Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
terça-feira, 24 de novembro de 2020
Coup D´Presse - Bolsonaro joga pólvora em companheiros de guerra - DefesaNet
Foi justamente sob o comando de generais dos Estados Unidos que os militares brasileiros tiveram um triunfo aplaudido no País e no exterior. Mais de 25 mil homens da Força Expedicionária Brasileira (FEB) integraram uma divisão do V Exército americano para forjar a saída dos alemães do norte da Itália na 2ª Guerra Mundial. Uma geração de pracinhas oriunda das periferias e dos cafezais enfrentou o gelo e o poder bélico dos nazistas num capítulo surpreendente da história bélica nacional.
O imenso poderio militar dos norte-americanos jamais seria utilizado em sua totalidade. Para começar, seriam descartados todo o armamento nuclear. E, por aí vai. Mas, pensar nisso é desperdiçar pensamento.]
Na operação de sete horas, cinco ou seis pessoas morreram, incluindo
Dread, na estimativa do Exército Brasileiro. Entidades de direitos
humanos ligadas ao ex-presidente Jean Bertrand Aristide, críticas da
missão da ONU, calcularam 63 mortes. A agência Reuters estimou 70
vítimas fatais. Heleno contestou os números e reclamou de uma versão,
segundo ele, política da história. De forma moderada, observadores
internacionais avaliaram que um dos erros da operação foi não monitorar a
favela nos dias seguintes. A falta de patrulha teria facilitado um
acerto de contas local.
segunda-feira, 2 de novembro de 2020
O perigoso esporte de humilhar general - Fernando Gabeira
In Blog
Com a redemocratização, conheci alguns generais. Um deles visitava nossa casa para alegria das crianças. Era o bisavô das meninas, já nos últimos anos de vida. Serviu no Brasil profundo, tinha memórias de índios e do mato. Um dia ele me contou que o médico íntimo dele, antes de operá-lo, aplicou a anestesia e perguntou: “Quer dizer que o senhor é o general da banda?” Ele tentou responder, mas dormiu com um sorriso nos lábios. “General da banda” é uma canção antiga, regravada por Astrud Gilberto, que dizia: “Chegou o general da banda, eh eh/ Chegou o general da banda eh ah”. Era possível brincar com um velho general. Mas seria impensável desrespeitá-lo.
Quando leio nos jornais que há um plano para humilhar generais, minha reação inicial é esta: um general não se deixa humilhar. Mas, ao longo destes anos compreendi também que, assim como nos outros ofícios, há diferenças entre as pessoas. Nem todas se comportam da mesma maneira. Há generais que entraram no governo pensando num trabalho sério. Santos Cruz foi golpeado por intrigas. Saiu e hoje é um crítico sensato dos descaminhos de Bolsonaro. Rêgo Barros foi um dos generais que conheci, como jornalista. Era a interface com o Exército, coordenava a comunicação. Fui visitá-lo algumas vezes no Forte Apache, na tarefa de preparar programas de TV sobre algumas ações militares que me interessavam.
Ele se tornou porta-voz de Bolsonaro, foi destituído e vejo que estava certo ao manter meu interesse por ele. Percebeu a vulgaridade e o delírio de poder de Bolsonaro e segue seu caminho. Infelizmente, nem todos se comportam assim. Tive poucos contatos com o general Heleno. O primeiro foi no Haiti, quando ele comandava a força da ONU. O segundo, na Amazônia; chegamos a viajar juntos para as terras ianomâmi. Heleno teve uma curta passagem como comentarista de TV, na Band, analisava segurança pública.
Sua trajetória é de adesão total ao projeto Bolsonaro. Ao colocar Abin e GSI na busca de uma defesa para as trapalhadas de Flávio, ele se revelou um samurai da família Bolsonaro. Mergulhou tão rancorosamente no passado que manda espiões para encontros internacionais que tratam do tema essencial para o futuro do Brasil: o meio ambiente. [o meio ambiente é essencial não só para o Brasil e sim PARA TODO O PLANETA. Não queiram destruir o Brasil, aviltar sua condição de NAÇÃO SOBERANA para defender o meio ambiente, atendendo interesses de governos estrangeiros que destruíram suas florestas, mataram seus índios, e agora se preocupam e querem preservar as nossas - podem até destruir o Brasil, acabar com nossa Soberania, mas, como consequência natural de uma guerra, as florestas que eles dizem querer preservar, serão destruídas, bem como os índios e animais.] Trajetória estranha também é a do general Pazuello, a quem não conheci pessoalmente, apesar de ter visitado as instalações da Operação Acolhida em Roraima. Pazuello foi desautorizado publicamente por Bolsonaro, em seguida posou ao lado do presidente e disse simplesmente: “Um manda, e o outro obedece”.
Espontaneamente, ele igualou suas funções à de um varredor da porta do quartel. E nos deu uma antevisão da situação calamitosa da saúde no Brasil: ele simplesmente obedece a Bolsonaro, uma das pessoas mais obtusas nesse campo, para não falar de vários outros. Como se não bastasse tudo isso, o ministro Ricardo Salles chama o general Ramos de Maria Fofoca nas redes sociais, e nada acontece com ele. Alguns analistas acham que Bolsonaro tem prazer em humilhar generais, para compensar seu fracasso [?] no Exército. Não me interessa tanto o lado psicológico. O mais importante para mim é lembrar que a humilhação de generais repercute no respeito ou desprezo que as pessoas têm pelas Forças Armadas.
O desprezo pelas Forças Armadas, por sua vez, repercute na política de segurança nacional. Não é possível que, por um dinheirinho a mais os militares, ocupem um governo destruidor e incapaz e ameacem com isso sua função constitucional específica. Não precisamos de Forças Armadas para derrubar essas aberrações momentâneas. Nos Estados Unidos, Trump pode ir para o espaço com as eleições. Derrotaremos Bolsonaro e quantos militares estiveram ao seu lado. Não é esse o problema. O que faremos com a vitória se o sentimento elementar de honra abandonar nossas Forças Armadas? [HONRA e LEALDADE são sentimentos inseparáveis e que nunca faltarão às nossas FORÇAS ARMADAS.
E, os generais, ainda que sem procuração para falar por eles, quando se sentirem humilhados, ofendidos, saberão o que fazer para preservar o sentimento de HONRA e LEALDADE presente em nossas FF AA. Tais sentimentos são tão firmes, tão perenes, que quando um porco guerrilheiro - o vil traidor Lamarca - traiu o Exército Brasileiro, o MORAL, a HONRA, a LEALDADE ao DEVER e à Instituição EB, não faltou e o verme foi caçado e abatido.]
Uma das consequências mais nefastas do governo Bolsonaro foi ter comprometido as Forças Armadas. Todo o trabalho de recomposição no período democrático pode estar se perdendo, de alguma forma. Não há presos políticos nem tortura, é verdade. Mas os problemas são de outra natureza, as consciências despertas para novas realidades. Um pobre general abraçado à cloroquina, espionando encontros internacionais, sendo chamado de Maria Fofoca — tudo isso é demonstração de que a insanidade sentou praça.
Blog do Gabeira - Fernando Gabeira, jornalista
Artigo publicado no jornal O Globo em 02/11/2020
quarta-feira, 22 de abril de 2020
Ministro questiona OMS - Em blog, Ernesto Araújo escreve que coronavírus desperta para 'pesadelo comunista' - Folha de S.Paulo - Coronavírus pode gerar fome em proporções bíblicas
Crise do coronavírus pode gerar fome em proporções bíblicas, diz diretor da ONU
Ministro questiona OMS e diz que obra de Slavoj Zizek estimula propagação do 'comunavírus'
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, defendeu, nesta quarta-feira (22), a ideia de que a pandemia de coronavírus responsável por quase 180 mil mortes em todo o mundo pode fazer parte de um "projeto globalista" que é o "novo caminho do comunismo".
Segundo texto publicado em seu blog pessoal, Ernesto afirma que tal projeto "já se vinha executando por meio do climatismo ou alarmismo climático, da ideologia de gênero, do dogmatismo politicamente correto, do imigracionismo, do racialismo ou reorganização da sociedade pelo princípio da raça, do antinacionalismo, do cientificismo"."São instrumentos eficientes, mas a pandemia, colocando indivíduos e sociedades diante do pânico da morte iminente, representa a exponencialização de todos eles."
Analisando um livro escrito pelo filósofo e psicanalista esloveno Slavoj Zizek, o líder do Itamaraty questiona entidades internacionais como a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Nesta terça-feira (21), a Folha mostrou que o Brasil seguiu os EUA ao não endossar uma resolução da Assembleia Geral da ONU que pede cooperação internacional contra a pandemia do coronavírus.
A reportagem apurou que os EUA buscaram uma articulação com outros Estados-membros para não serem o único país a deixar de patrocinar a resolução. O Brasil foi um dos convocados para aderir a essa coalizão. O motivo teria sido as divergências entre o presidente Donald Trump e a OMS, cujo "papel de liderança crucial" contra o coronavírus é defendido pela resolução da ONU endossada por 179 dos 193 países-membros. [qual a utilidade da OMS para o mundo e que justifique o recebimento de bilhões de dólares?
Fazer reuniões e o ex-guerrilheiro que a preside expedir mensagens alarmistas?]
Em nota, o Itamaraty, órgão chefiado por Ernesto, informou que a "referida resolução foi aprovada por procedimento silencioso, sem objeção da delegação brasileira". Na prática, segundo diplomatas ouvidos pela Folha, deixar de expressar uma posição clara sobre a questão demonstra falta de entusiasmo pela causa e, no contexto atual, representa uma aceitação de mau grado.
Para o chanceler brasileiro, "o globalismo substitui o socialismo como estágio preparatório ao comunismo" e Zizek vê na pandemia de coronavírus a "oportunidade de construir uma ordem mundial sem nações e sem liberdade". Sob o pretexto de uma afirmação do filósofo esloveno em que o autor afirma que os nazistas fizeram um "péssimo uso" do lema "o trabalho liberta", gravado em alemão na porta do campo de concentração em Auschwitz, Ernesto afirma que "o nazista é um comunista que não se deu ao trabalho de enganar as suas vítimas".
"Aqueles que ainda não acreditam que o nazismo é simplesmente um desvio de rota da utopia comunista, e não o seu oposto, encontrarão aqui [na obra de Zizek] talvez um importante elemento de reflexão".
Em 2019, durante visita a Jerusalém, o ministro afirmou que uma nova vertente de pesquisadores vê semelhanças entre o movimento nazista e a extrema esquerda e sugeriu que as pessoas “estudem” e “leiam a história de uma perspectiva mais profunda”. No mesmo dia, o chanceler visitou, junto com o presidente Jair Bolsonaro, o Museu do Holocausto, que atribuiu a criação do Partido Nazista a "grupos radicais de direita na Alemanha". Ernesto afirma ainda, em seu texto, que a esquerda aproveita o momento de fragilidade gerado pela pandemia para "sequestrar e perverter" o conceito de solidariedade "para servir aos seus propósitos liberticidas".
"Já fizeram ou tentaram fazer o mesmo com os conceitos de justiça, tolerância, direitos humanos, com o próprio conceito de liberdade."
Sem mencionar Bolsonaro, Ernesto faz a defesa de tópicos que são caros ao presidente na gestão da pandemia, como o relaxamento das medidas de contenção do coronavírus. Segundo o ministro, "a destruição dos empregos que permitem a sobrevivência digna e minimamente autônoma de milhões e milhões de pessoas" faz parte de um projeto de "emancipação comunista". Ele também defende que "o politicamente correto" incorporou o "sanitariamente correto", que além de "mais poderoso", "agarra", "algema" e "ameaça". "Controlar a linguagem para matar o espírito, eis a essência do comunismo atual, esse comunismo que de repente encontrou no coronavírus um tesouro de opressão", escreve o ministro.
"Se não nos prepararmos e agirmos agora, para garantir acesso a alimentos, evitar a falta de recursos e a ruptura no comércio, nós poderemos encarar múltiplas crises de fome de proporções bíblicas em poucos meses", alertou, em discurso ao Conselho de Segurança da ONU.
Beasley disse que, atualmente, 821 milhões de pessoas ao redor do mundo vão dormir com fome diariamente, pois não enfrentam a falta de alimentos de forma crônica, e outras 135 milhões estão à beira de ficar completamente sem comida, tendo alimentos em alguns dias e em outros não.
Segundo um estudo feito pelo WFP, mais 130 milhões de pessoas correm risco de passar fome devido à crise econômica gerada pelo novo coronavírus.
A paralisação do comércio e do turismo, a recessão econômica e a crise no preço do petróleo retirarão dinheiro dos mais pobres. Com isso, eles não poderão comprar comida, disse Beasley. Ele estima que, no pior cenário, mais de 30 países poderão ser duramente afetados, como Haiti, Nepal e Somália. (
Rafael Balago - Folha de S.Paulo/UOL
sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020
Um pouco além do coronavírus - Fernando Gabeira, jornalista
De modo geral, o mundo não está ainda preparado para uma pandemia. Quem afirma isso é Bill Gates, um homem muito rico que usa bem tempo e dinheiro para se informar. Gates mencionou a hipótese de uma pandemia com potencial de matar 30 milhões. Esses números são discutíveis. Mas ele previu que algo poderia surgir dos úmidos mercados chineses onde se vendem e comem os mais estranhos animais. O raciocínio de Gates aponta para um erro de análise. Enquanto se gastam trilhões em defesa e preparação para as guerras, deixa-se de lado algo que pode ser decisivo para evitar mortes em grande escala, incluído o investimento em vacinas.
Se menciono Bill Gates, é porque cheguei à conclusão de que suas ideias são muito inspiradoras para os políticos brasileiros. Ele foi capaz de focar no saneamento básico e compreender que esse tema envolve não só a vida de milhares de crianças, como também a saúde e a disposição dos povos. Em defesa dos políticos brasileiros é possível dizer que Gates, com sua fortuna imensa, pode focar num tema dessa natureza e até aumentar seu prestígio internacional, cooperando com governos, ONGs e todos os que de alguma forma se interessam pelo saneamento básico.
Governos têm de lidar com um espectro muito amplo de problemas. Isso não diminui o acerto de Gates ao definir prioridades. São duas coisas distintas: ampliar o saneamento no mundo e prepará-lo para enfrentar pandemias. Esses temas, porém, se encontram, pois ambos tratam da segurança biológica. A ausência de saneamento talvez não produza por si as grandes epidemias anunciadas por Gates, embora em certos momentos, como no Haiti, a cólera tenha sido devastadora. Mas é evidente que a vulnerabilidade nacional é tanto maior quanto menor for seu índice de saneamento.
Estar ou não preparado para os eventos extremos ou mesmo para potenciais pandemias como a do coronavírus é outro tema que ainda não se esgotou para mim.
Ele transcende a existência de alguns laboratórios e equipamentos. Os relatos de Wuhan mostram como é complexa a situação. Centenas de pessoas não chegaram ao hospital, por falta de lugar ou de capacidade de diagnóstico em grande escala. E ainda há, depois de ser atendido, uma burocracia a ser cumprida no comitê do partido no bairro. [sendo recorrente: só que em Wuhan a situação é ruim, mas, se trata de fatos que estão ocorrendo na China, país em que se constrói um hospital com mais de 2.000 leitos em dez dias.
Graças a DEUS, que não é no Brasil. Aqui, no DF, vai fazer catorze meses que o governador prometeu construir um hospital na Ceilândia - o que existe é único na cidade e tem que atender toda a demanda da satélite (tempos atrás, quando o DF, era uma maravilha, as cidades eram chamadas de cidade satélite, por orbitar em torno do Plano Piloto, que antigamente era área nobre - hoje só orbita em torno dele a marginalidade) e mais a demanda da região do Entorno - por baixo mais de 1.000.000 de pessoas.
Pois bem, até hoje sequer foi definido o local de construção do hospital.]
A construção de um hospital em dez dias foi uma grande conquista, pois certamente vai resolver essa grande demanda. Muitos analistas no Brasil atribuíram a celeridade da resposta chinesa ao seu regime autoritário, que dispensa formalidades democráticas. É verdade, em parte, no entanto a burocracia partidária é um entrave em muitos momentos. Países como o Japão, sem regime autoritário, conseguem muita rapidez e eficácia nas respostas. No meu entender, ela depende não só da solidez das instituições públicas, mas do nível de preparo da população. O Brasil tem dado a resposta de acordo com as normas internacionais, até repatriando seus cidadãos de Wuhan, como fizeram outros países. Mas, estruturalmente, nossas defesas são fracas. As reportagens sobre a Anvisa mostram que no maior aeroporto do Brasil, o de Guarulhos, há apenas um fiscal sanitário. Os investimentos nessa área caíram e isso tem importância não só para a saúde das pessoas, como da economia, sobretudo do agronegócio.
O surgimento do coronavírus em meio às chuvas de verão e os graves problemas do abastecimento de água no Rio de Janeiro são alguns temas que nos revelam não só os tempos presentes, mas também como a energia política está longe deles, a quilômetros da visão de Bill Gates. Quando vejo o marco legal do saneamento perdido entre outras grandes prioridades, temo por ele. Não há nada mais urgente entre os grandes temas. Estamos em estado de emergência por causa do coronavírus. Mas, ao ver uma cidade como Belo Horizonte se desmanchar nas chuvas, derrotada por seus rios canalizados, e a crise da água no Rio, sinto que a emergência é muito mais ampla.
Tudo isso num quadro já nada animador. Tínhamos a dengue, vieram a zika e a chikungunya. Testemunhei o nascimento de crianças deformadas pela zika em Pernambuco, a dor crônica dos contaminados por chikungunya em Sergipe. Para mim não há dúvidas. A própria volta da febre amarela e o surto de sarampo também revelam que a caixa de surpresas assustadoras ainda está por aí. O saneamento não resolverá todos esses problemas, mas reduzirá a mortalidade infantil, as doenças, enfim. Além disso, levantaria o ânimo das pessoas. Tantos deputados e senadores por aí e a realidade enviando mensagens inequívocas, por que não decidir logo: vamos dar um empurrão no saneamento e começar por aí uma longa adaptação do Brasil aos novos tempos.
Blog do Gabeira - Fernando Gabeira, jornalista
Artigo publicado no Estadão em 07/02/2020
domingo, 29 de dezembro de 2019
Quando a Justiça tarda e, no mais das vezes, também falha - VEJA - Blog do Noblat
domingo, 10 de novembro de 2019
Rota de colisão: o navio Rodrigo Maia e o iceberg general Heleno - Blog do Noblat - Vitor Hugo Soares
VEJA
Uns jogam panos quentes para abafar o fogo, outros jogam mais gasolina para aumentar
Mal (ou bem?) comparando, o homem de proa no leme de um dos navios pilares da política nacional, se parece, às vezes, com o enfezado personagem da propaganda do sal de frutas ENO, nos Anos 60, que a cada situação de mudança, à sua frente, reagia apelando para a expressão que viralizou na época: “Eu sou do contra”. Tem sido assim desde quando o tempo começou a esquentar entre os poderes, a partir da apresentação dos projetos de reforma da Previdência, do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do pacote anticrime, do ministro da Justiça, Sérgio Moro. Maia bateu-se contra estes dois titãs do governo, em seus primeiros testes de força e resistência.
Agora, sempre dando a impressão de ter como foco, de seus disparos retóricos, o presidente, ou um de seus três filhos com mandatos políticos – Eduardo, deputado; Flávio, senador e Carlos, vereador, todos com montanhas de votos no embornal –,[característica que falta ao ex-quase futuro primeiro ministro, que padece de incrível excesso de faltas de votos - foi reeleito deputado em 2018 com pouco-mais de 72 mil votos.] o presidente da Câmara decidiu testar pontaria e poder com um alvo militar de peso, força e prestígio, pessoal e profissional, de largo alcance. Ao lado disso, Augusto Heleno é, reconhecidamente, bom de briga e de combate. Com direito a Capacete Azul, da ONU, por sua relevante e construtiva atuação, em missão de Paz, em tempos temerários no Haiti.
Osso duro de roer, já se vê, em qualquer campo de luta, militar ou política. Ainda assim, futucado com vara curta pelo incomodado aliado do DEM que, talvez cansado de apanhar e receber desaforos da família Bolsonaro, partiu para cima do general, a título de opor-se ao suposto desdém do ministro do CGI , em face das bravatas de Eduardo Bolsonaro na entrevista a Leda Nagle, no tocante ao malsinado AI-5 de amarga memória. Ferida autoritária grave, que segue em carne viva, apesar do tempo e da “anistia ampla, geral e irrestrita”. E parecemos retornar ao ambiente em que o monstro surgiu no ano que não terminou: as bravatas, os estapeamentos, as provocações, os envenenamentos retóricos de parte a parte, como no tempo do AI-5, o original.
No dia 4, o presidente da Câmara amanheceu em Pernambuco, e de lá apontou o bacamarte para o general em Brasília:
“É uma cabeça ideológica. Infelizmente o general Heleno, o ministro Heleno virou um auxiliar do radicalismo do Olavo (de Carvalho). Uma pena que um general da qualidade dele tenha caminhado nesta linha”. Ponto.
Agora, uns jogam panos quentes para abafar o fogo, outros jogam mais gasolina para aumentar o incêndio. Resultado? Responda quem souber.
Vitor Hugo Soares é jornalista, e editor do site blog Bahia em Pauta. E-mail: vitors.h@uol.com.br
Blog do Noblat - Ricardo Noblat, Jornalista - VEJA
terça-feira, 29 de outubro de 2019
Justiça de rico e de pobre - O Globo
O Judiciário brasileiro precisa resolver a equação da própria ineficácia
A maioria está trancada há pelo menos quatro anos, 48 meses ou 192 semanas. Espera a assinatura de um juiz para decidir o rumo: vida em liberdade ou no exército oferecido pelo Estado brasileiro aos 80 grupos criminosos que controlam presídios.
Semana passada foram lembrados no plenário do Supremo pelo juiz Luís Roberto Barroso: “Justamente porque o sistema é muito ruim, perto de 40% dos presos do país são presos provisórios. Muitos, sobretudo os pobres, já estão presos desde antes da sentença de primeira instância.”
Debatia-se um aspecto da Constituição, a prisão após condenação em segunda instância. O tema é de interesse legítimo, [sic] imediato de 1.799 pessoas encarceradas (0,21% do total) por desvio de dinheiro público (1.161), corrupção ativa (522) e passiva (116). É a quarta revisão do STF em uma década. É a mesma Constituição que assegura “a todos” o direito à “razoável duração do processo” e “a celeridade de sua tramitação”. No entanto, 337 mil estão lá, provisoriamente, nos porões do Judiciário.
“Pobre não corrompe, não desvia recursos públicos, nem lava dinheiro”, comentou Barroso, realçando a ausência de nexo num sistema que mantém pobres aos magotes aprisionados nas trevas — centenas de milhares, sem sentença—, enquanto conduz um punhado de ricos condenados à vida iluminada pela liberdade até o último recurso em Brasília, com chance de prescrição do crime (quase mil em dois anos).[chegando ao absurdo de quase suplicar que o maior ladrão do Brasil aceite sair da prisão - em verdade, um resort;
o próprio MP - coordenadores da Lava-Jato - com uma celeridade inusual pediram à Justiça para soltar o presidiário de Curitiba.]
segunda-feira, 5 de agosto de 2019
Cordiais cortadores de cabeça - Fernando Gabeira
Na mesma semana, Bolsonaro resolveu, sem nenhuma base, desenterrar um morto para desonrá-lo. Todos os que acreditam no respeito humano protestaram. Ao remover o passado para soprar as cinzas e fazer algum fogo, Bolsonaro questiona um dos fundamentos do nosso processo de democrático. Ele se fez num quadro conciliatório de anistia geral. Os atores radicais da época perceberam que estavam envoltos nas turbulências da Guerra Fria e expressavam internamente aqueles conflitos da época. De agora em diante, muitas divergências não desapareciam, mas a novidade é que seriam resolvidos pacificamente num processo democrático. Mais ainda: apesar das divergências que eventualmente sobrevivem, havia um imenso campo em que, apesar delas, trabalhar lado a lado para resolver alguns problemas do Brasil.
Por que Bolsonaro revolve as cinzas de uma fogueira extinta e sopra tentando reanimar as chamas? Não estamos mais naquela época, ele mesmo sabe. Bolsonaro tem Trump como ídolo, e parece que seu guru é Steve Bannon, cuja visão é a de promover uma guerra contínua a partir do próprio governo. Na esquerda, já se discutiu isso em outro contexto e outro nível de profundidade, quando Troski defendia a tese de uma revolução permanente. Muitos afirmam que as táticas de Trump e Bolsonaro têm uma grande eficácia eleitoral. Isso ainda não foi demonstrado, uma vez que não houve nova eleição.
A situação do Brasil é diferente. Vivemos ainda numa grande crise econômica, o presidente não tem um Partido Republicano no Congresso. E, finalmente, o fator subjetivo: nosso temperamento é diferente não só pela cultura como pelo fato de não termos enfrentado tantas guerras como eles. É muito possível que a tática de Bolsonaro o leve à sua verdadeira dimensão política: o líder de uma ala radical da direita longe de ser aprovado pelos 57 milhões de eleitores. Ele não só rompeu com uma espécie de acordo no qual o presente e o futuro importam mais que o passado. Busca destruir uma política ambiental de quase três décadas. Não é perfeita, tem lacunas imensas como o saneamento básico, mas ainda merecia respeito internacional.
A tese dos que veem eficácia na guerra permanente de Bolsonaro não levam muito em conta o potencial de seus eleitores compreenderem seus erros. [o eleitor brasileiro mesmo quando erra - não é o caso dos que votaram em Bolsonaro - não tem capacidade para reconhecer que errou, basta ver reelegeram Lula e Dilma.] O que se coloca pela frente não é apenas brigar com Bolsonaro. O essencial hoje é pensar em como sobreviver à sua passagem, construindo um horizonte que passa pela reconstrução econômica, mas vista como algo maior. Não é possível crescer sem uma política adequada de educação. Muito menos com uma visão destrutiva do meio ambiente. Esses temas não têm um condão mágico. Mas quem os subestima abertamente tende a um isolamento relativo, entra em confronto com a ciência, nega valores humanos, flerta com a barbárie.
E acaba contando apenas com a ideia de uma guerra permanente. Umberto Eco, no seu livro “O fascismo eterno”, revela com ironia: “Em maio ouvíamos dizer que a guerra tinha acabado. A paz me deu uma sensação curiosa. Tinham me dito que a guerra permanente era a condição normal de um jovem italiano.”
Blog do Gabeira - 05.08.2019
Artigo publicado no jornal O Globo em 05/08/2019
quarta-feira, 17 de julho de 2019
Deputados federais homenageiam Comando de Operações Especiais do Exército - DefesaNet
Em seu discurso, o Presidente da República reconheceu o trabalho feito pelos integrantes das Forças Especiais e pelos militares. “Feliz é a nação que tem Forças Armadas e Forças Auxiliares comprometidas com a democracia e a liberdade. Mesmo com o sacrifício da própria vida. É o preço que pagamos para que o povo que possa seguir seu destino”, disse. O Presidente Bolsonaro ressaltou ainda o compromisso com a Nação e com a democracia. “É a esse povo que nós devemos absoluta lealdade. Respeitamos todas as demais instituições”, declarou. O Major Vitor Hugo informou aos presentes que, após pesquisa nos registros da Câmara, verificou que as Operações Especiais nunca haviam sido homenageadas naquele Plenário, tendo a sessão caráter inédito, segundo o parlamentar.