinião do Jornal Estado de S. Paulo (4/5/2023) | Foto: ReproduçãoOpinião do Jornal Folha de S. Paulo (10/5/2023) | Foto: Reprodução

É absurda a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF)
, por meio do ministro Alexandre de Moraes, de obrigar o Telegram a retirar sua mensagem contra o Projeto de Lei (PL) 2.630, chamado PL das Fake News, e no lugar obrigar o aplicativo a assumir que sua mensagem anterior é… Merval Pereira (@mervalpereira) May 11, 2023

Imediatamente, Flávio Dino correu para o Twitter e escreveu que a Polícia Federal já estava a postos para tomar o depoimento dos representantes do Telegram e qualquer outra providência que Alexandre de Moraes pedir
Na quinta-feira, 11, deu ao menos três entrevistas. 
É possível que o ministro tenha percebido as reações nas páginas dos jornais. Flávio Dino está com pressa.

Leia também “Estado policial”
 
 
Silvio Navarro,  colunista - Revista Oeste 
 


quinta-feira, 4 de maio de 2023

STF quer tomar o lugar do Congresso para impor a censura no Brasil - J. R. Guzzo

Vozes - J.R. Guzzo

O governo Lula e o seu projeto de censura, disfarçado como um virtuoso conjunto de medidas destinadas a “colocar ordem no caos da internet” (e até a “salvar vidas de crianças”, entre outros prodígios nunca vistos antes na história deste país) foram derrotados na Câmara de Deputados. Quiseram, por todos os jeitos, impor a “urgência” da votação para não dar a ninguém a oportunidade de estudar um pouco melhor o que diz o texto. Foi um desastre.

No dia marcado para a votação, o mesmo governo que exigia a “urgência” pediu o adiamento viu que ia perder no Plenário, e fugiu da decisão
O fato concreto é que o governo queria, desesperadamente, a aprovação do projeto – e não conseguiu. 
A opinião pública, para resumir a ópera, não quer a censura, e o governo se viu obrigado a recuar.

    A Constituição proíbe o STF de fazer leis; diz que isso é função exclusiva do Congresso Nacional. Mas e daí?

Numa democracia mais ou menos decente, o episódio não seria nenhum fim do mundo. O governo iria pensar de novo no caso e, a partir daí, desistir da ideia desastrosa que teve – ou, então, reformular o projeto para uma nova apreciação. 
 Mas o Brasil de hoje não é uma democracia. 
Como a Câmara não aprovou a censura, e o Supremo Tribunal Federal exige que ela seja aprovada, os ministros vão resolver o problema fazendo, na prática, a sua própria lei sobre o assunto.
 
A Constituição proíbe o STF de fazer leis; diz que isso é função exclusiva do Congresso Nacional. Mas e daí?  
A Constituição, no mundo das realidades atuais, vale menos que um pedaço de papel usado para embrulhar peixe. É violada de forma sistemática e maciça pelo próprio STF, e agora pelo governo Lula, sempre que algum de seus dispositivos não interessa a um e outro. Estão armando para acontecer de novo: vão aprovar a lei que a Câmara dos Deputados rejeitou.

    A Constituição, no mundo das realidades atuais, vale menos que um pedaço de papel usado para embrulhar peixe.

O truque, mais uma vez, é criar uma “lei” usando a decisão dos ministros em alguma ação ora em julgamento no “plenário virtual” do STF, onde não há debate nenhum, só os votos – prática que começou com a Covid e vai continuar para sempre, pelo jeito, com ou sem epidemia. 
No caso, o tribunal vai julgar se mantém ou elimina uma disposição essencial do Marco Civil da Internet, pela qual as punições só podem ser aplicadas por decisão judicial. O que poderia ser mais justo e razoável do que isso?

A Justiça, no fim das contas, é o único lugar para se resolver coisas desta natureza – propor o contrário é uma aberração. Mas o STF e a esquerda estão do lado da aberraçãoquerem punir, sem apreciação judicial nenhuma, publicações da internet que incentivem “atos antidemocráticos”, sejam consideradas como ofensa ou ameaça “às instituições”, promovam o “discurso do ódio” e mais tudo aquilo que você já está cansado de saber. 

 Esse rosário de delitos tem um traço em comum evidente: criminaliza atos descritos de maneira absolutamente vaga, cuja apreciação depende 100% da opinião pessoal de quem vai decidir a questão.

É o oposto de qualquer lei racional em vigor no mundono mundo das democracias, é claro. Uma lei, ali, tem de ser clara, mais do que tudo, e não permitir interpretações pessoais. 
O que é um “ato antidemocrático”? 
O que é o “ódio”? 
O que é, no fim de todas as considerações, o “certo” e o “errado”? 
É humanamente impossível decidir sobre qualquer coisa dessas sem a interferência de opiniões pessoais. Desejar por escrito que o ex-presidente Jair Bolsonaro morra, por exemplo, não é considerado uma expressão de ódio pela esquerda – mas dizer que o governo Lula é um desastre é classificado como ódio de primeiro grau. 
Como fica, então? É aí, justamente, que está a essência de toda a questão.

