Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Dinheiro sujo

O cidadão vai economizar bilhões com o fim da "comunicação social transparente"



Publicado na edição impressa de VEJA

A certa altura em uma entrevista já como o próximo presidente do Brasil, no último domingo, Jair Bolsonaro disse que seu governo, entre diversas outras coisas, vai “diminuir” as verbas que o Erário paga hoje a uma certa rede de televisão e a um certo jornal diário para publicarem anúncios de propaganda oficial. Há pelo menos um erro sério nessa promessa: o verbo “diminuir”. A única palavra correta no caso, já que ele tocou no assunto das relações entre imprensa e governo, é “acabar”. Para os dois, a televisão e o jornal? Sim, para os dois — e para todos os outros veículos de comunicação do Brasil, sem nenhuma exceção. Por que contentar-se em roubar menos da população que paga por tudo isso, se há a oportunidade de não roubar nada? É a coisa mais fácil do mundo. Não existe nenhuma lei que obrigue o governo a jogar dinheiro fora com a imprensa. Não é preciso pedir licença ao STF ou ao Congresso, por mais que ambos acabem passando mal com isso. Também não há que pedir autorização da ONU, como o PT poderia exigir. Basta decidir que a partir de 1º de janeiro de 2019 o Tesouro Nacional não pagará mais nem um tostão para publicar anúncios na mídia deste país.

O fato é que não poderia haver momento melhor para começar a limpeza dessa usina de lixo que se chama “área de comunicação social do governo”. A maioria dos jornalistas brasileiros, com a concordância de seus empregadores, está combatendo há meses numa guerra sem quartel contra os perigos de ditadura que, segundo eles, apareceram no Brasil com o novo presidente. Então: propaganda para as massas, elites e tudo o que vem no meio das duas é uma das armas mais perversas das tiranias em todo o mundo e em todas as épocas. Que tal ficarmos livres dessa — pelo menos dessa? Bolsonaro, ao acabar com tamanha lavagem cerebral, estaria fazendo um gesto de paz para acalmar um pouco os comunicadores. “Estão vendo?”, poderia perguntar. “Vou abrir mão dos bilhões que tenho para comprar a aprovação da opinião pública”. Os jornalistas e seus patrões, por seu lado, não poderiam reclamar por estar perdendo essa dinheirama — fica ruim, de fato, falar mal da ditadura porque o ditador parou de lhes pagar. Além do mais, por que não reclamam de nada hoje? Já recebem dinheiro sujo. Não ficará limpo com o fascismo que anunciam.

O fato, para não ficar enganando o leitor com complexidades que não existem, é que, de todos os 1.001 pés-de-ca­bra à disposição do governo para roubar dinheiro do contribuinte, a propaganda oficial é um dos mais hipócritas. Não tem nada de pública — ao contrário, é puro negócio privado, bom só para quem manda no governo, os donos e empregados dos órgãos de imprensa e todos os intermediários que se movem entre uns e outros. Não tem a menor utilidade para o cidadão. Também não há ninguém pedindo “comunicação”. Você já viu alguma multidão sair à rua exigindo “publicidade já?”. Não existe em democracia alguma do planeta; ninguém jamais ouviu falar em “Inglaterra para Todos”, ou “Acelera, Holanda”. Em compensação, é oxigênio puro para ditaduras e governos de países subdesenvolvidos pelo mundo afora. Fala-se, é claro, na necessidade de publicar editais, leis, nomeações e outros atos do governo. Parem de fingir.

Tudo isso pode ser escrito no Diário Oficial, que já é do poder público e tem de ser divulgado de qualquer jeito. Quem estiver interessado que compreou que se paguem os trocados que a mídia privada cobra por esse tipo de anúncio. Mas não é disso que estamos falando, não é mesmo? O que interessa é o dinheiro grosso que os governos pagam para dizer como são bons para você. Bolsonaro fala em “critérios técnicos” para distribuir a publicidade em seu governo. Que piada. Não há aí nada de critério nem de “técnico” — é puro desvio de dinheiro público para bolso privado.

Esqueçam as “campanhas de vacinação” que a mídia divulga em seu noticiário normal, ou “a obrigação de prestar contas ao público”. Quem está interessado, ou acredita, nisso? E os “pequenos veículos”, ou grandes, que morreriam sem a propaganda oficial? Problema deles — que arrumem leitores e anúncios privados para ganhar sua vida. A verdade é uma só: o cidadão vai economizar bilhões com o fim da “comunicação social transparente”, sem contar o que deixará de ser gasto com os milhares de funcionários empregados nesse falso serviço. Um governo que tem cerca de 800.000 servidores na ativa tem também a obrigação de tirar dali os que são realmente necessários para o trabalho de comunicação que realmente deve ser feito. O resto é safadeza.


J R Guzzo - Fatos - Veja


"Se eu errar, o PT volta", diz Bolsonaro em entrevista exclusiva

Presidente eleito fala da montagem do governo, reafirma o papel dos militares no ministério e sinaliza a determinação de colocar seu programa em marcha sem demora, começando pela reforma da Previdência. Na semana que vem, ele estará em Brasília 

 Em entrevista exclusiva, o presidente eleito, Jair Bolsonaro, avisa que seus ministros terão carta branca para nomear seus secretários, diretores das delegacias regionais e por aí vai. “O que estou cobrando dos ministros é produtividade”, diz ele, sentado na pequena varanda improvisada na entrada de sua casa, com uma mesa redonda de madeira transformada em cenário para a entrevista à Rede Vida de Televisão, com tempo cronometrado: 15 minutos. “Precisa de terno? Não, né?”, pergunta ele, à vontade com a camisa de manga curta amarela, uma das cores da sua campanha, e calça jeans. A Embaixada do Brasil em Cuba parece estar com os dias contados: “Qual negócio podemos fazer com Cuba?”, pergunta, ao criticar a forma como os profissionais da ilha ficam apenas com parte dos salários do programa Mais Médicos. Antes de começar a gravação, avisa: “Não posso errar, senão o PT volta”.

As críticas, agora, não se restringem ao PT.
Ao falar da importância que dará ao Ministério da Defesa, Bolsonaro emenda com uma crítica direta ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O simples fato de colocar um general de quatro estrelas (Augusto Heleno) para ocupar o posto, diz, dará aos militares garantia de um assento em reunião ministerial: “A criação do Ministério da Defesa foi para tirar os militares da mesa ministerial”, acusa. O presidente eleito garante que as Forças Armadas, “o último obstáculo para o socialismo”, serão chamadas a participar da concepção de políticas públicas e propostas em várias áreas do governo.

Esta semana ainda, apesar do feriado, Bolsonaro pretende indicar mais um ministro, mas não tem pressa em anunciar todos. Também decidiu não mais juntar as pastas de Meio Ambiente e Agricultura. Porém, isso não significa que colocará na primeira alguém com o perfil de Marina Silva ou Sarney Filho: “Quem vai indicar é o senhor Jair Bolsonaro”.

