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quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

O “CAMPO DE CONCENTRAÇÃO” DO GOVERNO LULA - Sérgio Alves de Oliveira

Muita mais estarrecedor e chocante que as imagens da depredação dos prédios dos Três Poderes em Brasilia, que se restringiram basicamente a danos materiais de objetos e instalações dentro dos prédios, ocorridos no dia 8 de janeiro, que a “velha mídia” se encarregou de logo espalhar pelo mundo e fazer um “estardalhaço”  que, aliás, no frigir dos ovos, lhe foi muito conveniente, mas que sem dúvida alguma foi obra de gente infiltrada e devidamente “preparada” na multidão de pacatos manifestantes,que estiveram na frente do QG do Exército,em Brasilia, durante 70 dias, sem arrancar um só fio de grama, foi a lamentável cena de ver centenas e centenas de pessoas sentadas no chão do Ginásio da Policia Federal da capital Federal. O “quadro” resultante poderia “ornamentar” uma das infrações mais graves aos direitos humanos na história da humanidade, talvez só superado pela multidão de judeus empurrados pelos soldados alemães para dentro dos campos de concentração nazistas.

E nem é preciso ter formação especializada,ou ser da policia, para de pronto se perceber que essas pessoas presas em Brasilia nem teriam capacidade,idade, treinamento, ou aptidões físicas para causar os estragos que ocorreram, próprios de um pós-guerra, quase de ruinas generalizadas, apesar das estruturas dos prédios não terem sido abaladas,o que só teria sido possível mediante uso de bombas ou canhões. Mas os verdadeiros manifestantes, não os “infiltrados”, não portavam consigo nem mesmo “estilingues” feitos de forquilha de galhos de árvore,ao contrário dos bandidos que andam soltos nas ruas das cidades com armas de fogo, acintosamente, sem serem perturbados pela polícia,e sem que mereçam qualquer “atenção” das autoridades maiores.

A imagem dessas pessoas presas no Ginásio da PF, sentadas no chão,como se “bichos”fossem, sem lugar para dormir,se assemelha muito aos “guetos”, ou aos “campos de concentração nazistas”,de tristes memórias.

É claro que todos,sem exceção, que depredaram o patrimônio público dos prédios dos Três Poderes,não podem ser perdoados,sob nenhum pretexto,e devem punidos exemplarmente.  
Mas não são todas as 1.200 pessoas presas no Ginásio,  ou reclusas no “campo de concentração” da Policia Federal, os autores da depredação. E estes poderão facilmente ser identificados,porque tudo está filmado. 
A policia certamente tem à sua disposição toda a tecnologia do mundo para identificar exatamente os verdadeiros culpados. 
Mas que o façam logo,antes da “queima” desses arquivos.


Mas de tudo, o que mais impressiona é a “virada” de 180º graus nas atitudes da Policia Federal e do Exército, que de uma hora para outra,a partir da “zero hora” do dia 1º de janeiro de 2023, ficaram submissos e “obedientes”,como jamais estiveram antes , às absurdas “ordens” dos seus novos patrões, cujas eleições não foram bem esclarecidas até hoje e continuam sob suspeita de muitos.

Sérgio Alves de Oliveira  - Advogado e Sociólogo


Todas as ironias da repressão aos manifestantes nos quartéis - Alexandre Garcia

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Vozes - Gazeta do Povo

Vandalismo em Brasília

Centenas de manifestantes detidos pela Polícia Federal e esperando pelo processo de triagem em ginásio da corporação. -  Foto: Reprodução/ Redes sociais

É famosa aquela frase: a história, quando se repete, repete-se como uma farsa. Aqui no Brasil, parece que está se repetindo com ironia. Vejam a questão das prisões: 1,5 mil pessoas pensavam estar sendo recolhidas para serem levadas aos seus ônibus ou à rodoviária, e foram todas para um campo de concentração improvisado no ginásio da Academia Nacional de Polícia Federal: 1,5 mil pessoas!
Em 1968, no 30.º Congresso da UNE, em Ibiúna, a então Força Pública de São Paulo cercou o evento, que ocorria numa fazenda, e prendeu 800, segundo relato de José Dirceu em sua biografia. Então, os dias de hoje superaram a maior prisão em massa realizada no governo militar.
 
Desses presos de domingo, os que tinham mais de 60 anos foram liberados, o que nos lembra também a Lei do Sexagenário, de 1885, que libertou todo escravo que tivesse mais de 60 anos. 
A prisão indiscriminada, então, foi seguida por uma soltura inexplicável, simplesmente pela idade da pessoa. 
Os outros, segundo os advogados que lá estiveram, permanecerão presos: as mulheres vão para um presídio feminino, os homens para um presídio masculino, e todos vão ser enquadrados em atos terroristas e ações violentas para derrubar o Estado de Direito. 
O governo do Distrito Federal informou que 763 pessoas estão nessa situação, e dizem os advogados que estão preparando um habeas corpus.

Enquanto isso, o presidente Lula, ao receber dos presidentes da Câmara e do Senado a comunicação de que foi aprovada a intervenção na segurança pública do Distrito Federal, chamou os manifestantes de domingo de “aloprados”. Em 2006, Lula também usou esse mesmo adjetivo para se referir a sete petistas que foram presos em flagrante negociando a compra de um dossiê contra José Serra, candidato ao governo de São Paulo e que enfrentaria Aloizio Mercadante, e contra um candidato à Presidência da República que disputaria contra Lula – o candidato era Geraldo Alckmin. Quanta ironia nisso tudo!

