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terça-feira, 27 de julho de 2021

COMO SÃO ANTIGAS CERTAS NOVIDADES! - Percival Puggina

Volta e meia, minha mulher arruma tempo para abrir velhas pastas com papéis amarelados. Cada um à sua vez, eles foram úteis, ou importantes, e ganharam lugar em alguma pasta de cartolina, daquelas fechadas com elástico esticado sobre os cantos. Garanto-lhes que resistem ao passar dos anos. Nessas ocasiões, voltam ao manuseio, entre sorrisos e lágrimas, soluços e gargalhadas, bilhetes e desenhos dos filhos, mensagens trocadas, cartões guardados de presentes que o tempo levou, artigos anteriores à minha amizade com os computadores. Tudo carinhosamente preservado por ela.

Outro dia, numa dessas pastas havia anotações de comentários que eu fazia diariamente para a Rádio Guaíba de Porto Alegre, no início dos anos 90. O mais visível era do dia 23 de novembro de 1991 e eu abordava a chacina do soldado Valdeci de Abreu Lopes, degolado com golpe de foice na esquina mais central de Porto Alegre em 8 de agosto de 1990. Os autores nunca foram identificados, tendo havido seis condenações de coautores. À época, para criar uma “narrativa”, foi constituída na Assembleia Legislativa uma Comissão Especial para investigar a violência no campo e essa comissão fora ao Presídio Central visitar os presos.

No comentário, eu perguntava o que uma comissão instalada sobre violência no campo buscava em visita a presos por um homicídio praticado no centro da capital gaúcha... (a ironia sempre foi minha parceira). O achado me levou a outro. Certamente eu havia escrito algo a respeito daquele triste episódio, cujos primeiros movimentos, ocorridos na Praça da Matriz, assisti in loco, desde uma janela no prédio da Assembleia Legislativa do Estado.

Não encontrei o que queria, mas achei algo bem posterior, escrito 23 anos atrás para um semanário católico da época:

Ainda hoje, a defesa dos Direitos Humanos, na maior parte de suas manifestações visíveis, está longe de ter a abrangência que a condição humana (imagem e semelhança de Deus) reclama. Em nome de direitos naturais, dos quais todos somos igualmente detentores desde a concepção, se defende e se estimula aborto e controle de natalidade.  
Os mesmos grupos que, em nome dos Direitos Humanos, exigem sanções ao general Pinochet recebem Fidel Castro com urras e vivas (e vice-versa). 
Nenhum segmento que se preocupe com exigir do Estado um bom atendimento aos presos volta os olhos para os problemas enfrentados pelas vítimas dos crimes que esses mesmos presos praticaram. E assim por diante.

Por fim, nesse texto, de 14 de dezembro de 1998, afirmei:

“Em outras palavras, a maior parte das manifestações em defesa dos Direitos Humanos surge contaminada por um escrutínio racista, ou político, ou ideológico, ou sexual, ou cultural.”

Como é antigo esse divisionismo que hoje alguns parecem tardiamente descobrir e cuidam de atribuir ao presidente da República!

Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 

segunda-feira, 22 de março de 2021

Totalitários sempre tentam destruir núcleo familiar - Gazeta do Povo - VOZES

Rodrigo Constantino 

O núcleo familiar é a essência da sociedade, o pilar da civilização. É na família que somos educados, civilizados, conhecemos o amor, o respeito, os limites. Daí a crueldade ímpar e indizível de quando os próprios pais são os algozes dos filhos, ou quando estes se tornam inimigos ou até assassinos dos próprios criadores. Felizmente, situações bem raras, e que geram profunda revolta na sociedade.

Proteger as crianças é uma obrigação do estado. Mas isso quer dizer garantir o básico, impedir abusos que atinjam a dignidade humana. Não é o estado ser o educador das crianças no lugar dos pais. Porém, esse é exatamente o anseio de todo totalitário: substituir o papel dos pais, usar o estado para controlar cada indivíduo. E, para tanto, é necessário justamente enfraquecer o elo familiar.
 
Não por caso todo regime coletivista comunista tentou fazer isso. Até as refeições deveriam ser comunitárias, para acabar com o convívio da família nesse momento crucial de conversas. Marx e Engels chegaram a pregar abertamente contra as famílias, que enxergavam como autoritárias e como obstáculo ao comunismo. A Escola de Frankfurt foi pelo mesmo caminho depois. A esquerda totalitária odeia o conceito de família tradicional, "burguesa".
 
É da família que saem os valores da liberdade individual, e daí se constrói o tecido social. Para se viver numa sociedade de confiança, torna-se essencial ter famílias saudáveis em vez de disfuncionais. Quem quer substituir a família pelo estado precisa, portanto, enfraquecer os laços de família, e com isso produzir desconfiança geral, esgarçando esse tecido social até o caos total, para que o estado absolutista possa entrar em cena.
 
Nada disso é tese conspiratória, mas sim projetos bem declarados de revolucionários, e experimentos que produziram terror e caos no passado. Para jogar uns contra os outros na sociedade, o ponto de largada será a família. Não foi por outro motivo que o genocida Mao Tse-Tung usou crianças em sua "revolução cultural", formando um exército de pirralhos dispostos a matar os membros de suas próprias famílias por serem "contrarrevolucionários".
 
Em Cuba, Fidel Castro incentivou que filhos denunciassem seus pais também, e vizinhos que "entregassem" vizinhos "perigosos" poderiam receber recompensas. Foi o mesmo no nacional-socialismo e todo modelo totalitário. O tirano instiga cada um a se tornar um X9, um caguete, pois não há polícia secreta capaz de dar conta do recado completo. Na Alemanha comunista, parcela significativa da população trabalhava para a Stasi.
 
O totalitarismo não pode abrir mão dos "traíras" que, com pouco apreço pela liberdade, ou por excesso de medo, comportem-se como agentes do estado opressor. O ressentimento seria outro componente: o invejoso que sempre detestou o vizinho ou mesmo o irmão enxerga na ideologia um instrumento para se vingar, para punir o desafeto.
 
Eis o pano de fundo para chegarmos ao cerne da questão aqui: essa pandemia está servindo para que mentes totalitárias saiam do armário e avancem contra o núcleo familiar. 
Um vídeo produzido pelo governo estadual de São Paulo mostra uma jovem num bar com alguns amigos infectando depois seu pai de covid, o que o leva para a UTI. Campanha de persuasão dos perigos de contágio tudo bem, mas isso já é terrorismo psicológico tentando incutir culpa nos filhos, gerando intrigas familiares. 
 
Um jornal carioca foi pelo mesmo caminho com essa reportagem:
Além do pânico, querem meter culpa nos jovens e só vão relaxar um pouco quando irmão denunciar irmão, filho entregar pai e vice-versa. Já estamos num ambiente em que vizinhos se consideram "cruzados pela vida" ao denunciar um churrasco na casa do outro vizinho, o que é assustador. Agora estão tentando ir mais longe, e colocar membros da mesma família em confronto.
 
A pandemia é grave, ceifa vidas, espalha o medo. Mas seu custo não pode ser medido somente numa contagem mórbida de cadáveres
Nossas liberdades mais básicas estão ameaçadas. Nosso valores mais caros estão em risco. 
Não resta dúvida de que os totalitários viram na crise da pandemia uma oportunidade para instaurar regimes controladores e opressores. 
E eles sempre começam com a destruição das famílias.
 
Rodrigo Constantino, jornalista  -   Gazeta do Povo - VOZES
 

segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

Gente de memória curta - Percival Puggina

Ainda se contavam os votos em vários estados norte-americanos e a mídia militante brasileira já criticava o presidente Bolsonaro por não haver, ainda, felicitado Joe Biden pela vitória. Aquilo seria um terrível erro tático da diplomacia nacional, que iria custar caríssimo ao Brasil! 


