Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador verdade. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador verdade. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 20 de março de 2023

Congresso vai se colocar nas mãos do Supremo de novo? - Alexandre Garcia

Gazeta do Povo - VOZES

Começo com uma notícia excelente que me enche de orgulho como cachoeirense: um azeite de Cachoeira do Sul (RS) está em primeiro lugar entre os 120 melhores azeites do hemisfério sul em um concurso na Itália. Os ganhadores vão sair no guia Lodo de azeites.

Ainda produzimos muito pouco: cerca de 3.500 toneladas de azeite; importamos 106 mil toneladas. Há produtores no Rio Grande do Sul, em municípios como Pinheiro Machado, Rosário do Sul, Viamão, Canguçu, Caçapava do Sul… Há também produtores da Serra da Mantiqueira na lista dos campeões do mundo. É a hora da colheita e, como se sabe, é necessária mão-de-obra, já que a colheita da azeitona é à mão.

Agora comentam de novo que há suspeita de trabalho análogo ao escravo em vinícolas. É um problema sério. Em Bento Gonçalves (RS), um delegado de Polícia Federal (PF) está investigando o tal trabalho escravo, mas diz que não encontrou nada na investigação que vinculasse as três vinícolas – as duas cooperativas e a empresa – a condições análogas ao trabalho escravo. Foi o que disse o delegado Adriano Medeiros do Amaral.

Eu fico boquiaberto porque, meu Deus, o que foi isso, então? Campanha de difamação? Tentativa de extorsão? O que foi que houve? Eu vejo que, talvez, esta empresa de terceirização, a Fênix, esteja envolvida nisso. Mas as três vinícolas fizeram um acordo para pagar R$ 7 milhões, e não vão os R$ 7 milhões para os quase 210 trabalhadores, a maioria baianos; são só R$ 2 milhões que vão ser divididos entre eles.

Por que a vinícola Aurora, por exemplo, fez um pedido de desculpas? Está aqui: "Carta ao povo brasileiro (…) nossas mais sinceras desculpas aos trabalhadores (…) sentimo-nos obrigados a estender essas desculpas ao povo brasileiro (…) Já cometemos erros, mas temos o compromisso de não repeti-los."

Não estou entendendo. Não sei se se assustaram, se se viram tão assediados pela campanha de difamação que resolveram fazer isso
Acho que deveriam reagir contra os difamadores. Mover ação de difamação, pedindo danos morais e mostrando que tem que pagar R$ 7 milhões. Os difamadores que paguem os R$ 7 milhões, então.

A verdade sobre a pandemia continua vindo à tona
Mais uma vez chamo a atenção ao que apareceu sobre a pandemia. Recomendo um livro que por enquanto não foi traduzido para o português: Silent Invasion (2022) – Invasão Silenciosa. É o nome da obra da doutora Deborah Birx.

Ela trabalha junto com Anthony Fauci, e conta no livro que eles inventaram em duas semanas a história da separação e do distanciamento social. Fizeram todo mundo fechar tudo, ficar longe, morrer de medo… Meu Deus do céu! Recomendo a leitura deste livro para que a verdade continue voltando, e a gente fique sabendo o que está acontecendo.

Senadores querem subjugar o Congresso ao Supremo mais uma vez
Há uma briga na Câmara e no Senado. O presidente do Senado quer retomar um sistema anterior à pandemia
Durante a pandemia, decidiram que, para dar mais pressa às medidas provisórias do presidente da República, a tramitação deveria ir direto para o Plenário da Câmara e depois para o Plenário do Senado.
Antes disso, era uma comissão mista de deputados e senadores que decidia a ida a Plenário, e a relatoria era um rodízio entre deputado e senador.
 
Agora, o governo acha que está nas mãos do presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) pautar ou não o tema da medida provisória
E o governo está com medo, está apressado. Conhece o resultado das urnas, em que a centro-direita ficou majoritária, com 65% a 70% dos votos.
 
Aí acontece de novo: atropelando o Legislativo, o senador Alessandro Vieira (PSDB-SE) foi ao Supremo para evitar que Rodrigo Pacheco se desgastasse fazendo isso. 
Pediu intervenção do Supremo para tratar de um assunto absolutamente interno do Poder Legislativo.
 
Deputados e senadores sendo julgados pelo Supremo é um problema que tem que ser corrigido na Constituição.  
Da forma como está, o Supremo impõe o que quiser, já que os parlamentares são da jurisdição do Supremo. Aí não funciona, não tem como funcionar.
 
Não é a primeira intervenção do Supremo. Ele já interveio quando estava pronto para entrar em discussão o assunto da CPI das ONGs da Amazônia, e entrou a tal CPI da Covid, que só foi prejudicial ao país, à saúde dos brasileiros, à vida dos brasileiros.
E assim vai a dependência. O Congresso Nacional está dependente de outro poder, quando é o primeiro dos poderes. E é o próprio Congresso que se põe em último.

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

A CNBB “descobriu” que Lula tem (digamos assim) problemas com a verdade. - Percival Puggina

Lula, durante a campanha eleitoral, se posicionou, em quase tudo, conforme a conveniência do momento.  
No caso do aborto, ora era favor, ora contra o abortamento voluntário.  
Quando lhe convinha, afirmava ser o aborto um problema de saúde, um direito da mulher, algo que elas deveriam poder fazer sem se envergonhar. Quando lhe convinha o oposto, se dizia contrário ao aborto e defensor da vida.

Sua campanha, inclusive, entrou em juízo para obrigar a de Bolsonaro a retirar do ar um vídeo em que era divulgada a posição pró aborto do candidato petista. Por ordem judicial, a matéria não mais foi reproduzida.

Agora a CNBB emite nota em que admite ter acreditado nas palavras do novo presidente da República. Em certo momento, o texto afirma: “Assim, as últimas medidas, a exemplo da desvinculação do Brasil com a Convenção de Genebra e a revogação da portaria que determina a comunicação do aborto por estupro às autoridades policiais, precisam ser esclarecidas pelo Governo Federal considerando que a defesa do nascituro foi compromisso assumido em campanha”. 

