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terça-feira, 29 de novembro de 2016

A ilha-presídio ficou sem o chefe supremo dos carcereiros

Como em 1959, e como no ano em que encontrei Fidel, também neste novembro de 2016 há em Cuba uma economia asfixiada pela monocultura da cana, prostitutas demais em Havana e uma ditadura a sepultar

A morte do mais antigo ditador do planeta levou-me de volta à noite de 18 de dezembro de 1987. Vejo-me no imenso salão de festas do Ministério das Relações Exteriores de Cuba, no meio da multidão de convivas de uma recepção oferecida pelo governo, fazendo o que fizeram antes daquela sexta-feira (e continuariam a fazer até sexta-feira passada) todos os jornalistas estrangeiros que passaram por Havana desde janeiro de 1959: esperando Fidel Castro.

Aguardavam a aparição outros 11 jornalistas brasileiros e 28 deputados paulistas, todos convidados pela VASP para o voo inaugural da rota São Paulo-Havana. Lembrei que faltavam só 48 horas para a viagem de retorno e saí à procura do diplomata cubano que acompanhava a comitiva brasileira desde o desembarque no dia 11. “Ele vem ou não vem?”, repeti a pergunta formulada a cada meia hora por algum de nós. Ouvi a resposta de sempre: “O Comandante gostou muito da ideia de conversar com vocês. Ele vai aparecer a qualquer momento”.

Fidel frequentemente não aparecia, mas gostava mesmo de conversar.  Gostava tanto que a fila de candidatos a meia hora de prosa não cabia na agenda e, como a fila não andava, os enfileirados se distraíam variando o ponto de espera. No sábado e no domingo, com a ansiedade de noivo na porta da igreja, esperei o Comandante no saguão do Hotel Riviera. Passei a segunda e a terça de prontidão em dois restaurantes célebres, La Bodeguita del Medio e El Floridita, caprichando na pose de Ernest Hemingway quando jovem.

Em homenagem ao escritor que bebeu todas quando viveu por lá, tracei meia dúzia de mojitos no bar do primeiro e oito papa dobles no bar do segundo. Achei melhor prosseguir a espera na piscina do hotel quando comecei a ver a miragem de Fidel em dobro. Na quarta, esperei quatro horas na fila da sorveteria Coppelia até chegar ao balcão e pedir o famoso sorvete de limão que tinha acabado quatro horas antes.Na quinta, de volta ao Floridita, descobri que poderia esperar o chefe supremo brincando de figurante de filme de época.

No fim dos anos 80, a capital cubana não saíra dos 50, gritava a paisagem arquitetônica implorando por pinturas, retoques e outras urgências restauradoras. Nem sairia tão cedo, confirmavam os carrões americanos que sacolejavam pelas ruas. Um garçom me contou que qualquer veículo poderia ser usado como táxi. Bastava pagar 1 dólar e dizer o destino. Incrédulo, fui para a calçada, acenei para um Studebaker verde e o motorista parou. O garçom não estava mentindo.

Nas duas horas seguintes, pela módica quantia de três dólares, esperei Fidel num Oldsmobile vermelho, num Chevrolet rabo-de-peixe azul e num Buick de cor indefinida que me devolveu ao hotel. Acordei na sexta-feira perguntando a um jornalista que ano era hoje e em que mês estávamos. Dezembro, 1987, ele informou com expressão intrigada. Avisei que iria dormir mais um pouco e pedi-lhe que me chamasse uma hora antes do começo do coquetel.

Estava no terceiro daiquiri quando a frase multiplicada por centenas de vozes flutuou sobre o oceano de cabeças: “É ele!” O funcionário do governo chegou correndo para dizer, ofegante, que era ele mesmo, e que seríamos recebidos dali a duas horas. Aproveitei o tempo para espantar-me com a tremenda boca-livre financiada pelo governo. Se o povo visse aquilo, constatei em cinco minutos de contemplação, o regime comunista não chegaria à sobremesa.

Extensa, espessa e sólida como um píer inglês, a bancada do bufê suportava uma assombrosa procissão de frutos do mar.Lagostas, camarões, siris e caranguejos de dimensões amazônicas, um tsunami de mariscos e ostras, cardumes de peixes de espantar o velho Santiago imortalizado por Hemingway — parecia um banquete patrocinado por algum Nero de filme épico italiano. E então me surprendi com a descoberta: naquele salão havia até gente gorda.

Fazia oito dias que zanzava por Havana e só vira gente magra. Regime eficiente é isso aí, comentei com um deputado amigo. O governo jurava que ninguém morria de fome, mas nenhum cubano comum comia o suficiente para matá-la. Esse luxo era para frequentadores de recepções oficiais. Admirava uma lagosta abraçada a dois camarões quando me bateu a certeza de que todos os gordos da ilha estavam lá. Beiravam os 70, calculei. Tentava entender como é que eles explicavam aos magros aquelas arrobas a mais quando vi o diplomata cubano me acenando com espalhafato.

O grande momento chegara. Juntei-me ao grupo de jornalistas e fomos todos para uma sala com quatro poltronas e dois sofás de bom tamanho. Cinco minutos mais tarde, a porta se abriu e Fidel enfim apareceu. Aos 61 anos, 28 dos quais desfrutados no comando da ilha, trajava uma farda verde-oliva bem cortada e parecia em ótima forma física. De pé, constatei que nossos queixos se alinhavam na mesma altitude. Ele tinha, portanto, entre 1m85 e 1m97, incluindo o salto carrapeta do coturno preto. Só alcançava 2 metros na imaginação dos devotos.

A expressão satisfeita, o olhar confiante e o que disse ao longo de 120 minutos reafirmaram que o ditador sessentão adorava o emprego e pretendia mantê-lo enquanto vivesse. Com a voz de falsete que ecoava horas a fio nos comícios patrióticos na Praça da Revolução, mostrou que para tudo tinha uma resposta insincera na ponta da língua. Consegui fazer-lhe duas perguntas. Primeira: o que achava das mudanças em curso na União Soviética depois da chegada ao poder de Mikhail Gorbachev?

Fidel afirmou que precisava examinar com mais atenção o que resultaria da glasnost (“transparência”, em russo) e da perestroika (“reorganização”). Como se não estivesse insone há muitos meses com as profundas reformas políticas e econômicas embutidas nas duas palavras que decretariam, entre tantas outras implosões históricas, a queda do Muro de Berlim em 1989, a dissolução do Leviatã comunista em 1991 e, por consequência, o sumiço da fonte de recursos financeiros que garantira nos 30 anos anteriores a sobrevivência de Cuba.

Segunda pergunta: se o entrevistado garantia que Cuba era uma nação democrática, como explicar a inexistência de eleições e a existência de presos políticos? Sem ficar ruborizado, Fidel qualificou de criminosos comuns todos os enjaulados na ilha-presídio e reiterou o sistema eleitoral prescindia de candidatos oposicionistas para mostrar-se muito mais eficaz que o vigente, por exemplo, nos Estados Unidos. Terminado o encontro, cumprimentei o entrevistado e voltei ao salão de festas. A maioria dos jornalistas sitiou Fidel e só levantaram o cerco depois da conquista de um autógrafo.

