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sexta-feira, 4 de março de 2022

Os negros e o Partido Republicano - Revista Oeste

John James, Candace Owens, Larry Elder, Winsome Sears, Vernon Jones e Herschel Walker | Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock
John James, Candace Owens, Larry Elder, Winsome Sears, Vernon Jones e Herschel Walker | Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock

O mundo assiste hoje, e quase em tempo real, à guerra na Ucrânia. Imagens de soldados russos e ucranianos, assim como de civis fugindo do terror da guerra, são divulgadas pelas redes sociais numa velocidade impressionante. No entanto, mesmo em um mundo globalmente conectado devido aos grandes avanços tecnológicos, checar a veracidade de imagens e informações pode ser uma tarefa difícil. Em meio a tanques e armamento militar pesado, a guerra das narrativas também é um estado atual do conflito na Ucrânia. A propaganda que os lados divulgam, no entanto, não é uma arma recente em situações como essa. Propagandistas na mídia atuam como soldados disciplinados. E nem é preciso um mundo conectado à tecnologia como o atual para que um ataque à verdade seja iniciado, bastam os jornalistas certos para as causas de cada lado.

Na década de 1890, o governo espanhol e os nacionalistas cubanos começaram a lutar pelo desejo de Cuba de ser independente da Espanha. Em 1895, Cuba e Porto Rico eram as últimas propriedades coloniais daquele país no hemisfério ocidental e, para lutar contra as revoltas, o governo espanhol começou a realocar vilas cubanas para suprimir qualquer ajuda que os rebeldes pudessem estar recebendo. Ao mover essas aldeias, milhares de civis começaram a passar fome, adoecer e morrer.

Enquanto alguns líderes cubanos não queriam que os Estados Unidos interferissem, outros procuraram os Estados Unidos em busca de ajuda. Na América, as pessoas simpatizavam com os cubanos que lutavam pela independência de seu país natal, uma vez que sua luta lembrava a batalha das colônias pela independência dos britânicos, em 1776. Os Estados Unidos entrariam na Guerra Hispano-Americana em abril de 1898 para ajudar Cuba a alcançar a independência — e um dos fatores que contribuíram para que os cidadãos norte-americanos exigissem que o país entrasse no conflito foi o chamado “jornalismo amarelo”.

O yellow journalism nada mais era do que o sensacionalismo de histórias na mídia. Durante o final dos anos 1800, os gigantes da mídia americana William Randolf Hearst e Joseph Pulitzer competiam para vender jornais. Para ganhar leitores, Hearst e Pulitzer frequentemente permitiam que seus repórteres exagerassem nos fatos e nos detalhes de suas histórias. O modus operandi da imprensa de hoje não é uma coisa tão nova assim.

A luta cubana pela independência, claro, ganhou a atenção de Pulitzer e Hearst, que enviaram repórteres a Cuba para contar as histórias dos campos de concentração cubanos liderados pelo general espanhol Butcher Weyler. A cobertura sobre os conflitos e o sofrimento que ocorriam em Cuba chamou a atenção do público norte-americano, envolvendo emocionalmente os leitores. Para aumentar a indignação e as tensões entre os países, uma carta roubada de Enrique Depuy de Lome, ministro espanhol, com comentários negativos sobre o presidente norte-americano William McKinley foi publicada — embora esse não tenha sido o estopim para a entrada norte-americana na guerra. Então, em 15 de fevereiro de 1898, o navio americano USS Maine explodiu no Porto de Havana, evento que colocaria os Estados Unidos de vez no conflito. O governo dos EUA havia enviado originalmente o Maine a Cuba para proteger os interesses econômicos norte-americanos e prover informações sobre a batalha, mas Pulitzer e Hearst publicaram rapidamente que a explosão tinha sido um ataque espanhol.

A Marinha dos Estados Unidos começou a investigar a explosão do navio e determinou que ela não havia sido resultado de atos subversivos, mas de um mau funcionamento do navio. Enquanto as descobertas da Marinha dos EUA eram anunciadas, a cobertura jornalística sensacionalista da explosão motivou o público norte-americano a pedir ao governo que declarasse guerra à Espanha. Nunca houve retratação pelas fakes news da época.

O racismo republicano
Mas esse “jornalismo amarelo” não é exclusividade de eventos em guerras apenas. A maneira como esses agentes atuam, seja na imprensa seja com revisionismos factuais, pode ser eficiente e apagar as verdadeiras páginas dos livros de história. Uma atuação eficaz, que rende frutos até hoje na sociedade norte-americana, foi o brilhante twist histórico entoado por centenas de historiadores e jornalistas militantes de que o Partido Republicano nos EUA, o GOP, é um partido racista, que sempre pregou a segregação das minorias, principalmente dos negros.

Fundado em 1854, o Partido Republicano foi criado para promover a igualdade afro-americana e lutar pela liberdade dos negros, um dos pilares da Guerra Civil, o conflito que mais matou norte-americanos na história. Abraham Lincoln e os Republicanos Radicais no Congresso lutaram para acabar com a escravidão e dar aos negros cidadania plena. A própria Guerra Civil desmonta a falácia de que republicanos são racistas desde a sua origem, já que o partido foi criado exatamente para combater os racistas democratas do sul. Regimentos compostos de negros durante a Guerra Civil Americana existiram apenas no norte, onde os republicanos abolicionistas conduziam seus Estados livres. (Recomendo o filme “Tempo de Glória”, de 1989, com Denzel Washington, Morgan Freeman e Matthew Broderick, que conta a história real do 54º Regimento de Infantaria de Massachusetts, o primeiro regimento afro-americano do Exército da União na Guerra Civil Americana.) Intelectuais, jornalistas e professores negros eram todos atrelados ao Partido Republicano, que promovia a congregação de todos os cidadãos.

Logo após a Guerra de Secessão e nas décadas seguintes, os primeiros políticos eleitos — com muito suor e luta contra o preconceito — eram todos do Partido Republicano. Os democratas administravam praticamente todos os Estados do sul e, mesmo após a Guerra Civil, trataram de aprovar legislações segregacionistas, as chamadas Jim Crow Laws — leis que excluíam e separavam os negros da vida cotidiana na sociedade norte-americana.

Por mais que tentem esconder nos porões do atual debate público, o conservadorismo negro e suas raízes antirracistas estão enraizados em várias comunidades de ascendência africana nos EUA. Os conservadores negros enfatizam o tradicionalismo, o patriotismo, a autossuficiência e o forte apelo cultural e social dentro do contexto da igreja cristã. A era da Reconstrução iniciou a maior mudança de afro-americanos conservadores na história moderna da política norte-americana. Durante esse período, os eleitores negros começaram a se alinhar mais com o Partido Republicano e suas ideologias conservadoras, que promoviam a liberdade, não apenas física, mas intelectual.

O preconceito da imprensa
Nas últimas três décadas, um tipo de conservadorismo defendido por um grupo de intelectuais negros tornou-se um marco no cenário político da América, promovendo debates políticos sobre alguns dos assuntos mais urgentes que confrontam a sociedade norte-americana contemporânea. Suas ideias foram negligenciadas por estudiosos da experiência afro-americana, e grande parte da responsabilidade de explicar o significado histórico e contemporâneo do conservadorismo negro recaiu sobre jornalistas altamente alinhados com o Partido Democrata. Normalmente, esses “especialistas” retratam os conservadores negros como estúpidos e incoerentes. Condolezza Rice, Ben Carson, Larry Elder, Candace Owens, o juiz da Suprema Corte Clarence Thomas, os escritores e economistas Shelby Stelle e Walter Williams, Alveda King, sobrinha de Martin Luther King Jr, e até o espetacular e necessário Thomas Sowell são constantemente chamados de Uncle Toms, uma expressão pejorativa, algo como “capitão do mato” no Brasil.

A mídia continua a se voltar preguiçosamente para o Black Lives Matter, como se esse grupo falasse por todos os negros

Thomas Sowell já se acostumou com um certo olhar da mídia progressista, geralmente de entrevistadores brancos. Eles sempre questionam como um conservador negro consegue lidar com críticas dos colegas negros. Em uma entrevista recente, Sowell, agora com 90 anos, desafiou a premissa de que os negros estão mais alinhados com as políticas dos progressistas democratas: “Não sei se podemos dizer que vou contra a corrente dos afro-americanos”, disse. “Não acho que colegas intelectuais negros sejam diferentes dos intelectuais brancos. Todos eles estão desalinhados com o que a comunidade, de fato, pensa. Negros regularmente me param em público e elogiam minhas opiniões. Quando saí do meu hotel nesta manhã, o segurança negro veio e disse: ‘Você é o Sowell?’; eu disse, ‘sim’. Ele andou comigo por todo o corredor e conversamos sobre isso e sobre aquilo… Então, não é Sowell contra negros. São os intelectuais progressistas negros”.

Sowell tem um escopo distinto de trabalho em teoria social e história econômica que é separado de seus estudos sobre raça, cultura e desigualdade. O grande volume dos textos e artigos de Thomas Sowell é superado por poucos contemporâneos, negros ou não. A amplitude e a profundidade de sua erudição tornam o rótulo “conservador negro”, seja qual for a definição do termo, limitada demais. Sua vasta obra será estudada e apreciada por muito tempo depois que ele partir.

