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domingo, 2 de agosto de 2020

As pedras no caminho - Nas entrelinhas

"Bolsonaro terá de suar muito a camisa, abraçar criancinha, andar de jegue, fazer acordos que até ontem dizia que não faria, posar para fotos com políticos enrolados na Lava-Jato”

Correio Braziliense - Nas Entrelinhas
[Nota do Prontidão Total: foto tirada no Nordeste, Piauí, um antigo 'curral' eleitoral do perda total = pt.]
O presidente Jair Bolsonaro entrou em modo reeleição. Há uma bipolaridade nessa atitude: o lado negativo é perder o foco na gestão para priorizar a disputa política, dois anos e meio antes do pleito de 2022; o positivo, a aposta na eleição, ou seja, na política, o que significa uma mudança de rumo, se considerarmos a escalada de confrontos com o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso em que vinha, uma ameaça real à democracia. Não há novidade nenhuma nessa antecipação, o mesmo foi feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando se sentiu ameaçado pelo mensalão; e pela presidente Dilma Rousseff, depois dos protestos de maio de 2013. É óbvio que a campanha antecipada merece críticas, mas daí negar a aposta nas eleições como uma mudança em relação à postura golpista em que vinha é um grave equívoco.

Desde a aprovação do instituto da reeleição, no primeiro mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), todo governante é favorito nas disputas eleitorais. Mesmo em situações dificílimas, como aconteceu com Lula, no pleito de 2006, e Dilma Rousseff, em 2014. A força de inércia do Estado brasileiro é formidável, seja por causa da centralização crescente da arrecadação tributária nas mãos da União, e que o ministro da Economia, Paulo Guedes, quer centralizar ainda mais, seja pelo fato de termos um Estado ampliado, que mexe com a vida dos cidadãos em todo o território nacional. A rigor, somente o estado de São Paulo, que também tem muitos tentáculos, se basta em relação ao governo federal do ponto de vista dos serviços que oferece aos seus cidadãos. Não à toa é o único em condições de sustentar frontal e permanentemente oposição ao governo federal, sem colocar em risco a própria governabilidade.

Para ir direto ao assunto, quem quiser que se iluda, o presidente Jair Bolsonaro é o favorito nas eleições de 2022. Quando nada porque o governo federal é a forma mais concentrada de poder, e isso pesa na balança quando o governante concorre à reeleição. Significa que Bolsonaro seja imbatível? Não. Mas é preciso levar em conta que, historicamente, desde a adoção da reeleição, nenhum presidente deixou de renovar seu mandato. O sujeito precisa fazer muita trapalhada para perder a reeleição, ou ser apeado do cargo, como aconteceu com Fernando Collor de Mello, quando não havia ainda reeleição, e Dilma Rousseff, que estava no segundo mandato. Isso explica, de certa maneira, a deriva dos partidos do Centrão em direção ao governo, numa articulação dos militares do Palácio do Planalto com os caciques Ciro Nogueira (Progressistas), Roberto Jefferson (PTB), Valdemar Costa Neto (Republicano) e Gilberto Kassab (PSD).

A reeleição de Jair Bolsonaro será favas contadas? É claro que não, ninguém ganha eleição de véspera. Bolsonaro terá de suar muito a camisa, abraçar criancinha, andar de jegue, fazer acordos que até ontem dizia que não faria, posar para fotos com políticos enrolados na Lava-Jato etc. Aliás, sua estreia nesse quesito foi durante a semana que passou, no Piauí, onde posou ao lado do senador Ciro Nogueira no santuário arqueológico da Serra da Capivara, bem ao lado do emblemático desenho rupestre conhecido como “Cena do beijo”. Mais do que isso, porém, precisará acertar o rumo de seu governo, que se encontra à beira da insolvência em razão da dívida pública astronômica e do deficit fiscal crescente. [se impõe ter presente que o mundo atravessa uma pandemia - não tem sentido considerar o Brasil uma ilha - e que o Governo Federal foi obrigado, pelos demais Poderes, a fornecer dinheiro a rodo para estados e municípios.
Gastar dinheiro para combater uma pandemia é natural e recomendável, mas fornecer dinheiro para prefeitos e governadores gastarem, - mal e muito - só no Brasil em que virou regra fazer tudo que for possível para impedir que um presidente eleito com quase 60.000.000 de votos, governe.
Dinheiro e liberdade para prefeitos e governadores gastarem - mal, muito e como quiserem - é o principal, não o único, criador do fator inflacionário, bem lembrado no último parágrafo desta matéria.]

Obstáculos
Há variáveis no meio do caminho da reeleição que Bolsonaro não controla, precisa adaptar-se a elas. A primeira é a recessão mundial, que parece mais profunda e duradoura do que se imaginava, se considerarmos os resultados econômicos do primeiro semestre deste ano, principalmente nos Estados Unidos e na Alemanha, que tinham uma expectativa de recuperação em V. A outra variável nesse terreno é a China, nosso maior parceiro comercial, com a qual o governo tem uma relação esquizofrênica, com alguns ministros trabalhando para aumentar as vendas do agronegócio e atrair investidores em infraestrutura, e outros só atrapalhando. A terceira é a eleição dos Estados Unidos, na qual o presidente Donald Trump corre o risco de não se reeleger, pois o democrata Joe Biden continua na liderança. De tão desesperado, Trump já pensa em adiar as eleições. Se o democrata vencer, o Brasil terá de ajustar sua política externa.


