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domingo, 22 de novembro de 2015

‘Agora será preciso fazer também o impossível’

Nas últimas semanas, quem viajou de MG ao ES foram os resíduos jogados pelas mineradoras

Quando, ferido de morte, o Rio Doce grita, eu ouço. Sou filha do seu vale. Este é o meu pertencimento. Uma atividade econômica ocupa desde sempre a terra, revolve, esgota, expropria e define as pessoas que nascem naquele solo. Somos de Minas Gerais. Somos mineiros. “O maior trem do mundo leva a minha terra”, lamenta Drummond. E se fosse só isso, poeta. Agora, além do que nos levam, há o que despejam sobre nós. E como dói.
 
Quando criança eu corria, como o Doce, de Minas para o mar do Espírito Santo. O trajeto era o mesmo. Acordar cedo e ir de ônibus de Caratinga até Governador Valadares. Ver o rio era parte da alegria. O Doce era grande, tão grande, parecia o ensaio do mar. De lá pegar o trem para Vitória e, depois, Guarapari. O trem passava em Aimorés, uma cidade toda voltada para o rio.

Em 2007, fui entrevistar Lélia e Sebastião Salgado no Instituto Terra, em Aimorés. Ao fim da entrevista, quis olhar o rio e fui até o mirante construído pela Vale. Não havia mais rio. A Vale e a Cemig haviam desviado as águas para fazer uma hidrelétrica, e a mineradora deu à cidade uma obra sobre o vazio, um presente macabro para sua gente não esquecer o que perdeu.

Nem eu sei o que me deu. Desci pelo barranco e pulei no leito seco, como se precisasse ver de perto e pisar para acreditar no absurdo. Entardecia e eu caminhava, incrédula, nas pedras que um dia foram o caminho do rio. Fábio Rossi fotografou, e eu escrevi a matéria: “Aimorés: a cidade que perdeu seu rio”.

Nas últimas semanas, quem viajou de Minas ao Espírito Santo foram os resíduos jogados pela mineradora Samarco, meio Vale, meio BHP. Conheço o caminho percorrido pela lama indevidamente empilhada em grandes barragens que pesam sobre as cabeças dos mineiros. Viajou como um trem da morte. A gosma de metais pesados recobriu e sufocou o rio que por mais de oitocentos quilômetros faz o caminho de Ressaquinha a Linhares fertilizando a terra, abastecendo as cidades, matando a sede, abrigando peixes e garantindo a vida.

Sebastião Salgado acorda cedo, como eu. Por isso me ligou antes de o sol nascer, dia desses. Aflito, contou que estava em Aimorés vendo a destruição. Trocamos condolências e, depois, palavras de ânimo, porque ele não é de se entregar. Nem eu. Antes ele estava envolvido na tarefa de salvar a Bacia. Agora a aposta terá que ser dobrada. Não é só o trabalho de refazer as 370 mil nascentes do rio, replantar a mata ciliar em suas centenas de quilômetros, tratar o esgoto das muitas cidades da Bacia. Antes era difícil. Agora será preciso fazer também o impossível: limpar 60 milhões de metros cúbicos de rejeitos químicos e minerais que estão esterilizando seu leito e sua margem.

Foi para visitar o projeto de Salgado que voltei ao Rio Doce este ano. Me lembro de um momento mágico. A fotógrafa Márcia Foletto parou em cima de uma ponte em Baixo Guandu, dez da noite. Voltávamos para o hotel cansadas de um dia cheio de trabalho, de subir e descer morro atrás de pequenas minas, os olhos d’água. Márcia se agachou na ponte e mirou o rio com a sua máquina. A lua refletida na água e Márcia capturava, pacientemente, sucessivas vezes, a beleza do Rio Doce à noite. Fiquei em silêncio saudoso. 

Meu avô Norberto morava ali em Baixo Guandu; minha avó Sinhá um dia pegou os filhos e foi para Minas e lá ficou. Por isso sou dali: desse entremeio entre Minas e Espírito Santo, me esquecendo que há fronteira entre os dois estados. Como o Rio Doce, que pertence aos dois.
Para a reportagem que Márcia e eu fizemos, o editor Paulo Motta escreveu uma chamada bonita na primeira página: “A esperança nos olhos d’água”. E agora, como ter de novo esperança?


Meu amigo Ramiro me mandou mensagem preocupado querendo saber se a sujeira contaminaria também o Rio Manhuacú. O rio chega lindo na reserva que o avô do Ramiro, “seu” Feliciano, protegeu os macacos Muriqui do Norte. A reserva de mil hectares de Mata Atlântica e os macacos precisam das águas do Manhuacú. Abro o jornal O GLOBO e leio que os Muriqui do Norte estão entre as espécies ameaçadas pela lama. Há 70 anos a família Abdala os protege e lá na reserva vive mais de um terço dos sobreviventes.

As últimas duas semanas foram assim. As notícias ruins se empilharam como os resíduos de uma mineradora. Morreram pessoas soterradas em Mariana. O tsunami de lama arrastou casas e despencou sobre o rio Doce. Enquanto ela deslizava com sua imundície em direção ao mar, o país ficou diante do seu desamparo: mineradoras criam bombas de rejeitos que podem explodir sobre nós, fiscais não fiscalizam, deputados financiados pelas mineradoras fazem leis que as beneficiam, a presidente leva uma semana para entender a tragédia, ribeirinhos ficam sem água, e a mineradora avisa que outras duas barragens podem se romper.

No vale as pessoas dizem que não vão desistir do Rio Doce, que vão recuperar e limpar suas águas, que farão o mesmo com os rios menores, que plantarão mais árvores nas reservas, que protegerão mais nascentes para ver aflorar os olhos d’água. Nossos olhos d’água.

Fonte: Coluna Míriam Leitão

 

"O MUNDO SOB O SÍGNO DO MEDO"


A barbárie ocorrida na França deixa o mundo diante de um impasse. O extermínio de células terroristas pode passar perigosamente pelo sacrifício de vítimas inocentes aumentando ainda mais, de lado a lado, a intolerância social. Mirar as regiões conflagradas pelo terrorismo como alvo de ataques indiscriminados, tal qual vem acontecendo, coloca todos ali como culpados das atrocidades em série, não importando o papel de cada um nesses crimes. 

No momento, hordas de imigrantes sírios cruzam fronteiras e avançam sobre a Europa fugindo do caos. Em nada compactuam com os atentados covardes e cruéis dos “jihadistas”. Ao contrário. Sofreram com os atos cometidos por esses grupos, perderam tudo e almejam refúgio. Milhares de famílias, na luta incessante pela vida e contra o crescente avanço do Estado Islâmico, aventuram-se em travessias desumanas. Atiram-se ao mar. Em romaria desesperada sonham com a ajuda do Primeiro Mundo. Na maioria das vezes batem com a cara nas armas de polícias fronteiriças. São discriminados. Já eram vistos com crescente desconfiança.

Temem agora o pior. Acreditam que do mero sentimento de resistência muitos daqui por diante alimentem uma xenofobia exacerbada, com perseguições e retaliações de toda ordem. O medo e a revolta movem as pessoas em qualquer canto por esses dias e o fantasma da radicalização ronda a humanidade. Inúmeros são os muçulmanos que relatam episódios comprovando a proliferação da “Islamofobia”. Para atenuar seus efeitos, já debatem o abandono de hábitos tradicionais como o uso de véu e barba, renunciando a seus costumes em nome da tranquilidade.

