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domingo, 30 de janeiro de 2022

VACINAÇÃO INFANTIL E A CHIBATA DOS VERDUGOS - Percival Puggina

Assim como há escritórios de advocacia que só atuam perante o Supremo Tribunal Federal, existe em Brasília um partido político que, como tal, faz política perante o STF. É a Rede, ou, com nome e sobrenome, a Rede de Sustentabilidade.

Foi a partir de mais uma ação impetrada pela Rede que veio a determinação para que os MPs estaduais, através de seus membros, atuem no sentido de fiscalizar a vacinação infantil contra Covid-19 e impor sanções aos pais que não vacinarem suas crianças com mais de cinco anos.

Parece-me que essas autoridades não entenderam a natureza do problema. Para elas, pais que se recusem a vacinar seus filhos, ou são ignorantes e precisam da ação do Estado, ou são relapsos e precisam de sanção, ou estão em desprezível atitude político-ideológica e não merecem respeito algum.

O ECA é uma lei de 1990. Tanto o Estatuto quanto o leitor destas linhas quando falam em vacinação infantil têm em mente doenças graves, entre as quais algumas típicas dessa faixa etária, como coqueluche, rubéola, poliomielite, etc. 
São as vacinas benditas, eficazes, realmente imunizantes, largamente testadas. De fato protegem a saúde das crianças imunizando-as. Não as expõem ao risco de efeitos colaterais desconhecidos e surpreendentes.
Não são de uso emergencial e experimental (conclusão estimada para o ano de 2026), com bulas em frequente alteração. 
No caso da vacina contra a Covid-19, temos uma doença que não é tipicamente infantil. O número de casos é proporcionalmente muito inferior ao da população adulta. Tudo isso gera insegurança. 
 
É um equívoco gravíssimo aplicar a esses pais competência constitucional do MP utilizada para atos gravíssimos, como abuso sexual e violência doméstica
Estamos tratando, aqui, de vacina experimental e emergencial! 
 
Ouvi de vários pais as palavras insegurança e incerteza, em misto com o temor da doença.
São esses sentimentos reais e contraditórios que suscitam neles sinceras dúvidas. 
São pais responsáveis, zelosos e preocupados sobre como proceder para o melhor bem de seus pequenos. 
Esses genitores em nada se assemelham aos fantasmas que povoam a mente de algumas autoridades no Brasil real. 
Autoridades, aliás, tão possuídas por seu próprio poder que deixaram de lado sentimentos como empatia e  compaixão
Trocaram a espada da Justiça pela chibata dos verdugos? É isso?

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


A eleição e o enigma dos ovos - Alon Feuerwerker

Análise Política

Há dois movimentos políticos em marcha. O primeiro são os (pré-) candidatos na labuta para ganhar musculatura eleitoral daqui até outubro. Caminham em três frentes. A primeira concentra-se nas alianças; a segunda, na elaboração de uma linha que agrade (ou não desagrade tanto) à elite, especialmente no front econômico-financeiro; e a terceira é a busca de um discurso que encaixe no anseio popular.

Poucos têm a maestria de combinar essas três variáveis sem criar um monstrengo desconjuntado. É a rotina das eleições, até aqui nada de novo. Como já dito, Luiz Inácio Lula da Silva opera com a memória dos governos dele e com o antibolsonarismo. Jair Bolsonaro, com as possibilidades de ação governamental, o antipetismo e também a memória dos problemas do período petista. Os demais enfrentam o desafio do cesto de caranguejos: evitar que outro da “terceira via” escape para fora do cesto.

Há um segundo movimento, visível porém implícito. É o das “instituições funcionando” para preservar o próprio poder, nutrido desde 2015 no caldo de cultura do enfraquecimento presidencial. Começou com Dilma Rousseff e seu complicado segundo mandato, seguiu com Michel Temer e sua desidratação progressiva e atinge o ápice agora com Jair Bolsonaro e suas dificuldades, especialmente na pandemia.[ainda incipiente, mas começando a se mostrar e com tendência crescente - o ideal é que haja ação da parte dos inimigos do capitão, cada ação provoca reação e delimita, proporcionalmente, o alcance reativo.
Quanto mais reações são provocadas, maior é a tendência que as reações se tornem ações e passem a ter o controle.]

Qual será o poder do próximo presidente (inclusive e principalmente se for o atual) sobre o orçamento federal? Bastante relativo. O comando das despesas governamentais é hoje prerrogativa do Congresso Nacional, fenômeno sintetizado e simbolizado na dimensão adquirida pelas emendas parlamentares. Mas não só. Nunca o Legislativo teve tanto poder sobre o dinheiro que em teoria deveria ser decidido pelo Executivo.

Como será a relação de um presidente “zerado” (ou quase) pela urna, empurrado a Brasília com uns sessenta milhões de votos, tendo diante dele um Congresso viciado no ultraprotagonismo orçamentário? [presidente "empurrado" por bem mais de 60.000.000 de votos e SEM uma pandemia para atrapalhar.] E como será a relação com um Judiciário que tomou o Poder Moderador, formalmente abolido com a República mas informalmente exercido até outro dia pelo Executivo? [por ter ocorrido fora do território brasileiro, com influência ZERO no Brasil e ser o autor de sua promulgação o ministro Toffoli, a EMENDA CONSTITUCIONAL AUTOCRÁTICA e MONOCRÁTICA serviu apenas para fins folclórico - o Poder Moderador continua inexistente.  
O viés é que o Poder Moderador, inexistente, portanto, informal, voltará ser exercido,informalmente  pelo Poder Executivo.] Quem apostar em tensão e ranger de dentes não vai errar.

Mesmo que diante do distinto público, pelo menos no começo, todos procurem manter as aparências. No Parlamento, ensaia-se enfrentar o desafio desenterrando, pela enésima vez, a tese parlamentarista, agora maquiada de “semipresidencialismo”. Aliás é o que se passa desde a formação da Nova República. Procura-se resolver o problema amputando, ou ao menos lipoaspirando, a soberania popular. Bate-se continência para a memória das “diretas já” e conspira-se para enterrar o que frutificou dela.