Entre as variáveis controláveis por Bolsonaro, a mais importante é a política econômica. Todos os economistas fazem um diagnóstico sombrio sobre a capacidade de recuperação da economia brasileira nos próximos dois anos. A narrativa de que teremos uma recuperação econômica espetacular, do ministro da Economia, Paulo Guedes, não se sustenta nos fatos. O xis da questão é a dívida pública, que pode chegar a 100% do PIB, o que a torna um fator inflacionário inequívoco. A alta do dólar está aí para mostrar que o dragão está acordado e ruge, somente não dando as caras porque a atividade econômica é muito baixa. As saídas são uma reforma tributária competente e a reforma administrativa, mas isso não costuma dar votos para os governantes a curto prazo. Pelo contrário, tiram.

Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo, jornalista - Correio Braziliense


quarta-feira, 24 de junho de 2020

Pepa, assessor de Ibaneis, participa de aglomeração, sem usar máscara; fosse assessor do presidente Bolsonaro, este já estaria no 'tronco'

Assessor do governador do DF é visto sem máscara em festa: 'Fui levado pela emoção'

[o fato ocorreu exatamente na noite de ontem, dia em que um juiz federal decreta que o presidente da República é obrigado ao uso de  máscara.
Se fosse um assessor do presidente Bolsonaro estaria, no mínimo, sendo investigado por infração à Lei de Segurança Nacional.

E agora, governador Ibaneis?] 

Servidor atuou no DF Legal, órgão responsável pela fiscalização das medidas sanitárias e de prevenção ao coronavírus. Pasta preferiu não comentar caso.

Assessor do governador do DF é flagrado em festa junina sem máscara
Assessor do governador Ibaneis (na mesa, sentado à direita) é gravado cantando em festa em meio à pandemia — Foto: Reprodução/Redes sociais 

Um vídeo compartilhado nas redes sociais mostra cerca de 20 pessoas sem máscaras participando de uma festa com barraca, bebida e moda de viola, em Planaltina, no Distrito Federal. Entre os convidados está o servidor Pedro Paulo de Oliveira, conhecido como "Pepa", que atua como assessor especial do gabinete do governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB).
Pedro Paulo de Oliveira, conhecido como "Pepa", atua como assessor especial do governador Ibaneis Rocha  — Foto: Reprodução/Rede social
Pedro Paulo de Oliveira, conhecido como "Pepa", atua como assessor especial do governador Ibaneis Rocha — Foto: Reprodução/Rede social 

O caso ocorreu no último fim de semana. Na gravação, Pepa aparece cantando uma música sertaneja junto a Tiago Mura, da dupla com Juliano e o artista Robson Ferraz (veja acima). 

No G 1, MATÉRIA COMPLETA




segunda-feira, 27 de abril de 2020

Alto risco de tragédia - Fernando Gabeira

Em Blog

Um governo que se aproxima de uma situação limite numa pandemia 

Para viabilizar sua trajetória política, Moro precisará se distinguir de Bolsonaro

Num momento em que todos reprisam, o governo é pródigo em lançar novelas inéditas. Mal acabou a novela Mandetta, entrou no ar a Sergio Moro, e começaram as filmagens da Paulo Guedes. O que está acontecendo na cabeça do presidente Bolsonaro? Ela foi sacudida pelo impacto do coronavírus.  Muitas mudanças estão sendo determinadas, no fundo, pela política escolhida por Bolsonaro para enfrentar este que é o maior acontecimento trágico no mundo moderno. Onde governos conservadores ou progressistas triunfaram, como é o caso da Austrália e da Nova Zelândia, Bolsonaro afundou.

Desde o princípio, tenho apontado a causa. Bolsonaro aderiu à camada de gordura que cerca o vírus e seus fluidos ideológicos e o transformou num tema da guerra cultural. Exatamente o oposto do que fizeram Scott Morrison, na Austrália, e Jacinda Ardern, na Nova Zelândia: despolitizaram o vírus.

Ainda esta semana, o chanceler Ernesto Araújo escreveu um artigo contra o que chama de comunavírus. Ele ficou impressionado com um livro do pensador de esquerda Slavoj Zizek que previa enfim a chegada do comunismo. Depois de sonhar com a classe operária ou mesmo o lúmpen proletariado, alguns teóricos de esquerda concentram suas esperanças no vírus como agente transformador. E os bolsonaristas acreditam.

Desde o princípio, Bolsonaro viu a chegada do vírus como algo que ameaçava seu governo. A única forma de neutralizar sua importância era adotar uma tese que permitisse neutralizar os impactos econômicos. Esta tese foi a de imunização de rebanho: a maioria vai ser contaminada, é melhor que isso aconteça logo para que nos livremos do vírus.  Bolsonaro jamais considerou seriamente o fato de que, se muitos se contaminarem ao mesmo tempo, o sistema de saúde entraria em colapso, muitas pessoas morreriam na porta dos hospitais ou em casa. Um cenário que, de certa forma, se desenhou na Itália e mais tarde, de forma grotesca, em Guayaquil. Foi por aí que caiu Mandetta. E indiretamente Moro. Bolsonaro sempre pensou em concentrar poderes. Mas a impossibilidade de determinar sozinho uma política contra o coronavírus condensou seu drama. Os governadores e prefeitos tiveram um papel decisivo. O Congresso os apoiou, o STF chancelou essa autonomia local. [Resumindo: o Congresso e o STF deram aos  governadores e prefeitosbônus de saciar a vaidade de mandar e desmandar, ficando o ônus com a União - complicado vai ficar quando um prefeito mandar fechar e o governador mandar abrir - inclusive o exemplo também vale para estados limítrofes com governadores pensando diferente.]

