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domingo, 2 de maio de 2021

Crise da Covid-19 leva a uma expansão inédita nas ações de filantropia no Brasil - VEJA

Reportagem de capa

Valor das doações na pandemia chega a R$ 6,9 bilhões, o dobro do registrado durante todo o ano de 2018; movimento pode mudar de forma radical a maneira como se combate a desigualdade no país

Corrente do bem: na pandemia, ações de filantropia têm expansão inédita

“A pandemia só deixou mais clara a situação de fragilidade de nosso país.”
Lia Maria de Aguiar, herdeira do Bradesco e criadora da fundação que leva seu nome

Acontecimentos extremos exigem atitudes extraordinárias. É o que costuma pregar o senso comum diante de períodos turbulentos como guerras, crises, catástrofes naturais e humanitárias. Herdeira do fundador do Bradesco, um dos maiores bancos privados do país, Lia Maria Aguiar, 82 anos, percebeu que precisava agir em face da crise causada pelo coronavírus — e o caminho seria a filantropia. Habituada a financiar ações sociais voltadas à educação e cultura em Campos do Jordão, cidade paulista na Serra da Mantiqueira, onde mora, decidiu investir também na área de saúde, território até então inexplorado para a fundação que leva seu nome. “A pandemia só deixou mais clara a situação de fragilidade do nosso país”, constata. 

Em um primeiro momento, decidiu oferecer gratuitamente exames para o diagnóstico da Covid-19, até então inexistentes na cidade. Além dos testes, a fundação está erguendo um ambulatório para medicina preventiva, que, em breve, terá recursos para atendimentos mais sofisticados, como hemodiálise. A ideia é transformar essa unidade em hospital filantrópico, gerido sob a consultoria do Sírio-­Libanês. Dona de uma fortuna estimada em 1,5 bilhão de dólares, que, por testamento, deve ser destinada aos projetos de caridade de sua fundação, Lia de Aguiar faz parte de um contingente de brasileiros que se dedicam a fazer mais pelo país e pelos necessitados.

Entre tantas agruras vividas nestes tempos de pandemia, trata-se de um movimento crescente e bem-vindo ao país. Historicamente, a prática da doação por aqui tem uma dimensão muito menor do que poderia, especialmente quando comparada a outros países. A eclosão da Covid-19, porém, deu um impulso significativo de recursos destinados a projetos filantrópicos. De acordo com os registros de entidades como o Grupo de Institutos Fundações e Empresas (Gife) e a Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR), as doações que somavam 3,25 bilhões de reais em 2018 foram catapultadas a 6,9 bilhões de reais do início da pandemia até a semana passada. Grande parte delas aconteceu no começo da crise — entre março e maio de 2020, os recursos somaram 5,5 bilhões de reais. No início de 2021, o ritmo chegou a apresentar uma queda, mas a nova onda de contaminações e a piora das condições de vida da população mais pobre voltaram a impulsionar os números nos últimos dois meses. Em abril, o volume de recursos aplicados em filantropia foi de 150 milhões de reais, o mais alto desde agosto de 2020.

Arte Filantropia

Do grupo de beneméritos que optaram pela prática do bem na pandemia fazem parte tanto sobrenomes e instituições já conhecidos por suas iniciativas assistenciais quanto novatos nesse universo. Na lista dos dez maiores doadores podem ser encontrados sobrenomes tradicionalmente vinculados às causas sociais, como os das famílias Moreira Salles (fundadora do Unibanco, com atuação na área cultural e científica) e Ermírio de Moraes (do grupo Votorantim, que apoia instituições hospitalares de São Paulo). Na esfera empresarial, chamam atenção o grupo educacional Cogna, fundada por Walfrido Mares Guia, e a JBS, a maior processadora de carnes e aves do país, que doou cerca de 400 milhões de reais, aplicados na construção de hospitais modulares no Distrito Federal e em Rondônia, na instalação de 1 800 leitos clínicos e de UTIs pelo país, além do financiamento de reforma e ampliação de unidades de atendimento em sete estados. Titã do setor de saúde, a Rede D’Or, fundada pelo médico carioca Jorge Moll Filho e hoje comandada por seu filho Paulo Moll, destinou 108 milhões de reais à requalificação da rede do SUS do Rio de Janeiro e ao financiamento dos testes clínicos da vacina do consórcio entre Fiocruz e AstraZeneca, que, em conjunto com a CoronaVac, está sendo usada na imunização dos brasileiros.

Em um período tão dramático, é natural que boa parte das doações tivesse como destino ações voltadas à saúde pública. Tais iniciativas receberam 74% dos investimentos realizados. É uma inflexão de perfil de doações, uma vez que, em anos anteriores, segundo os dados do Gife, a maior parte dos recursos consistia de repasses a instituições religiosas, que ficavam com 49% do total. Nessa nova leva, o maior doador da pandemia foi o Itaú Unibanco, que já despendeu em torno de 1,25 bilhão de reais, o maior volume de recursos já destinados por uma instituição em uma ação filantrópica no país em tão curto período. 

Presidente da Fundação Tide Setubal e uma das herdeiras do banco, Neca Setubal acredita que, apesar dos efeitos nefastos, a pandemia teve impacto positivo ao chamar a atenção de empresários e potenciais doadores para os efeitos das desigualdades sociais e econômicas brasileiras. “Anteriormente ainda existia uma cultura de que os problemas do Brasil são de responsabilidade do governo. Hoje isso definitivamente mudou”, diz Neca.

“Anteriormente existia uma cultura de que os problemas do Brasil são de responsabilidade do governo. Hoje isso definitivamente mudou.”
Neca Setubal, uma das herdeiras do Itaú e presidente da Fundação Tide Setubal

Entre os grandes doadores, as instituições financeiras tiveram participação relevante. Segundo os cálculos da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), apenas para o desenvolvimento das vacinas os bancos doaram 380,5 milhões de reais, sendo a Fundação Oswaldo Cruz a maior beneficiária dos recursos (cerca de 220 milhões de reais). No entanto, o setor de finanças foi além do combate ao coronavírus. Causas importantes e particularmente sensíveis nos últimos meses, como a preservação ambiental, também ganharam a atenção dos três maiores bancos privados do país (Itaú, Bradesco e Santander). Junto com organizações da sociedade civil, ambientalistas e empresários rurais, formalizaram o apoio a uma coalização para fazer frente a desmatamentos, iniciativa de alta relevância em meio a desastres ambientais como as terríveis queimadas no Pantanal ocorridas no ano passado.

Notoriamente positiva, a expansão da filantropia no país traz pelo menos uma inquietação. Tanto gestores de projetos da área como beneficiados pelas ações se perguntam até que ponto as doações recordes não se restringem a um acontecimento episódico, com tendência a refluir depois da pandemia — uma situação particularmente delicada caso a economia saia muito machucada deste momento desafiador. É bem possível que, nos próximos anos, o valor aplicado em benemerência seja inferior ao atual, mas há fortes indícios de que uma barreira foi definitivamente rompida. “A pandemia vai ser um marco para a filantropia. Foi o gatilho para uma sociedade mais solidária e, nesse sentido, o setor privado brasileiro mudou o patamar do seu compromisso”, acredita André Esteves, sócio fundador do banco BTG Pactual, que destinou 50 milhões de reais para uma série de iniciativas em dezesseis estados.

