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quarta-feira, 5 de maio de 2021

"Como saber se a mais basilar das leis está sendo desrespeitada?" - Alexandre Garcia

"Os direitos são o âmago de uma Constituição. O artigo 5º é chamado de cláusula pétrea porque no art. 60 a Carta estabelece que não será sequer examinada proposta destinada a abolir os direitos e garantias individuais"

No Dia do Trabalho, milhões de brasileiros, mesmo com risco da covid-19, saíram às ruas na maior parte das cidades para apoiar o governo, protestar contra o Supremo, exigir voto auditável e deixar uma procuração ao presidente, com a voz de “eu autorizo!” Por que esse grito? Porque o presidente, mais de uma vez, pediu um sinal do povo, diante do desrespeito que temos testemunhado, em relação à Constituição.

Mas como saber se a mais basilar das leis está sendo desrespeitada? Escrevi no Twitter que basta ter à mão um exemplar da Constituição e saber ler. Como disse o Doutor Ulysses, ela é cidadã, fácil de entender o que está escrito. Vamos então fazer um passeio por ela?

Antes de mais nada, para entender o grito de sábado, o primeiro artigo: todo poder emana do povo. 
Já o segundo artigo diz que o Legislativo, o Executivo e o Judiciário são independentes e harmônicos. 
Aí, você já vai estranhar que o Judiciário mande o Senado abrir CPI, prenda deputado federal, proíba o presidente de nomear seu subordinado diretor da Polícia Federal, mande o Executivo fazer o Censo, mesmo sem recurso no Orçamento, dê prazo para a autônoma Anvisa aprovar a vacina Sputnik V e até altere ordem de vacinação de Executivo estadual.
 
Os direitos são o âmago de uma Constituição, desde a Magna Carta Libertatum, de 1215
O artigo 5º, dos Direitos e Garantias Individuais e Coletivos, é chamado de cláusula pétrea, porque no art. 60 a Carta estabelece que não será sequer examinada proposta destinada a abolir os direitos e garantias individuais. 
No entanto, já se desprezaram, no mínimo, os incisos VI (liberdade de culto), IX (livre expressão sem censura), XI (casa asilo inviolável), XIII (livre exercício do trabalho), XV (livre locomoção em tempo de paz), XVI (liberdade de reunião sem armas), LVI (inadmissíveis provas ilícitas). Também desrespeitados o art. 53 (inviolabilidade do mandato por opiniões, palavras e votos), art.127 (Ministério Público essencial, que faltou ao abrir o inquérito das fake news), art. 220 (liberdade de informação sem restrição — com jornalista preso há quatro meses). 
[nos parece que faltou ao Doutor Ulysses, a inspiração para inserir no texto constitucional, com  redação clara e insuscetível de ser violada via interpretação criativa ou algo do tipo, um dispositivo determinando que cabe ao Supremo Tribunal Federal a interpretação da Constituição Federal, porém, no desempenho de tal atribuição a Suprema Corte está obrigada a fundamentar o resultado de sua interpretação, sendo vedado  que o texto constitucional seja interpretado em decisão monocrática, e qualquer interpretação deverá ser aprovada, antes de entrar em vigor, por no mínimo seis ministros.
Também esqueceu o doutor Ulysses de estabelecer que no desempenho da missão de intérprete da Carta Magna, o Supremo não pode legislar, competência exclusiva do Poder Legislativo e as decisões que interpretem o texto constitucional só poderão ser reanalisadas após o mínimo de 180 dias.]
 
Em 2016, o então presidente do Supremo, conduzindo julgamento no Senado, deletou parte do art. 52, em que a presidente condenada deveria ficar inabilitada para cargo público por oito anos.[felizmente o povo mineiro cassou em definitivo a decisão do então presidente do Supremo = a presidente condenada perdeu feio as eleições que o presidente do Supremo queria que ganhasse.] É a discrepância entre fatos e que o cidadão encontra na Carta — que garante nossas liberdades. E liberdade, contrariando Exupéry, é o essencial que está bem visível aos nossos olhos, na Constituição.
 
Alexandre Garcia, jornalista - Correio Braziliense 

O primeiro dia - Alon Feuerwerker

Análise Política

A tática da maioria da Comissão Parlamentar de Inquérito ficou clara no primeiro dia de depoimentos, abertos pelo ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta. Um processo de aproximações sucessivas para atingir o objetivo: caracterizar que o presidente da República optou por alcançar rapidamente a chamada imunidade de rebanho e assim antecipar a normalidade econômica.

Não chega a ser tática arriscada, pois há elementos factuais a sustentar. Aliás era uma linha anunciada por senadores da liderança da CPI. Talvez haja alguma dificuldade para carimbar em Jair Bolsonaro formalmente uma acusação criminal, mas o objetivo político está à mão: desembarcar no processo eleitoral de 2022 lançando na conta dele o débito das mortes. [o dolo não está, nem será provado - já que não houve - além do que com o fim da pandemia (com as BÊNÇÃOS DIVINAS, a peste está indo embora e sem volta) e com a normalidade econômica, as mortes,sempre lamentáveis e inevitáveis, serão atribuídas a única razão verdadeira: a PANDEMIA, que só em meados de 2021 começou a se tornar controlável. 
Agora mesmo, MAIO 2021, a existência e disponibilidade das vacinas não é total, não é plena  - registrando-se que a da Pfizer, que dizem,  foi oferecida ao Brasil em meados de 2020, em condições extorsivas, só agora começa a aparecer e a Sputinik V, continua um mistério, que só não veio para o Brasil (ainda que apenas virtualmente) pela insistência do presidente Bolsonaro em só aceitar vacinas autorizadas pela Anvisa.]

Já do lado do governismo, também previsivelmente, tratou-se de tentar desmoralizar o ex-ministro, inclusive opondo as convicções atuais dele às declarações e ações do passado. Mandetta, pré-candidato a presidente pelo Democratas, buscou esquivar-se, e acabou colhendo algumas situações úteis para serem exibidas em vídeo e áudio numa eventual disputa eleitoral. E tem a vantagem de navegar a favor do vento.

O oficialismo procurou também arrastar o ex-ministro para a correponsabilidade diante da coisa toda. Dois são os fatos a que o governismo apelou
1) por que não se fecharam as fronteiras precocemente, quando ainda não havia casos de Covid-19 no Brasil e 
2) por que se manteve o Carnaval de 2020, no final de fevereiro daquele ano?

A CPI está só começando, mas no primeiro dia não chegou a haver pelo lado dos senadores alinhados ao Palácio do Planalto propriamente uma defesa das atitudes e ações presidenciais, preferiu-se, como dito, enfraquecer a palavra do acusador. Tirá-lo para dançar no triste concurso de para quem lançar a contabilidade das vítimas fatais da epidemia.

Na conta da política, o dia inicial de depoimentos terminou como começou:  
- com seis senadores críticos ao presidente, quatro a favor e um presidindo (e que está alinhado àqueles seis). No frigir dos ovos, a não ser que a CPI faça aparecer uma "bala de prata", essa conta é que vai definir o que dirá o relatório final. Para o governo, portanto, trata-se de virar dois votos. Para melhorar suas chances nesse jogo, o Planalto só não pode ver naufragar suas linhas de defesa junto à opinião pública. Tentou evitar isso hoje.

 LEIA TAMBÉM:Israel, Índia

Alon Feuerwerker, jornalista e analista político 


terça-feira, 4 de maio de 2021

Ninguém derruba a popularidade do Capitão? - Veja

Matheus Leitão

Pelos dados do Paraná Pesquisa, Bolsonaro continua em primeiro lugar em São Paulo, apesar de todos os erros na gestão da saúde

A nova pesquisa realizada pelo instituto Paraná Pesquisas, que mostra o presidente Jair Bolsonaro liderando a eleição presidencial para 2022 no estado de São Paulo, é mais um banho de água fria para a oposição. Terminada de ser apurada no último 1º de maio, ou seja no último sábado, a pesquisa mostra que, até o momento, ninguém, nem nenhum fato negativo  – e olha que são tantos – derruba a popularidade do capitão.

