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domingo, 9 de agosto de 2015

Dilma afunda mais depressa se Lula virar ministro. A Dilma é desorientada, sem noção, mas será que vai confiar no Lula e nomear aquele estrupício ministro?

Se Dilma Rousseff cometer o desatino fatal de nomear Lula para algum ministério vai ser mandada para o esgoto da História, sem direito a tratamento. A eventual nomeação de Lula, especulação absurda que vem sendo tratada pela mídia amestrada como um fato sério, funcionaria como uma confissão antecipada de culpa. Se embarcar nesta furada, Dilma vai afundar mais rápido que o PTitanic...



Não vai colar a desculpa (esfarrapada) de que Lula iria ajudar a resolver a crise, rearticulando o governo e a base amestrada no Congresso (sem lhes pagar alguns mensalões?). Lula, que é uma das figuras mais poderosas e blindadas do Brasil, deve estar muito fragilizado psicologicamente para jogar no lixo o que seria o teórico simbolismo do Presidente da República (coisa que não existe por aqui) em troca de um nada seguro e absurdo direito a foro privilegiado, para eventuais acertos de contas com o judiciário. Lula, ministro de qualquer coisa, é uma piada de brasileiro.



Agora, vamos tratar de coisa séria! A quem pertence o mandado do Presidente da República? Ao mandatário escolhido pelo povo? Ou ao povo que o elege? No Brasil, de presidencialismo imperial, com abusivos poderes estatais capimunistas, a resposta é sempre a errada. Os eleitos sempre acham que estão acima do cidadão. No entanto, no correto raciocínio constitucional, a partir do Poder Instituinte, que deveria definir as regras do jogo democrático (a segurança do Direito), o povo é o dono do mandato presidencial.



Nossos Presidentes não pensam corretamente. Nossa Presidenta exagera na dose. Batendo recordes de impopularidade, porque demonstra ser incapaz de conduzir a coisa pública com competência, seriedade e honestidade objetiva, Dilma perdeu a legitimidade para continuar no poder. Assim, na democradura tupiniquim, um sistema que tem apenas cacoetes pretensamente democráticos, no qual o Estado interfere exageradamente na vida dos cidadãos e na atividade econômica, somos obrigados a assistir a patética cena de uma mandatária vociferando que aguenta pressão, que não vai cair, nem renunciar, embora tenha perdido a governabilidade.



Os políticos fingem não constatar que a principal crise brasileira é estrutural. Ela é a mãe das outras crises: política, econômica e moral. Por isso, não basta discutir se é preciso tirar Dilma do poder, por qualquer modo que seja: impeachment, anulação eleitoral, renúncia forçada ou algum golpismo. A meta real deveria ser uma intervenção constitucional, com prazo determinado, para mudar a estrutura estatal tupiniquim, a fim de que o Estado sirva à sociedade - e não mais se sirva dela. É o único jeito de fazer do Brasil um lugar decente, honesto, justo, democrático e produtivo.



O Alerta Total assina embaixo o que escreveu um dos defensores da Intervenção Constitucional, o jurista Antônio Ribas Paiva: "Temos que optar pelo melhor para a Nação e o Brasil. Não pelo conveniente ou menos traumático. Isto seria manter o regime do crime organizado. Como ocorre desde que o General Leônidas empossou, ilegitimamente, seu amigo José Sarney na Presidência da República. Da ilegitimidade não decorre nada legítimo. A única saída verdadeira seria uma Intervenção Constitucional, com o povo exercendo seu Poder Instituinte".


A tal da Nova República, que já nasceu caduca e ilegítima, esgota-se (no sentido conotativo ou detonativo do verbo). O Brasil necessita de profundas mudanças estruturais. Elas são necessárias e urgentes não só para nós. Trata-se de uma demanda mundial. A implantação de uma democracia saudável brasileira é crucial para o equilíbrio político e econômico do planeta. O agravamento de uma crise, que cause desestruturação do País, não interessa aos poderes globalitários. Uma ruptura institucional, perto da qual estamos, tem consequências danosas e imprevisíveis, gerando desequilíbrios complicadíssimos que ameaçam a segurança e a paz na Terra. 

Por tudo isso, pouco adianta a "agonizanta" Mãe Dilma antecipar, de segunda-feira para às 19 horas deste domingão, no Palácio da Alvorada, a reunião que discutirá a crise política - atrapalhando o Dia dos Pais. A prioridade da reunião é cortar a cabeça de Aloísio Mercadante na Casa Civil. O PMDB deseja a queda dele. Luiz Inácio Lula da Silva, seu ex-amigo, mais ainda. Michel Temer (que está de olho na falida butique de R$ 1,99 da Dilma) comparecerá como "coordenador político do governo" (tarefa que a Dilma sem noção preferiu terceirizar, e por isso e por tantos outros motivos, toma tanta pancada). Se bobear, até Renan Calheiros, a quem Dilma recorreu na hora do extremo desespero, vai participar...



Além de detonar Marcadante, a reunião pode decidir pelo retorno oficial de Lula ao governo. Tudo apenas para lhe conceder foro privilegiado, sob o pretexto de que ele pode colaborar para a governabilidade atuando mais próximo da Dilma. Se tal insanidade for cometida, o desgoverno assina sua sentença de morte, com direito a publicação no Diário Oficial da União. Lula no Ministério da Defesa (dele mesmo?) ou nas Relações Exteriores (para fazer mais negócios?) é um golpe estúpido.



O panelaço da semana passada tirou Dilma de órbita. A pesquisa sobre sua impopularidade feriu de morte a autoestima dela. Apesar disto, a Presidenta não se emenda. Nem os demais políticos. Todos preferem viver em outra realidade. Por isso, não conseguem soluções para nenhuma crise. Aliás, nem querem resolver nada. Tirando alguma tensão, em função do medo de uma investigação redundar em prisão, todos permanecem na mesma zona - de conforto. Claro, mamando na teta do Estado Capimunista, que leva a sociedade à falência, mas não quebra.



Os banqueiros não deixam. A gastança continua. Os juros sustentam a farra. Ajudam a rolar a impagável dívida pública. O cidadão paga a conta, com mais impostos, taxas, contribuições e usura. A diferença, agora, é que os otários reclamam. Marcamos até um evento no dia 16 de agosto. Até porque manifestação, no Brasil do Carnaval, precisa ser, acima de tudo, uma grande festa. Alguns políticos até vão se preocupar com a gritaria festiva das ruas. Na visão deles, pode reclamar à vontade. Desde que se derrube a Dilma, mas nenhuma mudança radical, estrutural, aconteça...



As crises brasileiras estão longe de solução, embora tudo possa se resolver rapidamente, desde que rompamos com o modelito capimunista-rentista. É possível fazer isto. O problema é que a maioria ainda não tem clareza de que é preciso, antes e acima de tudo, ter vontade de romper com o passado, arrumar o presente e planejar um futuro viável, com juro baixo, muito trabalho produtivo, ensino de qualidade e investimento na base familiar, para formar cidadãos de verdade.