A ideia do parlamentarismo foi derrotada em dois plebiscitos, mas a esperteza de batizar como “semipresidencialismo” embute o truque de dizer “não, não estamos desrespeitando o resultado da consulta”. Já o Judiciário testa os limites de seu ativismo, e ainda parece longe de enfrentar alguma resistência significativa.
Transformou-se no chancelador em última instância de todo e qualquer ato governamental. Como isso será revertido?

O exemplo não é novo, mas vale repetir: sabe-se como transformar o ovo cru em omelete, mas ninguém ainda descobriu como percorrer o caminho inverso.

Alon Feuerwerker,  jornalista e analista político


 

Canadá: caminhoneiros reagem ao totalitarismo sanitário - Gazeta do Povo

Rodrigo Constantino

O Canadá tem aquela imagem de país pacato com população ordeira e tranquila, mas para tudo há um limite. Um comboio de caminhoneiros e seus apoiadores deve convergir para a capital canadense em um protesto que se transformou de frustrações sobre os mandatos de vacinas em pedidos pela revogação de todas as medidas de saúde pública – e até mesmo pela derrubada do governo federal.

Antes do protesto de sábado em Ottawa, o primeiro-ministro canadense e símbolo do "homem moderno", Justin Trudeau, descartou o grupo como uma “pequena franja” que mantinha “visões inaceitáveis” e não refletia a maioria dos canadenses. O comboio, que deixou Vancouver no início desta semana, tem mais de 275.000 apoiadores no Facebook, quase 40.000 apoiadores no aplicativo de mensagens Telegram e arrecadou C$ 5,5 milhões de 70.000 doações no GoFundMe.

Um dos principais grupos por trás do protesto é o Canada Unity, que se opôs ao que diz serem regras “inconstitucionais” da Covid. O grupo publicou recentemente um “memorando de entendimento” em seu site, dizendo que os membros planejam apresentá-lo aos políticos no Parlamento. O grupo afirma que o líder do Senado e o governador-geral assinarão o documento para criar um comitê de governo, que, segundo eles, trabalharia para revogar o mandato da vacina.

Para uma "franja minoritária" até que o protesto parece bem grandinho. "Tem 70 km de comprimento", disse Benjamin Dichter, porta-voz do Freedom Convoy 2022, ao Toronto Sun. "Vi imagens de um avião. É impressionante". A Canadian Trucking Alliance estima que cerca de 15% dos caminhoneiros do país não estão totalmente vacinados, ou cerca de 16.000 caminhoneiros. “O maior desfile de caminhões consistiu em 480 caminhões e foi realizado pelo Tahya Misr Fund no Cairo, Egito, em 20 de novembro de 2020”, afirma o Guinness Book em seu site. "Com uma extensão de 7,5 km, o Tahya Misr Fund conseguiu organizar um desfile de 480 caminhões, em meio ao clima rigoroso e chuva forte, quebrando o título do Guinness World Records para o maior desfile de caminhões, conquistado há 16 anos no Holanda com 416 caminhões."

O comboio dos caminhoneiros canadenses pode ser 10 vezes maior que o recorde se permanecer intacto na viagem à capital. As estimativas dizem que 50.000 caminhões podem participar, informou o Toronto Sun. Uma "franja", sim! O Canadá acordou, é disso que se trata. Guilherme Fiuza comentou"50 km de caminhões em comboio no Canadá mostrando aos nazistoides que eles estão brincando com fogo. O passaporte da vergonha já caiu na Inglaterra e em outros países onde multidões mostraram que não serão escravizadas por burocratas frouxos. Você não viu nada disso na imprensa VENDIDA".

Cristina Graeml comentou em cima da postagem de Fiuza, com base nos relatos de uma brasileira que mora no Canadá: O Canadá importa muito dos EUA, muito da nossa comida vem de lá tb. Como somos vizinhos, vem tudo de caminhão. No início de jan, o 1º ministro do Canadá implementou q os caminhoneiros canadenses teriam q ter o passaporte sanitário para entrar e sair do país pela fronteira dos EUA. Bom, não foi muito bem aceito. 18 mil caminhoneiros foram demitidos, pois não querem se vacinar. Então, esses caminhoneiros se juntaram para fazer uma passeata saindo de uma ponta do país (Britain’s Columbia) até a capital, Ottawa, onde o primeiro ministro fica. Muita gente começou a apoiar os caminhoneiros, fazendo doações em dinheiro p comida e gasolina até lá (uma viagem de 6 dias). Uma coisa foi levando à outra, em efeito manada, até que, de repente, os caminhoneiros resolveram que não vão mais brigar por eles mas sim por todos! Eles decidiram que vão dirigir em passeata até o primeiro ministro e não vão arredar o pé de lá até que o primeiro ministro derrube o passaporte sanitário, as máscaras, todas as restrições, tudo!! 

Eles disseram: até que a gente restabeleça a nossa liberdade não vamos sair daqui. Mas o melhor vocês vão saber agora. O movimento cresceu tanto que eles saíram de uma ponta do país na segunda-feira, a cada cidade que eles possam, mais caminhoneiros e carros de pessoas comuns, família, juntam. As pessoas estão todas a favor deles. Os restaurantes estão dando comida de graça p as pessoas da passeata. Os hotéis, deixando dormir de graça. Postos abastecendo de graça. O país inteiro se juntou e acumulou 5 MILÕES DE DÓLARES p a passeata (comida, gasolina etc). São agora 100 mil caminhoneiros canadenses. E ontem à noite 13 mil caminhoneiros americanos entraram no país p participar. Não tem quase NINGUÉM contra! O país acordou por completo! Sábado de manhã eles vão chegar à capital e vão trancar as redondezas do “planalto” até que a liberdade seja reestabelecida no país.

Talvez o canadense mais famoso no mundo hoje, ao menos do ponto de vista intelectual, Jordan Peterson tem dado apoio aos patriotas que lutam por liberdade, e pediu calma aos protestantes, alertando para que não caiam na tentação do ressentimento e da raiva, para que a coisa não saia do controle: Os totalitários querem avançar com sua "limpeza", tratando os não vacinados como párias, mas o fascismo não vai vingar sem reação, sem luta. O Ocidente é uma civilização com apreço pelas liberdades individuais, e o mínimo que se espera é o esforço para preservá-las. Todo apoio aos caminhoneiros canadenses!