A relação com Moro já sofria um desgaste. Mas Bolsonaro, na sua solidão, reclamou da ausência do ministro em sua cruzada contra o isolamento social. Moro, segundo alguns, não só era favorável à política de Mandetta, como pensou em decretar multas para quem rompesse com o isolamento social. O que, aliás, acontece em muitos países da Europa. Sem o Congresso, STF, ministro da Saúde e da Justiça, Bolsonaro deu um passo decisivo participando [sic]  de manifestação antidemocrática diante do QG do Exército. Isso resultou num inquérito que acabou se entrelaçando com outro: o das fake news. Os investigados são os mesmos: apoiadores do presidente e, possivelmente, até familiares de Bolsonaro. Moro teve uma chance de sair depois daquela manifestação. Possivelmente estava incomodado com a posição temerária de Bolsonaro sobre o coronavírus. Mas agora estava diante de uma posição temerária contra a democracia.

Moro não se pronunciou. Num determinado momento de sua trajetória, a mulher de Moro escreveu numa rede social que ele e Bolsonaro eram a mesma coisa. Ele pode ter sido salvo agora pela maneira como cai. A tentativa de interferir na autonomia da Polícia Federal é algo que não encontra apenas resistência na corporação, mas em muitos setores conscientes da sociedade. É inconstitucional. Nesse sentido, Moro cai de pé. [cai de pé - a chuvas que formam/alimentam os rios também caem de pé e eles terminam correndo deitados.] Mas, para que sua trajetória política tenha viabilidade, será necessário se distinguir de Bolsonaro, algo que não fez quando esteve no governo. [Moro sem Bolsonaro e com o tempo mostrando que suas denúncias são apenas narrativas criativas do que não ocorreu, estará acabado politicamente.] O tom de seu discurso de saída é um indício de que compreendeu isto. Pelo menos se distanciou da visão atrasada de submeter o trabalho da PF aos desígnios de um presidente. O que é no fundo um crime de responsabilidade.

Mas Moro indicou claramente que Bolsonaro teme o inquérito no Supremo. Resta agora ao STF assumir seu papel institucional e não amarelar diante da pressão de Bolsonaro. É um governo que se aproxima de uma situação limite, como foi o caso de Collor e Dilma. Mas num contexto de pandemia que jogou o planeta na maior crise econômica e social da história contemporânea. Alto risco de tragédia.

Blog do Gabeira - Fernando Gabeira, jornalista


Artigo publicado no jornal O Globo em 27/04/2020


quarta-feira, 8 de abril de 2020

Coronavírus adia reunião no STF sobre tabela do frete - VEJA - Blog Radar

Decisão de suspender audiência de conciliação entre caminhoneiros e setor produtivo é do ministro Luiz Fux

Por causa das medidas de enfrentamento ao coronavirus, o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu a realização da nova audiência de conciliação sobre a tabela do frete – marcada para acontecer no próximo dia 27.  Segundo o ministro, uma nova data para a reunião será definida depois. As audiências buscam chegar a um acordo entre caminhoneiros, que reclamam do descumprimento do piso mínimo, e o setor produtivo, os embarcadores, que dizem que a tabela encarece o frete.
“Tendo em vista o cenário de pandemia da Covid-19 e as limitações decorrentes das sucessivas Resoluções administrativas editadas por este Supremo Tribunal Federal, suspenda-se a audiência de conciliação designada, no âmbito das ações diretas de inconstitucionalidade 5.956, 5.959 e 5.964, para o dia 27 de abril de 2020. Nova data será designada oportunamente, mediante nova intimação às partes”, diz o despacho dado pelo ministro nesta terça-feira.A tabela do frete foi criada em 2018 pelo governo de Michel Temer, após a greve dos caminhoneiros, que bloqueou estradas e gerou uma crise de abastecimento no Brasil por mais de uma semana. A criação era uma das principais reivindicações da categoria.
[sábia decisão do ministro Fux;
uma audiência dessa natureza poderia complicar o que já está complicado.
Enfrentar greve de caminhoneiros e isolamento total devido à Covid - 19 é pesado até para o presidente Bolsonaro.]

Blog Radar - Revista VEJA


segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Cada vez mais próximo a Bolsonaro, Bretas usa até carro oficial da Presidência - O Globo

Thiago Prado

Juiz da Lava-Jato mantém conversas privadas com Bolsonaro, participa de festa evangélica na praia e da inauguração de obra, onde chegou no carro oficial do presidente

Além de mostrar a aproximação entre o presidente Jair Bolsonaro e o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), o evento evangélico do último sábado na Praia de Botafogo, no Rio, expôs outra relação que vem se intensificando silenciosamente nos últimos meses. O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio, responsável pelos processos da Operação Lava-Jato no estado, está a cada dia mais afinado com o Palácio do Planalto, a ponto de manter conversas privadas com o presidente e participar até de inauguração de obra.