“Iniciativas como as da ONG Gerando Falcões são o ponto de partida para inspirar um modelo filantrópico eficiente no país.”
Jorge Paulo Lemann, controlador da Ambev, Heinz, Burger King e das Lojas Americanas, entre outras empresas

Entre os projetos financiados pelo BTG na pandemia, alguns serão mantidos nos próximos anos, como um fundo de microcrédito e um projeto chamado BTG Soma, para capacitar organizações não governamentais, as ONGs. “Há uma mudança em curso, que vinha lenta e gradual, e a pandemia acelerou. O establishment brasileiro está se sentido mais responsável pela sociedade. E nesse sentido estamos nos aproximando do modelo que existe nos Estados Unidos”, diz Esteves. Outra iniciativa articulada por ele, essa de caráter pessoal, é a criação de uma universidade de tecnologia. O projeto receberá 250 milhões de reais e tem inspiração no Massachusetts Institute of Technology (MIT). O objetivo é suprir a falta de profissionais de tecnologia no Brasil, além de complementar a formação técnica dos estudantes com conceitos ligados ao empreendedorismo, às questões ambientais, ao direito e à economia de mercado.

Com seus 14 milhões de infectados e 400 000 mortos no país, a Covid-19 não fez distinção entre suas vítimas e contaminados, mas foi particularmente devastadora entre os mais pobres, tanto no aspecto sanitário como no econômico. No primeiro trimestre completo da pandemia, a renda média do trabalhador brasileiro caiu 20,1%, segundo dados da FGV Social. Em se tratando dos mais pobres, porém, a perda foi de 27,9%. O índice de Gini, que mede a desigualdade socioeconômica, subiu 2,82% no mesmo período. Nesse cenário, as ações voltadas especificamente para essas camadas da população também ganharam peso e receberam 1 a cada 5 reais doados no país. Apenas no mês de março do ano passado, as famílias Trajano e Garcia, controladoras da rede varejista Magazine Luiza, desembolsaram 10 milhões de reais em um projeto de segurança alimentar para famílias carentes — ao longo de 2020 esse valor alcançou 30 milhões.

“No projeto Unidos pela Vacina, a doação não é apenas de dinheiro. Nós estamos de fato na operação.”
Luiza Trajano, dona do Magazine Luiza

Mas a força da segunda onda de contaminações fez com que Luiza Helena Trajano, presidente do conselho da empresa, fosse além do programa de segurança alimentar. Em janeiro, ela passou a liderar empresários em uma nova ofensiva contra os efeitos da Covid na sociedade a partir da vacinação. “Percebemos que estávamos no pior momento e ao mesmo tempo ainda existia uma força de mobilização”, recorda ela. “Os empresários estão trabalhando para aumentar a eficiência do processo de vacinação da população, tanto nos estados como nas prefeituras. E a doação não é só em dinheiro, estamos entrando na operação das campanhas”, diz ela. O projeto Unidos pela Vacina capitaneado por Luiza já conta com mais de 1 000 pessoas trabalhando em várias frentes para melhorar a estrutura de vacinação do país. Entre os empresários e executivos, que ajudam com tempo, conhecimento, trabalho e contatos, estão Paulo Kakinoff, da Gol, Chieko Aoki, da rede de hotéis Blue Tree, e Walter Schalka, da Suzano.

Em meio às rupturas socioeconômicas provocadas pela pandemia, um expediente recorrente entre empresas interessadas em apoiar iniciativas voltadas à população mais carente tem sido o de se valer de instituições e ONGs que já são conhecidas por sua atuação em favelas como receptoras para suas doações. O empresário Abilio Diniz e o dono da maior fortuna do Brasil, Jorge Paulo Lemann, controlador de colossos como Ambev, Lojas Americanas, Hershey’s, Heinz e Burger King, entre outras, estão entre os que procuraram a organização Gerando Falcões, do empreendedor social Eduardo Lyra, para a doação de cestas básicas. “Conheci mães que estavam havia três dias sem comer para poder garantir que seus filhos pudessem pelo menos fazer duas refeições diárias. O que estamos vivendo é uma verdadeira hecatombe social”, diz Lyra. Para manter, no início deste ano, o mesmo patamar dos meses de maior arrecadação de 2020, ele precisou ampliar drasticamente seus esforços. Entre março e junho de 2020, treze grandes empresas apoiaram o projeto, com doações iniciais de 1 milhão de reais. Foram arrecadados 25,6 milhões de reais, que garantiram 512 000 cestas básicas distribuídas a 85 333 famílias. Na reativação da campanha, Lyra mobilizou cinco vezes mais doadores. “Iniciativas como as do Gerando Falcões são o ponto de partida para inspirar a disseminação de um modelo filantrópico com eficiência no país”, declarou Lemann a VEJA.

Dono de uma fortuna estimada em 20 bilhões de dólares, o empresário que antes da pandemia dividia a sua rotina entre a Suíça, Rio e São Paulo é mais conhecido no mundo filantrópico por sua atuação no ramo da educação, encabeçada pelas fundações Estudar e Lemann, criadas por ele. Com a chegada da Covid-19, porém, ele decidiu financiar os primeiros testes da vacina desenvolvida pela AstraZeneca e pela Universidade de Oxford no país e expandir a pesquisa local em parceria com as fundações Brava e Telles, pertencentes a seus sócios Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles. Além disso, investiu em uma fábrica de vacinas junto com o Itaú, o Instituto Votorantim, a Stone e as Lojas Americanas. Seu compromisso com a educação se refletiu no apoio a diversas instituições públicas, ao oferecer suporte técnico ao ensino remoto. A Ambev, empresa que ele controla, também entrou firme na crise de distribuição de oxigênio no país, em março, ao transformar em tempo recorde sua fábrica em Ribeirão Preto (SP) em uma unidade para produção do gás que faltava nos hospitais.

Um traço comum aos grandes apoiadores de projetos filantrópicos no país é a forma altamente profissional com que gerem recursos e destinação aos projetos que financiam. De maneira geral, as fundações ligadas a empresas ou indivíduos são estruturadas por meio de uma polpuda doação inicial, que se transforma em um fundo patrimonial, administrado de forma que o principal fique preservado e os rendimentos anuais sejam aplicados em uma série de investimentos de modo que gerem recursos para as iniciativas filantrópicas. Esse modelo é adotado por diversas famílias, segundo o consultor Guilherme Benites, da Aditus Consultoria Financeira, e é comum nos Estados Unidos.

Guardadas as devidas proporções, o atual modelo brasileiro de filantropia tem forte inspiração no existente hoje na maioria das fundações americanas. Por lá, os projetos de benemerência, que originaram centros médicos de referência mundial, universidades recheadas de prêmios Nobel e museus e instituições culturais de primeira grandeza, advêm de uma longa tradição de os grandes capitalistas ajudarem a sociedade de forma muito mais organizada e eficiente. A era das grandes fundações começou há pouco mais de 100 anos, com iniciativas como a do magnata do aço Andrew Carnegie. Em 1911, ele criou uma fundação de grande influência em Washington, especializada no desenvolvimento educacional e em pesquisas. O mesmo foi feito pouco depois por John D. Rockefeller.


“Há uma mudança lenta e gradual, que se acelerou com a pandemia. O establishment se sente mais responsável pela sociedade.”
André Esteves, controlador do BTG

Tanto um como o outro não eram muito bem-vistos na maneira como conduziam seus negócios, o que levou a críticas de que suas ações seriam formas de atenuar a má imagem pública. Um século depois, as empresas de ambos já não existem mais, mas suas fundações se mantêm sólidas em meio às instituições de maior prestígio entre os americanos. “Hoje, as chances de a filantropia usada como ação de marketing, para alavancar a imagem de uma corporação, de um indivíduo ou de uma família, dar certo são remotas”, comenta Patrícia Villela Marino, advogada casada com Ricardo Villela Marino, da sexta geração da família que fundou o Itaú. “A gestão de recursos e a estruturação de projetos são iniciativas extremamente complexas que exigem dedicação e precisam ser sistematizadas e praticadas metodologicamente”, explica Patricia, que comanda a ONG Humanitas360, com atuação em presídios.