Se a disputa fosse hoje, Bolsonaro apareceria com uma vantagem em relação ao ex-presidente Lula de nove pontos. Em relação a Sérgio Moro, João Doria e Ciro Gomes, seria de assombrosos 26 pontos. Além disso, está 27 à frente de Luciano Huck. Como a coluna mostrou, com a entrada de Lula na disputa, uma candidatura de centro, que surgia como opção após as eleições municipais, perdeu força.

Mesmo sendo de conhecimento público que o eleitor paulista é bastante conservador, outros nomes neste espectro politico de direita já poderiam ter capturado o eleitorado de Bolsonaro. A resiliência do presidente no estado mais populoso do país, chave para qualquer eleição para o Planalto, é uma notícia que anima Bolsonaro e seus aliados no Congresso nesta segunda, 3, em Brasília.

Especialmente porque o governo faz uma desastrosa gestão da Saúde na pandemia, o que já deveria ter carimbado mais na imagem do presidente, e pela crise econômica sem precedentes, que costuma derrubar rapidamente a aprovação de um governante. Bolsonaro fez inúmeras barbaridades na pandemia, sendo contra as medidas da Organização Mundial da Saúde (OMS), mas a principal delas foi a de boicotar a compra das vacinas, o que atrapalhou de forma inegável o país, além de colocar em risco a vida de milhares de pessoas. Ao falar que quem tomasse a vacina viraria jacaré, Bolsonaro atrasou ainda mais a imunização do país.

Mas uma coisa é preciso dizer. Politicamente, quem tem criado couro de jacaré nos últimos anos é o presidente. Mesmo sendo um negacionista da vacina. Bolsonaro é o jacaré da política brasileira.

 Blog do Matheus Leitão, jornalista - Revista Veja

 

Barroso, o ‘grande líder’ da oposição - Jovem Pan

J.R. Guzzo

Como está em um mundinho onde ninguém é capaz de lhe alertar sobre o despropósito de declarar que o Brasil vive uma ‘ditadura’, o ministro vai em frente

O ministro Luís Roberto Barroso, a exemplo do que vem acontecendo com frequência alarmante entre a maioria dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), tem oferecido ao público uma sequência do que parecem ser acessos cada vez mais severos de excitação nervosa. Seria apenas problema dele, é claro, mas, por uma dessas coisas que só acontecem com o Botafogo e com o Brasil, o homem é ministro daquilo que tem a função legal de funcionar como a Suprema Corte” do país. 

Nada de mais, na verdade, para um tribunal presidido até esta semana por um cidadão que foi reprovado duas vezes no concurso público para juiz, recebia uma mesada de R$ 100 mil da mulher advogada e escreve decisões num português tão ruim, mas tão ruim, que nem pode receber nota; é simplesmente incompreensível. Mas uma calamidade não diminui de tamanho pelo fato de ser acompanhada de outra – e Barroso, de uns tempos para cá, resolveu dar um notável upgrade, como se diz, nos teores de ruindade desenvolvidos até agora pelos colegas. É osso.

O ministro, ultimamente, parece ter convencido a si próprio de que é o grande líder da oposição no Brasil — e como vive 100% selado dentro de um mundinho onde ninguém é capaz de lhe alertar sobre o perfeito despropósito de achar uma coisa dessas, ele vai em frente. Por que não?  

(...)

É natural que acredite, como o galo Chantecler da fábula de Rostand, que o sol só nasce porque ele canta. Seu mais recente manifesto à nação e ao mundo foi também um dos mais esquisitos do seu repertório. Falando num inglês de curso Berlitz mal concluído, naquele sotaque de brasileiro que tenta imitar o que imagina ser a pronúncia “americana” (era um vídeo do Instituto Fernando Henrique para uma plateia estrangeira), Barroso revelou que o Brasil vive numa dic-tator-ship, que o presidente Jair Bolsonaro é a favor da tortura e outros prodígios da mesma natureza. Levou meia hora para falar esse dic-tator-ship, assim mesmo, sílaba por sílaba. Quis parecer um tipo cosmopolita. Acabou sendo apenas cômico.

(.....)

O que houve, e apenas uma vez, foi uma tentativa de ação legal contra um jornalista que escreveu o seguinte: “Eu quero que o presidente morra”. Mas e daí? A coisa não deu em nada, nem deveria mesmo dar, porque não é contra a lei querer que o presidente, ou qualquer outra pessoa, morra. O problema é apenas de quem escreveu, do veículo que publicou isso e dos leitores, a quem cabe julgar este tipo de desejo. Jornalistas são processados o tempo todo na Justiça, pelos mais diferentes motivos — não estão acima da lei, como se sabe. Nessas ocasiões, procuram um advogado e esperam a decisão da Justiça. Qual é o problema? Não há nada de errado com isso. Em compensação, Barroso despacha a poucos metros do ministro Alexandre de Moraes, que já censurou a revista digital “Crusoé”, proibiu que jornalistas de direita escrevessem ou falassem nas redes sociais, cassou perfis no Twitter, meteu a Polícia Federal em cima deles, apreendeu celulares, mandou depor, o diabo. Esse mesmo ministro conduz há um ano e meio um inquérito absolutamente ilegal contra quem ele considera divulgadores de “notícias falsas”. Quem é o censor da imprensa nessa história: Bolsonaro ou o STF?

Jair Bolsonaro pode ser um presidente ótimo, bom, médio, ruim ou péssimo, dependendo do lado em que você está. Lula e Luciano Huck acham que ele é péssimo. O general Heleno e Luciano Hang acham que ele é ótimo. O que ele não é, com certeza, é um ditador; não existe no mundo nenhum ditador que tenha sido eleito para o cargo por 58 milhões de votos em eleições livres, universais e democráticas, nas quais o único ato grave de violência foi a tentativa de assassinato que ele próprio, Bolsonaro, sofreu durante a campanha. O que Barroso está dizendo — e no fundo ele está dizendo só isso, mais nada — é que o presidente é antidemocrático porque elogia o regime militar.  

É um argumento de centro acadêmico em faculdade de segunda linha. E os milhões de brasileiros que acham exatamente a mesma coisa — e para os quais o que o ministro chama de dic-tator-ship foi um dos melhores períodos que o Brasil já viveu? O que Barroso sugere que se faça com eles? A propósito: Bolsonaro nunca chegou a fazer 10% dos elogios desesperados que o jornal “O Globo fez ao golpe militar e ao regime que saiu dele.  

“Fabulosa demonstração de repúdio ao comunismo”, dizia a manchete da edição de 3 de abril de 1964 de “O Globo”

.................