No sábado, antes de aparecer próximo a Bolsonaro em um vídeo cantando música entoada pelo missionário R.R Soares, Bretas esteve na inauguração da alça de ligação da Ponte Rio-Niterói com a Linha Vermelha. O magistrado chegou ao local no carro oficial do próprio presidente e subiu em um palco para discursos ao lado de ministros, prefeitos e deputados, situação atípica para a função que exerce nos tribunais. Na ausência do governador Wilson Witzel (PSC-RJ) — adversário declarado do presidente — acabou sendo a principal autoridade fluminense convidada para o evento.
Leia Mais: Sem citar Witzel, Bolsonaro alfineta: 'Um governador quis botar na agência reguladora dele um energúmeno'

A relação tête-à-tête entre Bolsonaro e Bretas começou a ser construída em 2 de junho do ano passado, quando o juiz desembarcou em Brasília para passar algumas horas de um sábado com o presidente em uma agenda não divulgada. Foi o mesmo período no qual Bolsonaro disse que gostaria de nomear para o Supremo Tribunal Federal (STF) um ministro “terrivelmente evangélico” — Bretas é adepto da religião.

A simpatia do magistrado por Bolsonaro é expressada nas redes desde o período eleitoral (ele curte e comenta postagens do presidente de tempos em tempos). Quando Bolsonaro passou a seguir o seu perfil no Twitter recentemente, Bretas escreveu: “Honrado em ter dentre os seguidores desta conta Twitter o Presidente da República do Brasil. Gratidão”. Ontem, o juiz fez questão de colocar no Instagram um vídeo de boas-vindas para o presidente na chegada ao Rio. -  Nos damos bem, mas não vou dar detalhes da minha relação com ele — diz Bretas ao GLOBO, negando que haja relação da afinidade com a indicação para o STF no fim deste ano — Você que está dizendo — desconversa.


A primeira vez que a possibilidade de ida para o Supremo foi cogitada no meio jurídico deu-se em novembro de 2018, logo após a vitória de Bolsonaro. Eleito senador, o filho Flávio, então deputado estadual, esteve durante duas horas no gabinete de Bretas no Centro do Rio. Desde então, o juiz passou a admitir abertamente para pessoas próximas que ir para o STF “poderia ser o auge da sua carreira”. Também defendeu a colegas o critério da escalação de um evangélico no posto, tendo em vista que a maioria da Corte é composta por católicos.

Atualmente, três nomes vêm sendo cotados como favoritos para a vaga no STF desejada por Bretas: o ministro da Justiça, Sergio Moro; o advogado-geral da União, André Luiz Mendonça; e o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira. Bolsonaro poderá nomear dois ministros do Supremo até o fim do seu mandato com as aposentadorias de Celso de Melo, em novembro deste ano, e Marco Aurélio Melo, em julho de 2021.

Perto de Moro e Valeixo
Bretas manteve-se prestigiado no Planalto a despeito de dois movimentos recentes que poderiam ter desagradado o presidente. No início de janeiro, ele se posicionou nas redes sociais contra a criação do juiz de garantias, sancionado por Bolsonaro no pacote anticrime. Há três semanas, recebeu em seu gabinete Moro e o diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, pivô de um atrito com o presidente no ano passado, que cogitou demiti-lo da função. Na ocasião, Bolsonaro estava visivelmente irritado nos bastidores com o desempenho de Moro no programa Roda Viva, da TV Cultura.


Aliados de Bolsonaro defendem que Bretas poderia ser uma opção para o Ministério da Justiça caso Moro deixe o governo em algum momento. Mostrar-se ligado a símbolos do combate à corrupção no país é importante para o presidente, que se elegeu sob essa bandeira e vem sofrendo cobranças nas redes em temas como o caso Fabrício Queiroz ou das candidaturas laranjas do PSL. Até hoje, contudo, o juiz Lava-Jato Fluminense jamais demonstrou vontade de ir para o Poder Executivo. Desde o ano passado, vem rejeitando convites para concorrer a prefeito do Rio.



Brasil - O Globo



sábado, 2 de novembro de 2019

Memória fraca - Folha de S. Paulo

Julianna Sofia

 [porteiro fantasma]

PGR arquivou às pressas menção a nome do presidente no caso Marielle?

Às 10h49 da última quarta-feira (30), o ministro Sergio Moro (Justiça) enviou ao procurador-geral da República, Augusto Aras, ofício pedindo à PGR abertura de uma investigação para apurar as circunstâncias do depoimento do porteiro que cita o presidente Jair Bolsonaro no inquérito do caso Marielle. Àquela altura do dia, o ministro-advogado do presidente da República já tinha tomado conhecimento de informação ainda ignorada: uma notícia fato encaminhada dias antes ao STF pelo Ministério Público do Rio, comunicando a menção a Bolsonaro, fora analisada e engavetada pela Procuradoria-Geral. Horas depois, o próprio Aras viria a público confirmar a decisão, por considerar a oitiva do porteiro um “factoide”.

[convenhamos que não tem, nem tinha,  o menor sentido reter um processo já moroso - apesar da insistência dos 'devotos' da vereadora Marielle para que a investigação de sua morte seja prioridade em um país como mais de 60.000 assassinatos/ano  - pela menção efetuada por um porteiro fantasma (nada se sabe sobre ele, sequer o nome) ao presidente da República - quando a Câmara dos Deputados já comprovou que a menção foi mentirosa - talvez a testemunha tenha sido comprada pelo inimigos do presidente - ao confirmar que  suposta hora do diálogo no condomínio, o presidente Bolsonaro estava em Brasília.

Sem cabimento também as restrições que o MP do Rio está criando  no que concerne a detalhes técnicos da perícia da suposta conversa - ainda que a perícia tenha sido conivente com eventual fraude (hipótese altamente improvável, especialmente por falta de interesse em adulterar o material = já que os contatos indicados pelo porteiro em depoimento à Polícia Civil foram desmentidos pela Câmara dos Deputados) a fraude se tornou desnecessária pelo cumprimento oficial e com fé pública efetuado pela Câmara dos Deputados, afirmando que no dia do assassinato da vereadora Bolsonara estava em Brasília, tendo votado por duas vezes em sessões daquela Casa.