E a suprema ironia atual é que, como vocês lembram, os manifestantes que estavam acampados em Brasília havia quase 70 dias insistiam para que o presidente Bolsonaro declarasse uma Garantia da Lei e da Ordem para que as Forças Armadas interviessem.  Nesta terça-feira, dizia-se que, se houvesse ameaça de uma nova invasão aos prédios públicos, o presidente Lula poderia recorrer às Forças Armadas, e a única forma de fazer isso é por meio de uma GLO exatamente contra o lado que queria a GLO decretada por Bolsonaro
Vocês veem aí a história brasileira dando voltas, eu diria até se retorcendo com ironias.

Apoio à Lava Jato derrubou médica reconhecida que assumiria cargo no Ministério da Saúde
Mais um caso em que a política se sobrepõe ao mérito: uma conhecida pediatra foi indicada pela nova ministra da Saúde para chefiar o Departamento de Imunização da pasta. Mas a doutora Ana Kalume Maranhão acaba de ser vetada porque, anos atrás, fez postagens apoiando a Lava Jato, que revelou o mais gigantesco escândalo de corrupção que o Brasil já viu.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

Estranhas ações e misteriosas omissões - Percival Puggina

 

A ordem para entregar todas as pessoas presentes no acampamento instalado junto ao QG do Exército foi emitida por alguém que deixou no armário o senso de humanidade. 
Lá se foram embarcadas pessoas idosas, pessoas enfermas, crianças e suas mães. 
Você não precisa pensar muito para perceber que isso está errado. 
Não creio que algo assim já tenha sido feito em cracolândias, para apreensão de drogas e traficantes.

Era inevitável que a multidão detida evocasse a imagem nefasta de um “campo de concentração”. O erro, que desencadeou uma série de problemas operacionais – e humanos – foi considerar criminoso o simples fato de estar alguém acampado diante de uma instalação militar em protesto contra a sequência de ações cujo produto final foi a eleição de Lula.

É excesso de autoestima e perda do senso de medida indignar-se e reagir de modo punitivo a essa prolongada irresignação inativa. Por que, raios, vociferar tanto contra a visibilidade proporcionada pela simples presença passiva, semana após semana?

Vê-los me fazia lembrar de Mahatma Ghandi ou Martin Luther King, que estão longe de ser maus exemplos. Indignar-se e reagir a eles é desprezar a autonomia do ser humano. Quem assim procede tem excesso de estima por si mesmo e escassa estima pela humanidade.

As pessoas devem ser livres para protestar pacifica e eternamente, se quiserem. É o que fizeram, sempre sob repressão do Estado, as Mães da Praça de Maio na Argentina durante 30 anos entre 1976 e 2006 e há 20 anos fazem as Damas de Branco em Cuba, enquanto marcham, juntas, silenciosas, para a missa. Há exemplos para a esquerda e para a direita.[curiosamente penso mais em estar o 'alguém' mencionado na primeira fase deste POST, mais ligado à Cuba do que à Argentina.]

É inútil colocar uma rolha e selar com o lacre da autoridade as opiniões divergentes. Ao peso e custo de sanções, perguntas sem resposta podem não ser verbalizadas, mas persistirão nas mentes e ecoarão na história. Vale o mesmo para as perguntas que hoje são feitas sobre as misteriosas omissões das autoridades na proteção da Esplanada dos Ministérios.   

Percival Puggina (78), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


terça-feira, 10 de janeiro de 2023

Os ingênuos e os mal-intencionados - Percival Puggina

 

Cada vez que a elite política e intelectual que domina o Brasil usa a palavra democracia, meu aparelho digestivo reage com engulhos. Numa democracia, senhores, existe respeito a lei e limites ao uso que as autoridades fazem de seus poderes
Nesses bem-aventurados países, vive-se uma realidade posterior ao absolutismo e nenhuma cabeça, coroada ou não, age como se não houvesse lei, nem Justiça, nem humanidade. Neles, o bom exemplo vem de cima e as motivações pessoais do lobo não submetem os cordeiros.
 
Os reprováveis e lamentáveis acontecimentos do dia 8 têm seus motivos, mas motivos não são razões da razão.  
Assim também, não são razões da razão as que levaram nosso país à dura realidade de termos um campo de concentração funcionando na Capital Federal onde seres humanos capturados com rede de arrastão foram conduzidos de modo imprudente e indiscriminado. 
A quantos dias estamos de tresloucada e arrogante versão brasileira de um gueto para opositores?
 
Quando idosos arrebanhados, rotulados com a pecha de terroristas são submetidos às degradantes condições que vemos eu me pergunto:  
quem, realmente está promovendo o terror; quem se dedica a criar medo na população? 
Serão, realmente, aquelas pessoas enroladas na bandeira do Brasil? 
Em quem suas orações e seu devotado amor à pátria causam pânico?

Lembrou-me alguém que “os filhos das trevas são mais espertos que os filhos da luz”. Quem não foi esperto, eu sei. Quem não foi esperto cometeu o que qualifiquei e continuo qualificando como um erro descomunal. Quem foi esperto disse que mané perdeu. Quem foi esperto extrairá do dia 8 todo proveito possível  e boa dose do proveito impossível.