Desculpem as autoridades eclesiásticas, mas ninguém mandou acreditar no Lula. Não pode ter passado ao largo de suas observações as declarações explícitas dele sobre o assunto.
O novo governo está em seus primeiros momentos. Apenas 18 dias transcorreram e a questão do aborto já entrou pela terceira vez no noticiário provocado pelo próprio Palácio do Planalto com suas ações, ou com a transcrição de manifestações da ministra da Mulher. 
Num de seus primeiros pronunciamentos, ela especulou sobre o que poderia acontecer com o debate sobre aborto na futura composição do Senado e afirmou, provocando reação de Rodrigo Pacheco, que o próximo Senado, mais “conservador e bolsonarista, significaria mais recuos do que avanços na questão do aborto.

Ao acreditar em Lula, a CNBB ouviu dele apenas a parte que lhe conveio, escolheu o que ouvir. Contudo, não faltavam evidências no sentido oposto! Agora, naquela fase em que todo governo trata de dizer o que pretende, expondo suas prioridades, essa importante questão humana está e vai ficar na mesa por uma razão que só os muito ingênuos desconhecem: o aborto é pauta da esquerda que assumiu o poder no Brasil e essa esquerda não desiste de seus objetivos. Reitero meu velho bordão: os ingênuos estão na cadeia alimentar dos mal-intencionados.

Percival Puggina (78), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 

sábado, 7 de janeiro de 2023

A Era da Grande Mentira - Revista Oeste

J. R. Guzzo

Nada do que foi dito ou apresentado ao público no dia 1º de janeiro em Brasília tem algum contato com qualquer coisa que se possa chamar de verdade 

Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock

Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock

O Brasil tem desde o dia 1º de janeiro de 2023 uma religião oficial do Estado: a mentira, o tempo todo e em todas as questões, com método, cálculo e um sistema de operação. Não é nenhuma novidade. Mentir como política pública é um dos fundamentos básicos de regimes de esquerda que querem mandar no governo para sempre. 
Foi assim na Rússia comunista de Stalin, onde a verdade era unicamente aquilo que o governo certificava como sendo verdade; é assim em Cuba, de 1959 até hoje. 
Se um jornalista, ou quem quer que fosse, perguntava sobre os presos políticos que lotavam os campos de concentração da ditadura stalinista, a resposta era: “Não há presos políticos na Rússia. Não há campos de concentração na Rússia”. É a mesma coisa em Cuba, quando se pergunta sobre a ditadura de Fidel Castro: “Há eleições livres em Cuba. Há liberdade de opinião em Cuba”. É negacionismo no último grau. O regime elimina a realidade dos fatos, dos números e das evidências visíveis, em todos os discursos, documentos e atos oficiais. Em seu lugar entra uma nova realidade, fabricada pelo governo e repetida pelos políticos de partido único e pela imprensa de um jornal só. A principal característica dessa nova realidade é não existir.

O quadro que Lula atribuiu a Bolsonaro, na verdade, é uma fotografia perfeita do que ele próprio e a sucessora que inventou fizeram com o Brasil entre 2003 e 2006

A posse de Lula na presidência da República é provavelmente a tentativa mais flagrante de uso da mentira como política de Estado que o Brasil já viu em sua história. Nada do que foi dito ou apresentado ao público no dia 1º de janeiro em Brasília tem algum contato com qualquer coisa que se possa chamar de verdade — e talvez nenhum fato comprove isso com tanta clareza quanto a frase mais indignada do primeiro discurso de Lula como presidente. “Desorganizaram a governança da economia”, disse ele, referindo-se ao governo de seu antecessor. “Dilapidaram as estatais e os bancos públicos. Entregaram o patrimônio nacional. Os recursos do país foram rapinados para saciar a cupidez de rentistas e acionistas privados das empresas públicas.” O Brasil que ele recebe, segundo o discurso, é um amontoado de “ruínas terríveis”. É uma das declarações mais alucinadas jamais feitas por qualquer presidente deste país, em qualquer época. Lula não citou um único fato, um único número, absolutamente nada, para sustentar qualquer das palavras que disse. É pura Rússia, ou Cuba, com as lendas oficiais que os seus governos impõem à população. Como acontece lá, a realidade objetiva é exatamente o contrário do que afirmou — o quadro que Lula atribuiu a Jair Bolsonaro, na verdade, é uma fotografia perfeita do que ele próprio e a sucessora que inventou, Dilma Rousseff, fizeram com o Brasil entre 2003 e 2006.

Lula recebe a economia com inflação inferior a 6% ao ano, menos que a dos Estados Unidos, a menor taxa de desemprego desde a recessão de Dilma, e as estatais com um lucro de 250 bilhões em 2022. 
O Banco do Brasil, especificamente, lucrou 30 bilhões no ano passado — o melhor resultado da sua história. Como o presidente da República pode dizer, em discurso oficial, que o banco foi “dilapidado”? 
O saldo na balança comercial em 2022 foi recorde, com mais de US$ 60 bilhões. As reservas internacionais estão acima de 320 bilhões, também em dólares — e por aí se vai, um fato em cima do outro, tudo flagrantemente oposto ao que Lula afirmou. 
Nem uma das figuras principais da coreografia da posse, a catadora de lixo que lhe passou a faixa presidencial, é de verdade
 A figura foi inventada para simbolizar os “33 milhões” que “passam fome” — por sinal, um número simplesmente absurdo, fruto direto de propaganda lulista explícita, e que já foi comprovado como falso. Mas a catadora de lixoé estudante de Direito, presidente de uma “Central de Materiais de Recicláveis do Distrito Federal e Entorno” e “secretária nacional” da “Mulher e Juventude” da Unicatadores; circulam na internet imagens de uma viagem que fez a Roma
 
É tão catadora de lixo como Lula é “operário”. A imagem que tentaram vender, de qualquer forma, é puro fake
 Se ela é mesmo quem o roteiro da posse quis mostrar que é, fica sem resposta a seguinte questão: como continua catando lixo se começou a fazer isso, pelo que diz a propaganda da posse, 20 anos atrás? 
Quer dizer, então, que o símbolo da luta “contra a pobreza” exibido ao público atravessou os dois governos de Lula, mais os dois de Dilma, e até hoje não conseguiu sair da miséria? 
É essa a lógica da realidade oficial do regime que começa; é o mundo falso de Lula, do PT e do Jornal Nacional, como na Rússia comunista era o mundo do Pravda.