Essa completa falta de clareza não é um equívoco, ou um acidente; é fruto de um propósito deliberado e velhaco. Lula, a esquerda e o STF querem mesmo que as publicações na internet estejam sujeitas, sempre, a critérios vagos, frouxos e pessoais de apreciação. Com isso, tudo que se coloque nas redes sociais, seja lá o que for, torna-se passível de punição – e abrem-se as portas para que o governo e o STF possam reprimir à vontade qualquer manifestação contrária a seus mandamentos e interesses

Eles querem a Justiça longe da internet. Seu negócio é impor a censura ao Brasil.

J.R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


segunda-feira, 1 de maio de 2023

A CPI que traz o verdadeiro perigo para Lula e o PT

Ou... o sonho da direita bolsonarista contra a esquerda 

Enquanto constrói uma difícil estratégia para desgastar o governo na CPI do 8 de janeiro na qual a tese do “apagão da inteligência” se unirá ao estranho papel do ex-chefe do GSI Gonçalves Dias a oposição já percebeu que a CPI do MST é aquela que, de fato, pode colocar o governo Lula-3 em maus lençóis.

De fato, é um assunto sensível para o PT, aliado histórico do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra.

Como mostrou a coluna na semana passada, o forte engajamento dos membros do movimento com o “abril vermelho”, ocupando terras que buscam lembrar o massacre do Eldorado dos Carajás, o MST acabou por “confirmar” o que os bolsonaristas disseram que eles se tornariam numa nova gestão petista. 

Em meio a esse quadro, o presidente Lula está agora numa situação na qual não quer se indispor com parte de sua base eleitoral nem desagradar grupos ruralistas. O ministro Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário, chegou a pedir, no início do mês passado, a desocupação de áreas invadidas. 

Exigiu, também, que o MST deixasse sedes de edifícios da Incra e da Embrapa para que o governo voltasse a conversar sobre a Reforma Agrária, uma promessa que anda junto a esquerda. Aliás, nos bastidores, Lula determinou a Paulo Teixeira que não negociasse com quem estivesse ocupando.

Mesmo com as reações públicas do governo, contudo, a verdade é que uma CPI pode revelar ao país uma relação muito mal resolvida entre o Partido dos Trabalhadores e o MST.

É aí que a oposição bolsonarista espera levar ao grande público uma vedade para amedrontar não só os grandes proprietários de terra, mas a classe média brasileira que verá tudo pela TV. Como dito neste espaço, o MST vinha fazendo  uma caminhada para uma militância mais razoável com a produção de orgânicos por pequenos agricultores. 

Estavam, inclusive, mudando sua imagem perante a sociedade.

O “novo” fogo amigo do MST contra o PT mina esse discurso e nada disso importa muito agora. Na era das fake news, a ideia é construir uma narrativa que gere medo na sociedade, onde mora o temor da esquerda petista e a esperança da direita bolsonarista. [por falar em fake news, vale a pena ficar atento ao PL da Censura que querem nos empurrar na surdina; saiba mais, lendo: 'tratado internacional ...']

PS – Em 1966,[abril de 1996]  dezenove sem-terra foram assassinados após uma truculenta ação policial com resquícios da violência das Forças Armadas durante ditadura. [lembramos que o ilustre jornalista  parece ter aversão a fatos ocorridos durante o Governo Militar - governo que foi forçado por terroristas e guerrilheiros a usar da força necessária e desmontar, abatendo alguns, maus brasileiros que queriam transformar o Brasil em uma gigantesca Cuba. 
 
Nos parece que por tal razão, ou razões, atribui Eldorado de Carajás a  resquícios do que ele chama de violência das Forças Armadas.
 
Os acontecimentos de Eldorado de Carajás ocorreram em 1996 - 30 anos após a data que consta da narrativa/comentário do jornalista = 17 anos após a anistia e o Brasil sendo governado por um governo democrático, civil, FHC, portanto nada a ver com uma ação policial, autorizada pela Justiça para impedir que bandidos que se apresentavam como trabalhadores rurais impedissem o trânsito em uma rodovia do PA; houve reação por parte dos criminosos e a valorosa PM do Pará teve que usar a força necessária e alguns dos bandidos foram abatidos.]  O país não pode esquecer essa violência, mas ela pode ser lembrada de uma outra forma. A região do Sul do Pará, onde está Eldorado dos Carajás, ainda é alvo de grilagem, ou seja, ocupação de terra pública por grandes grileiros. Mas sobre isso, obviamente, a direita não fala.
 