Na semana que vem, ele estará em Brasília, a cidade que lhe deu mais de 70% dos votos. Será a primeira vez que virá à capital da República depois da eleição. Vai cuidar da transição e visitar os presidentes dos Três Poderes, mas na quinta-feira retornará ao Rio de Janeiro. Quanto à posse, o mais provável é que desfile em carro fechado, uma vez que decidiu seguir “religiosamente” as determinações dos serviços de inteligência da Polícia Federal, da Abin e do Exército.

Durante a campanha, o foco na segurança púbica foi muito grande. O governador do Rio de Janeiro fala em atiradores de elite. É por aí que temos de encarar o crime no Brasil?
A forma de engajamento do Exército Brasileiro no Haiti era exatamente essa. Elemento armado com um fuzil passa a ser um alvo. Temos vivenciado aqui no Rio momentos parecidos, verdadeiro bonde de pessoas armadas com fuzil. Como enfrentar esse tipo de gente? Não vai ser com flores nem com “entregue suas armas”. Agora, estamos numa área urbana. Numa troca de tiro aqui, o efeito colateral seria desastroso. O que eu defendo é uma retaguarda jurídica para o policial ou para o homem das Forças Armadas, uma vez em operação de GLO (Garantia da Lei e da Ordem). Que não se preocupe com uma possível condenação na frente por estar cumprindo a missão. E, para o cidadão comum, tenhamos também garantia da posse de arma de fogo, levando-se em conta o referendo de 2005. Dois terços da população decidiu pelo direito de comprar armas e munições. Então, o presidente ou quem quer que seja não tem o direito de frustrar essa vontade popular. Obviamente, a posse de armas de fogo com alguns critérios. Ficha criminal, estar em dia com a Justiça, exame psicológico, exame prático e o registro da arma passa a ser definitivo e não temporário, como é no momento.

O senhor disse que o ministro Sérgio Moro terá liberdade para nomear secretários e cargos dentro do Ministerio da Justiça e da Segurança Pública. A mesma carta branca será dada a outros ministros? 
O que estou cobrando dos ministros é produtividade. Igual ao Paulo Guedes: sentei à mesa com ele. Quando eu falei que não entendia de economia, pensei que a imprensa fosse levar para o lado da minha humildade, e é verdade. Ou será que eu tenho que entender de medicina para nomear o ministro da Saúde? Então, é inflação baixa, dólar compatível para exportação-importação, a taxa de juros, é não aumentar a dívida interna, que está chegando próxima a R$ 4 trilhões, não aumentar a carga tributária. Perguntei: é possível? Ele falou: é. Bem, ele é uma pessoa renomada dentro e fora do Brasil. Nunca integrou governo nenhum. Nós temos que acreditar nele. Não temos alternativa, porque, como está o Brasil, a tendência é quebrar, é se transformar numa Grécia. Então, essa carta branca ele tem.

MATÉRIA COMPLETA, Correio Braziliense


 

O bizarro “respeito à democracia” de Miriam Leitão em seu ataque a Bolsonaro

Sem dar trégua após o primeiro turno, a turma de jornalistas “imparciais” dos veículos tradicionais de mídia segue firme em seu objetivo: 

Vender Jair Bolsonaro como o “troglodita nazifascista”, não importando o absurdo que precisem defender - o que não é surpresa, já que a esquerda sempre justificou os piores meios desde que sirvam aos seus fins nefastos.

A vitória de Bolsonaro deixou Miriam Leitão profundamente abalada,chegando a ser notada sua aparência fisicamente abatida.



Miriam Leitão mostra que seu passado comunista está longe de ser superado. Em comentário na Globo News, a jornalista partiu para o ataque. A (ex?) militante comunista afirmou que Bolsonaro “fez a carreira em defesa da ditadura e da tortura e sempre teve um discurso autoritário” e que “os dois candidatos não são equivalentes”. Enquanto o PT “sempre jogou o jogo democrático e governou respeitando as instituições democráticas”, Bolsonaro “já começou questionando o processo eleitoral.”

Miriam faz questão de destacar “a vida pregressa” de Bolsonaro, mas convenientemente ignora que o candidato passou 30 anos DENTRO do jogo democrático, “pregando no deserto” contra uma turba de comunistas sem vergonha que assaltavam o país, ao passo que sua emissora os vendia como os redentores dos pobres e o auge da retidão moral enquanto enchiam os bolsos através de contratos publicitários milionários pagos com dinheiro público.  No meio dessa salada azeda, é difícil entender de onde Leitão tira a ideia de que “o PT governou respeitando as instituições democráticas”. Não bastasse ser fato amplamente conhecido que o partido foi o líder do maior escândalo de corrupção da história da humanidade - logrando o povo de todas as maneiras impossíveis e inimagináveis e cometendo estelionato eleitoral atrás de estelionato eleitoral -, a jornalista, em sua visão gagá da realidade, deve considerar que a compra de parlamentares para a aprovação de pautas do partido é prestar enorme respeito às instituições democráticas, não é mesmo? Para Miriam, o Mensalão já entrou para lista de casos que nunca aconteceram.

Embora esteja menos de 15 anos no passado, o caso está esquecido pela jornalista que, aparentemente, tem a memória perfeita para fatos que aconteceram há 40 anos atrás. Usar o dinheiro suado dos brasileiros para sustentar ditaduras como a venezuelana, a cubana e a angolana; entregar de mão beijada refinarias pagas com investimento brasileiro para os bolivianos; torrar mais ainda em compras de refinarias deficitárias nos Estados Unidos; apoiar regimes que censuraram toda a mídia de uma nação e louvar países com um único partido e um único jornal legalizados; Registrar junto ao TSE um programa de governo que prevê a censura da mídia, a desmilitarização das polícias, o desencarceramento de vagabundos e a tomada ideológica das Forças Armadas; tudo isso parece estar na lista de requisitos de quem respeita as instituições democráticas e joga o jogo democrático na lógica esquisita de Miriam.

Mas não se preocupem. Miriam está alarmada com o sujeito que se preocupa com a falta de transparência do processo eleitoral, que é sabidamente inauditável e estranhamente menosprezado pelas autoridades eleitorais. Ou alguém acha que o TSE foi capaz de averiguar 16 MIL denúncias de problemas com as urnas em meros três dias? ALTO LÁ! Como assim? Questionar o “incorruptível” e “perfeito” processo eleitoral? #EleNão

A Verdade Sufocada

Bolsonaristas querem manter em atividade grupos de Whatsapp

Grupos foram criados para sustentar a candidatura do PSL. Integrantes pensam agora nas eleições de 2020 

Menos de 48 depois da eleição de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência da República, a mensagem apareceu na tela do celular: “Não saia deste grupo! Vamos nos manter mobilizados durante os seis primeiros meses do governo Bolsonaro. O nosso trabalho começa agora”. Bazuca a serviço da campanha do ex-capitão, a rede de grupos de WhatsApp por onde circularam informações que ajudaram a elegê-lo presidente quer se manter no início do novo governo — e seus estrategistas acham a ideia excelente. 