Cada vez que Bolsonaro cumpre o ritual de abertura na Assembleia Geral da ONU, a mídia militante o critica por expressar uma mensagem de soberania do próprio país acossado por governos de esquerda e por interesses dos agricultores europeus. 
Quando eleva o tom com o presidente francês que sugere internacionalizar a Amazônia, a mídia militante o critica.

Até parece que nos governos Lula e Dilma, a diplomacia brasileira comandada, na real, pelo falecido Marco Aurélio “Top Top” Garcia, andou nos esmerados padrões do Barão do Rio Branco...

Esqueceram que, durante aquele longo período, o Brasil associou-se aos mais desprezíveis e deploráveis ditadores, buscados a dedo no mapa das nações. O tráfego entre Havana e Brasília, de tão intenso, quase exigia uma ponte aérea. Sempre havia um negociante oferecendo dinheiro do BNDES. Sempre havia algum líder esquerdista deixando uma lágrima de emoção nos ombros já arqueados de Fidel Castro. Na volta ao Brasil, qualquer pergunta sobre presos políticos, acionava um discurso decorado sobre Guantánamo e “bloqueio” americano. E ficava por isso mesmo. Presos de direita não são humanos nem tem direitos. 

Essa afinidade entre nossos governantes de então e os líderes cubanos era carnal, como unha e dedo. Quando se separam, dói. Noutra perspectiva, parecia, também, algo estreitamente familiar. Fraternal na afinidade dos iguais e crescentemente filial, como quem busca a bênção do veterano e sábio pai pelo apoio político, moral e financeiro à velhice dos rabugentos ditadores. E lá se foi dinheiro nosso para consertar o estrago que a ditadura já leva mais de sessenta anos produzindo.

Um pouco diferente, mas ainda assim consistente e comprometida, solidária e ativa, a relação dos nossos ex-presidentes com o delirante Hugo Chávez e seu fruto Maduro. Ali também se estendeu a mão solidária do governo petista. Podia faltar dinheiro para as penúrias humanas do nosso semiárido, para os portos e aeroportos nacionais, mas que não faltassem recursos para grandes obras em Cuba, Venezuela, Equador, Peru, Angola, Moçambique, e sabe-se lá onde mais. Foram longos anos bíblicos de perdão de dívidas! Onde houvesse um tiranete africano ou ibero-americano, lá ia o Brasil rasgar seus títulos de crédito.

Haveria muito, mas muito mais, do mesmo. Isso, porém, me basta. Percebam os leitores que em todos os casos, a reverência, o apreço, a dedicação fluíam para as pessoas concretas dos líderes políticos, membros do clube, e não para os respectivos povos. 
Não eram os cubanos, mas os Castro. 
Não eram os venezuelanos, mas os bolivarianos Chávez e Maduro. Não eram os paraguaios, mas bispo fajuto D. Lugo. 
Não eram os bolivianos ou os nicaraguenses, mas Evo e Ortega. Não eram os povos africanos, mas seus ditadores. 
Havia algo muito errado em nossa política externa. Tão errado que me levou um dia a proclamar: “Isso não é o Brasil, senhores, isso é Lula, Dilma e seus companheiros!”.
 
Não bastassem tantos casos concretos, tratados pela mídia militante com cortesia e tolerância, caberia uma indagação final. Seria você capaz de identificar uma nação ou um estadista realmente democrático, uma democracia estável e respeitável, que colhesse daqueles nossos ex- governantes uma consideração semelhante à que foi concedida nos vários exemplos que acabo de citar? 
Pois é, não tem. A mídia militante abordou esse assunto? Também não. Mas a diplomacia de hoje é dita radical e prejudicial ao Brasil.

Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras e Cidadão de Porto Alegre, é arquiteto, empresário, escritor e titular do site Conservadores e Liberais (Puggina.org); colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil pelos maus brasileiros. Membro da ADCE. Integrante do grupo Pensar+.


domingo, 26 de janeiro de 2020

Três patriotas tratados como bandidos - Félix Maier

Para sorte de todo o povo chileno, o general Augusto Pinochet salvou o país de iminente assalto comunista, orquestrado diretamente por Fidel Castro junto a Salvador Allende. Hoje, os chilenos só falam sobre as mais de 3.000 mortes ocorridas durante o governo Pinochet, esquecendo que poderiam estar subjugados ao comunismo como ocorre hoje na Venezuela, depois de um genocídio sem par nas Américas.

O mesmo ocorreu com a Espanha, salva pelo general Francisco Franco, em guerra contra os comunistas, apoiados por brigadistas de todo o mundo, inclusive do Brasil, como Apolônio de Carvalho, metido também na sangrenta Intentona Comunista de 1935. Hoje, Franco está sendo esquecido, seu nome é retirado de logradouros públicos, até seus restos mortais foram tirados de um memorial dos caídos. Puro revanchismo comunista, querendo reescrever a História à sua imagem calhorda.

No Brasil, Médici foi fundamental para destruir o terrorismo de esquerda. Por isso, a esquerda revanchista não cansa em retirar seu nome de avenidas e praças. Antigos terroristas, quais virginais vestais (grávidas), fizeram vencer a narrativa da tortura e dos assassinatos, e de perseguição política, para receber polpuda indenização de FHC, Lula e Dilma. Como aidéticos e cancerosos, nem imposto de renda esses vagabundos pagam sobre os ganhos mensais - a tal Bolsa Terrorista que já consumiu bilhões de reais.

Não deveria causar surpresa a ninguém ao ver como a mídia mundial, sequestrada e adestrada pela esquerda, demoniza esses três patriotas.
 
Tem explicações sobre a alta da carne, Jorge Jesus, Jorge Serrão, Flamengo (sua vitória é a principal responsável pela inflação da carne) e a tão falada Democracia - o melhor dos regimes, na falta de um melhor
 
Artigo no Alerta Total

Félix Maier é Capitão reformado do EB

segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Por que é importante relembrar a memória do Coronel Ustra? Vinicius Mariano

Diversas vezes nos deparamos com pessoas de direita, na maioria das vezes veteranos do Regime Militar, como o próprio Presidente Jair Bolsonaro, fazendo alusão a Carlos Alberto Brilhante Ustra, um dos personagens que teve participação direta no período 1964 – 1985. As alusões, que são positivas, relembram a memória do coronel que lutou contra militantes comunistas e escreveu um livro chamado “A Verdade Sufocada: a história que esquerda não quer que o Brasil Conheça", em que Ustra desmascara esquerdistas que diziam lutar por democracia e prova que eles queriam mesmo era socialismo, que necessariamente traria uma ditadura muito mais sanguinária do que a que ocorreu em 1964. Se a esquerda tivesse conseguido, certamente não teríamos tido anos de chumbo, mas sim rios de sangue, tal como ocorreu em Cuba, Camboja, China, União Soviética e outros países que seguiram o socialismo.
 Cel Ustra na "Comissão da Verdade"
Por outro lado, há sempre pessoas de esquerda, que flertam com ditadores como Fidel Castro e Che Guevara, um racista e homofóbico que é idolatrado pela esquerda que diz lutar por essas minorias, que entram em cólera quando ouvem um “Ustra Vive”. Maioria dessas pessoas não têm ideia de quem foi Ustra e que sequer há provas que ele torturou alguém e este é um dos motivos os quais se deve celebrar sempre a memória do Coronel 

Para começo de conversa, o mito do Ustra torturador começa com uma jornalista, que o aborda e começa a chamá-lo assim. Essa história gerou um processo, muito após o fim do Regime Militar, sem a menor chance de comprovar a veracidade, em que um advogado entra com uma ação de indenização contra o Coronel Ustra por danos morais, na esfera civil, em nome de algumas pessoas que diziam ter sido torturadas pelo militar. No processo civil, a produção de provas é diferente do processo penal, em que a produção tem que ser direta devido a gravidade da situação envolvendo crime. No processo civil, há a possibilidade de produção indireta de provas, pois há a responsabilidade objetiva, em que é possível pressupor um fato. 