Matheus Leitão, jornalista - Revista VEJA
 
 

domingo, 30 de abril de 2023

Censura é censura - O Estado de S. Paulo

J. R. Guzzo

Se o Estado ganha o direito de impedir que o cidadão diga algo em público, há censura, ponto final

O presidente Lula, a esquerda e os seus extremistas têm uma experiência incomparável na prática de traficar com embustes, mas estão vivendo com certeza um momento de “superação”, como se diz nos manuais de autoajuda: querem impor ao Brasil a pior censura que este país já teve em toda a sua história, incluindo os períodos de ditadura, e chamar a isso de “Lei da Liberdade” na internet
Como sempre, querem vender a ideia de que ninguém está fazendo nada de mau; no caso, dizem que a censura não é censura
Muita gente boa acredita, e fica achando que se trata de dar mais “transparência” à internet, ou de estabelecer “responsabilidades” para a sua utilização. É mentira; todo esse projeto de lei para “combater a mentira” é uma mentira.
Não há nenhuma dificuldade em torno da questão. Se o Estado ganha o direito de impedir que o cidadão diga alguma coisa em público, qualquer coisa, há censura, ponto final – como seria possível dizer que não há? A lei que Lula e o seu sistema querem socar em cima do País, uma aberração que vai ser votada sem ter passado por estudo e debate em nenhuma das comissões da Câmara, diz exatamente isso: o Estado fica autorizado a proibir que você diga o que pensa na internet. 
Mais: pode punir quem disse e a plataforma onde foi dito
Se isso não é censura, o que poderia ser? 
Não se trata de coibir crimes que possam ter sido praticados com o uso da palavra todos, sem exceção, já são previstos e punidos nas leis em vigor no País. O que a esquerda quer é que o governo tenha o poder de proibir a publicação daquilo que não quer que se publique.
 
A lei, uma espécie de Frankenstein em que uma monstruosidade se soma a outra, artigo após artigo, não cria direito nenhum só proíbe, dá ordens e castiga
Sua aberração-símbolo é a entrega, a quem manda na máquina do Estado, da autorização de definir o que é verdade e o que é mentira – e, até mesmo, a verdade que pode levar a “conclusões erradas” e, portanto, não pode ser dita. É demente. 
O Estado de S. Paulo, por exemplo, disse num editorial recente que o governo Lula faz uma política de “destruição dos marcos regulatórios, tais como a Lei das Estatais, o Marco Legal do Saneamento, a reforma do ensino médio, entre outros”ou que age com “tolerância na invasão de terras pelos companheiros do MST”. Pela nova lei da censura, se isso aparecer na internet, o governo tem todo o direito de dizer que é “desinformação” os fatos podem estar corretos, mas a publicação fica proibida porque os censores acham que o conjunto é “enganoso”, “fora de contexto” ou “manipulado”, como diz o texto do projeto. É essa a lei da liberdade de Lula.

J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo


quinta-feira, 20 de abril de 2023

O contorcionismo da esquerda para explicar general lulista golpista - Gazeta do Povo

Rodrigo Constantino

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

As imagens são chocantes: o general chefe do GSI [nomeado por Lula e responsável pela segurança do petista neste e nos dois governos anteriores.] acompanha calmamente os "terroristas" no dia da invasão que, segundo o PT, representou a maior ameaça já sofrida pela democracia brasileira. Em determinado momento, os militares sob o comando do general servem até água para os insurgentes. 
O que fazer diante de revelações tão bizarras? [se espera que, no mínimo, o general esteja preso.]

O general, que deu entrevista, mas arrumou atestado médico para não prestar esclarecimentos no Congresso, já foi exonerado. Fica a sensação de que o PT pretende estancar a sangria entregando uma cabeça menor. A narrativa já vem pronta: traidor, equipe bolsonarista, blá-blá-blá.

De Reinaldo Azevedo a Miriam Leitão, o esforço dos militantes petistas é quase comovente. Todos tentam desviar o foco do essencial: o general que era da total confiança de Lula, muito próximo ao presidente, estava tranquilamente ao lado dos vândalos criminosos.

Para Miriam Leitão, do Globo, as imagens do general "mostram como foi longe a conspiração de militares contra a democracia e o governo Lula". Risos! O general lulista conspirava contra seu amado mestre?! "Esse pessoal comunista foi treinado na arte de mentir até as últimas consequências, sem jamais abandonar a tese definida pela linha partidária mesmo quando a realidade a desmente de modo flagrante", constatou Flavio Gordon sobre a coluna da militante comunista.