Certo colunista alegou faltar ao porteiro motivos para mentir na tentativa de envolver o presidente Bolsonaro. Faltou questionar que interesse tinha o então presidente da República - na época com processo de candidatura à Presidência da República em crescimento - em se envolver no assassinato da vereadora Marielle?

Mas, da mesma forma que o assassinato de Celso Daniel caminha para a identificação segura do principal mandante, a tentativa contra o presidente Bolsonaro terá os mandantes devidamente identificados. É MERA QUESTÃO DE TEMPO.]

Questionado mais de uma vez, o procurador-(indicado por Bolsonaro)-geral não lembra nem sabe informar quando se deu o arquivamento. Foi amnésico ao dizer que provavelmente na própria quarta (30) ou, quem sabe, no dia anterior —na terça (29) à noite o Jornal Nacional revelara o conteúdo do depoimento com a citação. O lapso cognitivo do PGR é conveniente. Divulgar dia e hora do arquivamento, torna patente o açodamento do ato —ocorrido, quem sabe, entre a revelação do JN e o ofício de Moro do dia seguinte?
Aras o fez sem periciar as gravações registradas na portaria do condomínio do presidente, muito embora seja de pouca valia a perícia duvidosa de 2h25, feita a pedido do MP do Rio (que tinha uma bolsonarista declarada entre as promotoras do caso). A análise, comparável a um queijo suíço, tornou falso o depoimento do porteiro, diz o MP. [quem mostrou, e provou, ser falso o depoimento do porteiro foi a confirmação pela Câmara dos Deputados que no dia e hora citados pelo 'porteiro-fantasma' o presidente Bolsonaro estava naquela Casa, votando.] Aos de memória fraca, vale recordar. Em 9 de outubro, o governador Wilson Witzel confidencia a Bolsonaro a referência a seu nome no inquérito, relata o mito. No dia 16, ele se encontra com Dias Toffoli (STF), que se reúne com promotores do Rio 24 horas depois. No sábado (19), o presidente recebe Aras no Palácio do Alvorada. No mesmo dia, seus advogados lhe fazem uma visita. 
 
Julianna Sofia - Folha de S. Paulo
 
 
 

sábado, 21 de setembro de 2019

Crise da minoria - Merval Pereira

O mundo politico está tão virado de cabeça para baixo que há um recurso no Supremo Tribunal Federal pedindo a instalação da chamada CPI da Lava-Toga, barrada no Congresso. A dita CPI pretende justamente investigar ministros do próprio STF.  O sorteio eletrônico escolheu para relator o ministro Gilmar Mendes, que já revelou sua posição em entrevista recente: se for parar no STF, essa CPI não passa, por inconstitucional. Uma crise na relação dos Poderes foi logo substituída por outra. A permissão do ministro Luis Roberto Barroso para que a Polícia Federal fizesse busca e apreensão nos gabinetes do senador Fernando Bezerra, líder do Governo, e de seu filho, deputado federal, provocou um início de crise institucional envolvendo os três poderes da República.

O Congresso queixa-se da invasão de seu território, o presidente Bolsonaro ficou em situação delicada, pois ao mesmo tempo em que não quer ser identificado como opositor da Lava-Jato, não pode jogar às feras seu líder, um dos principais sustentáculos da improvisada base partidária e, sobretudo, coordenador da tentativa de aprovar o nome de Eduardo Bolsonaro para embaixador em Washington. Também o ministro Sérgio Moro entrou na roda, pois a Polícia Federal é subordinada ao ministério da Justiça e Segurança Pública, e a ação policial é vista como uma retaliação contra o Congresso, que trabalha para esvaziar a Lava-Jato e, sobretudo, o pacote anticrime de Moro.

Bolsonaro não quer ficar marcado como o presidente que persegue a Polícia Federal e a Lava Jato para ganhar o jogo político em favor de seu filho. O problema de Bolsonaro é que seu governo não tem uma base parlamentar organizada, como frisou várias vezes o presidente do Senado, David Alcolumbre durante o seminário “E Agora, Brasil” realizado em Brasília pelo Globo e pelo Valor Econômico. Essa decisão de não formar uma maioria legislativa estável, explica o cientista político Octavio Amorim Neto, professor da EBAPE/FGV, faz parte do que ele chama de “estratégia minoritária” de Bolsonaro, que trabalha com maiorias ocasionais enquanto tenta formar uma base de aliados fiéis.

Aspecto distintivo dessa estratégia é “um modo de comunicação com a população que apela, quase que exclusivamente, a nichos específicos do eleitorado e, enfaticamente, exclui outros”. Para Octavio Amorim Neto, a estratégia almeja apenas ter votos suficientes para chegar ao segundo turno e “empalmar um novo mandato a partir de uma campanha radicalmente negativa contra seu adversário”. A alta fragmentação do sistema partidário o beneficia, à medida que vários candidatos à presidência surgirão, dispersando os votos do centro. Os partidos de centro poderão formar amplas coligações eleitorais, ressalva Octavio Amorim, tendência que só deverá se consolidar após as eleições municipais de 2020.

O que corresponde justamente à estratégia abordada pelo presidente do Senado, David Alcolumbre, no seminário desta semana. Ele considera que os extremos, à esquerda e à direita, têm cada um 25% do eleitorado, e essa grande massa do centro definirá a eleição. O professor Octávio Amorim Neto avalia que se o adversário for um candidato de esquerda radical, muito provavelmente Bolsonaro vencerá; se for de centro, o resultado dependerá da reação do eleitor centrista. 