Naturalmente, à luz dos inconcebíveis atos de extermínio praticados pelos extremistas do EI, não é de se esperar menos que um combate implacável, uma luta sem trégua das forças aliadas, para restabelecer a normalidade e a sensação de segurança que regem a boa convivência entre os povos. Mas é preciso também saber separar o joio do trigo. O fundamentalismo doentio de alguns visa barrar na marra a marcha civilizatória e o direito universal à liberdade, impondo o temor generalizado como arma de intimidação. 

Não lograrão êxito. Do mesmo modo que não pode ser concebido o abandono à própria sorte de exilados famintos e sem rumo. O trauma causado pelo banho de sangue derramado em Paris ficará na memória por anos a fio. Porém com serenidade e justiça os líderes globais devem pensar acima de tudo na proteção dos oprimidos e na preservação do respeito às diferenças de credo, raça e orientação política - sem que isso signifique concessões a abusos e crimes de qualquer natureza, por quem quer que seja.  

Fonte:  Carlos José Marques, diretor editorial - Revista IstoÉ

sábado, 21 de novembro de 2015

Questão de fé - J. R. Guzzo - acreditar na honestidade de Lula, exige fé que não acaba mais

Existe na vida pública do Brasil de hoje uma pergunta que pode ser decisiva para o nosso futuro próximo: o ex-presidente Lula é um homem de bem? 

Se ficar comprovado que sim, é, as coisas irão para um lado; se ficar comprovado que não, não é, irão para outro. Esse tipo de dúvida nem deveria aparecer na discussão política, pois está na cara que a integridade pessoal de quem se propõe a liderar uma nação com 200 milhões de habitantes é o mínimo dos mínimos a esperar numa sociedade que pretende viver com alguma lógica. Se o requisito é essencial para a direção de um clube de futebol, do condomínio de um edifício de apartamentos ou da Santa Casa de Misericórdia, como poderia ser diferente quando está em jogo o comando da República?

Mas o Brasil é o Brasil. Com trinta anos de funcionamento da democracia, se a conta for de 1985 para cá, ou já quase 200 de vida independente, a mera honestidade comum, aquela que mantém o indivíduo a salvo do Código Penal, continua sendo considerada uma virtude quase divina para avaliar um homem público ─ e não uma exigência primária, como ser alfabetizado ou residir no território nacional. Fazer o quê? São nossas coisas, são coisas nossas. Não vão embora nunca; estão mais uma vez aí, no coração da matéria, envolvendo agora o ex-presidente, seus familiares, seus amigos pessoais, seus parceiros de negócio.

Muito bem: e como fica a pergunta feita acima? A resposta, em condições normais, deveria ser bem simples. Não estamos aqui diante de nenhum problema de álgebra comutativa, ou algo assim ─ trata-se apenas de verificar fatos, e a partir deles dizer “sim” ou “não”. O diabo é que as condições não são normais; quase nunca são, na verdade, quando se lida com o mundo político brasileiro. No caso, passou a ser uma regra sagrada para todo homem poderoso deste país, quando se vê diante de uma acusação, substituir o exame dos fatos pelo recurso à fé.

Não interessa, por essa maneira de ver a vida, o que aconteceu; a única coisa que interessa ao acusado é pedir que acreditem naquilo que diz. O ex-­presidente Lula, já há muitos anos, tornou-se o grande campeão nacional em matéria de fazer política apostando tudo na crença dos ouvintes ─ não só pela posição de primeiríssimo plano que ocupa no bonde dos que mandam no Brasil, mas também pela pura e simples quantidade de enroscos formados à sua volta.

Não é o único, claro. Justo agora, por exemplo, o deputado Eduardo Cunha, presidente da Câmara e acusado de receber propinas no petrolão, pede para acreditarem que milhões de dólares creditados a seu favor em contas bancárias no exterior vêm de negócios que fez com a exportação de carne moída. Mas Cunha é Cunha e Lula é Lula. É nele, mais que em qualquer outro político brasileiro, que a disputa entre fatos e fé faz balançar o coreto das autoridades
.
O ex-presidente, neste preciso momento, tem em sua volta uma boa dúzia de casos que requerem o “sim” ou “não” mencionado anteriormente. Mas o mundo gira, a vida passa, e ele continua a negar para o público a apresentação de qualquer fato capaz de limpar com um mínimo de realismo sua conduta diante de cada um dos episódios em discussão exige, unicamente, que todos acreditem na sua perfeita lisura e na ideia de que 100% das suspeitas contra ele, sem exceção de nenhuma, são fabricadas pela malícia de adversários que não querem vê-lo de volta à presidência da República em 2018.

Um dos seus filhos, por exemplo ─ para ficar apenas no caso mais falado destes dias ─, recebeu 2,4 milhões de reais de uma empresa de consultoria empenhada em obter benefícios fiscais para montadoras de automóveis; seu pai, como presidente, assinou a medida provisória que concedeu esse favor.  

O filho de Lula disse que o dinheiro lhe foi pago porque prestou serviços de “marketing esportivo”, que não se sabe quais foram, para os consultores em questão.

Outro filho recebeu, ainda no primeiro mandato de Lula, 5 milhões de reais pela venda de metade de uma empresa de games eletrônicos, que jamais ganhou um centavo, para uma empreiteira de obras beneficiada diretamente por um decreto assinado depois pelo pai.Os dois moram em apartamentos de primeira classe cedidos de graça por amigos e por aí vai a coisa, isso para não falar dos negócios do próprio Lula.  

Quanta gente tem amigos como esses, ou ganha dinheiro desse jeito? É possível que esteja tudo em ordem ─ possível sempre é. Mas para acreditar nisso é preciso ter a mesma fé que se exige para aceitar a carne moída do deputado Cunha.

É fé que não acaba mais.

Fonte: Edição impressa da Revista VEJA - J. R. Guzzo

Esqueça a sexta-feira 13

A presidente, que foi guerrilheira e declarou horror à censura, acaba de aprovar lei apunhalando liberdade de expressão

O massacre de Paris levou a Europa ao estado de guerra, e o mundo ao estado de alerta. Mas o Brasil só pode se indignar com um dos mais graves atentados terroristas da história da humanidade se lamentar primeiro a ruptura da barragem em Minas Gerais. Esse incrível dilema parece coisa do demônio, porque, como dizia Hélio Pellegrino, o demônio é burro. Só ele poderia, em meio ao sangue e à dor, sacar a calculadora.

O ser humano se choca e se revolta com o que quiser. O ser desumano decide o que deve chocar e revoltar os outros. Ele é imune ao sentimento. Perplexidade, medo e morte não atrapalham seus cálculos politicamente corretos. Sua bondade e seu altruísmo estão à venda na feira por 1,99. E acabam de produzir uma façanha: o país voltou a ter uma Lei de Imprensa igualzinha à da ditadura militar. Sancionada pelo governo da esquerda bondosa (1,99).

A presidente da República, que foi guerrilheira e declarou seu horror à censura, acaba de aprovar uma lei apunhalando a liberdade de expressão. Não deve ter ligado o nome à pessoa. A nova Lei do Direito de Resposta impõe aos veículos de comunicação prazos e ritos sumários para defender-se dos supostos ofendidos — uma mordaça, dado o risco de jornais e TVs terem que passar a veicular editoriais dos picaretas do petrolão, por exemplo. Este é, e sempre foi, o plano dos petistas amigos do povo em defesa da verdade: falar sozinhos.