Neste processo civil em que o coronel Ustra fora condenado (e que o deu o rótulo de torturador), o juiz pergunta às testemunhas se elas foram presas, elas dizem que sim, até aí, ok. Porém, ao perguntar às testemunhas se Ustra estava no quartel quando foram presas e torturadas, a resposta de todas é “não sei” ou “ouvi dizer que estava”, ou seja, ninguém viu Ustra no local, mas, mesmo assim, ele levou o rótulo de torturador. Com isso, o Coronel póstumo foi condenado sem ter nenhuma prova que de fato torturou alguém e quem fala isso basicamente são as próprias testemunhas. O argumento do juiz que o condenou foi: “independentemente de ele ter torturado ou não, como ele era chefe do quartel, ele possui responsabilidade objetiva em relação aos atos dos funcionários, por isso irei condená-lo”.


Então, basicamente, a importância de lembrar a memória de Ustra é: primeiro, que ele não foi um torturador, o que resgata a história original e diminui o poder de engenharia social da esquerda, que usa de falsificação do passado para manipular mentes e como quem controla o passado acaba tendo poder para controlar o presente, faz necessário espalhar essa verdade para que esquerdistas, que mentem como psicopatas, não cheguem ao poder com discurso vitimista. E segundo que Ustra participou de uma operação contra revolucionária e que tinha por fim a manutenção da democracia, logo, se a esquerda não tivesse vindo com ideias autoritárias e socialistas, Ustra sequer teria tido participação significativa ou teria comandado algum centro de repressão durante o Regime Militar, que nem teria sido necessário.

Relembrar a memória do Coronel é lembrar que um dia a esquerda, que diz defender a democracia, tentou, de forma violenta, implementar uma ditadura socialista no país, mas foi impedida por homens de coragem e bravura, que impediram que o Brasil se tornasse uma Cuba ou uma Venezuela e, por isso, pagaram preços altíssimos, como ter acusações falsas imputadas a sua pessoa, de condutas que nunca praticou, como o caso do coronel Ustra, acusado falsamente de ser torturador.


Observação da  Editoria do site:  
O Coronel não foi condenado. Os processos nunca transitaram em julgado. As testemunhas eram todas militantes que diziam o que queriam . Jamais foram exigidas provas.
Vejam o caso de Maria Amélia Teles , seu marido e seus filhos Janaína e Edson Luis que iniciaram os processos  contra o coronel Ustra no site www.averdadesufocada.com
Em PESQUISAR   escreva Maria Amélia Teles e encontrará 13 matérias sobre o assunto, finalizando com a decisão do juiz Gustavo Santini Teodoro, não aceitando o pedido de Maria Amélia Teles sobre a presença das crianças para verem os pais serem torturados.  Abaixo  o link dessa matéria:
https://www.averdadesufocada.com/index.php?option=com_content&view=article&id=16437:a-vinganca-dos-derrotados-3&catid=50&Itemid=98.

Durante a campanha para eleições de 2018 Maria Amélia Teles declarou novas torturas que jamais foram mencionadas por ela. Qual o intuito? Prejudicar o candidato Jair Bolsonaro que  declarara O Cel Ustra como Herói que lutara para impedir que o comunismo tomasse o poder nas décadas de 70 a 80.
Leia também no livro A Verdade Sufocada  -  A Vingança dos derrotados. 


Transcrito do Site: A Verdade Sufocada  - 12 janeiro 2020

quarta-feira, 27 de março de 2019

O pesadelo do sono de Bolsonaro

Presidente que dorme mal acorda irritado, Bill Clinton tomou jeito, mas a soneca de Churchill era sagrada


Foi o presidente Jair Bolsonaro quem contou. Durante uma de suas internações os médicos conferiram a qualidade do seu sono e registraram 89 breves alterações por hora. Nas suas palavras: "Um recorde. Os médicos disseram: 'Como é que você consegue raciocinar?'".  Sono é assunto sério. Donald Trump diz que dorme de quatro a cinco horas por dia num quarto onde tem três televisões. Talvez isso explique muita coisa. Os primeiros meses da Presidência de Bill Clinton foram uma calamidade. Irritava-se, não conseguia prestar atenção nos outros. Era a noite maldormida. O primeiro-ministro britânico Winston Churchill regulava com o horário de Trump, mas sua soneca da tarde era sagrada.
Em dezembro do ano passado Bolsonaro sentiu-se mal porque se confundiu com os medicamentos e teve uma sonolência. Dormindo pouco, ou mal, ele compromete seu desempenho nas horas em que fica acordado, sobretudo se tiver um celular à mão. Nesse caso, o disparador de mensagens produz no meio político o efeito letal do revólver que mantém ao alcance mesmo quando está na cama.  Desde que entrou no Planalto, Bolsonaro descumpre uma das normas que regem o funcionamento do prédio. Ele se destina a diminuir o tamanho dos problemas. Alguns presidentes, como Fernando Henrique Cardoso e Lula, foram amortecedores de encrencas e crises. Nos seus 16 anos de poder a crise entrava no palácio e saía menor. Outros, como Dilma Rousseff e João Figueiredo, foram propagadores de dificuldades. Ambos perderam o controle de seus governos.

À primeira vista, Bolsonaro continua em campanha. Isso explica que vá a Washington condenar o "antigo comunismo" e que tenha obrigado o presidente chileno, Sebastián Piñera, a considerar "infelizes" algumas de suas opiniões. Campanha é assim mesmo, quanto mais tensão se puser na mesa, melhor, sobretudo numa disputa como a eleição brasileira do ano passado.  Governo é outra coisa e Bolsonaro sabe que a campanha terminou, mas procura afirmar-se produzindo tensões. À falta do "antigo comunismo", não tendo Lênin nem Fidel Castro para desafiar, encrencou com Rodrigo Maia. Ganha um fim de semana em Cuba quem souber por que ele se desentendeu com o presidente da Câmara. [comentário 1: a encrenca começou quando o Rodrigo Maia resolveu tomar a frente da oposição ao governo Bolsonaro, mas por trás do palco - fingindo ser pró quando é contra;

o primeiro aborrecimento surgiu quando Maia criou uma Comissão para estudar o pacote de Moro - atraso de 90 dias, prorrogável, com risco de refletir também no andamento da reforma da Previdência - e Bolsonaro percebeu que ele fingia empurrar quando na realidade puxava para trás.


O mais grave é que a oposição sistemática ao nosso presidente Bolsonaro - por grande parte do Congresso (notadamente a Câmara, vide votação relâmpago de ontem à noite), grande parte da imprensa, parte do Senado e os adeptos do 'quanto pior, melhor' - faz lembrar Collor.

Que também tentou governar sem o Congresso e confrontando a 'velha política', fizeram uma oposição danada e conseguiram razões para seu impeachment;
Bolsonaro é um pouco mais complicado de derrubar, o governo pode até ainda estar travado, mas não conseguiram e não  vão conseguir motivos para seu 'impeachment'.

Com Collor foram bem sucedidos, conseguiram arrumar pretextos para acusá-lo de corrupção, crime de improbidade, sobras de campanha e com isso foi acusado de 'crime de responsabilidade' etc - pretextos, visto que Collor foi absolvido pelo Supremo das acusações - com Bolsonaro a coisa é mais dificil, até agora não conseguiram acusá-lo, apesar de algumas tentativas fracassadas, de nenhum ato de improbidade, roubalheira, etc.

Tentaram atingi-lo,  via seus filhos - o caso Queiroz é o mais evidente - mas, nada conseguiram. Seus filhos podem até atrapalhar o governo mais que ajudar, são aloprados, mas nada desonesto foi provado contra eles.

E, caso algo fosse encontrado algo contra os filhos do presidente, o CPF de cada um deles é diferente do CIC presidencial.]