O ministro Alexandre de Moraes tem agora o enredo que lhe faltava para a sigilosa novela que, há anos, vinha tentando escrever
Até prova em contrário, continua sendo mero script. 
Nada me convence de que a ideia da tal invasão de Brasília nos dias 6, 7 e 8, convocada num vídeo que assisti, já não fosse 100% infiltração. Mas, vá saber!

Caros leitores, perante os fatos, de nada vale esbofeteá-los ou injuriá-los. Não é assim que eles mudam. Fora da política não há salvação. Quem não crê no trabalho político está admitindo não haver salvação. E está deixando todo o trabalho para quem crê. Como escrevi há muitos anos: “Os ingênuos estão na cadeia alimentar dos mal-intencionados”.

Percival Puggina (78), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


terça-feira, 9 de agosto de 2022

Anne Frank é cancelada por ter ‘privilégio branco’

Ataques vieram de militantes da 'Teoria Crítica da Raça'

A jovem Anne Frank, em meados de 1943 | Foto: Divulgação/Museu de Anne Frank
A jovem Anne Frank, em meados de 1943 | Foto: Divulgação/Museu de Anne Frank

“Anne Frank tinha privilégio branco. Coisas ruins também acontecem àqueles que têm privilégios brancos.” Com esse tuíte, um usuário desencadeou uma série de ataques na rede social contra a garota, cujo nome alcançou os trending topics do Twitter na semana passada, nos Estados Unidos.

Nos posts, militantes da Teoria Crítica da Raça defenderam a tese segundo a qual Anne Frank e os judeus desfrutavam de um suposto “privilégio branco” na Alemanha nazista, apesar de 6 milhões deles terem morrido no Holocausto.

Em vigor em diversas escolas norte-americanas e britânicas, a Teoria Crítica da Raça ensina que “pessoas brancas” têm privilégios na sociedade, além de uma dívida histórica com a população negra e demais minorias raciais. “Se fosse negra, ninguém ligaria para essa menina”, escreveu um ativista. “Ninguém está dizendo que os nazistas não perseguiram pessoas brancas, mas elas podem se esconder atrás de sua branquitude, enquanto nos Estados Unidos nazistas os negros não podem se esconder”, opinou outra pessoa.

Alguns sugeriram, inclusive, a deixar de comprar o Diário de Anne Frank, livro que a jovem escreveu durante a Segunda Guerra Mundial.

Em 4 de agosto de 1944, o esconderijo onde Anne Frank vivia foi invadido por soldados nazistas: ela foi presa, interrogada e enviada para o campo de concentração e extermínio de Auschwitz-Birkenau. Em Auschwitz, metade dos que chegavam ia diretamente para as câmaras de gás, e a outra metade era forçada ao trabalho escravo.

Três meses depois, Anne foi transferida para outro campo, em Bergen-Belsen. Lá, contraiu tifoide e morreu.

 Cristyan Costa - Revista Oeste

 

sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

“Acho que fui estuprada” - Gazeta do Povo

Bruna Frascolla

A atriz Mônica Martelli

Diz a chamada do site de notícias Uol: “Mônica Martelli revela descoberta no 'Saia Justa': 'Acho que fui estuprada’”. Nas condições normais, a frase “acho que fui estuprada” sai da boca de alguém que ficou desacordado e não sabe o que se passou enquanto isso. O indivíduo que acorde nessa situação deverá correr à delegacia o mais rápido possível, sem tomar banho, para fazer exames toxicológicos e de corpo de delito. O exame toxicológico mostrará se o indivíduo foi dopado, a falta de banho servirá para não apagar vestígios materiais e o exame de corpo de delito é realizado por um legista com a finalidade de averiguar as marcas de lesões no corpo.

 

A atriz Mônica Martelli: “Acho que fui estuprada”| Foto: TV Globo / João Cotta

É possível, também, que o indivíduo tenha ficado nessa situação numa época em que ainda era ingênuo, e só mais tarde venha a suspeitar do que aconteceu. Nesse caso, muito provavelmente todas as provas terão sido apagadas, e, como todos são inocentes até prova em contrário, a vítima pensará duas vezes antes de sair acusando em público. Nada impede, porém, que fique de olho no abusador à solta e que tente descobrir um caso fresco, que possa ser levado à polícia.

Como a atriz Mônica Martelli não se enquadra no primeiro caso, somos levados a imaginar que tenha sido uma revelação de um caso tenebroso guardado nos galpões da memória, daqueles bem suculentos para o jornalismo de mundo cão. Teríamos um escândalo do tipo do de Joanna Maranhão, a nadadora olímpica que acusou o treinador de abusar das alunas e desencadeou uma espécie de Me Too nos esportes.

Mas tampouco era esse o caso de Mônica Martelli a matéria. Ela aprendeu uma definição nova de estupro, raciocinou e – tcharam! – concluiu que talvez tenha sido estuprada. Afinal, ela foi a blocos de carnaval e lá as pessoas dão a língua. Leiamos juntos, para não dizerem que estou inventando: “Mônica Martelli constatou, em bate papo com Splash [do Uol], a violência que sofria diariamente [sic!] nas ruas com a ajuda das conversas no "Saia Justa", programa do GNT […]. O pano de fundo era a campanha "Não é Não!", que foi criada por um coletivo de mulheres em 2017 e que ganhou força no Carnaval. […] ‘Essa forma abusiva como tratam o corpo da mulher é normal para a gente, de nos protegermos com um casaco de moletom para o cara não colocar a língua para fora ou para não ouvirmos piadinhas. Sempre foi normal. A partir do momento que a discussão veio, eu falei, acho que fui abusada. Descobri isso aqui’, explica Martelli.”