"Ela está dizendo que o amigo do Lula de longa data, nomeado por ele, conspirou contra a democracia?", quis saber André Porciúncula. "A 'Amélia' do PCdoB poderia explicar como o 'general do Lula', chamado até mesmo de 'sombra' do descondenado pela imprensa, por trabalhar na segurança do petista desde 2002, faria parte de uma conspiração para derrubar o próprio Lula?", perguntou Leandro Ruschel.

Desesperados, os petistas tentam virar a mesa agora, defender a CPMI que até ontem faziam de tudo para barrar, e repetem em coro a narrativa de "jornalistas" como Reinaldo Azevedo. Foi o caso da presidente do PT, Gleisi Hoffmann: "Agentes filmados colaborando com invasores do Planalto eram do governo Bolsonaro, do GSI do general Heleno, q ainda não haviam sido substituídos. O general Gonçalves Dias sai, mas as investigações continuam. Não adianta vir com armação: Invasores, terroristas e golpistas eram todos da turma de Bolsonaro. Vão pagar por seus crimes". [perguntamos a essa mulher que preside o pt = PERDA TOTAL, o que o general de Lula fazia lá? contaminando o pessoal que ela diz ser do governo Bolsonaro. Antes de falar asneiras, a estulta senhora deveria pensar no que responder as perguntas que as bobagens que expele, via oral, provocam.]

A tática é tão pérfida quanto patética. Quem vai acreditar numa baboseira dessas quando se sabe que o general nas imagens, o chefe dos demais, foi alguém que chorou de emoção com a vitória de Lula, segundo fontes petistas?! 
O "anjo da guarda" de Lula virou comandante de traidores criminosos agora? 
E o PT acha mesmo que esse discurso chinfrim vai pegar?
 
O problema, claro, é o duplo padrão supremo. Ministros do STF, segundo o Globo, veem "incompetência", mas não participação de ministro do GSI durante invasão ao Planalto. Que piada! 
Anderson Torres, que estava fora do país no ato, [em gozo de férias regulamentares, portanto, impedido legalmente, de exercer o cargo do qual era titular, e que estava sendo exercido por substituto legalmente designado.] não servindo água para invasores, está preso até hoje sabe-se lá o motivo.  
O Brasil foi tomado por marginais em todas as esferas do poder, eis o triste e preocupante fato. 
E fica difícil saber como vamos sair dessa.
 
A casa caiu. Num país minimamente sério, o presidente teria de cair. Mas estamos no Brasil. 
Os estrategistas petistas preparam narrativas esdrúxulas, os "jornalistas" militantes repetem com a maior cara de pau, e o Poder Judiciário finge que vive em Nárnia. Não é teoria da conspiração. É tudo uma conspiração escancarada contra o Brasil.


Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

quarta-feira, 5 de abril de 2023

Esquerda quer sabotar decisão judicial sobre moradores de rua - O Estado de S. Paulo

J. R. Guzzo

Objetivo do PSOL e de seus parceiros é aumentar, e não diminuir, a quantidade de gente em situação de miséria pública

A justiça de São Paulo tomou uma decisão exemplar: autorizou a Prefeitura da capital a remover para abrigos municipais moradores de rua que ocupam calçadas destinadas ao trânsito das pessoas, jardins, praças e outros lugares públicos. É uma questão de decência elementar. 
As pessoas que montam suas barracas de plástico na rua vivem em condições abjetas.  
Não têm água corrente, nem luz, nem proteção de qualquer tipo. Produzem lixo e vivem no meio dele. Não têm banheiros, nem higiene. Têm problemas de saúde
Estão sujeitos, o tempo todo, ao crime e à violência. 
 Impedem, direta ou indiretamente, que a população paulistana exerça o seu direito de frequentar áreas inteiras da cidade.  
Não há nenhuma hipótese de se encontrar qualquer coisa de positivo nisso tudo.
 
Também não é inevitável que seja assim. A Prefeitura, para surpresa de quem está habituado à qualidade do serviço público em geral, tem meios concretos para lidar com o problema uma rede de abrigos, extensa e de boa qualidade, onde os moradores de rua podem viver, com certeza, em condições incomparavelmente melhores às que têm nas suas barracas.  
Existem a alternativa de moradia, portanto, e os meios para devolver as calçadas públicas à população – mas para isso é indispensável que as autoridades municipais e estaduais tenham a autorização legal de remover quem não quer liberar os espaços que pertencem a todos.
 A justiça acaba de dar essa autorização – só que há uma enfurecida ofensiva para sabotar a decisão judicial. E quem está fazendo isso? 
A extrema esquerda, padres que se profissionalizaram na promoção da miséria pública e aproveitadores doproblema social”.

O que os políticos do PSOL e seus parceiros estão fazendo é indecente. Estão exigindo, pura e simplesmente, que os miseráveis que moram nas ruas continuem ali, em condições cada vez mais sórdidas; 
- querem impedir sua ida para o ambiente muito mais saudável, mais seguro e mais humano dos abrigos municipais. 
 
É a depravação, na frente de todos, da ideia de trabalho social – o propósito do partido, no mundo das realidades concretas, é manter as pessoas na miséria, e não aliviar o seu sofrimento. Estão pouco ligando para os pobres e sua tragédia diária
Querem que eles continuem na rua para servir de manequins na vitrine da miséria que a esquerda insiste em impor à cidade – para mostrar que “o sistema atual”, o “capitalismo”, etc. etc. etc. produzem moradores de rua, desigualdade e injustiça social.
 
É uma fraude maciça, o tempo todo, e agora ela fica provada mais uma vez. Os fabricantes de desgraça do PSOL e das organizações que vivem ao seu redor não só brigam para impedir que as pessoas deixem de morar no meio do lixo; 
chegam a dar barracas de graça a quem queira viver na rua, e fornecem todo o apoio material que podem para que ninguém saia de lá. Seu objetivo é aumentar, e não diminuir, a quantidade de gente em situação de miséria pública. 
É esse o tipo de trapaceiros que pretendem ser eleitos para a Prefeitura de São Paulo nas eleições do próximo ano
Em matéria de hipocrisia, já estão disparados na frente.
 
J. R. Guzzo, colunista -  O Estado de S. Paulo


A esquerda e a infalibilidade do Papa - Percival Puggina

 

         Quando o Papa Francisco emite alguma opinião política, a esquerda vive um comovente surto de arrebatamento espiritual. Aquilo que é mera e imprudente adesão do Pontífice a uma narrativa se transforma em objeto de culto, é envolto em incenso e exibido como relíquia canônica. 
Mas isso só vale se o Papa for Francisco. 
Não se aplica a qualquer outra opinião política, seja de Bento XVI, São João Paulo II, Paulo VI, São João XXIII, Pio XII e assim, regressivamente, até São Pedro.

A polêmica entrevista do Papa Francisco, tem gerado uma discussão no meio católico. Apenas rezemos pelo Papa e nos mantenhamos firmes na fé.

Nunca imaginei que um dia veria esquerdistas invocando a infalibilidade papal! “Como pode um católico questionar as afirmações do Papa se ele é infalível?”, muitos escreveram comentando um vídeo que gravei sobre a entrevista em que Francisco se manifestou sobre assuntos institucionais brasileiros.

Opa! Não corram com esse andor! A infalibilidade papal não se aplica a meras opiniões de quem calça as “sandálias do Pescador”, para usar a expressão de Morris West. É óbvio que não.  
O dogma da infalibilidade é uma dedução teológica com origem no próprio ato de instituição da Igreja por Jesus Cristo após pedir a tripla confirmação de Pedro.  
Graças ao que ali aconteceu, a Igreja Católica, exceção feita ao sempre lamentável Cisma do Oriente, se manteve hígida e como tal chegou até nós.
 
O dogma da infalibilidade foi proclamado em 1870 por Pio IX através da constituição dogmática Pastor Aeternus
O documento estabelece como dogma que, em virtude de sua suprema autoridade apostólica, ao definir uma doutrina de fé ou de moral, o Romano Pontífice conta com a assistência divina prometida a seu antecessor Pedro e esta lhe assegura a infalibilidade desejada por Jesus à sua Igreja.

Para que estes requisitos se verifiquem, a proclamação de um dogmarepito: sempre sobre doutrina de fé, ou de moral é preciso que o Papa o faça na precisa e anunciada condição “ex-cathedra”, vale dizer, desde a cadeira de Pedro. Fora isso, ele tem a falibilidade inerente à condição humana.

Resta claro, portanto, que a opinião do Papa sobre a política brasileira é mera opinião pessoal, notoriamente de esquerda, transparente nas suas manifestações. Em virtude das repercussões, muitas passam longe das funções da “cathedra” e, obviamente, abastecem o arsenal das narrativas mundo afora.

Na longa tradição que acompanhei de perto, como leigo católico estudioso dos documentos oficiais emitidos pelos pontífices de meu tempo, eu os reverenciei e admirei pela prudência e contenção de suas manifestações públicas.

Eu seria o último a negar, a quem quer que seja os diretos de opinião, palpite e achismo. 
Mas se quem opina, palpita ou acha é meu líder religioso e diz um disparate, alimentando a tensão política local, eu me permito opinar, palpitar ou achar que perdeu uma oportunidade de ficar calado.
 
PARABÉNS AO ILUSTRE ARTICULISTA !!!