Não vai porque seu interesse não é determinar quem foi contra ou a favor de coisa nenhuma, e sim aparecer como o principal condutor da “resistência democrática” no Brasil. É duvidoso que seus colegas de STF, onde o nível de estima mútua é um dos mais baixos que se pode encontrar entre 11 pessoas diferentes, concordem com a avaliação de líder que Barroso faz de si mesmo. O “Supremo”, notoriamente, é um lugar de muito chefe e pouco índio — mas ficar contra o governo, hoje em dia, é o que se chama de uma grande career opportunity, como diria o próprio ministro num dos seus sermões em inglês. Antes de lançar sua proclamação pró-democracia, Barroso já tinha se juntado, um pouco depois dos outros, ao bloco “Unidos do Genocídio”, formado no STF para denunciar Bolsonaro pelas misérias da Covid-19numa tentativa de resultado ainda incerto para esconder a responsabilidade dos ministros na decisão de entregar às “autoridades locais” todo o combate à epidemia. O fato é que — por ordem direta do STF — as 130 mil pessoas cujas mortes são atribuídas ao vírus estavam, do ponto de vista da saúde pública, entregues à custódia exclusiva dos 27 governadores e 5.500 prefeitos quando morreram. [por se tratar de uma MEMÓRIA alguns dados não estão atualizados; quanto a pergunta "Como é que se vai apagar isso?" criaram uma CPI para acusar o presidente Bolsonaro,  mas pelo andar da carruagem ela vai provar a inocência do presidente e muitos dos acusadores terão que se explicar, provando que são inocentes.]  
Como é que se vai apagar isso? A saída tem sido a negação sistemática e organizada da realidade — e acusar Bolsonaro de “genocídio”.
O STF jamais vai conseguir explicar o que fez, nem apagar a decisão que tomou. 
O governo federal não ficou afastado do combate à Covid-19 porque quis abandonar o campo
isso foi assim porque o STF mandou que fosse, em decisão oficial com força de lei. E agora? 
Quem deu todas as ordens durante o período de tempo em que as 130 mil pessoas morreram não foram os governadores dos Estados Unidos, nem os prefeitos da Alemanha; também não foram os marcianos
Foram esses que estão aí, e quem decidiu desse jeito foram Barroso e seus colegas. 
Os ministros dão a impressão de acharem que está tudo resolvido, porque a classe política, a mídia e a elite fazem de conta que acreditam neles. Pode ser. Para a população, no meio de toda essa conversa, o que sobrou de concreto foi o seguinte: a única participação do governo Bolsonaro no combate à epidemia foi dar os R$ 600 do vale de emergência a 60 milhões de pessoas.
 
Não há, na verdade, nenhuma surpresa nisso tudo. Junto com a sua denúncia contra a dic-tator-shipo ministro Barroso afirmou em público que considera perfeitamente normal que cada ministro tenha direito a um funcionário para lhes arrumar o caimento das togas e puxar as suas cadeiras quando se sentam nas sessões plenárias. 
 
De acordo com Barroso, usar a toga é uma tarefa de altíssima complexidade; só mesmo quem não tem noção das coisas pode ignorar que a capa prende aqui, puxa ali, enrosca mais adiante. Em suma: é um perigo. O que iriam dizer se Bolsonaro falasse algo parecido? É melhor nem pensar. O STF, porém, é um outro ecossistema. O ministro Barroso faz lembrar uma daquelas gravuras de escravos negros que ficavam de quatro ao lado do cavalo para servir de escada ao sinhô na hora de montar. A diferença é que hoje é você quem paga o escravo.

Tudo a ver, não é mesmo? Acusar os outros, como sabe qualquer psicólogo, é um dos truques mais elementares e compulsivos dos que vivem num mundo falsificado: denuncie o próximo, sempre, de fazer aquilo que você faz e quer negar que fez. Barroso foi o advogado de defesa do terrorista italiano de extrema esquerda Cesare Battisti, hoje devolvido à Itália e cumprindo pena de prisão perpétua, no seu bem-sucedido esforço de asilar-se no Brasil para escapar da punição por seus crimes, durante o governo Lula. Battisti, que segundo Barroso era um “perseguido político”, assassinou quatro pessoas na Itália; antes de fugir para cá, foi condenado por 70 juízes italianos diferentes, e também pela Corte de Justiça da Comunidade Europeia

(..........)

Qual o crédito que se pode dar à acusação do ministro Barroso de que o Brasil vive uma ditadura hoje, quando ele acusou a Itália de viver uma ditadura em 1980? A Itália não mudou absolutamente nada de lá para cá; se era uma ditadura naquela época, então continua sendo uma ditadura hoje. Não faz nexo, claro — mas não é mesmo para fazer. 

Os ministros do STF, cada vez mais, estão tentando governar o Brasil sem terem sido eleitos para nada. Estão fraudando a vontade da maioria da população brasileira, expressa nas eleições democráticas de 2018. Perderam no voto — e agora se empenham em fazer o contrário de tudo o que o governo eleito se comprometeu a fazer junto ao eleitorado. 

Utilizam um truque básico: declaram que tudo aquilo de que não gostam é “inconstitucional”. Todo mundo fica quieto, ou bate palma. Eles não veem nenhuma razão para não ir adiante.

José Roberto Guzzo é jornalista e escreve sobre os principais acontecimentos na política e na economia brasileira.


Recorde histórico na balança comercial. Que venham os empregos

Exportações

Nós, brasileiros, somos um povo muito especial. Com toda essa pandemia e campanha para puxar o país para baixo, nós batemos um recorde histórico em abril: a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 10,349 bilhões. É o melhor saldo para um mês em 33 anos, segundo o Ministério da Economia. Nós exportamos US$ 26,481 bilhões e também compramos muito do exterior, importando R$ 16,132 bilhões em bens e produtos. Isso significa que a atividade econômica está aquecida. Agora, é esperar a abertura de vagas de emprego e a melhoria da renda dos brasileiros.

Nós vendemos principalmente soja, algodão, café, petróleo e minério de ferro. E quem mais comprou? A China, claro. Os chineses precisam comprar da gente 
Não adiantou o pessoal do contra, que puxa para baixo, tentar vender a ideia de que haveria uma espécie de retaliação da China contra o Brasil. Isso não existe, porque a China também precisa da gente. E nós compramos fertilizantes, defensivos, produtos acabados…  porque a gente está precisando e a economia está andando.

Que coisa boa falar sobre isso, desse país resiliente, que não dá ouvidos para a “bolha”. Empresários, empreendedores, empregadores, todos aqueles que têm iniciativa, que estão no país real, estão tocando a vida, a despeito de tudo. Não tem outra solução.

Ativismo judicial ataca de novo
O ministro Ricardo Lewandowski, do STF, ameaçou responsabilizar os administradores públicos que não aplicarem a segunda dose da vacina contra Covid-19 por improbidade administrativa. Foi em um despacho que atendeu um recurso da Defensoria Pública do Rio de Janeiro contra o uso da vacina reservada para segunda dose para imunizar policiais e professores. [nobre ministro: talvez o excesso de demandas sobre saúde que aportam à mesa que o senhor pilota, tenha levado a esquecer um fato: os acusadores precisam indicar nos autos, com documentos sérios, válidos, onde estão as vacinas que os administradores públicos precisam dispor para cumprir o supremo decreto de Vossa Excelência; e provar que estavam lá e os gestores públicos não quiseram aplicar.]

Mas pensem comigo: é preferível ficar com um estoque de vacina parado até vencer o prazo de dar a segunda dose ou vacinar logo quem ainda não recebeu nenhuma dose? [tendo em conta que a disponibilidade de vacinas depende de vários fatores - alguns dependem da vontade de nações independentes que ignoram olimpicamente os prazos determinados pela Suprema Corte do Brasil, entendemos ser bem bem mais sensato guardar parte para a segunda dose. Vai que por razões inúmeras, as doses faltantes não chegam e o Brasil fica sem completar, aplicando a segunda dose,  a imunização dos que receberam a primeira dose  e não tem para aplicar a primeira nos demais - e os prazos máximos admitidos entre a primeira e a segunda dose não são tão elásticos quando a interpretação de alguns buleiros, especialistas em nada, querem fazer crer.] .

E pelo menos vai ter a primeira dose, que já é metade da proteção. E logo vai chegar mais estoque para a segunda dose. Mas o ministro Lewandowski mandou parar tudo. É mais uma interferência do Supremo em assuntos administrativos do poder Executivo.  Por causa de situações como essa é que já há uma reação grande de parlamentares contra o ativismo judicial, conforme relata reportagem da Gazeta do Povo. Trata-se de uma ação de defesa da independência do Congresso Nacional.