Então ficamos assim: se algumas madames com consciência social se sentarem no sofá dos estúdios da Globo e passarem horas reclamando da vida e dos homens, vão concluir que foram todas estupradas, ou abusadas.


Os primórdios da confusão entre fiu-fiu com estupro
Fiz em voz alta uma leitura dramática da matéria do Uol para a minha tia. Ela lembrou que a finada matriarca da família, minha avó, ficou arrasada quando percebeu que não tinha mais cantada quando ela passava em obra. Por conseguinte, usando o léxico das madames da Globo, devo concluir que vovó gostava de ser estuprada ou abusada. Na verdade, eu até me lembro de quando surgiu essa conversa de que fiu-fiu era assédio. Em 2013, apareceu um tal de Think Olga com uma estatística debaixo do braço, dizendo que a maioria das mulheres não gosta de cantada de rua, e criou a campanha “Chega de fiu-fiu”, feita para combater “o abuso”.

Eu me lembro disso justo por causa da vovó, que sabidamente gostava de receber cantada de pedreiro. Se acreditássemos que a maioria das mulheres não gosta de receber cantada de pedreiro, admitiríamos a existência de uma minoria que gosta. A vovó cabia dentro da estatística do Think Olga, de modo que seria forçoso concluir que algumas mulheres gostam de abuso. Abuso deixa de ser algo objetivo e passa a ser aquilo que contraria o gosto da maioria.

No mais, a própria pergunta pode ser ambígua. Creio que a maioria esmagadora das mulheres não leva a sério o pedreiro que dá a cantada na obra; ou, por outra, creio que a vida amorosa do pedreiro não é composta por mulheres que ouviram seu “fiu-fiu” no canteiro, mas sim por mulheres que ele conheceu enquanto dançava coladinho ao som de Marília Mendonça. As mulheres não gostam da cantada em si mesma do pedreiro, mas sim do fato de saberem que movimentam a obra. Se um instituto fizesse em 2013 a pergunta “Você gosta de passar na obra e não ouvir nem um fiu-fiu?”, eu aposto que a maioria esmagadora das mulheres diria que não. A falta de cantada nas obras serve mais para marcar que a mulher está tão atraente quanto um pedaço de tijolo – daí a natural desolação da vovó.

Mas as obras estão bem menos assanhadas do que nos idos de 2013. Agora, se a feminista passar por uma obra e escutar o silêncio, pode chamar isso de empoderamento. Eis uma conquista.


 Agora é bonito ser vítima
Uns anos atrás, as feministas falavam que as vítimas de estupro precisavam ser encorajadas a superar a vergonha para poderem denunciar. E é verdade: dificilmente uma vítima de estupro sairia por aí trombeteando a própria violação. A causa dessa vergonha, porém, não é o machismo. A despeito da própria inocência, as pessoas decentes têm vergonha de passar por situações degradantes. Sobreviventes de guerras não têm prazer em contar que reviraram lixo para encontrar comida. Essa situação é degradante. Hannah Arendt dizia que Primo Levi tinha inventado tudo, porque quem passou por campo de concentração não quer falar sobre o assunto. Estupro é degradante. Isso basta para as vítimas terem vergonha de saírem contando por aí.

É fácil pensarmos em outro motivo importante: pena pode ser um sentimento benigno em si mesmo, mas ser olhado com pena diminui a autoestima de qualquer um. Há quem esconda câncer por esse motivo. Como é possível que de repente seja bonito sair se dizendo estuprada? Só mesmo com uma considerável mudança cultural. É bem o que vemos no nicho lacrador da sociedade, onde reina a celebração das vítimas.

É um problema bem sério a falta de discernimento entre o que é estupro e o que não é. Por um lado, fomenta acusações falsas que podem acabar com a vida de um homem e que sobrecarregam inutilmente as forças policiais e, por outro, atrapalha as vítimas reais de estupro, que precisam de clareza, informação e polícia.

Desigualdade entre os sexos
Por fim, cabe notar que esse é um problema prevalente entre mulheres. A base natural da moralidade humana impediu que os homens aderissem tanto a esse comportamento. Evolutivamente, é um problema no mercado sexual os homens ostentarem fraqueza. Já as mulheres, não. Podem posar de donzelas indefesas à vontade, que vai ter homem que vai achar bonito. Só tem é que tomar cuidado para não parar na cadeia.

Bruna Frascolla, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

 

segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

A AUTOPROCLAMADA CORAGEM DO STF - Percival Puggina

Ao longo do último ano esta Suprema Corte e o Poder Judiciário como um todo também enfrentaram ameaças retóricas, que foram combatidas com a união e a coesão dos ministros; e ameaças reais, enfrentadas com posições firmes e decisões corajosas desta Corte. (Ministro Luiz Fux no encerramento do ano

Pus-me a pensar sobre o que faz a virtude cardeal da Coragem nesse discurso. Não existe coragem, onde não existe o medo. Entre outras características, o ato corajoso representa, necessariamente, uma vitória sobre o medo.  Segundo Aristóteles, o ato de coragem envolve a aplicação da razão, a busca do bem e a disposição de superar o perigo presente na ação.