Na nova religião oficial do Brasil Lula não é um político que foi condenado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em três instâncias e por nove juízes diferentes; também não passou 20 meses trancado numa cela de cadeia.  
É como se tudo o que aconteceu não tivesse acontecido. Não houve as confissões de corrupção por parte de diretores da Petrobras durante o seu governo. Não houve devolução voluntária de dinheiro roubado. Não houve empreiteiros de obras públicas que confessaram ter comprado os favores de Lula, foram para cadeia e se delataram uns aos outros. 
O presidente diz, como se estivesse fazendo um imenso favor ao povo brasileiro, que vai “salvar” a Petrobras e fazer dela de novo o que era. 
Mas a realidade fabricada por Lula e o seu sistema, para substituir a realidade comprovada, não diz que a Petrobras do seu tempo era a Petrobras que comprou a montanha de ferro-velho da refinaria americana de Pasadena, uma das negociatas mais grosseiras jamais cometidas contra o Estado brasileiro — ou que foi roubada durante anos pela construção da Refinaria Abreu e Lima, que deveria custar US$ 2 bilhões, já custou mais de 20 bi e ainda não está pronta, por falhas primitivas no projeto. É essa a Petrobras, que quase foi à falência nos governos do PT, e se viu condenada por tribunais internacionais a pagar bilhões de dólares por roubar os acionistas, que ele quer de novo.
Foto: Reprodução/Jornal da Globo

Foto: Reprodução Jornal da Globo 

Na verdade, no mundo de ficção que está criado no Brasil desde o dia 1º de janeiro, não existe a palavra “corrupção”. Não se falou uma sílaba sobre o tema, nem no discurso de posse e nem em qualquer manifestação oficial; a era Lula-Dilma foi a mais corrupta da história brasileira, ou mundial, mas nada disso aconteceu. 
Não há o reconhecimento de nenhum erro, mesmo involuntário. 
Não se lamenta nada, nem se pede desculpas por nada. A mentira como política de Estado sustenta que o Brasil viveu entre 2003 e 2016, sob Lula e a sua sucessora, uma época de ouro, para a qual a população estava morrendo de vontade de voltar. Não existiram a recessão econômica deixada por Dilma, a maior da história nacional, nem as centenas de processos penais contra ladrões do erário (quase todos eles já de volta ao novo governo), nem o fato objetivo de que em 13 anos e meio no poder o Sistema Lula não resolveu um único problema real do Brasil, um só que fosse — da pobreza ao crime, da calamidade da educação à calamidade da saúde pública, da falta de estradas à falta de esgotos. Olhe-se em volta, à procura de alguma coisa boa do governo Lula, ou melhor do que exista hoje; não se encontra nada. 
Mas a farsa imposta ao país diz que nunca houve um Brasil tão justo, feliz e bem-resolvido quanto o Brasil da confederação Lula-PT-empreiteiros corruptos-ladroagem etc. etc. etc.

Em menos de uma semana de governo, as ações cotadas na Bolsa perderam R$ 500 bilhões em seu valor

A mentira oficial não reconhece que 58 milhões de brasileiros adultos ou praticamente 50% dos que votaram nas últimas eleições, segundo os números do próprio TSE são contra Lula. 
Diz que a democracia no Brasil estava sendo destruída no governo anterior, que não mandou prender ninguém, nem desobedeceu a qualquer lei, nem censurou uma única palavra dita contra ele na imprensa ou nas redes sociais. O Brasil da coligação Lula-STF já tem pelo menos sete presos políticos. Tem pencas de mandados de prisão a cumprir. Tem repressão redobrada nas redes. Tem quebras em massa de sigilos. Tem uma nova “Procuradoria Nacional de Defesa da Democracia”, para combater “atentados” contra as “políticas públicas”. 
 
Tem o terrorismo sistemático do Ministério da Justiça contra quem é acusado de “atos antidemocráticos”
Tem até um índio preso nos cárceres do ministro Alexandre de Moraes — isso num país que desde 1º de janeiro tem um “Ministério dos Povos Indígenas”, ou coisa parecida, sustentado com o dinheiro do pagador de impostos. 
O Brasil imaculado de Lula e da impostura implantada com o início do seu governo tem dezenas, ou mais, de autoridades públicas com passado ou presente penal nas costas; quando se vai para o segundo escalão, a coisa fica pior. Só nas penitenciárias, que o ministro da Justiça quer esvaziar, se pode achar uma concentração tão grande de gente envolvida com o Código Penal como no ministério e na equipe principal de Lula. 
Em menos de uma semana de governo, as ações cotadas na Bolsa perderam R$ 500 bilhões em seu valor — mas no teatro montado em Brasília as perdas não existem, a Bolsa não existe, como não existe nada além de um raio de 3 quilômetros do Palácio do Planalto.

Em cima de tudo isso, para completar, Lula dá sinais de estar vivendo um processo mental de ilusões maciças. Acha que ganhou a eleição por seus próprios méritos; esquece que está lá pelas decisões encadeadas de Alexandre de Moraes, do resto do STF e do TSE. (Até agradeceu ao TSE no seu discurso de posse, passando um notável ”recibo” público por serviços prestados, mas tem certeza que o seu herói é ele mesmo.)  
Acha que os brasileiros vão obedecer a ele como os cubanos obedeciam a Fidel Castro, ou aos ditadores que estão lá hoje, com a sua polícia e o seu aparelho todo de repressão. Acha que pode anular o Congresso com uns trocados como Ministério da Pesca, ou cofres-fortes como o novo Ministério dos Portos — um dos sinais mais óbvios a respeito de como seu governo vai proceder, realmente, no mundo das coisas materiais. Acha que a realidade do Brasil é o que aparece nos blogs “progressistas”, no noticiário da mídia militante e na programação da Rede Globo. Acha, acima de tudo, que o Brasil começa e acaba nele e no PT — e sobretudo nele
É o enquadramento perfeito para a Era da Grande Mentira.

Leia também “A mentira da mudança do clima”

J. R. Guzzo, colunista - Revista Oeste

 

segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

Mentiras, fake news e artimanhas jurídicas - Percival Puggina

Deixei de usar o estrangeirismo “fake news”, que se tornou a mais vadia das expressões correntes em nosso vocabulário. Como a Geni de Chico Buarque, ela dá para qualquer um o que cada um quiser e, em seus momentos sádicos, tortura a verdade.