Depois que o Supremo prendeu um deputado e deu ordem para abrir uma CPI, os parlamentares estão selecionando todos os projetos que estão lá para dar um jeito de frear esse ativismo judicial. [só que a covardia da maior parte desses parlamentares, faz com que um simples pigarro de um supremo ministro, ou uma olhada por baixo dos óculos, sejam mais que suficientes para o parlamentar esquecer que foi eleito para representar o povo e não para sempre apoiar decisões do STF.]   Cada vez o STF se mete mais na vida dos outros poderes. Passando por cima do segundo artigo da Constituição, que fala na Independência e harmonia entre os poderes; eles estão provocando é desarmonia.

 
Vacinação em massa gera expectativa
Houve uma experiência muito interessante na cidade paulista de Serrana, que fica perto de Ribeirão Preto. Foi feita uma vacinação em massa lá contra a Covid-19 com o uso da Coronavac. Começou no dia 17 de fevereiro e terminou no dia 11 de abril. Ao todo, 95,7% dos maiores de 18 anos de Serrana estão vacinados com as duas doses, o que dá 60% da população. Agora é esperar para observar os resultados.

Como todos sabemos, as vacinas ainda estão em fase experimental, e Serrana pode ser o primeiro caso a comprovar na prática a eficiência e a segurança da Coronavac. Os resultados devem aparecer agora, a partir de maio/junho, porque está todo mundo cadastrado para relatar tudo o que aconteceu no pós-vacinação.

Alexandre Garcia, colunista - VOZES - Gazeta do Povo

 

Supremo governa o Brasil sem ter ganhado as eleições [e sem recisar pensar em nada - basta mandar Vozes

J. R. Guzzo


Ativismo judicial

Decisões recentes do Supremo Tribunal Federal provam que quem governa o país, de fato, são os ministros do STF.

É possível governar um país sem ganhar eleições e, ao mesmo tempo, sem dar um golpe de Estado formal, daqueles com tanque na rua, toque de recolher e uma junta militar com três generais de óculos escuros e o peito cheio de medalhas? Se este país for o Brasil, a resposta é: sim, perfeitamente. Basta você ir ao Supremo Tribunal Federal e pedir para os ministros mandarem fazer aquilo que você quer — desde, é claro, que você e os ministros pensem do mesmo jeito.

Vive acontecendo no Brasil de hoje, e acaba de acontecer de novo.
Desta vez, o STF atendeu a mais um gentil pedido e decidiu que o governo federal tem, sim, de fazer o Censo populacional do IBGE previsto para o ano passado, e que foi cancelado neste ano por falta de dinheiro e por causa da Covid — afinal de contas, recenseadores e recenseados não podem se aglomerar em entrevistas “presenciais”, não é mesmo? O STF, nas decisões que vem tomando há mais de ano, já deixou bem claro que detesta aglomerações de qualquer tipo.

Tudo bem: mas que diabo o STF teria de se meter numa decisão que pertence unicamente ao Poder Executivo? Mais que isso, o adiamento do Censo de 2020 — que deveria ser feito agora em 2021, mas foi suspenso até segunda ordem — é fruto direto de uma decisão do Congresso Nacional, que resolveu cortar a verba destinada a esse propósito. Segundo os parlamentares, o Censo não era prioritário, nem urgente e nem aconselhável no meio de uma epidemia.

Mas tudo isso são detalhes sem nenhuma importância. O STF mandou fazer, não mandou? Então:  
os outros poderes que se arranjem e cumpram a ordem que receberam. É mais uma das maravilhas do Brasil de nossos dias: um poder que não apenas manda nos outros, mas não precisa se preocupar (exatamente ao contrário do que determina a lei) em prover os meios para executar as ordens que dá. 
O governo não tem dinheiro para pagar o Censo? O Congresso cortou a verba, e decidiu gastar em outra coisa? Problema do governo e do Congresso.

Quem governa o Brasil, todos os dias, é o STF. Não precisa, nem por um minuto, ter o trabalho de pensar em nada. Só manda.

J.R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


As commodities estão subindo e o Brasil tem outra chance de bombar - Mundialista

Recuperação pós-pandemia e gastança sem precedentes nos Estados Unidos aumentam os preços do trio básico: petróleo, comida e minérios

É um miniboom ou um novo superciclo? Economistas ainda não fecharam um consenso, mas os preços em alta não deixam dúvidas: tudo aquilo que o mundo precisa para viver, gerar energia e produzir está subindo – e deve subir mais ainda.  Dinheiro não falta. Os Estados Unidos, e em menor escala a Grã-Bretanha, estão derramando investimentos em obras de infraestrutura – dois trilhões de dólares, só no mais recente pacotão proposto por Joe Biden.

O presidente americano quer não apenas remendar estradas, pontes e similares, mas refazer tudinho de acordo com normais ambientais mais estritas. E praticamente tudo que cospe menos poluentes na atmosfera, de painéis solares a baterias elétricas para os carros elétricos  que se tornarão progressivamente obrigatórios, leva cobre. O “ouro vermelho” passou de 10 mil dólares a tonelada de pode chegar a 11 mil no ano que vem. Isso se não acontecer um cisne negro como a eleição de um ultra-esquerdista delirante como Pedro Castillo como presidente do Peru, o país que se tornou o segundo maior produtor mundial, compartilhando com o vizinho Chile, o campeão, as reservas criadas pelo choque das placas tectônicas ao longo da costa do Pacífico.

O professor primário e sindicalista, à frente nas pesquisas, já prometeu nacionalizar tudo o que a terra dá no Peru e expulsar os “estrangeiros exploradores” num prazo de 72 horas depois de eleito. Nem Mario Vargas Llosa criaria um personagem como Castillo, que faz campanha a cavalo, de poncho e chapéu de camponês, prometendo um paraíso socialista sob o lema “chega de pobres num país tão rico”.

Intervalo para rememorar: o Peru já teve um governo estatizante na década de setenta, nada menos do que um ditador militar de esquerda, Juan Velasco Alvarado, um dos vários personagens peruanos que nem o realismo mágico dá conta de retratar. Catástrofes políticas ou pura e terminal incompetência são os problemas habituais no caminho de países como o Peru. Ou do Brasil, um formidável campeão de commodities que tem agora uma nova chance de dar um salto estrutural. Ou de cair no mesmo buraco que o último superciclo propiciou, o do populismo de esquerda à moda bolivariana.

Com ou sem governantes minimamente não imbecilizados, as commodities sobem. O Goldman Sachs previu um aumento de 14% nos próximos seis meses. Minério de ferro, o paládio que diminui emissões dos carros e madeira tiveram altas recorde. O petróleo pode chegar a 80 dólares o barril. Quem ainda se lembra que, quando começou a pandemia, ele entrou no vermelho porque os espaços de armazenamento estavam com capacidade esgotada?

É claro que, com os motores do mundo esquentando, dos Estados Unidos à China, a demanda pressiona os preços. O aumento de custos é repassado e tudo acaba redundando em inflação. “Os custos estão subindo, subindo, subindo. O aço sobe todo dia,” anotou Warren Buffet, o legendário investidor, falando como dono da maior construtora dos Estados Unidos. “Estamos vendo uma inflação substancial”.

O Brasil leva tanto o bônus quanto o ônus dessa nova fase das commodities.  Um dos bônus: a previsão de que este ano o país terá o primeiro superavit nas contas externas desde 2007. Dá até para sonhar em forjar na soja o milagre do pão para todos os brasileiros – mais o bife e o iogurte, todos propiciados pela mais valiosa das commodities: os empregos.  Com todas as suas maluquices, Pedro Castillo tem razão em dizer que um país rico não pode ter tantos pobres.