Muitos creditam a opulência da filantropia americana diante do tímido desenvolvimento desse setor no Brasil às regras tributárias de cada país. Segundo essa tese, a taxação sobre heranças, que chega a 40%, levou os americanos a estabelecer uma tradição secular de praticar o bem. Mas há outros exemplos de países onde a tradição filantrópica também é robusta, como Sri Lanka, Mianmar, Austrália e Nova Zelândia, sem o mesmo recurso tributário. “O sistema brasileiro até que é bem generoso com as empresas interessadas em investir em ações sociais”, diz Paula Jancso Fabiani, diretora-presidente do Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social. As instituições filantrópicas não pagam imposto de renda, PIS e Cofins, entre outros, desde que não distribuam renda para seus fundadores.

O fato é que, tanto na legislação tributária americana quanto na brasileira, os doadores têm meios de compensar o que investem em filantropia. A diferença entre os países parece ser, sobretudo, de aspecto cultural. Nesse sentido, a pandemia tem sido um divisor de águas que sensibiliza mais as pessoas e efetivamente leva a um volume maior de doações. O grande desafio agora é fazer com que esse movimento, nascido de situações tão adversas e traumáticas, cresça e frutifique.

Publicado em VEJA, edição nº 2736 de 5 de maio de 2021


segunda-feira, 8 de março de 2021

Por que missão do governo aceitou em Israel o que rejeita no Brasil?

Matheus Leitão
 

Cenas do ministro mostram desprezo com o Brasil. Há um significado importante nos sinais dados pela missão brasileira de aceitar lá o que rejeita aqui

[O comportamento da delegação brasileira em Israel foi ditado pela mais simples das regras de educação: quando estamos em terras alheias, na condição de visitantes, a regra é seguir os costumes, normas locais.
No Brasil, alguns membros do governo Bolsonaro prescindem de usar máscaras, só que em território estrangeiro a regra, por razões legais e de cortesia, usam.
Bobagem, militância pura, atribuir a desprezo e coisas do tipo o uso ou não uso. Bobagem pior é narrar situações que estão apenas nos desejos insatisfeitos dos militantes - narrativas que expressam meros desejos, todos frustrados, dos que narram, no estilo maximizar tudo que possa parecer ser contra o Brasil (ops....Bolsonaro) e omitir ou reduzir o que possa favorecer o Brasil (leia-se:  presidente Bolsonaro.]

As cenas que viralizaram do ministro Ernesto Araújo sendo repreendido[???] pela falta de máscara em Israele também a diferença da foto, todos sem máscara na saída do Brasil e todos com máscara na chegada em solo israelense  – são uma vergonha a mais para a diplomacia brasileira.

Parecem aqueles detalhes curiosos dos quais são feitos os memes, mas têm na verdade um forte simbolismo. A imagem derruba o discurso de que usar ou não usar máscara é questão de liberdade individual. Lá, todos, do ministro ao filho do presidente, tiveram que obedecer às ordens de distanciamento e às medidas protetivas das autoridades locais, o que na verdade vale no mundo inteiro.  [se estamos na Índia, onde a vaca é considerar um animal sagrado, não devemos, nem podemos, chutar uma vaca;no Brasil ela não é, mas quando estamos na Índia temos que tratar aquele quadrúpede como sagrado.
Jogar com as versões é apenas e tão somente uma tentativa canhestra de acusar o nosso presidente e/ou seus ministros.]

As leis que existem lá, existem aqui também. Há muito tempo o governo do Distrito Federal determinou o uso de máscara. Se Araújo e Eduardo Bolsonaro acham que é libertário não usar máscara, por que mesmo não defenderam esses “princípios” lá em Israel? [temos absoluta convicção que quem pensar, ainda que só um  pouco,  antes de apresentar a pergunta destacada, desistirá do irracional intento.]

Os fatos mostram que, na visão dessa missão e do governo brasileiro como um todo, o que é bom para Israel não é bom para o Brasil, o que é bom para o mundo, não é bom para o Brasil. Isso é uma atitude de menosprezo ao próprio país. O governo Bolsonaro não acertou o passo nem com os governantes de direita, como o de Israel, ou o do Reino Unido, ou o da Austrália… Está de fato sozinho no mundo. [nos espanta é o quanto o ódio, a frustração, o inconformismo com a derrota em 2018 - que se repetirá em 2022 - tiram as pessoas do foco, do prumo.]

Blog Matheus Leitão - Matheus Leitão, jornalista - VEJA

 


sábado, 20 de fevereiro de 2021

Austrália enfrenta as big techs - Alon Feuerwerker

Facebook e Google decidiram adotar respostas diferentes para a iniciativa legislativa da Austrália que determinou às big techs compartilhar com produtores de conteúdo noticioso a receita obtida em publicidade e outras modalidades de remuneração nesses materiais (leia).

O Google topou adaptar-se, mas o FB não. E inclusive retirou do ar páginas de veículos de comunicação australianos. Uma briga boa, e ela vai se espalhar planeta afora. Pois a equação de uns terem os custos com a produção mas outros faturarem com a exposição não fecha. E as disputas pelo mundo envolvendo as big techs não ficarão restritas ao faturamento.  Essa polêmica se acoplará àquela outra, sobre liberdade de expressão, já quente desde quando Donald Trump foi literalmente limado das redes sociais depois de apoiadores dele invadirem o Capitólio em 6 de janeiro.

Hoje, as big techs abocanham a parte do leão do mercado publicitário sem precisar produzir nada de material noticioso, e além disso decidem por conta própria quem pode e quem não pode frequentar o espaço público praticamente monopolizado por elas.
Está na cara que não continuará sendo assim indefinidamente.
 

 Alon Feuerwerker,   jornalista e analista político

 

quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Nova Zelândia entra em 2021 sem restrições; veja celebrações pelo mundo

País na Oceania conteve a pandemia e festejou a entrada no Ano Novo com certa normalidade

Exemplo na luta contra a pandemia do novo coronavírus, a Nova Zelândia entrou em 2021 com sua tradicional queima de fogos na torre do edifício SkyCity e luzes comemorativas na Ponte do Porto, ambos em Auckland, maior cidade do país na Oceania. Ao contrário de boa parte do mundo, por lá pessoas comemoraram nas ruas e sem máscaras de forma autorizada.

Outras nações do Sul do Pacífico foram os primeiros a saudar a chegada de 2021. A Austrália, ao contrário da vizinha Nova Zelândia, não liberou a presença do público na queima de fogos no Porto de Sydney, próximo à famosa casa de ópera da cidade. Cidades como Melbourne, porém, registraram aglomerações e pessoas nas ruas.

Em Seul, na Coreia do Sul, o governo cancelou, pela primeira vez desde 1953, a tradicional festa de Réveillon na região de Jongno, que costumava receber em torno de 100.000 pessoas por ano. Restrições e pedidos de que as pessoas evitem aglomerações também pautaram a chegada do novo ano no Japão. Oficiais foram fotografados nas ruas de Tóquio com placas dizendo que a contagem regressiva para o Ano Novo nas ruas estava cancelada.

Cidades com tradicionais queimas de fogos nas festas de Ano Novo tiveram de se adaptar. O Arco do Triunfo, em Paris, e a iluminada Las Vegas, este ano, não vão soltar fogos. Já a festa na Times Square, em Nova York, será sem plateia, apenas transmitida pela TV e internet.