Na noite de 30 de outubro de 1938, milhões de ouvintes norte-americanos, sintonizados à CBS, ouviram a transmissão radiofônica de “A Guerra dos Mundos”. Durante uma hora, Orson Welles narrou uma invasão alienígena como se estivesse em curso na costa Leste dos EUA, espalhando pânico e, ao mesmo tempo, alçando sua carreira ao nível das estrelas de maior grandeza na luminosa abóboda hollywoodiana. O programa entrou para a história do rádio como um de seus capítulos mais notáveis.

Mentiras fazem parte do nosso cotidiano. Têm data própria no calendário anual.  Mentem-nos tanto que acabamos desenvolvendo intuições que nos protegem de muitas
Por outro lado, a verdade, não raro, é produto de uma trabalhosa escavação, seja dos acontecimentos de hoje, seja nas cinzas da história. A política só é o habitat de tantos mentirosos porque muitos eleitores preferem ouvi-los. Na lei de Deus, a mentira é pecado; na lei dos homens, não é crime (salvo em situações muito particulares previstas em lei).

Rejeitemos a falsidade e a mistificação. Protejamo-nos, inclusive, do autoengano. Afastemo-nos dos mentirosos. Busquemos a verdade. Querer acabar com a mentira, contudo, é devaneio autoritário de quem sonha com um Ministério da Verdade e este é mais nocivo do que aquela.

O STF e seu braço eleitoral tantas fizeram com a expressão fake news, tanto dela abusaram para transformá-la numa espécie de crime hediondo, que acabaram por depreciar o emprego que dela fazem. Esqueceram-se da frequência com que alguns de seus ministros relativizam a Constituição, recuam das próprias verdades já explicitadas em trabalhos acadêmicos, atividades profissionais anteriores e que deveriam nos proteger dos abusos das plataformas, delas não se valem para sancionar quem os contraria?

No transcurso de uma campanha eleitoral, quem impôs como verdade inquestionável a inocência de Lula – a maior mistificação da década – perdeu a autoridade para imputar falsidade às afirmações alheias. Desculpem-me os divergentes, mas me sinto moralmente vinculado às minhas percepções, principalmente se do lado oposto observo, ademais, graves violações ao estado de direito.

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


quarta-feira, 9 de novembro de 2022

Crime de opinião já foi criado há três anos pelo Supremo

O engodo desmoralizado pelo Banco Mundial foi usado na campanha eleitoral. Mas ninguém entrou no TSE reclamando da fake news. Aliás, se entrasse, dependeria do juízo do tribunal, que tem o dom divino de separar a mentira da verdade numa campanha eleitoral

Antes das eleições, o Brasil tinha 33 milhões de famintos. Uma semana depois, a maioria ficou alimentada. Restaram 1,9 milhão abaixo da linha de pobreza. 
O candidato, eleito,  e a mídia vinham repetindo, como fazia Goebbels, que o Brasil tem 33 milhões de famintos. 
Claro que quem tem olhos para ver não via isso, ou as ruas estariam cheias de pedintes do tamanho de três Portugais. Mas o candidato e sua mídia repetiam: 33 milhões de brasileiros famintos. 
Agora aparece o Banco Mundial para estragar a narrativa: há bem menos brasileiros em extrema pobreza.  
Despencou de 25 milhões em 1990 para 1,9 milhão em 2020. 
Para os padrões econômicos internacionais, extrema pobreza é de quem ganha menos de 2,15 dólares por dia. 
O Auxílio Brasil corresponde ao dobro desse valor.[ou seja = 200%; já o Bolsa Família, que o eleito pretende trazer de volta, no máximo em R$ 400,00, vale pelo câmbio atual uns 110% desse valor e os aspones do eleito ainda não sabem como conseguir a grana]
 
Só Paraguai conseguiu semelhante proeza na América Latina. Outros estão dobrando a pobreza. Mas a mitomania tupiniquim, gostou dos 33 milhões e ficou a repetir. 
Certa vez Lula explicou a Jayme Lerner que bastava citar um número que ninguém tinha como checar. 
Referia-se a 25 milhões de crianças de rua sem ter onde morar, conforme relato do próprio Lula, sobre uma palestra que ele fizera em Paris. 
Lula contou  que o arquiteto Jayme Lerner observara que com essa multidão de meninos, não conseguiríamos sair às ruas e Lula confessou, rindo, que inventava os números
Agora impressionou brasileiros desinformados e que não acreditam naquilo que seus próprios olhos veem nas ruas. 
Mas apareceu  agora um jovem economista da FGV tentar amenizar o tamanho da mentira ao dizer que de 2020 para 2021 a miséria subiu.

O engodo desmoralizado pelo Banco Mundial foi usado na campanha eleitoral. Mas ninguém entrou no TSE reclamando da fake news.  
Aliás, se entrasse, dependeria do juízo do Tribunal, que tem o dom divino de separar a mentira da verdade numa campanha eleitoral. 
Até aqui nenhuma novidade, já que é do conhecimento público o desequilíbrio da balança da Têmis tupiniquim. 
 Imaginem que agora, depois das anomalias mostradas pelo argentino, apenas pelo fato de Marcos Cintra ter cobrado uma explicação do TSE, o ex-Secretário da Receita foi bloqueado nas redes sociais e tratado como bandido, com prazo de 48 horas para a Polícia Federal colher depoimento dele. O ex-presidente do TSE, ministro Marco Aurélio, não viu crime em expressar opinião, e também expressou a dele: "É difícil conceber seções com dezenas de votos apenas para um determinado candidato." Palavras de quem já presidiu eleições.

Derrogam-se os artigos 5º IV e 220 da Constituição, que tratam da livre manifestação do pensamento sem anonimato e da liberdade de expressão e vedação da censura. O crime de opinião já foi criado há três anos pelo Supremo. Resta-nos a vergonha de estarmos exportando para ditaduras o estímulo para censurar liberdades.[uma opinião motivada por ser nosso saber jurídico  inferior ao do ministro Dias Toffoli: diz a Constituição que não há crime sem lei anterior que o defina nem pena sem prévia cominação legal; se as leis são criadas pelo Poder Legislativo - a exceção fica nas MPs,  que são editadas pelo presidente da República (que não podem tratar de legislação penal - crime) como pode o Supremo criar um crime? no caso o de opinião]

A Nicarágua acaba de imitar o Brasil. Aprovou a Lei Especial de Delitos Cibernéticos, com até 10 anos de prisão para quem postar o que, para a ditadura Ortega, seja fake news. A verdade pode ser julgada mentira. E vice-versa. Mentir sobre 33 milhões de famintos vira verdade quando a mentira é publicada muitas vezes.