Rodrigo Constantino, colunista -  Gazeta do Povo


O triunfo da burrice - O Estado de S.Paulo

J. R. Guzzo

Ministros Barroso e Lewandowski viraram árbitros definitivos do que é ou não é ciência

Num mundo e numa época cheios de dúvidas, uma coisa se pode dizer com certeza: os ministros Barroso e Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, que tomam essas estupendas decisões que vêm tomando sobre as obrigações do cidadão brasileiro diante da covid, sabem sobre medicina menos que um plantonista de pronto-socorro em começo de carreira. 
Também não sabem nada de biologia, nem de infecções do organismo humano, nem de qualquer disciplina da ciência que possa ser útil no trato dessa ou de qualquer outra doença. Não sabem nada, em suma – por que raios, então, estão dizendo o que as pessoas têm de fazer em questões absolutamente essenciais para as suas vidas? 
 
O primeiro deles baixou um decreto sem precedentes na história da Justiça brasileira, talvez mundial: proibiu os cidadãos brasileiros de entrarem no seu próprio país se não mostrassem para o guarda um “passaporte vacinal” atestando que tomaram duas ou mais doses de vacina contra a covid. 
Não aconteceu nada de realmente grave, como em geral é o caso com as decisões absurdas mas o extraordinário é que ele tenha pensado que podia fazer, e feito, uma coisa dessas. 
O segundo decidiu que o “Ministério Público” está autorizado a retirar da guarda dos pais as crianças que não forem vacinadas – sabe-se lá quantos milhões, num país que não consegue cuidar com um mínimo de decência sequer dos menores abandonados que já estão aí na rua, amontoados uns em cima dos outros.

Leia Também: A ciência está se transformando em política
Barroso, em matéria de ciência médica, tem em sua biografia a devoção pelo curandeiro João de Deus, condenado por estupro e charlatanismo em Goiás. Lewandowski não vale muito mais que isso. Mas, do jeito que ficou o Brasil, os dois, junto com uma multidão de semianalfabetos que têm cargos como governador, prefeito ou fiscal de covid, viraram árbitros definitivos do que é ou não é ciência neste país.  
Fazem pose de quem sabe o que está falando; o mundo oficial, a mídia e a elite fingem acreditar que eles sabem mesmo. O resultado é que acabam se metendo a tirar dos pais a guarda dos seus filhos – e todo mundo acha que isso é a coisa mais normal do mundo.  
 
O que Lewandowski, seus colegas do STF e quem fica balançando a cabeça diante desses acessos de demência pensam da vida?  
Querem entregar as crianças aos resorts infantis de luxo que o MP mantém em Trancoso? 
Não é apenas hipócrita; é estúpido. Estamos assim: um ministro-cientista ou uma “autoridade local” ficam agitados porque o coletivo que contabiliza os mortos da covid veio com algum número horrível?  
A única coisa em que pensam é: reprimir. É o triunfo da burrice.
 
J.R.Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo

Decálogo da Nova Ciência - Guilherme Fiuza

Revista Oeste

Ilustração: Oeste/ Freepik
Ilustração: Oeste/ Freepik
 
A pandemia trouxe uma série de discussões, controvérsias e embates sobre as formas de enfrentamento de uma moléstia de alcance global. O uso das referências científicas sobre virologia, ação epidemiológica, imunização e outros conceitos virou objeto constante de polêmicas
Para dirimir essas dúvidas, vamos deixar clara aqui, de uma vez por todas, a definição de ciência:
  1. Ciência é pegar bilhões de dólares, criar fundações lindas e sair comprando todo mundo para legalizar os propósitos torpes da sua megalomania;
  2. Ciência é operar o milagre de fazer a imprensa silenciar solenemente diante de centenas de atletas caindo que nem moscas na cara de todo mundo durante competições oficiais com falta de ar, dores no peito, miocardite ou infarto no ano em que se iniciou a vacinação em massa contra covid. Sempre foi assim, segue o jogo;
  3. Ciência é a aparição sumária de laudos voadores, velozes e furiosos, após reações adversas graves ou letais em jovens, adolescentes e até crianças pós-vacina de covid “atestando” em questão de horas que a vacina é inocente e o vacinado é que não era saudável, embora todos jurassem que fosse, pelo fato de nunca terem apresentado problema de saúde na vida. A vida não é nada. Um laudo certeiro é tudo;
  4. Ciência é decidir que uma vacina feita às pressas, com desenvolvimento incompleto e anos de estudo pela frente proporciona mais proteção que a imunidade natural do ser humano. Ciência raiz é ver todos os estudos comprovando o contrário — que a imunidade natural do indivíduo que passou pela doença é indiscutivelmente superior à da novíssima vacina — e fingir que não viu;
  5. Ciência é condicionar a vida em sociedade à apresentação de um passaporte sanitário que comprova o “esquema vacinal completo” porque, ainda que essa vacina não impeça a transmissão do vírus, esquema é esquema;

    Agora a vacina é urgente para crianças porque o telejornal disse que é

  6. Ciência é fingir que um atleta de ponta, líder do ranking, absolutamente saudável e capaz de comprovar isso coloca em risco a vida dos que têm o passaporte vacinal e podem entrar infectados onde quiserem;
  7. Ciência é banir das redes sociais uma mãe que conseguiu provar que seu filho jovem e saudável foi morto pela vacina de covid e que, a partir daí, passou a usar essas redes para buscar e disseminar maior conhecimento sobre a segurança dessa novíssima vacina. Está certíssima a ciência: procurar saber os riscos que você corre ao inocular uma substância experimental faz mal à saúde. Sumam com essa mãe;
  8. Ciência é se fantasiar de ético e empurrar pais para vacinarem seus filhos pequenos contra uma moléstia à qual crianças são pouco vulneráveis, como você sempre soube e repetiu, mas agora a vacina é urgente para crianças porque o telejornal disse que é (então é porque é) e você tem que fazer direito o seu papel de papagaio do lobby. O risco/benefício favorável à vacina não está demonstrado em nenhum estudo sério e serão necessários pelo menos cinco anos de pesquisa para descobrir o que essa vacina provoca no sistema cardiovascular das crianças, mas isso a gente vê depois, conforme manda a ciência;
  9. Ciência é usar a sua credencial de juiz da infância para ameaçar arrancar os filhos dos pais que deixarem de dar uma vacina que não é obrigatória;
  10. Ciência é ser um médico patrocinado por empresa farmacêutica e avalizar cientificamente um produto dessa empresa. Conflito de interesses tinha sua avó. Na moderna ciência, isso se chama sinergia.