A eleição nos Estados Unidos terá influência importante, segundo Octávio Amorim, especialmente se Trump não for reeleito. Sua derrota sinalizará que a onda de populismo de extrema direita terá perdido impulso. Por Bolsonaro ter se associado excessivamente a ele, a derrota de Trump será lida como do presidente brasileiro. “O Brasil ficará isolado em Washington e na Europa, transformando Bolsonaro num oneroso passivo aos olhos de importantes setores das elites nacionais”. Inversamente, se Trump for reeleito, Bolsonaro ganhará fôlego eleitoral.
 

A tática tanto de Trump, quanto de Maduro na Venezuela, tem sido atacar eleitores centristas, como Bolsonaro vem fazendo aqui. A diferença significativa, adverte Octávio Amorim Neto, é que no Brasil, o voto é obrigatório, ao contrário dos Estados Unidos e da Venezuela.  “A combinação de agressão permanente às sensibilidades do eleitor centrista com voto obrigatório não favorece a reeleição de Bolsonaro, pois é justamente este eleitor quem decidirá a eleição”.

Merval Pereira, jornalista - O Globo

 

segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Vi, confesso que vi, neste 07- set de 2019 uma PÁTRIA FELIZ!

*Hoje Eu vi...*

Aguiar Júnior , um brasileiro patriota
 
Vi um jovem presidente de 64 Anos (ou seria um menino de Um Ano e Um Dia?) quebrar _TODOS_ os protocolos na Festa da Independência do BRASIL; 
Vi o que talvez, entre todos os chefes de Estado da história de nosso país (Monarquia e República), apenas o Presidente BOLSONARO e Dom PEDRO I,  o fundador da Pátria Brasileira, pudessem ter feito junto aos seus queridos POVOS; 


Vi mandar parar o 'Carro Aberto', onde já estava o valente Carlos Bolsonaro, e chamar para o Desfile Oficial um orgulhoso garoto, que a partir daquele instante passou a representar todos os nossos filhos e filhas das FAMÍLIAS patriotas do BRASIL; 
Vi (e ouvi !) o Povo Brasileiro no Dia da PÁTRIA gritar: "BOLSONARO, cadê você, eu vim aqui só pra te ver"; 


Vi na TV (e ouvi !) a multidão em Brasília GRITAR: *"Mito... Mito... Mito...";* 


Vi a ALEGRIA nos semblantes das autoridades e dos convidados, entre eles o General Augusto Heleno, braço forte e mão amiga do Presidente BOLSONARO; 
Vi os acenos FELIZES para a multidão feitos por Ministros do Governo Federal, o principal deles sendo o Super Ministro Sérgio Moro, que NÃO pareceu em nenhum momento estar chateado ou desvinculando-se do Governo do NOVO BRASIL; 

Vi, ainda, o Presidente BOLSONARO colocar o braço nos ombros de Sérgio Moro, demonstrando a afeição e o apoio ao trabalho realizado na pasta da Justiça e da Segurança Pública, o que já salvou em oito meses e sete dias a vida de mais de seis mil brasileiros, NÃO atingidos pela violência que está sendo radicalmente combatida por este Governo do BRASIL; 
Hino da Independência do Brasil 

Vi o Presidente, querido por nosso povo, pegar o bastão da Banda de Música dos Dragões da Independência e reger FELICÍSSIMO o Hino da Independência

Vi empresários (Sílvio Santos e Luciano Hang da HAVAN), religiosos (Edir Macedo e um Bispo Católico) e Militares (General Mourão e General Ramos), além da gente simples do povo, ficar ao lado do Presidente BOLSONARO com o semblante de satisfação de ver que o BRASIL está mudando; 

Vi a Primeira Dama Michele Bolsonaro e os filhos do presidente representar no palanque oficial a FAMÍLIA Presidencial daquele que tanto defende as FAMÍLIAS de TODOS nós brasileiros; 
Vi, confesso que vi, neste 07-SET de 2019 uma PÁTRIA FELIZ. 
Ass.: Aguiar Júnior, um brasileiro patriota. 
🇧🇷🇧🇷🇧🇷🇧🇷🇧🇷🇧🇷🇧🇷🇧🇷🇧🇷🇧🇷
BRASIL acima de tudo.
DEUS acima de todos. 


A Verdade Sufocada - Transcrito em 08 set 2019 


 

quarta-feira, 22 de maio de 2019

Testando os limites - Presidente testa limites e não gosta do que vê

Jânio pensou que o povo impediria sua saída, Bolsonaro tenta usar o povo para não ter que sair

A manifestação a favor, uma incoerência em termos numa democracia, só serve a ditadores que precisam mostrar força popular, como Nicolas Maduro na Venezuela.
Um presidente democraticamente eleito há cerca de cinco meses não precisa disso, a não ser, como acho que está acontecendo, que se sinta desconfortável com as limitações que as instituições democráticas lhe impõem.

Por isso a manifestação do próximo fim de semana é contra o Congresso e os políticos, contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e contra a imprensa, justamente as instituições que têm como finalidade impedir que o Poder Executivo exorbite de seus poderes, sobretudo em um presidencialismo como o nosso, que dá preponderância quase imperial ao presidente da República.  Ainda bem que o presidente Bolsonaro, apesar de ter publicado em sua rede social uma convocação para a manifestação, avalizando, portanto, seus objetivos, desistiu de participar, como chegou a ser aventado. E orientou seus ministros a não irem. Ao chamar à noite o presidente do STF, Dias Tofolli, para uma conversa sobre a conjuntura atual, o presidente Bolsonaro deu um sinal claro aos seus seguidores, confirmando o que seu porta-voz dissera: não autoriza manifestações que oponham seu governo aos outros poderes da República.