 Alexandre Garcia, colunista - Correio Braziliense

 

terça-feira, 25 de outubro de 2022

Com todos os cuidados - Percival Puggina

Valho-me do vocabulário da ministra Cármen Lúcia para dizer, “com todos os cuidados”, que o excesso de poder não é remédio. É veneno. Veneno brabo, de antídoto difícil em qualquer circunstância. As tiranias são sua sistemática evolução. 

O excesso de poder tem caracterizado a ação dos nossos tribunais superiores, fazendo-os cair no desagrado de ampla maioria da sociedade brasileira, notadamente entre os que mantêm pela Liberdade profundos sentimentos de afeto. 
Sim, eu sei, afetos não fazem necessariamente o bom Direito, mas, cá entre nós, menos ainda o produzirão os desafetos, quando falamos de indivíduos livres e de liberdade. 
E as vítimas dos desafetos – coitadas! – andam por aí, ou no exterior, com marcas na paleta.

O bom estado de direito tem mecanismos para atenuar excessos de poder. Nossos constituintes foram zelosos nisso porque muitos deles experimentaram efeitos de sua escassez durante os governos militares. Exatamente por isso, “com todos os cuidados”, diante do que aprendi do tempo passado, não posso omitir a advertência que aqui faço. 

Valho-me, uma vez mais, de palavras da ministra Cármen Lúcia para perguntar: num passo a passo de medidas “excepcionalíssimas”, é para a censura que estamos “desbordando”? Não! Estamos “desbordando ou configurando” uma tirania que já sufoca tantas vozes enquanto arremeda, sem qualidade literária, o ministério da verdade descrito por George Orwell. A “higidez e a segurança” dos direitos individuais estão comprometidas e isso deveria fazer com que fossem “reformuladas imediatamente” essas periódicas emanações totalitárias.

Tiranos só têm urgências. Para eles, tudo tem que ser feito ao seu modo e imediatamente. Daí os prazos com a exata medida da impaciência. Daí a “colegialidade” transformada em conivência. Daí a concentração de poderes, fazendo do tirano verdadeira esponja de competências, prerrogativas, instrumentos, recursos e tudo mais que necessário seja.

Já seria ruim só por ser assim. Mas fica pior quando se vê instalada em setores da sociedade, como consequência, verdadeira dispersão sobre o que sejam estado de direito, democracia e liberdade. Por isso, é preciso drenar os excessos absorvidos pela esponja para restaurar, "com todos os cuidados", limites ao uso destemperado do poder.  

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 

terça-feira, 18 de outubro de 2022

Lula perdeu e sabe que perdeu o debate. - Percival Puggina

 
Como escrevi várias vezes, a mentira é o primeiro degrau da corrupção porque corrompe um bem inestimável a verdade. 
A construção de narrativas inteiras para alterar a realidade de um fato histórico é esse mesmo degrau com piso de mármore. 
Um discurso de Lula é a escadaria toda, por uma razão muito simples: diga enfaticamente o que disser, sempre haverá registro de uma afirmação sua diametralmente oposta. Lula diz o que o público ao qual fala quer ouvir. Dá nisso.

Seus seguidores, ouvidos viciados de escutar mentiras, precisam delas para dormir melhor. O discurso de Lula é tanto o barbitúrico do banqueiro quanto do vendedor ambulante que a ele sacrificam seu discernimento.

Quantas vezes já ouvi essa cascata de números disparatados cuja imprecisão rivaliza com os do repertório de Soraya Thronicke! Ele se vangloria dessa habilidade que, no debate da Bandeirantes, passou pelo scanner de milhões de olhos e ouvidos e o fez abandonar o estúdio com o sabor amargo da derrota, disparando contra seus acompanhantes: “Vocês não sabem *%@#& nenhuma!”.  

Como cronista, eu o acompanho com especial interesse ao longo de várias décadas. 
Tenho guardado um vídeo em que ele fala sobre essa habilidade chamando atenção para o fato de ser aplaudido no exterior quando disparava números sem qualquer fundamento sobre a miséria em nosso país.  
Parecia-me ouvi-lo de novo, ontem, no debate da Band, quando falava nos 30 milhões de miseráveis. 
No vídeo, ele conta sobre uma palestra em Paris na qual vociferou, sob aplausos, haver 30 milhões de crianças de rua em nosso país (ele diz: “se perguntassem a conta, a gente não tinha”).  
Confessa ter sido advertido reservadamente por Jaime Lerner ser impossível haver tantas crianças em tais condições porque não daria para andar nas ruas (seguem-se risos do pequeno auditório).

Saiu-se muito bem, ontem, o Bolsonaro. Ele não é ator nem parlapatão, mas transmite segurança que derruba narrativas elaboradas por quem tenta sobrepor-lhe perfil que não lhe serve por ser um molde deles mesmos.

[Vejam o vídeo abaixo - apenas um prova do quanto o luLadrão é burro, sem noção - não sabe o básico de Geografia. 
Nos tempos do Obama, o asno petista, [pedimos desculpas aos asnos.] declarou que era preciso policiar a fronteira Brasil x Estados Unidos e agora, no debate da Band, no qual foi triturado, pisado, esmigalhado, expelido, por Bolsonaro, aquele individuo  disse  ter inaugurado uma ponte ligando Minas Gerais ao Mato Grosso - estados não limítrofes, portanto a ponte teria que passar sobre os estados de Goiás e Tocantins - seria a  maior ponte do mundo, de fazer inveja aos chineses.] 
 
 

Lula constrói maior ponte do mundo entre MG e MT. Só que não...

Os dias correm. Portanto, estimado leitor, ora et labora!

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


sábado, 15 de outubro de 2022

A ditadura disfarçada do TSE e a tentativa de censurar a revista Oeste - Branca Nunes

 
"Democracia é eu mandar em você. Ditadura é você mandar em mim." A frase de Millôr Fernandes ajuda a entender a estratégia e as táticas adotadas pelo Tribunal Superior Eleitoral no esforço para impedir a reeleição do presidente Jair Bolsonaro: verdade é eu falar mal de você; mentira é você falar mal de mim. Tem sido assim desde o começo da campanha eleitoral.