Há duas semanas anunciou-se que o presidente da República teria um almoço com os presidentes dos dois outros poderes para um encontro harmonizador. Não era bem assim. O que poderia ter sido uma conversa de três pessoas virou um churrasco ao qual compareceram 15 ministros. Uma assembleia geral, enfim. Maia não reclamou, mas registrou. Fabricar tensões é mau negócio para governante. Como ensinou Tancredo Neves, presidente tem que dar as cartas, não pode ficar o tempo todo embaralhando-as.

Nos últimos meses Jair Bolsonaro teve uma vida dura, com um atentado, três cirurgias e longas internações. Em poucos meses passou pela tensão da montagem do governo e, desde janeiro, chefia uma equipe que pretende mudar a estrutura e os métodos da administração. Em alguns setores, como nos ministérios da Agricultura e da Infraestrutura, a coisa está funcionando. Em outros, como na Educação, o clima é de gafieira. [comentário 2: a Educação tem conserto, basta demitir o atual ministro, nomear um outro - pessoas competentes e BRASILEIROS não estão faltando e começar a trabalhar.

Bolsonaro teve umas quatro ou cinco ideias ruins, desde que foi eleito, uma das piores foi nomear o Velez.]
Quando os médicos de Bolsonaro surpreenderam-se com a má qualidade do seu sono, eles sabiam do que estavam falando. Uma das consequências mais mencionadas desse distúrbio é a irritabilidade. Pode parecer bobagem, mas David Gergen, conselheiro de Bill Clinton, contou que as coisas melhoraram quando o presidente passou a dormir direito.


Elio Gaspari, jornalista - O Globo


segunda-feira, 4 de março de 2019

Viva Marighella! Viva a morte!

Em seu manual, ele faz questão de explicar didaticamente como deve ser cometido um assassinato

Desde os anos 1980 consolidou-se como verdade absoluta que a luta armada conduziu o Brasil à redemocratização. Isto é reproduzido nos livros didáticos e repetido ad nauseam no debate político. Questionar esta versão falaciosa da História é tarefa fundamental no processo de construção da democracia no nosso país. E, em momento algum, deve representar qualquer tipo de elogio à bárbara repressão efetuada pelo regime militar, especialmente nos anos 1968-1976. Ou seja, o terrorista e o torturador são faces da mesma moeda. Com o agravante, no caso do torturador, de que sua ação foi realizada sob cobertura estatal.

Num país sem tradição democrática, os cultores do extremismo ganharam espaço — inclusive na reconstrução do passado. Hoje, torturadores são elogiados em pleno Congresso Nacional, como vimos na sessão da Câmara dos Deputados que autorizou o encaminhamento para o Senado do pedido de impeachment de Dilma Rousseff; assim como, no dia a dia, terroristas são homenageados nas denominações dos logradouros e edifícios públicos.  Carlos Marighella é um caso exemplar. Militante comunista desde a juventude, stalinista, acabou rompendo com o Partidão após os acontecimentos de 1964. Fundou a Ação Libertadora Nacional (ALN), um grupo terrorista, fortemente influenciado pelas teorias revolucionárias de Fidel Castro e, especialmente, Che Guevara. Foi a Cuba e estabeleceu uma aliança com a ditadura castrista. A ALN se notabilizou pelos impiedosos ataques terroristas e pelo assassinato até de militantes que desejavam abandonar a organização, como no caso do jovem Márcio Leite de Toledo.

Mesmo assim, na canhestra metamorfose tupiniquim, virou um lutador da liberdade. Agora também no cinema. O ator Wagner Moura está produzindo um filmeclaro que com o apoio da Lei Rouanet — para glorificar, ainda mais, Marighella, apesar de a Constituição definir no artigo 5º, inciso XLIII, o terrorismo como crime inafiançável e insuscetível de graça ou anistia. Ou seja, o Estado brasileiro, através do Ministério da Cultura, está rasgando a Constituição ao conceder seu apoio financeiro a uma película que afronta um princípio tão caro da Carta Magna.

Carlos Marighella é autor do Manual do Guerrilheiro Urbano. O documento não pode ser considerado uma ode ao humanismo, muito pelo contrário. Logo no início, afirma que o terrorista “somente poderá sobreviver se está disposto a matar os policiais.” E que deve se dedicar “ao extermínio físico dos agentes da repressão.” O herói de Wagner Moura exemplifica várias vezes como matar policiais: “a grande desvantagem do policial montado é que se apresenta ao guerrilheiro urbano como dois alvos excelentes: o cavalo e o cavaleiro.” E continua, páginas depois: “as greves e as breves interrupções de trânsito podem oferecer uma excelente oportunidade para a preparação de emboscadas ou armadilhas cujo fim é o de destruição física da cruel e sanguinária polícia.” Marighella faz questão de explicar didaticamente como deve ser cometido um assassinato: “a execução pode ser realizada por um franco-atirador, paciente, sozinho e desconhecido, e operando absolutamente secreto e a sangue-frio.”

O fundador da ALN não tem pejo em se proclamar um terrorista: “o terrorismo é uma ação usualmente envolvendo a colocação de uma bomba ou uma bomba de fogo de grande poder destrutivo, o qual é capaz de influir perdas irreparáveis ao inimigo.” O democrata Marighella, ídolo de Wagner Moura, quer ficar distante dos defensores da “luta sem violência.” Diz ele — delirando — que não passam de manobras pedir “eleições, ‘redemocratização (as aspas são do terrorista), reformas constitucionais e outras bobagens desenhadas para confundir as massas e fazê-las parar a rebelião revolucionária nas cidades e nas áreas rurais do país.” E, raivoso, conclui: “Atacando de coração essa falsa eleição e a chamada ‘solução política’ (aspas dele) tão apeladora aos oportunistas, o guerrilheiro urbano tem que se fazer mais agressivo e violento, girando em torno da sabotagem, do terrorismo, das expropriações, dos assaltos, dos sequestros, das execuções.”

O terrorista é infatigável na defesa da violação dos direitos humanos. Indica como tarefa fundamental os sequestros. Diz Marighella: “sequestrar é capturar e assegurar em um lugar secreto um agente policial, um espião norte-americano, uma personalidade política ou um notório e perigoso inimigo do movimento revolucionário.” Em todo manual não há, em momento algum, qualquer valorização de algum ideário democrático. Nada disso. A morte — e não o voto — é a companheira fiel do terrorista. Cabe a ele, matar, matar, matar.

O filme poderá captar R$ 10 milhões (!!) do Estado burguês, não é, Wagner Moura? Afinal, o Erário serve para isso. Até para subsidiar uma película reacionária, antidemocrática e stalinista. Que falsifica a história sem nenhum pudor. Chega até a transformar um pardo em um negro, pois, de acordo com as notícias, o terrorista será interpretado pelo cantor Seu Jorge. Inacreditável.

A resistência democrática não fez parte do programa de nenhum grupo terrorista. Todos, sem exceção, defendiam religiosamente que o Brasil deveria caminhar para uma ditadura do proletariado. A divergência é se o nosso país seria uma Cuba, União Soviética ou uma China. A triste ironia é que os perdedores acabaram vencendo no discurso histórico. Aqueles que desqualificavam a democracia e agiam tão ditatorialmente como o regime militar, que diziam combater, foram alçados a má
rtires da liberdade.


 

domingo, 20 de maio de 2018

#ValeAPenaLerDeNovo: O guerreiro do povo brasileiro era só um caçador de pixuleco

Como pôde durar tanto a vigarice protagonizada por um compulsivo colecionador de fiascos?

Condenado a 30 anos e nove meses de cadeia por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, entre outros crimes, José Dirceu estava em liberdade desde maio de 2017, graças a uma decisão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal. Nesta quinta, depois de esgotado todos os recursos do petista contra a sentença do TRF-4, a juíza federal Gabriela Hardt determinou que Dirceu voltasse à penitenciária. O ex-presidente do PT se entregou à Polícia Federal na tarde desta sexta.