A Elite Moral acordou. Só falta definir a que horas vai sair da cama para trabalhar de verdade. Parar de especular é difícil. Fácil é organizar uma festança como a de domingo que vem. Dilma está convidada a sair. Mas ela não é a causa. É mais uma consequência do modelo equivocado de Nação, com abusos cometidos pelo poder central e sua máquina pública que rasga dinheiro.



Se o Brasil não implantar um sistema federalista de verdade, vai acabar dividido. As diferentes crises estão criando as pré-condições de violência e desprezo democrático para a eclosão de uma guerra civil por aqui. Os militares percebem o fenômeno com apreensão. No entanto, como o tenentismo foi derrotado na guerra ideológica pós-64, as Legiões não vão partir para nenhum tipo de intervenção. A não ser que sejam forçadas a agir, não só por clamor da sociedade, mas porque as crises vão tirar os oficiais da aparente zona de conforto - que tem nada de confortável.



Por enquanto, vamos seguindo em ritmo de agonia festiva. Panelaços e protestos terão reações (provavelmente violentas) de quem não deseja mudanças do status quo. Se a crise econômica se agravar - o que parece uma tendência -, a situação política se deteriora de insuportável para insustentável. Aí, na hora do pega pra capar, tudo pode acontecer. Chegaremos àquele momento do decisivo Fla-Flu - que o imortal Nelson Rodrigues relatou ter ocorrido antes da criação do mundo...



A bola está com o povo. Na marca do pênalti. É gol! Ou mais um chute para fora...O diferente, agora, é que a torcida parece disposta a entrar em campo, porque começou a entender que as regras do jogo nunca estiveram tão erradas e contra toda a galera. O craque $talinácio, que é um especialista em metáforas político-esportivas, sabe que o grande jogo final nunca esteve tão próximo de um desfecho imprevisível ou, na melhor hipótese, nunca antes visto na História (mal contada) deste País...



Uma coisa é certa. O juízo final não vai perdoar quem tirar o time de campo por covardia ou pisar na bola por incompetência... O jogo é jogado... Chega de perder de sete ou cair de quatro... É vencer ou vencer...
Fonte: Blog Alerta Total - Jorge Serrão 

Lula será investigado pela CPI do BNDES

Presidente da CPI do BNDES diz ser difícil Lula escapar de investigação

Marcos Rotta (PMDB-AM), deputado de primeiro mandato, foi escolhido pelo PMDB para comandar a comissão de investigação, uma das CPIs que tira o sono do governo e do PT

Resultado de uma batalha política entre a Câmara e o Planalto, a CPI do BNDES foi instalada na semana em que a crise no governo foi aprofundada com o esfacelamento da base, as derrotas no Congresso e o cenário econômico cada vez mais complicado. Nos próximos 120 dias, o colegiado deve ser um novo componente para incendiar a crise ao jogar luz sobre os contratos secretos firmados pelo banco entre 2003 e 2015 e sobre os financiamentos cedidos a empresas de fachada investigadas na operação Lava Jato. 

Indicado pelo PMDB para comandar a CPI, o deputado Marcos Rotta (PMDB-AM) diz que não vai proteger nem perseguir ninguém, e destaca que o ex-presidente Lula também pode ser alvo do colegiado. "Eu acho difícil que isso não seja tratado. Eu fiz, inclusive, um apelo para que a gente pudesse deixar as nossas bandeiras, as nossas cores e as nossas ideologias o mais distante possível", disse o peemedebista. Deputado de primeiro mandato, Rotta nega que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), terá influência sobre o colegiado. "Penso que ele, com a inteligência que tem, haverá de saber que a CPI, para apresentar resultados, precisa de algo chamado autonomia". Leia a entrevista ao site de VEJA.

O que motivou o senhor a buscar o comando da CPI do BNDES? Eu recebi um convite da bancada do PMDB e sobretudo do líder, Leonardo Picciani. Aceitei esse desafio e recebi como uma missão da minha bancada. O líder me chamou, mostrou a gravidade do problema e a necessidade de que tenhamos um comportamento sereno, tranquilo e profundo, mas ao mesmo tempo sendo duros e firmes na condução de uma CPI que nasce já com alguns fatos de conhecimento público, mas a maioria dos fatos passará a ser pública no decorrer das investigações. A minha posição será de encontrar o ponto de equilíbrio, porque do outro lado nós temos uma instituição extremamente importante para o Brasil. Uma instituição com 60 anos, que já financiou muita coisa no país e que é importantíssima para a sociedade.

A CPI pode atrapalhar o funcionamento do banco? Tomara que não. Isso quem vai dizer serão as investigações, as oitivas, os depoimentos. O que eu quero fazer é ligar os fios. Nós vamos iluminar o BNDES e aclarar tudo que envolve as questões de financiamento secreto a outros países e da pouca transparência.

O senhor defende a quebra de sigilos dos contratos feitos pelo BNDES? Eu acho que esse será o start da CPI. Vamos começar por aí. Quem vai definir tudo serão os integrantes. Eu acho que se for necessário para começar o processo investigatório, sim. Mas vamos ter muita prudência. Não vamos tomar nenhum tipo de medida açodada, por pressão de quem quer que seja. Não vai passar por mim a questão de tentar esconder nada. Se isso for necessário para que a gente chegue ao objetivo de dar resposta à sociedade, a CPI faz.

O BNDES é hoje uma caixa-preta. Essa questão do sigilo vai ficar muito em baila porque as pessoas não conseguem entender como uma instituição pública promove financiamentos secretos. Mas existem regras de mercado. Nós precisamos investigar a motivação de tudo isso e sobretudo o amparo legal do que foi feito.

Quem deve ser ouvido pelo colegiado? Há uma corrente majoritária que já defende o nome do presidente do BNDES [Luciano Coutinho] para ser o primeiro a ser ouvido. Mas vai depender do plenário. Vamos colocar os requerimentos em votação.

O MP investiga um suposto tráfico de influência de Lula para a concessão de empréstimos do BNDES à Odebrecht. Isso também será tratado pelo colegiado? Eu acho difícil que isso não seja tratado. Eu fiz, inclusive, um apelo para que a gente pudesse deixar as nossas bandeiras, as nossas cores e as nossas ideologias o mais distante possível das ações da CPI. Porque se a gente contaminar com defesas, ataques, posição e situação, os trabalhos da CPI vão ficar muito complicados. Sei que isso é extremamente difícil de ser conseguido, mas foi um apelo que eu fiz. Nós estamos em uma Casa política, existem muitos interesses de um lado ou de outro, mas acho que a CPI não é nem de situação nem de oposição. Ela foi criada para investigar um fato determinado e passar uma instituição a limpo.