Tão nobre virtude, faz lembrar, isto sim, a professora Heley Abreu Batista, que em 5 de outubro de 2017 morreu queimada ao salvar as crianças de uma creche em chamas no município mineiro de Janaúba. Coragem teve o sargento Sílvio Delmar Hollenbach, que em agosto de 1977 pulou para a morte ao salvar um menino que caíra no poço das ariranhas. Coragem demonstraram os jovens que correram para a própria tragédia ao entrarem na boate Kiss em chamas para resgatar amigos que lá estavam caídos, pisoteados pelos que conseguiam escapar. Coragem tiveram todos os europeus que esconderam ou deram fuga a judeus na Europa tomada pelos nazistas. Coragem teve o padre Kolbe (São Maximiliano Kolbe), que se ofereceu para morrer por um chefe de família no campo de concentração de Auschwitz. E por aí segue um livro de muitas e nobres páginas.

Não vejo onde inscrever nelas os acontecimentos de 2021 no âmbito do STF. Não vejo coragem – e menos ainda motivos para coragem autoatribuída – por parte e arte de quem libertou corruptos e os devolveu à política nacional, efetuou insólitas prisões políticas, fechou meios de comunicação, inspirou medo, impôs censura, reivindicou para si mesmo uma fé religiosa e inibiu liberdades.

Que espécie de medo terá sido superado por quem assim procedeu? Em que dobras desse tempo se ocultaram a razão e o bem?

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


segunda-feira, 25 de outubro de 2021

A CPI acabou em nada - Revista Oeste

 J. R. Guzzo

O relator da comissão e o seu presidente fizeram uma monumental simulação de atividade nos últimos 180 dias 

A “CPI da Covid”, após seis meses como o único evento na vida política do Brasil, a bomba de hidrogênio que iria reduzir o governo a pó e mandar o presidente da República para a cadeia pelos próximos 80 anos, finalmente acabou. Acabou ou está morta? Mais: chegou a estar viva algum dia, já que tinha as suas sentenças de condenação perfeitamente prontas antes mesmo de ser aberta a sua primeira sessão de “trabalhos”?

O relator da comissão e o seu presidente, mais um ou outro ajudantezinho, fizeram uma monumental simulação de atividade nos últimos 180 dias – parecia que estavam investigando os horrores mais extremados dos 521 anos de história do Brasil. Mas nunca investigaram nada, não de verdade, e o resultado é que as suas conclusões são as que já estavam prontas quando tiveram a ideia de montar esse show. Do nada, no fim das contas, saiu o nada.

Qual a seriedade que se pode esperar, dos pontos de vista legal, político e moral, de uma comissão que passa seis meses a vender a ideia de que está apurando atos monstruosos de corrupção e, no fim dos “trabalhos”, não inclui entre as suas acusações oficiais o desvio de uma única caneta Bic? Ou havia ladroagem ou não havia – ou havia em outro lugar, bem longe de onde estavam procurando. Se não havia, os sócios-controladores da CPI passaram seis meses mentindo para o público. Se havia, por que não aparece nada no relatório final? Outra trapaça, de nível equivalente a essa, é o conto do “genocídio”. Não se pode sair por aí dizendo, assim à toa, que alguém é genocida; em matéria de crime, não é como passar a mão no celular da moça que está esperando no ponto do ônibus. A CPI trapaceou de novo – disse que tinha genocídio. Depois disse que não tinha. Dá para levar a sério?

Era só ler o que está escrito na lei: genocídio é destruir “grupo nacional, étnico, racial ou religioso”. Para isso o sujeito tem de “matar membros do grupo”, ou submeter o grupo, “intencionalmente”, a condições que levem à sua “destruição física”, ou “impedir os nascimentos no seio do grupo” ou, enfim, fazer “transferências forçadas de crianças para outro grupo”. É coisa de gente que mexe com campo de concentração, e daí para baixo. Como atribuir um átomo de honestidade a quem brinca com acusações como essa?

A CPI, nisso aí, revelou que tem credibilidade zero, com viés de baixa. Porque seria melhor nas suas acusações de “crime contra a humanidade”, ou de “epidemia” – que, segundo a lei, não é andar sem máscara, mas “propagar germes patogênicos”? É difícil dizer.

J.R. Guzzo,O Estado de S.Paulo

 


quinta-feira, 7 de outubro de 2021

Julgamento de homem de 100 anos acusado de crimes nazistas começa na Alemanha

O julgamento acontece em Brandenburg an der Havel, no leste da Alemanha, com a presença do acusado, que utiliza um andador e está em liberdade

Um ex-guarda de um campo de concentração de 100 anos começou a ser julgado nesta quinta-feira (7), na Alemanha, e se tornou a pessoa de mais idade a ter de responder em um tribunal por supostos crimes nazistas.
Josef S., ex-cabo da divisão "Totenkopf" das SS, é acusado de "cumplicidade na morte" de 3.518 prisioneiros no campo de concentração de Sachsenhausen, perto de Berlim, entre 1942 e 1945.

O julgamento acontece em Brandenburg an der Havel, no leste da Alemanha, com a presença do acusado, que utiliza um andador e está em liberdade.  O advogado Stefan Waterkamp anunciou que o cliente não vai falar sobre as acusações. "O acusado não falará. Apenas dará informações sobre sua situação pessoal", disse.

Josef S. tinha 21 anos quando começaram os atos, pelos quais é julgado. Ele é suspeito de fuzilar prisioneiros soviéticos e "de ajuda e cumplicidade em mortes por gás".  De sua abertura, em 1936, até a libertação, por parte dos soviéticos, em 22 de abril de 1945, o campo Sachsenhausen recebeu quase 200.000 prisioneiros. A maioria era composta de opositores políticos, judeus e homossexuais. Dezenas de milhares morreram de exaustão, devido aos trabalhos forçados e às cruéis condições de detenção.