Black Lives Matter
E a longa história de confundir os interesses de norte-americanos negros com os de organizações negras, jornalistas negros, acadêmicos negros e outras elites segue firme. 
A mídia continua a se voltar preguiçosamente para esses grupos, como o Black Lives Matter, como se eles falassem por todos os negros. 
Felecia Killings, uma jovem negra e CEO do Movimento Conservador Consciente, viaja o país contando sua história e despertando jovens negros das correntes que muitos têm com os democratas progressistas. Killings conta que seu pai a criou para ser conservadora e explica ainda que os negros norte-americanos são conservadores em seus valores. 
 
Sua organização, Conscious Conservative, tenta preencher a lacuna de educação e treinamento entre os negros norte-americanos e o conservadorismo, defendido pelo Partido Republicano: “Trata-se de entender a história negra, trata-se de entender que essa história está do lado do conservadorismo e, se pudermos adotar essas mensagens de uma maneira mais firme, em oposição a uma maneira degradante e desumanizante, veremos mais negros norte-americanos, millennials negros, especialmente entre os eleitores negros do sexo masculino; e começaremos a ver mais deles se alinhando com a política conservadora. Só o conservadorismo protege nossa liberdade e nossa crescente riqueza que estamos construindo avidamente dia após dia”.

Os comentários da jovem Killings vieram depois que Winsome Sears, vice-governadora eleita da Virgínia, tornou-se a primeira mulher negra a ser eleita em todo o Estado. Sears, candidata do Partido Republicano, atribuiu sua vitória ao fato de os eleitores estarem cansados de ver negros e brancos sendo colocados uns contra os outros: “Eles estão cansados de negros contra brancos e asiáticos contra latinos. Eles estão cansados disso e estão cansados de políticos que não deixam as feridas do passado cicatrizarem”.

Apesar de sua derrota nas eleições de 2020, o ex-presidente Donald Trump pode se gabar de um sucesso que intrigou os pesquisadores — ele era mais popular entre os eleitores de minorias étnicas do que em 2016, e o republicano presidencial com o maior número de votos nesses grupos desde 1969. Alguns podem achar isso surpreendente, já que seus críticos o acusaram durante quatro anos de racismo. Trump negava as acusações e acusava os democratas de subestimar os eleitores afro-americanos. Enquanto na Casa Branca o republicano foi ativo em políticas como independência financeira para as comunidades negras e latinas, com a implementação de programas eficazes de isenção fiscal, entre eles o “Opportunity Zones” para condados com baixo investimento do capital privado. Também cortou fundos federais para a indústria do aborto e suas clínicas espalhadas principalmente nas comunidades negras, o que fez elevar sua aprovação entre negros e latinos cristãos.

Questões como a imigração, sobre a qual o presidente Trump foi notoriamente linha-dura, a comunidade latina se mostrou menos monolítica do que alguns supõem. Uma pesquisa Gallup de 2017, por exemplo, descobriu que 67% dos hispânicos disseram que se preocupavam muito ou bastante com a imigração ilegal — número maior do que a proporção de brancos não hispânicos (59%), que responderam da mesma maneira. O presidente republicano ganhou seis pontos porcentuais entre os homens negros em 2020 e cinco pontos porcentuais entre as mulheres hispânicas. Isso significa que alguns eleitores mudaram de ideia, depois de não votar nele ou votar em outro candidato em 2016.

(...)

Quando em 2022 um lado do espectro político-ideológico ainda prega a segregação silenciosa, baseada na ideia de que a cor de sua pele pode predominar sobre o seu caráter, o que eu posso dizer é que sinto muito por essas pessoas. Por pura cegueira ideológica, alimentada por sementes vis de políticos racistas e inescrupulosos, eles deixam de ler e conhecer homens como Wilson William e Thomas Sowell. Homens que além, muito além da cor da pele engrandecem, expandem e enriquecem o mundo das ideias de todos nós.

Leia também “Tempo de escolha”

Ana Paula Henkel, colunista - Revista Oeste


quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

Idiocracia: o tsunami vermelho que assola a América - Sérgio Alves de Oliveira

Pode existir um país onde os idiotas predominam?

O propósito em vista é fazer uma superficial avaliação do resultado da eleição presidencial no Chile, realizada no domingo,20 de dezembro de 2021,  na qual venceu o maconheiro e ex-líder estudantil Gabriel Boris,da esquerda radical,inserindo essa eleição num contexto maior que parece estar “contaminando” a América.

Apesar da grande abstenção dos eleitores chilenos que ainda conseguem “pensar”, os “vencedores” da eleição, que votaram nesse “sujeito”, provavelmente nunca ouviram falar da fábula ”As râs que queriam um novo rei” (Esopo-Fábula 16) .

Resumida:
“As rãs viviam em plena paz num charco e começaram a achar monótono. Pediram a Júpiter que lhes desse um rei para dizer-lhes o que fazer e não fazer. Júpiter jogou-lhes um pedaço de pau na água, dizendo-lhes ser o rei que pediram . De início tomaram um enorme susto. Mas a seguir viram que aquela “coisa” nem se mexia. Subiam em cima e nada acontecia. Reclamaram novamente, e Júpiter jogou no seu meio uma serpente voraz que passou a devorá-las uma a uma. Moral da história: satisfaz-te com a tua situação,mesmo que seja má,porque uma mudança pode piorar as coisas.”

Viralizou na internet (YouTube) o título “Dez passos para construir um país idiota”,q
ue seriam:
(1) Acabar com a educação de qualidade; (2) Oportunidade para poucos; (3) Criar uma mídia inútil: (4) Garantir que o sistema de saúde seja horrível: (5)Cobrar altos impostos: (6)Garantir a impunidade: (7) Tudo tem que não funcionar ; (8) Promover o desemprego;(9) Jamais investir em tecnologia; e (10) Empregar “mágicos” no governo.

Nelson Rodrigues teceu algumas críticas procedentes à chamada democracia em prática no mundo,garantindo que “a maior desgraça da democracia é que ela traz à tona a força numérica dos idiotas,que são a maioria da humanidade” e que “os idiotas vão tomar conta do mundo,não pela capacidade,mas pela quantidade,eles são muitos”.

Fazendo um breve “passeio” pelo conceito de democracia através da história, Aristóteles concebeu-a entre as formas PURAS de governo,que seria o governo do povo pelo povo,ao lado da monarquia (governo de um só),e da aristocracia (governo dos melhores). Mas a democracia poderia descambar na sua forma degenerada, desde o momento em que assumisse as feições da DEMAGOGIA,tanto quanto o mesmo aconteceria com a monarquia e a aristocracia,cujas formas deturpadas seriam,respectivamente,a a tirania e a oligarquia.

Quase dois séculos após a classificação das formas de governo de Aristóteles,o geógrafo e historiador grego, Políbio,manteve a classificação de Aristóteles,porém substituiu a “demagogia” do filósofo grego pelo que ele chamou de OCLOCRACIA,que apesar de conservar a demagogia como vício da democracia,ampliava esses vícios que contaminariam a democracia de tal maneira que atingiria os seus dois polos,por um lado a massa ignara ,que “escolhia”,que ”elegia”os seus representantes,por outro a pior escória da sociedade que era levada a fazer e viver da política.

Mas o mundo deu muitas voltas depois das concepções de Aristóteles e Políbio sobre as formas de governo,sobre a democracia,a demagogia e oclocracia.

Hoje com certeza a IDIOCRACIA poderia perfeitamente ser definida como a nova modalidade deturpada da democracia,em substituição à demagogia e à oclocracia.

O que seria então a IDIOCRACIA? Evidentemente seria a forma e o regime de governo dos idiotas.

Mas em tudo isso há uma “coincidência” difícil de explicar. E essa “coincidência” está exatamente na correlação entre a idiocracia política e os governos de esquerda,socialistas,que andaram prosperando pelo mundo,e que já aniquilaram todas as nações por onde passaram,e paradoxalmente prosseguem conquistando novos “trouxas” pelo mundo afora,tendo conquistado quase toda a Europa, penetrando agora com muita na força na América.

Parece que não bastou o fracasso comunista no Leste europeu,na Ásia,e em todos os outros lugares do mundo,chegando ao ponto da dissolução da URSS,após a “Perestroika”,de Mikhail Gorbachev, em 1991. O comunismo fracassou e não deixou nenhuma esperança que um dia pudesse dar certo em qualquer parte do mundo,pelo menos no que diz respeito ao desenvolvimento das plenas potencialidades dos povos por onde passou.Tudo isso sem falar nas 100 milhões de pessoas que assassinou nas suas “andanças”.

Mas infelizmente a “idiocracia” está fazendo vistas grossas para esse nefasto passado do comunismo,conquistando novos adeptos ”babacas a todo “santo” dia. Tudo isso, “incrivelmente”, em nome da “democracia” (???).

Rogue-se a Deus que as eleições presidenciais brasileiras marcadas para outubro de 2022 não enquadrem os brasileiros,por sua maioria,como mais um povo idiota,idiotizado,a exemplo de tantos outros que já sucumbiram à nefasta ideologia de esquerda,predatória da liberdade e do desenvolvimento dos povos. 

Os Estados Unidos, o México, Cuba, Argentina, Bolívia, Guiné Bissau, Peru, Suriname e Venezuela, dentre outros,já “sucumbiram”, prostrando-se de joelhos perante a esquerda. Será que Joe Biden será “bondoso” e esquerdista o bastante para justificar esse perfil ,distribuindo a riqueza que os americanos construíram com muito trabalho e suor durante a sua história com os povos mais pobres do mundo?

Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo


domingo, 19 de dezembro de 2021

O BRASIL E O OVO DE COLOMBO - Gilberto Simões Pires

OVO DE COLOMBO

A expressão popular - OVO DE COLOMBO -, geralmente é utilizada para registrar que alguém descobriu algo importante, do tipo que oferece excelentes possibilidades na obtenção de resultados muito proveitosos.     A título de curiosidade, a expressão -OVO DE COLOMBO-, segundo alguns historiadores, tem origem quando Cristóvão Colombo, num banquete em sua homenagem por ter descoberto a América, ouviu de alguns presentes que também poderiam ter realizado a tal façanha. Foi quando o descobridor desafiou os presentes a colocar um OVO EM PÉ. Como ninguém se mostrou capaz, Colombo foi em frente e bateu um ovo (cozido) sobre a mesa, amassando uma das extremidades, o que possibilitou o ovo ficar em pé. E acrescentou: "Qualquer um poderá fazê-lo mas, antes é necessário que alguém tenha a ideia". 
[sem intenção de  colocar água na fervura do ovo de Colombo, menos ainda de atentar contra a Constituição Federal e/ou a Democracia, lembramos que sempre há o risco dos partidecos de nada, sem noção, sem votos, sem programa, sem representatividade, tentarem atrapalhar a necessária expansão da malha ferroviária.
Para tanto, sempre podem recorrer ao Supremo buscando  impedir o esforço do governo Bolsonaro em levar o Brasil para a frente e, como acontece na maioria das vezes, uma decisão monocrática de um supremo ministro mandar que pare tudo.
A propósito temos um exemplo bem claro - clique adiante  e confira:  O caso Ferrogrão: como uma decisão do STF pode tirar o país dos trilhos - Revista Oeste.]

OVO BRASILEIRO EM PÉ
Pois, aproveitando a mesma expressão, o presidente Jair Bolsonaro, depois de ouvir atentamente o seu importante ministro Tarcísio de Freitas, da Infraestrutura, resolveu colocar um OVO BRASILEIRO EM PÉ, quando tornou pública, e possível, através de MP 1065/2021, a IDEIA de permitir a exploração privada de ferrovias por meio de AUTORIZAÇÃO. Como o interesse dos investidores se mostrou firme, forte e imediato, o PODER LEGISLATIVO se viu na obrigação de aprovar o importante MARCO FERROVIÁRIO.

IDEIA FERROVIÁRIA
Como a IDEIA FERROVIÁRIA teve grande recepção, a considerar que, ATÉ ONTEM, o ministro da Infraestrutura já assinou dezenas de termos de adesão permitindo a construção e operação de trechos de ferrovias pelo novo regime de AUTORIZAÇÃO, cujos projetos deverão passar por DEZ ESTADOS, com investimentos bilionários, outros setores já estão fustigando o governo para que as AUTORIZAÇÕES também venham a ser possíveis e/ou permitidas.

CONCESSÃO
Para quem não sabe a diferença entre CONCESSÃO E AUTORIZAÇÃO, a primeira (CONCESSÃO) é o contrato, por prazo determinado, realizado entre a ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA e uma EMPRESA PRIVADA, pelo qual o governo transfere ao segundo a execução de um serviço público, para que este o exerça em seu próprio nome e por sua conta e risco, mediante tarifa paga pelo usuário, em regime de monopólio ou não. Entende-se como CONCESSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO a delegação de sua prestação, feita pelo PODER CONCEDENTE, mediante licitação, na modalidade de CONCORRÊNCIA, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco.

AUTORIZAÇÃO

Já a AUTORIZAÇÃO é um ATO ADMINISTRATIVO por meio do qual a ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA possibilita ao PARTICULAR a realização de alguma atividade de predominante interesse deste, ou a utilização de um bem público. Trata-se, portanto de um ATO FACULTATIVO, QUE NÃO EXIGE LICITAÇÃO. Resumindo: o bem ou serviço que é CONCEDIDO pertence ao ESTADO, o que é AUTORIZADO é a obra a ser feita por investidores privados interessados.

INTERESSE DE INVESTIDORES
Falando em interesse em investir no Brasil, hoje, 17, em Leilão realizado pela ANP foram arrecadados R$ 11,14 bilhões em volumes excedentes da cessão onerosa de petróleo. Dez empresas participaram da rodada e cinco fizeram oferta – quatro delas estrangeiras e uma nacional. O vencedor foi o consórcio formado por TotalEnergies EP (28%), Petronas (21%), QP Brasil (21%) e Petrobras (30%), que ofereceram percentual de excedente para a União de 37,43%, superior ao excedente mínimo. De acordo com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, o leilão vai permitir aumento de 12% da produção nos próximos cinco a seis anos. “Apenas essa segunda rodada vai propiciar R$ 7,7 bilhões a estados e municípios, que vão se somar aos R$ 11,7 bilhões da primeira rodada”, disse durante evento do leilão realizado nesta sexta.

Ponto Crítico - Gilberto Simões Pires


segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

PEQUENO GUIA DA DESTRUIÇÃO ESQUERDISTA - Denis Prager, Epoch Times

Nota: Transcrevo abaixo os 16 itens que compõem guia apresentado por Dennis Prager. É a parte principal de um texto maior, cujo inteiro teor pode ser lido, em inglês, no original publicado por Epoch Times, no link ao final desta tradução.

No. 1: Art.
A esquerda há muito conquistou o mundo da arte. Consequentemente, desde o século 20, a maior parte da arte moderna tem sido feia, sem sentido e niilista - o oposto do que a arte ocidental sempre foi.

No. 2: Música.
O que a esquerda fez aos olhos na arte, fez aos ouvidos na música. Como maestro em tempo parcial, posso dizer com algum conhecimento que, desde a invenção da música atonal (um oximoro, se é que já existiu), a maior parte da música clássica contemporânea também é feia, sem sentido e pouco inspiradora. As pessoas que gostam desse tipo de música são quase todas críticas de música e, claro, professores de música. A maioria dos amantes da música clássica nunca ouve essas coisas.

No. 3: Jornalismo.
Os jornalistas já foram muito respeitados. A menos que um artigo fosse listado como "opinião", as pessoas geralmente acreditavam que estavam recebendo, da melhor maneira possível, um relatório o mais verdadeiro possível - "apenas os fatos". Hoje, em praticamente qualquer assunto controverso, eles estão obtendo opinião, não a verdade. O propósito de quase todos os grandes jornais e outros veículos de “notícias” é o mesmo que o Pravda tinha na União Soviética: transmitir a linha do partido.

No. 4: Faculdades e universidades.
A esquerda destruiu as universidades como locais de aprendizagem dedicados à busca da verdade e, portanto, acolhendo, até mesmo cultivando, opiniões diversas. Praticamente toda ideia de esquerda nasceu em uma universidade.

No. 5: escolas secundárias e escolas primárias.
A maioria das escolas na América - tanto privadas quanto públicas - ensina às crianças que a América é sistemicamente racista e que elas não nascem homem ou mulher, mas que mais tarde escolherão ser uma ou outra - ou nenhuma. E, cada vez mais, as instituições educacionais americanas negam que a verdade objetiva exista, mesmo na matemática.

No. 6: Felicidade.
Você pode encontrar liberais felizes e infelizes e conservadores felizes e infelizes, mas é improvável que jamais encontre um esquerdista feliz. A única questão é se os infelizes gravitam para o esquerdismo ou se o esquerdismo torna as pessoas infelizes. Ambos são provavelmente verdadeiros.

No. 7: A família.
Pessoas de esquerda cada vez mais optam por não se casar e não ter filhos - em outras palavras, não constituir família. E suas políticas de bem-estar servem para desincentivar a criação de famílias.

Nº 8: Mulheres.
As taxas de depressão entre os jovens, especialmente as mulheres jovens, são mais altas do que as registradas na história americana. Um dos motivos é que, por meio século, as mulheres ouviram, como disse uma famosa feminista: “Uma mulher sem homem é como um peixe sem bicicleta”. Mas o fato é que a vasta maioria das mulheres (heterossexuais) precisa de um homem para se realizar, assim como a grande maioria dos homens (heterossexuais) precisam de uma mulher para se realizar.

No. 9: Infância.
Uma razão pela qual os jovens de esquerda não querem filhos é que a esquerda não gosta particularmente de crianças. A recusa inflexível dos sindicatos de professores em abrir escolas por mais de um ano abriu os olhos de muitos americanos para esse fato. O mesmo aconteceu com a guerra contra a inocência das crianças - como ao falar prematuramente com elas sobre sexo e fazer com que as escolas as apresentem a drag queens desde os cinco anos de idade.

Nº 10: vida negra.
A exemplo do Partido Democrata historicamente, a esquerda é racista. E é exatamente assim que a palavra sempre foi usada - a esquerda acredita na inferioridade negra. É por isso que os esquerdistas defendem a redução dos padrões para os negros. É por isso que eles defendem políticas que sempre resultam em mais negros morrendo nas mãos de outros negros. É por isso que eles acreditam que o estado deve cuidar dos negros mais do que qualquer outro grupo. É por isso que as políticas de esquerda, desde a Grande Sociedade até hoje, destruíram tanto da vida negra, especialmente sua vida familiar - e eles não se importam.