É uma lei inconstitucional, e o Supremo Tribunal Federal terá que se manifestar sobre isso. Claro que a independência do Supremo vem sendo operada pelo governo popular segundo a mesmíssima tática progressista — onde progresso é você assinar embaixo do que eu disser. A democracia brasileira está, portanto, numa encruzilhada — e só Carolina não viu.

Carolina e os convertidos, que não são necessariamente comprados. Fora as entidades e cabeças de aluguel, existe a catequização sem recibo. Estudantes de escolas públicas e privadas do país inteiro enfrentam provas — vestibular inclusive — onde a resposta certa é aquela em que o governo do PT é virtuoso e os antecessores são perversos. O nome disso é lavagem cerebral, e os resultados estão aí: em qualquer cidade brasileira há estudantes sofrendo bullying ideológico da maioria catequizada. Essa é a verdadeira tropa de choque (ou exército chinês) dos companheiros que afundaram o Brasil sem perder a ternura.

Pense duas vezes, portanto, antes de se horrorizar com a carnificina da sexta-feira 13 em Paris. Sempre haverá alguém ao seu lado, ou na sua tela, para denunciar o seu elitismo. E para te perguntar por que você não se choca com a violência em Beirute. E para te ensinar que os próprios europeus são os culpados de tudo. Não adianta discutir — como já foi dito, o demônio é burro. Mas se você achar que isso é cerceamento da liberdade, não conte para ninguém: é mesmo. Trata-se da censura cultural, uma prima dissimulada da censura estatal (a da Lei de Imprensa).

A censura cultural se alimenta desses dilemas estúpidos — sempre buscando um jeito de colar no inimigo o selo de “conservador”, palavra mágica. No Brasil, quem é contra a indústria de boquinhas estatais do PT é conservador — e os que conservam as boquinhas são progressistas. Quem era contra o monopólio estatal da telefonia era conservador (neoliberal, elitista etc.). O monopólio foi quebrado, gerou um salto histórico de inclusão social, mas o sindicalismo petista que tentou conservar esse monopólio é que é progressista. Conservadores são os que acabaram com a conservação.

Jornalistas que criticam as malandragens fisiológicas da esquerda são conservadores — e para realçar o maniqueísmo, claro, vale inventar. O perfil de Carlos Alberto Sardenberg na Wikipédia, por exemplo, foi reescrito com algumas barbaridades por um computador progressista do Palácio do Planalto. O perfil do signatário deste artigo também foi enriquecido com algumas monstruosidades. Depois de retiradas, surgiu ali um editorial sobre “polêmicas” com o PT (que continua lá). Cita um vice-presidente do partido que acusou este signatário de maldizer os pobres e sua presença nos shoppings e aeroportos. Naturalmente, é o partido dele quem ameaça a presença dos pobres nos shoppings e nos aeroportos, com a pior crise econômica das últimas décadas — e com seu tesoureiro preso por desviar dinheiro do povo. Mas esses detalhes conservadores não estão no verbete.

Como se vê, a verdade tem dono. Se você não quer problema com a patrulha, leia a cartilha direito. E, se possível, diga que os 130 mortos pelo Estado Islâmico em Paris não são nada perto da matança nas periferias brasileiras (use à vontade a calculadora do demônio). Pronto, você está dentro. Aí, pode falar de tudo. Lula, por exemplo, disse a Roberto D’Ávila que passou cinco anos sem dar entrevista para não interferir no governo. Procede. Esse que você ouviu falando pelos cotovelos devia ser o palestrante da Odebrecht.

Fonte: O Globo - Por: Guilherme Fiuza,  jornalista

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Lula: temos que ajudar Dilma a sair da "encalacrada que a oposição colocou"

Lula é tão estúpido que acusa a oposição pelo ninho de cobras em que a Dilma se meteu - esquece que foi Dilma quem decidiu mentir descaradamente, para vencer as eleições.

Venceu as eleições e agora está desmoralizada - por incompetência e ser uma mentirosa - e prestes a ser expulsa da presidência

O ex-presidente cobrou respostas e propostas da juventude do PT e disse que "escrever num documento 'Fora Levy, ou fora PMDB' é muito pouco"

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou nesta sexta-feira (20/11) que é preciso empenho para defender o mandato da presidente Dilma Rousseff. Segundo ele, antes de pensar em 2016 e 2018, é preciso tirar o governo da agonia criada pela oposição. "Temos que ajudar a companheira Dilma a sair da encalacrada que a oposição nos colocou depois das eleições", defendeu, durante o 3º Congresso da Juventude do PT, em Brasília. "Eles não souberam perder."

Lula disse ainda que o partido pode fazer uma "surpresa" para aqueles que acham que o PT já acabou e que é fundamental que o partido se fortaleça ainda mais nas eleições do ano que vem para garantir a continuidade do seu projeto. "Não tem 2018 se a gente não tiver 2016", disse. "Nós precisamos construir 2016, precisamos ter candidatos onde puder ter candidato."


Sem citar os prováveis adversários do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, Lula afirmou que a mídia trabalha para mostrar que a política está apodrecida. "E aí quem tenta resolver possivelmente seja um programa de TV ou um apresentador", disse. Na pré-campanha em São Paulo, nomes de jornalistas e apresentadores como Celso Russomano (PRB), João Dória (PSDB) e José Luiz Datena (PP) aparecem na disputa.

O ex-presidente voltou a dizer que não se pode permitir "que ladrão fique chamando petista de ladrão" e fez uma defesa do ex-tesoureiro João Vaccari, preso por suspeita de corrupção no esquema de propina da Petrobras. "Eu quero saber se o dinheiro do PSDB foi buscado numa sacristia", provocou. [Lula, agora são 99,99% dos petistas que são chamados merecidamente de ladrão e você não está entre as poucas exceções.]


Cobrança dos jovens
Lula minimizou as palavras de ordem que ouviu de jovens do PT e lembrou o episódio de criação do partido, em 1980, para dizer que na época "havia muito mais radicalismo". "As palavras de ordem que estou vendo aqui é como doce de cupuaçu em comparação ao que a gente ouvia no Colégio Sion", disse - o colégio Sion, em São Paulo, foi palco de uma reunião que culminou com a criação do PT.


Lula ouviu cobranças da juventude do PT assim que subiu no palco: "Lula, eu quero ver você romper com o PMDB", gritavam. Os jovens também pediam a saída do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O petista afirmou acreditar que o "ideal" seria que um único partido pudesse governar tudo. "O ideal de um partido é que ele pudesse ganhar a presidente, 27 governadores, 81 senadores e 513 deputados sem se aliar a ninguém", disse. "Seria maravilhoso."

Depois, o ex-presidente ponderou que isso é uma utopia e que é preciso aceitar o resultado das eleições e "construir a governabilidade". "Entre a política e o sonho, entre o meu desejo ideológico partidário e o mundo real da política, tem uma distancia enorme", disse. Lula afirmou que as alianças são fundamentais já que sempre "alguém vai ganhar e alguém vai perder".

Os jovens pediram, ainda, a saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy e abriram uma faixa escrita "Nem Meirelles, Nem Levy", numa referência ao ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.Lula nega, publicamente, que esteja atuando para convencer a presidente Dilma pela substituição de Levy por Henrique Meirelles, que foi presidente do Banco Central durante seus mandatos. 