Mundo - Revista VEJA

 

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Falando sozinho - William Waack

O Estado de S. Paulo

É preciso um pouco de paciência, mas a força dos interesses privados brasileiros está conseguindo impor severos limites aos rompantes de política externa do governo Jair Bolsonaro.

A “linha” externa foi basicamente subordinar-se a Donald Trump, um erro grotesco do ponto de vista “técnico” de diplomacia e um exemplo já clássico de como a cegueira ideológica conduz a decisões que são pura estupidez.

O agronegócio foi o primeiro a gritar contra a gratuita hostilização de parceiros comerciais no Oriente Médio e na Ásia, seguido de perto por setores modernos industriais e do mundo financeiro em relação a políticas ambientais. [felizmente a má fase passou e o governo Bolsonaro passou a priorizar parceiros comerciais que tem demanda a oferecer.] Os mais novos grupos a entrar no “vamos dar uma segurada” são de setores tecnológicos ligados a telecomunicações e infraestrutura, preocupados com o dano que a hostilidade à China possa trazer a investimentos no 5G. [aos poucos, o governo do presidente Bolsonaro começa a  aprender que nações não tem amigos e sim interesses = relações de amizade podem, e até devem, ser paralelas às comerciais = mas jamais superiores.

Quanto aos comentários dos filhos do presidente precisam ser vistos como o que são: NÃO IMPORTANTES, meros ruídos.]

Especialmente no agro “tecnológico” – aquele que colocou o Brasil como uma superpotência na produção de grãos e proteínas – a postura externa do governo Bolsonaro é vista com consternação e abertamente criticada. O racha já chegou à relação entre entidades que representam os variados grupos desse setor. Aqueles apelidados de “ruralistas”, e identificados com a soja e a pecuária “primitiva”, continuam apegados à noção de que, sendo o Brasil um campeão na produção de alimentos, não importa o que aconteça ou o que se diga, o mundo continuará comprando aqui. [noção que pode até ser classificada como primitiva, mas aponta um FATO = ou compram daqui, ou daqui, ou não compram.

Apesar do esforço dos 'especialistas' ambientais, das Ong's a serviço dos interesses estrangeiros e dos Macron da vida, não invadiram o Brasil (começando pela Amazônia e suas riquezas que tanta cobiça despertam) - se tentarem terão que importar alimentos da Lua pelo menos por uma dezena de anos.]

Mas coligação de peso é a que passa pelos bancos, grandes indústrias (química, por exemplo), instituições financeiras (plataformas de investimentos), empresas de ponta no setor digital (aplicação de inovação digital na agricultura, por exemplo), serviços e varejo de massa (por suas ligações com o exterior). Elas se entendem como parte de grandes cadeias internacionais, o que significa levar em grande consideração o que vai pela cabeça de massas de consumidores – e as preocupações de acionistas idem. [o ponto fraco das potências citadas nesse parágrafo é que eles ainda não conseguem se alimentar de dinheiro = precisam dos grãos, das proteínas, etc.]

Estabeleceram com o presidente do Conselho da Amazônia, o general Hamilton Mourão, uma espécie de interlocução que se faz notar, por exemplo, na maneira como o vice-presidente reagiu ao anúncio de Biden de que retornaria aos acordos do clima de Paris – mais uma vez, a voz de Mourão é abertamente dissonante em relação à de Bolsonaro. Aliás, na cabeça dos executivos desses grupos a vitória de Joe Biden = [Biden = O mal de roupa nova.]é vista como uma excelente oportunidade de, pelo menos, restaurar parte das cadeias produtivas globais. E fala-se da China com bem menos hostilidade política.

Nenhum desses dirigentes admite em conversas particulares enxergar qualquer vantagem no isolamento internacional a que as posturas de política externa de Bolsonaro levaram o País, e simplesmente ignoram o que diz o governo. Olham para os acordos de comércio recentemente assinados na Ásia (abrangendo 30% do PIB mundial e alguns países “ocidentais” como a Austrália, por exemplo) e examinam em grupos nutridos de análise da situação internacional como não perder o bonde (mais um).

Nesse sentido, a anunciada [o governo Bolsonaro, felizmente, é pródigo em adiar ou cancelar anúncios.] adesão do Brasil à iniciativa americana de “rede limpa (clean network), que exclui a chinesa Huawei do 5G brasileiro, foi considerada prematura e desnecessária também por militares envolvidos em programas de Defesa e que não viram na dedicação de Bolsonaro a Trump qualquer vantagem prática em termos de acesso a tecnologias sensitivas (notadamente nos setores nucleares e de mísseis) tradicionalmente bloqueadas por governos americanos, democratas ou republicanos.

Qual o resultado de tudo isso: será o retorno às deliberações multilaterais (incluindo o acordo de Paris), a moderação na resposta às críticas à política ambiental, [críticas à POLÍTICA AMBIENTAL DO do BRASIL PODEM ser aceitas, toleradas,  desde que como sugestões. Caso envolvam intromissão nos assuntos internos do Brasil, devem ser repudiadas com veemência.] mais cuidado no trato com parceiros comerciais importantes na Ásia e Oriente Médio e a reiteração (bem antiga, já) aos que controlam tecnologias de Defesa de que somos internacionalmente “adultos e responsáveis”. Em outras palavras, é deixar a área externa do governo, incluindo filhos, assessores e alguns ministros de Bolsonaro, falando sozinhos.

William Waack, jornalista - O Estado de S. Paulo

 

domingo, 25 de outubro de 2020

Vacina contra Covid-19 não deve ser obrigatória na maior parte do mundo - Folha de S.Paulo

Bruxelas e São Paulo

Países negaram imposição da imunização e devem priorizar campanhas de conscientização

Após sete meses de pandemia, não há notícia de que algum país tenha declarado oficialmente que tornará obrigatória a aguardada vacina contra o coronavírus, que está sendo desenvolvida por 137 fabricantes.

Por ora, em boa parte dos lugares, a discussão sobre uma eventual obrigatoriedade da imunização tem sido vaga, especulativa e conceitual —o que pode, obviamente, mudar quando a vacina estiver disponível. O primeiro-ministro da Austrália, Scott Morrison, foi o que chegou mais perto: ainda em agosto, ele chegou a dizer que faria a vacina “ser tão obrigatória quanto possível”. Mas voltou atrás horas depois, diante de uma torrente de reações negativas por parte da população.

Os vizinhos da Nova Zelândia fizeram circular uma informação de que a imunização seria imposta no país, mas a primeira-ministra, Jacinda Ardern, correu para confirmar que tratava-se de fake news. Na Malásia, a imprensa especulou que o governo tornaria a vacina obrigatória, mas o ministro da saúde desconversou em mais de uma ocasião quando foi perguntado sobre isso.

Mesmo na Rússia, onde a Sputnik-V já está sendo distribuída, a vacina é obrigatória apenas para os militares. Também em agosto, enquanto o imunizante ainda estava em fase de testes, o governo de Vladimir Putin pressionou professores e médicos a serem imunizados, visando preparar as escolas para a reabertura no início de setembro. Um sindicato de professores, no entanto, fez campanha contra a coação, levantando 1.400 assinaturas em um abaixo-assinado.

O próprio Putin foi vacinado e ofereceu imunização gratuita aos funcionários da Organização das Nações Unidas em seu discurso na Assembleia Geral da entidade, em setembro. No país mais atingido pela crise sanitária no mundo, em que o presidente Donald Trump promete que vacina está disponível nas próximas semanas, tomá-la ou não também deverá ser uma decisão pessoal — não há leis federais nos EUA que obriguem ninguém a se vacinar, e uma eventual obrigatoriedade nacional ficaria a critério do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças).