Nº 11: Relações entre negros e brancos.
De acordo com pesquisas e de acordo com quase todos os americanos que se lembram da vida de cerca de uma década atrás, as relações entre brancos e negros eram muito superiores na época e ambos os grupos estavam otimistas sobre as relações continuarem melhorando. A esquerda destruiu isso com sua propaganda anti-branca, “a América é sistemicamente racista” gritada em quase todos os principais meios de comunicação e implacavelmente pressionado em quase todas as escolas e grandes negócios. A esquerda sabe que quando negros e brancos se sentem bem uns com os outros, a esquerda perde o apelo e perde as eleições.

Nº 12: Os militares.
À medida que os militares ficam cada vez mais acordados - lembre-se do testemunho do presidente da Junta de Chefes de Estado-Maior testemunhando perante o Congresso sobre a necessidade de ensinar aos militares sobre o racismo branco - o moral dos soldados diminui. Acrescente a isso o mandato totalmente gratuito e cruel de que todos os militares sejam vacinados ou dispensados ??e você entenderá por que o moral militar está em declínio acentuado.

Nº 13: televisão tarde da noite.
Os americanos que se lembram dos titãs da comédia noturna - Johnny Carson e Jay Leno - lembram como seu único objetivo era trazer alguns sorrisos e risadas para os americanos antes de irem dormir. Poucas pessoas tinham qualquer noção das opiniões políticas de qualquer um dos anfitriões. Isso agora é história. A esquerda destruiu a comédia da madrugada. Agora consiste em pouco mais do que discursos furiosos contra os conservadores.

No. 14: Superman.
Superman foi um herói americano icônico. Graças à esquerda, ele não existe mais. Cerca de uma década atrás, Superman se apresentou às Nações Unidas para anunciar que estava renunciando à sua cidadania americana para se tornar um “cidadão do mundo”. E a esquerda agora mudou seu lema de “Verdade, Justiça e o jeito americano” para “Verdade, Justiça e um Amanhã Melhor”.

Nº 15: liberdade de expressão.
Nunca antes a liberdade de expressão foi ameaçada como hoje. Como tem acontecido desde a revolução comunista na Rússia, em todos os lugares que a esquerda conquistou o poder - da Rússia em 1917 à universidade e às redes sociais de hoje - ela suprimiu a liberdade de expressão. Não há exceção.

Nº 16: Esportes.
Até o ano passado, o esporte era um grande unificador americano. Era um lugar para onde os americanos podiam ir e, deixando a política para trás, esquerda e direita, democratas e republicanos, podiam torcer pelo mesmo time. Já não. A esquerda o arruinou politizando radicalmente o beisebol, o futebol americano e o basquete.

A grande tragédia americana é que quase todo liberal sabe que o que foi dito acima é verdade, mas quase todo mundo ainda vai votar na esquerda.

*As opiniões expressas neste artigo são as opiniões do autor e não refletem necessariamente as opiniões do Epoch Times.

Epoch Times - Publicado originalmente

segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Ação de Graças - Rodrigo Constantino

Monstagem sobre a gravura <i>Pelgrims Holding Bibles</i> / Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock
Montagem sobre a gravura Pelgrims Holding Bibles / Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock

O que poucos sabem, porém, é que as primeiras colônias fracassaram. E não foi apenas por fatores relacionados à sorte. Uma das primeiras colônias a instalar-se na América do Norte foi a Plymouth Colony, estabelecida onde hoje é o Estado de Massachussets, nos anos de 1620. Numa experiência inédita até então, um contrato coletivo estabelecia um sistema no qual as propriedades seriam todas comuns. Trocando em miúdos, os Estados Unidos começaram como um experimento socialista.

Toda a produção deveria ser entregue para armazenamento comunitário, do qual cada indivíduo receberia uma fração igual, não importando com quanto contribuísse. Esse coletivismo levou rapidamente a economia da colônia ao caos. Em 1623, apenas dois anos após a chegada dos primeiros pilgrims, a fome já era a regra. William Bradford, que viria a ser governador da província algumas vezes, assim descreveu aquele triste momento da história americana em seu famoso diário: “Aquela experiência durou alguns anos… E bem evidencia a vilania deste conceito de Platão e outros patriarcas antigos, aplaudido por muitos ultimamente, segundo o qual se acabarmos com a propriedade, em prol da riqueza comum, isto fará a comunidade feliz e próspera… Para esta nossa comunidade (até onde aquilo poderia ser chamado de comunidade), o experimento causou muita confusão e descontentamento. Os homens… lamentavam ter de gastar seu tempo e esforços trabalhando para as mulheres e as crianças de outros homens, sem que obtivessem qualquer recompensa…

O liberal João Luiz Mauad assim explica a reviravolta que ocorreu: “Encurralada pelas terríveis circunstâncias, a liderança dos colonos resolveu abolir a estrutura socialista, que engessava qualquer possibilidade de progresso, transferindo para cada família uma parcela das terras, e permitindo o usufruto de tudo quanto seu trabalho produzisse. A eliminação da propriedade comunal em favor da propriedade privada logo mudou o panorama. Os colonos rapidamente começaram a produzir muito mais do que eles mesmos poderiam consumir”.

Não tardou para que o comércio também florescesse e os excedentes da produção fossem trocados com os índios, que lhes entregavam carnes de caça e peles, estas últimas exportadas com largas margens de lucro para a nobreza europeia. “Esta decisão foi um grande sucesso, pois tornou todas as mãos diligentes e industriosas”, escreveria Bradford pouco tempo depois. Mauad apresenta a razão para esse sucesso:  “Uma das virtudes da propriedade privada é justamente estabelecer a conexão entre esforços e ganhos, custos e benefícios, criando incentivos para que as pessoas produzam conforme as suas necessidades e ambições. Porém, o direito de propriedade é também, e acima de tudo, a melhor arma contra a barbárie, a garantia de que o pão obtido com o suor do próprio rosto não será tomado de ninguém arbitrariamente.”

“O capitalismo de livre mercado, baseado na propriedade privada e troca pacífica, é a fonte da civilização e do progresso humano”, sintetiza Thomas DiLorenzo, autor de How Capitalism Saved America, livro em que resgata a transição redentora do socialismo ao capitalismo nas primeiras colônias.

Esse modelo cria um claro incentivo ao ato conhecido como “free ride”, ou seja, pegar carona no esforço alheio

Os primeiros colonos chegaram a Jamestown no ano de 1607 e encontraram um solo incrivelmente fértil, além de muitos frutos do mar e frutas. Entretanto, dentro de seis meses, 66 dos 104 colonos que vieram estavam mortos, a maioria por causa da fome. Dois anos depois, a Virgínia Company mandou mais 500 “recrutas” para se estabelecerem em Virgínia, e, dentro de seis meses, 440 tinham morrido de fome ou doenças.

DiLorenzo argumenta que a ausência de direitos de propriedade destruiu completamente a ética de trabalho desses colonos. Afinal, não existiam incentivos para o trabalho, já que a recompensa pela produtividade não era do próprio trabalhador, mas de “todos”. Esse modelo cria um claro incentivo ao ato conhecido como “free ride”, ou seja, pegar carona no esforço alheio.

Em 1611, o governo britânico enviou Sir Thomas Dale para servir como high marshalna colônia de Virgínia. Dale notou que, apesar de a maioria dos colonos ter morrido de fome, os sobreviventes gastavam boa parte do tempo em jogos. Dale logo identificou o problema: o sistema de propriedade comum. A propriedade privada logo foi adotada, e a colônia imediatamente começou a prosperar, inclusive praticando trocas voluntárias com os índios.

Os investidores no Mayflower chegaram em 1620 a Cape Cod, assumindo um grande risco financeiro, já que os investidores em Jamestown tinham perdido quase todo seu investimento. Ainda assim, eles cometeram o mesmo erro de seus antecessores, estabelecendo propriedade coletiva da terra. Cerca de metade dos 101 aventureiros que chegaram a Cape Cod estava morta em poucos meses. O principal investidor do Mayflower, o londrino Thomas Weston, chegou à colônia disfarçado para examinar a ruína do empreendimento. Mas os problemas logo seriam solucionados da mesma forma que ocorrera em Jamestown. A propriedade coletiva foi abandonada e, em 1650, as fazendas privadas já eram predominantes em New England.

Mas esses colonos, agora prósperos, estavam cada vez mais preocupados com outra ameaça: o governo britânico e sua tentativa de impor o mercantilismo nas colônias. A Declaração de Independência Americana condenava a tirania da Coroa Britânica, assim como sua postura econômica em relação às colônias americanas. A Declaração menciona diretamente o fato de o governo britânico cortar o comércio das colônias com as outras partes do mundo, e o rei foi acusado de criar impostos sem consentimento dos colonos. Nesse sentido, a Revolução Americana foi contra o mercantilismo, e a favor do capitalismo.