Publicar reportagens sobre possíveis ligações de Lula com o Primeiro Comando da Capital, ou evocar os antigos laços de amizade entre o candidato do PT e o ditador nicaraguense Daniel Ortega, ou informar que Marcola, o chefão do PCC, confessou que prefere a vitória de Lula à de Jair Bolsonaro — coisas assim são qualificadas de fake news e retiradas da internet ("removidas", preferem os gerentes da eleição) em menos de 24 horas.

Acusar Jair Bolsonaro de genocídio, espalhar que o presidente planeja entregar a Fernando Collor um ministério encarregado de confiscar a poupança [lembrando que a Constituição proíbe que medidas tipo 'confiscar poupança' possam ser adotadas por MP - só podem se aprovadas pelo Congresso após ampla e pública discussão no Congresso Nacional (ninguém será pego de surpresa...)] ou mesmo sugerir que o candidato à reeleição é canibal e agride mulheres isso pode. Faz parte do jogo democrático. Suprimir tais mentiras é amputar a liberdade de expressão.

Como demonstram o artigo de Rodrigo Constantino e a reportagem de Edilson Salgueiro, o deputado federal André Janones, o mais ativo fabricante de notícias falsificadas contra o presidente, [ávido consumidor de Leite Moça] nem sequer tenta esconder que espalha mentiras. "Ao contrário: ele se gaba de ter 'costas quentes' no Supremo", observa Constantino. Salgueiro enumera, uma a uma, todas as fake news que transformaram o impune Janones em forte candidato ao posto de coordenador da campanha de Lula na internet.

Como constata J.R. Guzzo, o STF e seus apêndices "violam a lei, suprimem direitos individuais e liquidam as liberdades públicas, mas dizem que fazem essas coisas para salvar o Brasil do 'autoritarismo'". Assim, garantem o apoio não só da mídia e de políticos corruptos, mas também das tribos que assinaram a Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito. "É um fenômeno nunca antes visto no Brasil ou no mundo: uma carta em favor da democracia que é um manifesto em favor da ditadura."

No mais recente surto de autoritarismo explícito, a coligação que apoia a "volta de Lula à cena do crime" (segundo Geraldo Alckmin) pediu ao TSE que solicitasse ao Twitter a imposição da censura a 34 perfis na rede social, entre os quais o de Oeste.  
O palavrório não especifica qual dos textos publicados por Oeste inclui falsidades. 
Tudo somado, não há nenhuma acusação consistente a ser contestada. A trama kafkiana é detalhada na reportagem de Paula Leal.

Outra frase de Millôr Fernandes resume exemplarmente o momento político vivido pelo Brasil em 1976: "Uma liberdade da qual não se pode zombar, um chefe de Estado do qual não se pode escarnecer, uma instituição que treme diante de uma gargalhada mais forte, um poder que não aguenta uma piada de mau gosto; meu Deus do céu, que ditadura mais fraca essa democracia!". Meio século depois, a parceria entre um candidato e supremos juízes torna a lição de Millôr perigosamente atual.

Branca Nunes é Diretora de Redação da Revista Oeste, a íntegra das matérias mencionadas poderão ser lidas.


domingo, 9 de outubro de 2022

TSE cai em fake news do PT e censura a Gazeta do Povo por dizer a verdade - Cristina Graeml

Gazeta do Povo 

TSE contra a liberdade de imprensa

Censura, ditadura, atos antidemocráticos... Falam tanto das sombras do passado rondando o Brasil e fingem não perceber que a ditadura 2.0 já está implantada por aqui e atuando a todo vapor. 
Ao contrário do que dizem, não é por causa de um governo autoritário, mas devido a um Judiciário que não respeita as leis.

Brasileiros, conservadores, estão sob censura, sendo cerceados em seu direito mais básico: o de expressar o que pensam. A tão falada liberdade de expressão vem sendo tolhida a passos largos, estimulada pela turma que se diz democrática e contra a ditadura, mas fala apenas da boca para fora.

No fundo, petista de carteirinha defende a tirania da perseguição a quem pensa diferente, defende a prática da mentira disfarçada de verdade; adora fazer acusações levianas, adjetivar quem está no espectro ideológico oposto (genocida, fascista, homofóbico).

Desumanizar adversários é estratégia para tentar eliminá-los do debate. Monstros devem ser isolados, segundo sua ótica. E monstros são os sempre os outros, aqueles que não seguem o que eu digo que é certo seguir.

Esta semana vimos mais um capítulo dessa tragédia tupiniquim, travestida de democracia. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) censurou uma publicação da Gazeta do Povo no Twitter que reproduzia o título de uma reportagem.

Preciso dizer o óbvio: reportagem com título e notícia não só verdadeiros, mas extremamente fieis aos fatos. É triste. A ditadura da toga caminhou tão solta nos últimos anos, apesar de todos os alertas, que estendeu seus tentáculos também para a corte eleitoral.

Veja Também:
Censura à Gazeta do Povo
Para quem fazia vista grossa para a tirania da toga, fingindo que não via as ordens inconstitucionais e arbitrárias partindo de cortes superiores, a primeira semana de outubro de 2022 trouxe mais uma prova de que veio com a intenção de ficar.
A censura, agora por ordem do TSE, atendeu pedido de advogados do PT, que mentem no processo. Acusam os outros do que eles mesmos fazem: produzir fake news. 
O ministro do TSE Paulo de Tarso Sanseverino deixou-se convencer e censurou 30 publicações no Facebook e Twitter.

Uma delas tinha sido publicada pelo perfil da Gazeta do Povo, o maior jornal do Paraná e atualmente um dos maiores do Brasil, com 103 anos de existência. Noticiava que o ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, apoiado por Lula, mandou fechar o canal de televisão CNN no país.

É algo, aliás, bem típico de ditador: censurar a imprensa para que a população fique mal informada. E foi isso que o ministro Sanserverino fez também aqui no Brasil, ao acatar pedido da equipe jurídica da campanha do PT.

Os advogados do partido deram uma de Randolfe Rodrigues e foram fazer mimimi nas barras da toga de ministros do TSE, fazendo-se de vítimas. Reclamaram que a Gazeta do Povo, ao dar a notícia verdadeira, associou o nome de Lula ao do ditador.

Alegaram que o coitadinho do cliente deles podia ter sua imagem prejudicada, em plena corrida eleitoral. 
Que culpa tem o jornal, ou a imprensa, se Lula tem amigos ditadores? 
Se ele mesmo ou representantes do seu partido, o PT, fazem questão de ir à posse de ditadores para aplaudir ditaduras?

Qual a culpa da Gazeta do Povo e dos donos de outros perfis censurados, que associaram Lula a ditadores, se ele próprio, Lula, quando presidente da República, mandou bilhões de reais do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), para sustentar ditaduras em países da América Latina e África?

Liberdade de imprensa e expressão
No vídeo, publicado junto com este artigo, dou voz à Gazeta do Povo, lendo o brilhante editorial publicado no dia seguinte à ordem de censura à publicação do jornal no Twitter.  
Caso não tenha lido e prefira leitura a vídeo, clique aqui.

Se optar por conhecer, por vídeo, a posição do jornal acerca de mais esse ato antidemocrático do PT, e de desrespeito à liberdade de imprensa, de expressão, à Constituição e à própria democracia, por parte de um ministro do TSE.

Compartilhe para que mais gente se atente para o fato de que a  censura pode piorar e  muito, caso um defensor de ditaduras consiga voltar ao poder.

Cristina Graeml, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


quinta-feira, 8 de setembro de 2022

Atos no 7 de Setembro - Manifestações do Dia da Independência foram pacíficas e democráticas - Alexandre Garcia

Vozes 

Uma primeira observação sobre as manifestações de quarta-feira: elas foram pacíficas, ordeiras e, sobretudo, democráticas. 
Democráticas por quê? Porque partiram do povo. "Demos" é povo. Aquilo que é manifestação do povo, de onde demanda o poder, necessariamente e consequentemente é democrático.


Ato em Brasília no 7 de setembro| Foto: TV Brasil

Por outro lado, houve uma campanha dizendo que ia haver violência, que tinha que colocar atiradores, esquadrões antibomba, triplo policiamento... E para quê? Para as pessoas ficarem em casa. “Eu não vou me meter nisso, vai ser violento. Tá aí, tem um fulano aí dizendo que vai ser violento. Já está tomando providências”.

É o velho truque da minoria com espírito totalitário, que sabe que a manifestação do povo, majoritária, é a origem do poder. Mas aí ninguém mais acreditou, porque não tem mais uma única fonte de informação – "Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará".

Agora todo mundo se informa, todo mundo sabe o que está acontecendo. E sabe que era um engodo.  
Então aconteceu exatamente aquilo que eles mais temiam. 
Eles não temiam violência, eles temiam o povo. 
Eles têm medo do povo. E o povo encheu a Esplanada como eu nunca vi em 46 anos de Brasil. 
E também encheu a Avenida Atlântica, encheu a Avenida Paulista, encheu as ruas de 300 cidades brasileiras.

Eu nunca vi um líder no mundo mobilizar tanta gente no mesmo dia. E ficou separado, teve dois eventos políticos: um Político (com "P" maiúsculo), que foi a comemoração do 7 de Setembro, dos 200 anos, e outro um evento político eleitoral e partidário, que foi esse a que me referi, de milhões de pessoas com aquela imagem linda da bandeira flutuando sobre a cabeça das pessoas, conduzida pelas mãos das pessoas.

Veja Também:
Razões para festejar os 200 anos de Independência

Por que o Brasil está no rumo certo

Candidatos em campanha

Mas todos os candidatos aproveitaram o feriado para fazer campanha.  
Ciro Gomes, por exemplo, de manhã estava com o arcebispo de Mariana/MG, à tarde fez uma gravação sobre o 7 de Setembro em Ouro Preto. 
A Simone Tebet estava no interior paulista, e eu vi que ela hasteou a bandeira lá em Jaguariúna, num centro educacional ambiental do município. E certamente cantou o hino também. 
Lula não tinha nenhum evento, mas houve lá umas postagens. [Lula ficou impedido de participar - todos os candidatos apareceram em público. O petista não pode aparecer em público = é vaiado, chamado de ladrão e outras coisas mais.
Podem observar que ele sempre participa de reuniões fechadas, plateia formada por convertidos; 
- quando dizem que é um comício, um ato público,  as imagens sempre são em closet, só mostrando o que está próximo ao criminoso = o suposto público, comprimido em uma foto closet,é formado por aspones.]   Então cada um aproveitou a data do jeito que achava que deveria ter aproveitado.

O evento de mais povo foi o evento em que estava o presidente da República, candidato à reeleição. E a lei permite, não tem como separar. A lei permite que o presidente da República, o governador – tem vários governadores candidatos à reeleição que continuam no governo, a lei permite. E não tem como separar: "Olha, agora eu deixo de ser governador...".

Houve a separação visual, o presidente tirou a faixa presidencial e foi lá fazer um discurso. E mencionou aquela frase que foi a mais forte do dia: "a volta à cena do crime". Essa frase é muito forte e, ironicamente, foi dita pelo companheiro de chapa do outro lado, em outra ocasião.

Enfim, o que a gente viu foram manifestações democráticas que engrandecem o povo brasileiro. Foi um belo 7 de Setembro – o nosso aniversário, porque nós somos o Brasil.

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do  Povo - VOZES

 

quinta-feira, 1 de setembro de 2022

Jornalismo 007, licença para matar a verdade - Percival Puggina

Na excelente revista Oeste, li que a pedido da Globo o PT retirou os vídeos em que reproduzia a fala de William Bonner afirmando Lula nada dever à Justiça.

A Globo pede e o PT atende, claro.

Vai entrar para a história, contudo, a frase de Bonner. Ela foi maliciosamente construída pela Globo em laboratório de enganação. Não por acaso, inclui a dupla negação “não deve nada”, onde o “não” é usado como reforço da negação, comum na linguagem coloquial. Nada dever à Justiça, porém, não equivale a nada dever ao sentimento de justiça nem a ser inocente.

Mesmo assim, infestada de falsificação da verdade, a peça vinha sendo repetida como “prova de inocência”, embora as provas de culpa se acumulem em montanhas que não deixaram de existir.

Lula só está solto e pode ser candidato por razões que têm tudo a ver com as evidências de suas culpas.

Os advogados criminalistas sabem que quando as provas condenam seus clientes, o caminho a ser percorrido é o das nulidades processuais. Inocentes lutam para evidenciar a inexistência ou insuficiência das provas, lutam pela preservação da própria imagem, lutam pela honra. 
Nulidades processuais andam pelas frestas dos códigos quando a casa vai cair ou já caiu.   
 
A frase de Bonner é marco do ridículo histórico fixado pelo modo como foram conduzidas as entrevistas feitas contra Bolsonaro e a favor de Lula. Nem este acredita em sua inocência, apesar do auxílio recebido do jornalismo 007
Por isso, vive como um prisioneiro por conta própria.  

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.



domingo, 28 de agosto de 2022

Horário eleitoral é palco para comédia?

A criatividade, que chega a pregar peças inovadoras em termos de comunicação nas redes e canais virtuais, não me seduz tanto quanto a verdade dos fatos

(crédito: Reprodução/Agência Senado) 

 (crédito: Reprodução/Agência Senado)

 
Conheço poucas pessoas que se enlevam tanto com o humor quanto eu. A capacidade de rir em tempos estranhos como o que vivemos é uma forma de resistência. Adoro os memes, não tanto quanto os filmes antigos e as boas entrevistas, mas me divirto
Apesar disso, a comicidade no horário eleitoral e outras apelações, a meu ver, já deveriam ser coisa do passado. Pode até fazer rir, mas o ridículo perdeu a força. Espero graça maior.

 E, com tanto dinheiro em jogo e tantas necessidades reais, o uso do horário eleitoral para o besteirol é desserviço. Hoje, o bem mais precioso é a informação de qualidade.

Precisamos conhecer candidatos pelas suas propostas e, se eles têm pouco tempo no horário eleitoral, usem a criatividade para fazer chegar ao eleitor suas ideias. Risada não enche barriga, apesar de fazer bem. Pandemia, fome, destruição do meio ambiente, saúde em frangalhos, inflação em alta, escalada da violência. É muito problema para passarmos pano para políticos de aluguel, humoristas puxadores de voto para legendas corruptas.

(...)

Correio Braziliense - MATÉRIA COMPLETA 


terça-feira, 23 de agosto de 2022

Festa no Tribunal Imperial - Gazeta do Povo

Guilherme Fiuza - VOZES

– Foi linda a posse do imperador.

Emocionante.

– Qual foi a parte que você mais gostou?

– Ah, aquela em que ele abraçou o ladrão.

– Eu chorei nessa hora.

Eu também.

– Acho que todo mundo chorou.

– É.

                   Foto: Antonio Augusto/Secom/TSE

– O perdão sempre emociona.

– Perdão? Você quis dizer descondenação, né?

– Ah, dá no mesmo.

– É, de certa forma dá.

– Acho até que descondenar é mais que perdoar.

– Faz sentido.

Não existe prova maior de compaixão do que saltar sobre as leis para libertar um ser humano.

– E que ser humano!

– O mais humano de todos.

– Será que o imperador vai punir o ladrão por pedir votos antes do período permitido?

– Em primeiro lugar, acho que já dá pra passarmos a usar “ex-ladrão”, né?

– Tem toda razão. Fica mais simpático. Mesmo ele sempre tendo sido um bom ladrão.

– Quanto a isso não há dúvidas. Quanto à punição, tenho a impressão de que não vai acontecer.

– Por quê?

– Até agora ninguém falou nada no Tribunal Imperial. E as manchetes nem se detiveram nesse detalhe. Punir o ladrão...

– Quem?

– Desculpe. Punir o ex-ladrão a essa altura seria revanchismo.

Verdade. Onda de ódio.

– Me emocionei também com a intensidade dos aplausos ao imperador.

– Nunca vi nada igual. O que você acha que mais encanta os devotos do imperador?

Acho que é o fato de ele ter libertado a sociedade das leis.

– Como assim?

A vida nacional estava muito engessada pelas leis. O imperador mostrou que os iluminados estavam com dificuldade de fazer o bem.

– Ah, isso é mesmo. Antes era muito difícil alguém do bem calar a boca de alguém do mal.

– Foi isso que o imperador modificou. Agora basta ele mesmo dizer que alguém está desinformando ou ameaçando a democracia que o mal é cortado pela raiz.

– Não tem mais aquela demora dos processos.

Processo só atrapalha. Se temos uma junta de mentes muito acima da média...

– Odeio a média.

– Eu também. Mas como eu ia dizendo, se temos uma junta de pessoas especiais capazes de enxergar e determinar tudo o que é verdadeiro e justo, pra que perder tempo com burocracia?

Não é só a burocracia e a perda de tempo. É a injustiça. Investigar demais, dar muito espaço pro Ministério Público, envolver polícia e outras instituições, tudo isso dispersa, confunde e pode desviar o processo da verdade.

Inclusive foi o que aconteceu com o ex-ladrão.

– Exatamente. Ele sempre foi um bom ladrão, mas acabou sentenciado como um mau ladrão.

– A maior injustiça da história.

– Sem dúvida. E quando o caso foi revisto por uma única mente brilhante do Tribunal Imperial, a verdade foi restituída.

– O bom é que o Tribunal Imperial age em bloco. Combinam lá entre eles o caminho a seguir e a justiça está feita. É muito mais prático assim.

– Por isso o imperador foi tão aplaudido na posse.

– Claro. É a euforia dos cultos, perfumados e ricos com a certeza de que não serão atrapalhados por esse bando de imbecis que se amontoam nas ruas para repudiar os luminares.

São invejosos que não suportam as virtudes da nobreza e ficam pedindo liberdade.

– Se forem “libertados” da pureza das decisões imperiais vão ver o que é bom pra tosse.

– Só sobraria a imbecilidade.

– E a completa incapacidade de julgar o que é fake news, de identificar e calar quem desinformar, de conter a onda de ódio e de reprimir os fascistas e seus atos antidemocráticos.

– Por isso estão articulando um golpe. Querem que a sociedade seja guiada pela vontade da maioria, o que é altamente antidemocrático.

– Todo mundo sabe que a maioria não presta. Bota esse monte de imbecis pra decidir no lugar do imperador e você vai ver a bagunça que isso aqui vai virar.

– Vira essa boca pra lá.

– Já virei.

– Virou pra onde?

– Pra leste.

– Por que?

– Porque se essas palavras perigosas forem na direção oriental acabarão neutralizadas pela democracia chinesa.

– Bem pensado. Lá a maioria não se mete a besta com o soberano.

– A gente chega lá.

– Depois da posse do imperador, começo a acreditar que chega mesmo.

– Viva o imperador!

– Viva o ex-ladrão!

Conteúdo editado por:Jônatas Dias Lima
 
Guilherme Fiuza, colunista - Gazeta do Povo - VOZES