Alguns estados americanos, no entanto, exigem que sejam vacinados contra doenças transmissíveis as crianças em idade escolar, os profissionais de saúde e os pacientes e residentes em instalações de saúde.

No Brasil, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), chegou a decretar que a vacinação contra o coronavírus no estado seria obrigatória. Três dias depois, no entanto, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse a apoiadores que a vacina “não será obrigatória e ponto final”.  Os principais países da Europa também não devem tornar compulsória uma futura vacina contra a Covid-19, segundo as autoridades de saúde. A maioria deles adota como política recomendação e campanhas de informação para que cada cidadão tome sua decisão. Em alguns, a lei não permite vacinação obrigatória.

A Alemanha, que tem a maior população da União Europeia —82,2 milhões de habitantes—, não adota vacina obrigatórias. Segundo o Ministério da Saúde, o Comitê Permanente de Vacinação do Instituto Robert Koch está discutindo que categorias serão vacinadas primeiro, e em que ordem. O país, que tem o mais amplo e um dos melhores sistemas hospitalares da União Europeia, registra também um desempenho melhor que o dos vizinhos no combate à Covid-19. Desde o começo da pandemia, foram 119 mortos por 1 milhão de habitantes, enquanto a França tem 508, a Itália 610, o Reino Unido, 663 e a Espanha, 732 mortos por 1 milhão de habitantes. Reino Unido, segundo país europeu mais populoso, com 66,7 milhões e habitantes, também não adota a vacinação obrigatória. “A ciência deixa claro que as vacinas salvam milhões de vidas e previnem inúmeros casos de doenças, mas operamos pelo sistema de consentimento informado”, afirmou o governo britânico.

(.....)

Já em Portugal, a atual legislação não permite vacinas obrigatórias. O princípio, previsto na Lei de Bases da Saúde e no Código Penal, é o do “consentimento informado”: cada cidadão tem a palavra final sobre o que entra no seu corpo. Em agosto, a Diretoria-Geral da Saúde portuguesa havia levantado a possibilidade de vacinação compulsória como uma exceção num momento de pandemia, mas, segundo advogados do país, isso requer autorização do Legislativo.

Segundo o Ministério da Saúde, a agência nacional de medicamentos deve definir quem receberá as primeiras doses, quando um imunizante estiver disponível. De acordo com a União Europeia, 12 dos 30 países do bloco e do Espaço Econômico Europeu exigem a vacinação de crianças contra algumas doenças, embora a lista varie.

Na Folha de S. Paulo leia MATÉRIA COMPLETA


terça-feira, 13 de outubro de 2020

Se elegerem Biden, os americanos serão governados por Xi Jinping - Sérgio Alves de Oliveira

Só um cego de inteligência não enxerga  que o Partido Comunista Chinês, do ditador Xi Jinping, assinou  um pacto  com a Nova Ordem Mundial - a  “cara”moderna   dos “iluminatti”, do Século 17- no sentido de  ambos dominarem o mundo, política, militar  e economicamente.

Segundo conclusões claras do 19º Congresso do Partido Comunista Chinês, realizado em Pequim, de 18 a 24 de outubro de 2017, oportunidade em que “homologaram” a ditadura de Xi Jinping, ”retroativamente”, desde 2013, através  do Documento denominado “Pensamento de Xi Jinping sobre o socialismo com características chinesas para uma Nova Era”, o  objetivo central  dos “chinas”(inciso  13) será “Promover a construção de uma sociedade de futuro compartilhado com toda a  humanidade” . E mais: (a China será) “uma nova opção para outros países e nações que queiram acelerar o seu desenvolvimento...”, e também que “a China entrou em uma Nova Era  em que deveria ocupar os holofotes do mundo”.

Nesse Congresso do PCCh, Xi  obteve tantos ou mais poderes que o próprio ditador  Mao Tsé-Tung, o grande líder da Revolução Chinesa ,fundador da República Popular da China, que governou   esse país de 1949 a 1976, responsável pelo chamado  “Holodomor”, versão chinesa, uma espécie de “holocausto”, na época chamado ”O Grande Salto Adiante”, que matou por fome e “canibalismo” cerca de  45 milhões de chineses, entre 1958 e 1962. Hoje esse projeto foi rebatizado para “A Grande Fome de Mao”.

Apesar do silêncio (comprado)  da grande mídia, o PCCh também foi responsável pelo “Massacre da Praça da Paz  Celestial”, quando  em 1989 milhares de chineses, a maioria jovens estudantes, foram brutalmente assassinados a  tiros e atropelados por tanques de guerra, pelo fato de reclamarem liberdade e condenarem a corrupção. No seu “Regime de Crédito Social”, que monitora todos os passos dos chineses, cada pessoa tem um “cadastro” próprio, onde são anotados “pontos” para  os atos de “dignidade” e “indignidade”, conforme o caso, com “premiações” ou “retaliações” e “castigos”. As principais “armas” utilizadas nesse  controle são o “reconhecimento facial eletrônico” e  as facilidades da tecnologia “5 G”, da HUAWEI, e da XIAOMI.

“BGY” seria a sigla da dominação mundial chinesa, ”B” significando “blue”(azul),controlando a internet;  “G” traduzido em  “gold” (ouro), objetivando comprar influência; e “Y”, ”yellow”  (amarelo),sedução de pessoas-chave com sexo. O tal “BGY” corresponderia a 5% do volume total do comércio entre os países envolvidos, a título de suborno. Nos  Estados Unidos (2018) teria sido de US$ 36,8 bilhões (5% de US$ 737 bilhões),e na Austrália de US$ 10 bilhões (5% de US$ 200 bilhões). O “BGY” subornaria autoridades e políticos, comprando  mídia. Seriam os casos da Globo  e da Bandeirantes, no Brasil, entregues aos  chineses?                                        

Mas não pouparam nem o Vaticano, que mediante acordo secreto  com o PCCh, em  2018,este passaria a nomear  os bispos chineses. O Vaticano teria permitido ao PCCh  que reescrevesse  a bíblia segundo princípios socialistas e silenciaria sobre as atrocidades chinesas contra o povo de Hong Kong. Como a NOVA ORDEM MUNDIAL entra nessa “história”? E a eventual eleição  presidencial de Joe Biden, do Partido Democrata (esquerdista) ,nos Estados Unidos?

Ora, a “NOM”, uma espécie de “sociedade secreta”,  evoluiu a partir da ORDEM DOS ILLUMINATI, fundada em 1779,  pelo bávaro Adam Weishaupt (1748-1830),um ex-padre jesuíta que defendia princípios socialistas, hostil às  religiões, inclusive ao cristianismo, e que abominava a monarquia e a Igreja, as quais considerava obstáculos ao livre pensamento, fiel leitor dos iluministas franceses. Defendia uma nova sociedade, a “Novos Ordo Seclorum”, que tinha por objetivo abandonar  a religião. Tanto quanto “Lúcifer”, dizia-se opositor a Deus e à tradição cristã. 

Considerava-se um “iluminado” (portador de luz). Era bem  relacionado com o  filósofo Goethe e com  Mayer Roothschild, o banqueiro fundador de um dos maiores impérios econômicos do mundo, e que teria patrocinado inicialmente os  “Illuminati”. Essa teria sido a primeira aproximação entre a  elite econômica e os ideais socialistas. Seus ideais, como abolição dos governos, do patriotismo, da vida familiar, da soberania nacional, da propriedade e das religiões, marcaram presença forte no “Manifesto Comunista”, de Marx, e inspirou tanto a  Revolução Bolchevique (1917),quanto antes  a Revolução Francesa ,e  depois o próprio “Nazismo”. Aí começa a Nova Ordem Mundial.