O que tira um ar oficialesco da convocação, que só o comprometeria. Desde o início, aliás, o presidente deveria ter se apartado desses movimentos que querem emparedar os demais poderes do Estado, mas esse parece ser a sua natureza. Como é de seu feitio, a meu ver numa tentativa de testar até onde pode ir, o presidente desde o início de seu governo vem voltando atrás em uma série de medidas polêmicas, rejeitadas, ou pela opinião pública, ou pelos líderes políticos. Um exemplo dessa atitude cambiante, que atribuo a uma tática, é a autorização, vislumbrada no decreto de liberação de porte de armas, para a venda de um fuzil antes classificado como de uso restrito às forças de segurança do Estado.

A fábrica Taurus, que supostamente é especialista em decifrar normas e legislações para ampliar seu escopo de venda, entendeu que o decreto assinado por Bolsonaro a autorizava a vender tal fuzil. O mercado para esse tipo de arma, cujo modelo mais sofisticado, com rajadas de balas, é muito usado por traficantes e milicianos, é tão grande que existem 2 mil pessoas na fila de espera. Diante da reação negativa da maioria, que não pertence ao nicho eleitoral dos Bolsonaros, o governo voltou atrás e garantiu que esse tipo de fuzil continua de uso restrito. Vai ser necessário agora mudar o texto do decreto pelo Congresso para que essa vedação fique explícita.

É certo que Bolsonaro foi eleito também por esse nicho eleitoral que se prepara para sair às ruas em sua suposta defesa, como se estivesse sendo coagido por “forças terríveis”, quiçá as mesmas que levaram Jânio Quadros a denunciá-las e renunciar. Era também um líder populista que não se enquadrava nas limitações que a democracia impõe. Jânio pensou que o povo impediria sua saída, Bolsonaro tenta usar o povo para não ter que sair. Não há como negar que ele foi eleito também para aprovar a flexibilização do porte e posse de armas, o que vem fazendo com rapidez impressionante, ou para interferir no ensino numa direção oposta ao que considera ser o “marxismo cultural”.

Só que ele não foi eleito apenas por aqueles que concordam com esses e outros projetos. E é preciso negociar com a sociedade, através do Congresso e da opinião pública vista de maneira ampla, bases para um consenso nessas questões delicadas de valores e costumes. [uma negociação em que, curiosamente, as forças a favor de que só bandidos e policiais portem armas - estes com restrições - serão sempre as vencedoras.
Bolsonaro deve cumprir as suas promessas de campanha, sendo uma das principais a revogação total do 'estatuto do desarmamento' - que cada um seja livre para possuir e portar quantas armas quiser; 
não vamos mais perder tempo lembrando que nos países com uma relação armas por habitantes bem superior  a do Brasil, ocorrem menos homicidios.
A Suíça cada cidadão, ao término do serviço militar vai para casa, levando consigo um fuzil que fica sob sua guarda, sendo obrigado de tempos em tempos a comparecer a uma unidade militar para treinamento.]

Nesse ponto voltamos ao fulcro do debate, às tais limitações institucionais que Bolsonaro parece querer superar pela pressão popular. Ele tem razão em criticar as corporações que impedem as mudanças, mas não conseguiu que sua própria corporação, a dos militares, abrisse mão de muitas das condições especiais que tem.
Sem dúvida é preciso levar em conta as características específicas da atuação das Forças Armadas, mas há também outras corporações com especificidades a serem analisadas, como a dos professores, e esse é o problema das mudanças, em todos os países. [os professores do básico e do intermediário - que ganham pouco, trabalham muito e em péssimas condições de trabalho; os professores das universidades tem muitos com o salário ultrapassando, em muito, o teto estadual ou mesmo federal. 
Na USP tem um que recebe pouco mais de R$60.000,00.]

A negociação deve ser feita, então pelo Congresso, e, mais uma vez tem razão, não pode se dar em troca de favores menores. Mas não é desafiando o Congresso que o governo vai conseguir fazer as reformas.


segunda-feira, 13 de maio de 2019

Farra sindical de volta

Líderes do Centrão – entre os quais Paulinho da Força – aproveitando a maré de cinismo vigente no Legislativo com as vitórias das últimas semanas sobre o governo Bolsonaro em geral e Sérgio Moro em particular.

Os líderes do Centrão conspiram para a volta da obrigatoriedade da contribuição sindical - depende de mudança na legislação; Não é improvável que o trabalhador volte a ser 'tungado', compulsoriamente, no desconto de um dia de serviço para manter as mamatas dos dirigentes sindicais.

Afinal vivemos em um país que órgãos beneficiados por contribuições compulsória, ameaçam entrar na Justiça para revogar decreto do presidente Bolsonaro que os obriga a prestar contas de como gastam o dinheiro público.

As entidades integrantes do Sistema S - SESC, SENAC, SESI, SENAI, SEBRAE, SENAT,  SENAR, Sescoop, CNC, CNI e outros  - que são beneficiados com dinheiro que os empresários são obrigados a passar para eles não querem sequer divulgar os salários, jetons e outras mordomias que pagam aos seus empregados e dirigentes.  Confira aqui: Qual o interesse do Sistema S em esconder seus gastos milionários?