Lula cobrou respostas e propostas da juventude e disse que "apenas escrever num documento 'Fora Levy, ou fora PMDB', é muito pouco". Ao discursar, afirmou que em encontro recente com o ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica, os dois conversaram sobre a possibilidade de escrever um livro ou fazer um vídeo para "provocar a juventude a assumir um papel mais importante na política".
Antes das cobranças, o ex-presidente foi recebido aos gritos de "Lula guerreiro do povo brasileiro". A frase também estampa algumas faixas que ocupam o ginásio onde cartazes com fotos estilizadas de petistas que tiveram os nomes envolvidos nos escândalos do mensalão e da Lava Jato, como o ex-ministro José Dirceu e o ex-tesoureiro do partido, João Vaccari - ambos presos

Também estavam presentes no evento presidente nacional do PT, Rui Falcão, o presidente da CUT, Vagner Freitas, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto, os deputados Zé Geraldo e Paulo Pimenta.


Fonte: Correio Braziliense


Entre Dilma e Marina, votamos pelo desastre



Dilma discorda, mas Marina já alertava: não há dilema entre conservação do Meio Ambiente e desenvolvimento 

A memória curta encobre de lama nossos olhos d’água. Quem chora hoje pela morte do Rio Doce, pelo drama de soterrados e desabrigados... quem chora pela imagem dantesca, alaranjada e sólida que fez sumir comunidades inteiras, antes ribeirinhas... talvez tenha esquecido que, num momento, lá atrás, Dilma Rousseff, ministra de Lula nas Minas e Energia e na Casa Civil, ganhou uma briga de foice com Marina Silva, então ministra do Meio Ambiente.

Será que não está claro que optamos contra o verde, contra a proteção ambiental e a favor da autonomia total e falta de fiscalização de mineradoras, ao dar carta branca para um país com a cara da Dilma? Ninguém lembra mais a rixa entre Dilma e Marina? Lula nomeou Marina ministra do Meio Ambiente em 2003. Mas Dilma achava Marina uma xiita ambiental e a acusava de atrasar licenças ambientais para “obras de infraestrutura” e hidrelétricas. Qual era a resposta de Marina, hoje indisputável em face de Mariana?  “A discussão entre conservação do meio ambiente e desenvolvimento para mim é um falso dilema. Ainda que na prática tenha de ser superada, não é possível advogar pelo desenvolvimento sem promover a conservação ambiental. As duas questões fazem parte da mesma equação.” Marina buscava o desenvolvimento sustentável com uma obsessão: preservar a biodiversidade e a vida. Sobre a demissão de Marina em 2008, Lula declarou: “O importante é que tenha alguém isento para tocar o Plano Amazônia Sustentável. A Marina não é isenta”.

Depois de cinco anos como ministra, Marina saiu desgastada. Perdeu a luta histórica contra os transgênicos e contra a usina nuclear de Angra III. Ao pedir demissão, citou a Bíblia: “É melhor um filho vivo no colo de outro”. O filho era a política ambiental. Ela tinha brigado com outra mãe cheia de energia, Dilma.  Na última campanha eleitoral, com Marina na disputa, Dilma passou a discursar sobre meio ambiente. Mandou beijos e acenos para pequenos agricultores, quilombolas, pescadores e indígenas, prometeu quintuplicar os produtores de orgânicos, sem agrotóxicos. Defendeu assentamentos agrários. Hoje, uma grande aliada de Dilma e sua ministra da Agricultura é Kátia Abreu, empresária, pecuarista, porta-voz dos ruralistas.

O vazamento de 62 milhões de metros cúbicos de lama, considerado a pior hecatombe ambiental de nossa história, não deve ser atribuído apenas a Dilma. Mas não chamem de “acidente” o horror que cimenta as águas e o solo e avança por 800 quilômetros até o mar. Em dez anos, cinco barragens se romperam em Minas Gerais. Mas só agora, com o rompimento da barragem da Samarco, controlada pela Vale e pela BHP, anuncia-se a busca de formas alternativas de disposição de rejeitos de mineração.

O que houve foi um crime num país negligente que adotou uma legislação frouxa com empresas como a Vale, que despejam milhões para financiar eleição de parlamentares. As leis são tolerantes, as multas são ridículas e a fiscalização é zero. A omissão dói. A região só foi sobrevoada por Dilma uma semana depois. A atual ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, em reunião com procuradores, sem saber o que prometer, disse: “As hidrelétricas estão paradas por questão de segurança, okay? Então isso é passivo, o governo está avaliando etecetera”. “Okay” e “etecetera”? Ninguém mais sabe falar no país?

Acho lindo que todo mundo se una, comovido, para salvar o Rio Doce. Dilma já disse que ficará melhor do que era! Mas não posso me conformar com o descaso oficial. Há 402 barragens de mineração cadastradas no Brasil e o laudo de risco vem assinado pelas próprias empresas. Oi? Na barragem de Mariana, estava “tudo bem”, segundo o laudo. Agora, Exército, caminhões-pipa e helicópteros estão mobilizados. Bombeiros seguem urubus para encontrar corpos. São feitos buracos na lama para liberar cheiro de decomposição.

No DNPM – Departamento Nacional de Proteção Mineral –, só há cinco fiscais especializados em barragens. Cinco. De que adianta acionar “os sistemas de alerta” à população, simular novos rompimentos, instalar câmeras e monitoramento – se o negócio em si não é fiscalizado? O DNPM está “sucateado”, segundo os próprios diretores.

Não vou falar das tartarugas, dos mamíferos, dos golfinhos, dos peixes, dos corais. Não vou falar da recuperação dos olhos-d’água dos rios. E nem das vítimas cujas vidas foram desviadas de seu leito normal. Só vou falar do caráter nacional de leniência e impunidade que propicia “desastres naturais”. Só vou falar de nossa responsabilidade. Vamos tirar a lama que cobre nossos olhos e enxergar as escolhas que fizemos. Para decidir em que Brasil queremos viver.

Fonte: Revista Época - Ruth de Aquino 


 

Países fechados seriam fim da União Europeia

A corrida não é para salvar as fronteiras abertas. É para salvar a Europa da falência

[Direitos humanos e democracia são dois sistemas que não sobrevivem quando em excesso.] 
 
O presidente François Hollande fechou as fronteiras da França por três meses após os atentados em Paris, na mais recente ameaça à coerência e unidade da Europa. O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, alertou sobre uma “corrida contra o tempo” para salvar o Acordo de Schengen. Isso para falar o mínimo. A Alemanha, peso-pesado da União Europeia (UE), fechou a fronteira com a Áustria em setembro. Mesmo a Suécia, mais acolhedor país europeu quando se trata de refugiados, implementou controles nas fronteiras. A corrida não é para salvar as fronteiras abertas da Europa. É para salvar a Europa da falência sob o peso de suas próprias contradições.

Então, o que a UE deve fazer para racionalizar o problema de fronteira à luz do enorme fluxo de seres humanos vindos de Síria e, cada vez mais, Afeganistão? Existem várias possibilidades lógicas, cada uma repleta dos próprios desafios. Países europeus mais ricos poderiam pagar para ter fronteiras reforçadas ao redor de toda a Europa e, eventualmente, coordenar a proteção. Isso faria com que a UE se parecesse mais como um único país, com o controle das fronteiras unificado. Também traria benefícios na segurança, porque os potenciais refugiados poderiam ser checados cuidadosamente antes da entrada. 