Lideranças do PSL escondem o número exato de grupos sob influência do presidente eleito, mas especialistas em marketing digital estimam esse volume em dezenas de milhares, por onde circularam vídeos exclusivos do candidato, mensagens com ideologia de direita e uma enxurrada de fake news. Apesar da natural desidratação de boa parte dos grupos em face da ressaca pós-eleição, a ideia de manter a chama acesa atende basicamente a dois propósitos: alimentar um canal exclusivo com o eleitorado cativo — trabalhando a popularidade do presidente por ali — e calçar o caminho até 2020, quando o PSL sonha em repetir nas eleições municipais o tsunami de direita que tomou conta deste pleito de 2018.
“Agora que resolvemos a parte de cima, é hora de trabalhar na parte de baixo”, disse o ex-policial Levy Castilho, referindo-se à campanha para prefeito e vereador, daqui a dois anos. No auge da eleição deste ano, ele coordenava em dois aparelhos celulares 159 grupos de WhatsApp no norte de Minas Gerais, uma das regiões mais pobres do país. Agora prevê manter o funcionamento de pelo menos 40 grupos, além de manter guardados os números dos telefones desativados da rede. “Os heróis anônimos raramente são lembrados”, disse, em tom solene, no dia seguinte à vitória eleitoral. 

MATÉRIA COMPLETA em Época

 

O governo precisa recuperar o Brasil confiscado pelos narcotraficantes

Que seja esse o legado de Sergio Moro em sua passagem pelo Ministério da Justiça

A histórica derrota do PT nas urnas de outubro exorcizou a assombração bolivariana: Lula e seus comparsas foram obrigados a arquivar o sonho de transformar o Brasil numa Venezuela tamanho família e com legendas em mau português. Falta agora enfrentar o pesadelo que ameaça deixar o país parecido com a Colômbia do último quarto do século 20.

Nos anos 80 e 90, a Nação colombiana teve de enfrentar, simultaneamente, os cartéis do narcotráfico e as tropas narcoterroristas das FARC. O Brasil já não pode adiar o desencadeamento da inevitável ofensiva contra o crime organizado, cuja face mais torpe é escancarada pelo PCC e pelo Comando Vermelho. Os chefões desses bandos dominam morros, periferias, cadeias, fronteiras. Não demorarão a expandir-se até alcançar o espaço que lhes permita atacar o coração do poder.

Foi o que fizeram os comandantes dos cartéis e das FARC até que o governo colombiano mobilizou as Forças Armadas e os organismos policiais para o vigoroso contra-ataque apoiado pelos Estados Unidos. Foi longa e sangrenta a ressurreição do Estado Democrático de Direito.  Até que o governo vencesse, os inimigos sequestraram, torturaram ou mataram parlamentares, empresários, ministros de Estado, candidatos à Presidência da República, oficiais do Exército — ninguém pôde sentir-se seguro por anos a fio. No Brasil, os pastores da violência não chegaram a tanto. Ainda. Falta pouco. 

Foi especialmente alentador constatar que Sergio Moro redesenhou o Ministério da Justiça para livrar o Brasil dos horrores que martirizaram a nação vizinha. Sem interromper o combate à corrupção, Sergio Moro está pronto para mostrar aos narcotraficantes que a lei da selva foi revogada pelo novo governo. Que seja esse o grande legado do novo ministro da Justiça.

Blog do Augusto Nunes - Veja
 

Oposição leal

[lealdade por parte do PT? e da esquerda que o segue? IMPOSSÍVEL!]

 Os mandatários que assumirão as rédeas do País precisam ter ciência de que não se faz uma democracia apenas com palavras de ordem

Se a preocupação de todos os protagonistas da eleição concluída no domingo era preservar a democracia, como dizem ter, então a primeira atitude a tomar desde já é não apenas comprometer-se a respeitar o resultado das urnas, mas principalmente a exercer bem e com serenidade o papel que lhes caberá ao longo do próximo mandato presidencial – seja como governo, seja como oposição –, de modo a privilegiar exclusivamente o interesse maior do País. 

Isso significa não somente que o vencedor da eleição não pode tratar a oposição como inimiga, como a oposição precisa ter claro que seu papel é o de eventualmente contestar medidas propostas e adotadas pelo governo, e com as quais não concorda, e propor alternativas, e não acabar com o País. Ou seja, a oposição precisa ser leal com o Brasil e com seu eleitor, que não lhe conferiu um mandato político para sabotar o governo e agravar uma crise que já foi longe demais. Afinal, não há democracia se o diálogo entre forças políticas antagônicas está interditado por definição. 

É preciso que, de parte a parte, haja consciência do enorme desafio a superar nos próximos tempos, e que um eventual insucesso do governo eleito nessa empreitada pode comprometer o futuro do País por décadas. Não é possível que o interesse particular deste ou daquele partido e deste ou daquele líder político se sobreponha à tarefa essencial de tirar o Brasil dessa profunda barafunda econômica, política e moral.  Não dá mais para apostar na surrada estratégia do “quanto pior, melhor”, porque o resultado quase certamente será um retrocesso inaudito, cujas maiores vítimas serão os mais pobres – dependentes de um Estado cada vez menos capaz de fornecer os serviços mais básicos aos cidadãos. Se é da defesa das classes menos favorecidas que se trata, como sugeriam os discursos inflamados de quase todos os políticos nessa eleição, então é preciso assumir a responsabilidade de trabalhar em conjunto para tirar o País do atoleiro. 

Nenhum partido ou movimento que se diz interessado no bem-estar do povo pode se furtar a participar dessa empreitada. O clima de crispação da campanha eleitoral sugere que será muito difícil, se não impossível, alcançar algum consenso entre governo e oposição, mas é justamente em momentos desafiadores como esse que os líderes políticos verdadeiramente comprometidos com o País e com sua gente precisam se apresentar e articular as bases mínimas para um acordo nacional. Os atores que protagonizarão o jogo político nos próximos tempos precisam recuperar o sentido da negociação democrática, em que se respeita a opinião alheia como legítima, posto que igualmente chancelada nas urnas. 

É necessário mitigar urgentemente o clima de fim de mundo que parece ter tomado conta do debate nacional. Numa atmosfera deletéria dessas, a perspectiva de qualquer acordo, inclusive em temas comezinhos, torna-se remota. Esquece-se da natureza essencialmente transitória dos entendimentos políticos; tudo se torna definitivo e irredutível. Perdeu-se, entre uma baixaria e outra, a capacidade de fazer concessões para alcançar um consenso ao menos momentâneo, em vista do bem maior. A lamentável campanha eleitoral – em que os contendores se acusaram mutuamente de preparar uma ditadura – chegou ao fim e o País não pode ficar cindido pelo clima da eleição. 