Vilma Gryzinsk - Blog Mundialista - VEJA 


Depois de sofrer agressões, Monique pediu dinheiro para Jairinho 'para não f... ele', disse babá

Em mensagens recuperadas no celular de funcionária, a jovem contou ao pai que professora anunciou separação, e vereador chegou a quebrar suas malas

Mensagens recuperadas pela Polícia Civil do Rio no celular da babá Thayna de Oliveira Ferreira, que constam no inquérito que apura a morte de Henry Borel Medeiros, na madrugada de 8 de março, e que foram obtidas com exclusividade pelo GLOBO, mostram que a professora Monique Medeiros da Costa e Silva planejou se separar do namorado, o médico e vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (sem partido), três dias antes do óbito. Jairinho e Monique foram indiciados pelo homicídio duplamente qualificado do menino nesta segunda-feira. Em conversa com o pai, a funcionária diz que a patroa, após ser agredida pelo parlamentar, arrumou suas malas para ele deixar o imóvel com a condição de que Jairinho ficasse “pagando as coisas dela”, senão iria “f… ele”.

[comentando:  o Blog Prontidão Total considera este assunto tão imundo, nojento, repugnante que temos evitado postar sobre. Pretendemos nos limitar a este comentário  e aguardar pela JUSTIÇA das cadeias.

Nosso entendimento é que pelo menos metade dos votos dos brasileiros conferidos ao presidente da República, JAIR MESSIAS BOLSONARO, tinha entre seus objetivos evitar que situações como esta permanecessem na imprensa por semanas, meses = fossem resolvidas de forma rápida, justa, pelo Poder Judiciário, que em casos deste tipo teria mecanismos legais para ser rápido, justo e implacável. 

Esperavam tais eleitores  que o presidente, que temos a certeza não compactua com essa morosidade = impunidade, conseguiria aprovar no Congresso Nacional, com celeridade,  mudanças na legislação que permitiram que casos como o presente fossem solucionados em dias = em outras palavras, o torturador e a mãe cúmplice, seriam despachados com rapidez para o inferno.

Só que a turma dos direitos humanos - que na luta doentia por salvaguardar direitos de bandidos, esquecem até os direitos das crianças - juntou-se aos 'inimigos do Brasil' e tem travado tudo.

PACIÊNCIA... sabemos que esse assunto vai enrolar, enrolar, e após alguns anos, os dois estarão soltos e procurando novas vítimas.  
A esperança é que a "JUSTIÇA"  das cadeias prevaleça e que mais dia menos dia, 'esqueçam' uma porta aberta e os dois sejam devidamente justiçados, da forma mais dolorosa imaginável.
Mas, em nosso Brasil, graças à cultura da impunidade para os crimes horripilantes, até penas com caráter de perpétua são vedadas - o que torna bem mais fácil transformar uma pena com temporalidade definida, porém, severa,  em de caráter perpétuo libertando o criminoso.

Temos que lembrar que nem os direitos humanos eventualmente concedidos por satanás, podem ser válidos para impedir que seres que torturam e matam crianças sejam punidos - especialmente quando a cúmplice do torturador chefe, 'pai' da criança é, = por interesses financeiros = a própria mãe.]

Na conversa, com início às 20h22 e término nove minutos depois, Thayna narra ter chegado para trabalhar no apartamento 203 do bloco I do Condomínio Majestic, no Cidade Jardim, onde viviam Monique, Jairinho e Henry, quando a família ainda dormia. Com a ausência da empregada Leila Rosângela de Souza Mattos, a jovem diz ter ficado lavando louça - pratos de comida, talheres e copos. “Geralmente tem gin, vinho, uísque. Mas dessa vez não tinha nada. Então, quer dizer, nem bêbado estava”, escreve ela ao pai.

Foi Thayna quem narrou em tempo real as agressões de Jairinho contra Henry às 16h do dia 12 de fevereiro. Através do mesmo aplicativo de mensagens, ela contou a Monique que o vereador estava com o menino no quarto, de onde ele saiu minutos depois, mancando, com hematomas nas pernas e braços, dores na cabeça e dizendo haver levado “chutes e bandas” do vereador.  

 Rio - O Globo


Funcionários do Detran superfaturavam contratos em até 1.400% [Ibaneis, qual a razão de tanta impunidade do DETRAN-DF? Ficam sempre impunes, tanto quando agem por incompetência, desídia, desonestidade.]

De acordo com os investigadores, além de firmar contratos de manutenção das viaturas com preços superfaturados, parte dos serviços não era prestado de fato

[Usam e abusam da notória incompetência,  do desprezo que tem pelo controle do tráfego do DF e nada acontece. (alguém já conseguiu  presenciar um acidente de trânsito e os 'auditores' do Detran-DF, se darem ao trabalho de controlar o fluxo do trânsito para reduzir engarrafamentos? no máximo, atravessam a viatura de forma a ocupar MAIS uma faixa, piorando o que já está péssimo. O correto seria sacaram do apito e caneta, não dos TASER, e reduzirem o engarrafamento.

a pandemia tem  reduzido a eficiência no 'serviço público'. No  Detran-DF foi o contrário: PAROU TUDO - documentos atrasam, aulas presenciais mudam todo dia, exames são adiados, documentos importantes ficam para depois.

A conivência, ou desídia, com os atos suspeitos do Detran-DF é tamanha que quando um diretor-geral, nomeado pelo "Enganês" propôs gastar milhões para atualizar a sinalização de trânsito do DF - alegando estar obsoleta por ser usada há mais de 50 anos - ninguém lembrou de questionar o 'esperto' - tão cara de pau que esqueceu que os primeiros sinais de trânsito do DF começaram a ser instalados em meados da década de 70.

Graças a DEUS a pandemia do coronavírus está indo - desta vez sem volta -  quando a pandemia Detran-DF = incompetência, desprezo pelo usuário, mau uso dos recursos públicos, etc = nos privilegiará com sua ausência?

Existe um ou outro funcionário honesto, cometente, mas, são poucos.]

Três funcionários do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran) e o dono de uma oficina mecânica foram presos temporariamente na manhã desta terça-feira () durante uma operação que investiga fraudes em contratos de  manutenção das viaturas da autarquia.

De acordo com os investigadores, o próprio Detran detectou as irregularidades e comunicou o fato à Polícia Civil. Há indícios de que os serviços foram superfaturados em até 1.400% desde 2018, quando comparado com a manutenção de viaturas da mesma marca e modelo.

Em nota, a autarquia informou que a revisão dos contratos e gastos começou em março de 2020, assim que o atual diretor-geral, Zélio Maia tomou posse. “Ao se deparar com valores exorbitantes no contrato de manutenção veicular, a direção geral demandou as autoridades competentes a apuração de possíveis irregularidades nas gestões anteriores”

A operação, batizada de “Recall” é conduzida pela Delegacia de Repressão à Corrupção (DRCOR/Decor) da Polícia Civil, em conjunto com a Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Social (Prodep) do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). Nas primeiras horas da manhã os policiais cumpriram 12 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal e em Formosa.

Esquema
O que se tem até agora é que as peças e serviços eram cotadas com valores acima dos de mercado. Em alguns casos, os donos das oficinas contratadas deixavam de cumprir o contrato e, mesmo assim, eram pagos. Perícia do Instituto de Criminalística da Polícia Civil CDF apontou que a maior parte das peças pagas não foram trocadas.