Em dezembro de 1958, quando o jovem Fidel Castro preparava a tomada de Havana, havia em Cuba uma ditadura a derrubar, uma economia asfixiada pela monocultura da cana e prostitutas demais. Em dezembro de 1987, nada havia mudado. Passados quase 30 anos, ao anunciar a partida do chefe supremo dos carcereiros, o irmão e herdeiro Raúl Castro apossou-se de vez da ilha-presídio congelada na primeira metade do século 20: agora como antes, há prostitutas demais em Havana, um oceano de canaviais asfixiando a economia e uma ditadura a sepultar.

 Fonte: Blog do Augusto Nunes - VEJA


Fortuna de Fidel Castro pode ter alcançado 900 milhões de dólares

Em 2006, a revista americana 'Forbes' colocou Fidel em sétimo lugar na lista de governantes mais ricos do mundo

Apesar de não demonstrar sua afeição pelo luxo, o ex-ditador cubano Fidel Castro, que morreu na última sexta-feira (madrugada de sábado em Brasília), teve sua fortuna estimada em 900 milhões de dólares. O valor foi avaliado em 2006 pela revista americana Forbes, que o colocou em uma lista de governantes mais ricos do mundo.

Há dez anos, a publicação financeira considerava que Fidel era o sétimo governante na lista de presidentes, ditadores e monarcas mais endinheirados. Segundo a Forbes, a fortuna do ditador cresceu abruptamente em pouco tempo, uma vez que a estimativa de sua fortuna em 2003 era de 110 milhões de dólares. O dinheiro teria relação com seu poder em uma série de empresas que eram de propriedade do Estado cubano.

Na época da publicação, o caso foi respondido com raiva pelo governo da ilha e por Fidel, que afirmou se tratar de uma “mentira absoluta” e disse que tomaria ações legais contra a revista. “Se eles provarem que eu tenho uma conta no exterior de 900 milhões dólares ou de apenas um dólar, eu renuncio agora a todas as funções que desempenho”, afirmou Castro, em 2006. “É ridículo me atribuir uma fortuna de 900 milhões de dólares. Uma fortuna sem herdeiros”.

Forbes relembrou o episódio após a morte do ditador, que faleceu aos 90 anos, e comentou que Fidel gostava de “acomodações luxuosas”, mas precisava se mudar constantemente por causa de tentativas de assassinato. Depois de sua morte, Cuba entrou em nove dias de luto oficial e prepara homenagens pelo país, com uma procissão das cinzas de Fidel pela ilha.

Fonte: Blog do Augusto Nunes

 

 

Ninguém tem o direito de achar que pode haver anistia. É impossível!

Marchar contra políticos é uma má escolha; sem eles, resta o quê? A imposição do mais forte?

Sempre considerei aqui, e eu estava certo, que o papo-furado da anistia era mero pretexto para tentar inflamar as ruas. Infelizmente, há grupos, correntes e pessoas que não sabem ter agenda propositiva: se esta não é destrutiva, eles simplesmente não têm o que dizer. Desaparecem da vida das pessoas e do noticiário. Para certos comportamentos, um governo que desse certo seria um martírio. Imaginem que sofrimento seria ter de dizer “sim” a alguma coisa. Muito mais charmoso é fazer o contrário. Por que afirmo isso?

A possibilidade de haver anistia a políticos que cometeram os mais variados crimes, ainda que associados ao caixa dois, é inferior a zero. Não vai acontecer. A entrevista coletiva de Michel Temer, Renan Calheiros e Rodrigo Maia já deixou isso claro. Se preciso, a coisa morre no gabinete do presidente. Se ali não morresse, sucumbiria no Supremo. Pronto! Não vai haver anistia. Mas leio aqui e ali que tanto esquerdistas como alguns não esquerdistas querem manter o tal protesto no dia 4. Não era contra a anistia? Era. Anistia não haverá. Então agora será por quê? Não dá pra saber. Mas parece que é contra, como é mesmo?, o jeito corrupto de fazer política no Brasil.

Não sei se a coisa prospera ou não. Uma pauta, com essa definição, é de tal natureza ampla que tudo pode acontecer. O cara briga com a namorada, ou ela com ele, e logo vem aquela vontade de gritar “Fora Temer”! Bem, é desnecessário dizer que as esquerdas estão sorrindo de orelha a orelha. Gente que chamava defensores do impeachment de “golpistas” não está vendo mal nenhum numa aliança eventualmente episódica com os adversários. Afinal, é preciso derrubar Temer.

É lamentável que as coisas estejam tomando essa configuração porque, se a ação fosse bem-sucedida, o que teríamos nas ruas seria uma miríade de insatisfações várias, pautadas por certa sensação de que tudo o que dá errado no país e na vida privada das pessoas deve ser creditado aos políticos. Por contraste, sem eles, talvez a vida fosse bem melhor, o que é, todos sabem, uma bobagem rematada. Ora, combater a corrupção e meter larápios em cana, na forma da lei, há de ser um pressuposto, não um norte a ser seguido, não um ponto de chegada. É preciso descobrir urgentemente a agenda propositiva.

Convém não brincar com fogo. Os 12 milhões de desempregados não vão esperar que primeiro se proceda ao saneamento da política para que, então, o país comece a responder às reais demandas do povo brasileiro. Esse espírito é, de fato, preocupante. Não por acaso, as esquerdas começam a ver com simpatia esse estímulo ao ódio à política, alimentado por grupos com sotaque de direita. Ainda voltarei ao assunto, sim, mas ponha uma coisa na cabeça, meu querido leitor: esse comportamento é contra o seu interesse e nunca termina bem.

Uma coisa é marchar contra a anistia, caso ela existisse. Outra, diferente, é propor uma ação pública contra os políticos. Alguém tem alguma ideia melhor sobre quem deveria conduzir a representação democrática?

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo

 

 

Promoção de posto de combustível é fraude

Posto da Lava-Jato agora é acusado de adulterar quantidade de combustível

O estabelecimento é acusado de operar bombas de abastecimento com vazão de combustível menor que a indicada no equipamento

Promotores do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) ajuizaram uma ação contra o Posto da Torre. Localizado no Setor Hoteleiro Sul, o estabelecimento é acusado de operar bombas de abastecimento com vazão de combustível menor que a indicada no equipamento. A empresa é a mesma em que teve origem as investigações da Operação Lava-Jato.

O processo teve início após duas fiscalizações da Agência Nacional do Petróleo (ANP), em março e maio de 2014. A ANP acionou a 2ª Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor (Prodecon). A promotoria ainda tentou resolver o problema extrajudicialmente, em uma audiência. Os integrantes da Prodecon esperavam propor que o estabelecimento pagasse pelos prejuízos aos consumidores, mas nenhum representante da empresa compareceu.

Em decisão liminar, a 8ª Vara Cível determinou que o estabelecimento comercial entregasse em juízo todas as notas fiscais de aquisição de combustíveis do período e indicar a quantidade de combustível vendida. Segundo o promotor de Justiça Trajano de Melo, a decisão estabelece marco fundamental para a preservação de prova essencial à efetividade de eventual sentença condenatória.

Com informações do MPDFT

[as 'fantásticas' promoções do Posto da Torre sempre despertaram suspeitas entre os clientes menos empolgados com a generosidade daquele estabelecimento - suspeitas que aumentaram quando se descobriu que havia envolvimento com a corja lulopetista.] 