A democracia é uma preciosa conquista dos brasileiros, que decerto não concederão ao próximo presidente e àqueles que lhe farão oposição delegação para prejudicar ainda mais o País. Ao contrário do que pode parecer, é possível encontrar pontos de convergência para encaminhar as reformas e outras medidas tão necessárias para a superação da crise. Para isso, o primeiro passo é descer do palanque. Há muito tempo, infelizmente, as questões mais importantes para o País têm sido decididas tendo em vista somente a próxima eleição, o que dificulta muito a formulação de políticas de Estado – isto é, que transcendem partidos e interesses paroquiais. Os mandatários que assumirão as rédeas do País a partir do ano que vem, no governo e na oposição, precisam ter ciência de que não se faz uma democracia apenas com palavras de ordem. Lealdade e cooperação – é isso o que a Nação espera de seu corpo político.

Opinião - O Estado de S. Paulo
 

 

Salários majestosos


Jair Bolsonaro (PSL) e assessores já disseram ser preciso reformar a Previdência dos militares, tanto quanto a dos civis. 

É bom correr. Uma espiada na folha de salário de setembro do ministros aposentados, revela que de 29 ministros aposentados, 21 receberam valores entre R$ 113.351,19 a R$ 306.644,92. Só quatro pessoas tiveram benefício da ordem de R$ 22 mil líquidos, montante que se paga a ministros ativos ou aposentados do STF. Não resta dúvida de que a Previdência é generosa para quem saiu das Forças Armadas. Procurada, a assessoria de comunicação do tribunal não retornou até o fechamento dessa edição.

(...)

Congresso Conhecendo o território
Derrotado em sua tentativa de reeleição, Eunício Oliveira, que vai morar em Brasília, reassumiu a presidência do Senado concedendo audiências para políticos eleitos no 1º turno. Não se deve ter muita esperança no futuro. Ao invés de como se atua na Casa, um vitorioso na região sudeste quis saber o tamanho da cama no apartamento funcional, onde irá morar com o namorado; o outro do nordeste estava interessadíssimo no auxílio-paletó. Ao saber que o benefício não é de R$ 200 mil, quase chorou.

MATÉRIA COMPLETA, clique aqui
 

Bolsonaro, o homem e seu tempo

Jair Messias Bolsonaro, o 38º presidente do Brasil, é o homem que captou o espírito do seu tempo, aquilo que os cientistas passaram a resumir na expressão alemã “Zeitgeist” para refletir as manifestações intelectuais, políticas e culturais de uma determinada época e geração. Bolsonaro parece ter entendido, como poucos candidatos, o clima de expectativas e necessidades dos eleitores que foram às urnas. Venceu contrariando todas as previsões, no bojo de um partido nanico, sem campanha, sem tempo de TV, sem alianças partidárias representativas, com parcos recursos e uma massa de opositores que se mantém numerosa. Há pouco mais de um ano, quando iniciou a caminhada, ninguém enxergaria qualquer chance nessa candidatura.

Quando tentou, pouco antes, a presidência da Câmara dos Deputados contra Rodrigo Maia, do DEM, obteve meros quatro votos dos parlamentares. Tinha dificuldades para encontrar uma legenda que o abrigasse e até mesmo um nome a vice. Era tido como personagem pitoresco, movido a arroubos radicais. Um xenófobo, homofóbico e racista de carteirinha, que abominava as liberdades de gênero e opinião, com um temperamento provocador, instigando emoções extremas. Bolsonaro erigiu, mesmo assim, um personagem sob medida para uso eleitoral nesse escrutínio. Caiu nas graças do povo, tendo como reflexo mais de 57 milhões de votos – feito extraordinário para quem mal havia emplacado meia dúzia de projetos de lei na longa temporada de quase 30 anos e sete mandatos no Congresso. No fundo, no fundo, Bolsonaro surfou a onda de um sentimento difuso da população, misturando medo e esperança, desencanto e rebeldia. No Brasil, como de resto em boa parte do mundo, há uma espécie de histeria conservadora que impacta a vida das pessoas e coloca de ponta-cabeça comportamentos e princípios, resvalando no retrocesso.

O capitão reformado despontou por encarnar esses valores. A evangelização do moralismo entrou na ordem do dia. Não é difícil encontrar quem aposte em transformações concretas na rotina dos brasileiros por conta dessa ascensão da ultradireita por aqui. Nas escolas, livros didáticos podem ser revistos e o hábito, superado faz tempo, de cantar o Hino Nacional antes das aulas pode voltar a vigorar. [bons tempos aquele; a prática despertava o PATRIOTISMO em milhões de jovens brasileiros;
Até alguns meses atrás, sob as ideias comunistas da esquerda, a frente o lulopetismo, quartel do Corpo de Bombeiros Militar do DF, chegou ao absurdo de por vários dias não hastear a Bandeira Nacional no pátio da unidade. 
Os Estados Unidos é a potência que é por cultivar valores patrióticos, entre eles ser comum naquele país a Bandeira Nacional na frente de residências - exposta e respeitada.]
Na TV, programas de cunho erótico-sexual já começam a sofrer com o fenômeno da baixa audiência. [essa semana, decidi assistir a programação do inicio da noite de uma rede de TV;
em uma novela foi exibido um trecho que valorizava, divulgava,  fazendo verdadeira apologia, o lesbianismo entre duas personagens; 
no programa seguinte foi destacado o perdão de uma personagem ao pai pedófilo que a maltratava quando criança e dado algumas 'dicas' sobre como um homossexual deve revelar aos seus familiares ser portador do homossexualismo;   
para fechar as 'aulas' entrou um outro programa divulgando o sexo, pretendendo dar aulas sobre práticas sexuais, com destaque para as aberrações.]
 Nas ruas, o patriotismo virou moda. Sinal de “novos” velhos tempos. Nos idos de 60, o então presidente Jânio Quadros, tido como um delegado de costumes, celebrizou-se não apenas pela vassoura na mão a varrer corruptos como também por proibir o biquíni na praia e multar apostadores do jogo de bicho e das corridas de cavalo. Queria uma faxina do que encarava como maus costumes, tal qual Bolsonaro tenta hoje. 

Amparado por militares e religiosos, que deram esteio a sua campanha com o viés nacionalista do “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”, Bolsonaro se converteu no terceiro presidente dos quadros do exército eleito diretamente pelas urnas. Antes dele, Hermes da Fonseca, ainda na infante República, fez uma gestão marcada pela ocupação dos estados federativos com a missão de combater oligarquias. Eurico Gaspar Dutra, em meados do século passado, que havia montado trincheira de resistência ao Tenentismo – a célebre rebelião de oficiais que saíram em marcha dos quartéis para protestar contra as práticas políticas correntes nos anos 20 –, proibiu o comunismo e mandou intervir nos sindicatos. Essas experiências, um tanto usurpadoras de direitos individuais, sobranceiramente autoritárias, acendem o sinal de alerta sobre eventuais desvios de conduta do futuro mandatário. A partidarização da caserna, seja no Brasil ou em outros países – majoritariamente terceiro-mundistas –, não produziu até aqui exemplos engrandecedores. Ao contrário. Para ficar em um único caso, a Venezuela do comandante Hugo Chaves é o retrato triste da degradação social que essa combinação pode provocar. 