Em agosto de 2015, poucos meses depois de ser preso na Operação Pixuleco, a coluna publicou uma biografia em miniatura do antigo homem-forte de Lula. Confira.

Publicado em agosto de 2015
PRESO NA OPERAÇÃO PIXULECOinforma a mais recente anotação no prontuário de José Dirceu de Oliveira e Silva, mineiro de Passa Quatro, 69 anos, advogado com especialização em corrupção ativa e formação de quadrilha. A palavra que batizou a 17ª etapa da Lava Jato, usada pelo gatuno João Vaccari Neto como sinônimo de propina, é vulgar na forma, abjeta no conteúdo e rima com José Dirceu. Pixuleco é um nome perfeito para a operação que consumou a morte política do general sem soldados ─ e implodiu uma farsa que durou quase meio século.

Como pôde durar tanto a vigarice protagonizada por um compulsivo colecionador de fiascos? Já em 1968, quando entrou em cena fantasiado de líder estudantil, nosso Guevara de galinheiro namorou uma jovem chamada Heloísa Helena sem saber que convivia dia e noite com “Maçã Dourada”, espiã a serviço da ditadura militar. Se quisesse prendê-lo, a polícia nem precisaria arrombar a porta do apartamento onde o casal dormia: a namorada faria questão de abri-la. No mesmo ano, a usina de ideias de jerico resolveu que o congresso clandestino da UNE marcado para outubro, com mais de mil participantes, seria realizado em Ibiúna, com menos de 10.000 moradores.

Os nativos ficaram intrigados com aquele cortejo de jovens barbudos e vestindo ponchos cucarachas que não parava de passar pela rua principal. Era muita gente, souberam centenas de congressistas que, por falta de teto para todos, atravessaram a primeira noite tentando dormir debaixo de chuva. Era gente demais, desconfiou na manhã seguinte o dono da padaria surpreendido pela encomenda superlativa: mais de 1.000 pães por dia.

Muito mais que os 300 que costumava vender, desconfiou. No interior, gente desconfiada chama o delegado. Como todos os policiais brasileiros, o doutor sabia que a estudantada comuna andava preparando uma reunião em algum lugar de São Paulo. Ligou para os chefes na capital, que avisaram a PM, que prendeu a turma toda. Dirceu continua a afirmar que não conseguiu vencer o aparato repressivo da ditadura. Engano. Foi derrotado pelo padeiro. Ficou preso alguns meses não porque tinha ideias subversivas, mas porque tivera uma ideia de anta. Teria dezenas ao longo da vida. Exilado na França, por exemplo, achou que Cuba era melhor.

Matriculou-se num cursinho intensivo para guerrilheiros, aprendeu a fazer barulho com fuzis de segunda mão e balas de festim, diplomou-se com o codinome de Daniel e considerou-se pronto para voltar ao Brasil e derrubar o governo a bala. Ficou muito emocionado ao despedir-se de Fidel Castro. O comandante, segundo Dirceu, sempre o tratou “como um filho”.

Dez metros depois de cruzar a fronteira, percebeu que a coisa andava feia, mudou de nome outra vez, esqueceu a luta no campo e resolveu ir à luta em Cruzeiro do Oeste, interior do Paraná. O forasteiro Carlos Henrique Gouveia de Mello, comerciante de gado, logo se engraçou com a dona da melhor butique do lugar, trocou a guerra de guerrilhas pela guerra conjugal e esperou a anistia para sair da clandestinidade. Só em 1979 Carlos Henrique, conhecido no bar da esquina como “Pedro Caroço”, contou à mãe do filho de cinco anos que se chamava José Dirceu de Oliveira, era revolucionário e voltaria ao combate na cidade grande.

Presidente do PT, escolheu Delúbio Soares para cuidar da tesouraria. Chefe da Casa Civil, escolheu o amigo Waldomiro Diniz, com quem dividira um apartamento em Brasília, para cuidar dos pedintes do Congresso. Waldomiro foi delinquir em outra freguesia depois do vidro que o mostrou pedindo “Um por cento pra mim” a um bicheiro. Dirceu escorregou para a planície arrastado pelo escândalo do mensalão. Prometeu correr o país para mobilizar a companheirada em defesa do governo ameaçado pela elite golpista. Foi corrido do Congresso depois da inútil tentativa de mobilizar parlamentares em número suficiente para livrá-lo do castigo. Conseguiu ter o mandato cassado por uma Câmara de Deputados que não pune sequer representantes do PCC.

Sem gabinete no Planalto ou no Congresso, sem rendimentos regulares e sem profissão definida, escapou do rebaixamento à classe média ao descobrir o mundo maravilhoso dos consultores de araque. Com a cumplicidade dos afilhados que espalhara pela administração federal, Dirceu não demorou a tornar-se um próspero facilitador de negociatas engendradas por capitalistas selvagens. Em 2012, o julgamento do mensalão ressuscitou o perseguido político: de novo, jurou que incendiaria o país se o Supremo Tribunal Federal fizesse o que deveria fazer. Condenado por corrupção ativa e formação de quadrilha, entrou no presídio com um sorriso confiante e o punho erguido.

O Dirceu que voltou à cadeia a bordo das bandalheiras do Petrolão é uma versão avelhantada do sessentão que deixou a Papuda para cumprir em casa o restante da pena. Desfrutou por poucos meses do poder que perseguiu desde o berçário. Desfrutou por poucos anos da fortuna que passou a perseguir depois do regresso à planície. O casarão em Vinhedo é uma das muitas evidências tangíveis de que José Dirceu é hoje um milionário. Para quê? Para nada. De que vale a posse de mansões para alguém forçado a dormir no xilindró?

Tropas comandadas por um guerrilheiro de festim só conseguem matar de riso. O guerreiro do povo brasileiro era apenas um caçador de pixuleco.

Blog do Augusto Nunes - Veja
 

 


terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Nossa esquerda

Teoricamente, um agrupamento político com a fúria exibida nos palanques pelo PT, deveria produzir, se não uma revolução, pelo menos uns revolucionários 


Quanto mais agressiva se mostra, ou finge se mostrar, mais a esquerda brasileira aparece à luz do sol como ela realmente é. Já faz muito tempo que se transformou numa espécie de Federação Nacional das Ideias Mortas. Agora, com as desventuras do ex-presidente Lula e as incertezas quanto ao seu futuro próximo, está se tornando apenas absurda. Seus líderes gritam em público que não existe uma democracia no Brasil no momento, mas escondem-se no Senado Federal e na Câmara dos Deputados para desfrutar das “imunidades parlamentares” que os protegem do Código Penal. Falam em exterminar os adversários, mas na vida real ficam do lado do senador Aécio Neves para impedir que ele seja processado por extorsão; em troca, recebem o apoio de sua turma. 

Dizem que a Justiça brasileira vendeu-se para permitir a fabricação de provas falsas contra Lula ─ mas continuam entupindo os tribunais com recursos, ameaças e advogados caros. Convocam a população para ir às “ruas” e ali mesmo derrubar o regime. Não reconhecem mais “as instituições”. Propõem que o povo brasileiro, em pessoa, assuma o governo daqui para frente. Nada disso, naturalmente, faz o menor nexo. O resultado prático é que acabam provando, a cada dia mais, que viraram uma contrafação ─ são dinheiro falso, pura e simplesmente, embora não exista nada de simples, e muito menos de puro, em qualquer coisa que façam.