 

Nacional tem intenção de considerar Chapecoense campeã da Copa Sul-Americana

Nacional teria intenção de considerar Chapecoense campeã da Copa Sul-Americana

Conmebol tem até o dia 21 de dezembro para se pronunciar sobre a final da competição

O piloto da LaMia, atendendo aos padrões, descartou o combustível antes do procedimento, evitando a explosão - Luis Benavides / AP

A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) tem até o dia 21 de dezembro para se pronunciar sobre a final da Copa Sul-Americana, que seria disputada entre Chapecoense e Nacional de Medellín. No entanto, há uma manifestação ainda extraoficial, que ganhou força nas redes sociais, de o clube colombiano já considerar campeão o time brasileiro.

A partida de quarta-feira seria a primeira de duas, com o jogo a volta, no Brasil, a ser realizado no dia 7 de dezembro. O Nacional já teria informado à Conmebol da sua intenção e a entidade analisa a hipótese. O presidente do clube, Juan Carlos de la Cuesta, em entrevistas aos meios de comunicação da Colômbia, disse que, primeiramente, o mais importante é ajudar na identificação das vítimas e prestar todo o atendimento possível aos familiares e somente depois disso é que o clube se manifestaria de maneira oficial sobre o jogo.

Nas redes sociais, a proposta foi vista com entusiasmo. Mas há internautas que defendam a realização das partidas com jogadores emprestados ao clube brasileiro, em uma grande homenagem às vítimas. Em nota assinada pelo presidente da entidade, Alejandro Domínguez, a Conmebol informou que todas as atividades da confederação estão suspensas até novo comunicado.

Fonte: AP


Rio em colapso: a vida na guerra entre UPP e tráfico na Cidade de Deus


Bandidos encurralam a polícia em sua ofensiva para retomar a favela. O passado violento está de volta à rotina 

As fotos de três policiais mortos em serviço, entre 2013 e 2015, estão na parede à direita de quem entra na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Cidade de Deus. Ainda falta o retrato de outros dois, assassinados em março e outubro passado. O prédio fica na rua mais movimentada e tranquila da favela, mas as mortes ocorreram em locais perto das bases da UPP, frágeis contêineres de latão no interior da comunidade. No início da tarde da terça-feira, dia 22, a maioria dos policiais sai a campo para confrontar traficantes de drogas que dominam o território. A policial recepcionista do prédio explica que não é seguro entrar no miolo da favela para chegar à base do Caratê, a área mais conflagrada. Melhor fazer uma longa volta por fora. “Estou indo para o Caratê por dentro; quem quiser me siga”, avisa um soldado pegando o fuzil.

Major Ivan Braz, porta-voz da Polícia Militar: “Favela está inflacionada de criminosos" (Foto: Pedro Farina/ÉPOCA)


A viatura da UPP segue veloz por ruas largas para os padrões das favelas cariocas. Ao contrário da maioria delas, a Cidade de Deus não é um morro. Nas calçadas, em botecos e na porta das casas, com um misto de medo e raiva, moradores observam a viatura passar por localidades de nomes bíblicos como Travessa Judá, Praça Matusalém, Rua Jericó trepidando o fuzil na janela.

O carro da UPP chega ao ponto de maior tensão, a Avenida Cidade de Deus. Cortada por um rio tomado por esgoto e lixo, ela define os limites do território de cada quadrilha. Os chefes do tráfico fatiaram a comunidade, porém não brigam mais entre eles, como no passado retratado pelo filme Cidade de Deus, de 2002. O inimigo é a UPP. Há uma gritaria de pessoas que forçam a entrada em três ônibus adernados de tão cheios. São moradores a caminho do enterro dos sete mortos no dia 19, [todos bandidos, meliantes, vagabundos e mereceram ser abatidos - bandido bom, é bandido morto.]  durante o confronto de oito horas entre traficantes e policiais. Os que seguem de ônibus para o velório acreditam que os policiais executaram as vítimas, suspeitas de ligação com o tráfico. A PM também sofreu uma terrível baixa. Quatro policiais morreram na queda do helicóptero que filmava o movimento de bandidos. Até a semana passada, um problema mecânico era a causa mais provável.

Os policiais na viatura da UPP ignoram a choradeira. O motorista atravessa a ponte, vira à esquerda e chega à base da UPP no Caratê. Em frente ao contêiner, um soldado com o fuzil atado ao peito observa o movimento. Ele aponta para a direita. “Se passar daquela curva, onde está aquele caminhão, largam o aço [atiram] na gente”, diz, apontando um local a 50 metros. À esquerda, fica uma padaria. Se o policial for comprar pão, os traficantes atiram. Em três anos de serviço, inúmeras vezes o soldado trocou tiros com bandidos e viu colegas entrar para a galeria de heróis. “Esses [sete moradores] que morreram eram meliantes”, afirma.

A Cidade Deus foi a segunda favela a receber uma UPP, em 2009, no projeto de retomar áreas dominadas pelo tráfico. O número de homicídios caiu de 36 para nove ao ano. No dia 19 foram sete em apenas um dia. O major Ivan Braz, porta-voz da PM, diz que o confronto sangrento ocorreu em parte por causa do aumento de traficantes na área, “inflacionada de criminosos”. Há cerca de 300 espalhados na favela, segundo os moradores. Alguns andam com fuzis em comboios de mais de 20 motos. Cresceu o número de marginais, mas diminuiu para um terço o investimento do governo em segurança pública, o que afetou as 38 UPPs do Rio. Os policiais da UPP trabalham em contêineres de lata e, muitas vezes, com coletes à prova de balas vencidos, que seguram tiros de pistola, mas não de fuzil. Carcomida pela ferrugem e pela falta de conservação, a base do Caratê abriga policiais quase entocados, que estranham visitantes. Três vira-latas, um deles com sarna, dão alarme quando alguém de fora chega. Por volta das 14 horas, uma equipe da UPP sai da base e entra na caminhonete estacionada em frente à base do Caratê. Naquele momento, os ônibus de parentes partiam para quatro diferentes cemitérios do Rio.

Entocado em um contêiner enferrujado na favela, se o policial sair para comprar pão, os traficantes atiram
Enzo João, de 17 anos, único menor de idade entre os sete mortos, será enterrado às 16h30 no cemitério da Pechincha, a 5 quilômetros da Cidade de Deus. Trazido do IML, o corpo ficara alguns minutos sobre a mesa de concreto no pátio. Sentado na estrutura à espera do rápido velório, um amigo de Enzo, o garoto J., de 12 anos, conversa com um funcionário do cemitério. “Os meninos entram para o tráfico para ganhar fama na favela”, diz J., que está na 6ª série e quer ser desembargador. Parentes de Enzo e muitos adolescentes maltrapilhos se debruçam sobre o caixão, entre eles J., com uma rosa branca na mão. “A gente vai ser suspeito de algum crime sempre, só porque mora em Cidade de Deus”, diz Gisele da Silva, tia de Enzo. Ela garante que o sobrinho não tinha envolvimento com o tráfico. “Só estava revoltado e parou de estudar.” Os colegas cantam músicas evangélicas e tocam no rosto de Enzo. “Tá vendo o que acontece? Tem de tomar cuidado”, diz a mãe para um menino franzino que chora. A PM mantém-se à distância.

[o Blog PRONTIDÃO TOTAL sempre expressou seu descrédito na política das UPPs; e deixou claro esta posição em dezenas de postagens mostrando a fraude representada pela invenção do presidiário Cabral e do ex-secretário de Segurança Beltrame - que sempre agiu movido pelo maldito 'politicamente correto' e para livrar o dele nunca hesitou em ficar contra os policiais.
A política  das UPPs é tão estúpida, tão idiota e para confirmar isso como pode funcionar uma opção policial de combate ao crime baseada em invasões de favelas com dia e hora marcados e tudo com grande antecedência.
Só é possível combater bandidos com eficiência quando os policiais chegam de forma silenciosa e parte para o abate dos marginais.
Cada bandido morto além de se tornar um bandido bom tem a grande vantagem de que seus comparsas ao saberem que vão enfrentar uma polícia que mata - uma polícia cujos comandantes prestigiam  o entendimento que é melhor que os parentes de bandido chorem do que os parentes de policiais - optam por atuarem em outras regiões, outros estados.]

No dia seguinte, por volta de 11 horas, um grupo de policiais militares come pastel e toma caldo de cana numa feira, sem largar os fuzis. Desde a madrugada, a Polícia Civil fazia uma varredura na Cidade de Deus atrás de armas e bandidos. Os agentes agem amparados numa “medida excepcional” da Justiça. Nem as casas de “moradores de bem” ficaram a salvo, pois suspeita-­se que os bandidos as invadem para se esconder. “A polícia arrombou três apartamentos em meu bloco na Cidade de Deus. São moradores que conheço e saíram para trabalhar”, protestou o rap­per MV Bill nas redes sociais. A Polícia Civil deixa a favela no começo da tarde. Traficantes voltam a circular em motos. Passam para cima e para baixo sem parar no sinal vermelho.

Fonte: Revista Época 

Leia mais em:   Justiça autoriza revista coletiva em favela do Rio






 

Crime bárbaro - Caso Yoki

As contradições de Elize vão a júri

Ela é culpada pelo assassinato do marido, Marcos Matsunaga, e sobre isso não há dúvida. O que se vai discutir no julgamento, entre outros pontos, é se a acusada o esquartejou ainda vivo 

Desde a sua criação na Inglaterra, no início do século XIII, o Tribunal do Júri existe para decidir se quem está sentado no banco dos réus é culpado ou inocente e isso é feito pelo conselho de sentença formado por cidadãos comuns, não por juízes togados. O julgamento que começa em São Paulo na segunda-feira 28, um dos mais aguardados dos últimos tempos, terá um desenrolar bem diverso. Nele, o que está em jogo não é culpa ou inocência, mas cerca de dez anos a mais ou a menos na condenação da ex-garota de programa e bacharel em direito Elize Araújo Matsunaga, ré no assassinato, esquartejamento e ocultação do corpo de seu marido, Marcos Matsunaga (ele era dono da marca Yoki, vendida para o conglomerado General 500ls que há quatro meses encerrou as suas atividades no País). Elize ouvirá o veredito de culpada, isso é ponto pacífico, até porque confessou a sequência dos crimes. Se prevalecer a tese da acusação sustentada pelo promotor José Carlos Cosenzo, ela deverá receber uma sentença de aproximadamente 28 anos de prisão. Se ganhar a defesa, representada pela advogada Roselle Soglio, a condenação poderá ficar na casa dos 18. Apresenta-se, aqui, tais teses e a aritmética da pena no tribunal.

Onde o júri pega fogo
Nos depoimentos da acusada há uma coleção de contradições. Na noite de 19 de maio de 2012 ela matou Marcos com um tiro na cabeça, no duplex de 500 metros quadrados em que o casal morava em São Paulo. Cortou o cadáver em seis pedaços em um dos quartos de hóspedes (o mesmo que durante bom tempo abrigara uma jiboia), e, no dia seguinte, livrou-se das partes do corpo nas imediações do sítio de um amigo da família. Elize declarou que o som do tiro não foi ouvido no prédio porque os vidros de seu apartamento são à prova de som. Inverdade: Elize valeu-se de um silenciador na arma. Segundo a sua advogada, a ré reagiu à grave ofensa. Mais: o marido ameaçava tirar-lhe a filha. Mais ainda: ele a traía com uma garota de programa. Tecnicamente falando, trata-se de “homicídio privilegiado”, o que implica atenuantes. Ocorre, porém, que ninguém carrega o tempo todo consigo uma pistola com silenciador, esperando receber uma eventual ofensa para dispará-la. Ou seja: Elize atirou porque premeditou o crime. Pela lei, onde há “assassinato premeditado” não pode haver, obviamente, “assassinato privilegiado”.

Em outros pontos contraditórios o júri pegará fogo. Na noite do crime, Marcos descera para apanhar a pizza que o casal chamara pelo delivery. Laudos oficiais mostram que ele foi assassinado quando, ao retornar ao apartamento, sentou-se à mesa da copa. Levou um tiro à queima-roupa, sem a menor chance de se defender, e isso enterra a versão da ofensa. 

Marcos teria sido, então, executado. Já a perícia realizada pela defesa aponta, por sua vez, que ele teve a possibilidade de tentar se defender, uma vez que o disparo se deu a mais de meio metro de distância. Qual a importância disso tudo, a ponto de centímetros serem medidos? É que se ganhar a tese da execução (a do promotor), fica valendo a qualificadora de “impossibilidade de defesa da vítima”, e já aí a ré verá cerca de cinco anos acrescidos à sua condenação básica (18 anos mais cinco, tem-se 23). Se vencer a argumentação da defesa, a de que Elize disparou de improviso e a longa distância, cai tal qualificadora e a pena por enquanto ficaria em torno dos 18 anos.

O auge do julgamento acontecerá no momento em que promotor e advogada debaterem sobre o esquartejamento. Volta-se, aqui, aos laudos oficiais, e eles constatam que Marcos aspirou sangue quando Elize o decapitou ele então ainda estaria vivo quando a ré começou a esquartejá-lo. Essa é a qualificadora denominada “meio cruel”: se vingar, serão mais outros cinco anos no veredito, e chega-se aí aos 28 de condenação (incluída a agravante de que Marcos não teve como se proteger). A defesa, baseada também em laudo técnico, sustenta que a aspiração do sangue ocorreu com o impacto do tiro e que ele estava morto quando seu corpo foi despedaçado. A discussão se dará com base nesses pareceres, uma vez que a palavra de Elize não pode ser tomada como verdadeira. Ela reitera, por exemplo, que cortou o corpo sozinha. ISTOÉ mostrou com documentos oficiais que a ré recebeu ajuda de pelo menos uma pessoa do sexo masculino nessa macabra tarefa.

Fonte: IstoÉ



Bolsonaro fala sobre cremação do corpo de Fidel Castro. Cremar para que? afinal, ele terá toda a eternidade para arder no fogo do inferno


Bolsonaro fala sobre cremação do corpo de Fidel Castro. Cremar para que? afinal, ele terá toda a eternidade para arder no fogo do inferno





satanás também determinou uma missão para Fidel Castro: manter as caldeiras superaquecidas, tendo em vista que, mais dia menos dia - talvez, no máximo,  uns 20 anos - o carrasco cubano terá companhia: Lula, Dilma, Genoíno, Dirceu e outros diabólicos adeptos do lulopetismo.

 

 

O mordomo e a jararaca - a prisão de Lula trará instabilidade ao país enquanto não acontecer.

A reputação do seu partido é péssima, Michel Temer. E para o Brasil você é o mordomo. Adivinhe quem será culpado? 

Além da novidade, ainda um tanto estranha, de mostrar um presidente da República falando português, a entrevista de Michel Temer no Roda viva trouxe um alerta, feito pelo próprio presidente. Temer disse que a prisão de Lula traria instabilidade ao país. É quase isso: a prisão de Lula trará instabilidade ao país enquanto não acontecer.

A patrulha petista espalhou, antes do impeachment, que após a queda da companheira presidenta, mulher honrada, a Lava Jato seria engavetada. Corta para dois meses e meio depois do impeachment: deputados de oposição – ou seja, a mesma patrulha – apoiam a instituição do crime de responsabilidade para juízes e procuradores. Em outras palavras: quem quer engavetar a Lava Jato – antes, durante e depois do impeachment – são os petistas e seus genéricos. E por que isso?

Porque a quadrilha que arrancou as calças do Brasil é petista. E, por mais que a Lava Jato alcance outros políticos, os mais ameaçados por ela são e continuarão sendo os aloprados do Lula, além do próprio. Onde estão todos esses bilhões voadores que a força-tarefa revelou (até agora) como produto do petrolão? Estão com você, caro leitor? Se não estão, estariam nos cofres do Tesouro Nacional? Ou custodiados no Judiciário? Nada disso: estão nos caixas subterrâneos dos progressistas tarja preta. E só pararão de brotar em vaquinhas milagrosas, de irrigar movimentos boçais de ocupação e de bancar advogados milionários quando estiverem todos presos – especialmente o chefe.

Enquanto Lula não for preso, o Brasil será mais instável por dois motivos: pela sobrevivência da lenda e pela utilização dela para 2018. Com a floresta de crimes atribuídos a ele, o ex-presidente só não será preso se um grande e invisível acordo político evitar isso. A declaração de Temer ao Roda viva deixa essa pista no ar. É até compreensível que o atual presidente tente reger o armistício, dialogando inclusive com os anjinhos de rapina. É papel do presidente. Mas, se passar do ponto, vai ser devorado pela jararaca.

Se Sergio Moro puser o filho do Brasil atrás das grades, já sabemos que será uma injustiça, um ato fascista contra um homem inocente, que virará preso político – e inflamará os movimentos de rua da resistência democrática de aluguel. Mas isso passa – por mais forrado que esteja o cofre da revolução. Os canastrões da falsa esquerda e seus inocentes úteis são capazes de tudo – mas também são, acima de tudo, covardes. Com o país melhorando sem os parasitas nos postos-chave do Estado, o povo perderá a paciência para a lenda e vai tocar a vida, deixando os revolucionários a sós com o seu ridículo. Aí eles próprios, que na verdade não têm causa ideológica alguma, botarão a viola no saco e vão parasitar em outra freguesia.

Se Lula não for preso, ganhará oxigênio para coordenar a ressurreição dos companheiros em 2018 não necessariamente com uma candidatura dele à Presidência. Os genéricos estão por aí mesmo, facilmente identificáveis entre os que posaram de gladiadores contra o golpe, ou que enfiaram suas cabeças no buraco do tatu quando deveriam se manifestar sobre o impeachment. Se a Lava Jato não for até o fim, não tenha dúvida, caro leitor, de que a jararaca terá veneno suficiente para 2018. E a lenda sempre poderá ser ressuscitada numa Marina Silva (aquela da “democracia de alta intensidade”), num Ciro Gomes (o indignado profissional) ou outro candidato a requentar as fantasias de esquerda.

Lulinha se mandou para o Uruguai, que a esta altura é bem mais seguro para ele. Se a Lava Jato fizer o que tem de ser feito, o pai poderá escapulir pela mesma rota – e ficar por lá dando uma de João Goulart. Se o Brasil engoliu até a comparação de Dilma com Getúlio Vargas, engole qualquer coisa. Mas quem quer trabalhar e não brincar de mitologia fajuta ignorará solenemente esse exílio de picaretas – que poderá ter o reforço da própria Dilma, se ela enfim perder os direitos políticos no TSE, pois é claro que o PT sempre roubou única e exclusivamente para o PT.

Portanto, preste atenção, caro Michel Temer, ao estender a mão para a jararaca. A reputação do seu partido é péssima e para o Brasil você é o mordomo. Na dúvida, ao fim da história, adivinhe quem será o culpado?

Fonte: Guilherme Fiuza  - Época


Zagueiro Neto é resgatado vivo de acidente com voo da Chapecoense

Hospital confirma morte do goleiro Danilo; número de sobreviventes se mantém em 5 - Aeronave da Companhia boliviana Lamia tinha 17 anos de uso

Zagueiro Neto é resgatado com vida; confirmada morte de goleiro - No total, 76 pessoas morreram na tragédia. O goleiro Marcos Danilo Padilha foi resgatado, mas morreu no hospital

 Autoridades na Colômbia confirmaram que o zagueiro Hélio Hermito Neto também sobreviveu à tragédia com o avião que levava a delegação da Chapecoense. Pouco depois, no entanto, equipes médicas afirmaram que o goleiro Marcos Danilo Padilha, 31 anos, que foi um dos primeiros a serem resgatados morreu no hospital. O número total de mortos na maior tragédia da história esportiva brasileira chega, dessa forma, a 76. Além de Neto, sobreviveram o goleiro reserva Jackson Follmann, 24 anos; e o lateral Alan Ruschel, 27, que foram encaminhados a hospitais da região.

 Outra sobrevivente é uma comissária de bordo, identificada como Ximena Suárez. O sexto resgatado com vida é o jornalista brasileiro Rafael Henzel Valmorbida. Um sétimo passageiro chegou a ser encaminhado com vida a um hospital da região, mas não resistiu aos ferimentos.

A aeronave, da companhia venezuelana Lamia, de matrícula CP 2933, levava 81 pessoas a bordo: 72 passageiros e nove tripulantes, de acordo com a Aeronáutica Civil colombiana. O avião seguia com a delegação para Medellín, onde o time disputaria, nesta quarta-feira (30/11), a primeira partida da final da Copa Sul-Americana, contra o Atlético Nacional da Colômbia. A queda ocorreu nas proximidades de Medellín, pouco antes de chegar ao destino. Uma das possibilidades é o avião ter sofrido pane elétrica.

Chovia muito na região no momento da queda. Uma das possibilidades é o avião ter sofrido pane elétrica, mas há a possibilidade de a aeronave ter sofrido pane seca também, que ocorre quando a aeronave fica sem combustível. O avião teria perdido o contato com a torre de controle às 22h15 (1h15 no horário de Brasília). O pedido de socorro foi emitido entre as cidades de Ceja e Lá Unión. A aeronave fez uma parada em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, depois de decolar do Brasil. Na emergência do voo, o piloto teria aberto os tanques de combustível para evitar a explosão da aeronave na queda. A região do acidente é montanhosa. O avião teria caído a 25 quilômetros da cabeceira da pista do aeroporto de destino e não explodiu, de acordo com informações de paramédicos.

O time brasileiro, rival do Palmeiras no fim de semana na partida que deu ao time paulista a conquista do título nacional, faria o primeiro confronto da decisão da Copa Sul-Americana com o Atlético Nacional, quarta-feira. A Confederação Sul-Americana já cancelou a partida e se colocou à disposição dos envolvidos.

Resgate 
A Aeronáutica Civil da Colômbia informou em comunicado que a Força Aérea colombiana dispôs de um helicóptero, além de prestar apoio com bombeiros, ambulâncias e toda rede hospitalar disponível no local. Pelo Twitter, o prefeito Federico Gutiérrez Zuluaga lamentou o ocorrido, afirmando que após o acidente todos os protocolos de emergência foram ativados e equipes de resgate foram enviadas ao local. "É uma verdadeira tragédia o que ocorreu esta noite. Lamentamos esta grande perda de vidas humanas e expressamos toda a nossa solidariedade com os familiares, amigos e fãs da equipe Chapecoense. Estamos dispondo de toda a colaboração necessária, técnica e humana, para atender a este acidente"

Em nota oficial, a Conmebol suspendeu todas as atividades envolvendo a Confederação, inclusive a partida que estava marcada para quarta-feira às 21h45 (de Brasília) em Medellín deve ser adiada. A Chapecoense emitiu uma nota no começo da manhã afirmando que iria aguardar o pronunciamento oficial das autoridade aéreas colombianas. "Que Deus esteja com nossos atletas, dirigentes, jornalistas e demais convidados que estão juntos com a delegação". Pouco depois foi publicada uma imagem com o brasão do time em cor preta, em sinal de luto.

Fonte: Correio Braziliense


 

Babá diz que Elize comprou serra elétrica antes do crime

A ré chegou ao Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo, nesta segunda-feira (28/11) vestida com um terninho preto e sapatilhas. O cabelo, mal amarrado, caía sobre o ombro direito

Antes mesmo da primeira testemunha entrar no plenário, Elize Matsunaga chorou em silêncio. Sentada no banco dos réus, por ter matado e esquartejado o ex-marido, o herdeiro da Yoki Marcos Kitano Matsunaga, em 2012, ela mantinha um lenço entre as mãos, usado para enxugar as lágrimas em pelo menos três oportunidades.

Elize chegou ao Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo, nesta segunda-feira (28/11) vestida com um terninho preto e sapatilhas. O cabelo, mal amarrado, caía sobre o ombro direito. Nervosa, bebeu água com açúcar enquanto o Conselho de Sentença lia as peças do processo. Mantinha os olhos fixos o tempo inteiro em um ponto distante. Só desviou o olhar quando precisou usar o lenço.

Às 12h32, teve início o depoimento de Amonir Hercília dos Santos, que trabalhou por dois meses como babá para os Matsunaga. Ela foi convocada pela assistência da acusação. Folguista, cuidava da filha do casal aos fins de semana, de quinze em quinze dias. Nessas ocasiões, ela substituía a mãe, Mauriceia José Gonçalves dos Santos, também convocada para depor. Ela falou aos jurados por uma hora e quatro minutos. Em uma das últimas perguntas, os advogados de Elize perguntaram: "Ela era uma boa mãe?". "Sim, cuidava bem da criança", respondeu a babá. A resposta fez Elize voltar a chorar.

Amonir esteve no tríplex do casal no dia seguinte ao crime, ocorrido em 12 de maio. À Justiça disse que chegou pela manhã, por volta das 5h30, trocou de roupa e subiu para o quarto de brinquedos, onde costumava ficar com a criança. Amonir disse que foi recebida por Elize, que havia voltado de viagem ao Paraná.  "Ela estava normal, de pijama", afirmou. Da ré, recebeu a babá eletrônica para monitorar a criança e apanhá-la quando acordasse "Não notei diferença nenhuma, era um dia de trabalho normal." Segundo as investigações, Elize estaria esquartejando o marido quando ela chegou.

Questionada pelo promotor José Carlos Cosenzo, disse que nunca presenciou briga do casal. "Mas a senhora ouviu o Marcos gritando com a Dona Elize alguma vez?", questionou a acusação. "Não, nunca."  Segundo relata, o casal era discreto e a tratava bem. "Eu os conhecia pouco. Só vi umas quatro, cinco vezes", disse. Perguntada sobre horários e detalhes do que aconteceu naquele dia, Amonir disse não lembrar com clareza e fez declarações confusas, precisando ser confrontada duas vez com depoimentos que prestou antes à Polícia Civil e à Justiça.

Em outro ponto que deve ser abordado durante o julgamento, Amonir confirmou que soube que Elize parou para comprar uma serra elétrica na viagem de volta. A testemunha deve ser usada pela acusação para mostrar que a ré agiu friamente e que não era vítima de um marido violento. A promotoria também vai tentar mostrar que o crime foi premeditado.  Já a defesa afirmou que o relato de Amonir é "menos importante". "Ela não conseguiu lembrar de horas e datas, o que dirá se Elize usou pijama no dia?", questionou o advogado Luciano Santoro. Segundo a defesa, a serra elétrica foi comprada a pedido do próprio Marcos. "Se fosse premeditado, ela teria usado no esquartejamento."

Conselho de sentença

O júri de Elize Matsunaga é formado por quatro mulheres e três homens. Para a composição do Conselho de Sentença, o Ministério Público (MPE) vetou três mulheres e a defesa, três homens.

Fonte: France Presse



 

Anac negou voo direto da Chapecoense para Medellín

Voo tinha 72 passageiros e 9 tripulantes. Cinco pessoas foram resgatadas com vida, segundo o prefeito de Medellín Federico Gutierrez.

Delegação da Chapecoense no voo para a Colômbia (Reprodução/Twitter)
 
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) negou um avião fretado à delegação da Chapecoense para fazer a viagem direta para cidade de Medellín, na Colômbia. Com a negativa, o time chapecoense partiu do aeroporto de Guarulhos nesta segunda-feira, em um voo comercial, com destino a Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, e de lá embarcou no avião da companhia área Lamia rumo à Medellín, que caiu na madrugada desta terça-feira deixando 76 mortos e cinco resgatados com vida.

Em nota, a Anac informou que o pedido foi negado “com base no Código Brasileiro de Aeronáutica (CBAer) e na Convenção de Chicago, que trata dos acordos de serviços aéreos entre os países. O acordo com a Bolívia, país originário da companhia aérea Lamia, não prevê operações como a solicitada”.

A decolagem de Guarulhos aconteceu por volta das 15 horas, com chegada à meia-noite na Bolívia e a queda aconteceu por volta da 1 hora da madrugada (horário de Brasília) próximo a cidade de La Unión. O time disputaria a primeira partida da final da Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional nesta quarta-feira.

Fonte: Revista VEJA

 

Acidente com o time da Chapecoense comove o mundo - Lista oficial dos passageiros

O francês 'Le Monde' reporta que as condições climáticas no momento do acidente eram péssimas, com fortes chuvas e ventos

A tragédia com o avião que transportava o time da Chapecoense para disputar um jogo no Colômbia foi destaque na imprensa mundial. A notícia foi manchete do site da CNN, que destaca o pedido de emergência feito pela aeronave entre as cidades de La Ceja e La Union. A britânica BBC também destaca o acidente na manchete de seu site, explicando que a equipe iria jogar o primeiro jogo da final da Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional, de Medellin.

O acidente também foi destaque no britânico The Guardian, que fez inclusive uma cobertura ao vivo reportando as informações mais recentes para seus leitores. O jornal informa o número de mortos – 76 confirmados.

O francês Le Monde reporta que as condições climáticas no momento do acidente eram péssimas, com fortes chuvas e ventos. O El País, o maior jornal de língua espanhola, estampa em sua manchete uma foto do lateral brasileiro Alan Ruschel, que foi resgatado com vida pelos socorristas. O site do argentino Clarín estampou uma grande imagem do avião acidentado que transportava a equipe brasileira.

O time da Chapecoense e 21 jornalistas que iriam trabalhar no jogo embarcou em Guarulhos e fez escala em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia. Lá, seguiu num voo fretado da empresa Lamia. Por volta das 22h15 (hora local), o avião sumiu dos radares. A causa do acidente ainda não foi esclarecida. O voo tinha 81 pessoas, 76 passageiros e nove tripulantes. Seis pessoas sobreviveram, entre eles o lateral brasileiro Alan Ruschel.

Confira lista oficial de passageiros do voo acidentado


Os cinco sobreviventes são os jogadores Alan Ruschel, Danilo e Follmann, o jornalista Rafael Henzel e a comissária de bordo Ximena Suarez

Jogadores:
Alan Ruschel
Ananias Monteiro
Arthur Maia
Bruno Rangel
Aiton Cesar
Cleber Santana
Marcos Padilha
Dener Assunção
Filipe Machado
Jakson Follmann
José Paiva
Guilherme de Souza
Everton Kempes
Lucas da Silva
Matheus Btencourt
Hélio Zampier
Sérgio Manoel Barbosa
William Thiego
Tiago da Rocha
Josimar
Marcelo Augusto ‘Caramelo’


Comissão técnica e convidados:
Caio Júnior
Mateus Lucena dos Santos
Luiz Saroli
Eduardo Filho
Anderson Araújo
Anderson Martins
Marcio Koury
Rafael Gobbato
Luiz Cunha
Luiz Grohs
Sérgio de Jesus
Anderson Donizette
Andriano Bitencourt
Cleberson Fernando da Silva
Emersson Domenico
Eduardo Preuss
Mauro Stumpf
Sandro Pallaoro
Gelson Merísio
Nilson Jr.
Decio Filho
Jandir Bordignon
Gilberto Thomaz
Mauro Bello
Edir De Marco
Daví Barela Dávi
Ricardo Porto
Delfim Pádua Peixoto Filho


Jornalistas:
Guilherme Marques, da Globo
Ari de Araújo Jr., da Globo
Guilherme Laars, da Globo
Mario Sérgio Ponte de Paiva, ex-jogador da seleção brasileira, da Fox Sports
Victorino Chermont, da FoxSports
Rodrigo Santana Gonçalves, da FoxSports
Davair Paschoalon (Deva Pascovicci), da FoxSports
Lilacio Pereira Júnior, da FoxSports
Paulo Clement, da FoxSports
Giovane Klein Victória, da RBS
Bruno Mauri da Silva, da RBS
Djalma Araújo Neto, da RBS
André Podiacki, da RBS
Laion Espíndola, do GloboEsporte.com
Rafael Valmorbida, Rádio FM
Renan Agnolin, Rádio FM
Fernando Schardong, Rádio AM
Edson Ebeliny, Rádio AM
Gelson Galiotto, Rádio AM
Douglas Dorneles, Rádio AM
Jacir Biavatti, Rádio FM
Ivan Agnoletto, Rádio AM


Tripulação:
Miguel Quiroga
Ovar Goytia
Sisy Arias
Romel Vacaflores
Ximena Suarez
Alex Quispe
Gustavo Encina
Erwin Tumiri
Angel Lugo

 

 

Avião com time da Chapecoense cai na Colômbia: 75 mortos e 6 sobreviventes

Time seguia para Medellín, onde faria primeiro jogo da final da Copa Sul-Americana

[atualização: o número de sobreviventes passou de 5 para 6]
 
O avião que levava a equipe da Chapecoense para o primeiro jogo da final da Copa Sul-Americana caiu na madrugada desta terça-feira, nas proximidades de La Ceja, na Colômbia. O chefe da polícia de Antioquia, general Jose Azevedo, confirmou que há 76 mortos. São cinco sobreviventes, todos identificados: Alan Ruschel, lateral do time; Danilo, goleiro; Jackson Follman, goleiro; Ximena Suárez, comissária de bordo; e Rafael Henzel, jornalista. No voo estavam 72 passageiros e nove tripulantes. Seis pessoas tinham sido resgatadas com vida, mas uma delas morreu a caminho do hospital. A aeronave pertencia à companhia boliviana Lamia, e perdeu contato com a torre de controle ao sobrevoar o uma região montanhosa no município de La Ceja, perto de Medellín, no noroeste da Colômbia, por volta de 22h15m de segunda-feira (hora local). O avião teria sofrido falha elétrica, e o piloto descartou combustível antes de tentar pouso forçado. 
 Dentre os 72 passageiros, 48 eram integrantes da delegação da Chapecoense, que levou, além da comissão técnica, vários dirigentes. Estavam a bordo, ainda, 21 jornalistas e três convidados do clube.  O time da Chapecoense viajava para Medellin, onde na quarta-feira faria o primeiro jogo da final da Copa Sul-Americana, contra o Atlético Nacional. Os jogadores decolaram do aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, na segunda-feira, e chegaram a fazer escala técnica em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. A delegação teve que mudar seu plano de voo por uma decisão da autoridade da aviação brasileira, que o impediu de ir para Medellín num avião fretado desde Chapecó.

O prefeito de Medellín disse através de seu perfil no Twitter que a prefeitura disponibilizou a rede de hospitais e enviou uma equipe do Departamente Administrativo de Gestão de Risco e Desastre ao local do acidente.  A Confederação Sul-americana de Futebol confirmou que foi notificada por autoridades colombianas sobre o acidente envolvendo a aeronave que transportava a equipe da Chapecoense. No comunicado, a Conmebol lamenta o ocorrido: "A família Conmebol lamenta enormemente o ocorrido. Todas as atividades da confederação estão suspensas até um novo aviso", consta em um trecho da nota.

Ainda de acordo com o comunicado, o presidente da confederação, Alejandro Domínguez, está a caminho de Medellín. Um vídeo publicado na página da Chapecoense em uma rede social mostra a equipe e os jogadores do time no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, momentos antes do embarque. No registro, o gerente de futebol do clube, Cadu Gaúcho, afirmou que essa seria a viagem "mais importante do clube até agora".  A cada ano que passa a gente vai conseguindo marcar a história do clube. A gente espera que, novamente, numa final inédita sul-americana, a gente possa fazer um primeiro jogo muito bom — disse ele no vídeo.


Em seu perfil no Twitter, o Atlético Nacional lamentou o acidente e prestou solidariedade a Chapecoense: "Nacional lamenta profundamente e se solidariza com @chapecoensereal por acidente ocorrido e espera informação das autoridades."


Fonte: O Globo


segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Elize Matsunaga, a que esquartejou o marido, vai a júri popular em São Paulo

Após quatro anos, Elize Matsunaga vai a júri popular em São Paulo

 Júri de Elize deve durar até 5 dias

Ela é ré no processo de homicídio doloso contra o marido Marcos Matsunaga. Elize confessou ter matado e esquartejado a vítima, em 2012 

Acusada de matar e esquartejar o marido, Elize Matsunaga vai a júri popular nesta segunda-feira (28/11), em São Paulo. O julgamento, no Fórum da Barra Funda, Zona Oeste da capital paulista, se inicia quatro anos após a morte brutal do empresário Marcos Kitano Matsunaga, herdeiro do grupo Yoki. A expectativa é de que o júri dure até cinco dias e a sentença seja definida só na sexta-feira (2/12). A ré vai dormir na carceragem do fórum.

Elize confessou que atirou na cabeça da vítima com uma arma e depois a esquartejou em sete partes, em 19 de maio de 2012. Ela é acusada de homicídio doloso triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima), destruição e ocultação de cadáver. Para o Ministério Público Estadual (MPE), Elize matou o marido para ficar com o dinheiro de um seguro de vida no valor de R$ 600 mil.



A defesa, feita pelos advogados Luciano Santoro e Roselle Soglio, deve alegar que Elize matou Marcos Matsunaga para se defender de agressões do homem e, desesperada, cometeu o crime. Foram convocadas pela acusação e defesa 22 testemunhas.  Se for condenada por homicídio simples, a bacharel em Direito, ex-enfermeira e ex-garota de programa terá uma pena entre 6 e 20 anos de prisão. Como está presa há mais de 4 anos e não tem outros antecedentes criminais, ela poderia sair com ordem de soltura por ter cumprido mais de um sexto da pena. Com as acusações qualificadoras, o homicídio passa a ser hediondo e a condenação chega a 30 anos. 



Entenda

Elize e Marcos Matsunaga se conheceram por meio de um site de anúncios de prostitutas de luxo, quando ele ainda era casado, em 2004. Ele se separou da mulher e em 2009 e se casou com Elize. Três anos depois ela o matou. O crime teria ocorrido durante uma discussão do casal, ela com 30 anos e ele, 42 na época. Ela contratou um detetive para investigar o marido. Um vídeo mostrou o executivo abraçado com uma mulher, uma prostituta, na saída de um restaurante, na véspera do crime.

Depois atirar na cabeça dele e de esquartejá-lo em sete partes usando uma faca de cozinha, Elize contou que ensacou os pedaços, colocou em malas e depois os espalhou em cinco terrenos de Cotia, na Grande São Paulo. A família do empresário denunciou o desaparecimento no dia 21 daquele mês. Duas semanas depois, Elize foi presa e confessou o crime. O casal tem uma filha, atualmente com 5 anos, que está sob cuidados de familiares do pai. 

Fonte:Correio Braziliense

Leia também: Suzane von Richthofen se casa com ex-mulher de Elize Matsunaga


Sem abrir exceções

As implicações do teto para os gastos públicos

Uma análise serena da proposta central da PEC do teto limitar o crescimento dos gastos públicos primários à inflação do ano anterior — conclui, sem perda de tempo, que se trata de um mecanismo correto para os tempos em que se vive. Não se pode esquecer que, anos a fio, os gastos públicos, exceto as despesas com os juros da dívida, vêm aumentando mais que a inflação e o PIB. 

Um raciocínio lógico simples conclui ser esta uma tendência insustentável. O país precisaria crescer para sempre, sem pressões inflacionárias e quaisquer outras crises. Uma evidente impossibilidade. Sequer o paraíso da economia planificada pelo Estado, a União Soviética, conseguiu. Os números poderiam não ser conhecidos, as estatísticas macroeconômicas sequer calculadas, e, num determinado momento, o sistema ruiu.

O chamado regime fiscal brasileiro, desde a Constituição promulgada em 1988, se caracteriza por gastos em alta e carga tributária, idem. Por razões óbvias. Ocorre que há limites físicos. No caso do Brasil, o peso dos tributos bateu nos 35%/36% do PIB — o mais elevado do conjunto de países emergentes, acima inclusive de economias desenvolvidas —, e mesmo assim as despesas não deixaram de crescer. Afinal, além de o Orçamento passar a ser vinculado a gastos específicos Saúde, Educação —, cresceram despesas também fixas como salários de servidores estáveis e gastos ditos sociais. 

Apenas a Previdência consome 45% das receitas públicas. E tudo sobe porque boa parte desses itens está indexada ao salário mínimo — também beneficiado por reajustes acima da inflação.  O lulopetismo colocou em prática a velha cartilha econômica do PT, acelerou ainda mais as despesas e, assim, colocou no radar dos mercados a insolvência do Tesouro. Investimentos começaram a cair, uma política inconsequente de incentivos creditícios ao consumo endividou as famílias, até que todos esses e outros fatores interagiram e jogaram a economia no chão. Enquanto as despesas continuavam em alta.

A PEC do teto se impõe para conter essa corrida das despesas dentro do limite da inflação. No passado, seria herético, por indexar todos os gastos. Mas como eles passaram a ter expansão real, por essa série de mecanismos pró-gastança, o teto passou a ser crucial. O país continua com as contas públicas em péssimo estado: déficit nominal de 10% do PIB e primário (sem os juros) de 3% do PIB. O teto equivale àquela “freada de arrumação”, para colocar um mínimo de ordem nas finanças públicas. Uma espécie de anestesia a fim de que sejam feitas intervenções mais profundas e também necessárias: reforma da Previdência, das leis trabalhistas e assim por diante.

No novo regime fiscal que se pretende instituir é possível dar a necessária prioridade à Saúde ou à Educação. Basta compensar despesas maiores nestes segmentos com reduções em outras áreas. E não se pode é admitir que inexistam gorduras a queimar na mastodôntica máquina do Estado. E também não se pode abrir exceções na política do teto, sob o risco de um longo período de estagnação na economia

Fonte: Editorial - O Globo

Nossos dois leitores - 'ninguém' e 'todo mundo' - não merecem mais a tortura de ler sobre algo que não vai acontecer simplesmente por ser algo impossível


Um grave erro de grande parte da imprensa é insistir que existe um projeto de anistiar CAIXA DOIS.
As práticas chamadas de CAIXA DOIS não podem ser objeto de anistia pela simples razão de que até o presente momento CAIXA DOIS ou prática equivalente NÃO É CRIME e só crimes podem ser anistiados - mantendo o assunto na esfera penal.

Insistir que o Congresso quer anistiar os crimes de CAIXA DOIS é semear, ainda que de boa fé, entre os desavisados a ideia de que o Congresso pretende anistiar crimes, favorecer criminosos, quando pelo menos no que concerne a uma anistia aos crimes de caixa dois o Congresso está inocente.

Outro aspecto que pode colaborar para semear mais confusão em uma situação política  já caótica é falar em ANISTIA ANTECIPADA, algo que não está sendo cogitado (caso alguém cogite estará desperdiçando tempo  por se tratar de  algo que não pode existir pelo simples motivo que só CRIMES são objeto de anistia - novamente lembrando que este comentário se restringe ao aspecto penal; 

Enquanto não ocorre a prática criminosa não há o que anistiar e  ocorrido o crime a anistia pode se tornar cabível mas não será antecipada, por alcançar fato pretérito.

Caso haja interesse desonesto do Congresso em evitar que práticas futuras possam se tornar crimes (justificando a tentativa infrutífera da  criação da  ANISTIA ANTECIPADA) basta apenas aquele Poder não criar leis que tornem tais práticas crimes, tendo em conta o mandamento constitucional: ' não existe crimes sem lei anterior que o defina'.

Doravante, este blog PRONTIDÃO TOTAL, ainda que com grande esforço,  vai se abster de comentar qualquer matéria que cuide de anistia aos crimes do caixa dois ou de anistia antecipada. 

Quando as práticas conhecidas como CAIXA DOIS forem tipificadas como crime comentaremos sobre o assunto.

Vai ser dificil conter a tentação de comentar quando vermos matérias cuidando de anistiar o que não é crime, mas, por respeito aos nossos dois leitores,  vamos nos abster de comentar sobre NÃO FATOS.

Editores do Blog PRONTIDÃO TOTAL