Leia também “É dura a vida do canguru”

[Sugerimos a leitura da brilhante, verdadeira e incontestável resposta dada pelo jornalista J. R.Guzzo ao procurador Sarrubbo, ao ministro Lewandowski e aplicável ao juiz da infância.]

Guilherme Fiuza, colunista Revista Oeste



O pt faz igual ao político que rouba mas faz, ”hein”, gleisi hoffmann? - Sérgio Alves de Oliveira

Talvez supondo que o eleitorado do “encantador de jumentos”,e “deus’ do PT, chamado Lula da Silva, seja o grande atrativo dos  ladrões, que já o teriam escolhido  por dois mandatos consecutivos (de 2003 a 2010),a presidente ”a” do PT acaba de lançar a nova  bandeira eleitoral de Lula, no sentido de que roubar do erário não é ”pecado”.

Na verdade não impressiona  que no passado já tivesse político “famoso” em todo o país, principalmente na Região Nordeste (os “coroné”...), e no  Estado de São Paulo, onde eram mais salientes, que além de não esconderem a própria qualidade de corruptos, ainda se orgulhavam dessa “qualidade”, alegando que esses “requisitos” eram os alicerces de todas as grandes obras públicas que faziam. Trocando em miúdos:”roubavam  mas faziam”.

Mas essa estratégia política da presidente”a” do PT [estratégia seguida pela desorientada petista]  talvez tenha olvidado que alguma coisa pode ter mudado no Brasil, tanto que o povo,”intoxicado” de tanta corrupção na “era” PT, onde alguns garantem que “eles” tenham roubado mais de 10 trilhões de reais, acabou  elegendo a bandeira anticorrupção, e anti-PT, em outubro de 2018, representada pela chapa do “capitão” Jair Bolsonaro. [cabe lembrar que apesar das inúmeras acusações contra familiares do presidente Bolsonaro,algumas até contra o próprio capitão, nenhuma foi provada ou sequer sustentada para passar de mera acusação apoiada em indícios = NADA. 
Um exemplo: antes mesmo da eleição do presidente Bolsonaro, um dos seus filhos foi acusado da prática de rachadinha e até o momento NADA FOI PROVADO.
Deixamos uma pergunta: qual a razão das rachadinhas do senador Alcolumbre - aquele que na eleição para presidente do Senado foram constatados 82 votos, quando a composição do Senado Federal é de 81 senadores - não estarem sendo apuradas? Foram esquecidas?]

Se porventura procedente a afirmação do filósofo francês Joseph-Marie de Maistre, no sentido de que “o povo tem o governo que merece”, lamentavelmente a conclusão só poderá ser a de que não existe governo corrupto sem  ter por trás um povo igualmente corrupto que lhe dê guarida, e que a “consumação” dessa virtual “potencialidade” (de corrupto) somente estaria condicionada a uma posição favorável na “hierarquia” da corrupção.

Nessas condições, não há como se admitir a existência de um governo corrupto emerso de  um povo honesto  e trabalhador, e também não seria admissível ver um governo honesto saído de um povo potencialmente corrupto.O “normal” sempre vai ser a “coerência” entre o povo e o governo. Ambos honestos ou corruptos.

Dou-lhes um exemplo de governo e povo igualmente corruptos. Foi na Grécia Antiga,durante a “era sofista”. Hábeis manipuladores do pensamento,os sofistas ascenderam ao poder político e estabeleceram  uma sociedade onde  reinou a  total corrupção dos valores,com ao valores meios tomando indevidamente  o lugar dos valores fins,e os valores fins o lugar dos valores meios, os valores negativos roubando o lugar dos valores positivos,e vice-versa. Nessa sociedade pervertida nos seus costumes estabeleceram um código penal onde  o maior de todos os “crimes” era falar a verdade, mais grave  que matar, roubar e estuprar.

O filósofo Sócrates,que surgiu  para combater os sofistas,foi condenado à morte,bebendo o veneno “cicuta”,por recusar-se a abdicar das suas verdades.

São por esses motivos que as eleições presidenciais brasileiras de outubro de 2022 repercutirão  para o mundo se por aqui existe  um povo honesto e trabalhador, ou um povo corrupto, que elegeria um governo também “confessadamente” corrupto, sujeitando-se  à “peste” política que contaminou e infelicitou a  Grécia sofista.

Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo


sábado, 29 de janeiro de 2022

As Comissões de Liberdade Religiosa na OAB - VOZES

Gazeta do Povo

A Ordem dos Advogados do Brasil é uma das instituições mais tradicionais e importantes da história recente brasileira. Fundada em 1930, por meio do Decreto 19.408/30, a OAB sempre desempenhou papel de protagonismo na defesa do Estado Democrático de Direito e dos direitos fundamentais.

Com protagonismo constitucional ao participar diretamente na escolha de parte significativa dos ministros dos tribunais das instâncias superiores e de desembargadores nos tribunais de segundo grau de jurisdição, a OAB também tem legitimidade para provocar o Supremo Tribunal Federal em ações de controle concentrado de normas, isto é, em ações em que se discute a inconstitucionalidade ou não de alguma lei, além de organizar os cursos de Direito no Brasil, credenciar advogados mediante exame de proficiência, dentre muitas outras importantes competências e atribuições.

A OAB se organiza por meio de seu Conselho Federal, sediado em Brasília; e das seccionais estaduais, nos respectivos estados brasileiros. As seccionais, por sua vez, organizam-se por meio de subseções instaladas geralmente nas sedes de comarcas. O Conselho Federal, seções e subseções se estruturam por meio de comissões, que têm por objetivo a promoção do exercício da advocacia, além da defesa do Estado Democrático de Direito e dos direitos fundamentais.

Se a OAB defende a democracia, nada mais natural a existência de comissões, em sua estrutura, que promovam a cultura da liberdade religiosa no Brasil e sua defesa de forma intransigente

Entre as mais variadas comissões existentes, destacamos a Comissão da Liberdade Religiosa, prevista na maioria das seccionais estaduais da OAB. As atribuições das comissões estaduais de Liberdade Religiosa, dentre outras, estão ligadas à pesquisa, produção científica, realização de debates e eventos sobre a temática, além da proteção das dimensões objetiva, institucional e subjetiva da liberdade religiosa.

Como dito, se a OAB defende a democracia, nada mais natural a existência de comissões, em sua estrutura, que promovam a cultura da liberdade religiosa no Brasil e sua defesa de forma intransigente. A liberdade religiosa é estruturante da sociedade e da democracia. O resultado esperado de um Estado soberano que não tem ou não valoriza a liberdade religiosa é, no mínimo, o monismo de ideias. Estados como a China e a Coreia do Norte não valorizam a liberdade religiosa exatamente com esse desiderato.

De outra banda, quando um Estado entroniza a liberdade religiosa como uma de suas mais importantes liberdades públicas, o resultado será a pluralidade de ideias e cidadania, gerando uma comunidade plural e inclusiva, fortalecendo a democracia.[atenção especial deve ser dada quando se cuida de  comunidade plural e inclusiva, especialmente na inclusiva, que pode abrigar a pretensão de incluir o que agride os valores de qualquer liberdade religiosa de uma religião realmente séria e digna do nome.

As vezes a tal 'religião' cultua valores que desvalorizam a Moral, os Bons Costumes, à Família e até própria ideia de religião.] 

Estado Laico - Gazeta do Povo - VOZES 

 

De biquíni fininho, Patrícia Poeta esbanja beleza em Fernando de Noronha

Apresentadora deixou internautas de queixo caído ao exibir sua boa forma 

 (crédito: Reprodução)

 (crédito: Reprodução)

[Ela merece; além do visual maravilhoso, foi a primeira a enquadrar o coveiro-chefe da TV Funerária. ]

Patrícia Poeta vem compartilhando diversos momentos de suas férias em Fernando de Noronha com seus seguidores nas redes sociais. Na manhã desta sexta-feira (28/01), a apresentadora voltou a arrancar suspiros dos internautas após publicar uma sequência de fotos de biquíni todo colorido em verde, branco e marrom, e exibiu toda a sua beleza no Arquipélago de Pernambuco.

Aos 45 anos, ela deixou os fãs de queixo caído ao exibir seu físico invejável. Com o cabelão solto, ela ousou nas poses esculturais, a jornalista se clicou sentada e em pé nas pedras, e exibiu a barriga chapada.

Na legenda, Patrícia lamentou o fim das férias na praia paradisíaca e garantiu que já estará de volta às telinhas da TV Globo neste fim de semana. "Longe de casa, no paraíso. Registros dos últimos dias de folga. Se conectar com a natureza não tem preço, né?! Vou embora daqui sempre com o gostinho de 'quero mais'. Até breve, Noronha! Amo essa ilha e as pessoas que vivem nela! Valeu, mais uma vez! Ah, te espero amanhã no É de casa! De volta ao batente!".

Nos comentários, os fãs não deixaram por menos e elogiaram a beleza da comunicadora. "Que mulher linda, meu Deus", escreveu uma fã. "Um espetáculo, simplesmente perfeita", comentou outra. "Benza Deus com tanta beleza", reforçou uma terceira. "Nossa que mulher linda", pontuo um seguidor. "Mulherão maravilhosa levantou até a minha pressão", brincou um admirador. "É a nora que a mãe mamãe sonha", disparou um internauta.

Veja mais fotos

Arte - Correio Braziliense


O LUGAR VAGO A QUE PUTIN SE CANDIDATA - Fernão Lara Mesquita

Não é de hoje a decepção dos fugidos do totalitarismo com a constatação da negação, pelo Ocidente que seus reformadores admiravam, dos fundamentos da sua própria cultura humanística.

Desde a Queda do Muro, já lá vão 33 anos, eles vêm constatando, com a reiterada surpresa de quem viveu acordado o pesadelo com que os outros estão apenas sonhando, que as trajetórias desses dois lados do mundo andam invertidas, com cada lado caminhando para o lugar que o outro ocupava.

Agora o movimento de “roque”, como no xadrez, está completo. Na visão do ex-chefe da polícia política soviética e presidente eterno da Russia, Vladimir Putin, “neste momento em que o mundo atravessa uma fase de disrrupção estrutural, a importância de um conservadorismo baseado na razão é cada vez mais urgentemente necessário, precisamente porque os riscos e perigos vêm se multiplicando tanto quanto a fragilidade de tudo à nossa volta”(…) 

“Todo poder, se quiser ser grande, tem de apoiar-se num conjunto de ideias que apontem para o futuro. E quando essa ideia se perde, o poder deixa de ser grande ou simplesmente se desintegra. Isso aconteceu com Roma e com a Espanha do século 17. Aconteceu também com a União Soviética quando a idéia do comunismo que a sustentava se perdeu. Ela era falsa, mas estava lá. Isso aconteceu com as potências europeias que ficaram cansadas e abandonaram suas ideias em favor de um pan-europeísmo que ainda os empurrou para frente por um tempo mas também se está esfarelando”.

Vladimir Putin candidata-se ao lugar vago.

Ele acredita que se for capaz de delinear uma ideologia conservadora consistente a Russia pode transformar-se num modelo e num polo de atração não só para os países da antiga União Soviética que têm eleito governos conservadores, como a Hungria e a Polônia, mas até para as forças conservadoras da Europa e dos próprios Estados Unidos.

“O liberalismo progressista (que é como a esquerda americana chama a si mesmo) apoia proibições na sua estrutura ideológica. Não está aberto às instituições e políticas que não se alinhem com os seus instintos. Cada vez mais restringe o espaço de manobra dessas correntes, estejam onde estiverem, dos direitos dos pais ao conceito de soberania. É abertamente hostil até mesmo a princípios fundamentais do liberalismo tais como a liberdade de expressão. Tem se voltado até mesmo contra a vontade expressa dos eleitores em eleições e referendos”.

Ironicamente o mundo está prestes a entrar, portanto, numa nova Guerra Fria com papéis invertidos com o Ocidente carregando a bandeira do liberal-progressismo-comunista e a Russia a do conservadorismo.

Clube de Discussões Valdai é um thinktank criado pelo próprio Putin em 2004, que patrocina anualmente o Forum Econômico Internacional de S. Petersburgo em Vladivostok. 

Seguem, abaixo, extratos do seu discurso na edição de outubro de 2021:

“(…) a crise que estamos enfrentando é conceitual e até, mais que isso, civilizatória. Uma crise dos princípios que regem a própria existência humana na Terra (…) vivemos num estado de permanente inconstância, de imprevisibilidade, uma infindável transição (…) enfrentamos mudanças sistemáticas vindas de todas as direções – da cada vez mais complicada condição geofísica do planeta até às mais paradoxais interpretações do que é ser humano e quais as razões de nossa existência”…

“As mudanças climáticas e a degradação ambiental são tão obvias que mesmo as pessoas mais desatentas não podem mais ignorá-las. Alguma coisa tem de ser feita (…) e qualquer desavença geopolítica, científica ou técnica perde o sentido num quadro em que os vencedores não terão água para beber ou ar para respirar (…) nós temos de rever as prioridades de todos os estados”.

“(…) o modelo atual de capitalismo não oferece solução para o crescimento da desigualdade (…) em toda a parte, mesmo nos países mais ricos a distribuição desigual da renda está exacerbando as diferenças (…) os países mais atrasados sentem essa diferença agudamente e estão perdendo a esperança de se aproximar dos mais adiantados. E a desesperança engendra as agressões e empurra as pessoas para os extremos” (…) 

“O fato de sociedades inteiras e gente jovem em diversos países ter reagido agressivamente às medidas de combate ao coronavirus mostrou que a pandemia foi só um pretexto: as causas dessa irritabilidade toda são muito mais profundas, e por isso a pandemia transformou-se em mais um fator de divisão em vez de levar à união”.

“Mas a pandemia também mostrou claramente que a ordem internacional ainda gira em torno dos estados nacionais (…) as super plataformas digitais não conseguiram usurpar a politica e as funções do Estado (…) pesadas multas começam a ser-lhes impostas e as medidas anti-monopólio estão no forno (…) somente estados soberanos podem responder efetivamente aos desafios do tempo e às demandas dos cidadãos (…) quando as crises verdadeiras se desencadeiam só um valor universal fica de pé, a vida humana. E cada Estado decide, com base em suas habilidades, suas condições, sua cultura e suas tradições, qual a melhor maneira de protege-la”.

“O Estado e a sociedade nunca deve responder com radicalismo ou com a destruição de sistemas tradicionais às mudanças de qualidade na tecnologia ou no meio ambiente. É muito mais fácil destruir do que criar. Nós, aqui na Russia, sabemos amargamente disso. Os exemplos da nossa historia nos autorizam a afirmar que as revoluções não são um meio para resolver crises; elas só as agravam. Nenhuma revolução vale o dano que produz nas capacidades humanas”.

“Os advogados do auto-proclamado ‘progresso social’ acreditam que estão empurrando a humanidade para um nível de conscientização novo e melhor. Não ha nada de novo nisso. A Russia já esteve lá. Depois da revolução de 1917 os bolchevistas também diziam que iam mudar todos os comportamentos e costumes, a própria noção de moralidade e os fundamentos de uma sociedade saudável. A destruição de valores solidamente estabelecidos e das relações entre as pessoas até o limite da completa destruição da família, o encorajamento para que as pessoas denunciassem seus entes queridos, tudo isso foi saudado como progresso e amplamente festejado mundo afora” (…) 

“Olhando o que está acontecendo no Ocidente fico embasbacado de ver de volta as práticas que eu espero que nós tenhamos abandonado para sempre num passado distante. A luta pela igualdade e contra a discriminação transformou-se numa forma agressiva de dogmatismo que beira o absurdo (…) Manifestar-se contra o racismo é uma causa nobre e necessária mas essa nova ‘cultura de cancelamento’ transformou-se numa discriminação reversa que não é mais que racismo pelo avesso. A ênfase obsessiva na raça está dividindo cada vez mais as pessoas (…) o contrário do sonho de Martin Luther King”. 

“O debate em torno dos direitos do homem e da mulher, então, transformou-se numa perfeita fantasmagoria (…) e crianças pequenas, sendo ensinadas à revelia de seus pais, que meninos podem se transformar em meninas e vice-versa sem problema nenhum (…) Com o mundo de disrrupção em disrrupção a importância de um conservadorismo racional é fundamental (…) confiar em tradições testadas pelo tempo, um alinhamento preciso das prioridades, relacionar as necessidades com as possibilidades, estabelecer metas prudentes e, principalmente, rejeitar o extremismo como método (…) Para nós, russos, estes não são postulados especulativos mas lições da nossa trágica história. O custo de experiências sociais doentiamente concebidas é impossível de ser pago. Essas ações não destroem apenas bens materiais mas principalmente os fundamentos espirituais da existência humana, deixando atras de si um naufrágio moral onde nada pode ser reconstruído por muito, muito tempo”.

“É claro que ninguém tem receitas prontas. Mas eu me arrisco a dizer que nosso país tem uma vantagem (…) nossa sociedade desenvolveu uma imunidade de rebanho ao extremismo que pavimenta o caminho para a reconstrução depois do cataclismo socioeconômico (…) O nosso é um conservadorismo otimista, que é o que mais importa. Nós acreditamos que o desenvolvimento estável e continuado é possível. Tudo depende estritamente dos nossos próprios esforços”.

“Obrigado por sua paciência”.

 O Vespeiro - Fernão Lara Mesquita

 

O caçador de hipócritas - Revista Oeste

Olavo de Carvalho | Reprodução/Twitter
Olavo de Carvalho | Reprodução/Twitter 
 
Olavo de Carvalho. Controverso e polêmico para muitos. Um filósofo e um mestre para milhares de alunos espalhados pelo mundo. Uma farsa para alguns. Um gênio para outros. Não havia meio-termo para Olavo de Carvalho. E assim ele gostava. Não era escravo de ninguém e de nenhuma ideia.

Mas eu não estou aqui para te convencer a gostar de Olavo de Carvalho. O mergulho em sua obra, e não no personagem politicamente incorreto das redes sociais, é um mergulho que faz parte de uma decisão pessoal. O que eu posso dizer é que quem leu uma obra do escritor entende que ele foi um homem à frente do nosso tempo. Muito além do barulho vazio das discussões supérfluas das tóxicas plataformas sociais. Mas, como disse, não estou aqui para te convencer nem sequer a ler um artigo ou um livro do professor. Essa é uma viagem individual com passagem só de ida. É uma decisão extremamente particular exatamente por ser uma viagem sem volta.

Não fui aluna do Olavo. Assisti a algumas aulas de seu curso on-line de filosofia (COF), fiquei bastante impactada com o material, com as aulas e com a sua presença — bem diferente das redes sociais —, mas não tive como seguir o planejamento por falta de tempo, já que, quando me debrucei em algumas sessões, eu ainda estava na UCLA fazendo arquitetura, e a profundidade do material oferecido pelo professor merecia uma imersão completa.

Também nunca fui próxima do Olavo. Nunca o conheci pessoalmente e nunca tive nenhuma conversa particular com ele. Nossos encontros foram em entrevistas e programas que estivemos juntos, ou com a sua companhia nas páginas de suas obras. Taí uma coisa da qual me arrependo, mas o destino quis assim. Em 2020, participei do CPAC americano (Conservative Political Action Conference), que aconteceu em Maryland, Estado vizinho da Virgínia, onde Olavo morava. Uma pessoa próxima ao Olavo me perguntou se eu não gostaria de ir até a Virgínia para conhecê-lo e entrevistá-lo. Eu estava com a agenda muito apertada para apenas três dias. Havia compromissos pré-agendados e, por isso, agradeci e respondi que gostaria de visitá-lo com mais calma durante o ano de 2020. E então chegou a pandemia. E com ela toda a loucura que vimos e ainda estamos vendo. Não consegui encontrá-lo mais.

Quando via suas entrevistas ou assistia a vídeos antigos do professor (há vídeos espetaculares no YouTube, com um conteúdo que você jamais verá no Brasil), pensava o que diria a ele quando o conhecesse pessoalmente. Depois da morte do meu pai, em 2012, via no jeitão do Olavo, nos puxões de orelha em vídeos que eram carregados de palavrões e também de muito mel uma doçura nata de pai, de avô, mas que nem todos enxergavam. Olavo, sem saber, fazia-me entrar em uma saudosa conexão com o meu velho através dos trejeitos de quem ama uma boa resenha e através de sua coragem em não se ajoelhar para ninguém ou para nenhum movimento. Era a máxima aristotélica que meu pai fazia questão de dizer quase todo dia: “Sem coragem, não há mais nada, filha”. E Olavo era, antes de tudo, um homem de coragem. Como muito bem definiu Guilherme Fiuza, nosso parceiro aqui em Oeste, “um caçador de hipócritas”. Um homem que antes de mais nada não deixou que ninguém o colocasse em uma caixinha de etiquetas preconcebidas. Olavo era um caçador de arautos das falsas virtudes, da falsa bondade, daqueles que encobrem valores inconfessáveis por um punhado de ouro ou mesmo um rápido aplauso fácil.

Desmascarando Obama
E foi assim, desmascarando um hipócrita, que tive o meu primeiro contato com o escritor Olavo de Carvalho, em meados de 2012. Lendo um texto em que ele desnudava nada mais nada menos do que o queridinho do mundo moderno, Barack Obama, aquilo me chamou a atenção. Morando nos EUA há apenas dois anos, ainda não conseguia conceber em sua totalidade a farsa que Barack Obama foi e é.  
 
E ali, diante de um artigo de 2009, escrito logo após a eleição histórica de Obama, li pela primeira vez o nome do mentor que maquiou o ex-presidente americano para que a agenda da esquerda radical, disfarçada de bom-mocismo e tolerância, fosse implementada na América: Saul Alinsky. Em um texto intitulado “Os pais da crise americana”, Olavo me tirou da zona de conforto: “No caso em questão, a derrubada da previdência social americana e do sistema bancário que a sustenta não foi o efeito de uma confluência involuntária de fatores anônimos, não foi nem mesmo resultado de uma longa colaboração de inépcias, mas foi a simples realização de um plano traçado desde a década de 1960 por estrategistas de esquerda inspirados por Saul Alinsky, mais tarde o mentor de um jovem estudante de direito Barack Hussein Obama. (…) A regra é ensinada por Saul Alinsky, que ele mais tarde enunciaria por escrito em seu livro Rules for Radicals, de 1971: ‘Faça o inimigo pôr em pratica seu próprio manual’”.

Por mais que pareça banal, a porta que me fez entrar no mundo de Olavo de Carvalho foi a maneira que ele escrevia sobre o ex-presidente. Obama era o suprassumo mais carismático do mundo, quem é esse maluco que está dizendo que há muito mais (perversidade) por trás do fofo Obama? Então comecei a fuçar na internet em busca de mais informações sobre esse tal de Saul Alinsky; esse senhor que mora em Virgínia só pode estar louco. Nem meu marido, um republicano fiel nascido e criado na democrata Califórnia, demonstrava tanta estranheza e suspeita sobre Barack. Apenas não gostava. Teorias com esse tal de Saul Alinsky? Nah.

Em outro artigo, também de 2012, com o título “O Fome Zero de Obama”, Olavo me fisgou de vez. O texto falava sobre a economia norte-americana, que havia caído do primeiro lugar para o sétimo, de acordo com a escala de competitividade do Fórum Econômico Mundial. Falava do alto índice de desemprego nos EUA e como Obama, o super mega hipercompetente, além de fofo, era o recordista absoluto na distribuição de recursos governamentais não só aos pobres como também aos ricos
Na lista de ajudinha camarada, empresas falidas por má administração e por fraudes, mas que eram contribuintes polpudos da campanha do democrata. Sounds familiar? Na época, inclusive, Barack, em um encontro com Lula, disse que o petista era “o cara”, lembram? Pois então… as peças iam chegando ao quebra-cabeça que Olavo havia colocado na minha frente.

O artigo traz pontos excepcionais e mostra as diferenças e similaridades das estratégias de Lula e Obama, mas que gerariam o mesmo efeito por terem as mesmas raízes e foco. O texto não é difícil de ser encontrado na internet, e foi ali, nas linhas finais, que a minha mente se abriu de uma maneira que não seria mais possível voltar de onde parti. Não faria justiça se apenas explicasse, então transcrevo o último parágrafo: “(…) Dito de outro modo (a tática é): desarmá-los contra seus inimigos e armá-los contra suas próprias populações, de modo a fazer deles os cães de guarda, ao mesmo tempo dóceis e implacáveis, da nova ordem mundial. De sob as cascas dos velhos Leviatãs nacionais começa a erguer-se, majestosamente sinistro, o Leviatã planetário”.