Na teoria pura do Estado, assim como em uma república é imprescindível e inerente a tripartição dos poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário) é incompatível a um membro das Forças Armadas, que têm de zelar por tal tripartição, integrar um desses poderes. Salvo na situação do postulante de farda seguir para a reserva antes de almejar qualquer cargo eletivo. Mesmo nessas circunstâncias, como é a de Bolsonaro, a mistura pode ser uma aventura perigosa. A partidarização dos quartéis flerta com a quebra da ordem e da hierarquia, confunde poder originário e derivado e, quase sempre, descamba para a anarquia. O indivíduo talhado no ambiente de rigidez e disciplina dos quartéis, com o apoio das armas, pode se ver seduzido pelo poder desproporcional que o voto e o clamor das ruas lhe entregam e usar indevidamente a soma desses instrumentos.

Está marcado na história, às vezes até em forma de golpes de Estado. Mesmo a “Quartelada”, que levou a derrubada da monarquia e a proclamação da República, traz em seu ímpeto original uma rebelião contra a ordem constituída.  O presidente Bolsonaro, nos novos tempos que se descortinam, precisa dar demonstrações cabais de que vai respeitar as instituições e os ditames da Carta Magna. Necessita de uma vez por todas perceber que há uma grande diferença entre fazer campanha e administrar um país, com as complexidades, diferenças regionais e de pensamento do Brasil. Que o futuro chefe da Nação desça do palanque em paz para governar para todos. Sem rancores ou perseguições indevidas, movido pelo sentimento de verdadeiro estadista que sabe não corresponder ao desejo da maioria, mas que se esforçará para atender aos anseios gerais.

Ele terá de encontrar, pela natureza do posto onde não cabem inspirações tirânicas, novas formas de conciliação e proximidade com o universo ideológico que não compartilha de suas ideias e exprime ainda medo e desencanto. O candidato que catequizou fiéis e foi chamado de “mito” por alguns está devendo grandeza de espírito especialmente quando repudia a crítica.  Soaram mal suas ameaças ao jornal Folha de S. Paulo que, de mais a mais, exerceu a função profícua da liberdade de expressão, pilar da cidadania. 

Acompanhar, debater e fiscalizar os poderes são missões inerentes à imprensa responsável e qualquer mandatário precisa saber conviver com o contraditório desse ou de outros setores da sociedade. Nas retóricas oportunistas, cruamente sinceras, Bolsonaro já afrontou instituições, direitos humanos e o próprio sufrágio que legitimou a sua vitória. Antes de assumir, deve virar a página, modelar o discurso e as práticas. Até por que não recebeu um cheque em branco para governar. Continuará sob o olhar crítico e independente, sem trégua, de todos os guardiões nacionais que, como ele (assim esperamos), zelam pela nossa democracia.

Carlos José Marques, diretor editorial da Editora Três - IstoÉ
 

Equipe de Guedes quer criar imposto sobre movimentação financeira [Bolsonaro desautoriza em postagem no Facebook]

Tributo incidiria sobre todas as operações, como saques e transações bancárias

Bolsonaro desautoriza 'equipe' a dar informações sobre CPMF e Previdência

Presidente eleito postou comentário no Facebook após reportagem do GLOBO mostrar planos para recriar tributo

[Recriar a CPMF,  seria(ou será)  o segundo  'tiro no pé', dado pela equipe de Bolsonaro;

O que tudo indica será o primeiro 'tiro no pé' é transferir a Embaixada brasileira em Israel para Tel Aviv - por significar tomar partido em uma guerra que não é do Brasil e endossar as perversidades que Israel pratica contra civis palestinos na Faixa de Gaza.]

O presidente eleito Jair Bolsonaro desautorizou "quaisquer informações prestadas junto à imprensa por qualquer grupo intitulado 'equipe de Bolsonaro' especulando sobre os mais variados assuntos, tais como CPMF, previdência, etc". O comentário em seu perfil no Facebook foi feito após reportagem publicada na edição desta sexta-feira pelo O GLOBO mostrar que a equipe econômica do presidente eleito quer criar um imposto sobre movimentação financeira para custear a Previdência, substituindo a contribuição sobre a folha salarial paga pelos empregadores.  


Jair Messias Bolsonaro
Há 2 horas
‪Desautorizo informações prestadas junto a mídia por qualquer grupo intitulado “equipe de Bolsonaro” especulando sobre os mais variados assuntos, tais como CPMF, previdência, etc.

 

O modelo do novo tributo é semelhante ao da extinta CPMF, mas o time de Bolsonaro afirma tratar-se de uma substituição, e não da criação de um novo imposto. O tributo incidiria sobre todas as operações, como saques e transações bancárias, com uma alíquota de 0,4% a 0,45% em cada operação. A estimativa é que seria possível arrecadar ao menos R$ 275 bilhões por ano. 

A informação foi confirmada pelo economista Marcos Cintra, responsável pela área tributária na equipe de Paulo Guedes, indicado para ministro da Economia. A ideia de tributar movimentações financeiras foi revelada pelo jornal "Folha de S. Paulo" ainda no primeiro turno das eleições e causou uma crise na campanha de Bolsonaro , devido à impopularidade da CPMF, o chamado "imposto sobre o cheque" . Na ocasião, o então candidato negou a criação de impostos. 

Depois desse episódio, Paulo Guedes cancelou encontros durante a campanha . De acordo com O GLOBO, é a primeira vez desde as eleições que um integrante da equipe de Bolsonaro confirma que a ideia está na mesa e detalha suas condições.

 Matéria transcrita de O Globo

 

Juiz teria de fazer uma “Lava Jato” contra o crime; o diabo é que, nessa área, os chefes já estão presos. E os presídios-pardieiros

E, sim, vocês podem esperar por uma tentativa de “Lava Jato” na área da criminalidade. 

Antevejo algumas operações espetaculares no combate aos partidos do crime — estes que controlam presídios e sequestram comunidades inteiras, pondo-as sob o seu guarda-chuva —, o que passará a impressão de que nunca antes na história deste país se terá perseguido tanto os bandidos. Também nesse caso será preciso exibir cabeças gotejando.

Os bandos vão reagir, e veremos mais homens de uniforme nas ruas, nos morros e nas periferias. De cara, Sérgio Moro terá de se haver com duas das poucas promessas feitas por Bolsonaro: dar aos policiais licença para matar sem precisar prestar contas e facilitar a posse e o porte de armas. [posse e porte de armas com menos restrições são essenciais para uma redução da criminalidade;
impedir que policiais que matam bandidos que estão atirando contra os policiais, sejam considerados assassinos é também essencial para estimular as autoridades de segurança e conter os bandidos - que terão que se acostumar com o fato que também morrem e que como bem disse o general Heleno 'Direitos humanos são, basicamente, para humanos direitos'. 

Tal assertiva conterá as turmas dos 'direitos humanos' que sempre surgem nos locais de confrontos bandidos x policiais, para acusar os policiais.
Outro que promete conduzir com acerto a política de combate à criminalidade é o futuro governador do Rio - Wilson Wtizel.]
 