Em essência, permitiria à Europa manter migrantes e refugiados fora, enquanto continuaria a livre circulação de cidadãos da UE pelas fronteiras, sob o modelo Schengen. O problema com esta abordagem não é apenas a despesa, mas também a possibilidade de não conseguir impedir que imigrantes desesperados continuem tentando entrar, particularmente pelo mar. O Tribunal Europeu de Direitos Humanos decidiu que refugiados não podem ser mandados de volta após terem sido trazidos a bordo de navios de bandeira europeia. Mesmo que esta decisão fosse revertida, seria politicamente difícil, pelo menos para alguns países da Europa, mandar embora refugiados legítimos.

Uma variante mais suave do controle das fronteiras seria coordenar um “suborno” a países não membros da UE para segurarem os refugiados, pagos pelas nações europeias mais ricas. Tal esforço já está em curso, com propostas de pagar à Turquia € 2,5 bilhões (R$ 10 bilhões) para bloquear a passagem deles à Europa. Isto parece um pouco mais palatável politicamente, mas também só vai fazer uma pausa, e não parar o tráfico humano para a Europa. E não vai dissuadir potenciais terroristas que querem atravessar as fronteiras como se fossem refugiados.

Outra opção é desenvolver uma política centralizada e coordenada para distribuir refugiados. Atualmente, o mais difícil tem sido decidir quantos indivíduos cada membro da UE pode receber, levando a grandes disparidades em números absolutos e relativos. O controle centralizado e não voluntário da divisão de refugiados deixaria a UE muito mais similar a um único e soberano país. Mas, agora, é uma impossibilidade política.  

Mesmo alguns governadores nos Estados Unidos, os quais não têm poderes legais para excluir qualquer um de seus estados das decisões federais, estão capitalizando politicamente, dizendo que não querem refugiados. Uma maior integração europeia é difícil de alcançar, mesmo sob a melhor das circunstâncias. E, sem dúvida, seria impossível os Estados-membros votarem por desistir voluntariamente do direito soberano de decidir sobre os refugiados que vão receber.

A conclusão é que as fronteiras abertas da Europa vão desaparecer, pelo menos enquanto este grande fluxo de refugiados continuar. E vai ser difícil restaurá-las mais tarde. As contradições dos governos soberanos sobre uma união não mudaram muito nos últimos dois séculos. A União Europeia terá que evoluir ou morrer.

Por:   *Professor de Direito Constitucional e Internacional de Harvard

A guerra contra o Estado Islâmico



Depois dos atentados terroristas em Paris, as potências atacam – mas bombas não serão suficientes para anular o grupo terrorista 

Trecho da reportagem de capa de ÉPOCA desta semana

Por mais de sete horas, os moradores de Saint-Denis, um subúrbio ao norte de Paris, viveram na quarta-feira (18) o incômodo de ter o terror por perto. Acharam que seria a reprise em menor escala da terrível noite da sexta-feira, dia 13, quando terroristas do Estado Islâmico atacaram diversos pontos da cidade – inclusive as cercanias do Stade de France, em Saint-Denis. 


Poderia ter sido, mas não foi. Uma megaoperação da polícia francesa no bairro desmantelou uma célula terrorista do Estado Islâmico, disparou mais de 5 mil tiros, prendeu oito suspeitos e deixou dois mortos – entre eles o belga Abdelhamid Abaaoud, apontado como mentor dos atentados. O serviço de inteligência francês chegou a Saint-Denis porque descobriu, pelos celulares dos terroristas mortos na sexta-feira, que o grupo planejava novos ataques a Paris. Havia suspeitas de atentados também na Alemanha. A confirmação de que o Estado Islâmico está por trás dos ataques comprova a mudança de estratégia do grupo. O EI declarou guerra e promete mais ataques ao Ocidente.

Desde a fundação do que chama de califado, em junho de 2014, o grupo jihadista concentrou seus esforços na construção de um Estado de fato, conquistando territórios da Síria e do Iraque. Quando tomou Mossul, a segunda maior cidade do Iraque, o EI declarou terminadas as fronteiras determinadas pelo acordo de Sykes-Picot, o infame arranjo de 1916 pelo qual Inglaterra e França dividiram previamente o espólio do Império Otomano. O EI é assim. Fala em reconstruir o “califado”, uma entidade do século VII, pratica violência local com padrões cruéis da Antiguidade, como decapitações, crucificações, assassinatos em massa, estupro de mulheresescravidão, comete achaques financeiros. Tem predileção por simbolismos e resgates históricos de uma ignorância atroz, como a destruição de monumentos e patrimônios da humanidade, como a antiga cidade assíria de Nimrod, no Iraque, e Palmira, na Síria.


Até os ataques da semana passada, o EI estava interessado em expandir seu território e demonstrar às populações que domina e aos potenciais recrutas sua capacidade de governar. Agora quer intimidar o Ocidente. Em duas semanas, o EI reivindicou três grandes atentados: a derrubada do voo 9268 da Metrojet no Egito, os ataques suicidas em Beirute, capital do Líbano, e os massacres em Paris. Ao assumir os atentados, em 14 de novembro, o EI declarou que aquele seria “o primeiro de uma tempestade”.  “É uma mudança brutal na estratégia do EI”, escreveu William McCants, diretor do Projeto para Relações dos Estados Unidos com o Mundo Islâmico da Brookings Institution e autor de um livro sobre o Estado Islâmico. “Antes eles estavam interessados apenas em inspirar ataques, atrair jovens para a Síria e o Iraque e depois deixar que eles conduzissem os atentados por conta própria”, diz McCants. “Agora, estão interessados em conduzir operações fora de seu território.”


Por que um grupo que em menos de um ano fundou um “califado” e tomou para si um território de 95.000 quilômetros quadrados (quase o tamanho de Santa Catarina) estaria interessado em ataques suicidas e assassinatos de civis? Assim como tudo no Estado Islâmico, esse ponto de virada ainda está envolto em mistério. Para alguns analistas, o Estado Islâmico acusou o golpe. Os bombardeios da coalizão liderada pelos Estados Unidos teriam provocado danos cruciais à logística do EI, e feito o grupo perder em torno de 10% de seu território. “O Daesh (acrônimo árabe para Estado Islâmico) perdeu território de forma contínua nos últimos dois meses e, por isso, precisou reagir”, afirma Michael Knights, especialista em segurança no Oriente Médio do Washington Institute. “A coalizão conseguiu vitórias, retirando pequenos pedaços de território do EI, mas ferindo gravemente sua logística.”

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Schengen - fronteiras abertas da Europa - dá boas-vindas ao terror

Fronteiras abertas sem checagem ajudam e encorajam terroristas

O acordo de fronteiras abertas da Europa, que permite viagens através de 26 países sem controle de passaportes ou nas fronteiras, é efetivamente uma zona internacional livre de passaportes para terroristas executarem ataques no continente e fugirem. Esta é uma das lições mais óbvias dos horrendos atentados a Paris. E tem uma das soluções mais simples. O acordo deve ser suspenso, e os países devem começar imediatamente a examinar todos os passaportes, checando o banco de dados de passaportes roubados e perdidos da Interpol, a organização policial internacional.

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Nenhum dos países europeus atacados faz checagens em terra, nos portos ou aeroportos. É um cartaz de boas-vindas para terroristas na Europa. E eles foram aceitando o convite. O terror em Madri e Londres, além do assassinato do premier (Zoran Djindjic, em 2003) da Sérvia, estavam ligados a passaportes falsos ou roubados. Agora temos Paris. 
 Um dos terroristas de Paris pode ter usado um passaporte sírio falso para entrar na Grécia, pedindo asilo. Autoridades sérvias prenderam um homem cujo passaporte continha detalhes idênticos ao encontrado na cena dos ataques na capital francesa, sugerindo que ambos foram produzidos pelo mesmo falsificador.