De onde está vindo essa gente que se vê por aí no papel de “homem de esquerda”? Teoricamente, um agrupamento político com a fúria exibida hoje nos palanques pelo PT e seus satélites, deveria produzir, se não uma revolução, pelo menos uns revolucionários ─ ou, vá lá, uma imitação decente do guerreiro-fantasia das lutas populares, capaz de ter ficha na polícia secreta e assustar um pouco a burguesia. Mas os revolucionários que estão saindo atualmente do forno da esquerda brasileira são uma lástima. Vivem de verbas do governo e de instituições internacionais de caridade política. Traficam com cestas básicas, casas populares construídas com dinheiro do erário e financiamentos do Banco do Brasil. Têm direitos e garantias legais ─ que dizem não existir no país, mas usam em seu favor todos os dias. Precisam de ônibus fretados, lanche e pagamento de diária para juntar gente na rua. Atacam propriedades indefesas. Querem criar no Brasil a “Ditadura dos Oprimidos”, como diz o professor Luiz Felipe Pondé, mas estão toda hora correndo para o colo do Ministério Público, atrás de algum tipo de proteção legal.

O grande problema da esquerda brasileira, no fundo, é que seus guerrilheiros têm medo de bala de borracha. O que poderia representar melhor que isso a situação a que chegaram ─ ou o déficit de fibra, têmpera e coragem militar demonstrado por seus movimentos? Um revolucionário com um mínimo de respeito por si próprio não pode exigir, principalmente do governo que pretende “derrubar”, o direito de ser tratado com gentileza pela polícia. Não pode pedir que a autoridade pública elimine qualquer risco de dor física para ele quando vai invadir terrenos, quebrar vidraças ou bloquear a livre passagem dos cidadãos por estradas ou avenidas. 

O que diria de uma coisa dessas um Lênin, ou mesmo um mero Fidel Castro? Iam para a luta cientes de que o inimigo estava armado, e que faria uso de toda a munição que tivesse; jamais lhes passou pela cabeça requerer ao governo a proibição do uso de algum tipo de bala. Aqui é uma tristeza. Se a esquerda tem medo da bala de borracha, o que dizer, então, da bala de chumbo? Assim não há revolução que aguente.

A força da esquerda nacional, hoje em dia, é unicamente a que lhe é dada pela covardia das autoridades, que morrem de medo dela e de sua presença na mídia. Suas lideranças e “militantes” não existem porque têm por trás de si o apoio das massas populares”, como dizem. Só existem porque têm, na prática, a permissão do governo para agredirem o direito de ir e vir, cultivarem a baderna como método natural de ação política e destruírem propriedade privada ─ inclusive centros de pesquisa, quando não gostam do objeto das pesquisas. A autoridade, em vez de aplicar a lei, se intimida com as ameaças e concorda em “dialogar”. Na verdade, está protegendo a liberdade de praticar delitos. Nega ao cidadão comum, que tem os seus direitos legais desrespeitados pelos “movimentos sociais”, a proteção permanente que fornece à “militância” da esquerda. É isso. Nossos esquerdistas, no fim das contas, fazem parte do Brasil que dá errado. São o dínamo do atraso. Não vão sair daí nunca.

Publicado na edição impressa de VEJA - J R Guzzo - 

 

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Réquiem para um impostor

Seja qual for o resultado do julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre, o Brasil jamais será o mesmo.  O condenado a nove anos e meio pelo juiz Sergio Moro mobilizou todo um séquito de fiéis vassalos, dispostos, com o aval da alma mais honesta deste país, ao enfrentamento e desafio às leis que o julgarão.

Parlamentares não se ruborizam ao incitar os seguidores da seita à coação e mesmo à violência física contra os que apenas exercem um dever avalizado em nossa Constituição. Lula paira acima do mais comum dos mortais; determina, como um déspota que sempre foi, que a lei deve curvar-se a ele, e não o contrário.  A irracionalidade faz tábula rasa de incontáveis depoimentos de antigos comparsas, que pedem provas, como se o "simples fato" de Lula e Marisa terem declarado, durante seis anos, ao Imposto de Renda o tríplex de Guarujá não passasse de uma articulada conspiração da "direita fascista".

Do macacão matreiramente maquiado de graxa ao alfaiate de grife Ricardo Almeida, o humilde operário, antes sofrido morador de uma residência de 40 m2, como relata o jurista Hélio Bicudo, um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores, deu o chamado salto de qualidade —e ponha qualidade. Com inegável carisma, Lula soube catalisar como ninguém a carência histórica de nosso povo por um "pai dos pobres". Diante da ausência de consciência politica da maioria da população, ele a tornou refém do mais deslavado assistencialismo, contando com o apoio de intelectuais saudosos de uma falida ideologia "de esquerda" e de aplicados setores da igreja partidários da enigmática Teologia da Libertação.

Lamentavelmente, Lula poderia ter sido o maior líder popular, não só da história do país, mas de toda a América Latina, se não tivesse pretendido impor à nação um projeto indefinido de poder, utilizando para essa finalidade o aparelhamento partidário-ideológico da sociedade, esgarçando, estrategicamente, os limites que caracterizam uma democracia. Evidentemente, Lula não inventou a corrupção, mas aperfeiçoou-a a níveis inimagináveis, usando-a como adestramento e cooptação de não tão renitentes adversários em praticamente todas as áreas de poder do país.  Mas, como imaginam as bem intencionadas Pollyanas de plantão, o comunismo não acabou com a queda do Muro de Berlim, apenas mudou o idioma e corte de cabelo e veio lançar seu alto poder de sedução à América Latina.

Para esse intento, Lula, com a cumplicidade de Fidel Castro (1926-2016) e de Hugo Chávez (1954-2013), criou o Foro de São Paulo em 1990, com o objetivo de debater a nova conjuntura pós-queda do Muro de Berlim. "Debater", leia-se, a articulação para dominar primeiro o maior e mais influente país da região, e a posterior subjugação de toda a América Latina. Não era mais a tomada do poder pela luta armada; ressuscitaram Antonio Gramsci (1891-1937), uma pitada de fabianismo, a solerte infiltração nas universidades, com a escola com partido, e a consequente doutrinação do marxismo cultural, idiotizando e alienando setores expressivos de nossa juventude.

Mas os míopes seguidores de Lula esbravejam que Brahma —um de seus codinomes revelados nas incontáveis delações premiadas— realizou, como nunca dantes na história deste país, a inclusão social!  Como assim? Deixando um deficit de 13 milhões de desempregados, mais de 60 milhões de inadimplentes, milhares de postos de trabalho fechados, brutal aumento das dívidas interna e externa. Fatos! Mas sem "consistência" para seus hipnotizados aduladores!

Enfim, não é apenas Lula que estará sendo julgado, mas todo o seu "legado" que se tornará de difícil recuperação; não só a quebradeira econômica de seus governos e da "administração" de sua dileta afilhada, a inesquecível Dilma Rousseff, mas o resgate ético e moral de uma nação apática e humilhada.

Carlos Vereza, ator, Folha de S. Paulo 

sábado, 2 de dezembro de 2017

Judith Butler em recuo estratégico


I. RECUO ESTRATÉGICO
Professora do departamento de retórica e literatura comparada da Universidade da Califórnia, em Berkeley, e diretora do Consórcio Internacional de Teoria Crítica, não é de se admirar que Judith Butler remodele seu discurso para torná-lo mais palatável ao ouvido sensível dos brasileiros, sobretudo após a onda de protestos causados por sua última vinda ao Brasil.  Um passo em frente, dois pra trás”. Este é o título do livro que Vladimir Lênin publicou em 1904, e que, de certo modo, marcou sempre o modus procedendi de toda a esquerda quando pretende avançar por cima dos obstáculos.


Quando Fidel Castro assumiu o poder em Cuba em nome da democracia e contra a ditadura batistiana, em seguida, implantou a sua ditadura. Hugo Chávez fez a mesma coisa, apresentou um discurso democrático para, na sequência, impor seu totalitarismo.
Até mesmo o ex-presidente Lula fez isso. Quando tentava se eleger, nos anos 90, era rechaçado pela população. Então, com o auxílio do marqueteiro Duda Mendonça, repaginou-se, dando à luz o “Lulinha paz e amor”, que o elevou à presidência da república em 2002.  Agora, Butler segue a mesma estratégia. Reapresenta a sua teoria em recortes mais essencialistas e até moralistas, para fazê-la avançar.