Uma das primeiras leis mercantilistas impostas aos colonos foi o Molasses Act, de 1733, que criou uma elevada tarifa para a importação de melaço. Uma série de leis conhecidas como Navigation Acts representou mais um grande passo em direção ao mercantilismo imposto na América. Essas leis foram importantes como causa da Revolução, segundo DiLorenzo.  O grau de imposição mercantilista nas colônias aumentou consideravelmente após o término da Guerra dos Sete Anos, em 1763. Apesar da vitória britânica contra a França, a Inglaterra estava com um enorme déficit e um império gigantesco cada vez mais caro de manter. Uma série de novas medidas para aumentar impostos foi adotada para subsidiar o Império. Em 1764, o governo britânico criou o Sugar Act, que aumentou impostos para a importação de açúcar. Em 1765, o Stamp Act criou a obrigação do uso de selos do governo para todas as transações com papel nas colônias. Em 1767, os Townshend Acts impuseram várias tarifas novas de importação de produtos ingleses.

Em 1773, novas tentativas de aumento de impostos ocorreram. Dessa vez, o Tea Act iria impor tarifas maiores para a importação de chá. Os comerciantes americanos, temendo a ruína econômica com esse ato, se uniram e orquestraram a famosa Boston Tea Party, onde colonos vestidos de índios jogaram toneladas de chá no mar. A Revolução Americana pode ser vista, então, como uma luta contra o mercantilismo, em defesa dos principais pilares do capitalismo de livre mercado, que tinham permitido a prosperidade das colônias.

Nesse feriado de Ação de Graças, muitos vão festejar sem a devida compreensão do que ele representa, especialmente numa época em que a esquerda promove enorme desinformação sobre o passado e o legado da nação. O economista Don Boudreaux resume bem: “Seremos como perus se não conseguirmos compreender a verdadeira fonte de nossa prosperidade. Essa fonte não é a terra em si — não é a sorte —, não é Deus, inexplicavelmente, sorrindo para os europeus que ocuparam o norte do continente americano: é a consistente e generalizada confiança dos mercados na propriedade privada”.

Leia também “A cidadania corre perigo”

Rodrigo Constantino, colunista - Revista Oeste


domingo, 17 de outubro de 2021

A cidadania corre perigo - Revista Oeste

Foto: Shutterstock
Foto: Shutterstock

A cidadania não é um direito; ela requer trabalho. No entanto, muitos cidadãos de repúblicas, antigas e modernas, passam a acreditar que merecem direitos sem assumir responsabilidades — e não se preocupam como, por que nem de quem herdaram seus privilégios. Os cidadãos não são meros residentes, propensos a receber mais do que dar. Eles não são povos tribais que se unem por aparência ou laços de sangue. Eles não são camponeses sob o controle dos ricos. Nem é sua primeira lealdade a uma comunidade mundial abstrata.

O cidadão precisa abandonar suas lealdades tribais mais antigas para aceitar os valores que definem a república. Uma vez que alguém deve mais lealdade a seu primo do que a um concidadão, uma república constitucional não pode existir. Para enfraquecer uma república, não é necessário quebrar as leis; às vezes cuspir em seus costumes e tradições faz tanto mal quanto a marginalidade. E o tecido social que une os cidadãos está sempre a uma geração de ser perdido, como alertava Reagan. Historicamente falando, muitas repúblicas desmoronaram dentro de uma década apenas.

Um sinal de esclerose democrática é a perda de confiança na integridade do voto — a ponto de ser visto como um exercício fútil, em vez de um baluarte da cidadania. Apressados podem apontar o dedo para Trump, mas é bom lembrar que o livro anterior de Hanson foi o best-seller The Case for Trump. Para Hanson, quem depreciou a confiança no sistema eleitoral foi o Partido Democrata, ao pregar mudanças radicais sob o pretexto da pandemia. Milhões passaram a desconfiar da eleição.

A natureza do governo consensual em suas origens foi uma autocrítica com reavaliações constantes. Quando essa introspecção perpétua cessa, o mesmo acontece com a cidadania. Hoje temos visto a interdição do debate em diversas esferas, com a esquerda monopolizando a fala em nome da ciência, rotulando de negacionista ou fascista quem ousa questionar o establishment. Daí a importância de uma classe média independente, capaz de remar contra a maré determinada pelas elites.

Uma cidade-estado governada pelas classes médias é superior não apenas às oligarquias, mas também aos povos tribais, muitas vezes nômades e sem assentamentos permanentes, que definem sua existência política por laços pré-civilizacionais de sangue e casamento. Tradicionalmente, os defensores filosóficos das classes médias argumentam que a maioria dos proprietários moderados tanto incentiva a autossuficiência, a responsabilidade e a estabilidade social, que faltam aos pobres, quanto restringe a capacidade dos poderosos e grupos de interesses especiais de exercerem influência excessiva no Estado.

Hanson traz dados preocupantes do empobrecimento da classe média americana, com crescente nível de dívida para custear universidades e consumo, além da casa hipotecada cada vez menos acessível. A dependência de benesses estatais é cada vez maior, enquanto o endividamento de quase US$ 30 trilhões do governo, associado a uma política monetária frouxa do Federal Reserve, aniquilou qualquer rendimento sobre a poupança. [economia não é o nosso forte, mas bom lembrar que o Brasil passa por um processo de aniquilação do rendimento da poupança - anterior ao 'espirro' inflacionário de agora e consequência direta do maldito governo petista, no caso o da Dilma com sua política amanteigada de derrubar juros via decreto: desde o governo da "escarrada" que usar um dia do cheque especial  - ainda que de banco que apregoa cheque especial com dez dias sem juros - gera um IOF SUPERIOR a todo o rendimento mensal da poupança.]

A classe média acaba espremida entre uma massa tribal e a elite cosmopolita. A independência econômica é prerrogativa da cidadania. A maioria da população não pode exercer nem proteger seus direitos de expressão e comportamento irrestritos sem a segurança material que apenas a autossuficiência econômica e a autonomia da classe média garantem.

Em vez de ocidentalizar o planeta, a globalização talvez acabe internacionalizando a América

Sem uma classe média, a sociedade se bifurca, fragmenta-se em uma situação moderna de mestres e camponeses. 
Nessa situação, a função do governo não é garantir a liberdade, mas subsidiar os pobres para evitar a revolução e isentar os ricos, que retribuem enriquecendo e empoderando as classes governantes. 
Uma tecnocracia cada vez mais blindada do povo concentra um poder arbitrário assustador, legislando por conta própria sem o devido mecanismo de freios e contrapesos e sem a responsabilidade por suas decisões.

Para o autor, estamos chegando a um ponto semelhante ao surgimento de um exterminador robótico fictício que destrói seus criadores humanos, já que a elite burocrática acredita que pode e deve se antecipar a qualquer autoridade eleita que a considere perigosa. Se o cidadão não puder eleger funcionários para auditar, controlar ou remover os não eleitos, ele perdeu seu poder soberano.

A globalização permitiu acesso a produtos mais baratos e mercados amplos, mas trouxe um custo elevado para a classe média, que precisa competir com chineses em condições de trabalho quase escravo e imigrantes ilegais em seu quintal. [afinal, brasileiros desempregados continuarem sem emprego, visto que políticas humanitárias pró emigrantes faz com que a contratação da mão de obra ilegal tenha prioridade sobre a dos brasileiros é algo que se torna normal; criticar tal política, que prioriza o estrangeiro sobre o cidadão brasileiro,  pode resultar no crítico ser acusado de ato antidemocrático, ato contra a Constituição, ato contra o 'estado democrático de direito'.] Em vez de ocidentalizar o planeta, a globalização talvez acabe internacionalizando a América. A realidade atual é que milhões de americanos, por meio de dívidas, desemprego e salários em declínio, estão agora se tornando nossas próprias versões urbanas e suburbanas atualizadas do campesinato rural europeu do passado.

Existem consequências reais para os trabalhadores de classe média quando seus salários se ossificam, os custos da faculdade ou da educação profissional para seus filhos disparam e eles ficam com dívidas para a vida toda para ter uma casa. 
Muitos veem a criação de filhos e até mesmo o casamento como abstrações enfadonhas. 
As justificativas sociais para a diminuição dessas instituições tradicionalmente mais conservadoras decorrem das realidades econômicas que as tornam mais difíceis, segundo Hanson. 
A média dos anos 1960 de 2,3 filhos por família diminuiu para 1,9 atualmente. 
Esse número está bem abaixo da taxa de 2,1 necessária para manter o tamanho atual da população.

Diante desse cenário, populistas da esquerda e da direita que prometem atacar o “sistema” ganham força eleitoral, como Bernie Sanders e Donald Trump. Alguns americanos, rejeitando o tribalismo, preferem ser rebatizados como “cidadãos do mundo”, como se tal abstração fosse algo moderno. Estranhamente, essa ideia remonta ao utopismo socrático e nunca ofereceu nenhum projeto crível de um Estado transnacional viável.

Eis, em suma, o quadro atual na América: uma elite sem apego pela pátria, um tribalismo recrudescente, um Estado endividado e um povo mais e mais dependente dele, com uma burocracia sem voto controlando enorme poder arbitrário. 
A classe média vai desaparecendo nesse ambiente, como aquela formada por cidadãos autônomos, economicamente independentes, dispostos a lutar para fazer valer seus direitos republicanos. 
Não é dos quadros mais alvissareiros do mundo, mas tampouco é uma situação irreversível. 
Que a cidadania corre perigo, porém, e que seu resgate não será trivial nem da noite para o dia, isso está claro para quem observa com atenção os dados disponíveis. Daí a importância do alerta do historiador.