A obrigatoriedade de todo cidadão brasileiro contribuir para a farra dos dirigentes sindicais vagabundos pode ressuscitar”, diz José Nêumanne.

O Estado de S. Paulo

sábado, 16 de março de 2019

A pax política de Bolsonaro



No rebotalho das negociações, o presidente Bolsonaro dá claros sinais de estar arrefecendo os ânimos e focando no que realmente interessa: a conclusão da reforma da Previdência. Parece ter compreendido a exata dimensão do que o projeto representa não apenas sobre a vida dos brasileiros como para o futuro de seu próprio governo. Diga-se, de passagem, que nessa terra maniqueísta medrava implacavelmente em diversas cabeças a convicção de que o presidente não daria a devida importância ao tema. Ledo engano. Bolsonaro, desde o fim das folias de Momo, é outro homem. Conversa ativamente com os setores envolvidos no assunto. 

Chama para acertar demandas dos interlocutores e parlamentares e tenta afinar detalhes. Não se exime sequer de ações coordenadas de comunicação para manifestar a importância da votação que está em jogo. Encarnará – e já se convenceu disso – o papel de verdadeiro marqueteiro da reforma. Já não era sem tempo. Nos almoços, convescotes e reuniões fechadas com os interlocutores manifesta uma linha diferente da que vinha adotando até aqui, menos belicosa, mais em harmonia com os anseios gerais. Mesmo a imprensa, que tem sido tratada aos pontapés pelo mandatário nos últimos tempos, foi chamada ao quadrilátero do Planalto para dois seguidos cafés da manhã ao lado dele, nos quais o ponto alto foi a simpatia e bom humor do anfitrião – afável, receptivo e esclarecedor, como cabe a quem comanda e deve conduzir um desafio dessa natureza. Bolsonaro tem lembrado insistentemente da encruzilhada que desponta pela frente: ou virá a reforma ou será o caos. Traça alguns caminhos para alcançá-la. Não é mais aquele político arredio de campanha que se negava a entabular acordos partidários ou a liderar entendimentos com políticos adversários. Nessa fase de conciliação, abriu o cofre. Estima-se em mais de R$ 1 bilhão, em emendas orçamentárias, o tamanho do caixa que será usado para convencer os arredios. 

Bolsonaro, que conheceu o radicalismo por trás da resistência dos opositores, soube se inspirar nas lições do pacto de interesses que, em geral, move todos em um mesmo sentido. O presidente não é um iluminado da práxis, um talento aglutinador. Mas, como convém a um restaurador da ordem, com sua mirada de ex-capitão de tropa, está tentando, nos últimos dias, com visível esforço, exercer a condição de maestro do entendimento, sem se melar na manteiga rançosa do clientelismo barato. Ele recusa-se a misturar apoio com barganha fisiológica. Diz que jamais exercerá a liderança de resultados para proveito e interesse próprios. Mas sabe que o destino da Nação tem acordes específicos nessa reforma que está posta à mesa. Se a história promete fazer-lhe justiça, essa está completamente penhorada na consagração de um novo regime de aposentadorias que abrande, de vez, parte considerável das despesas orçamentárias. 

Na contabilidade fria dos congressistas a favor e contra o projeto encaminhado ainda falta um bom lote de simpatizantes para se chegar ao número mágico de 308 votos mínimos para o aval na Câmara. O ideal, todos sabem, é ir à plenária com uma margem extra de até 20 votos. Tempos atrás, o então presidente Fernando Henrique colocou para votar um projeto semelhante, imaginando estar com o quórum garantido, e saiu de lá derrotado por apenas um voto. É uma transformação considerável em jogo que pode se esvair por tão pouco. De outro lado, analistas são unânimes em dizer que existe quase nada da reforma para desidratar. O economista Alexandre Schwartsman, por exemplo, lembra que no atual patamar dos cortes propostos, sem retirar nenhum dos itens do que foi encaminhado, o gasto previdenciário deverá seguir em linha com o crescimento do PIB. Qualquer economia a menos vai praticamente implodir com o orçamento, mais cedo ou mais tarde. O czar da Fazenda, Paulo Guedes, deseja uma tesourada da ordem de R$ 1 bilhão em 10 anos. Há quem fale que ela ficará na faixa de R$ 700 milhões.

Nesse cabo de força, o ponto de inflexão mais importante tem sido, no entanto, o que se pode chamar de conversão de Jair Bolsonaro a um tipo de postura mais moderada. E isso fará a diferença. O presidente é capaz, com os argumentos certos, de trazer para as suas hostes uma série de deputados que até aqui se mostravam descontentes com o tratamento recebido do Executivo. Muitos desejam somente o afago de um encontro, de uma conversa tetê-à-tête com o chefe da Nação. Querem entregar a sua contribuição, sentirem-se participantes do processo. No jogo de parte e reparte, serze e descostura, a mudança na Previdência é uma entrega inescapável na agenda e ela depende da articulação. Que bom que a virulência oficial de ataques a esmo foi substituída pelo diálogo. 

Ninguém padecerá de um único e escasso arrepio de dúvida sobre a importância da reforma da Previdência – caso ela venha a ser bem explicada e defendida. Nem entre os mais vetustos “esquerdopatas”, rivais de Bolsonaro, que tenham um pingo de compromisso com o futuro do País, será possível encontrar resistência. Afinal, até eles, lá atrás, defenderam ideia semelhante. Resta agora serem arregimentados para as fileiras da “pax” presidencial, em favor do bem comum.