II. A TEORIA DE GÊNERO BUTLERIANA
Apesar de aliviar as tintas em seu texto, qualquer pessoa que tenha tido um contato com a teoria de gênero sabe que esta transcende em muito o objetivo de atender os indivíduos que não correspondem às expectativas relativas ao seu gênero (segundo o artigo de Butler, “ao gênero atribuído no nascimento”).


Como ela mesma afirma, “meu trabalho consiste em delinear a última etapa da batalha filosófica contra a vida do impulso, o esforço filosófico de domesticar o desejo como uma instância de lugar metafísico, a luta por aceitar o desejo como princípio de deslocamento metafísico e dissonância psíquica e o esforço orientado por deslocar o desejo com o fim de derrotar a metafísica da identidade” (Subjects of desire, p. 15).

Obviamente, para ela, como o desejo não se realiza de acordo com um sujeito que lhe dê suporte, o “eu” seria apenas um discurso. Não haveria um ser por detrás da performance de gênero. Seriam estas performances, estas ações, que constituiriam a ficção do sujeito, pois esta ficção seria requerida pelo discurso que nós herdamos da metafísica da substância, discurso que, segundo ela, precisamos superar (Problemas de gênero, p. 56).

Masculinidade e feminilidade, portanto, para ela, são ações desligadas da biologia. Ela afirma, inclusive, que “a ‘presença’ das assim chamadas convenções heterossexuais nos contextos homossexuais, bem como a proliferação de discursos especificamente gays da diferença sexual, como no caso de buth (a lésbica masculinizada) e femme (a lésbica feminilizada) como identidades históricas de estilo sexual, não pode ser explicada como representação quimérica de identidades originalmente heterossexuais. E tampouco elas podem ser compreendidas como a insistência perniciosa de construtos heterossexistas na sexualidade e na identidade gays. A repetição de construtos heterossexuais nas culturas sexuais gay e hétero bem pode representar o lugar inevitável de desnaturalização das categorias de gênero” (Problemas de gênero, p. 66).

Ademais, em diálogo com Witting, ela afirma que “a tarefa das mulheres é assumir a posição do sujeito falante autorizado e derrubar tanto a categoria de sexo como o sistema da heterossexualidade compulsória que está em sua origem. Para ela, a linguagem é o conjunto de atos, repetidos ao longo do tempo, que produzem efeitos de realidade que acabam sendo percebidos como ‘fatos’. Considerada coletivamente, a prática repetida de nomear a diferença sexual criou essa aparência de divisão natural. A ‘nomeação’ do sexo é um ato de dominação e coerção, um ato performativo, institucionalizado que cria e legisla a realidade social pela exigência de uma construção discursiva/perceptiva dos corpos, segundo os princípios da diferença sexual” (Problemas de gênero, p. 200).

Diante disso, soa completamente retórica e maquiada a seguinte pergunta de Butler em seu artigo da Folha: “O livro (Problemas de gênero) negou a existência de uma diferença natural entre os sexos? De maneira alguma, embora destaque a existência de paradigmas científicos divergentes para determinar as diferenças entre os sexos e observe que alguns corpos possuem atributos mistos que dificultam sua classificação”.
Então, Butler admite que existe a possibilidade de uma classificação objetiva, baseada na diferença biológica dos corpos? Obviamente, trata-se, aqui, de uma ginástica retórica para desorientar os menos informados em sua teoria.

III. IDEOLOGIA? SIM.
Segundo Butler, “em geral, uma ideologia é entendida como um ponto de vista que é tanto ilusório quanto dogmático, algo que ‘tomou conta’ do pensamento das pessoas de uma maneira acrítica. Meu ponto de vista, entretanto, é crítico, pois questiona o tipo de premissa que as pessoas adotam como certas em seu cotidiano” (artigo para a Folha).


O conceito de gênero é crítico apenas no sentido da “teoria crítica”, quer dizer, enquanto instrumento para criticar a realidade inteira, como ela mesma reconhece neste seu texto.
Contudo, como de praxe na teoria crítica, deve-se criticar tudo, menos a metodologia crítica ou seus instrumentos metodológicos críticos como, no caso, o conceito de gênero. Ela mesma afirma que “se a noção estável de gênero dá mostras de não mais servir como premissa básica da política feminista, talvez um novo tipo de política feminista seja agora desejável para contestar as próprias reificações do gênero e da identidade – isto é, uma política feminista que tome a construção variável da identidade como um PRÉ-REQUISITO METODOLÓGICO E NORMATIVO, senão como um OBJETIVO POLÍTICO” (Problemas de gênero, p. 25).

Em outras palavras, a noção de gênero como identidade variável deve ser uma PREMISSA, aliás, a qual ela não procura demonstrar, antes, apenas apresenta de modo dogmático. A práxis da militância de gênero, ademais, sempre foi a de fazer com que a teoria de gênero “tomasse de conta” da sociedade inteira sem que ninguém se desse conta disso, portanto, de modo acrítico.

Aliás, por que fazem tanta questão de ensinar gênero para as criancinhas? Será que não é justamente porque as mesmas não têm suficientemente desenvolvida a sua capacidade crítica? Portanto, segundo as próprias determinações de Butler, a sua teoria de gênero cabe muito bem nos limites daquilo que ela entende por uma ideologia.
Não, quem criou a ideologia de gênero não foi Joseph Ratzinger nem muito menos Jorge Scala. O “pai” da “criança” é a Judith Butler, mesmo!

IV. ESSENCIALISMO E A FALÁCIA DA ARQUEOLOGIA FOUCAULTIANA
Segundo Butler, “a noção de paródia de gênero aqui definida não presume a existência de um original que essas identidades parodísticas imitem (ela está falando da própria identidade de gênero…) Esse deslocamento perpétuo constitui uma fluidez de identidades que sugere uma abertura à ressignificação e à recontextualização; a proliferação parodística priva a cultura hegemônica e seus críticos da reinvindicação de identidades de gênero naturalizadas ou essencializadas” (Problemas de gênero, p. 238).


 MATÉRIA COMPLETA em MSM - Mídia Sem Mascara

 Por Pe. José Eduardo de Oliveira e Silva.

“Escrevi essas notas por ocasião da leitura do artigo de Judith Butler na Folha de São Paulo em 20 de novembro de 2017, numa breve meditação filosófica. O texto é maior que as postagens habituais, mas penso que valha a pena sua leitura atenta e reflexão”.


Publicado originalmente em www.semprefamilia.com.br.


quinta-feira, 24 de agosto de 2017

A relação entre Olavo de Carvalho e Jair Bolsonaro

Hoje tentarei explicar a relação pública entre Olavo de Carvalho e Jair Bolsonaro, com dados disponíveis que foram coletados na internet e outros que eu guardo na minha memória. A análise do ‘Fenômeno Bolsonaro’ como ‘efeito colateral’ do trabalho do professor Olavo fica para a próxima, porque é mais complexo.

Acredito que a maioria aqui sabe da relação pública entre o professor Olavo de Carvalho e a família Bolsonaro — com o Jair Messias Bolsonaro, principalmente. É coisa de anos:
– No dia 12 de julho de 2012, Flávio Bolsonaro foi à Virgínia-EUA entregar ao Olavo a medalha Tiradentes;
– No dia 13 de fevereiro de 2014, eu ajudei a organizar um hangout que foi um crossover daqueles: Flávio, Carlos e Jair Bolsonaro juntos com Olavo de Carvalho, conversando ao vivo no YouTube sobre a situação política e sobre manifestações no Brasil;
– No dia 2 de abril de 2015, Jair Bolsonaro e Olavo estavam em um hangout falando sobre comunismo;
– No dia 26 de julho de 2015, Eduardo, Flávio e Jair Bolsonaro estavam juntos com Olavo outra vez em um hangout sobre as manifestações;
– No dia 25 de maio de 2015, Eduardo Bolsonaro citou o Olavo em plenário da câmara como fonte de estudos sobre comunismo;
– No dia 14 de janeiro de 2017, Eduardo Bolsonaro estava nos EUA e aproveitou para visitar Olavo em sua casa;
– Em artigo do dia 10 de junho de 2017, na Folha de São Paulo, Jair Bolsonaro admitiu que Olavo é uma das influências que faz a sua cabeça.