O ex-juiz terá de decidir quanto de sua vestimenta com 50 tons de preto vai se tingir de vermelho — ainda que seja só o sangue dos bandidos. Em caso de confronto aberto, num clima de guerra, nunca é.  Aliás, a questão das armas, entendo eu, passa a ser matéria do especial interesse do superministro da Justiça — que também vai cuidar da segurança pública. A liberação do porte e da posse das ditas-cujas era a única proposta que Bolsonaro tinha para a segurança pública — e que, de resto, não protege ninguém. Muito pelo contrário. Moro deixará que o assunto role no Congresso, fazendo de conta que não tem nada com isso e que o número de armas que circulam no país não guarda relação com a quantidade de homicídios?

Também a Moro caberá uma resposta, no que concerne ao Executivo, para a situação escandalosa em que se encontra a esmagadora maioria dos presos. E o governo eleito tem um compromisso com o aumento da população carcerária, não com sua diminuição, uma vez que a metafísica influente quer mudar as leis da progressão penal. Uma política em favor do encarceramento e não estou, nesse caso, fazendo juízo de valor — aumenta a demanda por espaço nos presídios. É possível ser um xerife do crime sem, vejam a palavra que vou empregar, “humanizar” aqueles pardieiros? [sugestão: o Brasil pode implantar prisões na Floresta Amazônica, alguma coisa, com adaptações imprescindíveis, do modelo GULAG - apesar de ser uma invenção dos soviéticos, não podemos olvidar que são eficientes, tanto na capacidade de receber prisioneiros, quanto em facilitar a vigilância, conter o uso de celulares, etc.]
 
Acontece que um dos lemas do governo a que ele vai servir é “direitos humanos para humanos direitos”. Nesse caso, por mais que se pendurem corpos nos postes ou que se prendam figurões do crime, será como enxugar gelo. E, num clima de guerra, os inocentes costumam ser as primeiras vítimas, além da verdade.  Ou por outra: a água que escorre da “Lava Jato” que caça corruptos reais ou supostos sai turvada por acusações de imoralidade; a água da “Lava Jato da criminalidade” se tinge é de sangue mesmo, a depender de para onde se caminhe. Um ex-colega de toga de Moro, Wilson Witzel, governador eleito do Rio, quer uma política de abate.

Blog do Reinaldo Azevedo


[Comentário do Blog Prontidão Total sobre atuação da PF no caso Marielle:  
em uma país que em um único ano, mais de 60.000 pessoas são assassinadas - mortes que em sua grande parte não são sequer investigadas, por absoluta falta de meios para tanto - desperta curiosidade sobre as razões de apenas a morte da vereadora Marielle e seu motorista se tornarem objeto de investigação da PF.
Felizmente, nessa fase de mudanças Raul Jungmann deverá nos privilegiar com sua ausência em cargos públicos.
Raquel Dodge certamente não será reconduzida ao cargo que atualmente ocupa.]
 

Com Moro, Bolsonaro tranca o PT na sua fábula

A campanha eleitoral de 2018 impôs ao PT o desafio de superar sua lulodependência. 

O partido deveria guindar Lula à condição de totem e iniciar sessões de fisioterapia política para aprender a andar sem a muleta presidiária. Entretanto, num instante em que uma ala do petismo cobrava internamente a abertura de novos caminhos, Jair Bolsonaro trancou os arquirrivais na velha fábula da perseguição política. Fez isso ao tornar Sergio Moro ministro da Justiça.

“…Sergio Moro revelou definitivamente sua parcialidade como juiz e suas verdadeiras opções políticas. Sua máscara caiu”, escreveu o PT em nota oficial. “Moro foi um dos mais destacados agentes do processo político e eleitoral. Desde o começo da Operação Lava Jato agiu não para combater a corrupção, mas para destruir a esquerda, o Partido dos Trabalhadores e o governo que dirigia o país.” Indagado sobre a reação, Bolsonaro divertiu-se: se eles estão reclamando, é sinal de que acertamos, declarou.

Com um único movimento, o capitão atingiu dois objetivos: grudou o selo de moralidade da Lava Jato no casco do seu futuro governo e manteve o PT no círculo vicioso da criminalização da política. Como se sabe, o PT foi criminalizada pelos criminosos petistas que violaram cofres públicos ou autorizaram o roubo, beneficiando-se dele. Lula meteu-se nessa encrenca porque quis.

Ao içar Sergio Moro de Curitiba para Brasília, Bolsonaro ofereceu ao PT um demônio providencial para o qual transferir as culpas por todos os seus fiascos. O tempo que os rivais utilizariam para estruturar a oposição é desperdiçado no esforço para tentar transformar corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa em perseguiução política.

A nota do PT bateu bumbo: “Moro sempre foi um juiz parcial, sempre agiu com intenções políticas, e isso fica evidenciado aos olhos do Brasil e do mundo, quando ele assume um cargo no governo que ajudou a eleger com suas decisões contra Lula e a campanha de difamação do PT que ele alimentou, em cumplicidade com a maior parte da mídia.”
Ao morder a isca de Bolsonaro, o PT revela que não aprendeu muita coisa com o castigo das urnas. Quem elegeu o capitão foi a maior força política da temporada de 2018: o antipetismo. Trancafiado em sua fábula, o PT ainda não notou. Entretanto, perto do maremoto provocado pela aversão do eleitorado ao PT, a influência de Moro e o poder da mídia não passam de chuviscos.

Blog do Josias de Souza

LEIA TAMBÉM: Bolsonaro se iguala a Lula no desprezo à mídia
 
 

A nova era militar

O prestígio dos militares no governo Bolsonaro atingirá patamares inéditos desde a redemocratização, mas, numa demonstração de maturidade institucional, integrantes da caserna prometem manter uma distância regulamentar do poder e seguir estritamente as regras do jogo democrático 

Quarta-feira, 24 de outubro. A quatro dias do segundo turno das eleições presidenciais, o Alto Comando do Exército reunia-se para decidir sobre promoções do alto oficialato. Da cadeira de rodas, com as dificuldades impostas por seu estado de saúde, o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, pede a palavra. Àquela altura, ninguém na sala tinha mais muitas dúvidas de que o domingo consagraria a eleição do capitão da reserva Jair Bolsonaro, do PSL, como novo presidente da República. Uma eleição que, 33 anos após o fim da ditadura, traria os militares de volta ao centro do poder. Bem longe de uma comemoração, Villas Bôas adotou um tom sério. “Temos que tomar o máximo de cuidado com a preservação da imagem da nossa instituição”, advertiu o comandante do Exército, emendando com uma recomendação. “Seria prudente que colegas da ativa não participassem diretamente do governo”.
 A FORÇA DA CASERNA Ascensão de Jair Bolsonaro ao poder representa o retorno dos militares à cena política (Crédito: Eduardo Anizelli/Folhapress)