Leia também “O principal problema”

Rodrigo Constantino, colunista - Revista Oeste

 

sábado, 16 de outubro de 2021

TERRORISMO CONSENTIDO - Gilberto Simões Pires

TERRORISMO ESCANCARADO
Ontem cedo, em Brasília, por volta das 7 horas da manhã, o escritório que abriga as sedes da APROSOJA BR (Associação dos Produtores de Soja do Brasil), ABRAMILHO (Associação Brasileira dos Produtores de Milho), ABRASS (Associação Brasileira dos Produtores de Sementes de Soja) foi alvo de ATOS DA MAIS PURA SELVAGERIA.

MOVIMENTO CRIMINOSO
Os TERRORISTAS confessos, como informa o site Tempo & Dinheiro, são todos integrantes do Movimento Via Campesina Brasil. Pelo Twitter, logo após o VANDALISMO, uma militante do movimento criminoso postou uma mensagem na qual afirma que - esta ação faz parte da Jornada Nacional da Soberania Alimentar que denuncia o Agronegócio do país e que se trata de uma “uma bela demonstração de como devemos tratar o Agronegócio.

VIA CAMPESINA
Para quem não sabe, a organização TERRORISTA/COMUNISTA - Via Campesina- nasceu em 1992, quando várias lideranças camponesas (?) dos continentes americano e europeu que participavam em Manágua do II Congresso da Unión Nacional de Agricultores y Ganaderos (UNAG), da Nicarágua, propuseram a criação de uma articulação mundial de camponeses. A partir daí se transformou num movimento internacional que coordena organizações camponesas de pequenos e médios agricultores, trabalhadores agrícolas, mulheres camponesas e comunidades indígenas da Ásia, África, América e Europa. [pelos tipos que formam o tal movimento  tem alguns que se destacam pela aversão ao trabalho.]

PROPÓSITO EXPLÍCITO
Pois, quem acompanha os passos do MOVIMENTO TERRORISTA já percebeu que o verdadeiro e/ou único propósito do Via Campesina é VANDALIZAR, DESTRUIR E ATERRORIZAR aqueles que se dedicam -de sol a sol- a produzir os mais variados tipos de alimentos no nosso imenso Brasil. Mais: justamente aquele SETOR, cuja magnífica escala de produção tem peso substancial na formação do PIB do país.

TIPO DE GENTE
Em nenhum momento, o Via Campesina, o MST e qualquer outro movimento formado por comunistas assumidos, se propõem a fazer manifestações contra aqueles que NADA PRODUZEM. Pior, além de NÃO PRODUZIREM COISA ALGUMA ainda se APROPRIAM de boa parte daquilo que a iniciativa privada produz. Isto é o suficiente para que todos entendam com que tipo de gente estamos lidando. Quem ousa produzir, como bem mostra a atitude do movimento nesta manhã, é ALVO DE ATOS DO MAIS PURO TERRORISMO.

Ponto Crítico - Gilberto Simões Pires

terça-feira, 14 de setembro de 2021

Em tempos de turbulência, as lições históricas - Ana Paula Henkel

Revista Oeste

Não podemos ser soldados de uma batalha, é necessário a paixão de um patriota, a sabedoria de um estudioso observador e o fôlego de um general

Nota de US$ 1, estampada com a imagem de George Washington
Nota de US$ 1, estampada com a imagem de George Washington

Muita gente pelo mundo, quando pensa em independência e autonomia, tem na mente os Estados Unidos da América como farol da liberdade, ou a cidade no topo da colina (a city upon a hill) — termo pelo qual o país é chamado desde os tempos da colonização. A expressão bíblica “Uma cidade sobre uma colina” é uma frase presente no Sermão da Montanha de Jesus, e, em um contexto moderno, é usada na política dos Estados Unidos para se referir à América agindo como “farol de esperança” para o mundo.

Grande parte dessas pessoas, no entanto, não conhece ou talvez não se atente aos detalhes do que fez os Estados Unidos um ponto de luz em tempos obscuros. Não foram apenas políticas acertadas e lições extraídas dos erros que colocaram nos pilares genéticos dessa nação a palavra resiliência. Também não é difícil achar frases inspiradoras de grandes presidentes norte-americanos, como Abraham Lincoln e Ronald Reagan, por exemplo, para serem usadas em tempos de dúvidas e destemperos. O que muitos não visualizam é que a persistência na vontade do progresso diário desses presidentes e do povo americano está na concepção da nação, nas escolhas pensadas das 13 colônias originais, que, de maneiras diferentes, encontraram um ponto importante em comum. E, claro, em homens como Samuel Adams, John Adams e George Washington.

Durante os anos que precederam à Revolução Americana, Samuel Adams, também considerado um dos Pais Fundadores da América e primo de John Adams, o segundo presidente norte-americano, foi um propagandista e político apaixonado que não era excessivamente escrupuloso em seus ataques às autoridades e políticas britânicas. Em inúmeras cartas de jornais e ensaios com várias assinaturas, ele descrevia as medidas britânicas e o comportamento dos governadores reais, juízes e homens da alfândega nas cores mais escuras. Ele era um mestre da organização, planejava auspiciosamente a eleição de homens que concordavam com ele, obtendo influência em comitês que agiriam como desejasse, assegurando a aprovação das resoluções que almejava.

Sam Adams era também um agitador. Muitas vezes usou seu inquietante espírito para inflamar manifestações e chegou até a pedir o enforcamento dos soldados britânicos no famoso episódio do Massacre de Boston — erroneamente, sem o julgamento adequado (vale muito a pena assistir ao primeiro episódio da série John Adams, da HBO que trata sobre esse evento!) Samuel foi membro da convenção que moldou a Constituição de Massachusetts de 1780 e participou da convenção de seu Estado que ratificou a Constituição Federal. Ele foi, a princípio, um antifederalista que se opôs ferozmente à ratificação da Constituição por medo de que ela atribuísse muito poder ao governo federal. Abandonou sua oposição radical quando os federalistas prometeram apoiar uma série de emendas futuras, incluindo o projeto de lei de direitos. Por amor a seus propósitos e comprometido com a liberdade, jurou lutar contra a tirania dos atos britânicos e foi um dos homens que ajudaram a montar uma forte milícia e uma rede de inteligência contra uma superpotência.

Já seu primo, John Adams, um excelente advogado de Boston, havia se tornado membro visível do movimento de resistência que questionava o direito dos britânicos de tributar as colônias americanas sem que elas tivessem nenhuma representação no Parlamento. Intensamente combativo, cheio de dúvidas particulares sobre suas próprias capacidades, mas nunca sobre sua causa, Adams tornou-se uma figura importante na oposição à Coroa inglesa. Depois da revolução, por ser a personificação oficial da independência americana do Império Britânico, John Adams foi ignorado e relegado para a periferia do centro político com a Corte britânica durante os quase três anos em que morou em Londres. No entanto, foi durante esse tempo que Adams se dedicou ao aprofundamento da história da política europeia em busca de padrões e lições que pudessem ajudar o incipiente governo americano em seus esforços para alcançar o que nenhuma grande nação europeia havia conseguido produzir: uma forma republicana estável de governo.

O resultado foi uma coleção maciça e heterogênea de três volumes de citações e observações pessoais intitulada Uma Defesa das Constituições de Governo dos Estados Unidos da América (A Defense of the Constitutions of Government of the United States of America –1787). Esses longos trabalhos continham os insights de John Adams como pensador político. Ele desejava alertar seus compatriotas americanos contra todos os manifestos revolucionários que visavam a uma ruptura com o passado e uma transformação abrupta na natureza humana ou na sociedade que supostamente produziu uma nova era. Adams acreditava que todas essas expectativas reacionárias eram utópicas, impulsionadas pelo que chamou de “apenas ideologia” — a crença de que ideais imaginários, tão reais e sedutores em teoria, eram capazes de ser implementados no mundo e na nova nação, mas com um alto preço a ser pago. Como segundo presidente, evitou escolher a glória, a elevação de seu nome e uma fácil reeleição ao negar entrar em uma guerra ao lado da França, por amor e proteção à sua pátria. O ego não foi o seu norte.

Samuel e John Adams tornaram-se líderes da facção que rejeitou as perspectivas de reconciliação com a Grã-Bretanha. Primeiros a pedir uma separação final dos ingleses, assinaram a Declaração de Independência e exerceram considerável influência no Congresso. Porém, os primos, muitas vezes chamados de “Adams brothers”, eram totalmente diferentes nas estratégias que ajudaram a impulsionar as 13 colônias britânicas na América do Norte a status de nação, hoje bastião da liberdade no Ocidente.

Dentre os bravos — e profundamente distintos — homens que forjaram a nação mais próspera do mundo, está George Washington, o personagem mais influente a enfeitar as páginas dos livros de história americana. Seu efeito no mundo é incomensurável e ilimitado. Washington liderou as colônias, contra todas as probabilidades de vitória, a derrotar o Império Britânico para se tornar uma nação livre. Mais tarde, comandou o novo país durante os primeiros oito anos sob a Constituição e deu o exemplo para todos os futuros presidentes. O primeiro governante norte-americano decidiu fortalecer a América e fez exatamente isso, criando uma potência mundial que se tornaria o farol para a liberdade no mundo. Seu legado, além da forte administração, está nas lições de comprometimento durante toda a Revolução Americana.