A CPI da Petrobras começou com uma expectativa muito grande, mas pouco avançou nas investigações. O que podemos esperar dessa nova comissão de inquérito? A gente não pode comparar as duas CPIs, são situações extremamente diferentes. O que nós vamos defender é que haja um processo sério de investigação. Da minha parte, o compromisso que eu tenho é de tentar dotar a comissão de todos os instrumentos legais possíveis para que os membros possam desempenhar bem as suas funções. Se houve desvio, se houve desmando e se houve crime, que os responsáveis sejam denunciados, julgados e penalizados de acordo com a legislação. A questão vai ser muito simples: vai responder quem cometeu algum tipo de crime. A CPI, no que depender do seu presidente, não vai perseguir ninguém, mas, ao mesmo tempo, não vai proteger ninguém.

Há um sentimento de que o presidente da Câmara tem dominado as comissões comandadas por aliados. O senhor considera que terá autonomia? Essa foi uma das condições que eu coloquei para aceitar a presidência. O Eduardo Cunha talvez seja uma das pessoas mais preparadas, qualificadas e inteligentes que temos hoje no cenário político. Exatamente por conta dessas qualidades, ele tem a sensibilidade de saber que não pode interferir nessas questões, sobretudo nas CPIs. Até agora, não tive nenhum tipo de contato com ele ou de condicionamento para que pudéssemos prosseguir com os trabalhos da CPI. Penso que ele, com a inteligência que tem, haverá de saber que a CPI, para apresentar resultados, precisa de algo chamado autonomia.

Mas, de qualquer forma, o senhor está ciente do forte componente político que a CPI carrega? Eu acho que o cenário politico é muito ruim para o governo. Não é só o caso do rompimento do Cunha. PDT e PTB, que eram da base, simplesmente saíram. De uma maneira geral, o cenário politico interfere nessas questões. Nós somos entes políticos, partidários e temos bandeiras ideológicas. Mas eu acho que tudo isso deveria ficar distante dos trabalhos da CPI.

O senhor vai disputar a prefeitura de Manaus em 2016? Eu sou do PMDB, que deve ter candidatos. Nós tivemos uma conversa há alguns meses com o presidente Michel Temer. O PMDB quer realmente disputar a presidência em 2018 e se esse processo se concretizar, penso que antes passa pelas eleições dos prefeitos no ano que vem. É um processo que nós vamos discutir, mas no momento certo. A minha vida está focada na CPI.

Fonte: Veja OnLine 
 

sábado, 8 de agosto de 2015

‘Emenda-bomba’ eleva salário inicial de advogados da União para R$ 27,4 mil

Aprovada na Câmara em primeiro turno com um placar exuberante 445 X 16— a Proposta de Emenda à Constituição número 443 transforma a folha da Advocacia-Geral da União numa anomalia administrativa. Trabalham na repartição cerca de 10 mil advogados. A carreira tem apenas três níveis hierárquicos: o inicial (2ª categoria), o intermediário (1ª categoria) e o topo (especial). Hoje, um advogado iniciante da AGU recebe sedutores R$ 16.957,37. Com as mudanças, passará a beliscar irresistíveis R$ 27.448,87.

Numa boa banca advocatícia privada, um iniciante acima da média costuma receber algo como R$ 3 mil. Um profissional com cinco anos de experiência embolsa algo como R$ 8 mil. Concurso realizado pela Advocacia da União em 2012 dá uma ideia do que sucede no mundo jurídico. Ofereceram-se 68 vagas. Candidataram-se 27,8 mil advogados, dos quais apenas 286 obtiveram nota para passar à fase final da seleção. Vingando o tônico salarial, os brasileiros recém-formados em Direito serão divididos em dois grupos: os aprovados em concursos para as carreiras jurídicas do Estado e os frustrados.

Na sessão encerrada na madrugada da última quinta-feira, os deputados aprovaram o texto-base da bomba fiscal. Falta apreciar um lote de emendas. Depois, a PEC terá de ser votada em segundo turno. Se passar, segue para o Senado. O texto vincula os salários da AGU aos contracheques dos ministros do STF. No topo da carreira, um advogado da União passaria a receber algo como R$ 30,4 mil por mês —ou 90,25% dos vencimentos de um membros do Supremo.

Como se fosse pouco, os deputados empurraram outras categorias para dentro da emenda à Constituição delegados da Polícia Federal e da polícia civil dos Estados, por exemplo. Numa conta preliminar, o Ministério do Planejamento estimou em R$ 2,5 bilhões anuais o custo da generosidade salarial do pedaço da emenda que trata de carreiras federais. Considerando-se as corporações que aguardam na fila pela oportunidade de acorrentar seus vencimentos ao contracheque dos ministros do STF, o custo passará de R$ 10 bilhões.

Os deputados fingem que não enxergam, mas a emenda 443 tem um vício de origem. Trata de despesas com salários de servidores do Executivo sem dar à presidente da República a oportunidade de interferir no processo. Diferentemente do que ocorre com os projetos de lei, as emendas à Constituição não estão sujeitas à sanção ou ao veto presidencial. Quando aprovadas, as PECs são promulgadas pelo presidente do Congresso, cargo hoje ocupado pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL).



Dilma tira a legimidade que a urna deu a Dilma

“Ninguém vai tirar a legitimidade que o voto me deu”, bradou a presidente da República numa solenidade de entrega de chaves de casas populares nesta sexta-feira (7), em Roraima. Engano. Há na praça uma pessoa capaz de transformar em problema aquela que havia sido eleita como solução dos 54 milhões de brasileiros que lhe deram o voto em 2014. Chama-se Dilma Rousseff a responsável pelos atentados cometidos contra a legitimidade de Dilma Rousseff.

Assim como seu talento gerencial, também a capacidade de liderança de Dilma é invisível a olho nu. Num regime presidencialista, caberia a ela governar o processo de superação das crises que sua inepcia criou. Mas Dilma, atordoada com seu próprio legado, é desgovernada pelos acontecimentos. O Datafolha mais recente expôs o alargamento do abismo que se abriu entre a Dilma da reeleição e a Dilma que em sete meses de expediente dedica-se a produzir o caos. O software da campanha, 100% feito de João Santana, era pirata. O sistema operacional do segundo mandato roda o programa do PMDB na política e o do PSDB na economia. Sem agenda, a placa da gerentona ferveu. Um espirro de Michel Temer ou de Joaquim Levy pode levar ao tilt que travará a máquina.

Evocadas por Dilma sempre que está em apuros, as urnas de 2014 deram um aviso muito nítido. Após prevalecer sobre Aécio Neves por uma diferença de pouco mais de 3 milhões de votos, a criatura de Lula presidiria um país rachado ao meio. No discurso da vitória, a reeleita parecia ter captado a mensagem: “Essa presidente está disposta ao diálogo, e esse é meu primeiro compromisso no segundo mandato: o diálogo”, discursara na noite da contagem dos votos.

Dilma acrescentara: “Em lugar de ampliar divergências, de criar um fosso, tenho forte esperança que a energia mobilizadora tenha preparado um bom terreno para a construção de pontes. O calor liberado no fragor da disputa pode e deve agora ser transformado em energia construtiva de um novo momento no Brasil.” Da “energia” sobrou apenas o vapor. O “novo momento” tornou-se uma escala a caminho do caos.