O comandante sabe que a orientação, não uma ordem, dificilmente será cumprida. A manifestação do comandante do Exército, no entanto, é a tradução de como as Forças Armadas enxergam o atual momento político em que um capitão reformado, com amplo apoio de integrantes da caserna, ascende ao poder. É inegável que o prestígio dos militares no governo Bolsonaro atingirá patamares inéditos desde a redemocratização do País. Mas, numa demonstração de arraigada maturidade institucional, eles se revelam conscientes do seu papel. Entendem que a organização do poder político é tarefa dos civis, não dos militares. E que esse preceito do estado democrático de direito não é alterado pela simples presença de militares reformados na política. É, na essência, o que difere a nova era militar dos tempos de trevas da ditadura. Hoje, as Forças Armadas rejeitam qualquer possibilidade de futura intervenção militar, como se a presença de militares reformados na política pudesse representar um primeiro passo para a tomada do poder civil por integrantes da caserna. “Ao contrário do que aconteceu em 1964, esses militares chegarão agora ao poder pelo voto, pela via democrática, e não parece haver espaço para um retrocesso que não os faça ter que respeitar as regras do Estado Democrático de Direito”, observa o professor de História do Brasil da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Carlos Fico. “Hoje, a sociedade e as instituições têm condições de se contrapor aos excessos”, continua o professor. Em suma, as instituições demonstram solidez suficiente para evitar um regresso a um passado que o País quer deixar definitivamente no retrovisor. “Eles (os militares) sabem que terão de governar na democracia. Todas as pesquisas apontam que essa mesma maioria que levou esse grupo ao poder apoia a democracia”, conclui o estudioso.

 “Temos que tomar o máximo de cuidado com a preservação da imagem da nossa instituição”
“Seria prudente que nossos colegas da ativa não participassem diretamente do governo Bolsonaro”

General Villas Bôas, comandante do Exército

O medo da frustração
A saudável manutenção de uma distância regulamentar do poder é alimentada ainda pelo temor do Alto Comando Militar de que se crie uma expectativa muito grande de que os militares serão capazes de resolver os problemas nacionais, como num passe de mágica. Problemas complexos e que não serão resolvidos com soluções fáceis por uma instituição que também sofre os sintomas da crise econômica e hoje encontra-se desaparelhada para exercer da forma ideal mesmo as suas ações específicas na área de defesa do País. A experiência de já ter ganho destaque na área de segurança pública com a intervenção no Rio de Janeiro já não é avaliada pela cúpula militar como positiva. Os militares foram postos à frente da solução de um tremendo abacaxi, sem a autonomia e o efetivo necessário. Obtiveram alguns resultados positivos, como a redução do roubo de cargas.  Mas não em um nível que fosse realmente perceptível para a sociedade. É esse grau de frustração que a cúpula militar teme no momento em que os militares ganharão novamente destaque em um governo, agora pelo voto.

Nada que impeça, evidentemente, a incorporação de militares da ativa ao Ministério de Bolsonaro, especialmente nos cargos de segundo escalão. O primeiro escalão será formado pelos militares da reserva que formam o chamado “Grupo de Brasília”: 
o vice-presidente general Hamilton Mourão, o general Oswaldo Ferreira, provável futuro ministro da Infraestrutura; o general Augusto Heleno, futuro ministro da Defesa, e o general Aléssio Ribeiro Souto, ainda sem cargo definido. O general Aléssio chegou a ser cotado para o Ministério da Educação. “Os militares têm a disciplina que nós precisamos no momento, principalmente na área de infraestrutura”, considera o vice-presidente do PSL, Gustavo Bebbiano.

Quem conhece os perfis dos militares mais próximos de Bolsonaro e que terão papel de destaque no próximo governo aposta na influência do general Heleno. “É, de longe, o mais preparado ali. E, sem dúvida, o mais ponderado”, disse a ISTOÉ um oficial de alta patente do Exército. Nas Forças Armadas, Heleno é visto mesmo como um homem de centro, bem menos radical que o próprio Bolsonaro. É tido como bom comunicador, tendo, inclusive, mais trânsito na imprensa que a maioria dos integrantes do núcleo duro do governo. “Os demais generais do Grupo de Brasília são também muito preparados. O problema é o temperamento”, diz esse oficial. “O general Mourão é alguém em que eu confiaria plenamente no comando de uma tropa no meio de uma batalha. Agora, numa função que exige discrição como a de vice-presidente…”, completa.

Uma coisa é certa: no novo governo, se bate continência. Para o bem e para o mal. O capitão Bolsonaro estará cercado de generais. “Os generais sabem que o comandante agora é o capitão. Mas como se comportará o capitão, acostumado que foi na vida militar a receber ordens dos generais?”, questiona um oficial do Exército. Como se encaixará a lógica militar na realidade de um mundo civil e democrático, essa é a grande incógnita.

IstoÉ

Moro, de servidor a serviçal

Passo em falso


Dê-se de barato, quando nada só para argumentar, que havia prova de sobra no processo do tríplex do Guarujá para condenar o ex-presidente Lula como o fez o juiz Sérgio Moro. Não é o que dizem centenas de juristas, mas tudo bem. É jogo jogado.
[para registro: a condenação do presidiário Lula, por corrupção e lavagem de dinheiro, prolatada por Sérgio Moro, em JUNHO 2016,  foi contestada pela 'competente' defesa do sentenciado, mais de 100 vezes - desde contestações no TRF 4, STJ, STF (mais de 50 petições negadas pelo ministro Fachin, as Turmas do Supremo também negaram, houve ações que foram julgadas no plenário virtual e presencial da Suprema Corte - e todas as instâncias confirmaram o acerto de manter Lula preso em virtude da sentença condenatória proferida por Moro quando a candidatura de Jair Bolsonara era apenas pensada.

A 'brilhante' defesa também recorreu a uma dupla de PARECERISTAS de uma assessoria de um Comitê da ONU, assessoria que a defesa chama de 'comitê' da ONU, que ousou determinar que o Poder Judiciário do Brasil - NAÇÃO INDEPENDENTE e SOBERANA -  soltasse o condenado - sobre a incompetência da dupla, o próprio STF, através do ministro Fachin se manifestou.] Sobre o sítio de Atibaia, caso a ser julgado em breve, até petistas coroados admitem que o processo esteja estufado de provas e que Lula não escapará a outra condenação.

Mesmo assim, convenhamos: ao aceitar ser ministro da Justiça do futuro governo de Jair Bolsonaro, Moro ofereceu de graça aos seus detratores farta munição para que o ataquem, e também à Lava Jato. E para que lancem dúvidas sobre sua isenção. O juiz que removeu Lula do caminho de Bolsonaro acolhe feliz da vida o convite para servir àquele que mais se beneficiou de suas sentenças. Esquisito, não? Para dizer o mínimo. Moro havia jurado mais de uma vez nos últimos anos que jamais entraria para a política e que sua vocação era de magistrado. Deu o dito pelo não dito, mas até aí problema dele. Cada um emporcalha ou lustra ao seu gosto a própria imagem. Acontece que Moro de há muito deixara de ser apenas um juiz destemido que teve a coragem de bater de frente com a corrupção. Por seus méritos, fora alçado à condição de uma ideia. [o último individuo que se metamorfoseou em ideia, está enjaulado na PF de Curitiba, cumprindo mais de doze anos de prisão - o corpo do indigitado está enjaulado e a ideia, em uma garrafa tampada com uma rolha.]

A saber: ideia de que a força de vontade, se amparada em bons propósitos, pode vencer o mal; ideia de que a justiça, por mais que subordinada a interesses poderosos, preserva a capacidade de se impor em momentos exemplares; por fim, ideia de que apesar da vergonha e da frustração com seus líderes, o povo conserva a força de varrê-los e de promover mudanças na hora que quiser.  É cedo para concluir que tais ideias foram ou irão pelo ralo. Mas não é cedo para supor que elas possam ter sofrido um forte abalo. Um dos atributos da magistratura é sua independência. Outra, o apartidarismo. O juiz que se descobre mais afinado com a política do que com a toga tem o direito de trocar de lado. Mas para que faça isso sem ferir a sensibilidade coletiva há que se dar algum tempo. Moro não se deu, e nem a ninguém.

O juiz que outro dia deu as costas no aeroporto de Brasília ao capitão faminto por notoriedade que lhe batia continência foi o mesmo que voou apressado ao encontro do capitão eleito presidente para lhe bater continência como um soldado raso diante de um superior. Conceda-se que não o fez encantado com o posto que lhe ocupará por dois anos, mas sim com a vaga de ministro a ser aberta no Supremo Tribunal Federal. E daí? Só jogador de futebol muda de camisa da noite para o dia à primeira proposta de subir na carreira. A Lava Jato, por artes e manhas do próprio Moro, ganhou uma dimensão histórica que não deveria ter sido maculada por qualquer ação do seu principal responsável. Ela vai muito além da roubalheira que descobriu, da dinheirama que recuperou e dos criminosos de alto quilate que puniu recolhendo-os ao xilindró.
 
Gerações de juízes em formação, e as futuras, ouvirão falar muito do momento em que um grupo de servidores da lei ousou escancarar os vícios de um sistema político em acelerado processo de degradação. Infelizmente, também ouvirão falar do momento em que o esforço tão admirável de passar o país a limpo levou um tranco formidável por conta do ato de um servidor que decidiu se servir e foi promovido a serviçal.

Futuro ministro da Defesa diz que inteligência descobriu plano de atentado contra Bolsonaro - PT conspirta contra INDEPENDÊNCIA do Brasil

Augusto Heleno não revelou, no entanto, quem poderia ter sido autor do plano, que qualificou como 'ato terrorista'

O general da reserva Augusto Heleno, futuro ministro da Defesa, disse ao GLOBO que o serviço de inteligência do país descobriu indícios de um plano, que qualificou como "terrorista", contra o presidente eleito Jair Bolsonaro. O general fez o comentário em resposta a rumores que começaram a circular em Brasília nos últimos dias sobre o assunto. 

A informação de que foi plotado um planejamento de um ato terrorista contra o presidente (Bolsonaro) é verdade. Isso já foi confirmado por autoridades da área de inteligência — disse. O general não disse, no entanto, quem poderia ter sido o autor do plano e nem quais as providências tomadas em relação ao caso. No início da semana, a PF ampliou de 35 para 55 o número de policiais para reforçar a segurança do presidente eleito. A polícia negou que a medida esteja relacionada a eventual aumento de risco contra Bolsonaro.

A explicação é que o reforço na segurança já estava previsto desde a primeira fase da campanha. O sistema de proteção seria ampliado mesmo se o vencedor tivesse sido o candidato Fernando Haddad. As informações sobre o suposto plano de ataque contra Bolsonaro foram discutidas em reuniões na Polícia Federal e na Agência Brasileira de Inteligência. Uma destas reuniões aconteceu nesta quinta-feira. Os analistas entenderam que os dados disponíveis não indicam ameaças concretas.

Na entrevista, concedida ontem, o general Heleno também elogiou a escolha do juiz Sergio Moro para comandar o Ministério da Justiça. — Torço muito para que ele aceite. Será uma honra estar sentado na mesa com o doutor Sérgio Moro. Ele é um grande valor do país, um homem respeitado aqui e no exterior — disse.

[PT, desesperado com a derrota e seu desmonte - como partido e organização criminosa - apela para mais mentiras:  PT diz que nomeação de Moro indica intenção de instalar 'estado policial' - e,  mais uma vez, conspira contra a SOBERANIA do BRASIL, sua condição de NAÇÃO INDEPENDENTE e quer que 'organismos internacionais' interfiram nos assuntos internos brasileiros.]

Defesa do ex-presidente Lula também atacou o magistrado
O  PT divulgou nota, na tarde desta quinta-feira, com críticas à nomeação do juiz Sergio Moro para o Ministério da Justiça no governo de Jair Bolsonaro (PSL). Para o partido, esse " é mais um sinal de que o futuro governo pretende instalar um estado policial no Brasil".  


A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também informou que tomará as medidas cabíveis no plano nacional e internacional. O advogado Cristaino Zanin destacou em nota o fato de o vice-presidente eleito Hamilton Mourão ter revelado que as sondagens ao juiz começaram durante a campanha. [o juiz Sérgio Moro condenou o criminoso Lula  em junho de 2017, quando sequer  hipótese de Bolsonaro ser candidato era considerada viável; 
em nota oficial, Sérgio Moro já deixou claro que não vai mais participar de audiências, portanto, os novos depoimentos do presidiário Lula serão prestados à juíza substituta, que conduzirá todos os processos contra o bandido petista até a nomeação de novo titular para a 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba.]
"A formalização do ingresso do juiz Sérgio Moro na política e a revelação de conversas por ele mantidas durante a campanha presidencial com a cúpula da campanha do presidente eleito provam definitivamente o que sempre afirmamos em recursos apresentados aos tribunais brasileiros e também ao Comitê de Direitos Humanos da ONU: Lula foi processado, condenado e encarcerado sem que tenha cometido crime, com o claro objetivo de interditá-lo politicamente", afirma o defensor. 

Já o PT diz que a máscara de Moro "caiu" e que o juiz "revelou definitivamente sua parcialidade como juiz e suas verdadeiras opções políticas". "Moro foi um dos mais destacados agentes do processo político e eleitoral. Desde o começo da Operação Lava Jato agiu não para combater a corrupção, mas para destruir a esquerda, o Partido dos Trabalhadores e o governo que dirigia o país. Todas as suas ações foram meticulosamente pensadas para influenciar nesse sentido", afirma o partido.  [quando a Lava Jato começou, havia algum governo dirigindo o Brasil?  aquilo que Dilma dirigia, pode ser chamado  de governo?]

A legenda também afirma que o juiz divulgou conversas privadas da presidente Dilma Rousseff em 2016, "condenou Lula sem provas", "fez malabarismo para não soltar o ex-presidente" e divulgou trechos da delação do ex-ministro Antonio Palocci às vésperas do primeiro turno. 


 O Globo