Quando olham para uma pintura de George Washington, muitos imaginam um general destemido e imbatível, que derrotou uma grande potência. Destemido, sim. Imbatível, nem tanto. O que poucos sabem quando seguram uma nota de US$ 1, onde o seu rosto está estampado, é que, apesar da pouca experiência prática na gestão de grandes exércitos convencionais, Washington provou ser um líder capaz e resiliente das forças militares americanas durante a Guerra Revolucionária. E — acredite! — perdeu mais batalhas do que venceu. Antes de sua nomeação como chefe do Exército Continental, Washington nunca havia comandado um grande exército no campo. Contudo, a escolha de prioridades e estratégias lhe renderam vitórias cruciais — como a Batalha de Trenton, em 1776, e de Yorktown, em 1781 — que fizeram com que uma revolução praticamente impossível contra um gigante fosse vitoriosa.

O próprio Washington não foi o mais brilhante intelectualmente dos Pais Fundadores. Não era o mais ambicioso nem o mais capaz. Na verdade, Washington não era um Thomas Jefferson. Nem um Alexander Hamilton. E certamente não era um Benjamin Franklin. Ele não elaborou a Constituição, mas a apoiou com suas ações e palavras. Representou tudo o que a América precisava e ajudou a dar o exemplo do que era um americano. Liderou pessoas implementando os pensamentos e os planos de outras mentes brilhantes, para que o país um dia prosperasse. George Washington nunca foi o homem mais inteligente, espirituoso, ambicioso ou carismático. Mas ele foi George Washington, e era exatamente disso que a América precisava.

Na política, como na guerra, você precisa de poder para vencer e não dissipar suas forças lutando em batalhas que, com certeza, perderá

Quando nos falta o ar em desespero contra algo injusto e maior, tento imaginar o que homens como George Washington nos diriam. Seus discursos caem como uma luva, ou como um cobertor quente em corações cansados, como andam os nossos. Em uma sociedade coberta de platitudes vazias e discursos imediatistas, é um alento mergulhar no universo de quem esteve em uma situação muito pior do que a nossa e deparar com mensagens como essa: “Quanto mais difícil for o conflito, maior será o triunfo. A felicidade humana e o dever moral estão inseparavelmente ligados”.

Somos um povo apaixonado, feliz por natureza, mas que está cansado da luta diária contra um emaranhado de configurações políticas que insistem em frear nosso desenvolvimento como nação. Não é difícil desanimar, confesso. Mas é necessário seguir. Sejamos líderes inspiradores em nossas famílias, em nossas comunidades, com os amigos. É preciso tentar incorporar características desses grandes homens nos sonhos, sim, mas, principalmente, na eficácia e no pragmatismo das ações. Na certeza de que existe a utopia de vencer todas as batalhas.

E não precisamos vencer todas as batalhas, mas as certas. Durante os oito anos da Revolução Americana, o general Washington gastou muito mais tempo, pensamento e energia como organizador e administrador das forças militares do que como estrategista tático. Ele enfrentou duras realidades de alistamentos de curto prazo, deserções, soldados malvestidos e sem equipamentos, congressistas e legisladores estaduais lenientes, traidores do movimento. Mesmo assim, soldados e civis confiaram em sua causa, ideais de todos que estavam cansados das injustas arbitrariedades da Coroa britânica.

Essa semana, li um post de um querido amigo em sua rede social que dizia o seguinte: “Thomas Sowell escreveu um tempo atrás que em uma guerra você não trava batalhas que certamente perderá, apenas porque precisará de suas tropas para lutar mais tarde em batalhas que pode vencer. E cita as tropas britânicas que escaparam de Dunquerque e voltaram à França quatro anos depois, como parte das forças de invasão maciça que invadiram as praias da Normandia, libertaram a França e avançaram para a Alemanha para a derrota final do regime nazista. Na política, como na guerra, você precisa de poder para vencer e não dissipar suas forças lutando em batalhas que, com certeza, perderá. ‘Simbolismo e autoindulgência emocional simplesmente não valem a pena’, disse Sowell. O exército comandado pelo general Washington não era páreo para o exército britânico, nem em experiência militar, nem em poder de fogo. O exército americano repetidamente teve que se retirar, recuar e até mesmo fugir para evitar ser aniquilado. Quando Washington fez sua célebre travessia do Delaware, ele se dirigia para uma vitória dramática, usando soldados que selecionou para aquele momento. Guerras são para vencer, não para gestos simbólicos fúteis que a deixam pior”, completou meu amigo em sua brilhante publicação.

Acredito que, no momento, haja apenas um caminho para nós: a história. Em tempos de pura escassez de líderes mundiais inspiradores, é preciso resgatar os bravos exemplos não apenas de liderança, mas de resiliência, estratégia e inteligência emocional. Nosso Brasil não foi contaminado por agentes do retrocesso em poucos anos. E não será em um ou dois ciclos presidenciais, ou trocando algumas cadeiras do Congresso por parlamentares realmente engajados com o nosso futuro, que veremos nosso horizonte ser ampliado. Não estamos em uma corrida de 100 metros, mas em uma maratona olímpica. 

Para isso, não podemos ser soldados de uma batalha, é necessário a paixão de um patriota, a sabedoria de um estudioso observador e o fôlego de um general. 

É necessário que saibamos ouvir nossa assembleia de vozes com inteligência e escolher a quem ouvir com a alma, jamais com o fígado.

Leia também “A história como liderança”

Ana Paula Henkel, colunista - Revista Oeste 

 

quarta-feira, 11 de agosto de 2021

‘Urnas são confiáveis’, diz Dantas em voto com recados a Bolsonaro no TCU

'Os ataques à democracia podem ser barulhentos; ao desfilar, podem parecer vistosos, mas não passam de fumaça', disse o ministro

Dantas: "Daí a importância de se velar pela preservação das conquistas democráticas, lembrando à sociedade de suas virtudes e das práticas de um período obscuro que elas suplantaram, evitando, assim, que o cidadão seja vítima das armadilhas de um saudosismo míope e desorientado" Ao analisar nesta quarta a proposta de auditoria do TCU sobre o sistema de votação eletrônica do TSE, o ministro Bruno Dantas fez uma defesa contundente da democracia, diante dos movimentos de Jair Bolsonaro para desacreditar o sistema eleitoral.

“A democracia brasileira nos dias de hoje pode ser comparada metaforicamente a um fino corte, um tecido tramado por aqueles que nos antecederam, a partir de uma delicada e complexa técnica de tecelagem, com milhares de nós e camadas sobrepostas formando um arranjo que chamamos de Instituições, estabelecidas pela Constituição”, disse Dantas. “Esse tecido maleável e flamejante às vezes parece frágil, mas sua estrutura é uma sociedade coesa, representada pela Bandeira Nacional. Qualquer um que a tente rasgar se depara com uma costura resistente, à prova das agressões do que eu chamaria de lâminas do arbítrio”, seguiu o ministro.

[ministro! pedindo todas as vênias possíveis, afirmamos que o pronunciamento do senhor é excelente, cheio de citações, frases de efeito, didático, especialmente para os estudantes de literatura, mas NADA PROVA, NADA MOSTRA sobre a     BLINDAGEM TOTAL, por hard e soft das urnas eletrônicas.
O senhor afirma que o sistema é seguro, mas nada apresenta em termos concretos - como o VOTO AUDITÁVEL faz. 
Para acreditar no afirmado pelo senhor, que certamente foi passado por alguém, é preciso proceder como se faz com DOGMAS DE FÉ, se acredita e pronto.
E, ao que sabemos só quem pode tornar uma afirmação DOGMA DE FÉ , é Sua Santidade,  o Papa, atualmente o Papa Francisco.]

Sem citar o desfile de blindados promovido pelo governo no dia em que o Congresso rejeitou a proposta de voto impresso, o ministro foi duro nas observações. “Os ataques à democracia podem ser barulhentos; ao desfilar, podem parecer vistosos, mas não passam de fumaça: pode ser escura e amedrontadora, mas se dissipa na atmosfera cristalina dos ares democráticos. Blindado é o nosso regime de liberdades, blindados são os nossos valores democráticos, blindado é o nosso plexo de garantias fundamentais, blindado deve ser o nosso compromisso irrenunciável com a Constituição que juramos respeitar, cumprir e fazer cumprir”, disse Dantas.

O ministro, em seu voto, descartou fraudes no sistema eletrônico de voto e garantiu que ele é “plenamente auditável”. “De maneira geral, o resultado da auditoria permite a conclusão de que o atual sistema de votação eletrônica é plenamente auditável, aderente ao arranjo normativo instituído, embora comporte melhorias em termos de comunicação para evitar a desinformação e aumentar a compreensão dos eleitores sobre o processo”, disse Dantas.