Percival Puggina (78), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

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sexta-feira, 31 de março de 2023

Massacre trans - Revista Oeste

Rodrigo Constantino

Em alguns casos mais bizarros, os comentaristas resolveram culpar as vítimas! A culpa pelo tiroteio seria dos próprios cristãos, do “clima de intolerância” para com a comunidade trans 

Atirador matou sete crianças na segunda-feira 27, numa escola particular da cidade de Nashville, no Estado do Tennessee | Foto: Montagem Revista Oeste/Departamento de Polícia de Nashville

Atirador matou sete crianças na segunda-feira 27, numa escola particular da cidade de Nashville, no Estado do Tennessee -  Foto: Montagem Revista Oeste/Departamento de Polícia de Nashville  

Indivíduos agem. Logo, indivíduos devem ser responsabilizados por seus atos. Claro que as ideias e os valores disseminados no entorno podem influenciar tais ações, mas, quando deixamos de culpar o próprio indivíduo por seus malfeitos, temos um convite a novos erros. Por isso a impunidade é um mecanismo perverso de incentivo a novos crimes.

Faço esta breve introdução para comentar a nova tragédia numa escola norte-americana. Mais um tiroteio
Uma pessoa abriu fogo contra crianças e professores, matando sete inocentes. 
Tais atos terroristas quase nunca apresentam uma razão simplista. 
Mas fica clara a tentativa de manipulação da mídia e da esquerda.
 
No caso, a atiradora era uma mulher biológica, mas se identificava como homem. Ou seja, era um homem trans
O alvo era uma escola cristã, na qual ela (ou “ele”) já havia estudado. 
A assassina deixou um manifesto, e a polícia disse que havia alvo certo, ou seja, o motivo do atentado era o fato de se tratar de uma escola cristã. Crime de ódio, certamente. Mas não para nossos jornalistas “progressistas”.

Para a patota woke espalhada pela imprensa, só há crime de ódio quando o algoz é homem e branco e a vítima pertence a alguma “minoria”. Existe uma narrativa predeterminada, e, se os fatos não atendem a tal narrativa, então pior para os fatos: ou se abandona a história, ou se muda o foco. 

Ficamos assim: para “proteger” jovens trans da direita tacanha, aceitamos até mesmo que jovens trans matem… crianças!

Foi a escolha neste episódio lamentável. Como uma pessoa transgênero abriu fogo contra crianças cristãs, então a mídia resolveu falar apenas de armas. 
Eis que o objeto inanimado ganha volição e passa a ser o verdadeiro problema. É como quando fundamentalistas islâmicos praticam atos terroristas: carros, caminhões e aviões ganham vida própria, como se fossem os Transformers, para ocultar o sujeito da ação e suas intenções.

Em alguns casos mais bizarros, os comentaristas resolveram culpar as próprias vítimas
A culpa pelo tiroteio seria dos próprios cristãos, do “clima de intolerância” para com a comunidade trans. Se um cristão atira numa pessoa trans, então é prova do preconceito violento da direita; 
mas, se um cristão é alvo de tiros de uma pessoa trans, então isso também é prova do preconceito violento da direita! Cara, eu ganho; coroa, você perde: independentemente do que acontece, a culpa é sempre da direita “intolerante”.
 
Teve comentarista na mídia que ainda trouxe à tona uma decisão recente do Estado onde ocorreu a tragédia proibindo cirurgias em crianças consideradas transgêneros. 
Ou seja, se você é contra permitir a mutilação de crianças confusas ou que sofrem de disforia de gênero, acreditando ter nascido no corpo errado, então você só pode ser um defensor do genocídio de trans. 
 E, para se defender de gente terrível como você, até o terrorismo parece justificável. 
Ficamos assim: para “proteger” jovens trans da direita tacanha, aceitamos até mesmo que jovens trans matem… crianças!

É tudo tão bizarro que dispensa maiores reflexões. Estamos diante da loucura plena. A turma que criou o “ódio do bem” tem ajudado a espalhar um clima de degradação moral enorme no país. Sendo sempre a “vítima” na história, essa gente que se diz “minoria” considera legítimo partir para o ataque em nome de uma suposta legítima defesa.

É a visão amalucada e revolucionária de Marcuse, como explica Theodore Dalrymple: “As ideias de Marcuse eram tão bobas que teriam sido engraçadas se ninguém as tivesse levado a sério. Apesar de ele estar quase esquecido hoje em dia, uma de suas ideias mais tolas e perniciosas, a da tolerância repressiva, está voltando, se não na teoria, na prática. De acordo com esse conceito, a repressão praticada pelos conservadores é intolerável, mas a repressão praticada pela esquerda é na verdade uma forma de libertação, e não representa repressão nenhuma”.

Vamos “libertar” o mundo do ódio e do preconceito, eliminando quem pensa diferente! É por isso que fascistas da Antifa agridem inocentes em nome do combate ao fascismo, enquanto autoritários esquerdistas praticam a censura pelo “crime” de opinião em nome da tolerância e da democracia. Essas ideias têm consequências, e, quando alguém nitidamente perturbado resolve agir com base nelas, não deveríamos ficar tão surpresos assim.

Claro que não seria justo acusar toda pessoa trans de ser potencialmente violenta, mas, quando as narrativas midiáticas fornecem justificativas para a “violência do bem”, devemos esperar que alguns malucos possam agir com base nesse contexto insano. E, como a doença mental é um dos fatores mais negligenciados nesses atentados em escolas, talvez seja um bom ponto de partida buscar suspeitos entre aqueles que juram pertencer ao sexo oposto e ainda bancam as vítimas quando o mundo não se curva diante de seus fetiches ou delírios.

Não podemos incorrer no mesmo erro de generalização em que a imprensa sempre cai para condenar toda a direita quando indivíduos violentos agem em nome de uma ideologia. 

Mas podemose acho que devemos mostrar que essa ideologia de gênero que força a barra para enfiar goela abaixo de todos a ideia de que basta “se sentir” para de fato ser, num subjetivismo radical que desafia a própria natureza, tem produzido mais e mais indivíduos insanos e perigosos.

Três crianças morreram num tiroteio que aconteceu nesta 
segunda-feira (27) numa escola particular da cidade de Nashville, 
no Estado do Tennessee | Foto: Reprodução/Departamento de Polícia 
de Nashville

Leia também “Elos cabulosos” 

 

Rodrigo Constantino, colunista - Revista Oeste

 

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

Lula e a esquerda não suportam a liberdade de expressão e por isso querem censurar a internet - Gazeta do Povo

Vozes - J. R. Guzzo

 Entre todas as ideias fixas que comandam hoje suas palavras e suas ações na política brasileira, nenhuma parece deixar o presidente Lula tão agitado quando o “controle social dos meios de comunicação”. Virou, a essa altura, um tipo de obsessão. 
Sabe-se que quando Lula tem uma obsessão, o PT e a esquerda ficam automaticamente obcecados com a mesma coisa; eis porque se faz tanto barulho sobre algo que jamais fez parte, nem fará, das preocupações básicas do cidadão brasileiro.
O fato é que Lula, e a multidão de bajuladores ao seu redor, não para de falar no seu precioso “controle”. Ainda agora, mandou uma carta para uma reunião de caciques da ONU dizendo, entre outras barbaridades, que as redes sociais são uma ameaça à “democracia”. [o atual presidente faz muito tempo perdeu a noção das coisas - defender medidas que agridem a democracia e aos princípios democráticos,é apenas mais uma bizarra manifestação de sua falta de cultura política e mesmo domínio da Língua Portuguesa; 
 - mais cômico, é declarar para a Rússia que ela tem que sair da Ucrânia. Tão absurdo ultimato nos leva a adaptar o Brasil e seu atual presidente a famosa pergunta de Stalin dirigida ao Papa. '... quantas divisões possui o Papa?.']

Lula propõe um mundo onde o governo vai fazer com que todos digam a verdade. É a maior mentira de todas.

O surgimento da internet, pela primeira vez nos 10 mil anos de história da humanidade, permitiu a todos os seres humanos, sem exceção, manifestarem livremente suas opiniões e pensamentos; é uma conquista imensa para o homem e para os seus direitos.  
É um perigo, porém, para as ditaduras de todos os tipos – e por isso a comunicação através das redes sociais tornou-se um dos alvos principais da repressão das tiranias pelo mundo afora.  
Lula, desde a sua campanha eleitoral, se juntou a esse coro; quer, também ele, censura do governo sobre a internet.

Naturalmente, ele e a esquerda mais grosseira, com o apoio de praticamente todo o aparelho judiciário, dizem que não é isso. Ao contrário: aproveitando-se da fantasia, tão difundida e tão inútil, segundo a qual “as leis” deveriam proibir que as pessoas dissessem mentiras nas redes sociais, Lula propõe um mundo onde o governo vai fazer com que todos digam a verdade. É a maior mentira de todas.

O “controle social” da mídia vai apenas criar a censura no Brasil – um comitê de militantes do PT passará a decidir o que é mentira e verdade, e isso quer dizer, na prática, que vai ser proibido publicar o que o governo não quer seja publicado. Todo o resto é uma trapaça monumental.
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Nenhuma lei permite que Moraes faça o que fez com Constantino e Figueiredo
                        Teremos Dilma 3 por que o PT não admite pensamentos que não sejam os do partido

Lula gostaria de um Brasil como o da campanha eleitoral em que o TSE proibia dizer que ele foi condenado pela Justiça como ladrão, ou que é admirador do ditador da Nicarágua e por aí afora.  
Quer que tudo o que se diga contra ele seja carimbado como “discurso do ódio – e cortado das redes. 
Seu “controle social” dos meios de comunicação é o que se faz em Cuba, Venezuela, Nicarágua, para não falar de China e Coreia.

Não existe nenhuma democracia no mundo que faça o que o Lula está querendo fazer no Brasil. Ele e o PT falam que o direito de expressão vai ser garantido, dizem que “há leis” de controle da internet em “outros países”, que estão defendendo a “democracia” dos seus inimigos etc. etc. etc. 
Não há um átomo de sinceridade, nem de seriedade, em nada disso. 
A única maneira efetiva de se defender a liberdade de opinião é não fazer lei nenhuma a respeito do assunto; é por isso que as ditaduras têm todo o tipo de regras para “ampliar a livre expressãode ideias – e as pessoas não têm nenhum direito de abrir a boca. 
O problema de Lula e da esquerda não tem nada a ver com verdade ou mentira. O que eles não querem é a liberdade.

J.R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

As semelhanças dos contragolpes preventivos de 1964 e 2023 (Medo em democracia)

Forças Armadas e Judiciário não têm mandato popular para tomar decisões de tão grande importância

 Assisti, aos 23 anos, em 1964, à derrubada do presidente João Goulart. A principal justificativa era de um necessário contragolpe preventivo, para evitar que Goulart e a esquerda instalassem uma ditadura comunista. Quase 60 anos depois, sinto a volta da narrativa do contragolpe preventivo, agora a pretexto de evitar que Bolsonaro e a direita instalassem uma ditadura fascista. 

Desta vez, não foram as armas dos fardados, mas as canetas dos togados. Nem as Forças Armadas nem o Judiciário têm mandato popular para tomar decisões de tão grande importância, supostamente como protetoras do regime democrático. Em 1964 e agora, houve prisões genéricas “preventivas”.

Os dois acontecimentos se parecem; apenas com sinais diferentes e com a mesma falta de legitimidade – que só é conferida pelo voto popular, origem do poder. 
Nem militares nem juízes têm o voto do mandato popular. Em ambos os casos, o Congresso Nacional ficou encolhido. 
Em 1964, elegeu o general Castello Branco presidente. 
Agora, foi um espectador passivo, mesmo quando foi esmagado o artigo 53, da inviolabilidade do mandato. Pode-se dizer que deputados e senadores, intimidados pela quantidade de processos a que respondem, não estiveram à altura da procuração que lhes foi outorgada pelo voto de milhões de brasileiros.  
Ou seja, também nesse último contragolpe o Poder Legislativo, o primeiro na ordem dos três Poderes, como mostra a Constituição, esquivou-se para um lugar secundário.
 
As Forças Armadas saem dos últimos acontecimentos sem a pecha de golpismo de 1964, que ainda vinha sendo usada. Impossível chamar agora de golpista instituição que se recusou a atender ao apelo de uma massa por intervenção militar. 
Agora, militares estão sendo criticados por terem-se mantido na legalidade. Já o Supremo herdou a pecha. Tem sido criticado por não seguir a Constituição nem o devido processo legal. 
Adotou a novidade do ativismo a pretexto de evitar suposto golpe fascista. Suponho que já sinta que está numa camisa de 11 varas para encontrar uma saída que signifique o “retorno aos quadros constitucionais vigentes”, que foi a palavra de ordem no contragolpe de Lott em 11 de novembro de 1955, que garantiu Juscelino presidente, com Goulart vice.
 
Golpes e contragolpes sempre provocam dores. Ontem, em Brasília, saiu mais uma vez o bloco do Pacotão – alusão ao Pacote de Abril editado por Geisel, criando o senador biônico. Em 1978, o Pacotão debochava de dois generais, o presidente e seu sucessor, chefe do SNI, fazendo trocadilho com o aiatolá do Irã: Geisel. “Você nos atolou/ Figueiredo, você também vai nos atolá.” Ninguém foi preso ao fim do desfile.
 
Hoje, há centenas de homens e mulheres desesperados em presídios, pelo 8 de janeiro, e o povo ainda não sabe quem realmente entrou nos palácios e quem realmente quebrou o patrimônio de todos. 
Muito menos se sabe como entraram e quais foram as causas remotas do que desbordou na invasão das sedes dos três Poderes.
 
É a grande oportunidade de o Poder Legislativo, renovado por eleição, mostrar que faz jus à representação popular. 
É nos plenários políticos, e não apenas na polícia, que deve ser investigado o grave acontecimento político de 8 de janeiro. 
Está nas mãos de deputados e senadores demonstrar que são o primeiro dos Poderes numa democracia. 
E não o último, num medo fantasiado de democracia.
 
Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES