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quinta-feira, 30 de junho de 2022

BOLSONARO TEM RAZÃO - Sérgio Alves de Oliveira

Por mais que relutemos em apoiar a candidatura de Jair Bolsonaro à reeleição, em outubro de 2022, o qual também não passa de produto de um sistema político absolutamente deturpado, instalado pelos partidos políticos que abrigam a pior"laia" da sociedade, nós,brasileiros,não temos outra alternativa que não a de reconduzi-lo à presidência. Não temos como mudar essa situação,Mas podemos afastar o pior.

Se fosse para escolher um "Mister Simpatia" qualquer, com certeza eu não optaria por Bolsonaro. Mas as minhas "simpatias" não podem interferir quando está em jogo o destino do meu povo.Por esse motivo peço a Vossas Excelências que acompanhem e me ajudem no raciocínio que tentarei desenvolver.

A recondução de Bolsonaro seria [é] a melhor alternativa de um povo que vive à mercê dos seus políticos lacaios, como se estivesse num "mato sem cachorro". Não propriamente pelos "méritos"   do atual Presidente, mas pela "patiifaria"generalizada dos que se apresentam como alternativa de oposição a ele, e que foram justamente os que deram causa à toda essa parafernália moral, política,social e econômica, obstaculizando propositalmente qualquer reforma para melhorar a situação.

Escrevo com a mente absolutamente livre, sem qualquer apego ao conservadorismo, à direita, e a qualquer "centrão", muito menos, porém, à esquerda, ao progressismo, ao comunismo e similares, que desgraçaram o mundo por todos os lugares por onde passaram, e que prossegue só no "discurso", na Rússia,e na China, por exemplo, que na prática já abandonaram essa ideologia há muito tempo, e que só vale mesmo para o povo, conduzido à "rédea curta", em benefício das castas dominantes do mundo "socialista".

No Brasil,a "guerra" está instalada. A esquerda dominou e até fez uma "constituição" ( a de 1988), de 1985 a 2018, instalando o caos no país, após um período de relativo desenvolvimento, de 1964 a 1985, no Regime Militar, onde construiram mais de metade de toda a infraestrutura de obras públicas existentes no Brasil de hoje, e que "paralisaram" nos governos posteriores, com uma roubalheira ao erário estimada em 10 trilhões de reais. E são "esses" que querem voltar agora, na maior "cara de pau", com a bandeira de toda a desgraça a que deram causa e que atribuem a "outros". [A pretensão de que o descondenado petista - não inocentado - e sua corja querem realmente voltar,  com a bandeira de toda a desgraça que causaram, é confirmada por Geraldo Alckmin, candidato a vice-presidente do criminoso petista, que declarou: "Lula quer voltar à cena do crime".]  

Mas essa "guerra" está muito desigual, em forças. A esquerda está "com tudo". Tem o Congresso Nacional, a alta cúpula do Poder Judiciário.(nomeada pela esquerda), praticamente toda a grande mídia, e boa parte do empresariado, principalmente banqueiros, que só pensam nos seus lucros e estão se "lixando" para a desgraça do povo brasileiro.

Toda a esquerda e seus "comparsas" fecharam o cerco em torno da acusação que fazem ao Presidente Bolsonaro, de que ele estaria preparando um "golpe militar", ou algo parecido, para evitar a volta da esquerda ao poder, antes, ou depois das eleições de outubro.

O "crime" que alegam contra Bolsonaro se resume na sua desconfiança e críticas contra o sistema eletrônico de votação que será adotado, de "primeira geração", só usado ainda no Brasil,e em outros dois pequenos países [Bangladesh e Butão.].  
Se o Judiciário, ou o Congresso Nacional, cedessem um só "milímetro" nas suas "teimosias" em manter o sistema atual, e adotassem uma reduzida "amostragem" de conferência paralela da votação, por outros mecanismos,com certeza "calariam a boca" de Bolsonaro, e a paz voltaria a reinar,assumindo a Presidência quem vencesse a eleição.

E por não cederem um só "milímetro" à reclamação de Bolsonaro, só pode ser sinal de que efetivamente tem "boi nessa linha".

Tudo indica que os verdadeiros pretendentes ao "golpismo eleitoral" estariam invertendo a situação, acusando a principal "vítima" do eventual golpe, o candidato destinado a " perder" a eleição, de pretender dar um "golpe". Por seu turno a grande mídia "adorou"  tanto essa versão mentirosa que pretende fazer dela uma verdadeira lavagem cerebral.
O que a esquerda e todos os seus comparsas estão fazendo relativamente às eleições de outubro, nada menos significa do que cumprir à risca um mandamento atribuído a LENIN:"Acuse os adversários do que você faz, chame-os do que você é". [A propósito tal mandamento tem entre seus seguidores o descondenado petista e a 'engarrafadora de vento' Rousseff.]

 
Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

PUTIN E AS RAZÕES DO LOBO - Percival Puggina

Enquanto escrevo estas linhas, representantes ucranianos e russos estão reunidos em Belarus para um papo entre lobo e cordeiro. Nas últimas 48 horas, cerca de 350 mil civis cruzaram a fronteira com a Polônia, abandonando o país. Desde os tempos de Lênin, a Ucrânia tem sido o cordeiro da fábula em suas relações com a Rússia. A história é sempre a mesma, a Ucrânia tem razão e perde; a Rússia está errada e ganha.

Não surpreende, então, que os ucranianos queiram ficar no agasalho do artigo 5º do Tratado do Atlântico Norte, espécie de todos por um e um por todos em caso de agressão externa. Putin considera isso inaceitável em suas fronteiras. Aliás, o tirano russo considera inaceitável tudo que o desagrada. Convenhamos, a propósito: aqui no Brasil tem gente exatamente assim, sentada em cadeira de espaldar alto e caneta de ouro na mão.

Assisti, há bem poucos dias, uma entrevista em que Putin se conduz como o lobo da fábula. Na perspectiva dele, a Ucrânia  está servindo às estratégias da OTAN. Esta, através da Ucrânia, está sujando a água do lobo. A Rússia, no caso ele, seu tirano há duas décadas, não pode permitir armamento da OTAN em suas fronteiras.

Essa eu acho que posso ensinar para o Putin. Quem é natural de uma fronteira, como eu sou, tendo nascido em Santana do Livramento (fronteira com o Uruguai), entende de fronteira. Fronteira tem dois lados, Putin. Não existe zona neutra, terra de ninguém, numa fronteira. Ao invadir a Ucrânia, Putin empurra a própria fronteira e instalará nela bases militares. Com esse avanço, a Rússia passará a fazer fronteira com Polônia, Romênia, Hungria  Eslováquia e Moldávia.

Ademais, Belarus, ou Bielorrússia, é nação amiga da Rússia. Em plebiscito encomendado, aprovou a presença de armas nucleares em seu território. Pouco se fala  nisso, mas com tais relações e a Rússia estende suas fronteiras militares até a Polônia e a Lituânia, avançando ainda mais na direção do leste europeu. E da OTAN, obviamente. [um comentário, talvez uma pergunta, defina melhor: a Otan a pretexto de evitar um hipotético avanço da Rússia rumo as suas fronteiras, impõe à Ucrânia uma associação à NATO, levando sua influência/presença militar até as fronteira da Rússia?] 

Vale a pena conferir: PUTIN É O “LOBO DO HOMEM” - Sérgio Alves de Oliveira

O fato de o presidente da Ucrânia ser um Danilo Gentili globalista, com cabecinha de Felipe Neto, apoiado pela esquerda do Ocidente, não altera a natureza do perigo que está se formando na Ásia com a tirania de Putin e o totalitarismo do Partido Comunista Chinês. 

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 


sábado, 12 de fevereiro de 2022

Os limites democráticos - Revista Oeste

Adolf Hitler e Joseph Stalin | Foto: Montagem Revista Oeste/ Wikimedia Commons
Adolf Hitler e Joseph Stalin  -  Foto: Montagem Revista Oeste/ Wikimedia Commons
 
Pode existir um partido nazista numa democracia? 
E um partido comunista?  
Essas questões estão na ordem do dia e cabe uma reflexão mais profunda aqui, para fugir do “debate” tribal das redes sociais. O primeiro ponto a ser abordado é o argumento libertário de que não pode haver qualquer restrição à liberdade de expressão, logo, essa ideologia prega o direito de grupos se organizarem para defender as maiores atrocidades e bizarrices.

Quem defende essa posição não está necessariamente endossando cada uma dessas bizarrices, claro, mas, sim, o direito de néscios pregarem estultices, por mais ofensivas que sejam. É um posicionamento que encontra algum espaço na trajetória do liberalismo mais radical, por excesso de medo da censura e do controle. Esses libertários entendem que essa postura vai permitir todo tipo de ideia abjeta no debate público, mas o receio que sentem de abrir exceções e, com isso, delegarem ao Estado o poder de definir o que é ou não permitido supera a preocupação com a circulação dessas ideias nefastas.

Além disso, alguns argumentam que é melhor deixar as ideias nefastas circularem livremente para combatê-las, em vez de mantê-las à sombra com o charme do tabu proibido. Ou seja, traga toda podridão à luz que assim será mais fácil expor a podridão e rebater as ideologias totalitárias. É um ponto de vista a ser colocado, sem dúvida, apesar de eu não concordar muito com ele. E vale notar que, nos Estados Unidos, existe um partido nazista. Como existe um partido comunista também. [no Brasil ser comunista, especialmente o novo comunismo que a esquerda está tentando implantar, é chique; estranhamente, o nazismo - do qual o antigo comunismo ganhou em perversidade, capacidade genocida - não pode ter representação política.]

Acredito, porém, que numa democracia alguma restrição será necessária, apesar de compreender o risco desse precedente. Basta ver como tem até jornalista querendo equiparar nazismo à crítica de vacinas contra a covid-19, para justificar, com essa comparação esdrúxula, a censura aos comentários “anticientíficos”. Essa turma nem sequer percebe que seus métodos é que se assemelham ao controle exercido por nazistas em nome da “purificação” da sociedade e da saúde coletiva, com a qual os seguidores de Hitler eram obcecados.

Não é compatível com uma democracia civilizada, porém, a presença de partidos que abertamente defendem extermínio, totalitarismo, medidas claramente antidemocráticas que tratam indivíduos como meios sacrificáveis. E aqui entra a segunda questão: se é para vetar nacional-socialistas, então é para vetar comunistas também? A confusão desses dias nas redes sociais suscitou esse debate, e muitos à esquerda expuseram sua incoerência. Para eles, o nazismo deve ter proibido, mas nada dizem sobre o comunismo. Isso não faz sentido. A semelhança entre ambas as ideologias genocidas é evidente historicamente falando.

“Que significa ainda a propriedade e que significam as rendas? 
Para que precisamos nós socializar os bancos e as fábricas? 
Nós socializamos os homens.” 
Quem teria dito isso? Adolf Hitler, citado por Hermann Rauschning, em 1939. Ensinada desde os tempos de Lênin, muitos socialistas usam a tática de acusar os opositores daquilo que eles mesmos são ou fazem. Tudo que for contrário ao socialismo vira assim “nazismo”, ainda que o nacional-socialismo tenha inúmeras semelhanças com o próprio socialismo.

Tanto o nazismo como o marxismo compartilharam o desejo de remodelar toda a humanidade de cima para baixo. Marx defendia a “alteração dos homens em grande escala” como necessária. Hitler pregou “a vontade de recriar a humanidade”. Qualquer pesquisa séria irá concluir que nazistas e socialistas não eram, na prática e no ideal coletivista, tão diferentes assim. Não obstante, para os socialistas, aquele que não for socialista é automaticamente um “nazista”, como se ambos fossem grandes opostos.

Assim, além de banalizar o que foi o terror nazista, os liberais, que sempre condenaram tanto uma forma de coletivismo como a outra, e foram alvos de perseguição dos dois regimes, acabam sendo rotulados de “nazistas” pelos socialistas, incapazes de argumentar além dos tolos rótulos de “extrema esquerda” e “extrema direita” (lembrando que, para a imprensa esquerdista, nem existe extrema esquerda, expressão ausente nos jornais).

Os liberais, entrave para ambas as ideologias coletivistas, acabam num campo de concentração de Auschwitz ou num Gulag da Sibéria

Tal postura insensata coloca, na cabeça dos socialistas, uma “direitista” como Margaret Thatcher mais próxima ideologicamente de um Hitler que este de Stalin, ainda que Thatcher tenha lutado para defender as liberdades individuais e reduzir o poder do Estado, enquanto Hitler e Stalin foram na linha oposta. O fim da propriedade privada de facto foi um objetivo perseguido tanto pelo nazismo como pelo socialismo, que depositaram no Estado o poder total. O liberalismo, em sua defesa pela liberdade individual cujo pilar básico é o direito de propriedade privada, é radicalmente oposto tanto ao nazismo como ao socialismo, que em muitos aspectos parecem irmãos de sangue.

A conexão ideológica entre socialismo marxista e nacional-socialismo não é fruto de fantasia, e Hitler mesmo leu Marx atentamente quando vivia em Munique, tendo enaltecido depois sua influência no nazismo. Para os nazistas, os grupos eram as raças; para os marxistas, eram as classes. Para os nazistas, o conflito era o darwinismo social; para os marxistas, a luta de classes. Para os nazistas, os vitoriosos predestinados eram os arianos; para os marxistas, o proletariado.

Além da justificativa direta para o conflito, a ideologia de luta entre grupos desencadeia uma tendência perversa a dividir as pessoas em parte do grupo e excluídos, tratando estes como menos que humanos. O extermínio dessa “escória” passa a ser desejável, seja para o paraíso dos proletários seja da “raça” superior. Os liberais, entrave para ambas as ideologias coletivistas, acabam num campo de concentração de Auchwitz ou num Gulag da Sibéria, fazendo pouca diferença na prática.

A acusação de que a Alemanha nazista era uma forma de capitalismo não se sustenta com um mínimo de reflexão. O “argumento” usado para tal acusação é que os meios de produção estavam em mãos privadas na Alemanha. Mas, como o economista austríaco Mises demonstrou, isso era verdade somente nas aparências. A propriedade era privada de jure, mas era totalmente estatal de facto, da mesma forma que na União Soviética. O governo não só nomeava dirigentes de empresas como decidia o que seria produzido, em qual quantidade, por qual método e para quem seria vendido, assim como os preços exercidos.

Para quem tem um mínimo de conhecimento sobre os pilares de uma sociedade capitalista liberal, não é difícil entender que o nazismo é o oposto desse modelo. Para os nazistas, assim como para os socialistas, é o “bem comum” que importa, transformando indivíduos de carne e osso em simples meios sacrificáveis para tal objetivo. Existem, na verdade, vários outros pontos que podemos listar para mostrar que o nazismo e o socialismo são muito parecidos, e não opostos como tantos acreditam. O fato de comunistas terem entrado em guerra com nazistas nada diz que invalide tal tese, posto que comunistas brigaram sempre entre si também, e irmãos brigam uns com outros, ainda mais por poder.

Apesar de o liberalismo se opor com veemência a ambos os regimes, os socialistas adoram repetir, como autômatos, que liberais são parecidos com nazistas, apenas porque associam erradamente nazismo a capitalismo ou “direita”. Se ao menos soubessem como é o próprio socialismo que tanto se assemelha ao nazismo!

Em suma, se há limites numa democracia, e creio que deva haver, então é preciso tratar nazismo e comunismo da mesma forma, vetando ambas as ideologias da formação partidária oficial. 
Entendo a sensibilidade do tema aos judeus, povo perseguido desde sempre. Vivemos em tempo de cancelamento e asfixia da liberdade de expressão, mas deixo uma reflexão: se você fizesse parte da minoria mais perseguida da história, e que recentemente passou por um extermínio, ficaria mais revoltado com qualquer suposta alusão ao regime responsável por tal extermínio. Cachorro mordido por cobra tem medo de linguiça.

Só que isso vale para as vítimas do comunismo também. Eu estive no Museu do Holocausto em Israel e chorei. São cenas muito fortes. Mas, se as imagens do Holodomor* fossem mais divulgadas, será que não haveria a mesma comoção coletiva? O comunismo é tão nefasto quanto o nazismo! E nenhum dos dois deve ter espaço numa democracia.[*Holodomor - a grande fome que causou a morte de milhões de ucranianos e imposta pelo comunismo.(em torno de 12.000.000.]

Leia também “Ação de Graças”

Rodrigo Constantino, colunista - Revista Oeste

 


quarta-feira, 10 de junho de 2020

"Será que pensar dói?" - Coluna do Alexandre Garcia

Correio Braziliense


''Pode-se xingar o presidente todos os dias, inclusive ameaçá-lo, e fazer o mesmo com os presidentes da Câmara e do Senado, mas não se permite fazer isso com juízes do Supremo''

Domingo, em São Paulo, quando um grupo de mais de 500 pessoas no Largo do Batata se dispersou, alguns foram pacificamente para casa, outros foram quebrar vidros do Bradesco e do Itaú. Na Avenida Paulista, um grupo diferente se manifestava, uns com bandeiras nacionais, outros com cartazes pedindo fechamento do Supremo e do Congresso. Em Copacabana, umas 200 pessoas de um lado e de outro, se manifestavam, falando em democracia e antifascismo. No Centro do Rio, outro grupo levava barras de ferro, coquetéis molotov e facas. [os quebradores de vidros e portadores de barras de ferro, molotov e facas são das quadrilhas da esquerda, incluindo membros de gangues também conhecidas como 'torcidas organizadas'.]

“Esquecemo-nos, muito frequentemente, não só de que ‘há sempre um fundo de bondade nas coisas más’, mas muito geralmente também, de que há um fundo de verdade nas coisas falsas” –– palavras do filósofo Herbert Spencer (in Primeiros Princípios), em brilhante tradução de Irapuan Costa Junior, ex-governador de Goiás. Parecia assim em manifestações ocorridas em cidades brasileiras, no domingo –– não se poderia dividir manifestantes em democratas e fascistas. Aliás, democracia e fascismo provavelmente não encontrariam padrões por estas bandas.

Havia pessoas defendendo a democracia com a maior boa fé, sem se dar conta de que já estamos numa democracia, à nossa moda. Pode-se xingar o presidente todos os dias, inclusive ameaçá-lo, e fazer o mesmo com os presidentes da Câmara e do Senado, mas não se permite fazer isso com juízes do Supremo. [qual o fundamento de ministros do Supremo - pessoas e não a instituição  - receberem tratamento diferenciado? afinal, integram o órgão máximo de um dos Poderes, enquanto os outros presidem a Câmara e o Senado, órgãos máximos do Poder Legislativo, e o presidente preside, na condição de Presidente da República, à Nação = atribuição do Poder Executivo e lá está por ter recebido nas eleições 2018, quase 60.000.000 de votos.]  Também havia pessoas, com a maior boa-fé, pedindo intervenção militar. Havia pessoas autointituladas antifascistas e havia pessoas se expressando como anticomunistas. Todos exercendo o direito democrático e constitucional de liberdade de opinião, de expressão e de manifestação.

O que está fora da lei é armar-se para agredir quem pensa diferente, ou se preparar para incendiar ou sair quebrando. A linguagem da violência é falada por quem carece dos argumentos da razão. E a Constituição só garante direito de reunião sem armas. Num lado e no outro das manifestações há um fundo de verdade e coisas falsas, num lado e noutro há supostas boas intenções a justificar coisas más e ilegais. Em Curitiba, rasgaram a Bandeira, talvez sonhando com o Navio Negreiro, de Castro Alves (mas que bandeira é essa? […] antes te houvessem roto na batalha, que servires a um povo de mortalha!). Mentes que bailam em ideais revolucionários, embriagadas em rótulos que, repetidos, se tornam verdade, mesmo sem ter fatos que justifiquem o carimbo. E mentes que sonham com as armas para calar e impor. Repetem processos de Lênin e Goebbels. Nada de novo. Será que pensar dói?

Alexandre Garcia, jornalista - Coluna no Correio Braziliense



sábado, 9 de maio de 2020

Que Democracia é a nossa? Fábio Chazyn

Era uma vez, muitos anos antes de Cristo, numa terra famosa pelos sábios que sabiam de tudo, dois deles discordavam em um tema que é atual até hoje. Um deles achava que os homens são iguais uns aos outros. O outro achava que são diferentes. O que achava que os homens são diferentes entendia que eles são dotados de doses diferentes de conhecimento, de coragem e de desejo.


O que achava que os homens são iguais, assim pensava porque os via como seres racionais e fracos interiormente. E por causa disso, tinham que viver numa comunidade administrada pela política. Coerente com o seu pensamento, o primeiro achava que, como os homens são diferentes, eles deviam ser administrados pelos mais ricos que, por serem os mais educados, detinham o conhecimento. Já, o sábio que achava que os homens eram iguais era da opinião de que a luta de “um por todos, e todos por um” era o melhor sistema porque configurava o governo do povo, pelo povo e para o povo, ou seja, a Democracia.

Com o passar do tempo, porém, a realidade foi mostrando que ‘na-prática-a-teoria-é-outra’. Quando o poder vem de cima, como no caso dos sistemas de governo com o poder centralizado, esse poder acaba sendo exercido por uma casta burocrática que acaba invertendo a relação entre o Estado e o povo. Ou seja, ao invés do Estado servir ao povo, é o povo que serve ao Estado. É o caso do Brasil atual em que depois de pagar o funcionalismo público, o governo não tem mais dinheiro para melhorar a vida dos cidadãos.

É muito comum também que na escolha os seus representantes, o povo seja seduzido pela lábia de alguns mais aptos na arte de enganar. No final, estes marqueteiros iludem o povo vendendo a imagem de que sabem interpretar a ‘vontade-geral’, mas de fato são melhores na retórica do que na racionalidade. Vendem gato-por-lebre... Apesar de todo esse “defeito-prático”, se passou mais de 2 mil anos e ainda não encontramos uma fórmula infalível que não permita que o Estado seja usurpado do povo por uns metidos-a-déspotas se achando salvadores-da-pátria, por loucura ou por hipocrisia...

A Democracia ainda é vista como o melhor regime para resistir aos avanços dos outros modelos não tão comprometidos com a liberdade individual. A alternância de poder que a Democracia garante, ainda que não seja o melhor meio de escolher os melhores, é um jeito de impedir que os piores fiquem no poder para sempre... Obcecado em blindar a Democracia dos déspotas usurpadores de poder, um calejado juiz bolou um sistema em que um poder controla o outro. Deu o nome de sistema de “separação-de-poderes-por-meio-de-freios-e-contrapesos”.  Deu certo em muitos lugares, mas não aqui na terrinha. Mais “conspiradores” do que em muitas outras paragens, onde o espírito do Patriotismo é genuíno, no papel redigido em 1988, o Brasil adotou o sistema do Barão de Montesquieu, mas, na prática, passou a funcionar no sistema do Centralismo Democrático inventado por Lênin – um dos pais da extinta (?) União Soviética.

No início do século XX, os russos redescobriram a Pedra da Roseta com o ‘mapa-da-mina’: os segredos de como tirar proveito de todo o mundo em nome de todo mundo, isto é, “democraticamente”. A “invenção” do Centralismo Democrático. desde então, fez escola em todos os cantos e recantos da vida de todo mundo, no Mundo todo. Há sempre um “Conselho de Administração”, ostensivo ou clandestino, decidindo nas costas do povo.

Os franceses chamam de ‘petit-comité’ quando se quer designar o grupo de poucos que decide, nas sombras dos gabinetes, o futuro de muitos. Os russos chamaram de “Politicheskoye Byuro”, vulgo Politburo, preconizando que o melhor método é o de sete membros com a “liberdade de discussão, unidade de ação”. Aqui, na terrinha, ainda não ficou claro quem é o sétimo membro...
Vamos augurar para que, no nosso Centralismo Democrático, pelo menos, o obscuro “sétimo membro” não se apoie no corona-vírus para adquirir uma “Golden-Share”... 



Fabio Chazyn, autor dos livros “Consumo Já! Projeto Vale-Consumo” (2019) e “O Brasil Tem Futuro? Projeto A.N.O.R. – Inteligência Artificial Coletiva” (2020)   




segunda-feira, 1 de abril de 2019

1964 E A LIBERDADE DE OPINIÃO

Você pode pensar o que quiser sobre a Proclamação da República e sobre a Revolução de 30. 

Quase ninguém sabe o que aconteceu no dia 10 de novembro de 1937 (golpe de Estado com que Getúlio Vargas instituiu o Estado Novo e implantou uma ditadura de Congresso fechado, censura, tortura e repressão que durou até 1945). 

Você tem total liberdade de opinião sobre a Revolução Francesa, pode reverenciar a Revolução Bolchevique, chorar nos túmulos de Lênin, Fidel e Chávez.  

Mas não se atreva a divergir da narrativa dominante sobre o que aconteceu no Brasil no dia 31 de março de 1964. Não se atreva!

Em consonância com essa vedação, a OAB encaminhou à ONU um documento que denuncia “a tentativa do Presidente e de outros membros do governo de modificar a narrativa histórica (!) do golpe que instaurou [no Brasil] uma ditadura militar”. A citação entre aspas foi buscada no site do instituto Vladimir Herzog, cossignatário da denúncia. Com mínimas variações, consta de todas as matérias sobre o assunto publicadas nas últimas horas. Nelas está afirmado haver uma “narrativa histórica” que, a juízo dos denunciantes, não pode ser modificada. Trata-se de algo nada científico, principalmente numa ciência social, mas perfeitamente descritivo de uma prática que se vai tornando corriqueira. É como se a História fosse um campo de liberdade criativa semelhante à do vovô que conta aos netinhos estórias de quando “era uma vez”. [comentário 1: a OAB e o Instituto Valdimir, não andam muito bem de raciocínio, parece que lhes falta noção;

o tal 'instituto', cúmplice da escorregada da OAB no trato do direito até que merece uma certa 'comiseração', haja vista não ser o DIREITO a sua seara;
quanto a OAB é absurdo que cometa erro tão elementar: quanto tentava impedir que milhões de brasileiros exercessem seu direito soberano de comemorar o evento que sepultou, mais uma vez, os planos de maus brasileiros em transformar nossa Pátria Amada em satélite da URSS, aquela associação de advogados cometeu um erro elementar:
- se valeu do 'mandando de segurança' para combater o exercício de um direito do presidente da República - promulgar atos administrativos -, falha esta que levou o ministro Gilmar Mendes a sequer conhecer do pleito da OAB.]
 
O que de fato pode ocorrer, e frequentemente ocorre quando um mesmo fato histórico envolve posições antagônicas, são interpretações diferentes. Na minha experiência, interpretações históricas implicam honestidade intelectual e são muito mais precisas, ainda que divergentes, do que as “narrativas” dominantes em tantas salas de aula no Brasil. Exemplo recentíssimo: a grande campeã do Carnaval carioca de 2019 – tendo aderido a uma narrativa desonesta, pondo-se a serviço de um projeto político e ideológico espezinhou na avenida vultos admiráveis da nossa história, como o Duque de Caxias e a Princesa Isabel. Por quê? Porque isso convém à ideologia do conflito. Mas foi pura mistificação.

Assim, é extremamente arrogante e dogmática a intenção de estabelecer, sobre determinado acontecimento, uma “narrativa” cláusula pétrea, imexível, inequívoca e unívoca, mesmo quando muitos dos que vivenciaram aqueles dias, testemunhas do ambiente, das circunstâncias e dos eventos, atendo-se aos fatos, têm interpretações divergentes.
Felizmente não há, no Brasil, uma Reitoria Brasileira de Pontos de Vista, ou uma Corregedoria Geral de Perspectivas, ou uma Agência Nacional Reguladora de Opiniões. 
Isso é orwelliano demais para meu apreço pela liberdade.
 
Pericial Puggina (74), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. 

Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.



quarta-feira, 27 de março de 2019

O pesadelo do sono de Bolsonaro

Presidente que dorme mal acorda irritado, Bill Clinton tomou jeito, mas a soneca de Churchill era sagrada


Foi o presidente Jair Bolsonaro quem contou. Durante uma de suas internações os médicos conferiram a qualidade do seu sono e registraram 89 breves alterações por hora. Nas suas palavras: "Um recorde. Os médicos disseram: 'Como é que você consegue raciocinar?'".  Sono é assunto sério. Donald Trump diz que dorme de quatro a cinco horas por dia num quarto onde tem três televisões. Talvez isso explique muita coisa. Os primeiros meses da Presidência de Bill Clinton foram uma calamidade. Irritava-se, não conseguia prestar atenção nos outros. Era a noite maldormida. O primeiro-ministro britânico Winston Churchill regulava com o horário de Trump, mas sua soneca da tarde era sagrada.
Em dezembro do ano passado Bolsonaro sentiu-se mal porque se confundiu com os medicamentos e teve uma sonolência. Dormindo pouco, ou mal, ele compromete seu desempenho nas horas em que fica acordado, sobretudo se tiver um celular à mão. Nesse caso, o disparador de mensagens produz no meio político o efeito letal do revólver que mantém ao alcance mesmo quando está na cama.  Desde que entrou no Planalto, Bolsonaro descumpre uma das normas que regem o funcionamento do prédio. Ele se destina a diminuir o tamanho dos problemas. Alguns presidentes, como Fernando Henrique Cardoso e Lula, foram amortecedores de encrencas e crises. Nos seus 16 anos de poder a crise entrava no palácio e saía menor. Outros, como Dilma Rousseff e João Figueiredo, foram propagadores de dificuldades. Ambos perderam o controle de seus governos.

À primeira vista, Bolsonaro continua em campanha. Isso explica que vá a Washington condenar o "antigo comunismo" e que tenha obrigado o presidente chileno, Sebastián Piñera, a considerar "infelizes" algumas de suas opiniões. Campanha é assim mesmo, quanto mais tensão se puser na mesa, melhor, sobretudo numa disputa como a eleição brasileira do ano passado.  Governo é outra coisa e Bolsonaro sabe que a campanha terminou, mas procura afirmar-se produzindo tensões. À falta do "antigo comunismo", não tendo Lênin nem Fidel Castro para desafiar, encrencou com Rodrigo Maia. Ganha um fim de semana em Cuba quem souber por que ele se desentendeu com o presidente da Câmara. [comentário 1: a encrenca começou quando o Rodrigo Maia resolveu tomar a frente da oposição ao governo Bolsonaro, mas por trás do palco - fingindo ser pró quando é contra;

o primeiro aborrecimento surgiu quando Maia criou uma Comissão para estudar o pacote de Moro - atraso de 90 dias, prorrogável, com risco de refletir também no andamento da reforma da Previdência - e Bolsonaro percebeu que ele fingia empurrar quando na realidade puxava para trás.


O mais grave é que a oposição sistemática ao nosso presidente Bolsonaro - por grande parte do Congresso (notadamente a Câmara, vide votação relâmpago de ontem à noite), grande parte da imprensa, parte do Senado e os adeptos do 'quanto pior, melhor' - faz lembrar Collor.

Que também tentou governar sem o Congresso e confrontando a 'velha política', fizeram uma oposição danada e conseguiram razões para seu impeachment;
Bolsonaro é um pouco mais complicado de derrubar, o governo pode até ainda estar travado, mas não conseguiram e não  vão conseguir motivos para seu 'impeachment'.

Com Collor foram bem sucedidos, conseguiram arrumar pretextos para acusá-lo de corrupção, crime de improbidade, sobras de campanha e com isso foi acusado de 'crime de responsabilidade' etc - pretextos, visto que Collor foi absolvido pelo Supremo das acusações - com Bolsonaro a coisa é mais dificil, até agora não conseguiram acusá-lo, apesar de algumas tentativas fracassadas, de nenhum ato de improbidade, roubalheira, etc.

Tentaram atingi-lo,  via seus filhos - o caso Queiroz é o mais evidente - mas, nada conseguiram. Seus filhos podem até atrapalhar o governo mais que ajudar, são aloprados, mas nada desonesto foi provado contra eles.

E, caso algo fosse encontrado algo contra os filhos do presidente, o CPF de cada um deles é diferente do CIC presidencial.]

Há duas semanas anunciou-se que o presidente da República teria um almoço com os presidentes dos dois outros poderes para um encontro harmonizador. Não era bem assim. O que poderia ter sido uma conversa de três pessoas virou um churrasco ao qual compareceram 15 ministros. Uma assembleia geral, enfim. Maia não reclamou, mas registrou. Fabricar tensões é mau negócio para governante. Como ensinou Tancredo Neves, presidente tem que dar as cartas, não pode ficar o tempo todo embaralhando-as.

Nos últimos meses Jair Bolsonaro teve uma vida dura, com um atentado, três cirurgias e longas internações. Em poucos meses passou pela tensão da montagem do governo e, desde janeiro, chefia uma equipe que pretende mudar a estrutura e os métodos da administração. Em alguns setores, como nos ministérios da Agricultura e da Infraestrutura, a coisa está funcionando. Em outros, como na Educação, o clima é de gafieira. [comentário 2: a Educação tem conserto, basta demitir o atual ministro, nomear um outro - pessoas competentes e BRASILEIROS não estão faltando e começar a trabalhar.

Bolsonaro teve umas quatro ou cinco ideias ruins, desde que foi eleito, uma das piores foi nomear o Velez.]
Quando os médicos de Bolsonaro surpreenderam-se com a má qualidade do seu sono, eles sabiam do que estavam falando. Uma das consequências mais mencionadas desse distúrbio é a irritabilidade. Pode parecer bobagem, mas David Gergen, conselheiro de Bill Clinton, contou que as coisas melhoraram quando o presidente passou a dormir direito.


Elio Gaspari, jornalista - O Globo


terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Nossa esquerda

Teoricamente, um agrupamento político com a fúria exibida nos palanques pelo PT, deveria produzir, se não uma revolução, pelo menos uns revolucionários 


Quanto mais agressiva se mostra, ou finge se mostrar, mais a esquerda brasileira aparece à luz do sol como ela realmente é. Já faz muito tempo que se transformou numa espécie de Federação Nacional das Ideias Mortas. Agora, com as desventuras do ex-presidente Lula e as incertezas quanto ao seu futuro próximo, está se tornando apenas absurda. Seus líderes gritam em público que não existe uma democracia no Brasil no momento, mas escondem-se no Senado Federal e na Câmara dos Deputados para desfrutar das “imunidades parlamentares” que os protegem do Código Penal. Falam em exterminar os adversários, mas na vida real ficam do lado do senador Aécio Neves para impedir que ele seja processado por extorsão; em troca, recebem o apoio de sua turma. 

Dizem que a Justiça brasileira vendeu-se para permitir a fabricação de provas falsas contra Lula ─ mas continuam entupindo os tribunais com recursos, ameaças e advogados caros. Convocam a população para ir às “ruas” e ali mesmo derrubar o regime. Não reconhecem mais “as instituições”. Propõem que o povo brasileiro, em pessoa, assuma o governo daqui para frente. Nada disso, naturalmente, faz o menor nexo. O resultado prático é que acabam provando, a cada dia mais, que viraram uma contrafação ─ são dinheiro falso, pura e simplesmente, embora não exista nada de simples, e muito menos de puro, em qualquer coisa que façam.

De onde está vindo essa gente que se vê por aí no papel de “homem de esquerda”? Teoricamente, um agrupamento político com a fúria exibida hoje nos palanques pelo PT e seus satélites, deveria produzir, se não uma revolução, pelo menos uns revolucionários ─ ou, vá lá, uma imitação decente do guerreiro-fantasia das lutas populares, capaz de ter ficha na polícia secreta e assustar um pouco a burguesia. Mas os revolucionários que estão saindo atualmente do forno da esquerda brasileira são uma lástima. Vivem de verbas do governo e de instituições internacionais de caridade política. Traficam com cestas básicas, casas populares construídas com dinheiro do erário e financiamentos do Banco do Brasil. Têm direitos e garantias legais ─ que dizem não existir no país, mas usam em seu favor todos os dias. Precisam de ônibus fretados, lanche e pagamento de diária para juntar gente na rua. Atacam propriedades indefesas. Querem criar no Brasil a “Ditadura dos Oprimidos”, como diz o professor Luiz Felipe Pondé, mas estão toda hora correndo para o colo do Ministério Público, atrás de algum tipo de proteção legal.

O grande problema da esquerda brasileira, no fundo, é que seus guerrilheiros têm medo de bala de borracha. O que poderia representar melhor que isso a situação a que chegaram ─ ou o déficit de fibra, têmpera e coragem militar demonstrado por seus movimentos? Um revolucionário com um mínimo de respeito por si próprio não pode exigir, principalmente do governo que pretende “derrubar”, o direito de ser tratado com gentileza pela polícia. Não pode pedir que a autoridade pública elimine qualquer risco de dor física para ele quando vai invadir terrenos, quebrar vidraças ou bloquear a livre passagem dos cidadãos por estradas ou avenidas. 

O que diria de uma coisa dessas um Lênin, ou mesmo um mero Fidel Castro? Iam para a luta cientes de que o inimigo estava armado, e que faria uso de toda a munição que tivesse; jamais lhes passou pela cabeça requerer ao governo a proibição do uso de algum tipo de bala. Aqui é uma tristeza. Se a esquerda tem medo da bala de borracha, o que dizer, então, da bala de chumbo? Assim não há revolução que aguente.

A força da esquerda nacional, hoje em dia, é unicamente a que lhe é dada pela covardia das autoridades, que morrem de medo dela e de sua presença na mídia. Suas lideranças e “militantes” não existem porque têm por trás de si o apoio das massas populares”, como dizem. Só existem porque têm, na prática, a permissão do governo para agredirem o direito de ir e vir, cultivarem a baderna como método natural de ação política e destruírem propriedade privada ─ inclusive centros de pesquisa, quando não gostam do objeto das pesquisas. A autoridade, em vez de aplicar a lei, se intimida com as ameaças e concorda em “dialogar”. Na verdade, está protegendo a liberdade de praticar delitos. Nega ao cidadão comum, que tem os seus direitos legais desrespeitados pelos “movimentos sociais”, a proteção permanente que fornece à “militância” da esquerda. É isso. Nossos esquerdistas, no fim das contas, fazem parte do Brasil que dá errado. São o dínamo do atraso. Não vão sair daí nunca.

Publicado na edição impressa de VEJA - J R Guzzo - 

 

sábado, 17 de fevereiro de 2018

Gleisi ataca a intervenção; petistas dizem que votarão contra a medida. Certo! Para eles, Rogério 157 poderia ser um Lênin!!!

Ah, mas que piada!

Os descontentes com a intervenção federal na área de segurança pública do Rio, vejam vocês, são os petistas e o deputado Jair Bolsonaro. Tudo muito explicável, não é mesmo? A senadora [e ré] Gleisi Hoffmann (PR), presidente do PT, saiu-se com uma explicação muito original. Segundo a preclara, o presidente Michel Temer só tomou essa medida para reprimir os movimentos sociais. [os petistas votarem contra a intervenção nada significa - a insignificância numérica da bancada do partido dos trouxas, torna insignificante que votem a favor ou contra a intervenção.
A postura de Bolsonaro contra a intervenção tem justificativa: qualquer análise isenta da medida, deixa claro que com a Constituição atual é impossível combater o crime organizado ou qualquer outro tipo de crime.
As leis atuais favorecem os bandidos; o pretexto de respeito aos direitos humanos torna inútil qualquer tentativa de realizar operações de busca e apreensão, de cerco e asfixia - é iniciar a operação e logo alguma associação de advogados ou algum membro do MP vai entrar com uma ação contra a operação alegando violação do principio da  'inviolabilidade de domicilio', da 'livre circulação de pessoas' ou outro argumento pró bandido - fartos na CF, especialmente no artigo 5º.
Hoje mesmo,um especialista se manifestou em determinado jornal que as Forças Armadas não podem entrar em nenhuma casa - quando qualquer 'homo sapiens' ou mesmo 'mulher sapiens' sabe que em situações especiais um domicilio pode ser invadido, até mesmo durante a noite, sem mandado judicial e contra a vontade do morador - ironicamente essa excepcionalidade é prevista no  inciso XI do famoso art. 5º.]


Olhem aqui: esta senhora comanda um partido de oposição ao governo. É natural que seja crítica à administração. É próprio da democracia. Mas convenham: ela poderia sofisticar minimamente as burrices que diz. Os líderes petistas já anunciaram que o partido votará contra a matéria quando esta chegar ao Congresso.  Ótimo! Façam isso mesmo. Tudo o que eu espero de petistas é que revelem a sua real natureza, colocando-se contra os interesses da população. 

MATÉRIA COMPLETA, clique aqui


quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Celso Amorim e a diplomacia do mal

Poucos políticos trouxeram tanta vergonha e prejuízo ao país quanto Celso Amorim, agora candidato de Lula para o governo do Rio de Janeiro.


Prometi anteriormente tratar de algumas “proezas” de Celso Amorim, o “Celsinho da Embrafilme”, à frente do Ministério das Relações Exteriores na Era Lula (toda ela coadjuvada pelo Foro de São Paulo).  Antes, é preciso dizer que Amorim  aboletou-se no Itamaraty por acaso. (Tal como, por exemplo,  Zé Sarney, o sátrapa, feito presidente depois da morte de Tancredo Neves). Vamos à historieta: no seu breve governo, Itamar Franco, entronado no Planalto depois da deposição de Collor, queria fazer de Zé Aparecido, um cupincha da politicalha mineira, ministro das Relações Exteriores (e depois, segundo desejo confesso, conduzi-lo como candidato oficial à presidência da República).
Mas Aparecido, conhecido como o “Zé das Medalhas”, ficou doente e não pôde assumir o cargo. Então, na emergência, entrou Amorim, o anti-diplomata que o Brasil teria a obrigação de desterrar mas a quem nenhum país democrático do mundo deveria conceder agrément.

A trajetória de Celso Amorim é cheia de peripécias. Ele foi cria ideológica de Leon Hirszman, proto-comunista que fincou as bases do “centralismo democrático” soviético no mistifório do Cinema Novo rico tupiniquim. Como sabem todos, o “centralismo democrático”, esquema político-ditatorial bolado por Lênin, consistia em “ouvir as bases” (desorganizadas ou não) para, em seguida, ao cabo de debates em assembleias fajutas, “centralizar” as decisões nas mãos da cúpula do politburo – vale dizer, nas mãos dele próprio.

Voltemos à diplomacia: Carl von Clausewitz, estrategista militar prussiano, repetia que a guerra é a continuação da política por outros meios. Nem tanto, nem tanto. Ou por outra: se ele tivesse provado da anti-diplomacia de Celso Amorim diria, como o ator e  comediante Will Rogers, que “certos diplomatas são tão essenciais para começar uma guerra quanto os militares em findá-las”.
(Nota: à frente da Embrafilme, Amorim canalizou os recursos de uma conquista vigorosa dos produtores do cinema nativo, o adicional de bilheteria, para enfiar nos filmes de propaganda esquerdista do Cinema Novo rico. Ele terminou expulso da empresa estatal por abuso do velhaco “centralismo democrático”: nomeado pelo então General Figueiredo, presidente da República, Amorim, atuando como uma espécie de agente provocador, financiou, entre outros, “Pra Frente Brasil”, filme que, a pretexto de narrar uma “prisão por engano”, caluniava deliberadamente os militares – pois, como se sabe, nunca houve “prisão por engano” durante os anos de chumbo, quem era preso tinha sua cota de culpa no cartório da subversão).

É verdade que Celso Amorim, para iniciar sua “guerra absoluta”, não gerenciou sozinho a fracassada Diplomacia do Mal. Acima dele havia o “chanceler informal” e “assessor de assuntos internacionais do PT”, Marco Aurélio Garcia, o obsceno “MAG Top Top, que cumpria fielmente o papel de cadelinha amestrada de Fidel Castro, em especial na difusão do patológico  anti-americanismo levado à cabo pelo milionário Foro de São Paulo financiado por Lula. E, para completar a artilharia, havia ainda ao lado de Amorim, desde os tempos da Embrafilme, a figura obcecada de “Samuca” Pinheiro Guimarães, cujo ódio ideológico aos americanos ultrapassava a soma da vastidão de três desertos.

A Diplomacia do Mal do governo de Luiz Inácio tinha três objetivos básicos, a saber:
1 – Boicotar a todo custo a Área de Livre Comércio das Américas (ALCA), notável acordo proposto pelos americanos – e que permitiria otimizar a economia do hemisfério, a envolver, à época, mais de 800 milhões de habitantes dispondo de um PIB (Produto Interno Bruto) de US$ 11 trilhões.
2 – Fazer o Brasil tomar assento na cadeira permanente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, a dispendiosa (mas inoperante) ONU, enfiando, para atingir tal objetivo, bilhões de dólares no aliciamento da compra de votos de insolventes países terceiro-mundistas. E pior: na sua pretensão desvairada, assumir os pesados e descartáveis gastos internacionais, entre eles, o de manter tropas em “missão de paz” no Haiti (ao custo de US$ 100 milhões anuais) para, com essa estroinice, demonstrar nosso poder de influência sobre “os destinos do mundo” – e, por extensão, consagrar o corrupto Lula como um “líder internacional”.
(O resultado da aventura irresponsável foi a morte por suicídio do general Urano Teixeira da Matta Bacelar, comandante de uma força de ocupação militar do Brasil no conflagrado Haiti. O general, homem tranquilo e seguro, contando com o respeito dos pares e o afeto familiar, não encontrava sentido em se gastar milhões de dólares e a vida dos seus comandados para vigiar as violentas favelas de Porto Príncipe – antros de marginais, sequestradores ou simplesmente ladrões. Diante do abismo, indignado, o disciplinado militar resolveu lavrar seu protesto e deu um tiro na boca. Peritos da própria ONU chegaram a conclusão de que ele se matou).
3 – Ordenar e financiar, a partir de deliberações do Foro de São Paulo, a formação no hemisfério sul de um beligerante Eixo do Mal, constituído por países como Cuba, Bolívia, Venezuela, Equador, Uruguai, Guatemala, República Dominicana etc., com a finalidade não apenas de sabotar a ALCA, mas, em especial, de votar e fazer coro contra os Estados Unidos nas manejáveis assembléias da ONU.

Para intensificar o selvagem anti-americanismo, a generalidade desses países – alguns comprometidos com o narcotráfico, contrabando de armas e o terror – recebia empréstimos milionários sacados (sem resgate) do BNDES e consideráveis investimentos advindos dos cofres da Petrobras via empreiteiras altamente corruptas. Os casos da Bolívia e do Equador, ambos integrantes do Eixo do Mal, são ostensivos.

Evo Morales, por exemplo, se apossou na mão grande dos campos de gás explorados legalmente pela Petrobras na Bolívia, ocupando-os com tropas do seu exército. Diante da violência, Amorim disse apenas que o ato “da forma como foi feito não estava nas previsões do Brasil”,  mas que não haveria “reação física” da empresa. Pior: para indignação do povo brasileiro, o Índio Ensebado aumentou em quase 100% o preço do gás exportado e ainda obteve milhões de dólares do governo de Lula para investir em obras do “país aliado”.

Mais complicado, porém não menos humilhante, foi a forma adotada pelo subditador Rafael Correa para não pagar 200 milhões de dólares tomados do BNDES para construir uma hidrelétrica no Equador: ele embargou, por “falha nas obras”, os bens da construtora Odebrecht, e foi além: disse que não pagaria mais o valor do empréstimo concedido e ainda exigiu 42 milhões de dólares na indenização. Não satisfeito, garantiu que ia expulsar a Petrobras do Equador, tal como fez com a Odebrecht. No final da trágica farsa, o subditador ficou com o petróleo e os bens da Petrobras, que se limitou a receber pequena remuneração por serviços prestados. De quebra, ainda anunciou, de Quito, novos créditos do Brasil para “áreas sociais”.

A diplomacia de Amorim, candidato do corrupto Lula ao governo do malfadado Rio de Janeiro, tem muito mais. Dela nos ocuparemos no próximo artigo.
Até.

Ipojuca Pontes, cineasta, jornalista, e autor de livros como ‘A Era Lula‘, ‘Cultura e Desenvolvimento‘ e ‘Politicamente Corretíssimos’, é um dos mais antigos colunistas do Mídia Sem Máscara. Também é conferencista e foi secretário Nacional da Cultura.

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

O comunista está nu



A Revolução Bolchevique, às vésperas de seu centenário, pôs em prática pela primeira vez um método direto e efetivo de tomada de poder pelos comunistas.  Em 1917, uma elite dirigente foi a ponta de lança de um movimento que, usando primeiro a força e mais tarde o terror, ditou os rumos da antiga Rússia pelas décadas seguintes, até o regime desmoronar, no início dos anos 90, sob o peso de sua ineficiência, injustiça e isolamento. 

Os comunistas aprenderam, com o fracasso da primeira experiência real do socialismo, a como não fazer uma revolução. Hoje em dia está ultrapassado o conceito de uma vanguarda partidária que age em nome do povo.  Em seu lugar, o movimento comunista vem construindo um caminho que, embora sinuoso, leva ao mesmo destino: a ditadura do proletariado exaltada pelo marxismo. 

Ao contrário dos bolcheviques, que enfrentavam inimigos de peito aberto, os comunistas atuais são sibilinos e ardilosos. Aprenderam com o filósofo italiano Antonio Gramsci (1891-1937) a combater o capitalismo pelos flancos mais sensíveis.  Para eles, os valores do regime são protegidos em trincheiras burguesas, que precisam ser neutralizadas. As mais visadas são Judiciárias, Forças Armadas, partidos ditos conservadores, aparelho policial, Igreja e, por último, mas não menos importante, a família. 

Nas últimas semanas assistimos a mais um capítulo dessa revolução tão dissimulada e subliminar quanto insidiosa. Duas exposições de arte estiveram no centro das atenções da mídia ao promoverem o contato de crianças com quadros eróticos e a exibição de um corpo nu, tudo inadequado para a faixa etária.  Não me interessa aqui discutir eventuais méritos artísticos. Não vou também fazer a crítica moralmente conservadora. Meu respeito pela diversidade não se resume a palavras: a Riachuelo é a empresa que, proporcionalmente, mais emprega transgêneros no país e a primeira a permitir que as pessoas sejam identificadas, no crachá, pelo nome social que escolheram. 

A questão não é essa. Se venho a público, expondo-me à patrulha ideológica infiltrada nos meios de comunicação, é para denunciar tais iniciativas como parte de um plano urdido nas esferas mais sofisticadas do esquerdismo -ameaça que, não se enganem, é tão mais real quanto elusiva. Exposições são só um exemplo. Há muitos outros: associação de capitalismo e picaretagem na dramaturgia da TV;
glorificação da bandidagem glamorosa; vitimização do lúmpen descamisado das cracolândias; certo discurso politicamente correto nas escolas. 

São todos tópicos da mesma cartilha, que visa à hegemonia cultural como meio de chegar ao comunismo. Ante tal estratégia, Lênin e companhia parecem um tanto ingênuos. À imensa maioria dos brasileiros que não compactua com ditaduras de qualquer cor, resta zelar pelos valores de nossa sociedade. 

FLÁVIO ROCHA é presidente da Riachuelo e vice-presidente do IDV (Instituto para o Desenvolvimento do Varejo)