[qual o sentido de submeter a julgamento um homem de 100 anos  pela suposta prática de crimes ocorridos, no mínimo, há mais de 75 anos?
Além do mais que na época da suposta prática dos crimes o acusado era cabo das SS, graduação que não lhe permitir influir em nada - ainda que integrante de uma divisão da SS, era apenas um cabo obrigado a cumprir ordens.
Caso condenado a pena será em torno de 2 a 3 anos com cumprimento em liberdade.]

Severidade tardia
Christoffel Heijer, de 84 anos, está presente no julgamento. Seu pai integrou a resistência holandesa e foi detido em 1941 pela Gestapo. Em maio de 1942, ele foi fuzilado no campo. "Minha mãe recebeu uma carta dele de 3 de maio de 1942. Quando soube, dias depois, que ele estava morto, chorou muito, e todo seu cabelo ficou grisalhos de repente", lembra. O julgamento acontece uma semana depois da audiência frustrada de Irmgard Furchner, de 96 anos, uma ex-secretária de outro campo de concentração nazista. A primeira audiência do julgamento de Furchner foi adiada para 19 de outubro, depois que a idosa tentou fugir e passou algumas horas foragida, no dia do início do processo.

Nos últimos dez anos, a Alemanha julgou e condenou quatro ex-membros das SS, ao ampliar para os guardas dos campos e para outros executores das ordens nazistas a acusação de cumplicidade por assassinato. O objetivo com isso é demonstrar a severidade da justiça, considerada, no entanto, tardia pelas vítimas.   Josef S. "não é acusado de atirar contra alguém em particular, e sim de ter contribuído para estes atos por seu trabalho como guarda e por ter conhecimento de que os assassinatos aconteciam nos campos", explicou a porta-voz do Ministério Público de Neuruppin, Iris le Claire. 

Memória
O acusado pode ser condenado ao mínimo de três anos de prisão, mas a sentença seria simbólica por sua idade avançada.  Em agosto, um médico declarou o réu apto para comparecer ao julgamento, com a condição de limitar as 22 audiências previstas até janeiro ao máximo de duas horas.  "Ele está bem e não mostra nenhum sinal de demência incipiente. Pode-se afirmar que ele está mental e espiritualmente muito saudável", disse à AFP Thomas Walther, advogado de 11 das 16 partes civis neste processo, incluindo sete sobreviventes.

Para Stephanie Bohra, pesquisadora do museu berlinense Topografia do Terror, dedicado aos crimes nazistas, "estes processos são particularmente importantes para os sobreviventes e seus descendentes. Eles desejam justiça e que os crimes sejam solucionados". Outros historiadores e analistas ressaltam que são julgamentos em que o essencial é resgatar a memória. "Trata-se de confirmar que a Alemanha unificada está decidida a chegar ao fundo do passado nazista, em um contexto em que, desde o início dos anos 2000, a recordação do genocídio dos judeus passou para o centro da identidade nacional", disse.

Em julho de 2020, um tribunal condenou a dois anos de prisão com suspensão condicional da pena um ex-guarda do campo de Stutthof, Bruno Dey, de 93 anos. Outros oito casos de ex-membros das SS são examinados por diferentes tribunais do país.

Mundo - Correio Braziliense


terça-feira, 14 de julho de 2020

Cuidado com a palavra - Nas entrelinhas



“Na opinião pública mundial, os heróis não são os militares, são os índios, que têm suas terras invadidas e, agora, de novo, estariam ameaçados de extinção. Como? Pela covid-19”


A palavra genocídio, substantivo masculino, significa extermínio de uma comunidade, grupo étnico, racial ou religioso (Houaiss).[tudo indica que a definição citada não é do conhecimento do ministro Gilmar Mendes ou, o que é mais provável, o ministro não concorda com a mesma.
Sendo correta - e certamente é - a definição, usada como acusação "grave,   irresponsável e sobretudo leviana"  contra o glorioso  Exército Brasileiro não sustenta a acusação.
Quanto ao entendimento da opinião pública mundial de ser os índios heróis não se sustenta - ser herói, exige a prática,reconhecida e inconteste, de atos de heroísmo.
Os heróis dessa época de Covid-19,  são os trabalhadores da SAÚDE.]  O maior de todos, no século passado, foi o Holocausto, o assassinato em massa de judeus pelos nazistas, que defendiam a superioridade racial dos arianos. Genocida era, por exemplo, o médico alemão Josef Menguele, que morreu em Bertioga (SP), em 1979, com o nome falso de Wolfgang Gerhard. Ele realizava experiências genéticas no campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, na Polônia, durante a II Guerra Mundial. Estima-se que morreram no Holocausto 6 milhões de judeus, de um total de 21 milhões de prisioneiros assassinados pelos nazistas na II Guerra Mundial.

O genocídio foi tipificado como crime contra a humanidade em 1951, quando foi criada a Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio. A partir daí, assassinatos em massa como consequência de diferenças étnicas, nacionais, raciais e religiosas passaram a ser qualificados como tal, especialmente quando se trata de limpeza étnica. Houve genocídio na colonização das Américas e da África; no século passado, na Turquia (armênios), Camboja (oposição ao regime comunista), Timor Leste (nacionalistas), Kosovo (albaneses), Ruanda (tutsis), Bósnia (muçulmanos) e Iraque (curdos). O Brasil reconhece o genocídio como crime desde 1956.