Qualquer outro tipo de interação pública entre a família Bolsonaro e Olavo de Carvalho se deu de forma indireta, por meio de citações e reproduções de conteúdos uns dos outros em sites, blogs e redes sociais. Olavo também defendeu Bolsonaro em praticamente todas as polêmicas em que o deputado se envolveu, dedicando postagens no Facebook e artigos em colunas de jornais quando notou que Jair Bolsonaro estava sendo injustiçado. Olavo comprou briga com várias pessoas, algumas até consideradas amigas pelo professor — o que gerou comentários em vários portais de notícias.

Olavo demoliu os argumentos de Leandro Narloch, Reinaldo Azevedo, Marco Antonio Villa, Rodrigo Constantino, Leandro Karnal, entre outros, sobre questões como a imigração, o episódio Maria do Rosário, o caso Brilhante Ustra, e, recentemente, sem citar nomes, Olavo destruiu muitos dos ataques dos liberais que querem inviabilizar no berço a candidatura do Bolsonaro.

Olavo de Carvalho já declarou que, até o presente momento, seu voto em 2018 é do Jair Messias Bolsonaro, e que está disponível para conversar — se os Bolsonaros assim quiserem. Olavo nunca negou atenção a quem o procurasse com humildade para conversar, aprender, receber orientações e tirar dúvidas. Se tiver sorte, você pode até mesmo dar uns tiros com os rifles do professor na floresta atrás da casa dele. Quem viu o Filme ‘O Jardim das Aflições’ teve um breve vislumbre de como seria. E Bolsonaro sempre tratou Olavo com o devido respeito, reconhecendo a grandeza do professor.

Exclusivamente sobre a questão de sua pré-campanha às eleições de 2018, Bolsonaro ainda não foi procurar oficialmente e publicamente o professor Olavo para receber qualquer tipo de orientação. Quem é aluno do COF sabe que, se tivesse sendo orientado pessoalmente desde já pelo Olavo, Bolsonaro já teria triplicado seu número de eleitores declarados e não teria cometido alguns erros que vem cometendo recentemente. Olavo já teria feito com que Bolsonaro se desvencilhasse de maneira efetiva dos ataques que eu descrevi em meu artigo “Metem Medo”, que foi parar no Mídia sem Máscara. O episódio da ovada foi emblemático para atestar que Bolsonaro precisa mudar urgentemente sua postura diante de alguns fatos.

Segundo Jefrey Nyquist, nenhum americano tem o real conhecimento da situação geo-política como tem o professor Olavo de Carvalho. Habilidade sui generis que classificaria o professor até mesmo como apto a orientar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no combate aos globalistas. Olavo já vem dando conselhos de forma gratuita em seu perfil do Facebook, e a insistência de Trump em ignorar as orientações que chegam de todos os lados sobre limpar a casa antes de arrumar os móveis culminou nos recentes protestos entre grupos raciais nos EUA.

Olavo de Carvalho, escondido no interior da Virgínia, no meio da floresta, é como o mestre daquelas histórias presentes em filmes e romances da literatura, que narram a jornada de homens que precisam percorrer longas distâncias e escalar montanhas para se consultar com os sábios. A diferença é que hoje as coisas são mais fáceis, pois temos telefone, internet e aviões que encurtam qualquer distância, ainda mais para um deputado com um ótimo salário e verbas de gabinete disponíveis — como é o caso do Bolsonaro.
Entre Bolsonaro e Olavo conseguimos enxergar que existe estima e respeito mútuos. São dois grandes homens. Cada um deles é o melhor de sua respectiva área.

Olavo não precisa ficar implorando atenção de qualquer pessoa que seja para que escutem o que ele diz. Olavo é um filósofo e um intelectual. Ele simplesmente fala o que quer falar, o que tem para falar, e na hora que quiser falar. Não cobrem do Olavo que ele procure Bolsonaro. Vocês podem e devem cobrar é do Bolsonaro que ele se oriente com o Olavo, se querem que Jair melhore sua postura. É isso que eu venho tentando fazer aqui, como eleitor e cidadão brasileiro.

Não pensem que Olavo de Carvalho tem pretensão de ser para Jair Messias Bolsonaro uma espécie do que foi Saul Alinsky para Barack Obama, ou que Olavo vai ficar o dia inteiro no ouvido do Bolsonaro ditando como ele deve proceder. O professor já disse que não quer ser comparado àquilo que Harry Redner chamou de ‘mestre maligno’, que são pessoas que se acham os guias e profetas da humanidade. Olavo explica isso na aula 150 do COF.

Olavo já cansou de dizer que não quer cargos no governo, não quer ser ministro, que ele não tem plano de governo, que não tem um projeto de sociedade, que não tem script de um mundo melhor. Eu expliquei no post com a foto do Eric Voegelin que isso é ter fé metastática e querer Imanentizar o eschaton. A única coisa que Olavo disse que vai pedir ao Bolsonaro, caso ele seja eleito, é um item muito simples, que beneficiaria muito mais o povo brasileiro do que o próprio Olavo: que Bolsonaro libere os direitos de publicação das obras do Mário Ferreira dos Santos.

Se você acha que Olavo tem algum interesse escuso, como ganhar dinheiro ou algum cargo, você não o conhece, e pode ser que esteja projetando nele os seus próprios desejos. Não comparem também alguns eventuais CONSELHOS que Olavo pode vir a dar ao Bolsonaro com o caso do Lula recebendo ORDENS de Fidel Castro, do Dirceu, do Genoíno ou algum outro agente do serviço secreto cubano, porque seria uma ofensa ao Olavo e ao Bolsonaro — e das graves.

Alguém aí pode estar pensando no papel de “consigliere”, que ficou famoso no filme “O Poderoso Chefão”. Mas a comparação só tem em comum poucas características, como o fato do consiglieri ser um amigo confiável, desprovido de ambição e que distribui seus conselhos de forma desinteressada. Em todo o resto, Olavo em nada se compara com um membro da Máfia. Já que, na máfia, o consigliere é o terceiro na hierarquia, representa oficialmente o chefe e o subchefe em reuniões, além de ser um criminoso também, é óbvio.

Quem enxerga Olavo como uma pessoa em qualquer lugar que não seja o topo da pirâmide sofre de falta de Senso de Hierarquia, que é a capacidade de saber classificar, organizar e separar as pessoas (e a si mesmo) de acordo com seus respectivos papéis e posições nos arranjos da sociedades e organizações.

Quem faz confusões sobre os papéis de Olavo e Bolsonaro no quadro geral também precisar ler a ‘República’, de Platão, se inscrever no COF e conhecer a Teoria das Castas do professor Olavo de Carvalho, que em nada tem a ver com a visão marxista de classes sociais.  Olavo resume sua teoria da seguinte forma: “Em toda sociedade existem quatro castas, das quais a primeira se incumbe do guiamento espiritual, moral e intelectual, a segunda do poder político e militar, a terceira da organização da atividade econômica, (e) a quarta dos trabalhos auxiliares e braçais”.
Se querem entender melhor essa tese, se inscrevam no Seminário de Filosofia.
Cabe a nós, no papel de eleitores e cidadãos, fazermos a nossa parte.

Pedro Henrique Medeiros é aluno de Olavo de Carvalho no Seminário de Filosofia.