E os envolvidos incluíam no orçamento itens que nem sequer existiam nos veículos. “Além disto, a perícia identificou peças em avançado estado de desgaste, o que traz evidente risco aos servidores que utilizam aquelas viaturas em suas atividades cotidianas.” Segundo nota do Detran, assim que as suspeitas foram levantadas, fez “a imediata substituição da chefia que ocupava um cargo comissionado” ou seja, não era do quadro de servidores de carreira. [o ocupante de um cargo comissionado é, segundo o Código Penal Brasileiro,  tão funcionário público quanto qualquer outro. E, tem mais: se surgem suspeitas, a OBRIGAÇÃO, o DEVER da administração do Detran-DF é afastar os suspeitos - dependendo da situação prender em flagrante delito - e abrir investigação. Substituir o suspeito e parar por aí, não é ato que dependa da direção do DETRAN - sabemos que grande parte dos funcionários daquela autarquia (há algumas exceções, poucas... mas presentes) se consideram 'DONOS' daquele Departamento, mas não são.]

Crimes
Na atual fase da investigação, os indícios são de que o grupo pode ter cometido os crimes de organização criminosa, peculato e corrupção. As penas somadas podem chegar a 25 anos de prisão.

Um dos investigados detido na operação tinha uma arma de fogo e munições ilegais em casa. Por isso, também responderá por porte ilegal de arma de fogo. No início de 2020, uma operação da Polícia Civil prendeu um servidor do Detran e despachantes envolvidos na fraude de quase 700 veículos.

Correio Braziliense 

 


De qual lado virá a “INTERVENÇÃO MILITAR”, se acontecer? - Sérgio Alves de Oliveira

Pelo “andar da carruagem”, já deu para perceber, de forma bem nítida, que não seria mais nenhuma surpresa uma eventual intervenção militar, ou “constitucional”, como alguns preferem, prevista no  artigo 142 da Constituição -  que,aliás,repete iguais dispositivos antes contidos nas constituições  de 1946 e de 1967 - eventualmente a ser desencadeada  pelos políticos e militares da linha ideológica de esquerda, integrados por aqueles militares “verdes por fora e vermelhos por dentro”, [os 'melancias'.] especialmente  promovidos na “era PT”, e mesmo do obscuro grupo político do tal  “centrão”, umbilicalmente mais ligado aos interesses progressistas , contra o Governo Bolsonaro.

Só passa pela cabeça de quase todo o mundo a possibilidade de ocorrência de uma eventual “intervenção” desencadeada pelos militares mais afinados com a linha ideológica de direita, e/ou “bolsonaristas”, sem que haja lugar para qualquer suposição de  uma intervenção “invertida”,ou seja, da esquerda.

[dois comentários: não está entre nossos objetivos imaginar situações e apresentá-las como  verdades (recurso utilizado com frequência pela mídia militante que deseja a ocorrência de determinada condição e escrevem uma cronica/reportagem, como estivessem  relatando um fato.). Mas, na hipótese improvável, no quadro atual,  da ocorrência de uma mudança política não prevista, ela será conduzida pelos BRASILEIROS DO BEM, pelos PATRIOTAS, pelos que querem o melhor para o Brasil e para os BRASIL e os BRASILEIROS, o que exclui qualquer possibilidade da presença da esquerda; O risco que nos parece existir, é o uso excessivo da prática de 'esticar a corda e ver até onde aguenta', adotada pelo STF e outros próceres da República.

- quanto a tão mencionada legalidade, ilegalidade, constitucionalidade ou não, da cogitada movimentação, ousamos dizer, do alto da nossa notória ignorância jurídica, que em movimentos políticos não convencionais, realizados para efetivação de correções necessárias, a preocupação com os aspectos destacados, não costuma se incluir entre as prioridades.

Sempre que pensamos, notem bem, pensamos, na possibilidade de tal situação, nos vem à lembrança o PREÂMBULO do ATO INSTITUCIONAL Nº 1, DE 9 DE ABRIL DE 1964., que é de uma clareza magistral sobre a forma de considerar tais aspectos

A íntegra do citado documento, em link oficial, disponível aqui, nos parece uma excelente referência histórica. ]

O pisca-pisca  de alerta vermelho ”intervencionista (invertido) parece ter sido acionado pelo polêmico  Senador Renan Calheiros, Relator da CPI da Covid-19, que busca responsabilizar  o Presidente Bolsonaro, a qualquer preço, mesmo usando toda espécie de artifício mentiroso e fraudulento, pelas mortes da Covid-19, que já teria matado, segundo índices suspeitos, certamente   manipulados  na questão da “causa mortis”, contra Bolsonaro, mais de 400 mil pessoas, a buscar aproximação com militares “escolhidos” de alta patente, certamente buscando apoio “verde-oliva” a essa tal de CPI da Covid-19 ,da qual o dito Senador é  o Relator.

Esse tipo de postura da oposição política a Bolsonaro, tentando derrubá-lo, numa  eventual  alternativa ao  “impeachment”, por uma “intervenção militar”, ”às avessas”, se necessário fosse, com base nos resultados praticamente certos [da responsabilização maior do Presidente Bolsonaro [sic] pelas  trágicas 400 mil mortes da Covid-19, na dita CPI, não seria, na verdade, nenhuma surpresa, nem causa de qualquer “espanto”.  Os grupos políticos da esquerda e do “centrão”, considerando a “cara-de-pau” que esses nefastos grupos  da oposição têm tido ao recorrerem ao que paradoxalmente mais condenam no Regime Militar de 1964 a ,ou seja, a “Lei de Segurança Nacional”, que   consideram válida quando se  lhes convém, e se lhes aproveitam, inclusive com pleno “aval” do Supremo Tribunal Federal.

É por essa razão que  até dá para apostas que esses cafajestes que gravitam em torno da política vão acabar não revogando a “Lei de Segurança Nacional”, como já ameaçaram fazer diversas vezes ,porém somente “podando-a” nas partes que mais lhes interessarem,deixando assim a LSN de apresentar qualquer risco contra “eles”, ficando reservado seus efeitos persecutórios exclusivamente contra os  que professarem os valores direitistas ou bolsonaristas, sempre, porém, passando bem  longe de causar qualquer transtorno à esquerda e a seu séquito.

É preciso, portanto, que os militares que não “avermelharam” fiquem atentos,  em estado de alerta máximo, contra as possíveis manobras e tentativas da esquerda para derrubada do Governo Bolsonaro, seja pela CPI da Covid-19, seja por impeachment fraudulento, e consequente  tomada do poder na “marra” pela esquerda.

Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo

 

segunda-feira, 3 de maio de 2021

País pode imunizar 80,5 milhões de pessoas até junho, se mantiver ritmo de vacinação: entenda - O Globo

As novas remessas que chegaram possibilitam que o país vacine no ritmo considerado ideal pelos pesquisadores: 1,5 milhão de doses por dia

O Brasil abre a semana com aproximadamente 11 milhões de novas vacinas contra o coronavírus à disposição. Cerca de 7 milhões chegaram ainda na sexta-feira, produzidas na Fiocruz e no Instituto Butantan. Outro lote, de 4 milhões, aterrissou no país no fim de semana, enviado pelo consórcio global Covax Falicity.

As novas remessas que chegaram possibilitam que o governo federal entre em um ritmo considerado ideal pelos pesquisadores — em seus cálculos, o país precisaria de 1,5 milhão de doses aplicadas por dia para concluir a proteção dos grupos prioritários, formado por 80,5 milhões pessoas, ainda neste semestre.

No entanto, a atual remessa dura apenas dez dias, e é preciso outras igualmente expressivas para que o país permaneça em um ritmo ideal para a campanha de imunização.

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No domingo, seis capitais brasileiras (Aracaju, Fortaleza, Porto Alegre, Porto Velho, Recife e Rio de Janeiro) anunciaram a suspensão da aplicação da segunda dose da CoronaVac por falta de vacinas. A escassez pode ser corrigida ainda nesta semana: segundo o colunista do GLOBO Lauro Jardim, o Instituto Butantan prometeu entregar 1 milhão de doses na próxima quinta-feira.

Cerca de 31 milhões de pessoas já receberam ao menos uma dose de imunizante contra a Covid-19, o equivalente a 15% da população. No mês de abril foram aplicadas, em média, 816 mil doses diárias. Até o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, admitiu que, mantida essa marcha, a vacinação dos grupos prioritários seria concluída apenas em setembro. O atraso no cronograma foi atribuído a problemas nas remessas de insumos, que ainda não são fabricados no Brasil


Das vacinas integradas neste fim de semana ao sistema de saúde, 10,5 milhões são da AstraZeneca — 6,5 milhões foram produzidas na Fiocruz, parceira brasileira da farmacêutica, e 4 milhões são da Covax Facility. Outras 420 mil doses são da CoronaVac, fabricadas pelo Instituto Butantan.

Alberto Chebabo, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, considera que remessas de doses semelhantes não erradicarão a pandemia, mas seriam suficientes para “sentir uma diferença” no serviço de saúde pública. 

Em O Globo, continue lendo

 

STF - alcança a unanimidade contra [se praticamente todos são contra a Suprema Corte, quem está certo?]

 Sindicatos rurais convocam atos pró-Bolsonaro e contra STF

Entidades de produtores rurais nos Estados organizam para o dia 15 de maio atos de apoio ao presidente Jair Bolsonaro, contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e pelo fim das medidas de isolamento social adotadas por governadores e prefeitos. Os organizadores afirmam ter o apoio de mais de 100 sindicatos rurais e pretendem mobilizar manifestantes para se concentrar na Granja do Torto, em Brasília, uma das residências oficiais do presidente.

Os eventos têm como principais articuladores a Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), a Associação Nacional de Defesa dos Agricultores, Pecuaristas e Produtores da Terra (Andaterra) e a Associação dos Cafeicultores do Brasil (Sincal). A mobilização é feita por meio de sindicatos vinculados às federações da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA).

A movimentação acontece em um momento em que Bolsonaro se vê pressionado pela CPI da Covid, que apura se houve falhas e omissões do governo federal no combate à pandemia. A CPI vai ouvir nesta semana o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e todos os ex-titulares da pasta na gestão Bolsonaro – Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich e Eduardo Pazuello.

Os atos também são um prenúncio da campanha de 2022. O principal concorrente de Bolsonaro na disputa é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que recuperou os direitos políticos após decisão do Supremo. Também foi a Suprema Corte que determinou a abertura da CPI da Covid no Senado. “Respeito à liberdade do povo, fim das políticas de lockdown, eleições com voto auditável. Estas são as pautas que o Movimento Brasil Verde e Amarelo, o agro e o povo pela democracia defenderão durante a manifestação do dia 15 de maio, em Brasília e nas principais capitais e cidades do País”, disse a presidente da Comissão de Agricultura, deputada Aline Sleutjes (PLS-PR) nas redes sociais.

Ex-presidente do PSL em Sinop (MT), o produtor rural Emerson Antoniolli é um dos organizadores do evento. Os atos, no entanto, não contam com o apoio oficial da bancada ruralista do Congresso. “Nós, da Frente Parlamentar Agropecuária, não estamos por dentro e também não nos envolvemos nesses atos”, disse o coordenador da bancada, deputado Sérgio Souza (MDB-PR), ao Estadão.

Estadão

 

domingo, 2 de maio de 2021

O que George Washington tem a nos dizer - Ana Paula Henkel

Revista Oeste 

Nossa revolução não acontecerá depois de algumas batalhas. Tampouco ela está perdida porque colecionamos mais derrotas do que vitórias até aqui 

A vida do brasileiro não é fácil. Nunca foi, mas sempre conseguimos tocar o dia a dia com um otimismo inebriante, digno de embasbacar qualquer estrangeiro. Somos constantemente alcançados por tentáculos, vindos de várias partes, que impedem que a nação tome um rumo de verdadeiro progresso. Falo daquele progresso sem volta, quando ações que causariam retrocessos grotescos são colocadas num baú guardado no passado e apenas o horizonte à nossa frente brilha.
 
Montagem fotográfica sobre monumento em homenagem a George Washington (1732–1799)Montagem fotográfica sobre monumento em homenagem a George Washington (1732–1799)

Temos um Estado inchado, onipotente e onipresente a quem temos de pedir bênção ou permissão para tudo. Temos uma Constituição extensa e confusa demais. Temos mais de trinta partidos políticos que trocam de opiniões e “princípios” como seus representantes trocam de roupa. Temos um Congresso abarrotado de parlamentares encalacrados com uma Justiça leniente, e que são protegidos pela mais alta Corte do país.

E essa Corte, que deveria salvaguardar a Constituição, por mais imperfeita que ela seja, com a atual composição de ministros se transformou numa corte política. Diante das mais absurdas e inconstitucionais decisões, o Supremo Tribunal Federal tornou-se a maior fonte de decepções, tristezas e incertezas.  
Não respeita mais o povo, a Constituição e nenhum braço importante de nossas instituições
Juízes de primeira e segunda instâncias, policiais, membros do Ministério Público. A atual insegurança jurídica causada pelo Supremo Tribunal Federal em razão das decisões tomadas em total desconformidade com as competências constitucionalmente estabelecidas afeta diretamente nossos direitos, garantias fundamentais e futuro.

Mas, se o STF é capaz de impor tanta instabilidade e apreensão, contribuindo de modo incontestável para a perpetuação da corrupção e da impunidade; se o Congresso, uma de nossas ferramentas de freios e contrapesos, se acovarda diante desses atos, a quem podemos recorrer antes que nosso último fio de esperança se esvaia em decepções diárias?

Acredito que, no momento, haja apenas um caminho para nós: a História. Em tempos de pura escassez de líderes inspiradores, é preciso resgatar os bravos exemplos não apenas de liderança, mas de resiliência, estratégia e inteligência emocional. Nosso Brasil não foi contaminado por agentes do retrocesso em poucos anos. E não será em um ou dois ciclos presidenciais, ou trocando algumas cadeiras do Congresso, que teremos ampliado nosso horizonte. Não estamos em uma corrida de 100 metros, mas em uma maratona olímpica. E, para isso, não podemos ser soldados de uma batalha. É necessário fôlego de general.

Usar princípios e valores essenciais como guia já se demonstrou prioritário por gerações e no enfrentamento de qualquer desafio. George Washington (1732–1799) é, sem dúvida, o personagem mais influente a enfeitar as páginas dos livros de História. Seu efeito no mundo é ilimitado. Contra todas as probabilidades de vitória, Washington liderou as colônias na luta com o Império Britânico para construir uma nação livre. Mais tarde, comandou o novo país durante os primeiros oito anos sob a Constituição e deu o exemplo para todos os futuros líderes. O primeiro presidente norte-americano decidiu fortalecer a América e fez exatamente isso, criando uma potência mundial que se tornaria o farol para a liberdade no mundo. Do seu legado, podemos utilizar métodos do estilo firme de administração e lições de comprometimento durante toda a Revolução Americana.

Além dos impactos mais óbvios que George Washington teve no país, foram incomensuráveis os efeitos que produziu no que mais tarde veio a ser conhecido como “espírito americano”. Para entender como isso ocorreu, convém compreender a personalidade, a moral e o sistema de crenças desse personagem. Embora pouco se saiba sobre sua prática doutrinária, ele era conhecido por ser um homem religioso — como a maioria na época — e frequentemente era visto orando. Washington nunca foi ferido em batalha, o que fez com que muitos de seus contemporâneos, amigos e inimigos, pensassem que ele tinha a proteção da Providência Divina. Na verdade, o próprio general disse isso, não de maneira arrogante, mas com humildade e gratidão por ter sido protegido de perigos enquanto cumpria seu dever militar. Orai e vigiai.

Muitos quando olham para uma pintura de George Washington imaginam um general destemido e imbatível, que derrotou uma grande potência. Destemido, sim, mas imbatível, nem tanto. O que poucos sabem quando seguram uma nota de 1 dólar, onde seu rosto está estampado, é que, apesar da pouca experiência prática na gestão de grandes exércitos convencionais, Washington provou ser um líder capaz e resiliente das forças militares norte-americanas durante a Guerra Revolucionária, e perdeu mais batalhas do que venceu. Antes de sua nomeação como chefe do Exército Continental, nunca comandara um grande exército no campo. A escolha de prioridades e estratégias que lhe rendeu vitórias cruciais — como a Batalha de Trenton, em 1776, e em Yorktown, em 1781 — foi o que fez uma revolução praticamente impossível contra um gigante avançar com sucesso.

Washington viveu e trabalhou com filósofos, pensadores, escritores e oradores brilhantes, como Franklin, Mason, John Adams, Jefferson, Patrick Henry, Hamilton, Madison, Dickinson. Apesar da frenética troca de ideias, quase todos esses nomes eram muito distantes academicamente de Washington. Ainda assim, nas três principais junções da fundação da nação norte-americana — a Revolução, a Convenção Constitucional e a escolha do primeiro presidente —, o líder escolhido foi George Washington. Em sua própria época, era visto como o homem indispensável, o Moisés americano, o pai do país. Por quê?

O próprio Washington não foi o mais brilhante intelectualmente dos Pais Fundadores. Ele não era o mais ambicioso nem o mais capaz. Na verdade, Washington não era um Thomas Jefferson. Nem um Alexander Hamilton. E certamente não era um Benjamin Franklin. Ele não elaborou a Constituição, mas a apoiou com ações e palavras. Representou tudo o que era a América e ajudou a dar o exemplo do que seria um americano. Liderou as pessoas implementando os pensamentos e planos de outras mentes brilhantes, para que o país um dia — um dia — viesse a prosperar. George Washington nunca foi o homem mais inteligente, espirituoso, ambicioso ou carismático, mas ele foi George Washington, e é exatamente disso que a América precisava.

Até hoje, Washington é considerado a força motriz que tornou possível o estabelecimento da nação. Antes e agora, ele é apontado como o “Pai dos Estados Unidos” e fonte de inspiração em momentos decisivos. Quando nos falta o ar em desespero contra algo injusto e maior, tento imaginar o que homens como George Washington nos diriam. Seus discursos caem como uma luva, ou como um cobertor quente em corações cansados, como andam os nossos. Em uma sociedade coberta de platitudes vazias e discursos imediatistas, é um alento mergulhar no universo de quem esteve em situação muito pior do que a nossa e deparar com mensagens como esta: “Quanto mais difícil for o conflito, maior será o triunfo. A felicidade humana e o dever moral estão inseparavelmente ligados.”

Somos um povo apaixonado, feliz por natureza, mas que está cansado da luta diária contra um emaranhado de configurações políticas que insistem em frear nosso desenvolvimento como nação. É fácil desanimar, confesso. Mas é necessário seguir. Se não há líderes como antigamente, que sejamos os líderes inspiradores em nossa família, em nossa comunidade, com os amigos. Que tentemos incorporar características desses grandes homens nos sonhos, sim, mas principalmente nas ações do dia a dia, com pragmatismo. Não precisamos vencer toda as batalhas, mas precisamos vencer as “batalhas certas”. Durante os oito anos da Revolução Americana, o General Washington gastou muito mais tempo, pensamento e energia como organizador e administrador das forças militares do que como estrategista militar tático. Sem a liderança persistente e inteligente de Washington, o Exército, como organização, teria entrado em colapso de dentro para fora. Ele enfrentou alistamentos de curto prazo, deserções, precariedade de armamentos para os soldados, congressistas e legisladores estaduais lenientes, traidores do movimento. Mesmo assim, muitos combatentes e civis confiaram nele, acreditaram nele, o amaram e permaneceram com ele e suas ideias.

Em 1778, a batalha em Monmouth, New Jersey, também revelou sua liderança carismática e genialidade como estrategista de campo. Nessa batalha crucial, as tropas americanas estavam em retirada e total desordem quando Washington assumiu o controle. Hamilton disse que sua presença interrompeu a retirada, e sobre esse episódio escreveu: “Outros oficiais têm grande mérito em desempenhar bem suas funções, mas ele dirigiu o todo com a habilidade de um mestre operário. Nunca vi o General com tanta vantagem”. Os britânicos, mesmo em maior número, acabaram se retirando para Nova York.

Não podemos desanimar, é tudo o que eles mais querem. Nossa “revolução” não acontecerá depois de alguns embates. Tampouco ela está perdida porque colecionamos mais derrotas do que vitórias até aqui. Seja um soldado desse tipo de general, mesmo que ele esteja presente apenas em espírito e em nosso coração. Talvez George Washington não seja apenas o “Pai dos Estados Unidos” como exemplo de perseverança em tempos impossíveis, mas de todos nós.

Ana Paula Henkel - colunista - Revista Oeste 


Aliados de Mandetta serão arma de bolsonaristas contra ex-ministro na CPI - VEJA

Por Laryssa Borges  

Senadores querem escarafunchar contratos fechados na gestão do ex-ministro da Saúde por dois ex-deputados em busca de desvios de recursos

[Mandetta não será o primeiro, e nem o último, adversário do nosso presidente a ser abatido politicamente  pelos inimigos do presidente. O capitão dita as regras, os inimigos é que, estupidamente - tem estupidez maior do que ser inimigo do presidente Bolsonaro? - pensam que estão comandando alguma coisa.]

Na próxima terça-feira, 4, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta abrirá a temporada de depoimentos na recém-criada CPI da Pandemia. Dele senadores querem saber, por exemplo, como foi pressionado a endossar a prescrição de cloroquina para pacientes com Covid e que explicações tem a dar sobre as orientações gerais do governo, poucas semanas após a chegada do vírus ao Brasil, de que brasileiros com suspeita de infecção não deveriam procurar hospitais se não apresentassem falta de ar. Para os quatros senadores que, na CPI, compõem a tropa de choque do governo Bolsonaro, porém, o escrutínio sobre Mandetta será de outra natureza.

Sem alarde, senadores governistas dentro e fora da comissão de inquérito estão preparando requerimentos para que seja possível esmiuçar os contratos e licitações celebrados nos cerca de 15 meses da gestão do ex-ministro na Saúde em busca de desvios de recursos. Mesmo antes da pandemia, auxiliares do presidente Bolsonaro sempre suspeitaram que dois aliados de Mandetta, os ex-deputados Abelardo Lupion e José Carlos Aleluia, seriam a chave para tentar desmoralizar o ex-aliado e destruir as pretensões eleitorais do ex-ministro.

Conforme revelou VEJA, um grupo integrado por espiões da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e militares do Exército procuraram, em meados do ano passado, supostas provas de irregularidades no Ministério da Saúde. Os alvos da investigação também eram Lupion e Aleluia, amigos de Mandetta, e responsáveis por centralizar, mesmo que informalmente, grandes compras da pasta. Com poder para quebrar sigilos fiscais, bancários e telefônicos e acessar documentos confidenciais, parlamentares querem escarafunchar qualquer documento que tenha tido as digitais dos dois ex-deputados. Pré-candidato à Presidência da República, Mandetta alocou ambos na Saúde, um como assessor especial e outro como responsável pela área de contratos.

Procurado, o ex-ministro disse a VEJA que não iria comentar a ofensiva de bolsonaristas na CPI. “Que a CPI sirva para preparar o país para enfrentamentos futuros”. afirmou, o ex-ministro. 

VEJA - Política