Por isso mesmo, não foi gratuita a reação dos militares às declarações do ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, que criticou duramente o general de divisão Eduardo Pazzuelo, um graduado oficial da ativa, por sua atuação à frente do Ministério da Saúde: “Não podemos mais tolerar essa situação que se passa no Ministério da Saúde. Não é aceitável que se tenha esse vazio. Pode até se dizer: a estratégia é tirar o protagonismo do governo federal, é atribuir a responsabilidade a estados e municípios. Se for essa a intenção é preciso se fazer alguma coisa. Isso é péssimo para a imagem das Forças Armadas. É preciso dizer isso de maneira muito clara: o Exército está se associando a esse genocídio, não é razoável. É preciso pôr fim a isso”, disse.

Povos indígenas
O Ministério da Defesa anunciou, em nota, que encaminhará uma representação na Procuradoria Geral da República (PGR) contra o ministro. O presidente Jair Bolsonaro, o vice-presidente Hamilton Mourão e o chefe do gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, manifestaram apoio à nota, no mais novo contencioso entre as Forças Armadas e um ministro da Corte. A nota foi assinada pelo ministro Fernando de Azevedo e Silva, que é general da reserva do Exército, e pelos comandantes do Exército, general Edson Leal Pujol; da Marinha, almirante Ilques Barbosa Junior; e da Aeronáutica, brigadeiro Antonio Carlos Bermudez.

Os bombeiros de sempre entraram no circuito para circunscrever a crise à nota dos militares, que o ministro Gilmar Mendes tirou por menos. No Twitter, disse que tem apreço pelas Forças Armadas, mas reiterou a crítica à presença de Pazuello no Ministério da Saúde, um assunto que também não é pacífico entre os militares da ativa. O general comanda a pasta interinamente. A pretexto de cuidar da logística do combate à epidemia, na prática, opera a “imunização de rebanho”É aí que mora o perigo. Estados Unidos e Brasil são responsáveis por metade dos novos casos de coronavírus registrados nas últimas 24 horas em todo mundo. Pazzuelo está perdendo a guerra, camuflado de burocrata no seu gabinete da Esplanada, por mais que a nota do Ministério da Defesa enalteça seu trabalho. No plano internacional, o Brasil virou um pária ambiental e sanitário. Na opinião pública mundial, os heróis nessa história não são os militares, são os índios, que têm suas terras invadidas e, agora, de novo, estariam ameaçados de extinção. Como? Pela covid-19. Bolsonaro é demonizado por seu desapreço pelas florestas e pelos índios.

A população indígena em 1500 era de aproximadamente 3 milhões, divididos entre 1.000 povos diferentes, sendo 2 milhões no litoral. Em 1650, esse número caiu para cerca de 700 mil indígenas, chegando a 70 mil em 1957. Cerca de 80 povos indígenas desapareceram no Brasil no século XX. Segundo o IBGE, atualmente, há no Brasil cerca de 817 mil indígenas. Desse total, 502 mil encontram-se na zona rural e 315 mil nos centros urbanos. Em apenas 10 das 505 reservas indígenas (12,5% do território brasileiro), somente dez apresentam uma população indígena maior do que 10 mil habitantes.

Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo, jornalista - Correio Braziliense


quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

O capitão voltou!

Em grande estilo - elogios aos governos militares e a Stroessner: o capitão voltou

[Capitão, seja BEM-VINDO de novo; seus quase 58.000.000 de eleitores estavam sentindo a falta do capitão em quem votaram.

todo o conteúdo do discurso do nosso presidente, na solenidade, expressou a mais pura verdade.]



E 14 dias depois de livrar-se “em definitivo do risco de morte”, como disse ao r
eceber alta no hospital Albert Einstein, o presidente Jair Bolsonaro fez sua primeira reaparição pública longe de Brasília – mais exatamente em Foz de Iguaçu, no Paraná, para empossar o general Joaquim Silva e Luna como novo diretor da Usina de Itaipu. [à frase aspeada, deve ser acrescida de, no minimo: decorrente da facada.]

Foi uma reaparição em grande estilo. Recusou-se a responder a uma pergunta sobre o escândalo das falsas candidaturas lançadas no ano passado pelo seu partido, o PSL. E ao discursar, foi pródigo em elogios a governos do período da ditadura militar de 64 que se envolveram diretamente na construção da usina.
O ponto alto de sua fala foi a referência feita ao general paraguaio Alfredo Stroessner, a quem chamou de “estadista”. Stroessner era o presidente do Paraguai quando Itaipu foi inaugurada. Não faltou uma menção à “esquerda nunca mais”. Devotos de Bolsonaro, cheios de entusiasmo, saudaram nas redes sociais a volta do capitão.