Hoje, Dilma não consegue dialogar nem com o espelho. Ela se desentende com os aliados falando o idioma deles —a linguagem do fisiologismo. Ao farejar a impopularidade da presidente, os governistas já não se deixam seduzir por qualquer tilintar de verbas e cargos. No Congresso, o preço do reconhecimento da legitimidade de madame subiu. A cotação do apoio sincero está pela hora da morte.

Há três dias, Dilma foi novamente humilhada na Câmara. Dessa vez, atravessaram-lhe na traqueia a aprovação de uma “bomba fiscal”. O placar foi eloquente: 445 X 16. Repetindo: 445 deputados votaram contra os interesses do Planalto. Para aprovar a abertura de um processo de impeachment são necessários apenas 342 votos.  Dilma talvez devesse fazer algumas perguntas aos seus botões. Por exemplo: quando começa o caos? Eles decerto responderão: “O caos principia no instante em que a bancada de deputados federais do PT vota em peso a favor do projeto que sua presidente tachou de bomba fiscal.”

O que é o caos? E os botões: “Não há melhor definição para o caos do que a conversão de Renan Calheiros em herói da resistência contra as emboscadas de Eduardo Cunha.”
Onde fica o caos? “Localiza-se em várias partes do mundo, todas elas no Brasil”, dirão os botões. “No momento, divide-se entre o Congresso Nacional, sob cujo teto coabitam 35 parlamentares suspeitos de receber propinas, e os cárceres de Curitiba, que abrigam Odebrechts, Vaccaris e outros azares.”

Quando lhe bate o desespero, Dilma costuma fugir da realidade à maneira do avestruz. Enfia a cabeça nas profundezas da sua autoestima e vira a página. Para trás. No discurso de Roraima, ela retornou ao túnel do tempo: “…Quero dizer para vocês que ao longo da vida eu passei muitos momentos difíceis. Eu sou uma pessoa que aguento pressão. Aguento! […] Eu respeito a democracia do meu país. Eu sei o que é viver numa ditadura.”
Deve-se louvar o apreço de Dilma pela democracia. Nela, há remédios contra a falta de credibilidade que faz definhar a legitimidade. Se parasse de conspirar contra si mesma, Dilma poderia se dedicar a atividades menos dolorosas do que ficar recordando a tortura dos tempos da ditadura. Quem sabe encontrasse tempo para tarefas menores como, digamos, trabalhar.

Se preferir, Dilma pode continuar penetrando no caos. Logo perceberá que a legitimidade, quando desacompanhada da credibilidade, é como o amor do Soneto de Fidelidade de Vinicius de Moraes: não chega a ser imortal, posto que é chama. Mas é infinita enquanto dura.

Fonte: Blog do Josias de Souza
 

Lula recusa ser ministro de Dilma. Caso Lula aceite será a desmoralização total do Barão do Rio Branco

PT sonda, mas Lula recusa virar ministro de Dilma

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi sondado por líderes petistas e representantes do governo sobre a possibilidade de ocupar uma vaga no Ministério da presidente Dilma Rousseff. Até agora, no entanto, ele tem se mostrado refratário à ideia, dizendo que prefere passar os próximos meses viajando pelo Brasil para fazer a "defesa da democracia" e de uma agenda nacional de educação.

Segundo aliados, o caminho natural de Lula seria o Ministério das Relações Exteriores. Integrantes do governo, no entanto, também citam as pastas da Defesa e da Casa Civil entre as possibilidades. Pelo menos dois ministros do governo Dilma, além de parlamentares e dirigentes petistas, sondaram Lula nos últimos dias. O titular da Defesa, Jaques Wagner, foi um dos que conversaram ontem com o ex-presidente sobre o assunto.

A pressão mais forte vem de setores do PT, em especial a bancada do partido na Câmara, que vê em Lula um reforço de peso na articulação política do governo. Para tentar convencê-lo, argumentam que no Ministério o petista passaria a ter direito à prerrogativa de foro na Justiça e sairia do raio de ação da Operação Lava Jato. Embora os integrantes da força-tarefa afirmem que o ex-presidente não é nem sequer investigado, aliados avaliam que Lula é o alvo real da operação e deve se proteger.

Pessoas próximas ao petista dizem que ocupar uma pasta "é a última coisa que ele quer neste momento" e ressaltam que até agora Dilma não manifestou abertamente o desejo de tê-lo no Ministério. Pessoas contrárias à ideia alegam que uma nomeação de Lula decretaria o fim do governo Dilma, já que o ex-presidente é quem exerceria o poder.

Abraço
Ontem, cerca de 400 pessoas foram até a sede do Instituto Lula, no bairro do Ipiranga, em São Paulo, para um ato em solidariedade ao ex-presidente. Na semana passada, o local foi alvo de uma bomba caseira. O caso foi tratado pelo PT como um "ataque político".

Entre os participantes estavam os ministros da Comunicação Social, Edinho Silva, da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e Jaques Wagner, além de dirigentes petistas, sindicalistas, lideranças de movimentos sociais, ex-colaboradores, parentes e admiradores em geral.
Em clima de festa, eles entoaram gritos como "pode tremer, aqui é a infantaria do PT" e deram um abraço simbólico no instituto. "A oposição irresponsável tem alimentado estes grupos fascistoides", disse o senador Lindbergh Farias (PT-RJ).

Enquanto o ato ainda ocorria, Lula fez duas reuniões políticas. Uma com Wagner, o preferido de Lula para ocupar a Casa Civil numa possível reforma ministerial, e outra com Edinho e Mercadante, que deixou o local irritado e evitando a imprensa. Líderes petistas se mostraram refratários à possibilidade de o partido perder espaço no governo para o PMDB. "O PT já tem muito pouco espaço no Ministério", disse o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho. 

As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".


Apoiamos a volta do Governo Militar

Só os militantes comunistas,

a esquerda nojenta, 

os terroristas; 

os corruptos, foram contra o Governo Militar

 

A morte do PT

O modelo psicológico da morte do PT

Vamos a uma explicação 'wikipédica' antes do ponto principal.
O Modelo de Kübler-Ross propõe uma descrição de cinco estágios discretos pelo qual as pessoas passam ao lidar com a perda, o luto e a tragédia. Pelo modelo, pacientes terminais tendem a entrar em estado de auto-depreciação:  e por isso necessitam se apoiar em alguns conceitos de conscientização de seu estado.

O modelo foi proposto por Elisabeth Kübler-Ross em seu livro On Death and Dying, publicado em 1969.  Os estágios se popularizaram e são conhecidos como Os Cinco Estágios do Luto (ou da Dor da Morte, ou da Perspectiva da Morte).

Os estágios são:
Negação: “Isso não pode estar acontecendo.”

 
Raiva: “Por que eu? Não é justo.”


Negociação: “Deixe-me viver apenas até meus filhos crescerem.”

 
Depressão: “Estou tão triste. Por que me preocupar com qualquer coisa?”