Dentre os  principais nomes da Nova Ordem Mundial estão  David Rockfeller e George Soros, cuja fundação  tem bancado  ONGs,”coletivos” (mania do PT), movimentos da nova esquerda (new left), feminismo, ideologia de gênero, gaysismo, abortismo, drogas, livre imigração, desarmamentismo e descriminalização da pedofilia, valores políticos esses  “coincidentemente” defendidos pela nova esquerda.

[um único comentário: EXCELENTE o trabalho do mestre Sérgio,  entendemos conveniente fazer uma ressalva apenas ao uso do termo Illuminati  - usado em várias sociedades, seja como denominação da sociedade, seja como 'grau', condição que permite vários objetivos.

Assim, uni-lo á NOM exige um estudo cuidadoso de quem é quem?

Com este comentário, alcançando, sem pretensões de limitar sua abrangência, apenas em um ponto da matéria, publicamos na íntegra, com base de ser o mesmo o exercício do autor de expressar sua opinião.] 

São por essas razões que a eventual vitória de Joe Biden para a Presidência dos Estados Unidos, em novembro próximo, concorrendo pelo Partido Democrata, significaria o  mesmo que a vitória da Nova Ordem Mundial e do Partido Comunista Chinês, nos Estados Unidos, podendo, se isso acontecer, os americanos  darem “Bye Bye” às   suas conquistas históricas  e  liberdades, para se submeterem à uma nova “ordem”, a de terem todos os seus passos  controlados e limitados por essa  “ordem” a serviço  do comunismo e da escravidão.  E como o comunismo jamais conseguiu desenvolver nenhum país por onde passou, e  que teve o infortúnio de cair nas suas “garras”, o  fato inédito da eventual  vitória de Biden  nos Estados Unidos estaria no  comunismo ganhar de “graça” o país mais rico e desenvolvido do mundo, podendo por isso “desmanchá-lo”  à vontade  mediante  políticas predatórias para que fique igual aos “outros”.

Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e sociólogo

 

domingo, 11 de outubro de 2020

Covid-19: Coronavírus pode 'sobreviver por 28 dias' em celular e dinheiro, diz estudo

 Pesquisadores descobriram que o SARS-Cov-2 sobrevive por mais tempo do que se pensava — mas apenas sob determinadas condições.

O vírus responsável pela covid-19 pode permanecer infeccioso em superfícies como notas de dinheiro, telas de celulares e aço inoxidável por até 28 dias, dizem pesquisadores. A descoberta da agência científica nacional da Austrália sugerem que o SARS-Cov-2 pode sobreviver em superfícies por muito mais tempo do que se pensava.

No entanto, alguns especialistas duvidam da real ameaça representada pela transmissão por superfíciesO vírus é mais comumente transmitido quando as pessoas tossem, espirram ou falam. Estudos anteriores feitos em laboratórios descobriram que o SARS-Cov-2 poderia sobreviver de dois a três dias em cédulas e vidro, e até seis dias em superfícies de plástico e aço inoxidável, embora os resultados variem.

A última pesquisa da agência australiana CSIRO revelou que o vírus era "extremamente robusto", sobrevivendo por 28 dias em superfícies lisas, como vidro usado para fabricar telas de telefones celulares, além de notas de papel e plástico, quando mantidos a 20° C — considerada temperatura ambiente. Em comparação, o vírus da gripe pode sobreviver nas mesmas circunstâncias por 17 diasOs experimentos foram realizados no escuro, já que a luz ultravioleta já demonstrou matar o vírus"Estabelecer por quanto tempo o vírus realmente permanece nas superfícies nos permite prever e mitigar sua disseminação com mais precisão, e fazer um trabalho melhor de proteger o nosso povo", disse o presidente-executivo da CSIRO, Larry Marshall.

No entanto, o professor Ron Eccles, ex-diretor do Common Cold Centre, da Cardiff University, criticou o estudo e disse que a sugestão de que o vírus poderia sobreviver por 28 dias estava causando um "medo desnecessário nas pessoas". "Os vírus se espalham nas superfícies a partir do muco de tosses, espirros e dedos sujos. E este estudo não usou muco humano fresco como veículo para espalhar o vírus", disse o professor Eccles. 

Terra Portal - Ciências


sexta-feira, 10 de julho de 2020

Covid-19 nas capitais e o caso de Belém do Pará, sumindo do ranking das campeãs - Cristina Graeml



Vozes - Gazeta do Povo

É tanta notícia de Covid e coronavírus, tantos números, gráficos que a gente se perde! Mas passados alguns meses de pandemia é possível analisar períodos e fazer comparações. Isso é muito importante para entender melhor o que está acontecendo na região onde moramos e avaliar se as medidas impostas para a população merecem apoio ou críticas e, em alguns casos, até cobrança para que sejam revistas. A equipe de Infografia da Gazeta do Povo fez um trabalho comparativo minucioso entre as capitais. É um ranking das 15 primeiras em número de novos casos diários do início de abril até 2 de julho, data em que o gráfico Covid-19 nas capitais brasileiras foi publicado. Analisando esse gráfico, chama muita atenção o caso de uma cidade específica: Belém.

A capital do Pará já esteve em colapso absoluto em maio, com hospitais lotados e tendo que mandar para casa doentes em estado moderado e grave, diminuindo as chances de sobrevivência e aumentando as de transmissão do vírus em ambiente doméstico. Mas Belém conseguiu reverter a curva de contágio e de mortes de forma rápida. Para se ter ideia do que ocorreu lá, no feriado de primeiro de maio, dia do Trabalho, a cidade contabilizava 156 vítimas fatais da doença. Dia 31 já eram 1320. Em 30 dias morreram 1164 pessoas. Fiz a conta aqui: foram 39 mortes por dia em Belém no mês de maio, quando a média antes era de 3,9 por dia. Ou seja, em maio, a morte arrebatou dez vezes mais pessoas na capital do Pará do que nos 40 dias anteriores, desde o registro do primeiro caso por lá. Dez vezes mais em um mês!


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Por isso, com o passar das semanas, o próprio Ministério da Saúde passou a fazer uma média diária que vale para cada semana, porque soma o número total de casos de uma semana e divide por sete dias. Assim, se uma cidade registrou 700 novos casos ao longo de uma semana a média é 100 casos por dia, ainda que naquela semana o número divulgado no sábado e no domingo tenha sido bem menor e talvez em um ou outro dia da semana, bem maior. Podia ficar descrevendo em palavras uma série de aspectos que me saltam aos olhos quando olho esse gráfico, mas prefiro que você mesmo clique no play do vídeo abaixo e veja para depois seguir lendo sobre o caso de Belém. Só preciso dar duas orientações.


Para facilitar a visualização as regiões são ilustradas em cores diferentes, capitais do Sudeste estão em laranja (então SP que está sempre em primeiro, porque é disparado a cidade mais populosa e isso reflete no maior número de casos é laranja, assim como Rio de Janeiro, que também figura entre as primeiras). O Nordeste, que também tem várias capitais figurando sempre no topo da lista, aparece em verde; o Norte está em roxo; o Centro Oeste, em azul e o Sul, em preto. A segunda dica é para esquecer os pontos em laranja e verde das capitais do Sudeste e Nordeste que ficam brigando pelas primeiras posições e direcionar o olhar para os pontos em roxo, das capitais do Norte do país, porque é em roxo que vai aparecer Belém. E quando Belém surgir olhe só para esse ponto.