Stroessner governou o Paraguai durante 35 anos. No período, houve 59 execuções extrajudiciais, 336 desaparecidos, 18.772 torturados e 3.470 exilados. Admirador do nazismo, ele deu abrigo ao médico Josef Mengele, responsável pela morte de milhares de judeus no campo de concentração de Auschwitz durante a 2ª Guerra Mundial. [Josef Mengele também morou no Brasil, falecendo em Bertioga, SP, em 1979.]
Deposto em 1989, Stroessner fugiu para o Brasil e aqui morreu em 2006. Ele se junta, portanto, à galeria das pessoas reverenciadas por Bolsonaro da qual faz parte o coronel Carlos Alberto Ustra, o primeiro militar brasileiro condenado pela prática de tortura de presos políticos. [atualizando: o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, foi acusado da prática de tortura diversas vezes e a única sentença condenatória não foi confirmada em segunda instância.]




quarta-feira, 29 de abril de 2015

Turma do politicamente correto e do revanchismo cego tenta obrigar testemunha a acusar réu


Sobrevivente de Auschwitz irrita judeus por dizer que ex-oficial nazista não deve ser processado
Autores de processo afirmam que não podem perdoar Groening ‘pela participação no assassinato de 299 mil pessoas’
A judia Eva Kor, que sobreviveu aos horrores do campo de concentração de Auschwitz, na Polônia, vem sendo contestada por outros sobreviventes depois de aparecer num programa de TV dizendo que ex-oficiais nazistas não devem mais ser processados. Semana passada, a romena de 81 anos causou comoção ao perdoar publicamente o alemão Oskar Groening, ex-guarda de Auschwitz que vem sendo julgado pela cumplicidade na morte de 300 mil judeus durante o Holocausto. [neste breve comentário não vamos entrar na discussão sobre a existência ou não da matança de judeus e que passou a história como ‘holocausto’; pretendemos apenas expressar a nossa opinião totalmente contrária que alguém seja processado, julgado e condenado por situações havidas há mais de 70 anos, sendo o acusado um senhor com 93 anos de idade.
 Oskar Groening aguarda inicio do julgamento em tribunal alemão - Ronny Hartmann / AP
Além da inutilidade do processo de julgamento – alegar que desestimulará a repetição daquela situação é sem cabimento, tendo em conta que além do mundo atual ser diferente  do existente na época da Segunda Guerra Mundial,  sendo impossível a criação de condições iguais as existentes naquela década, o processo tem efeito didático ZERO (caso alguém tenha nos tempos atuais as ideias que propiciaram determinadas ocorrência nos já longínquos anos 40 e consiga os meios para realiza-las, não será o julgamento de um senhor de 93 anos de idade que levará a eventual desistência).

Além do mais, o acusado não cometeu nenhum crime. Prestou serviço em um ‘campo de concentração’ e era seu DEVER  cuidar dos pertences dos enviados àquele campo.
Não tinha o acusado nenhuma condição de influenciar, por qualquer meio, na rotina  de Auschwitz. Qualquer tentativa de interferir no processo teria um único final: sua morte.

Cabe encerrar, perguntando:
- que beneficio resultará do desgastante processo de julgamento de um velho de 93 anos?
O crime maior que pode ter cometido, foi o de  OMISSÃO e mesmo assim OMISSÃO COMPULSÓRIA, pois dispunha de  duas opções:
- se OMITIR, deixando as coisas seguirem seu curso;
-  ou REAGIR e ser morto, acrescentando apenas mais uma vítima as centenas de milhares.
É preciso se ter em conta que a pena máxima a ser cominada é de 15 anos – pena que jamais será cumprida e mesmo se cumprida não apresenta nenhuma capacidade dissuasória de conter os adeptos de um Estado Islâmico ou impedir que os comandantes militares israelenses continuem autorizando operações militares na Faixa de Gaza, matando civis palestinos desarmados, incluindo mulheres e crianças.] Eva conheceu o horror nazista em sua plenitude. Ela foi enviada ao pesadelo de Auschwitz quando tinha 10 anos, e só escapou da morte porque os nazistas a escolheram para servir de cobaia nos infames experimentos de Joseph Mengele.
A romena está acompanhando o julgamento de Groening, na Alemanha. Aos 93 anos, ele admitiu, logo no primeiro dia de seu julgamento, sua “culpa moral” por ter servido aos nazistas, mas negou envolvimento direto com as mortes de judeus. Diferentemente dos outros oficiais da SS que passaram pelo banco dos réus, o alemão vem falando abertamente sobre como funcionava o "processamento de judeus" em Auschwitz.


 
Justamente por conta disso, durante um programa de TV no domingo, Eva sugeriu que Groening e qualquer outro ex-oficial não deve ser processado criminalmente. Para ela, eles devem, sim, falar publicamente sobre o que viveram, com o objetivo de enfrentar os neonazistas alemães para quem o holocausto jamais existiu.  Mas os 49 colegas acusadores que participam do julgamento de Groening criticaram seus argumentos, e questionaram por que, então, ela havia decidido se tornar uma autora no caso.
O grupo disse em um comunicado divulgado por seu advogado, ao qual o jornal inglês “The Guardian” teve acesso: “Nossos clientes não iriam comentar sobre - quem melhor do que um sobrevivente de Auschwitz para saber que todo mundo precisa encontrar seu próprio caminho para superar o seu sofrimento - se a sra. Kor não tivesse repetidamente encenado seu ‘perdão’ ao público. Não podemos perdoar sr. Groening pela sua participação no assassinato de nossos parentes e outros 299 mil pessoas - especialmente porque ele se sente livre de qualquer culpa legal. Queremos justiça e congratulamo-nos com a resolução que este julgamento traz.”
 
Eva explicou que perdoou e apertou as mãos de Groening porque ela é "interessada no que acontece quando alguém do lado da vítima encontra-se com alguém do lado do agressor. Você não consegue prever.” Ela acrescentou: “Eu sei que muitas pessoas vão me criticar por esta foto, mas que assim seja. Eram dois seres humanos 70 anos depois do ocorrido.”