Olavo conseguiu nos tirar da inércia política em um país que era ignorante e sem cultura

Uau. Mas não para por aí. Olavo já enxergava o que muito só vemos hoje e, mesmo assim, por causa da pandemia. Sem uma imprensa dissidente no Brasil, ficava fácil emplacar qualquer narrativa fantasiosa e distorcida. Mas, em outro artigo de 2012, Olavo mostra as cartas que hoje estão mais do que colocadas na mesa. Sob o título “Salvando o triunvirato global”, o professor que estudou profundamente os movimentos ideológicos e seus peões escreve: “Ninguém ignora que a escolha de Barack Hussein Obama como candidato do Partido Democrata em lugar de Hillary Clinton, em 2008, foi uma imposição, um Diktat, do Grupo Bilderberg. Também é preciso ter feito juramento de cegueira para não enxergar que, durante o seu primeiro mandato, o ungido do globalismo fez tudo para desbancar o dólar e desabilitar a posição dos Estados Unidos no cenário internacional, estancou a produção nacional de petróleo, gás e carvão, atrofiou o sistema americano de defesa, pôs seu país de joelhos ante a China e a Rússia e, tanto no Oriente Médio quanto em suas políticas de segurança interna, deu mão forte aos arautos do Califado universal. Igual favorecimento a expansão islâmica tem orientado a política da União Europeia e de vários governos do Velho Mundo abençoados pela internacional Fabiana”

E continua: “A vitória de Barack Hussein Obama é mais um passo nessa direção (uma ditadura mundial), um indicador claríssimo de que os Estados Unidos vão prosseguir na sua política de autodesmantelamento militar e econômico aliado à expansão ilimitada dos mecanismos de controle policial da sociedade, segundo os mesmos cânones politicamente corretos que os organismos internacionais estão pondo a todos os países do Hemisfério Ocidental.”

Yep. O velho de Virgínia avisou.

Independência intelectual
Eu poderia escrever mais 50 mil caracteres sobre os ensaios de Olavo que tocam em pontos da atual realidade e que fizeram despertar. Artigos que em muitas ocasiões fizeram Olavo ganhar nomes pejorativos como “doido” ou “teórico da conspiração”.

Mas Olavo falava muito além de política ou geopolítica. E insisto que essa é uma viagem individual que cada um tem de fazer. Olavo também falava e muito de Cristo, de amor, de Aristóteles, de Platão, de São Tomás de Aquino, de amizade, de valores, de princípios…  Falava de filosofia, de liberdade e sobre a verdade. E tudo de uma forma humana e calorosa, sem o pedantismo e a soberba de acadêmicos e muitos professores. Olavo conseguiu nos tirar da inércia política em um país que era ignorante e sem cultura. Despertar esse caminho nas pessoas é um dom que poucos têm. Por isso, ele era rejeitado e difamado por seus detratores. Uma vez aberta a porta para as obras do escritor, essa porta daria entrada para um vasto mundo intelectual de independência intelectual. Olavo não era um professor, Olavo era um mestre.

Essa foi umas das muitas pontas da minha história com o Olavo, escrita nas páginas de internet e nos olhos fitados em seus livros. Depois de sua morte, li centenas de relatos no dia que me impressionaram, não que eu não imaginasse que ele poderia ter tocado milhares de pessoas pelo Brasil e pelo mundo com a sua obra, mas havia algo mais. Havia homenagens de pessoas que se entregaram, ou voltaram, ao cristianismo por causa dele.  

Havia homenagens de pessoas que não sabiam o que era comunismo, marxismo cultural, Foro de São Paulo. Ordem Mundial. Havia homenagens de médicos, atletas, jornalistas, economistas e alunos que foram tocados de alguma forma por frases como: “Aconteça o que acontecer, não se deixe desencorajar. Não feche os olhos ante a realidade, por pior que seja. A coragem do espírito, o amor incondicional à verdade, é a mãe de todas as virtudes”. Muitos alunos espalhados pelo mundo hoje são professores e germinarão as sementes de seu legado pelas áreas da educação, espaço que Olavo sempre frisou que deveria ser reconquistado pela direita no Brasil antes de qualquer salto político robusto. E em tantas homenagens, havia faixas em barracos e casebres em favelas e comunidades carentes. O famoso jargão “Olavo tem razão” estampando as pobres fachadas que abrigam ricos intelectos.

Em tempos estranhos, quando a coragem parece ter desaparecido quase que por completo, em que a independência intelectual sentou no colo quente dos lobbies e a liberdade anda com uma corda no pescoço, Olavo, mesmo depois de sua morte, continua incomodando aqueles que não conseguiram desqualificar suas ideias. O ódio descabido a um inimigo que trazia conceitos diferentes daqueles que foram impostos durante décadas no Brasil não surpreende. A onda descabida de ataques ao nome do professor, bem menor que o vasto caminho de homenagens, só concretiza ainda mais o impacto de seu trabalho contra a miséria intelectual e a mesquinhez humana. Olavo, que tem frases célebres que iam no cerne de pontos cruciais na dor e no amor, certa vez disse: “Os mortos conduzem os vivos. Todos os meus mortos queridos… Não sinto saudade deles, porque eles estão presentes, eles existem. Nada do que aconteceu “desacontece”. Aquilo que aconteceu aqui durante uma fração de segundo já está na eternidade, nunca mais volta ao não-ser”.

Através dos caminhos desenhados por Olavo de Carvalho, fiz amizades incríveis com herdeiros intelectuais e amantes da busca do saber da verdade. Pessoas maravilhosas que foram lapidadas pela aura da bondade humana, forjada nos erros e nos acertos, darão continuidade aos propósitos defendidos pelo escritor. Aqui em Oeste, seguiremos caçando hipócritas, alimentando as árvores das ideias e não dos homens, e seguiremos na defesa inviolável e inegociável da liberdade
Porque não somos homens e mulheres de geleia. E sabe quando vamos parar? Nunca.

Obrigada, Olavo.

Leia também “Dead man walking”

Ana Paula Henkel, colunista - Revista Oeste