Eu estou falando isso porque é a situação de Belém que eu quero destacar nessa análise. Depois de viver o inferno do colapso dos hospitais, Belém hoje está numa situação muito menos preocupante. A cidade, que chegou a registrar quase 900 novos casos em um único dia de maio, hoje tem média entre 130 e 230 novos casos diários. O número de internações e mortes cai a olhos vistos. Veja, então o gráfico, em que Belém só começa aparecer entre as 5 capitais com maior número de casos diários na metade de maio, atrás de São Paulo, Fortaleza, Manaus e Recife. No dia 18 começou a cair foi ultrapassada pelo Rio de Janeiro, depois Salvador. Teve alguns dias de oscilação pra cima e pra baixo no gráfico até o fim de maio.


Em junho começou a cair mais. Em dez dias já estava em 11° lugar, tinha sido ultrapassada por várias outras capitais do Norte e do Nordeste: Aracaju, Maceió, João Pessoa e Porto Velho. Além de estar atrás daquelas que já figuravam no topo do ranking: Manaus, Fortaleza, Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, primeira capital do Centro Oeste a figurar no topo do ranking. Natal, Macapá e Goiânia (mais uma do Centro Oeste) avançaram sobre Belém. Depois Boa Vista derrubou a capital paraense para a 15ª posição, até que ela sumiu do mapa no fim do mês de junho Belém. não constava mais entre as 15 capitais com maior disseminação da doença.


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Belém, assim como várias outras cidades do país, especialmente as menores, adotou o protocolo sugerido pelo Ministério da Saúde e começou a tratar os doentes nos primeiros sintomas com os polêmicos remédios já usados para outras doenças, mas que não teriam comprovação científica de eficácia no tratamento de Covid-19.Curitiba não adotou o protocolo. O Paraná, aliás, também não aderiu, ainda, ao tratamento precoce no serviço público de saúde, embora o secretário de Saúde admita que estuda a possibilidade. Fato é que Belém, que já esteve em colapso não só na saúde pública, mas até na rede particular, vem registrando cada vez menos casos novos e menos casos graves, aqueles que exigem internação. Por isso, menos mortes também.

O exemplo mais claro da mudança nas curvas de contágio, internações e mortes vem de uma rede particular de saúde: a Unimed de Belém. Segundo a diretora do plano de saúde, a médica infectologista Vânia Brilhante, os médicos associados vinham tratando só os casos moderados e graves, mas quando a situação na cidade ficou incontrolável, a operadora se viu obrigada a rever a estratégia. la própria diz ter buscaram a experiência de outra operadora, a Prevent Senior de São Paulo, que atende exclusivamente pacientes idosos (grupo de maior risco para Covid-19) e desde o início da pandemia tem ótimos resultados para cura e poucas internações. O caso da Prevent Senior já é conhecido. Seus médicos, junto com o presidente da República, foram os primeiros a falar em tratamento precoce de Covid com o antiviral hidroxicloroquina, já largamente usado para outras doenças, com raros efeitos colaterais.


A Unimed de Belém tem 310 mil associados e uma capacidade de atender bem 1500 por dia, no máximo 2000 em situações extremas. Pois a operadora viveu essa situação extrema por vários dias seguidos. ratou mais de 50 mil pessoas em questão de semanas. Isso significa que de cada 6 associados um teve Covid. Tudo ao mesmo tempo. Em entrevistas a Dra. Vânia Brilhante conta que os pacientes chegavam mortos ao hospital. Abriam a porta do carro e tiravam a pessoa já morta. Mesmo tendo um hospital exclusivo para os associados, o plano de saúde não tinha mais leito para receber tanta gente. Os médicos precisavam entubar pessoas no corredor do hospital. O relato é dramático, mas ela também traz muita esperança quando explica o que aconteceu depois que adotaram o tratamento dos casos leves. “Foi um divisor de águas pra nós. Tudo mudou. Em sete dias nossos pacientes pararam de procurar nossas unidades de urgência, em sete dias a nossa Policlínica conseguiu atender e fornecer medicamento pra todo mundo que procurava dos casos leves, em sete dias a gente saiu do nosso colapso”.Vânia Brilhante, diretora Unimed Belém em videoconferência


Sete dias! Uma semana apenas! Se você quiser ouvir a própria médica descrevendo o que foi feito para reverter o gravíssimo quadro da pandemia em tão pouco tempo acesse aqui. É um debate entre médicos de todo o Brasil com mediação do jornalista Alexandre Garcia. A fala da Dra. Vânia começa depois de uma hora de vídeo. Em resumo: depois de começar a fornecer o kit de remédios para pacientes com sinais leves de Covid-19 a Unimed-Belém praticamente zerou as internações, diminuiu consideravelmente a frequência de atendimentos nas unidades e, como tinha comprado uma quantidade enorme de remédios, mas os doentes foram escasseando, acabou doando medicação para mais de cem cidades do interior do Pará. que agora estão colhendo os mesmos resultados.


Os médicos lá entenderam que era uma situação de guerra e, estando no campo de batalha, decidiram que não havia como esperar publicações em revistas científicas indicando qual medicamento funciona melhor. Aplicaram o que, na prática, já deu resultado com milhares de pacientes na fase 1 da doença em vários lugares do mundo, da Austrália a Honduras. É claro que todos os pacientes passaram por consulta médica, foram informados da não comprovação científica da eficácia do remédio (exatamente como no caso do Tamiflu para H1N1 ou da próprio hidroxicloroquina para zica vírus, ambos usados sem estudos conclusivos em situação de epidemia). E só tomou os remédios quem quis.Além disso, médicos e enfermeiros, que estavam expostos demais porque atendiam doentes em fase de transmissão do vírus, foram medicados de forma preventiva. Os que aceitaram, claro (a maioria). Isso fez zerar o número de casos entre os médicos da operadora de saúde. E aí você deve estar se perguntando: o que aconteceu nos postos de saúde e hospitais públicos de Belém? Não tenho todos os dados, mas o estado do Pará e todas as prefeituras mudaram a recomendação e começaram a pedir para população não esperar em casa pelo agravamento dos sintomas.


A ordem lá passou a ser procurar médico diante de qualquer dor de garganta, tosse, febre, dor de cabeça, dores no corpo, cansaço, diarreia. perda de olfato ou paladar. Hoje, as curvas em Belém estão bem diferentes daquelas registradas na maior parte das capitais brasileiras. Como diz-se popularmente: só não vê quem não quer.


Cristina Graeml, colunista - Vozes - Gazeta do Povo


domingo, 28 de junho de 2020

O TikTok se intromete até na política e já ameaça rivais como o Instagram - VEJA - Tecnologia

Por André Lopes 

Criado para cativar crianças e jovens com vídeos de danças e palhaçadas, o aplicativo chinês cresce a passos largos

Até pouco tempo atrás, o aplicativo chinês TikTok poderia facilmente ser comparado a um adolescente petulante, cheio de planos para conquistar o planeta, mas que carregava nos ombros o peso do mundo e da inexperiência. Quando surgiu, há pouco mais de três anos, foi, de fato, notado como um jovem ousado e criativo, embora inofensivo. No início, era apenas isso: uma plataforma juvenil que permitia aos usuários exibir coreografias aleatórias. Mas o adolescente cresceu, ganhou músculos e adquiriu maturidade. No primeiro trimestre de 2020, era listado como o programinha mais baixado do planeta, com impressionantes 315 milhões de downloads. Neste exato momento, é a quarta rede social mais popular — tem 1,5 bilhão de usuários — e a primeira da China a desfrutar alcance global. Seus feitos são extraordinários. Os cinquenta principais criadores de conteúdo do TikTok contam com mais seguidores do que as populações de México, Canadá, Reino Unido e Austrália juntas.

A expansão do TikTok está associada a uma sutil mudança de trajetória. Durante um bom período, suas ferramentas virais poderosas davam espaço apenas a coreografias com o hit do momento ou dublagens de filmes e memes que fazem a cabeça da garotada. Mas, com o tempo, ele  provou ser mais do que apenas uma rede social para danças e palhaçadas. Agora também é possível acompanhar vídeos sobre saúde, mercado de ações, viagens e até política, sempre respeitando o limite de sessenta segundos de duração. “O TikTok vem redirecionando o seu público, que já não é formado só de crianças e adolescentes”, diz o influenciador digital Bruno Carvente. Em 20 de junho, o aplicativo deu uma demonstração definitiva de que transcendeu o universo pré-adolescente. Naquele dia, Donald Trump realizou, no BOK Center de Tulsa, seu primeiro evento da campanha para a reeleição. A equipe de Trump esperava a presença de 100 000 apoiadores, e ele próprio havia anunciado no Twitter que “quase 1 milhão de pessoas” tinham solicitado ingressos para o evento gratuito. O comício, porém, foi um fiasco de público. Uma multidão de usuários do TikTok divulgou vídeos que explicavam como reservar entradas para a ocasião, mas a ideia era não comparecer justamente para zombar do presidente. Deu certo. Como diz a turma jovem, foi uma espetacular “trolagem”. Não é de hoje que o aplicativo chinês incomoda americanos ilustres.

Há cerca de um ano, preocupado com o barulho que o TikTok fazia, o Facebook lançou uma cópia do recurso, mas que seria malsucedida — o que não deixa de ser curioso, dado o fato de que os chineses, e não os americanos, são famosos por imitar tudo o que faz sucesso no exterior. Chamada de Lasso, a nova e insossa rede social do Facebook se tornou um dos grandes equívocos da trajetória vitoriosa de Mark Zuckerberg. Irritado com o fracasso, ele partiu para o ataque. Em um discurso de quarenta minutos, disse que os produtos chineses representam uma grande ameaça ao mundo. “Enquanto nossos serviços, como o WhatsApp, são usados ​​por manifestantes e ativistas em todos os lugares devido a fortes proteções de criptografia e privacidade, no TikTok as menções a esses protestos são censuradas, mesmo nos Estados Unidos”, afirmou Zuckerberg. “Essa é a internet que queremos?”

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Mas o que explica, afinal, o sucesso estrondoso do TikTok? Em primeiro lugar, embora tenha alargado seu público nos últimos anos, ele virou a rede social preferida dos jovens — faixa etária que mais navega na internet. De acordo com os mais recentes dados disponíveis, dois terços de sua base global de usuários têm menos de 30 anos. Outra razão que justifica a fama recém-conquistada são os algoritmos extremamente precisos, mais até, segundo especialistas, do que a inteligência 
Arte/VEJA
artificial de redes como Facebook, Instagram e YouTube. Os algoritmos do TikTok são capazes de prever e veicular os vídeos com maior potencial para viralizar, o que é tudo de que uma rede social precisa. A partir daí, eles são bombardeados para a maior quantidade possível de usuários. Do ponto de vista empresarial, o TikTok é uma empresa em permanente evolução. 
Publicado em VEJA, edição nº 2693, de 1 de julho de 2020

sábado, 30 de maio de 2020

O dragão chinês mostra as garras – Editorial - O Estado de S. Paulo

Agressão do PC chinês a Hong Kong pede uma resposta enérgica da comunidade internacional 


Enquanto o resto do mundo combate a pandemia, a China realizou sua manobra mais truculenta contra a autonomia de Hong Kong e Taiwan. No dia 20, o Congresso do Povo anunciou planos navais de assalto a uma ilha controlada por Taiwan e aprovou uma moção para uma nova lei de segurança em Hong Kong que, na prática, desmantelará o modelo “um país, dois sistemas”.

Em 1997, quando o Reino Unido passou o controle de Hong Kong à China, um tratado forjado nas Nações Unidas garantiu as liberdades políticas e o estilo de vida da população até 2047. O artigo 23 da “lei básica” de Hong Kong efetivamente previu que o seu Parlamento elaboraria uma legislação proibindo atos de “traição, secessão, sedição ou subversão” contra o governo chinês. Em 2003, as tentativas das autoridades pró-comunistas de impor uma legislação draconiana levaram 500 mil cidadãos de Hong Kong às ruas, no maior protesto em décadas. A ideia foi abandonada, mas desde que Xi Jinping assumiu o comando da China em 2013, ele tem reafirmado a hegemonia do Partido Comunista (PC), reprimindo qualquer tentativa de dissidência na sociedade chinesa, e, agora, o Partido está flexionando seus músculos além das fronteiras.

No ano passado, milhões em Hong Kong protestaram contra um decreto de extradição que iria borrar a linha que separa os dois sistemas. Nas eleições distritais de novembro, a maioria votou a favor dos que apoiaram os protestos. Agora, prevendo a eleição de uma nova maioria democrática para o Conselho Legislativo em setembro, o Congresso chinês, usurpando as prerrogativas do Parlamento de Hong Kong, anunciou uma nova legislação que garantirá ao Ministério de Segurança chinês reprimir direitos de reunião e expressão com a mesma brutalidade com que opera no território chinês. Como disse o Secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, isso equivale a uma “sentença de morte” à autonomia de Hong Kong. Mal saídos da quarentena, milhares de cidadãos de Hong Kong foram às ruas, e as apreensões dos investidores sobre o futuro financeiro de Hong Kong levaram à pior queda em seu mercado de capitais em cinco anos.

Não se trata de uma manobra isolada. Desde abril, a China já abalroou um navio vietnamita em águas sob disputa no Mar do Sul chinês e estabeleceu duas unidades administrativas em ilhas reclamadas pelo Vietnã. Além disso, realizou manobras navais ostensivas próximas a uma sonda petrolífera no litoral da Malásia e reagiu com ameaças à possibilidade de Taiwan ser incluída na Assembleia-Geral da OMS, declarando que a reunificação é “inevitável”. Além da Ásia, o Partido está investindo pesadamente em campanhas de propaganda e desinformação para desmoralizar a resposta dos países ocidentais à pandemia e consolidar uma narrativa triunfalista da atuação chinesa, enquanto seus diplomatas ameaçam retaliar qualquer proposta de investigar a origem do vírus. A Austrália já sofreu sanções comerciais.

Essas agressões pedem uma resposta enérgica da comunidade global, em especial do Reino Unido – que costurou o tratado de autonomia de Hong Kong –, dos EUA e dos investidores internacionais. No ano passado, uma comissão bipartidária do Congresso norte-americano propôs uma legislação para implementar sanções oficiais a qualquer tentativa de impor uma lei de segurança sobre Hong Kong. Os avanços de Pequim devem esquentar a guerra fria que vem sendo buscada com empenho tanto por Xi Jinping como por Donald Trump para agradar às hostes nacionalistas de seus respectivos países.



 O fato é que o mundo precisa se adaptar a esta ameaça crescente. Como disse o cientista político Nick Timothy em artigo no Telegraph, as manobras de Pequim “mostram que a China não é apenas mais um parceiro comercial, um país que se abrirá e se tornará mais liberal quanto mais se expuser aos costumes ocidentais”. Conforme advertiu Chris Patten, o último governante britânico de Hong Kong, “podemos confiar no povo da China, como os valentes médicos que tentaram soar o alarme sobre a camuflagem dos primeiros estágios da pandemia. Mas não podemos confiar no regime de Xi Jinping”.

Editorial -  O Estado de S. Paulo