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quinta-feira, 13 de abril de 2023

Lula e o dólar - Gazeta do Povo

Rodrigo Constantino

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

“Toda noite me pergunto por que todos os países estão obrigados a fazer o seu comércio lastreado no dólar. Por que não podemos fazer nosso comércio lastreado na nossa moeda? Por que não temos o compromisso de inovar? Quem é que decidiu que era o dólar a moeda, depois que desapareceu o ouro como paridade”, questionou o presidente Lula na cerimônia de posse de Dilma Rousseff para comandar o Novo Banco de Desenvolvimento, também chamado de Banco dos Brics – sigla formada por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Mais tarde, Lula ouviu que o presidente da China Communications Construction Company (CCCC), Wang Tog, estaria disposto a criar mecanismos de troca direta entre o yuan, a moeda chinesa, e o real. 
O acordo seria uma forma de facilitar transações financeiras entre os dois países. No Brasil, a CCCC investe em obras de infraestrutura, como a construção da ponte Salvador-Itaparica. 
Lula foi acompanhado na reunião por ministros, incluindo o da Fazenda, Fernando Haddad, e cinco governadores, entre eles o da Bahia, Jerônimo Rodrigues.
 
Que a China tenta substituir o dólar como moeda básica do comércio mundial não é novidade alguma
Mas agora a ditadura comunista conta com o apoio aberto do Brasil, graças a um presidente alinhado com o comunismo chinês. 
A esquerda radical brasileira sempre alimentou um antiamericanismo patológico e infantil, e nessa Guerra Fria 2.0, nem pisca antes de escolher o lado do regime tirânico oriental.
 
Vamos responder a pergunta feita por Lula: quem escolheu o dólar como moeda internacional depois do ouro? Simples: o mercado, ou seja, os próprios indivíduos livremente. 
Se o trabalhador brasileiro, argentino, venezuelano ou indiano puder escolher se quer seu salário definido em dólares, reais, bolívares ou yuans, ele muito provavelmente escolherá a moeda americana. Se ele tiver algum conhecimento econômico, ele certamente fará isso.
 
Lula sempre coloca a carroça na frente dos bois, confunde causalidade, acha que tudo é uma questão de "vontade política"
É a mesma mentalidade que clama pela redução artificial na taxa de juros. Ele não compreende que tais índices são consequência, são efeitos de medidas econômicas. 
O dólar é considerado mais seguro pois os Estados Unidos, apesar de seu endividamento crescente e preocupante, ainda são o país mais livre e sólido.

O mundo prefere uma moeda que tem lastro numa sociedade próspera, com império das leis, propriedade privada garantida, liberdade. Tais valores já foram mais robustos na América, é verdade, mas não há a menor dúvida de que a China e o Brasil não são substitutos decentes.

Uso meu exemplo para ilustrar isso: no Brasil do arbítrio supremo, minhas contas bancárias foram congeladas do nada
Meus reais ganhos honestamente com meu trabalho estão retidos nos bancos. 
Se eu recebesse tudo nos bancos americanos em dólares, certamente estaria mais tranquilo. 
É por isso, Lula, que o mundo todo prefere dólar a real lulista!

quarta-feira, 12 de abril de 2023

Lançamento do Pix nos EUA traz preocupações mundo afora - Daniel Lopez

Gazeta do Povo - VOZES

“PIX” norte-americano revela tendência global preocupante

 

Imagem ilustrativa.| Foto: Pixabay

Com três anos de atraso se comparado ao Brasil, os Estados Unidos lançaram mês passado o FedNow, o “Pix americano”, o seus sistema de pagamentos instantâneos. 
Você poderia ficar muito alegre com isso, celebrando nosso pioneirismo na tecnologia de pagamentos instantâneos. Em tese, fomos mais rápidos que o país mais poderoso do mundo. 
 Mas eu não vejo grandes motivos para comemoração, uma vez que, para o cidadão atento, algo estranho está em jogo.

Em outubro de 2020, uma matéria do InfoMoney abriu meus olhos para essa questão. O sobretítulo era bem sugestivo: “Sem papel”. O título trazia um insight ainda mais importante: “Pix é o primeiro passo do BC no caminho da substituição da moeda em espécie pelo real digital, dizem especialistas”. Ou seja, ficava claro que o Pix não era um fim em si, mas uma ponte, uma fase de transição, o início de um processo para uma realidade completamente distinta, não apenas para as transações financeiras, mas para a economia em geral e a sociedade como um todo.

O mundo inteiro caminha no sentido da substituição do dinheiro físico pelo dinheiro digital. Um cenário distópico, porém, cada vez mais real.

Para aqueles que estavam pensando que o Brasil havia sido pioneiro e singular nessa ideia “inovadora”, trata-se, na verdade, de uma tendência global. Ou, melhor dizendo, uma agenda mundial. Cada vez mais temos visto um fortalecimento dos bancos centrais ao redor do planeta, conquistando presença crescente na sociedade. 
O mundo inteiro caminha nesse sentido da substituição do dinheiro físico pelo dinheiro digital. 
Essa mudança viabilizará o monitoramento da pegada de carbono, o estabelecimento do crédito de carbono e, consequentemente, do crédito social. Um cenário distópico, porém, cada vez mais real.

Parece inevitável o avanço do poder estatal sobre o poder social. Se você ainda não percebeu isso, faço um convite para ler um artigo de fevereiro de 2020, com o título: “Federal Reserve apresenta Fedcoin, sua criptomoeda ameaçadora”. No texto, há uma frase do economista Robert Wenzel que abriu meus olhos sobre toda essa agenda de mudança: “Uma moeda digital criada pelo Fed poderia ser um dos passos mais perigosos tomados por uma agência do governo. Colocaria, nas mãos do governo, a possibilidade de criar uma moeda digital com a capacidade de rastrear todas as transações em uma economia — e proibir transações por algum motivo. Em termos de liberdade individual no futuro, isso seria um pesadelo”. Fica a reflexão.

O fato de os Estados Unidos terem inaugurado o seu Pix mostra que seu processo de substituição do dinheiro físico pelo dinheiro digital (Fedcoin) está em processo acelerado. Por aqui, a crise sanitária e o auxílio emergencial criaram um cenário muito propício para a inauguração do Pix
No caso norte-americano, a justificativa surgiu posteriormente, com a chamada “desdolarização” do mundo, junto ao fim do “petrodólar”.
 
A digitalização das moedas mundo afora pode parecer algo muito empolgante para os chamados early adopters, ou seja, aqueles que adotam novas tecnologias ou novos produtos antes dos demais. 
Porém, o processo inspira preocupação naqueles que entendem o rumo que as coisas têm seguido em todo o planeta. 
No Pix, fomos pioneiros. Mas, quanto ao segundo passo a inauguração da moeda digital controlada pelo Banco Central – quem você acha que será o primeiro: Brasil ou EUA? Deixe sua opinião nos comentários. Que Deus nos proteja.

Daniel Lopez, jornalista e teólogo, autor de ‘Manual de Sobrevivência do Conservador no Séc. XXI’.-  Gazeta do Povo - VOZES
 

terça-feira, 4 de abril de 2023

Lula enganou até o papa Francisco - Gazeta do Povo

Vozes - Deltan Dallagnol

Justiça, política e fé

Lula enganou até o papa Francisco - Foto: EFE


Em entrevista que foi ao ar na última quinta-feira, o Papa Francisco questionou a condenação de Lula, dizendo que não existiam provas contra ele. O trecho com pouco mais de três minutos sobre o assunto, um dos tópicos de uma longa entrevista, pode ser conferido a partir do minuto 40.

O papa Francisco é uma das principais lideranças cristãs e religiosas do mundo.
Neste artigo, para além de expressar meu profundo respeito ao papa, apresento as informações que o papa não conhecia ao fazer seu comentário.

Primeiro, ser cristão e discípulo de Jesus me faz nutrir um profundo respeito pelo Papa. Eu me esforço para aprender diariamente com Jesus, meu maior mestre e inspiração. Busco fortalecer minha fé e minha prática todos os dias com exame de consciência, oração e leitura espiritual.

Jesus me ensinou que o propósito central da vida é amar a Deus e ao próximo. E foi por amor que entrei na Lava Jato e trabalhei manhãs, tardes e noites, com dedicação incansável e permanecendo firme mesmo diante de ameaças, ataques e retaliações.

Quem acha que meu objetivo na Lava Jato era prender pessoas está enganado
Meu propósito sempre foi defender os brasileiros que sofrem com o desvio de dinheiro público: com mortes em hospitais, uma educação pobre, falta de segurança e poucas oportunidades. Ao lutar por justiça, meu combustível sempre foi a compaixão.
Compaixão e indignação são duas faces da mesma moeda
Foi por compaixão que Jesus expressou sua indignação contra a corrupção dos governantes, virando as mesas do templo, o centro do governo judaico, por ter se transformado num covil de ladrões. Essa foi a única vez que a Bíblia descreve Jesus usando a força física contra a injustiça.

    E foi por amor que entrei na Lava Jato e trabalhei manhãs, tardes e noites, com dedicação incansável e permanecendo firme mesmo diante de ameaças, ataques e retaliações

O primeiro grande opositor da corrupção política brasileira foi um cristão, padre Antônio Vieira. Ele foi muito corajoso em confrontar os governantes corruptos brasileiros, debaixo do risco de vinganças e retaliações. Para ele, a corrupção era a origem das nossas doenças e o verdadeiro ladrão não era o de galinhas, mas o governante que roubava e despojava os povos.

A dor desses povos despojados, especialmente dos pobres, faz pulsar o coração de muitos cristãos como o do papa Francisco. Quando foi escolhido para ser o novo papa, dom Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo, abraçou-o e disse “não se esqueça dos pobres”. Como o papa conta, esse se tornou o seu sonho, o de uma igreja que cuide dos pobres, o que foi a razão da escolha de seu nome papal, inspirado na vida de Francisco de Assis.

O cuidado dos pobres passa necessariamente pelo combate à corrupção.  
Políticos corruptos que sequestram o Estado usurpam os direitos de todos, mas quem mais sofre com isso são os pobres, justamente por dependerem mais dos serviços estatais de saúde, educação e segurança. Petrolão e Mensalão tiravam o dinheiro do povo que corria para farras de guardanapos, contas no exterior, malas em apartamentos, festas e triplex. É uma ilusão achar que quem rouba o país cuida dos pobres.

Justamente por isso o próprio papa Francisco afirmou, em 2017, que “a corrupção deve ser combatida com força. É um mal baseado na idolatria do dinheiro que fere a dignidade humana”. Em 2021, ele endureceu as regras contra a corrupção no próprio Vaticano.

No ano passado, o papa sublinhou que os cristãos não podem ser indiferentes à corrupção num mundo cheio de “condutas desonestas, políticas injustas e egoísmos que dominam as escolhas dos indivíduos e das instituições”. Somos chamados a fazer o bem, disse ele. Eu não poderia concordar mais.

Tendo expressado meu imenso respeito ao papa e que compartilho dos mesmos valores e princípios bíblicos que levam os cristãos a lutar contra a corrupção, devo dizer: o que existiu contra Lula foi um processo correto que fez valer a lei contra a corrupção, porque encontrou um caminhão de provas de que Lula era culpado de um esquema de desvios e lavagem de dinheiro.

Eu tenho certeza absoluta de que não foram levadas ao papa Francisco todas as informações que constam nas acusações e condenações, por isso vou retratar um pouco do conteúdo da Lava Jato que é de conhecimento público, mas é essencial para entender o caso Lula.

Acredito que não contaram ao papa que há provas do desvio de dezenas de bilhões de reais da Petrobras e de outros órgãos e ministérios por parte de pessoas nomeadas diretamente por Lula, que criminosos confessos devolveram 15 bilhões de reais e que as empreiteiras beneficiadas nos esquemas deram benefícios milionários para Lula.

Creio que o papa não soube, por exemplo, das adulterações documentais e provas que demonstraram, segundo a Justiça, que o triplex foi dado pela OAS para Lula como contrapartida de benefícios que este concedeu à empreiteira quando era presidente. Aposto que o papa não sabe, ainda, que a empreiteira OAS colocou cozinhas caríssimas no triplex e no sítio usados por Lula sem cobrar um real por isso de ninguém.

Será que informaram o papa de que as empreiteiras que investiram milhões na reforma do triplex e do sítio usado por Lula não faziam esse tipo de serviço pequeno para ninguém, mas sim construíam grandes obras de engenharia como pontes, usinas e estradas?

Soube o papa que as condenações de Lula mostraram que o dinheiro para essas obras que beneficiaram Lula não saiu do seu bolso, mas foram pagas por meio de obras cartelizadas, superfaturadas ou irregularmente concedidas pelo governo petista? 
Contaram para o papa que havia planilha para controlar os valores das propinas devidas e pagas ao governo?

Será que o papa sabe que Lula e seu partido jamais expulsaram José Dirceu, que era braço direito de Lula quando o esquema de corrupção Mensalão aconteceu e foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, não só no Mensalão, mas também na Lava Jato? 

Será que o papa sabe que Lula elogiou recentemente Dirceu no aniversário do Partido dos Trabalhadores, como se fosse um político modelo?

Talvez não tenham contado ao papa que o apartamento do lado de onde Lula morava em São Bernardo do Campo foi comprado com dinheiro da Odebrecht e que ele quebrou a parede e passou a usar o apartamento como seu, conforme o Ministério Público apontou no terceiro processo contra Lula.

    Creio que o papa não soube, por exemplo, das adulterações documentais e provas que demonstraram, segundo a Justiça, que o triplex foi dado pela OAS para Lula como contrapartida de benefícios que este concedeu à empreiteira quando era presidente

Será que contaram ao papa que mais de duzentos criminosos confessaram seus crimes e devolveram valores que variaram entre poucos milhões até bilhões? Que um gerente da Petrobras e um ex-governador do Rio tinham 100 milhões de dólares cada em contas no exterior?

Será que o papa soube que dezessete empreiteiras reconheceram seus crimes, incluindo as que pagaram propinas a Lula, como a OAS que assinou acordo no valor de 1,9 bilhão de reais, e a Odebrecht que se comprometeu a devolver 2,7 bilhões de reais? E tomou conhecimento de que esse trabalho envolveu centenas de agentes públicos?

É importante contar para o papa que os processos contra Lula não foram uma armação. Foram movidos por um conjunto de quinze a vinte procuradores só na primeira instância, todos concursados, com grande experiência e respeitados pelos trabalhos que fizeram ao longo de sua história no Ministério Público.

E será que o papa sabe que vários desses procuradores que acusaram Lula e pediram sua condenação por crimes haviam votado em Lula, mas apresentaram a acusação para cumprir o seu dever com a verdade e a justiça? Será que o papa tem conhecimento de que dentre os procuradores havia vários progressistas?

Acredito que não relataram ao papa que Lula não foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro apenas por Moro, mas também por outra juíza, a Gabriela Hardt. E será que tem conhecimento de que quatro desembargadores mantiveram as condenações e de que quatro Ministros do Superior Tribunal de Justiça já haviam confirmado a primeira delas?

Será que o papa sabe que o Supremo Tribunal Federal não absolveu Lula nem analisou o mérito do seu caso, mas anulou o processo por questões formais, em uma decisão de 7 votos contra 4? E será que tomou conhecimento de que, dentre os 7 ministros vitoriosos, 4 foram nomeados pelo próprio Lula?

Papa Francisco é uma pessoa boa, correta e tenho certeza de que não sabe disso tudo. Na disputa de narrativas, as pessoas sofrem a influência de quem grita mais e mais alto. Lula e o PT sabem que uma mentira gritada mil vezes vira “verdade” e conseguiram iludir muita gente – até o papa.

E se você ficou chateado e quer parar de ir à igreja por conta disso, você está errado. Primeiro, porque a solução é outra: a disseminação das informações verdadeiras e o exercício da cidadania. O próprio papa disse em 2013 que “devemos estar sempre em guarda contra o engano”.

Segundo, porque a razão que nos une em igreja não é uma discussão sobre um caso criminal, mas o compromisso último da existência, a nossa fé em Cristo. O que nos une em igreja no fundo não são pessoas, mas Deus.

Meu propósito é amar e servir a Deus e aos homens, fazendo o meu melhor. 
Acredito no amor, na compaixão, na indignação santa e na justiça. 
Por isso, seguirei lutando com perseverança e com todas as forças pelo que eu amo e acredito, levando informações a todos para que o bem, a verdade e a justiça possam, no fim, prevalecer.

Veja Também:

Em 107 minutos Lula provou que não está à altura do cargo

 Nossas famílias em risco se não agirmos

Conteúdo editado por: Jônatas Dias Lima

Deltan Dallagnol, colunista - Gazeta do Povo


sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

No alvo - Sílvio Lopes

  "Povos, sacrificai tudo, menos a liberdade de pensamento!" Tal foi a advertência de Johann Fichte, filósofo do idealismo alemão pós Kant (e por este influenciado), ambos expoentes do período conhecido por Iluminismo.

Nada mais atual e sintonizado com um movimento global de supressão das liberdades, que varre nações e continentes e cujo ideal político é o de estabelecer um mundo de um só governo, uma só nação, uma única moeda, e, claro, um único pensamento.  
Um mundo centrado nessas premissas, com certeza, imprescinde do pensamento único e absoluto para dominar e submeter a sociedade. Em toda parte, essa é a saga opressora que aqui também busca sufocar pensamentos dissonantes, perseguindo e calando quem ouse discordar e sem escrúpulos e qualquer sentido de racionalidade, justificando tais ações como defesa da " democracia".

Quanta hipocrisia e desavergonhado caráter de gente que jurava ser libertária e contra a ditadura dos " anos de chumbo"nem tão ditadura quanto julgam, considerando o pouco chumbo dispendido ao longo dos 20 anos que depuração social havida.

A esquerda, a bem da verdade, sempre foi dissimulada e tirânica onde quer que tenha sido implantada, embora use e abuse da retórica democrática como forma de iludir os incautos e ingênuos para se estabelecer e reinar.

Vivemos dias sombrios e incertos. Parafraseando Jean- Jacques Rousseau, outro grande filósofo e contemporâneo de Fichte, "há certo tipo de sociedade em que se impõe opressão à uma maioria em proveito de uma minoria privilegiada”.

É bem esse o quadro hoje em voga, aqui como acolá. Cabe aos homens e mulheres de bem desta nação, enfim, sacrificar tudo para defender nossas liberdades. Enquanto é tempo.

O autor, Sílvio Lopes, é jornalista e economista.

 

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

Diplomacia Lula nos EUA e um problema que já dura 20 anos - VOZES

 Gazeta do Povo - Alexandre Garcia   

Diplomacia

O presidente Lula está indo para Washington, onde terá um encontro importante com o presidente Joe Biden. 
Isso me lembra uma confidência de Aloizio Mercadante, que estava junto com Lula quando ele esteve com o presidente George W. Bush no primeiro mandato dele.  
Bush disse à Lula que iria invadir o Iraque e que o brasileiro não deveria se meter, pois Bush não se mete na Venezuela, e Lula que administrasse o problema com Hugo Chávez. Foi uma tremenda demonstração de confiança dada por um republicano; agora Lula vai conversar com Biden em uma situação em que há mais afinidade ideológica.
 
Mas o problema venezuelano continua. Eu estava vendo os discursos dos presidentes do Paraguai e do Uruguai naquela reunião de que Lula participou em Buenos Aires, e os dois falaram de países que não respeitam a democracia, as instituições, os direitos humanos, que defendem a democracia só de boca.  
E isso tem de ser resolvido, como é o caso da Venezuela.
Vocês estão vendo os depoimentos de pessoas em Roraima dizendo que os yanomamis que estão aparecendo subnutridos na verdade estão fugindo da Venezuela, como já fugiram quase 6 milhões de pessoas, segundo a Agência das Nações Unidas para Refugiados.
 
Lula ataca o Banco Central e ministro tenta consertar o estrago 
Mais uma vez um ministro da área política – agora é Alexandre Padilha – teve de tentar aparar um pouco a agressividade do presidente em relação ao Banco Central. 
Disse que Lula não está querendo acabar com a autonomia do BC, que não é contra o presidente do banco. 
Quem acaba com a autonomia do Banco Central é o Congresso Nacional, o presidente da República não tem poderes para isso. Os petistas fizeram de tudo para atrapalhar durante 30 anos a tentativa de dar autonomia ao Banco Central. 
Quem conhece um mínimo de economia sabe que banco central tem de ter autonomia, que não pode haver mistura política na proteção da moeda, no combate à inflação, na política monetária. 
 
Quando Dilma se meteu, foi um desastre. Quando Lula foi presidente pela primeira vez, a Selic começou em 26,50%; a taxa atual, de 13,75%, é igual à do fim do primeiro período de Lula e início do segundo mandato.
E muita gente no entorno de Lula quer, sim, acabar com a autonomia do Banco Central. O ex-presidente do BC Armínio Fraga, numa entrevista ao Estadão, disse que há um desprezo raivoso pela responsabilidade fiscal
Mas a responsabilidade fiscal, que está sendo combatida também pelo atual presidente, é o que mantém o dinheiro no bolso de quem não tem economias para aplicar no banco e se proteger. 
Os R$ 100 do início do mês podem chegar ao fim do mês valendo R$ 50, como está acontecendo na Argentina e já aconteceu no Brasil. Nós já tivemos inflação de 84% ao mês por aqui, um desastre que acabou com o Plano Real.
 
Inversão de valores em curso mais uma vez 
Está de volta aquela história de que “polícia é ruim, bandido é bom”. Parece que nós estamos vendo 1984 adaptado às condições tupiniquins
Começou a ser julgado, na Corte Interamericana de Direitos Humanos, na Costa Rica, um caso ocorrido em 2002, em São Paulo, em que a polícia encontrou 12 integrantes do PCC, que acabaram mortos
Querem resgatar isso e forçar o Estado brasileiro a indenizar as famílias dos membros do PCC mortos. E boa parte do noticiário – porque muito jornalista hoje é formado com essa mentalidade – diz que os bandidos foram “assassinados” pela polícia, quando estavam muito bem armados e municiados.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


terça-feira, 24 de janeiro de 2023

Lula vai usar o BNDES para financiar obras em países da esquerda - Alexandre Garcia

Vozes - Gazeta do Povo

Presidente Lula está na Argentina, e não vai se encontrar com Maduro porque Maduro decidiu não ir para evitar a possibilidade de um vexame de ser preso no aeroporto. 
Isso porque a oposição argentina botou a boca no mundo, avisou o departamento americano de combate às drogas. 
O Maduro está sendo procurado pelo DEA, que deve ter acordo com a Argentina, então Maduro decidiu não ir. 
E a oposição está brigando lá também porque não quer que a Argentina receba o ditador cubano, Miguel Díaz-Canel.
Hoje é dia da reunião da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e Lula aproveitou para oferecer o BNDES para todo mundo, para ajudar os outros a crescer, como se nós não precisássemos, como se estivesse sobrando aqui.  
Quem sabe, podiam fazer uma doação lá para os Yanomamis. 
O BNDES, para quem não sabe, é Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, mas agora vai ser, de novo, Banco Internacional de Desenvolvimento Econômico, que faz metrô em Caracas, porto em Havana, aeroporto em Moçambique, hidrelétrica no Equador, na Nicarágua, enfim, nos países “amigos”.

A moeda única de Lula

Lula também está entusiasmado com a ideia da moeda única com a Argentina. Imaginem, vão misturar o peso argentino, com quase 100% de inflação, e o real brasileiro, com menos de 6% de inflação. 
Tem de tirar a media, aí ficamos com 53% de inflação.
E como se já não bastassem as outras declarações de Lula por aí, ele disse que os ministros da Fazenda têm de ter sabedoria suficiente para poder fazer essa “união” entre as duas moedas.  
Gente, olha o trabalhão que deu fazer o euro, em países europeus, com muito mais história do que a nossa. [só que na Europa eles não tinham o 'demiurgo' de Garanhuns - o Brasil tem.]  
Nós somos Novo Mundo, é a partir de 1500, enquanto os europeus são desde sempre, do tempo das cavernas. Mesmo assim, eles tiveram muitos problemas, a Inglaterra, por exemplo, que entrou e saiu. Depois da reunião da Celac, Lula ainda passa em Montevidéu, onde tem uma reunião com o presidente do Uruguai.

  Lira aumenta em 137% o valor do complemento do auxílio-moradia às vésperas das eleições na Câmara
    O pacote fiscal do governo Lula e a fome por mais impostos

Prisão preventiva
A Procuradoria Geral da República pediu para aliviar a prisão preventiva dos que estão presos, preventivamente, depois da destruição da sede dos Três Poderes no dia 8 de janeiro. As penas previstas são inferiores a quatro anos, e por isso não caberia prisão preventiva. Já foram denunciados 98 pessoas e, claro, como vocês já sabem, não tem terrorismo nisso. Quem chama de terrorista o que não é terrorista, está sujeito a uma boa indenização por danos morais por calúnia.

Agora mesmo, lá em Monterrey, uma belíssima baia na Califórnia, um chinês entrou armado na festa do ano novo lunar chinês e matou dez pessoas, talvez mais, porque houve feridos gravemente, e está sendo tratado como suspeito. Aqui não, aqui ninguém é suspeito, já é terrorista, uma coisa pesada, negócio meio estranho, não foi esse o jornalismo que me ensinaram na PUC há mais de cinquenta anos.

Os omissos
E os denunciados, entre os quais tem 44 que foram presos em flagrante, principalmente no Congresso Nacional, são acusados de serem autores, financiadores e também gente que está sendo acusada de omissão.        Eu continuo achando que tem mais omissão aí, porque a PM é responsável pela segurança no logradouro público.  
A PM é subordinada ao governador. O governador, o secretário de Segurança e o comandante da PM estão nesse inquérito. 
Mas a segurança interna das sedes do poder são de responsabilidade de cada um dos poderes e não do Distrito Federal. Acho que precisam considerar essa história.

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

A primeira vingança de Arthur Lira contra Lula

Saiba qual...

A aprovação em primeiro turno da PEC da Transição na Câmara nesta terça, 20, é sim uma vitória para o governo Lula. Mas a redução da validade da proposta para um ano é um recado claro de Arthur Lira de que o novo governo não terá a vida tão tranquila como gostaria.

Quando protocolada no Senado em novembro, o governo queria que a PEC tivesse validade de quatro anos. Os senadores, no entanto, aprovaram o texto com validade de dois anos. Agora, na Câmara, o prazo foi reduzido para apenas um. Segundo a coluna apurou, a redução da validade foi uma estratégia do presidente da Câmara, Arthur Lira, após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de considerar inconstitucional o orçamento secreto.

Lira viu a digital de Lula na decisão da corte e, insatisfeito com esse posicionamento, articulou para reduzir a validade da PEC mais importante para o novo governo. Com a redução do prazo, o presidente eleito terá que manter um bom relacionamento com Lira e aceitar o que ele mais quer: negociações constantes – onde a política é feita – para conseguir orçamento dos demais anos de seu mandato.

Se tivesse conseguido uma PEC com duração de quatro anos, Lula estaria livre de negociar esse tema até o fim de seu terceiro governo. Agora, terá que voltar com o pires na mão já no ano que vem. Lira trabalhou para ter o governo nas mãos e agora tem um assunto chave para negociar nos próximos dois anos. Essa moeda de troca é valiosa e mantém Lira com o poder muito poder, aliás – já que o fim do orçamento secreto representou uma revés gigante para o presidente da Câmara.

Matheus Leitão, Blog Revista VEJA


terça-feira, 2 de agosto de 2022

O declínio do castrismo: Cuba hoje é um não-país. - Jorge Hernández Fonseca

Cuba sofreu longos 63 anos de castrismo carnívoro, puro e duro, que  por motivos políticos cobrou extensa conta de centenas de milhares de presos políticos, milhares de fuzilados e milhões de exilados. 
A essa pesada conta social se soma outro desatino: o desastre econômico, uma ilha rica e próspera transformada em um "não país".

Cuba desenvolveu historicamente uma forte indústria açucareira e agrícola, que lhe valeu o status de principal fonte exportadora desses produtos durante boa parte do século 20, até que a ineficiente administração Castro tornou-a um produtor pobre que não consegue, hoje, atender sequer o consumo do país. Secou-se, assim, sua principal fonte de riqueza e divisas, com o que Cuba ficou sem um negócio lucrativo para sustentá-la.

O castrismo colocou suas esperanças em dois setores: a escravidão dos médicos cubanos e o turismo. A moeda que a ditadura rouba dos médicos-escravos, só serve para "lagosta de Mariela" e enriquece Raúl Castro e seus generais. O turismo não funciona há três anos devido ao aparecimento de sucessivas ondas da pandemia que ainda sofremos. 
Isso e a dolarização da economia, seguindo a receita que permitiria à Venezuela respirar.

Em Cuba, como resultado, a ditadura não tem economia para compras internacionais, ficando incapaz de atender qualquer necessidade interna de produtos. Por isso decidiu permitir que exilados cubanos entrem no país com todo tipo de produtos, desde motocicletas e computadores a roupas e alimentos: um verdadeiro desastre, que o país paga como homenagem ao desabastecimento castrista.

Mas se tudo fosse que não há dinheiro para produtos industriais "leves", o assunto não passaria de uma emergência temporária. O problema é que, assim como o ditador cubano destruiu a fonte de renda em moeda estrangeira para a nação cubana, o sistema de energia elétrica também foi abandonado, ignorado e substituído por uma versão atomizada de motogeradores caprichosos, hoje inutilizáveis. 
Não há dinheiro para comprar novas usinas e a sociedade cubana vive em um eterno apagão sem solução em nenhum momento.
 
Por outro lado, se Cuba fosse (como era) um país autossuficiente na produção de alimentos, as coisas seriam críticas, mas não terminais (como são agora) quando a agricultura cubana bate recordes de queda de produção
Nos últimos cinco anos enfrenta sua quase extinção, porque quase nada produz. 
Nestas condições, sem dinheiro, sem eletricidade, sem comida: que país é esse? 
Sua sociedade tem que suportar essas dificuldades apenas para manter uma ditadura parasitária de maus cubanos que não querem perder o poder e os privilégios implícitos.

Cuba, sem uma indústria açucareira, sem um sistema energético, sem agricultura, sem uma grande indústria que produza algo de valor, com um governo de uma ditadura férrea discriminatória, onde só contam os pouquíssimos militantes do partido, transformado em guardiões contra o povo, tornou-se, pela (des)graça de uma ideologia sem futuro, um exemplo "não-país", do que não deve ser feito em nenhuma outra sociedade, por mais graves que sejam os problemas que tenha.

Jorge Hernández Fonseca - Acesse e consulte seus artigos

 

segunda-feira, 18 de abril de 2022

A lavagem cerebral nas salas de aula - Revista Oeste

Ilustração: Shutterstock
Ilustração: Shutterstock

Durante a transmissão, Hallal chamou Bolsonaro de “defensor de torturador” e o “único chefe de Estado do mundo que não defende a vacinação contra a covid-19”. Não ficou por aí. O pró-reitor Eraldo Pinheiro tomou a palavra e qualificou o presidente de “sujeito machista, homofóbico e genocida, que exalta torturadores”.

14 de dezembro de 2020. Escola Municipal Guerino Zugno, em Caxias do Sul (RS). A professora Monique Emer se lamentava em sala de aula porque Pepe Vargas, candidato do PT, perdera a disputa pela prefeitura do município. Vargas foi ministro do Desenvolvimento Agrário da ex-presidente Dilma Rousseff.

Em um áudio vazado, Monique declara aos alunos: “Da direita, quanto mais morrerem de covid-19, aids, câncer fulminante, melhor. Já que a gente não pode fuzilar, então que vão à praça fazer bandeiraço e, se Deus quiser, morram tudo de covid. Adultos, mulheres, idosos e crianças. Não vale um, não se salva um”. 

Em seguida, a educadora fez uma publicação em sua conta no Facebook defendendo a necessidade de “canalizar a revolta incendiária de estudantes” em prol de pautas de esquerda. “Onde está a resistência?”, perguntou a professora. “Barricadas? Incêndios? Mobilização popular?” Dias depois, Monique foi afastada do cargo pela Justiça.

“Esse imbecil ganhou porque a maioria votou”
Professores deveriam ensinar suas matérias e não usar a influência que têm sobre os alunos para fazer doutrinação político-partidária. Mas isso não impede que eles ajam para influenciar diretamente os estudantes, inclusive nas escolas particulares.

Abril de 2019. Um professor de geografia ataca o presidente Jair Bolsonaro e seus eleitores. “Já pararam para pensar que esse imbecil ganhou porque foi a maioria que votou?”, pergunta o docente à classe, que se manteve em silêncio. “Mas sabe o que é pior? É quando a maioria que ganha quer que a outra parte se foda. Se a maioria ganha e quer ajudar o resto, é uma coisa, mas quando a maioria ganha e quer que o preto se ferre, o pobre se ferre, o gay se ferre e a mulher se ferre, aí é pior que uma ditadura.” Ele foi demitido depois de o vídeo ser publicado nas redes.

Na semana passada, outro caso chocou o país. A indígena Sônia Guajajara, ex-PT e atual Psol, ex-candidata a vice-presidente na chapa de Guilherme Boulos, dava uma palestra na Escola Avenues, em São Paulo, que cobra mais de R$ 12 mil de mensalidade de seus alunos.

Previsivelmente, a política psolista atacava o agronegócio brasileiro e o governo federal. Um estudante pediu a palavra e expôs seu ponto de vista, o que não agradou ao professor Messias Basques.

A arrogância do fake Harvard
O professor constrangeu o aluno diante de uma plateia de 300 estudantes. “A minha recomendação é a seguinte: respeite-me, porque sou doutor em Antropologia”, disse. “Não tenho opinião, sou especialista em Harvard. Isso é ciência. No dia em que você quiser discutir conosco, traga seu diploma e sua opinião, fundamentada em ciência. Aí sim poderá discutir com um especialista em Harvard.”

A plateia, formada por adolescentes, aplaudiu a arrogância do educador. Basques, na verdade, não tem diploma na universidade norte-americana de Harvard, mas apenas o certificado de um curso on-line que custou US$ 250. 

Uma das vítimas preferidas dos redatores dos livros didáticos é o agronegócio

Na sequência, Guajajara retomou sua apresentação e criticou “fazendeiros”, que, segundo ela, ocupam terras que deveriam ser redistribuídas para a população: “É preciso democratizar o acesso às terras”. Em carta, o aluno manifestou seu descontentamento. “Falar do agronegócio de maneira tão pejorativa, para uma audiência de 300 pessoas, deixou-me extremamente ofendido”, ressaltou. “Os pais dos meus amigos trabalham no agronegócio, minha família vem da agropecuária.” [a índia Guajajara deveria começar a democratização distribuindo para os brasileiros a imensidão de 'terras indígenas' que eles possuem e não trabalham nelas - dividindo a área total de terras indígenas no Brasil pelo número de índios, resulta mais de 4.000 hectares/índio. Um hectare equivale a um campo de futebol.]

Até o momento, o professor Messias Basques continua integrando o corpo docente da escola, apesar de manifestações de repúdio de diversos pais. A instituição emitiu uma nota minimizando o ocorrido.

100% de doutrinação
A doutrinação em sala de aula começa nas páginas dos livros didáticos, cujo conteúdo é elaborado por professores universitários — a maioria com viés de esquerda. O cientista político Fernando Schüler, professor do Insper, conta o que descobriu, em 2016, ao se debruçar sobre os principais livros didáticos do Brasil, com o objetivo de responder à pergunta: há ou não doutrinação ideológica nesse material?

“Dos dez livros que analisei, 100% tinham um claro viés ideológico”, disse Schüler, numa entrevista a Oeste. “Não encontrei, infelizmente, nenhum livro ‘pluralista’ ou particularmente cuidadoso ao tratar de temas de natureza política ou econômica. São todos livros mancos. E sempre para o mesmo lado.”

Além do capitalismo e do conservadorismo, uma das vítimas preferidas dos redatores desses livros é o agronegócio, retratado como um vilão da natureza. Essa visão distorcida da realidade origina-se do estrabismo marxista sobre vários aspectos da sociedade, constatou o professor Mauro Aguiar, diretor do Colégio Bandeirantes, um dos mais tradicionais de São Paulo. “Existe um predomínio do pensamento de esquerda nas Ciências Humanas no Brasil e no mundo ocidental”, afirmou Aguiar. Para ele, a esquerda conseguiu vencer no campo ideológico-cultural, apesar da queda do Muro de Berlim, muito em razão da propaganda bem-sucedida. “Isso atinge as escolas, porque os professores são educados com base nessa formação.”

Essa deformação do ensino do agronegócio foi o estopim para a criação do De Olho no Material Escolar. O movimento começou quando a produtora rural Letícia Zamperlini presenciou as aulas on-line da filha de 10 anos durante a pandemia. Entre outras coisas, o setor era apresentado às crianças como responsável pela miséria de povos indígenas. “São inúmeros os exemplos”, contou Letícia, numa reportagem de Oeste. “Todo mundo que nos procura tem uma história para contar. Se você está perto e olha o material escolar, mesmo não sendo do agro, percebe o tom negativo e uma ausência de referências científicas. Não vemos citações da Embrapa, do Ibama ou de órgãos confiáveis.”

Hoje, são mais de 4 mil simpatizantes e centenas de associados espalhados por dez Estados brasileiros. O grupo já se encontrou com representantes dos ministérios da Educação e da Agricultura, além de ter conseguido das editoras a promessa de revisar os livros didáticos. Há duas semanas, um evento na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) reuniu produtores rurais, diretores de escolas e representantes das principais editoras do país.

A tirania da minoria
Para Ilona Becskeházy, ex-secretária de Educação Básica do Ministério da Educação, as universidades são dominadas pela esquerda em virtude de um processo complexo e demorado de ocupação de espaços. Como a classe intelectual é a responsável por formar diversos ramos da sociedade, a exemplo da classe política, a visão de mundo da esquerda acaba sendo hegemônica. “São esses acadêmicos que escrevem e controlam a qualidade dos livros didáticos, por exemplo”, explica. “Não tem como dar certo.”

Resolver um problema dessa magnitude leva tempo. A presidente do Instituto Livre pra Escolher, Anamaria Camargo, apoia a criação de instituições de ensino com diferentes vieses filosóficos, religiosos e outros focos pedagógicos, como o sistema STEM (Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática, em português). “Devemos garantir a liberdade das famílias para que possam escolher aquela que está de acordo com seus valores”, disse. [a praga do maldito esquerdismo progressista encontra campo fértil mais na área de Humanas.]

Nesse modelo, Anamaria defende a criação de um sistema de vouchers, em que cada família possa usar o valor do recurso estatal que cabe à educação do seu filho no colégio de sua escolha, como na Holanda. “Enquanto couber ao Estado e àqueles que dele vivem, como sindicatos, escolher as ‘vozes’ que devem ser elevadas e as que devem ser caladas em todas as escolas, jamais teremos uma real pluralidade de ideias.”

Os “líderes geniais das massas”
Cláudia Costin, especialista em educação e ministra da Administração do governo FHC, critica a formação de professores e defende a ideia de que o primeiro passo para alcançar uma escola plural é ensinar os educadores a praticarem, em sala de aula, o debate livre de ideias. “Na escola, sempre houve a tentação de doutrinar”, afirma Cláudia.

A especialista advertiu que esse cenário acaba empobrecendo a produção intelectual dos educadores, a exemplo dos livros didáticos, que oferecem uma visão muito limitada da realidade. “Sobretudo os de geografia”, observou, ao mencionar o agronegócio sendo retratado como inimigo. “Não se deve demonizar um setor da economia que gera renda e emprego.” 

Ela defende ainda a ideia de que haja uma abordagem mais ampla dos assuntos, que possa oferecer os dois lados da moeda para o aluno, sem ocultar fatos ou tentar prejudicar determinada pauta. “Precisamos fugir da ‘verdade única’. Educação é formar pensadores autônomos e não pessoas que vão seguir ‘líderes geniais das massas’.”

Leia também “A esquerda sempre foi adepta do regime ditatorial”

Cristyan Costa, colunista - Revista Oeste


terça-feira, 21 de dezembro de 2021

NÃO SEI DO QUE SE TRATA, MAS O CULPADO É BOLSONARO

Vaterlucio Campelo

Pertenço ao clubinho cada vez menor dos que não encontram respostas Simples para problemas complexos. Depois que tive a oportunidade de conhecer umas três ou quatro linhas de Edgar Morin e umas duas ou três sobre sistemas complexos, tento dar as costas ao simplismo que contamina certas declarações, especialmente de políticos e analistas a respeito de temas importantes. Confesso que nem sempre consigo.

Dou como exemplo a volta insistente do aumento de preços, o velho dragão da inflação, que estava praticamente dominado desde o plano real, um dos mais elaborados e complexos planos econômicos experimentados no mundo. Hoje, convenhamos, nenhum brasileiro está tranquilo perante a situação econômica, os preços sobem e sobem. O mundo todo, aliás, incluindo o Tibet, se encontra em alvoroço.

Há, contudo, quem se satisfaça dizendo que é culpa do Bolsonaro e pronto. Diz essa bobagem e vai dormir sossegado. 
Crise energética na China? Crise de combustíveis? Desorganização das cadeias de suprimento? Inflação e taxa de juros nos EUA? Crise na oferta de fertilizantes? Restrições ambientais? Crise hídrica? Expansão monetária para cobrir despesas e proteger pobres e empresas? Tudo isso e muito mais ocorreu em escala global e os vermelhinhos, disfarçados ou não, estão lá berrando com pose de especialistas que a culpa é do Bolsonaro que não usa máscara.

Quando em março de 2020 já gritavam “finkincasa” que a economia resolvemos depois”, exigindo somas sem fim e sem controle para o sistema de saúde, ou quando acharam pouco o socorro financeiro sem contrapartida laboral para milhões de necessitados, não pensaram na inflação. Ou será que pensaram e empurraram só para que ela acordasse e hoje justificasse o novo berro?

Não tenho muita paciência, aliás, não tenho nenhuma paciência para ser professor, algo que só experimentei entre 21 e 23 anos de idade, mas vou contar umas coisinhas aqui na “sala” dos leitores.  O barril de petróleo está na casa dos 80 dólares você queria que Bolsonaro fizesse como a Dilmanta, [Dilma x Anta] segurasse os preços dos combustíveis artificialmente e quebrasse a Petrobras, mandando a conta para TODOS os pagadores de impostos?

A Crise energética na China, fabricante até daquela argola que seu filho usa nas ventas, danou a oferta global gerando escassez de brinquedos a chips para seu celular. Resultado: Aumento de preços.

– O preço do gás natural na Europa, dependendo do país, subiu até 300% no último ano por causa da política ambiental adotada na Europa que hoje está, por causa disso, de joelhos para o Putin, que se ficar mais “putin”, com o inverno chegando, fará a rainha da Inglaterra voltar aos tempos de dois ou três banhos por ano. Resultado: Aumento de preços.

– A Rússia limitou drasticamente a oferta de nitrogenados. Sabe o que é isso não? É fertilizante que importamos de lá mais de 20% do que usamos. Resultado: Aumento dos preços.

O Bolsonaro já enfiou o pé na jaca keynesiana até onde pode, e hoje tem 50% a mais de papel moeda circulando na economia brasileira. Precisa explicar que mais moeda sem níveis elevados de crescimento econômico e alta demanda implica inflação?

Enquanto o mundo todo tenta se refazer da peste de crises (desculpem o trocadilho), os babacas daqui fecham o site do UOL ou do G1 e saem papagueando “a culpa é do Bolsonaro!”. Culpa de quê, homem de Deus? 
Você não entendeu nem a primeira sílaba da palavra pandemia, passou mais de um ano em casa gastando a tecla do celular, engordou feito um leitão (falei que não tenho paciência) e quer agora mais dinheiro na economia e menos inflação? Pior ainda é acompanhar esse “raciocínio” e em seguida ouvir que o programa Auxílio Brasil é eleitoreiro, mas R$400,00 não dá pra nada.

Outros, aplaudem e alimentam diariamente a insegurança do país, apoiam as decisões judiciais que causam insegurança jurídica, torcem pela prisão dos jornalistas decentes, vibram com CPI’s de araque e trocentos pedidos ridículos de impeachment que causam instabilidade política, fazem da questão sanitária uma espécie de guerrilha anti-governo, desgraçam a democracia com decisões por cima e por baixo da Constituição e “inocentemente” se assustam com a alta do dólar “Ui, não posso comprar o iphone 13 que minha filha pediu, culpa do Bolsonaro!”

O sujeito entra com gosto na guerra da pandemia e quer sair ileso, quem sabe, contabilizando despojos. 
Preste atenção, amiguinho: Se você ficou em casa e não estava naquele consórcio lá do Nordeste, ou em outro rolo qualquer de compras sem licitação, perdeu, playboy! 
Sim, porque mesmo sendo servidor público, a inflação lhe tomou a picanha da feira. Não notou?

Já que o Congresso não está disposto a fazer reformas econômicas que propiciem liberdade e crescimento econômico, parece certo que o Banco Central vai ter que dar mais porrada pra cima na taxa de juros. É o jeito. É necessário que uma política monetária restritiva seja mantida a fim de que não percamos o controle da moeda. Entrar 2022 com IPCA na marca de 10% seria péssimo sinal.

Alta inflação em ano eleitoral, com mídia, justiça e políticos contra, será explorado como descontrole e estabelecerá descrédito na equipe econômica. Por outro lado, ao elevar a taxa Selic para uns 9-10% como prevê o mercado, o Banco Central – guardião da moeda, estará enviando um recado às empresas para que adiem seus planos de investimentos. A tendência é enxugar o mercado.

Do lado do consumidor, uma Selic mais alta fará elevarem-se os juros bancários diminuindo também o consumo, situação que não pode ser sustentada no longo prazo sob pena de dano estrutural na economia, desinvestimento, desindustrialização, desemprego, aumento da pobreza e perda de arrecadação, sem falar no custo da dívida pública.

Este cenário, difícil, turbulento e ameaçador, rapidamente esboçado como permite este espaço, é realmente dramático, mas é hoje a regra na maioria dos países. Talvez um jovem de vinte e poucos anos, que não sabe o que é viver sob alta inflação, tenha o direito de traduzir sua raiva culpando estupidamente o governo, porém, seu pai ou sua mãe, se não perdeu a memória ou age de boa-fé, não pode culpar Bolsonaro com a simplicidade de quem o acusa de não usar máscara.

Sim, eu sei. Tem um monte de gente torcendo para o “quanto pior, melhor”. A única forma de voltarem ao poder é desgraçando o país e com isto eles não se importam, já que estarão (?) no andar de cima. Mas, pelo menos, poderiam ser um pouco mais honestos. Por favor, tenham respeito e não tratem a economia com a ligeireza e a expertise de quem frita um ovo.

Publicado originalmente em https://ac24horas.com/2021/11/12/nao-sei-do-que-se-trata-mas-o-culpado-e-bolsonaro/

valbcampelo@gmail.com  Valterlucio Campelo


quarta-feira, 9 de junho de 2021

O BRASIL, COM TODO O GÁS - Percival Puggina

São boas as informações que chegam sobre a situação da economia nacional. E isso acontece malgrado a ação de tantos que puxam o país para baixo, pois, para se dar bem, precisam que as coisas vão de mal a pior.  Sabemos todos que, em Economia, as expectativas orientam os investimentos sem os quais não há desenvolvimento. Nesse setor, expectativas favoráveis, promissoras, podem parecer início de namoro, mas não são. Elas envolvem algo que todo investidor leva muito a sério: dinheiro.

O Brasil está a todo o gás
O Wall Street Journal diz que a retomada da economia brasileira surpreende. 
Chamou a matéria para a capa. De fato, a expectativa de o PIB crescer 5% neste ano reverte o pessimismo e é um número que impressiona em nossa série histórica. Mas a matéria informa, também, que temos problemas e cita a dívida interna.  Estão aí as duas faces da moeda: o setor privado é ágil, dinâmico, criativo; o setor público lento, reacionário a mudanças, a reformas, a privatizações. Um pisa no acelerador; o outro, no freio. A base parlamentar do governo é parte desse freio e sinal do divórcio entre o Congresso Nacional e a nação.  Não deixa de ser um bom indicativo constatar que o agronegócio, contra o qual tanto agiu e se manifestou a esquerda brasileira, seja a poderosa alavanca de nossa economia.

O Brasil, dizia eu há pouco num vídeo que gravei, é um balão, cheio de gás, querendo alçar voo e realizar nossos sonhos, mas está preso ao chão por amarras que o impedem de se erguer. É um modelo institucional todo errado, um sistema eleitoral errado, uma errada relação entre a sociedade e o Estado, e uma visão também errada sobre o que seja a democracia. Uma usina de sucessivas crises. Tudo isso teria tido solução no processo constituinte de 1988, se houvesse lá uma consciência sobre a transitoriedade dos preceitos numa sociedade em transformação. Nossos constituintes, notadamente os que atuavam pelo lado esquerdo, liderados por Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, estavam decididos a constitucionalizar sua visão de Estado e de sociedade.

Eles são parte das amarras que prendem ao chão esse imenso balão, pronto para voar.  
Eles andaram juntos nos anos 80, trabalharam juntos na Assembleia Nacional Constituinte, empurraram a Constituição para a esquerda, encenaram um falso antagonismo que durante um quarto de século enganou e removeu da disputa política nacional todo o lado direito do arco ideológico
Eles, agora, resolveram sair do namoro por baixo dos panos e “juntar os trapinhos”. Aproxima-se a hora, portanto, de receberem das urnas a resposta da sociedade brasileira.

Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


domingo, 4 de abril de 2021

Projeções - Alon Feuerwerker

Análise Política

E o Brasil chegou a 10% da população adulta vacinada com pelo menos uma dose do imunizante contra o SARS-CoV-2. É pouco perto do número necessário para atingir a imunidade de rebanho, mas não deixa de ser um dado reconfortante para quem foi vacinado, suas famílias e amigos.


Do outro lado da moeda, nunca tivemos tantos casos, internações, pacientes em UTIs, mortos. Números trágicos da segunda onda de Covid-19. Mas, se a vacinação continuar pelo menos no ritmo atual, é possível que daqui a poucos meses estejamos assistindo ao despencar dessas curvas.

Segundo acompanhamento de instituições do mercado financeiro, há uma possibilidade real de todos com mais de 50 anos que desejem se vacinar terem tomado pelo menos uma dose até o final de abril. E até o final de setembro todos com mais de 20 anos.

Se essa projeção otimista realizar-se, e tomara que se realize, além das vidas salvas - sempre o mais importante - teríamos números fortes da economia no terceiro trimestre deste ano. Uma necessidade, diante do alto desemprego (leia), mesmo com os bons números do Caged (leia).

Alon Feuerwerker, jornalista e analista político

 

domingo, 7 de fevereiro de 2021

Um em cada cinco - Alon Feuerwerker

Análise Política

Exames laboratoriais em uma amostra populacional concluíram que quase um terço da cidade de São Paulo carrega anticorpos contra o SARS-CoV-2 (leia). Ou seja, já teve contato com o novo coronavírus. Acontece que o número de casos comprovados da Covid-19 na capital paulista é algo como 20% disso.

Portanto, a crer no levantamento, a testagem só captura um em cada cinco infectados. E é razoável supor que a esmagadora maioria dos que continuam incógnitos sejam assintomáticos. Um lado da moeda é que talvez se esteja testando pouco. O outro é que talvez nunca se venha a testar o suficiente.

E além dos que carregam anticorpos, dizem os cientistas, mais gente pode estar protegida, por mecanismos de defesa celular (leia). Bem, os dados do estudo e outros devem sempre ser relacionados às taxas de curvas e mortes (leia) para tentar entender sua real dimensão.

De todo jeito, e sendo otimista (e é sempre útil ter um pouco de otimismo), se a taxa de infectados Brasil afora não estiver tão longe assim dos números de São Paulo (capital), e se a vacinação ao longo dos próximos meses caminhar bem, talvez possamos certa hora falar em luz no fim do túnel. [o excelente artigo fortalece o nosso entendimento de que estamos próximos do alcance da 'imunidade de rebanho' - o incremento do número de casos e mortes  em dezembro e janeiro é consequência que vem desde os comícios final de outubro e todo novembro, que se soma as aglomerações das festas Natal e Ano Novo.
Continuamos contrários ao fecha tudo - política burra e ineficaz - mas o bom senso recomenda que o uso de máscaras e evitar aglomerações especialmente em ambiente fechado ajuda a conter a disseminação.  
As vacinas ajudam, mas ainda é cedo para atribuir redução dos casos aos efeitos dos imunizantes - especialmente do chinês que depende de duas doses e sempre coloca uma pulga atrás da orelha = só após testar sua vacina no Brasil a China liberou para uso geral em seu território.???]
 
Recomendamos:  A OMS na China
 
Alon Feuerwerker, jornalista e analista político