 
Aceitação: “Tudo vai acabar bem.”


Kübler-Ross originalmente aplicou estes estágios para qualquer forma de perda pessoal catastrófica, desde a morte de um ente querido e até o divórcio. Também alega que estes estágios nem sempre ocorrem nesta ordem, nem são todos experimentados por todos os pacientes, mas afirmou que uma pessoa sempre apresentará pelo menos dois.

Alguns notaram que qualquer mudança pessoal significativa pode levar a estes estágios. Advogados criminalistas de defesa experientes estão cientes de que réus que estão enfrentando a possibilidade de punições severas com pouca possibilidade de evitá-las freqüentemente experimentam estes estágios, sendo desejável que atinjam o estágio de aceitação antes de se declararem culpados.

Agora vamos à adaptação que o PT fez desse modelo:
Negação: Dizer que não a nada provado
Raiva: Colocar a culpa na mídia e na oposição
Negociação: Propor pacotes anti-corrupção e fim de doação empresarial
Depressão: Dizer que todo mundo já roubou e que é culpa dos antecessores na Presidência da República
Aceitação: Habeas Corpus preventivo

Diz algo, não?

Fonte:  Blog do Claudio Tognolli

A quem interessa a queda de Dilma

Se Dilma renunciar, ou se sofrer impeachment, Lula é quem mais ganhará. Quem disse que a política é linear? 

Numa bolsa de apostas apartidária, livre e intuitiva, poucos hoje investiriam seu dinheirinho na permanência de Dilma Rousseff como presidente por mais três anos e meio. Não sou a favor do impeachment de Dilma. Ainda não surgiram provas irrefutáveis de sua desonestidade, apenas de sua incompetência na gestão econômica e política. Por enquanto, Dilma não é Zé Dirceu. Não parece ter a ganância do companheiro.

O que pode manter Dilma no Planalto? Numa crise econômica provocada por ela mesma e pelo PT, e que nada tem de passageira, a presidente precisa de apoio para recolocar o país nos trilhos. Urgente. Dilma não pede uma vaquinha, apenas paciência. Pede união a quem pensa “só em si mesmo”. Não tem coragem de mostrar na TV, na galeria dos egoístas, a foto de Eduardo Cunha – quem, mais que ele, tenta tumultuar? A pauta-­bomba do presidente da Câmara é clara: inviabilizar Dilma, derrubar a presidente por estrangulamento e por meios legais. PDT e PTB já aderiram ao motim e anunciaram a saída da base aliada.

O Brasil cai no tal alçapão mostrado pelo ator José de Abreu na TV. Os apelos de Dilma não encontram eco, só barulho. Mas é patética a tentativa do PT de intimidar o brasileiro com a alternativa D ou D: “Dilma” ou “Ditadura”. Isso não existe.

De onde pode vir o apoio para Dilma se manter? Da população, não: só 8% aprovam seu governo e 71% a reprovam, segundo pesquisa Datafolha. Da Câmara, jamais – o Planalto considera Eduardo Cunha “ingovernável”. Do Senado, depende do sedento Renan Calheiros.

O vice Michel Temer foi o primeiro a constatar o lugar vago da presidente, ao dizer que “alguém” precisa unir o Brasil. Quem será esse alguém? Temer jogou a toalha como articulador. Ou puxou o tapete. A semana dramática culminou em apelos petistas ao PSDB e aos empresários.

Nenhum presidente governa sozinho. Essa fórmula não fica de pé. Chico Buarque cantava que “é sempre bom lembrar que um copo vazio está cheio de ar”. O ar que emerge dos panelaços hoje cheira a azedo. Dilma descobrirá que não pode fazer troça de manifestações populares. O humor, nesses casos, vira provocação. Se Dilma negociar sua saída do Planalto em nome da governabilidade e ceder sua cadeira ao vice Michel Temer, quem ganhará com isso? Se Dilma sofrer impeachment, e levar junto o vice, com convocação de novas eleições, quem será o mais forte adversário do novo presidente, seja ele do PMDB ou do PSDB?
Em ambas as hipóteses, Lula é quem mais ganhará. Ganhará fôlego para a eleição de 2018. Ganhará liberdade para aumentar as críticas a “tudo que está aí” – como vem fazendo de forma subliminar. Jogará a conta no novo governo e nos economistas liberais. Dirá que sabe como fazer o Brasil crescer. Os remédios amargos para curar o país do “mal de Dilma” não serão mais ministrados pelo PT.

“O Lula é um animal político, dos mais sagazes e mais capazes de manipular a opinião pública”, disse Roberto Romano, cientista político da Unicamp, Universidade Estadual de Campinas. “Lula tem uma liderança inconteste, mesmo em baixa nas pesquisas. A prisão do Dirceu foi um golpe, mas ele já isolou o companheiro. Com Lula é assim: os ônus vão para os auxiliares. Desde o Getúlio (Vargas), não existe personagem mais rápido para se reorganizar. Saindo Dilma, poderá bater sem pudor no Levy, na terceirização. Dirá que Dilma não seguiu a linha dele, e que ele é a salvação da lavoura.”

Não sou a favor do impeachment de Dilma. Também não acho bonito o cenário de Dilma sangrando até o final, sem base e sem chão. A continuidade da presidente interessa à economia, pois o impeachment agrava a crise. Interessa a Serra e Alckmin, que sonham em ser candidatos tucanos em 2018. Interessa à parte do PMDB que quer disputar com alguma viabilidade a Presidência – leia-se o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes. Interessa à terceira via, Marina Silva. Interessa a todos que odeiam tanto o PT que têm medo de fortalecer Lula para 2018. Paradoxo? A política nunca foi uma ciência linear.

Não vejo ninguém capaz de unir o país, nem na base aliada nem na oposição. Faltam líderes com credibilidade. O melhor para o Brasil seria que a presidente tivesse habilidade para dialogar com as forças políticas e a população. Utopia.

Enquanto o PT tiver a cara de pau de defender que evitou por seis anos que a crise internacional chegasse ao Brasil, que o país vive “problemas passageiros na economia” e que reprovar Dilma equivale a nos jogar nos braços de uma ditadura de direita, será difícil reconquistar a população. Chamar críticos de trouxas e fascistas é desespero de causa. Diz o PT: “Hoje, há uma pessoa capaz de evitar uma grave crise política no país: você”. Não diga! “Juízo”, aconselham mamãe Dilma e papai Lula. O que você fará no dia 16?

Fonte: Ruth de Aquino - Época 

O fim da governabilidade - hora de discutir o pós-Dilma

Procura-se um governo. Vice-presidente clama por diálogo nacional e admite, pela primeira vez, a gravidade da crise. 

O governo perde apoios no Congresso e líderes aliados procuram a oposição para discutir o pós-Dilma

Líderes governistas procuraram integrantes da oposição, na semana passada, para discutir o futuro sem Dilma Rousseff na Presidência. Pareciam guiados pela célebre frase de Goethe – o poeta, escritor e dramaturgo alemão Johann Wolfgang Von Goethe (1749-1832) – segundo a qual “é melhor um fim com horror do que um horror sem fim”. 

O encontro ocorreu na noite de terça-feira na casa do ex-senador Tasso Jereissatti. Na conversa, concluíram que o afastamento Dilma, seja por renúncia ou por meio de um processo de impeachment, é inevitável diante das circunstâncias políticas. Daí em diante, dedicaram-se a esquadrinhar os cenários mais apropriados para pôr fim à crise político-econômica que assola o País. Um grupo, composto pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, e pelos senadores do PMDB Romero Jucá e Eunício Oliveira, defende a solução Michel Temer, pela qual o vice-presidente comandaria a transição até as eleições de 2018, a exemplo do que ocorreu em 1993 com Itamar Franco, depois do impeachment de Fernando Collor.

Outra ala, liderada pelo presidente do PSDB, Aécio Neves, presente no encontro, assim como os senadores José Serra e Cássio Cunha Lima, acredita que o substituto de Dilma só terá legitimidade se chancelado nas urnas a partir da convocação de novas eleições – o que só ocorreria, porém, na hipótese de condenação da chapa pelo TSE. “O PSDB está defendendo novas eleições por acreditar que esse é o único caminho que legitima um novo governo. Não haverá outra saída a não ser pelo voto popular. Não será com um acordo político, um conchavo, um entendimento entre partidos que chegaremos a uma solução para o fim da crise”, disse Cunha Lima, partidário da tese de Aécio. [como é habitual no pensamento do covarde PSDB - que agora,  comandado pelo Aécio, ficou mais covarde ainda, o negócio é sempre adiar. Se deixar por conta do PSDB Dilma vai ficar fazendo m ... até 2018. Foi isso o que resultou quando seguiram o conselho do FHC de deixar o Lula sangrando.
Lula foi reeleito, elegeu e reelegeu a Dilma e o Brasil está fodido.]

A discussão sobre o pós-Dilma com a participação de expoentes do PMDB, maior partido da base de apoio, foi o sinal mais visível, exibido na última semana, de que a governabilidade da presidente foi para os ares, mas não o único. Na noite seguinte, em outra reunião no restaurante de um hotel em Brasília, desta vez envolvendo apenas integrantes da bancada do PMDB, obteve-se o mesmo consenso: o de que Dilma não termina o mandato. Dessa forma, o partido deveria acelerar o rompimento com o governo, inicialmente marcado para 2018, defendeu o deputado Geddel Vieira Lima, ex-vice-presidente da Caixa Econômica. O encontro do PMDB foi embalado pelas mais eloquentes declarações dadas até então pelo vice-presidente Michel Temer. Horas antes da reunião dos peemedebistas, Temer fez um apelo ao diálogo e disse que o País necessitava de alguém com capacidade de reunificar todos. “Caso contrário, podemos entrar em uma crise desagradável”. Para integrantes do Congresso, o vice sinalizou estar convencido de que o fim da crise passaria necessariamente pela saída de Dilma. Temer nega, mas, utilizando uma linguagem típica de mercado, no meio político é como se a queda de Dilma já estivesse precificada, o que só piora a situação para ela. 

O clima de fim de feira leva aliados a precipitarem a saída da nau governista. Foi o que aconteceu com o PDT e o PTB. Cada legenda arrumou uma motivação para anunciar a deserção do governo na noite de quarta-feira 5.“Fomos frontalmente contra as medidas provisórias 665 e 664, que reduziam direitos ao seguro-desemprego e à pensão por morte. Temos tomado uma postura claramente a favor dos servidores públicos”, justificou o líder do PDT, deputado André Figueiredo. Já o líder do PTB, Jovair Arantes, disse que a bancada decidiu oficializar a independência em relação ao governo por sentir que não é “tratado como base aliada”. “O tratamento com o governo é de dificuldade, de ministro que não recebe deputado. E isso vai aborrecendo. Entendemos que o governo tem que ouvir e chamar para conversar”. Com as duas defecções, o que restou da bancada governista sofreu sua mais fragorosa derrota do ano na noite de quarta-feira 5. Na chamada “noite dos horrores”, os parlamentares colocaram em votação uma proposta da pauta-bomba do Congresso que vincula o salário de três corporações — advogados da União, delegados da Polícia Federal e delegados de Polícia Civil — a 90,25% dos contracheques dos ministros do STF. Foi um massacre: 445 a 16. Até mesmo o PT contribuiu para a aprovação da proposta. Como se não bastasse a escalada de más notícias, no fim da semana o Datafolha revelou uma desaprovação a Dilma de 71%, superando a de Collor no auge do impeachment em 1992.

O que se vislumbra no horizonte é um cenário ainda mais sombrio para o governo. Sedento de vingança desde que virou alvo da Lava Jato, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), limpa o terreno para votação das contas de 2014 de Dilma, caso sejam reprovadas no TCU no dia 19. O parlamentar do PMDB também abre espaço para eventuais pedidos de impeachment, em acordo tácito com a oposição. Senhor da pauta da Câmara, Cunha é quem ditará o ritmo de todo o processo. A tensão política deve aumentar ainda mais a partir da manifestação marcada para o dia 16 de agosto (leia mais à pág. 40) quando, pela primeira vez, os protestos ganharão a adesão formal de partidos da oposição. Para completar, ainda existe o temor de que novas delações premiadas no âmbito da Lava Jato possam implicar ainda mais o PT e o governo. Como vacina, ministros tentam convencer a presidente a fazer uma declaração pública reconhecendo erros cometidos durante sua gestão. É, realmente, um horror sem fim.

Fonte: Revista IstoÉ

Fotos: Wilson Dias/Agência Brasil; Romerio Cunha/VPR; Wilton Junior/Estadão Conteúdo, Alex Ferreira/Câmara dos Deputados; Marcos Oliveira/Agência Senado

PCC fatura R$ 16 milhões ao mês e tem cofres secretos, aponta CPI

O controle do PCC (Primeiro Comando da Capital) ao crime organizado em São Paulo ocorre dentro dos presídios paulistas e leva a facção a faturar R$ 16 milhões por mês com crimes. O grupo possui até uma poupança escondida em imóveis, onde existem cofres com R$ 1 milhão --o dinheiro seria utilizado em momentos de "dificuldades".

Essas e outras informações constam no relatório final da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), divulgado nessa quarta-feira (5) pela Câmara dos Deputados. A atuação de organizações criminosas dentro das unidades foi um dos principais problemas apontados nas investigações das unidades prisionais do país.  O relatório cita que, em menos de cinco anos, o faturamento do PCC dobrou. A CPI lembra que um livro-caixa apreendido pela polícia mostrou que, em 2008, a facção arrecadava R$ 4,8 milhões por mês em média com assaltos, roubos a bancos, sequestros e outros crimes. "Esse número aumento para R$ 8 milhões por mês entre os anos de 2010 e 2013, passando a mais de R$ 16 milhões por mês nos dias atuais, segundo levantamento feito pelo Ministério Público, este é o movimento 'normal' da facção", apontou.

Para cuidar do dinheiro, existiria na facção a figura do 'contador', responsável pela contabilidade. O grupo tem até uma "poupança." "Como reserva para momentos de dificuldades, a facção criou as chamadas Minerais, espécie de cofres preenchidos com R$ 1 milhão cada um. As interceptações telefônicas do Ministério Público apontam a existência de ao menos sete Minerais escondidas em imóveis comprados pela facção. A localização delas é desconhecida", informou.

Organização e comunicação
O relatório traça um raio-x da maior organização criminosa do país. "Em São Paulo, o 'staff' da facção PCC, formado pelo chefe e subchefes, é chamado pelos detentos de 'Família Real'. Abaixo dos subchefes vêm os 'Pilotos'", ressalta.


Em depoimento à CPI, o promotor Lincoln Gaklya, integrante do Gaeco (Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado), disse que nem mesmo os bloqueadores de celulares conseguiram quebrar a cadeia de comando, já que há encontro com advogados que garantem a comunicação entre integrantes dentro e fora do presídio.  "Essa eficiência da comunicação é um dos pontos fortes da facção e é capaz de fazer a informação chegar ao líder de cada setor, sem interceptações. Com a ajuda de uma rede de advogados instalados na 'Sintonia dos Gravatas', pagando até R$ 2.000 para mulheres visitarem presos levando informações e R$ 25.000 por cada celular entregue, e dessa forma a cúpula e os Sintonias Gerais e Finais conseguem comandar toda a cadeia produtiva da organização mesmo dentro do sistema penitenciário", ressalta.

Para os deputados da comissão, as lideranças do PCC exercem "domínio e fascínio sobre a massa carcerária." "Elas prometem ser a 'voz' dos detentos nas prisões e em muitos casos fazem acordos com diretores de presídios, que cedem a 'facilidades' em troca de ausência de motins", explica.
Combate é "diuturno", diz Estado

Em nota, a Secretaria da Administração Penitenciária de São Paulo diz que "combate diuturnamente o crime organizado em parceria com a inteligência das polícias e com o Ministério Público." Porém, informou que "mais informações não podem ser fornecidas por questão de segurança."


Diz, porém, que a política estadual é de "tolerância zero com relação à entrada de objetos ilícitos". "Todas as unidades prisionais do Estado estão equipadas com aparelhos de raio-x de menor e maior porte, além de detectores de metal de alta sensibilidade que ajudam a coibir a entrada de equipamentos e drogas, atreladas a vigilância constante dos agentes de segurança, treinados para evitar a entrada de ilícitos nos presídios", informou.

A secretaria afirma ainda que contratou uma empresa para instalar bloqueadores de sinal de celular nos presídios que abrigam presos líderes de facções criminosas e nas que possuem presos de alta periculosidade. "Inicialmente foram abrangidos inicialmente 23 presídios", finalizou.

Fonte: UOL.com.br

As agruras do PT ao som de panelaços

Um programa sem referência à corrupção, tema central do partido, fraco na argumentação e irônico, artifício da arrogância, evidencia a falta de rumo do partido

Nem o militar mais furioso da ditadura de 64 fez tanto mal à esquerda quanto o PT, na sua vertente lulopetista. Por um desses paradoxos, o mesmo partido que se mantém no poder por 13 anos consecutivos, índice para o Guiness da República brasileira, é que, por sólidos motivos, desmonta o ideário de um projeto de poder estatista, para o “bem do povo", e na democracia. Um sonho da esquerda mais civilizada, na Era pós-soviética.

Ainda é cedo para se conhecer toda a crônica dessa trajetória do apogeu à crise, mas é possível mapear pontos cardeais da debacle. Como acontece na História, a inflexão da curva para baixo é acompanhada de arrogância e incapacidade de entender a realidade. No caso, devido a cacoetes ideológicos. Lula e PT foram hábeis e sensíveis ao adotar a terapia econômica indicada, “neoliberal”, para combater o surto de inflação deflagrado em 2002, na campanha presidencial, e provocado pelo temor dos mercados diante da própria ascensão de Lula e PT.

Tiveram, ainda, sorte de surfar a mais vigorosa onda de crescimento mundial sincronizado do pós-guerra, puxada pela expansão americana com inflação baixa e conversão da China a leis de mercado (mas não à democracia). Porém, foi mais forte a ideologia, e Lula, a partir do segundo mandato, pendeu para o capitalismo de Estado, velho projeto da esquerda verde e amarela e dos militares nacionalistas desde o tenentismo, tendo ao lado a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que, eleita, radicalizaria o modelo batizando-o de “novo marco macroeconômico". Os resultados estão aí, e não adianta culpar o mundo, pois os Estados Unidos se recuperam e até mesmo países europeus como Irlanda, Espanha e Portugal voltam a dar sinal de vida.

Na vertente política da crise do PT, destacam-se o mensalão e o petrolão, um mesmo esquema de desvio de dinheiro público via estatais, a Lava-Jato começa a deixar claro, para financiar o projeto de poder do lulopetismo e satélites à direita e à esquerda. Por si só uma excrescência. Mas evidências de que o dinheiro do projeto lulopetismo, a “causa”, também financiou o alto padrão de vida de pelo menos um líder importante, José Dirceu, têm sido um golpe bastante forte no partido.

Sobre o assunto, nenhuma palavra no programa do PT de quinta-feira. O silêncio foi retumbante. Em vez disso, argumentos fracos, como propor medir quem erra menos, PT ou a oposição, e ironias com os panelaços isso no momento em que vários ecoavam em muitas cidades importantes. Não é aconselhável partir para a ironia, irmã da arrogância, quando o principal nome do partido no poder, Dilma Rousseff, ostenta os mais baixos índices de popularidade de um presidente brasileiro.

É difícil o dever de casa do PT, mas o partido precisa fazê-lo. E ele começa pela necessidade de apoiar o próprio governo, pois a sua ruína jogará o partido de volta a seus grotões: sindicatos e movimentos sociais. Sem perspectiva de volta.

Fonte: O Globo - Editorial

 

Carrasco diz: "não sinto nada, é uma profissão de tradição familiar"

O carrasco Sabir Masih, Paquistanês de 32 anos está na profissão desde 2007, diz que de lá até hoje já executou mais de 200 pessoas e que apenas ficou preocupado a primeira vez, pois teve medo de não fazer o nó na corda como deveria, e o enforcamento não sair a contento.

É uma profissão de tradição familiar, diz ele. Para não errar no trabalho, quando se aproximava a data de substituir o pai, ele fez um treinamento (aprendeu a fazer nó), mas foi o futuro chefe que autorizou a treinar dentro do estabelecimento onde executa os condenados.

No Paquistão, há 8 mil pessoas no corredor da morte - mais do que em qualquer outro país do mundo. Desde dezembro (2014), cerca de 200 foram executados, alguns por atos terroristas, outros por assassinato. Desde que a pena de morte foi restabelecida, Masih diz que já executou cerca de 60 pessoas em diversas prisões na Província de Punjab.

No total, como dito anteriormente, ele calcula que tenha executado mais de 200 desde 2007 - e conta isso sem o menor sinal de arrependimento ou incômodo, seja em sua expressão facial ou nos seus gestos.

O motivo disso talvez seja o fato de ele pertencer a uma família de carrascos. Como a maioria dos carrascos desde os tempos da dominação britânica, Masih é cristão. Seus olhos são fundos, seus dentes são amarelados de tanto mascar tabaco e ele gagueja um pouco ao falar. Mas é uma pessoa esbelta e de traços faciais marcantes. "Executar é a profissão da minha família. Meu pai era carrasco. Seu pai também era carrasco, assim como o pai dele e o avô, desde os tempos da Companhia Britânica das Índias Orientais (antiga empresa britânica de comércio com a Índia)."
Talvez seu antepassado mais famoso seja o irmão de seu avô, Tara Masih, que executou o premiê Zulfikar Ali Bhutto, em 1979.

"Não sinto nada"

Com esse histórico familiar, Sabir Masih é sempre questionado sobre como consegue dormir na noite anterior a uma execução ou se tem pesadelos depois. Também responde a perguntas sobre como se sentiu quando executou sua primeira vítima ou sobre como seu trabalho é visto por amigos e familiares. "Eu não sinto nada. É uma tradição familiar. Meu pai me ensinou como fazer o nó do enforcado e me levou com ele para presenciar algumas execuções quando eu estava para ser contratado."
Sua primeira execução foi em 2007. "Só fiquei nervoso para fazer um bom nó. Mas o vice-diretor da prisão me deixou treinar antes. E quando o carcereiro me deu um sinal com a mão, me concentrei e não vi o condenado cair."

E isso é o que ainda acontece hoje em dia, tantos anos depois.  São lidas as acusações que pesam contra o prisioneiro condenado, o autorizam a se lavar e a rezar se quiser. Logo ele é levado ao pátio. "Minha única preocupação é prepará-lo ao menos três minutos antes do momento da execução. Eu tiro os sapatos dele, coloco um capuz sobre sua cabeça, prendo seus pés e suas mãos, coloco a corda ao redor de seu pescoço, me certifico de que o nó está debaixo de sua orelha esquerda e logo espero o sinal do carcereiro para puxar a alavanca."

No Paquistão, os carrascos não têm acompanhamento psicológico nem antes nem depois das execuções. Também não há um limite máximo de execuções até que eles possam descansar.

E Masih diz que ele não precisa de nada disso. - O que faz alguém, desejar e seguir na profissão de seus antepassados?

Quando partem para a música, teatro, dança, magistério, medicina, direito ou quaisquer outra profissão digna é algo louvável, que todos deveríamos aplaudir pois, quase sempre, é uma questão de herança genética ou respeito e admiração pelo que os pais faziam para viver. 
Mas e em se tratando dessa "profissão" em específico? O que tem de bom e admirável em ser carrasco para seguirem por gerações fazendo o mesmo? Seria falta de opção ou dom?

Acredito que dom, uma vez opções sempre haverão para quem é pela vida,
A Anistia Internacional luta para que, algum dia, possamos estar livres da morte como forma de punição. [depender da Anistia Internacional os bandidos ficam livres e as pessoas de bem presas - aliás, está se tornando comum as pessoas viverem em casas com grades e os bandidos soltos.]

Fonte: BBC News, em Islamabad (Paquistão) por M Ilyadanielcelestino3370@hotmail.com s Khan em 06/08/2015

Comentários: Elane F. De Souza OAB-CE 27.340-B

Foto/Créditos: BBC News idem fonte


sexta-feira, 7 de agosto de 2015

JD quer dar uma razão de viver a um criminoso sem caráter



Como o jeca não precisa de ninguém que não seja mais útil ao projeto pessoal travestido de causa nacional, o ex-capitão de Lula sumiu até mesmo da nota do PT. O futuro não é mais como era antigamente para José Dirceu, aquele cujo telefonema era o telefonema e que, dobrando a meta, consegue ser preso pela segunda vez por corrupção. Depois das delícias da roubalheira, lida com as dores dela: não consigo ter compaixão pelo drama pessoal de quem foi útil ao PT para imolar o país no altar das imposturas de dois presidentes ao custo de um pedaço do nosso futuro.

Com o desassombro em cometer o petrolão enquanto era julgado pelo mensalão já um escárnio com o país –, JD aprofundou-se nos crimes por opção e, agora, milhares de brasileiros vivem dramas pessoais consequentes a ela. Convicto da própria inocência, o condenado pelo STF avisou: “minha sede de justiça será minha razão de viver”. Se ao paranoico, toda sutileza é um pleonasmo; aos sonsos, todo pleonasmo sempre será sutil; aos cínicos, a verdade só se impõe quando lhes interessa; aos lúcidos e honestos em seus propósitos, a verdade se revigora na repetição.

Por isso também, há seis anos esta coluna repete, numa luxuosa lavoura arcaica incansável, a verdade sobre José Dirceu. O risco inerente à repetição é tornar a coisa familiar, promovendo a conciliação com o irreconciliável. A coluna não sucumbe a ele porque segue a lição de José de Alencar: só a ignorância aceita e só a indiferença tolera o reinado da mediocridade. Assim, flagra JD encurralado pela escolha entre o até ontem útil ele mesmo e o personagem de si, já descartado.

O guerrilheiro que não guerrilhou; o lojista que só descobriu balcão na Casa Civil; o stalinista que não realizou o sonho totalitário; o deputado que não concluiu o mandato; o ministro interrompido; o sucessor abortado de Lula; o líder que não mobilizou as massas; aos 60 e poucos anos, esse farsante de si mesmo tem a chance de finalizar uma identidade e mitigar a tal sede de justiça contando o que só um capitão sabe. Ser perfeito, então, a escolha realizaria a tal razão de viver.

Mas tem essa história de o diabo morar nos detalhes e tal, conforme John Adams ensinou: a fala é de Samuel Wainer. Bater a carteira de uma expressão é moleza para quem esbulhou um país, mas tudo o que JD carregará, insistindo no silêncio culpado, é uma carga vazia de significado. Ora, Wainer assumiu pecados, assenhorou-se dos próprios erros, admitiu deslizes nada honrosos atribuindo um caráter ao pecador que foi; JD quer dar uma razão de viver a um criminoso sem caráter.

Todos procuramos uma razão de viver, muitos morrem tentando; a de JD pela inocência não é nem possível nem impossível: é fictícia. Combina com o personagem, mas, olha o diabo aí, a esse não é cobrado provar nada e ao outro, o real, é inútil tentar. A realidade não precisa fazer sentido, só a ficção; JD empreste o sentido que quiser a essa ficção debochada; a realidade não se importa. Nem Lula.

Fonte: Coluna do Augusto Nunes