O tratado europeu de fronteiras abertas foi negociado em 1985, em Schengen, cidade em Luxemburgo. Desde 1995, o Acordo de Schengen tem uma política comum de vistos, eliminando fronteiras e reduzindo custos: 22 países da União Europeia (UE) e quatro outros — Islândia, Noruega, Suíça e Liechtenstein — aderiram.

Em setembro, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, chamou o Acordo de Schengen de “símbolo único de integração europeia”. Mas o que antes parecia uma ideia sensata agora é um perigo real. Passaportes roubados, adulterados e falsos da área de Schengen estão entre as formas de identificação mais desejadas pelos terroristas, traficantes de drogas e de seres humanos, dentre outros criminosos. Desde 2014, oito países Schengen estavam na lista das dez nações que mais relataram passaportes roubados ou perdidos, segundo a Interpol.

O Reino Unido, fora de Schengen, começou a triagem de passaportes junto à Interpol após os atentados de 2005, que mataram 52 pessoas e feriram 700. Hoje, checa 150 milhões de passaportes por ano, mais do que todas as outras nações da UE juntas: mais de dez mil são presos, anualmente, por tentar entrar usando documentos inválidos. O que demonstra o valor do banco de dados da Interpol, criado após o 11 de Setembro. Hoje, a base contém informação de 169 países sobre mais de 45 milhões de passaportes e documentos de identidade perdidos ou roubados.

Fronteiras abertas sem checagem ajudam e encorajam terroristas. O fracasso em examinar passaportes nas fronteiras é simplesmente irresponsável em face do terrorismo global. Com base em 14 anos administrando a Interpol, sei que os terroristas terão muito mais possibilidades de êxito enquanto os países não verificarem adequadamente as identidades daqueles que cruzam suas fronteiras.

Após esses últimos ataques, alguns países europeus estão repensando a política de fronteiras abertas. Hoje, a pedido da França, espera-se que ministros do Interior da UE considerem imediatamente reforçar os controles nas fronteiras, para quem entre ou saia da zona de Schengen.

São passos positivos. O Estado Islâmico poderia atacar de novo hoje, amanhã ou semana que vem. Até que os passaportes sejam checados sistematicamente em cada ponto de entrada, os 26 países do espaço Schengen devem suspender, por toda a Europa, o acordo de fronteira aberta.

Só então palavras de pesar e solidariedade dos chefes de Estado terão um significado real. 

Por:  *Secretário-geral da Interpol de 2000 a 2014


Novo projeto de lei para ônibus vira piada na internet - a Câmara Legislativa do DF volta a honrar seu apelido: CASA DO ESPANTO

A proposta, do deputado distrital Bispo Renato (PR), quer proibir a presença de passageiros em pé em ônibus do DF

O projeto de lei aprovado na Comissão de Orçamento da Câmara Legislativa, que proíbe a presença de passageiros em pé em ônibus do transporte público do Distrito Federal, se tornou alvo de críticas e piadas tanto na internet quanto entre os usuários do transporte.

A proposta, do deputado distrital Bispo Renato (PR), prevê multa para a empresa concessionária que for flagrada com algum passageiro em pé dentro dos ônibus e vale para todos as linhas do transporte urbano que circulam no DF. No mesmo momento em que a notícia foi publicada no site do Correio Braziliense, os internautas dispararam comentários alegando que, caso aprovada, a lei inviabilizaria o transporte no Distrito Federal. “Duvido ter ônibus suficiente para a população, especialmente nos horários de pico”, comentou um leitor nas redes sociais do jornal. “Já não tem ônibus suficiente. Agora, vamos ficar, em vez de espremidos, abandonados nas paradas… salve-se quem puder”, desabafou outro.


O projeto de lei aprovado na Comissão de Orçamento da Câmara Legislativa, que proíbe a presença de passageiros em pé em ônibus do transporte público do Distrito Federal, se tornou alvo de críticas e piadas tanto na internet quanto entre os usuários do transporte.

Nas paradas de ônibus, a reação não foi muito diferente. Para Matheus Ferreira, 27 anos, a proibição seria negativa para a população. “Seria conveniente ir sentado sempre, mas eu precisaria esperar outra condução, enquanto posso ir mais cedo e em pé tranquilamente”, argumenta o rapaz, que mora em Valparaíso e trabalha no SIA. Por causa dos poucos ônibus que circulam, e muitas vezes lotados, Matheus relata que voltar para casa sentado é um desafio, e chega a pegar um ônibus extra para o SIG só para conseguir voltar para casa sentado.

Da mesma forma, Sheila Oliveira, 34 anos, sofre com os ônibus lotados. Ela concorda que a mudança necessitaria de ônibus extras circulando, pois a frota atual não contempla a demanda de pessoas. Sheila mora no Guará e vai todos os dias para o Plano Piloto fazer faculdade de administração.

De acordo com o deputado Bispo Renato, o projeto surgiu de sugestões e reclamações das pessoas insatisfeitas com os veículos lotados. Ele conta que, na Comissão de Orçamento, foi discutido apenas o impacto financeiro e diz que ainda há tempo para fazer adequações. Ele adiantou ainda que convocará uma audiência pública antes de levar o projeto a plenário. A proposta do deputado é que a proibição passe a valer a partir de 2019. [questionado sobre a forma que seria utilizada para evitar que passageiros em pé no interior dos coletivos, o 'inteligentíssimo' deputado 'bispo' Renato declarou que: 
- as empresas não poderão transportar passageiros em pé, assim, no momento em que os assentos de qualquer ônibus forem ocupados, aquele coletivo não fará paradas para embarque.
A garantia do projeto é que NÃO HAVERÁ PASSAGEIROS EM PÉ nos ônibus do DF; quanto a acomodação dos passageiros na parada será objeto de um outro projeto de Lei a ser apresentado por outro distrital.]

Para saber mais, clique aqui

Fonte: Correio Braziliense  

 

As declarações do tal Porto não deixam dúvidas: ou ele quer aparecer ou foi plantado pelo PT/CUT

Membro de 'Movimento Patriota' avisa que grupo está armado

Grupo está acampado no gramado do Congresso e se recusa a deixar o local

No dia em que o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), e os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), decidiram dar um prazo de 48 horas para que os grupos acampados em frente ao Congresso Nacional e à Esplanada dos Ministérios deixem o local, um dos movimentos prometeu reagir. 
Felipe Porto, um dos coordenadores do "Acampamento Patriota", avisou que os manifestantes estão armados, e não sairão do gramado na Esplanada dos Ministérios. Porto, que se apresenta como jornalista, chamou de heróis os policiais que foram presos nesta quinta-feira.

Pela localização do acampamento da CUT, que está em frente ao do seu movimento, Porto disse que há um "cenário de guerra" entre os dois grupos. — O cenário de guerra está armado. Pode acontecer uma carnificina — afirmou.

Porto disse que entre os acampados há policiais, militares, ex-policiais, ex-militares e colecionadores de armas. Disse que, pela profissão, eles têm direito de estar com as armas.
— Vocês acham que alguém aqui tem medo? Vi gente daqui ligando para a família e dizendo que não sabe se volta. Aqui tem patriota, é sangue verde-amarelo. Tem gente disposta a morrer pelo Brasil —afirmou. Do lado de cá tem arma sim. Barraca é casa. E se alguém invadir, tenho direito de defender a propriedade.
[ou o Felipe Porto, intitulado coordenador do 'acampamento patriota' quer aparecer ou foi plantado pelo PT/CUT para justificar uma ação violenta da corja esquerdista contra integrantes do 'acampamento patriota'. 
Claro que acampar em frente a um acampamento da CUT - uma das mais ativas organizações criminosas que atuam no Brasil (vejam declarações do seu presidente, um tal de 'Vagner qualquer coisa' prestadas em congresso do qual participava a ainda presidente Dilma Rousseff) exige que os acampados estão armados.
Mas, no caso do Felipe é só conversa fiada, quem está armado e disposto a usar as armas disponíveis, não fica avisando.]

Ele afirmou que seu grupo defende uma "intervenção popular" em que a sociedade se uniria ao movimento para "sitiar" os três poderes. A partir daí, as "forças legalistas", como policias militares e Forças Armadas, montariam um governo provisório para promover novas eleições, das quais seriam excluídos os partidos envolvidos em corrupção, e o voto seria em cédula de papel.

Fonte: O Globo

Terrorismo motiva a Xenofobia e a conta ficará mais alta para os imigrantes

Eles vão pagar a conta

ISTOÉ esteve no prédio, em Saint-Denis, onde o suspeito de comandar os ataques na França foi morto. Saiba como a rotina dos moradores de bairros da periferia de Paris já mudou e vai ficar ainda pior, devido ao aumento da xenofobia 

Os habitantes de Saint-Denis, subúrbio ao norte de Paris, acordaram em choque na fria madrugada de quarta-feira 18. Os ventos – uivantes de tão fortes – não foram capazes de abafar os sons de rajadas de tiros e explosões. Refeitos do susto inicial, em questão de segundos os moradores puderam identificar a natureza dos estrépitos. Do lado de fora, ocorria uma pesada operação antiterrorista. Enquanto algumas pessoas espiavam a ação da polícia parisiense por entre as frestas das janelas, outras, investidas de medo e temendo pelo pior, preferiam se aninhar no colo dos familiares no interior de suas residências. A tensão tardou para se dissipar. Durou sete horas. Ao fim de toda a operação, a polícia havia utilizado cinco mil balas. O cerco foi bem sucedido: o belga Abdelhamid Abaaoud, suspeito de ser mentor dos ataques terroristas em Paris, acabou morto. ISTOÉ esteve no local onde Abaaoud exalou seu último suspiro: um prédio insalubre, com ratos, ocupado de maneira ilegal por vários habitantes, muitos sem documentos oficiais, o que facilitou sua utilização como esconderijo.

Menos de uma hora depois do último disparo, uma moradora desceu para conceder entrevista. Vários canais de TV franceses, ávidos por qualquer declaração, a aguardavam. Ela usava um traje que é proibido na França desde 2010: um niqab, véu islâmico que cobre todo o rosto e só deixa os olhos à mostra. Talvez ela quisesse simplesmente evitar ser identificada. Mas a vestimenta toda preta sugeria que a mulher cultivava o hábito de sair à rua com esse tipo de roupa. Se for o caso, seu estilo não chama a atenção em Saint-Denis. O bairro do subúrbio parisiense possui uma população majoritariamente imigrante, de origem árabe.


Saint-Denis fica situado a apenas cinco quilômetros da capital francesa. É possível chegar lá de metrô. Apesar da pouca distância, logo na saída da estação vê-se rapidamente a diferença em relação a bairros centrais de Paris: prédios comuns, sem charme arquitetônico, e algumas lanchonetes, cafés e lojas populares. A exceção é a famosa basílica de estilo gótico, do século XII, onde estão enterrados os reis da França, que atrai turistas do mundo inteiro. Em Saint-Denis também há o célebre Stade de France, onde o Brasil perdeu a final da Copa em 1994. Na França, no entanto, o bairro ao norte da capital é encarado sobretudo como uma área pobre onde reinam violência e problemas sociais.

A grande maioria da população desse subúrbio de 110 mil habitantes é de imigrantes ou franceses de origem estrangeira, principalmente de países como Argélia, Marrocos e Tunísia e da África negra. A taxa de desemprego, de 20% a 22%, segundo autoridades locais, é o dobro da média nacional. Moradores ouvidos por ISTOÉ descrevem um bairro dominado pelo pavor com o que pode vir na sequência dos atentados. “A cidade já tinha má-reputação. A descoberta de terroristas aqui vai piorar ainda mais sua imagem e os moradores correm o risco de sofrer mais preconceito”, afirmou Marie-Christine Daillet, francesa de 63 anos, que passou a sair de casa sem bolsa após um assalto em que teve várias fraturas no braço, engessado por quatro meses. Hoje, tem planos de se mudar do local conhecido também pela venda de drogas a céu aberto. A atmosfera de pânico e medo é relatada por outra moradora, que não quis se identificar. “Se quisermos continuar vivos, não vimos nem ouvimos nada e também não sabemos de nada”, afirmou. Nascida na Costa do Marfim, ela reside em Saint-Denis há seis anos.



Segundo o francês de origem argelina Munir Dadi, muçulmano que mora em Saint-Denis há 18 anos, imigrantes clandestinos buscam abrigo no bairro porque há menos controle policial. “A vida na cidade se deteriorou muito nos últimos anos”, lamentou. Como muitas outras pessoas em Saint-Denis, ele também teme ser vitima de racismo após os atentados. “Espero que o presidente François Hollande ouça os gritos dos habitantes que pedem mais policiais na cidade”, afirma o vice-prefeito de Saint-Denis, Bally Bagayoko, francês de origem maliana. “Com dois mil policiais já daria para se equiparar a outras cidades”, acrescenta o político.

O que ocorre em Saint-Denis não é diferente de várias outras cidades do mesmo distrito administrativo, chamado Seine-Saint-Denis, no norte de Paris, mais conhecido na França como “nove três”. A referência ao código postal passou a ser vista, na prática, como algo pejorativo. “Você colocar o endereço 93 em um currículo diminui consideravelmente as chances de encontrar um emprego”, diz o argelino Mouder Sid Ali, motorista de caminhão que mora em Saint-Denis e chegou à França há três anos.


Foi na Seine-Saint-Denis, com mais de 1,5 milhão de habitantes, que começou a onda de violência nas periferias do país, em 2005. Samy Amimour, um dos kamikazes da casa de shows Bataclan, onde morreram 89 pessoas, morava em Drancy, uma cidade do distrito da Seine-Saint-Denis. “Os imigrantes foram amontoados em periferias, sem serviços, e isso acabou criando guetos e gerando exclusão social. Houve erros na política de integração”, afirma o cientista polítco Stéphane Montclaire, da Universidade Sorbonne. Segundo ele, a intolerância em relação aos muçulmanos deve aumentar na França após os recentes atentados. “Uma cabeça de porco colocada em frente a uma mesquita é um ato isolado e que não representa a opinião da população francesa. O problema é que vemos uma adesão progressiva da sociedade a certas ideias da extrema direita, do partido Front National, em relação a essa comunidade”, ressalta. De acordo com Abdelkader Ounissi, imã da mesquita de Bagnolet, na Seine-Saint-Denis, um de seus fieis teve de abrir a bolsa de ginástica na rua a um desconhecido que exigiu ver o conteúdo da sacola. “O clima é pesado. As pessoas estão com medo em relação ao futuro”, diz

No primeiro semestre deste ano, a França, onde vive a maior comunidade muçulmana da Europa, estimada em 6 milhões de pessoas, registrou 274 atos racistas e ameaças contra muçulmanos, segundo o Observatório Nacional contra a Islamofobia (ONCI), ligado ao Conselho Francês do Culto Muçulmano. Isso representa um aumento de 281% em relação ao mesmo período do ano passado. De acordo com a organização, a forte progressão está ligada aos atentados de janeiro contra a revista satírica Charlie Hebdo e o supermercado judaico, que mataram 17 pessoas. Em 2014, o número já havia crescido cerca de 10% na comparação com 2013.
Fotos: LIONEL BONAVENTURE/ AFP PHOTO; Philippe Wojazer/ REUTERS
Fontes: Institut National de la Statistique et des Études Économiques (INSEE) e Eurostat 
 

Dilma intensifica articulação para aprovar CPMF e para tanto fará declarações favoráveis a MAIS UM IMPOSTO e vai usar todo seu charme -

Além de dar declarações públicas a favor do novo imposto, Dilma reforçará o apelo para que governadores e prefeitos ajudem a garantir a aprovação no Congresso

A presidente Dilma Rousseff decidiu intensificar as articulações pela recriação da CPMF. Além de dar declarações públicas a favor do novo imposto, Dilma reforçará o apelo para que governadores e prefeitos ajudem a garantir a aprovação da medida no Congresso.
 [a sorte do Brasil e dos brasileiros é que a cada declaração de Dilma favorável à CPMF,  aumentará o número dos que vão votar contra.
E, se a declaração for em um 'santinho' com a foto abaixo, a tentativa de recriação da CPMF implode de vez.]
Dilma = um espanto ou um espantalho?
Dilma argumentou a governadores que a volta da CPMF é a única aposta do governo para reequilibrar as contas públicas em 2016(Ueslei Marcelino/Reuters)
 
Em encontro com governadores do Nordeste nesta quarta-feira, Dilma argumentou que a volta da CPMF é a única aposta do governo para reequilibrar as contas públicas no ano que vem. Em contrapartida, ela ouviu dos presentes que a resistência à proposta diminuiu e obteve a garantia de que eles vão trabalhar para convencer deputados e senadores a votarem a favor do novo tributo.

Segundo um dos governadores que esteve com Dilma, cresce o sentimento de que a volta do chamado "imposto do cheque" é o caminho possível para melhorar o ambiente econômico. Isso porque, até agora, nem o governo nem a oposição conseguiu sugerir outra alternativa concreta nesse sentido.

Apesar disso, a proposta ainda encontra muita resistência no Congresso, inclusive entre membros da base aliada. O projeto para a recriação da CPMF foi enviado em setembro à Câmara, mas, até agora, não foi designado um relator para a matéria que está parada na Comissão de Constituição e Justiça da Casa.

Diante da dificuldade, o governo já descarta aprovar o projeto este ano, mas trabalha com a meta de conseguir emplacá-lo já no primeiro semestre do ano que vem. Numa sinalização de que confia nessa previsão, Dilma encaminhou na quarta-feira uma alteração à Lei Orçamentária de 2016 para incluir a arrecadação da CPMF na previsão de receitas do ano que vem.

Na mensagem, a presidente informa que o impacto líquido na arrecadação com o novo tributo será de 24 bilhões de reais. A conta do governo considera uma arrecadação total com a CPMF de 32,25 bilhões de reais, mas reduz parte da previsão de receitas com o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) no valor de 8,2 bilhões de reais.
[lembrete que mostra o quanto Dilma e Levy são prejudiciais ao POVO BRASILEIRO: 
desde o inicio do ano que a arrecadação federal vem caindo vertiginosamente.
Apenas dois tributos apresentaram aumento da arrecadação:
IR - Imposto de Renda na Fonte - que atinge pessoas físicas, especialmente assalariados - tendo em conta que a tabela não foi reajustada na forma devida, mesmo sem considerar a inflação;
IOF - Imposto sobre Operações Financeiras, que teve o seu percentual aumentado no inicio de 2015 - é um imposto que não depende de lei para ter o índice aumentado conforme a conveniência do desgoverno.
O IOF incide até mesmo sobre qualquer operação de crédito, mesmo que realizada por alguém que ganhe um SALÁRIO MÍNIMO.]

Fonte: Estadão Conteúdo

Forças do Mali invadem hotel e libertam cerca de 80 reféns - três pessoas morreram

Forças especiais entram em hotel no Mali e libertam reféns

Grupo armado invadiu estabelecimento de luxo na manhã desta sexta-feira. Autoridades de segurança acreditam se tratar de um ataque terrorista

Forças especiais de segurança entraram no hotel Radisson Blu, em Bamako, capital do Mali, e começaram a libertar reféns do grupo que abriu fogo contra o estabelecimento nesta sexta-feira. Às 7h no horário local (5h no Brasil), homens armados invadiram o hotel de luxo e fizeram reféns pelo menos 150 pessoas, entre hóspedes e empregados. Foram confirmadas ao menos três mortes. Segundo a imprensa local, às 10h no horário local, cerca de 80 indivíduos já haviam sido retirados do local.

O hotel Radisson Blu fica na região Oeste da cidade de Bamako e próximo da sede de ministérios e embaixadas. Segundo a rede britânica BBC, os agressores entraram no estabelecimento mascarados e em um veículo com placa diplomática. Ainda não há confirmação sobre o número de atiradores. As agências de notícias informam que o grupo atacou principalmente o sétimo andar e teria gritado "Allahu Akbar", que significa "Alá é grande" em árabe. Autoridades de segurança acreditam que trata-se de um ato terrorista, mas nenhum grupo reivindicou a autoria da ação e a identidade dos agressores ainda é desconhecida.

De acordo com a agência de notícias Reuters, algumas pessoas conseguiram sair do hotel após recitarem versos do Alcorão. Essa informação, porém, ainda não foram confirmadas oficialmente.

Reféns - A Turkish Airlines confirmou que cinco funcionários da companhia aérea - dois pilotos, dois comissários de bordo e um chefe de estação - estavam no hotel no momento do ataque e já foram libertados. Outros 12 membros da Air France também foram retirados do local com segurança. De acordo com a agência de notícias Xinhua, havia pelo menos sete chineses no hotel quando o estabelecimento foi invadido. O governo da Índia afirmou que havia 20 indianos entre os reféns do estabelecimento.

Autoridades - O presidente do Mali, Ibrahim Boubacar Keita, estava no Chade, no Norte da África, e está retornado ao seu país para acompanhar as investigações. Já o presidente francês, François Hollande, afirmou que fará tudo o que puder para libertar os reféns. De acordo com o jornal Le Monde, 40 homens da Guarda Nacional e dez membros do instituto criminal da mesma instituição preparam-se para deixar Paris rumo a Bamako.

O Mali é uma antiga colônia francesa. Forças da França intervieram em Mali há dois anos para tentar expulsar terroristas islâmicos que tomaram conta do norte do país. Cerca de 3.000 soldados foram enviados ao país em janeiro de 2013 para participar da missão de estabilização e auxiliar os militantes locais. Apesar disso, ainda há casos esporádicos de violência na região. De acordo com o exército francês, não há tropas do país atualmente no Mali.

No dia 13 de novembro, ataques terroristas reivindicados pelo Estado Islâmico (EI) deixaram 129 mortos em Paris. Após os atentados, o grupo vem divulgando vídeos nos quais ameaçam novos atos terroristas não só na França, mas também em países como Estados Unidos, Itália e Bélgica.