Implementar o voto impresso, segundo o trabalho do TCU, levaria a maior “intervenção humana no processo”, o que favoreceria fraudes e falhas. “A equipe de fiscalização conclui que a adoção de mecanismo de impressão de cédulas físicas conferíveis pelo eleitor, além de ser medida excessivamente dispendiosa, incrementa a intervenção humana no processo, e consequentemente deixa a sistemática mais vulnerável a fraudes, erros e manipulações”, disse Dantas. “A impressão e a contagem do voto em papel diminuem a segurança da eleição por diversas razões: o voto pode ser subtraído da urna durante a abertura para recontagem; votos falsos podem ser inseridos, a urna pode ser rasgada, extraviada ou sequestrada, seja no transporte, seja no local de guarda”, segue o ministro.[ministro! temos certeza que o senhor sabe perfeitamente que o VOTO AUDITÁVEL não oferece os riscos acima enumerados. Mas, enganos acontecem e portanto, respeitosamente, sugerimos ao senhor que assista o vídeo abaixo:]


Entenda o VOTO AUDITÁVEL em 3 minutos

“A auditoria deste Tribunal concluiu que o sistema eleitoral brasileiro dispõe de mecanismos de fiscalização que permitem a auditoria da votação eletrônica em todas as suas etapas… Os diversos mecanismos de verificação implementados em atendimento às exigências estabelecidas na Lei 9.504/1997, que estabelece as normas para as eleições, trazem um grau satisfatório de confiabilidade e segurança ao processo eleitoral e que a inexistência de voto impresso no regramento eleitoral brasileiro não compromete a auditabilidade do voto”, segue o ministro.

Ao analisar a desinformação em relação ao sistema eleitoral, propagada pelo bolsonarismo, o ministro chama atenção para a responsabilidade das instituições na preservação da confiança na votação: “No caso das eleições brasileiras, julgo haver uma responsabilidade coletiva das instituições, dos líderes e da sociedade civil na disseminação de informação correta e responsável, essencial para a formação da confiança e harmonia da sociedade”. “Alterar o atual sistema pode significar a transferência da confiança na estabilidade tecnológica para dependência da higidez do resultado quase que integralmente nos mesários, que somam hoje aproximadamente 1,8 milhão de pessoas”, diz Dantas.

“O Tribunal pode afirmar ao eleitor brasileiro, do alto de sua credibilidade, fundamentada em sua experiência na aplicação de métodos consagrados de auditoria, que as urnas eletrônicas são auditáveis e confiáveis”, diz o ministro, encerrando com um pensamento sobre a necessidade de lembrar dos erros do passado nesse momento de discursos golpistas no governo. “Nesse sentido já advertia Alexis de Tocqueville, nas páginas de sua obra clássica ‘Da Democracia na América’, ao registrar que quando ‘o passado não ilumina mais o futuro, o espírito caminha nas trevas’. Daí a importância de se velar pela preservação das conquistas democráticas, lembrando à sociedade de suas virtudes e das práticas de um período obscuro que elas suplantaram, evitando, assim, que o cidadão seja vítima das armadilhas de um saudosismo míope e desorientado. Pois é assim que as liberdades morrem. Com estrondosos aplausos”, disse Dantas.

ATUALIZAÇÃO: O ministro Jorge Oliveira pediu vista.

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quinta-feira, 15 de julho de 2021

Dr. Fauci e sua indignação petulante - Gazeta do Povo

Rodrigo Constantino

Agora o Dr. Fauci não está mais sendo tratado como o Deus da Ciência, apesar de muitos jornalistas terem fugido de seus e-mails divulgados como o diabo foge da Cruz, para preservar o mito. Mas vale a pena voltar ao passado para conhecer um pouco melhor dessa figura-chave da pandemia. Faço isso com a ajuda de Charles Ortleb, jornalista que acompanha Dr. Fauci desde os tempos do HIV.

Ele é autor de vários livros sobre o assunto, mostrando principalmente como a postura arrogante de Fauci interditou o debate científico. “Eu acredito que quando cientistas honestos e corajosos finalmente derem ao trabalho de Fauci a devida diligência que merece, eles reconhecerão que ele tem essencialmente conduzido um esquema científico de Ponzi por décadas”, afirma Ortleb. “A ciência agora tem seu próprio Bernie Madoff”, conclui, fazendo alusão ao criminoso que foi capaz de manter um esquema de pirâmide por décadas no mercado financeiro.

Fauci, diz Ortleb, não era conhecido como um cientista brilhante e tinha pouca experiência em gerenciamento de uma grande burocracia. Mas Fauci tinha ambição de sobra. Este cientista sem brilho estava prestes a encontrar sua verdadeira vocação: construir um império. A maior parte do mundo científico não estava ciente do grau em que esse “elenco maluco de personagens” estava improvisando uma ciência inovadora questionável à medida que avançava. E tudo estava sendo feito no estilo Fauci de "indignação petulante", ou seja, com ataques violentos a quem ousasse questionar.

O que Ortleb aponta é o que muitos cientistas à época questionavam sobre a epidemiologia:  e se eles tivessem sido independentes o suficiente para notar que a epidemiologia estava exagerando com sua mão arrogante e tendenciosa e que, na realidade, é um empreendimento subjetivo vulnerável à manipulação política? 
O verdadeiro problema de Fauci eram os jornalistas que não só sabiam soletrar "retrovírus", mas também ouviam muito bem o que ele dizia. 
O tipo de jornalista que também sabia coisas sobre retrovírus e ouvia o que ele dizia tão atentamente e criticamente que podiam tornar a vida desagradável para Fauci e seus poderosos camaradas fazendo perguntas inconvenientes.

Dr. Peter Duesberg era um deles. O biólogo molecular da Universidade de Berkeley, na Califórnia, tinha pesquisas respeitadas sobre a genética do câncer, e trouxe à tona aspectos sobre a AIDS que batiam de frente com a narrativa da equipe de Fauci. Ele não estava dizendo algo semelhante àqueles que dizem que o pouso na lua foi apenas encenado com adereços e uma câmera. Ele era um especialista do calibre Nobel em retrovírus, apontando as deficiências da teoria do HIV na AIDS usando a lógica básica e analisando as evidências disponíveis.

Ali começava, porém, o uso do rótulo “negacionista” para desqualificar cientistas com perguntas incômodas. E ele não estava sozinho: culpar a mídia pela credibilidade dada às ideias de Duesberg ignorou todos os cientistas (eventualmente incluindo dois ganhadores do Prêmio Nobel), que publicamente apoiaram o ceticismo de Duesberg.

Ninguém estava questionando a "integridade como cientista" de Fauci, mas assim ele percebeu a coisa. Sua própria irmã estava simplesmente perguntando se era possível que ele estivesse errado, e a resposta que teria mostrado alguma integridade científica seria: "Sim, minha querida Denise, é sempre possível que eu esteja errado, embora eu ache que o as evidências sugerem que estou certo”. O fato de Fauci ter levado isso de forma totalmente pessoal diz muito sobre os problemas de atitude petulante dos responsáveis pelo combate da AIDS. Questionar suas conclusões era uma ameaça ao seu próprio ser.

O próprio tom de Fauci, sua extraordinária imperiosidade e presunção sobre a estupidez do público, aponta para o problema fundamental de uma sociedade em que comunidades científicas de elite arrogantes e desonestas têm cada vez mais poder. Fauci não seria apenas o juiz e júri do que era verdadeiro na ciência, mas também queria decidir quem merecia escrever sobre isso e o que deveria escrever. Fauci estava basicamente dizendo que ele e seus comparsas só prestariam contas a si mesmos, o que é a essência da comunidade hermeticamente fechada do que deveria ser chamado, para Ortleb, de ciência totalitária, anormal e, em última análise, sociopata. Uma seita!

De certa forma, muito do que aconteceu na conferência sobre a AIDS foi baseado em apelos de autoridade. As autoridades petulantes basicamente disseram: “Nada aqui, pessoal. Por favor, sigam em frente”. E, infelizmente, a comunidade científica e a mídia (com algumas exceções notáveis) fizeram exatamente isso. Anthony Fauci pediu que todos os casos de AIDS com HIV negativo fossem relatados a ele. A equipe de Ortleb reportou treze milhões de casos americanos. Essa é a estimativa do número de casos de Fadiga Crônica e Disfunção Imunológica, uma condição que a pesquisa (se alguém se der ao trabalho de ler) sugere que é essencialmente AIDS HIV-negativa. “Fauci sabia como manipular as alavancas do poder institucional e da criação de imagens de maneiras que Bernie Madoff invejaria”, afirma Ortleb. Para que um esquema Ponzi científico prevaleça na América e na Europa, ninguém deve reconhecer que concordou com uma grande fraude médica e científica. O castelo de cartas do HIV e a parede que separa a AIDS e a Síndrome da Fadiga Crônica são o legado de Fauci, segundo o jornalista.

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Não é necessário entrar aqui na questão de quem estava certo nesse caso. O mais importante é observar que a postura arrogante e autoritária de Fauci vem de longe, e na pandemia foi exacerbada ao extremo. Para a religião secular do cientificismo, era precisa ter um papa, um deus, e Fauci assumiu esse papel com gosto. Os holofotes midiáticos o colocaram em evidência de popstar, saindo em tudo que é capa de revista sobre os mais diversos assuntos, dando entrevistas diariamente. O que ele falava era a voz da ciência, ignorando-se o fato de que ele dizia coisas erráticas, como a própria OMS.

Todo ser humano é falível, suscetível a paixões. Ainda mais alguém como Fauci que era um tecnocrata poderoso, com interesses em jogo, com o mais alto salário do governo federal, e que já havia demonstrado forte ambição e um ego inflado. Ao alçar alguém assim ao patamar de deus da ciência, a mídia ajudou a criar um monstro. A politização da ciência significa a morte da ciência, que clama por questionamentos incômodos, por perguntas difíceis, por refutação de teses. O grande perigo é justamente essa petulância de certos “cientistas”, que encontra eco em parte da imprensa. É uma combinação explosiva.

Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo