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domingo, 7 de agosto de 2022

Paraíso perdido - O Estado de S. Paulo

J. R. Guzzo

Lula e o PT preferem a Petrobras que comprava micos como a refinaria de Pasadena

Uma das ideias fixas que o ex-presidente Lula exibe em sua campanha para a Presidência da República, junto com a volta do imposto sindical e a entrega de uma posição de “importância” para o MST no futuro governo petista, é “recuperar” a Petrobras. 
Na verdade, ele anuncia que vai “recuperar” todas as empresas estatais – que, segundo diz a cada cinco minutos, foram “destruídas” na presente administração. Como assim “recuperar”
À primeira vista não faz nexo. No seu tempo, Lula e a sua sucessora conseguiram um feito inédito na história mundial da indústria de combustíveis: quase quebraram uma empresa de petróleo e, pior ainda, uma empresa que tem o monopólio do setor no Brasil. 
Só não quebraram porque você e os demais pagadores de impostos deste país tiraram dinheiro do bolso para pagar os prejuízos e impedir a falência. À segunda vista, porém, é perfeitamente compreensível o projeto de fazer a Petrobras voltar “a ser o que era”.
 
A Petrobras de hoje dá lucro; em 2021, aliás, teve mais de R$ 100 bilhões de lucro, o maior dos seus quase 70 anos de história. Neste ano de 2022, só no primeiro semestre, já teve um lucro de quase outros R$ 100 bilhões – mais do que o dobro do que foi obtido no mesmo período do ano passado. O desagradável desta história, para quem quer voltar à Petrobras de antigamente, é que os lucros vão para os acionistas a começar pelo Tesouro Nacional, que é o maior acionista de todos. Qual é a graça disso? 
Lula, o PT e o “campo progressista” não estão interessados em estatal que dá dinheiro ao erário. 
 
Preferem, e estão dizendo isso em voz alta, a Petrobras que comprava micos de categoria mundial como o monte de ferro velho da refinaria americana de Pasadena
Querem voltar aos tempos da refinaria Abreu e Lima, que deveria ser construída por R$ 2 bilhões, já está custando mais de 20 e até hoje só opera parcialmente. 
Ou, ainda, estão com saudades de fornecedores como a empresa de sondas que recebia o preço das sondas, não entregava sonda nenhuma e acabou pedindo falência. 
Essa Petrobras era um desastre para o público pagante, mas uma bênção do céu para os amigos da diretoria, os amigos dos amigos e quem mais tirava proveito do prejuízo que ela tinha. 
É claro que essa gente está desesperada para recuperar o paraíso que perdeu.

As estatais da era petista deixaram um prejuízo de R$ 40 bilhões. 
Hoje é o contrário: só em 2021 o lucro ficou perto dos 190 bi, uma das razões pelas quais foi possível aumentar os gastos sociais, reduzir impostos e conseguir superávit das contas públicas. 
 A vontade de voltar ao passado é uma questão de aritmética.
 
J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo 
 

sábado, 18 de junho de 2022

Decisão de André Mendonça sobre Petrobras e ICMS dos combustíveis causa mal-estar no STF - O Globo

O ministro do STF André Mendonça Divulgação
A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça de determinar que os estados efetuem a cobrança do ICMS dos combustíveis sobre uma base de cálculo menor a partir de 1º de julho repercutiu mal entre outros integrantes da Corte.[se eles não gostaram é sinal que a decisão é boa.
Presidente Bolsonaro, respeitosamente, mesmo não sendo nossa especialidade, pedimos permissão para lhe passar um ALERTA, que é: NÃO PEGUE CORDA e NÃO ENTRE NESSA DE REGULAR PREÇOS DOS COMBUSTÍVEIS.É um negócio complexo já que o Brasil vende algum petróleo,  mas também tem que comprar e, perdão pelo óbvio, se trata de um produto que tem seu preço fixado pelo mercado internacional (varia independentemente  da vontade do Brasil ou de outros países) e o resultado do preço é cotado em dólar (moeda sobre a qual também o Brasil e outros países não tem controle.
Tem certos indivíduos, inimigos do Brasil e do senhor, que estão lhe dando corda e o senhor aceitando. Tais elementos sabem qualquer medida que o senhor adote,terá vida curta = sem muito três ou quatro meses para implodir e NÃO PODE SER ESQUECIDO o que está previsto ocorrer no Brasil em pouco menos de quatro meses. O senhor ficará em uma situação pior que Sarney quando o Plano Cruzado implodiu. É isso que muitos que aplaudem suas ideias sobre controle de preços dos combustíveis querem que ocorra.
Para eles, o fracasso de Vossa Excelência, ainda que levando junto o Brasil, é o que importa.
O ALERTA ESTÁ DADO.]

No despacho dessa sexta-feira, Mendonça também determinou que a Petrobras explique, num prazo de cinco dias, quais são os critérios adotados para reajustar os preços dos combustíveis.

A avaliação de ministros ouvidos pelo GLOBO é a de que o ministro do STF, André Mendonça,  [se vão citar sempre quem indicou o ministro André Mendonça ou o Nunes Marques, por uma questão de Justiça e imparcialidade devem citar os indicados pelo 'luladrão', incluindo o apadrinhado pela senhora Marisa,  pela Dilma, pelo Temer,  indicado pelo presidente Jair Bolsonaro.] "ampliou" o que estava sendo discutido na ação em que deu a decisão. No entendimento de interlocutores da Corte, [como sempre anônimos, portanto, podem até não existir.] Mendonça "invadiu" o que estava tratado em outro recurso, que está sob a relatoria do ministro Gilmar Mendes, decano do tribunal.

Mendonça é o relator de uma ação apresentada ao STF em maio, em que o governo federal questiona o ICMS cobrado pelos estados sobre os combustíveis, uma ação direta de inconstitucionalidade. E foi nesse caso que ele decidiu nessa sexta-feira.

Na última terça-feira, porém, a Advocacia-Geral da União (AGU) ingressou com uma outra ação pedindo para que o STF determinasse que as alíquotas de combustíveis fossem fixadas na alíquota básica (17% ou 18%) ou, abordando essencialidade e da seletividade do ICMS.

No pedido, o governo solicitou que o recurso fosse encaminhado para Mendonça em razão da outra ação, pois haveria a chamada prevenção. O processo, contudo, foi distribuído por sorteio, e acabou ficando com Gilmar. A interlocutores, os ministros críticos à decisão de Mendonça têm dito que o ministro ignorou a existência de outra ação do governo sobre o ICMS, ultrapassando o que estava no pedido original relatado por ele.

Na ação que está com o decano, ainda não houve decisão, apenas um despacho publicado na última quarta-feira em que o ministro pediu informações e manifestações do Advogado-Geral da União e do Procurador-Geral da República.

Economia - O Globo


sexta-feira, 17 de junho de 2022

Reajuste de combustíveis provoca ofensiva de governo, Congresso e STF contra Petrobras; entenda

Presidente Jair Bolsonaro, Arthur Lira e André Mendonça partiram para cima da Petrobras, depois que a estatal anunciou aumento de preços dos combustíveis

O governo Jair Bolsonaro, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF) partiram para cima da Petrobras, depois que a estatal anunciou aumento de preços dos combustíveis nesta sexta-feira, 17.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), defendeu dobrar o imposto cobrado sobre o lucro da petroleira para bancar um subsídio ao diesel, seja direto para a empresa ou na forma de uma "bolsa" para caminhoneiros, taxistas e motoristas de aplicativo.

Já no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro André Mendonça, indicado por Bolsonaro, determinou que os Estados passem a cobrar alíquotas uniformes sobre todos os combustíveis (diesel, gasolina, etanol e gás de cozinha). A estatal também terá que prestar informações ao STF sobre a formação dos preços dos combustíveis nos últimos meses.

Bolsonaro chamou o aumento de "traição com o povo brasileiro" e afirmou que está articulando com a cúpula da Câmara dos Deputados a criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a direção da Petrobras que ele mesmo indicou.  Nesta manhã, a Petrobras anunciou que o preço da gasolina será reajustado amanhã em 5,2%, passando a custar R$ 4,06. Já o litro do diesel subirá 14,2%, para R$ 5,61.

O entorno de Bolsonaro teme os impactos do salto dos combustíveis nos planos de reeleição do presidente. O governo pressiona pela saída imediata do presidente da Petrobras, José Mauro Coelho. Como principal acionista, a União recebe a maior parte dos dividendos da estatal, que vão direto para o caixa do governo. Como mostrou o Estadão, entre janeiro de 2019 (início do governo Bolsonaro) e março deste ano, a Petrobras já injetou nos cofres federais R$ 447 bilhões, levando-se em conta, além dos dividendos, os impostos e os royalties pagos.

Em meio aos ruídos políticos, as ações da Petrobras renovaram as mínimas neste tarde com queda de -10,07% (ON) e -9,73% (PN), acumulando desde o início do pregão uma perda de 39,5 bilhões em valor de mercado.


Veja cada uma das frentes de ofensiva contra a Petrobras:
Congresso
Segundo Lira, os parlamentares vão aprovar proposta para dobrar a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) da Petrobras e mudar a política de preços da companhia atrelada ao mercado internacional. Segundo ele, já há uma proposta similar a essa nos Estados Unidos, feita pelo presidente Joe Biden. "As petrolíferas lá pagam 21% de impostos sobre o lucro e eles estão discutindo dobrar", ressaltou.

Lira antecipou que os recursos com o dinheiro da taxação vão ser usados diretamente para bancar a diferença do custo do diesel do exterior ou para ser usado para um vale para caminhoneiros, taxistas e motoristas de aplicativos, fora do teto de gastos, a regra que limita o crescimento das despesas à inflação. Na prática, a medida sugerida por ele é de um subsídio.

O presidente da Câmara disse que nada justifica a decisão do Conselho de Administração da Petrobras "capitaneado" por um presidente demitido faça uma reunião num dia de feriado para dar um aumento de preço na magnitude do que foi anunciado. Ele ponderou que há várias formas de fazer o reajuste, com vários espaçamentos no tempo, e com "sensibilidade" necessária num momento em que o País está saindo da pandemia no meio de uma guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

STF
No dia em que a Petrobras anunciou um novo reajuste dos combustíveis,
Mendonça determinou que a estatal informe ao STF, no prazo de cinco dias, sobre os critérios adotados para a política de preços estabelecida nos últimos 60 meses pela petroleira. A decisão foi tomada na ação que tramita na Corte e discute a regulamentação dos Estados sobre o ICMS único para combustíveis.

O ministro também decidiu que as alíquotas do ICMS cobradas sobre todos combustíveis devem ser uniformes em todo o País. Ele suspendeu a eficácia do convênio assinado pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), órgão que reúne os secretários de Fazenda dos Estados, em março deste ano.

O Confaz tinha estabelecido alíquota de R$ 1,006 por litro de diesel S10 (o mais usado no país), mais alta que a praticada na maioria dos estados. O acordo, no entanto, autorizava os governos a praticar valores menores. O ministro do STF determinou que o Confaz edite uma nova regra sobre o tema. Até lá, o cálculo do ICMS sobre os combustíveis deve levar em conta a média de preços praticados nos últimos 60 meses (cinco anos). A medida, tomada de forma individual, vale não só para o diesel, mas também para todos os combustíveis.

Bolsonaro
Em reação ao novo reajuste dos combustíveis anunciado mais cedo pela Petrobras, o presidente Jair Bolsonaro defendeu nesta sexta-feira, 17, a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso para investigar a atuação da empresa e investigar o aumento dos preços, chamado por ele de "inconcebível". "A ideia nossa é propor uma CPI para investigar o presidente da Petrobras, os seus diretores e também o Conselho Administrativo e fiscal. Nós queremos saber se tem algo errado nessa conduta deles", afirmou em entrevista a uma rádio em Natal.

De acordo com o presidente, a medida já é negociada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), junto a líderes partidários. "É inconcebível se conceder um reajuste, com combustível lá em cima e com os lucros exorbitantes que a Petrobras está tendo", seguiu Bolsonaro na entrevista. O chefe do Executivo disse que a CPI é o caminho para "colocar a nu" e dar um "ponto final" no que chamou de "processo irracional" de aumento dos combustíveis.

Economia - O Estado de S. Paulo 


sexta-feira, 10 de junho de 2022

O cheque sem fundos de Lula - O Estado de S. Paulo

Rascunho de programa econômico confirma que o PT quer reeditar políticas que afundaram o País, mas num cenário muito pior do que quando esteve no poder

Líder nas pesquisas de intenção de voto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se mantinha evasivo a respeito do plano de governo de sua candidatura. Qualquer manifestação espontânea de sua parte, marca de sua trajetória como dirigente sindical e político, colocava em risco o discurso que pretendia encarnar: o de líder de uma frente ampla em defesa da democracia que deixou as divergências de lado ao se aliar a um antigo adversário político, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin. Mas se nos eventos em que prega para convertidos Lula já havia deixado escapar suas convicções, o rascunho de seu plano de governo só confirma que o PT não aprendeu nada com o passado.

Depois de um legado de recessão econômica, é inacreditável que o partido continue a insistir nos mesmos erros cometidos em período tão recente da história brasileira.  
Entre as ideias centrais do documento está a revogação do teto de gastos, fundamental para conter a gastança desenfreada do governo Dilma Rousseff. Outro alvo é a reforma trabalhista de 2017, que assegurou o trabalho a distância durante a pandemia de covid-19 e teve vários de seus dispositivos já reconhecidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). 
Cabe então uma pergunta: o que PT e Lula pretendem colocar no lugar?  
Basta ler o teor do documento para vislumbrar um futuro enraizado em um passado supostamente glorioso. 
Uma das premissas é “colocar o pobre outra vez no Orçamento” e taxar os mais ricos, mas não há nenhuma explicação sobre o que impediu os petistas, na longa década em que estiveram no poder, de aprovar uma reforma tributária. 
 
No lugar do teto de gastos, o programa propõe um “novo regime fiscal que disponha de credibilidade, previsibilidade e sustentabilidade, que possua flexibilidade e garanta a atuação anticíclica”. Na falta de esclarecimentos sobre o que essa frase significa, é bom lembrar que as medidas anticíclicas petistas foram precisamente a causa da ruína fiscal em que o País se meteu. 
Economistas são unânimes ao apontar que o ciclo de alta de preços das commodities, que coincidiu com o governo Lula, foi fundamental para garantir o crescimento do PIB e a queda do desemprego ao longo da primeira década de 2000. O problema é que, quando esse período vantajoso para a economia brasileira se encerrou, os governos petistas mantiveram a aposta em políticas caras, mal desenhadas e pouco efetivas. 
 
Mesmo diante de sinais claros de uma economia excessivamente aquecida, a taxa de juros foi mantida em níveis excessivamente baixos. 
O governo, por sua vez, ampliou o gasto público de maneira imprudente, com o uso de bancos públicos para bancar uma política industrial de empréstimos subsidiados aos “campeões nacionais”, aumento real de servidores, expansão sem critérios do programa de financiamento estudantil Fies, represamento artificial de preços de combustíveis e de energia e investimentos com retornospatrióticos” assumidos pela Petrobras, Eletrobras e fundos de pensão
São medidas, entre muitas outras iniciativas questionáveis, que contribuíram para empobrecer o País, já devidamente destrinchadas por economistas e convenientemente esquecidas pela classe política.

O PT reitera agora a defesa da recomposição do “papel indutor e coordenador do Estado e das empresas estatais” no desenvolvimento e da necessidade de “fortalecimento dos bancos públicos, e prega que a Petrobras seja “colocada de novo a serviço do povo brasileiro”. Ou seja, é um grande salto para trás. [e a volta da roubalheira.]

Como bem definiu o jornalista argentino Joaquín Morales de Sá, não há populismo que sobreviva sem talão de cheques – isto é, o populismo requer muito dinheiro, inclusive de recursos que pertencem a gerações futuras, e precisa de uma conjuntura muito favorável, como foi o caso do ciclo das commodities, que criou a falsa sensação de uma “era dourada” do petismo. Hoje, com a terrível conjunção de guerra, pandemia e toda a razia bolsonarista que maltratou o País,[(sic) - quem maltratou o Brasil foi a roubalheira petista = quase R$ 10.000.000.000.000 = dez trilhões de reais.] o único cheque que Lula terá condições de passar, se eleito, provavelmente não terá fundos.

 Opinião - O Estado de S. Paulo

 

quinta-feira, 2 de junho de 2022

Corrupção na Petrobras jamais será esquecida - Gazeta do Povo

Alexandre Garcia

Estatal

Tem aquele ditado que diz "pau que bate em Chico, bate em Francisco". Mas para o Supremo Tribunal Federal, e até para Câmara dos Deputados, parece que não é assim
Algumas coisas da Constituição valem para uns e não valem para outros.

Por exemplo, a inviolabilidade de deputados e senadores por quaisquer palavras não valeu para o deputado Daniel Silveira (PTB-RJ). Nem no Supremo nem na própria Câmara. Mas, agora, a queixa de um senador contra uma deputada foi arquivada com base nisso.

Síndrome Pós-Covid atinge metade das pessoas que tiveram Covid, mas tem tratamento 

O que diz a comissão do TSE sobre as tentativas de “hackear” as urnas

O caso envolve o senador pernambucano Humberto Costa, que foi ministro da Saúde no governo do PT. Ele moveu uma ação no Conselho de Ética da Câmara contra a deputada Soraya Manato, do PTB do Espírito Santo. Ela escreveu nas redes sociais que Costa estava envolvido na Lava Jato. E depois o chamou de vampiro da saúde, porque ele era ex-ministro da Saúde.
Então, Costa acionou Soraya no Conselho de Ética, achando um absurdo e falta de decoro. O relator da representação, claro, mandou para o arquivo, dizendo que a deputada é inviolável por quaisquer palavras. Só que isso não valeu para Daniel Silveira
E aí eu fico me perguntando: tem uma Constituição para uns e uma Constituição para outros? [exatamente exato; para os conservadores, os de direita e apoiadores do presidente Bolsonaro a Constituição usada é a mesma que condenou Daniel Silveira (beneficiado por decreto de graça, concedido pelo presidente Bolsonaro); 
para a turma da esquerda, os inimigos do Brasil = inimigos do presidente e os da turma do establishment é usada a outra.]

Chefões estão livres

Estou no Rio Grande do Sul e agora mesmo fico sabendo que Lula também está por aqui.   
Chegou por Porto Alegre, que é a sede do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, a segunda instância dos processos da Lava Jato, que revisou os dois processos de Lula: do triplex no Guarujá e do sítio de Atibaia.                                                                                                          O tribunal não só confirmou as condenações como aumentou as penas contra o ex-presidente
E ainda seguiu recurso lá no Superior Tribunal de Justiça, que confirmou de novo a condenação. 
E, no entanto, o Supremo Tribunal Federal foi lá e anulou tudo.
 
Por que estou dizendo isso? Porque, nesta quarta-feira (1º), o Tribunal de Contas da União mandou um ex-diretor da Petrobras nomeado por Lula, o Renato Duque, devolver R$ 975 milhões à empresa
Por causa das obras de duas refinarias que foram abandonadas no governo Dilma Rousseff. Duque ficou durante todo o governo petista na Petrobras e dizem que era o homem de José Dirceu dentro da empresa.
 
Renato Duque já tinha sido condenado a 57 anos de prisão, fez acordo de delação premiada e entregou mais gente. Aí eu lembro também do Pedro Barusco, outro ex-gerente da Petrobras, que, de uma hora para outra, devolveu R$ 182 milhões que estavam na conta dele na Suíça. 
E ainda prometeu devolver mais R$ 121 milhões.
 
Ao todo já foram devolvidos mais de R$ 6 bilhões desviados da Petrobras pela corrupção. Os corruptos devolveram, confessaram o crime e, no entanto, os poderosos chefões foram liberados pelo Supremo. 
Não faz sentido. É querer tapar o sol com a peneira, querer imaginar que nós vamos acreditar nessas decisões do Supremo, de gente que foi condenada.

Alexandre Garcia,  colunista - Gazeta do Povo - VOZES


quarta-feira, 1 de junho de 2022

Petrobras diz que pode faltar diesel. Quem acredita? - VOZES

Alexandre Garcia

Combustível

Estudo da Petrobras informa que pode haver falta de diesel no mercado brasileiro no segundo semestre se preço de mercado não for respeitado.

Estou achando muito estranha essa notícia de que pode faltar diesel no Brasil. Porque a notícia tem um condicionante: se houver preço de mercado, aí não vai faltar diesel. Quer dizer, nós vamos ter que pagar mais para não faltar. Na realidade não está faltando e nem vai faltar. Não há escassez do diesel; ele está disponível. Agora só estará disponível se aumentar de preço. É estranho!

Parece ser um movimento contra o que o presidente Jair Bolsonaro,
que vem reclamando que está muito caro o diesel, que a Petrobras está ganhando um lucro excessivo, acima das maiores petroleiras do mundo – só perde para a empresa da Arábia Saudita. Portanto, não é caso de escassez, é caso de preço.

Onde é que está essa história de que pode faltar diesel? Está num estudo feito dentro da Petrobras intitulado "Combustíveis: desafios e soluções". Eu me pergunto: quem fez isso? Gostaria até de saber mais: qual é a cor política e ideológica de quem fez isso?

Programa Segunda Opinião discute a batalha entre abortistas e os defensores da vida. Como está esta disputa no Brasil e no mundo?

Defesa da vida deveria ser bandeira de todos e não, uma batalha ideológica

A Petrobras é uma empresa de economia mista, tem ações na bolsa. Tem que agir como empresa privada, mas o acionista majoritário é o governo federal, é o Tesouro Nacional, é a União, ou seja, o acionista majoritário é o povo brasileiro.

Essa história de que vai faltar diesel se não for praticado o preço de mercado, que sobe a cada dia, soa como uma ameaça contra o povo. Parece que é inimigo do povo. 
Porque se aumentar o preço do combustível, aumenta a inflação, o preço de tudo. 
E ainda ameaça o escoamento da safra, porque diz que será no segundo semestre, exatamente quando haverá eleição. É estranho!

Então parece que o motivo é outro. Querem provocar inflação e gerar insatisfação contra o governo, atingir o caminhoneiro – 90% dos caminhoneiros são eleitores de Bolsonaro; atingir o escoamento da safra – 90% dos eleitores do agro, no mínimo, são eleitores de Bolsonaro. Será que tem uma motivação política eleitoral nessa história?

Parece uma ingênua tentativa de impor sob ameaça um preço alto no combustível para causar inflação e insatisfação para o povo, em especial para os caminhoneiros e para o agro. Parece que está muito bem dirigido isso. É uma hipótese que deixo para vocês pensarem a respeito.

Mudaram a biografia de Alckmin

Viram a última edição da nova biografia de Geraldo Alckmin formulada por Lula?  Ele disse em entrevista na rádio Band do Rio Grande do Sul que Alckmin foi contra o impeachment de Dilma Rousseff. 
Mas todo mundo sabe que ele foi a favor e, inclusive, fez manifestações a respeito.

Eu fico pensando se haverá novas versões mais para frente. Dizendo, por exemplo, que, em 2006, quando disputou a presidência com Lula, Alckmin estava torcendo por Lula. Os absurdos são tantos que a gente até admite que possa haver mais essa.

Donos do próprio nariz
A taxa de desemprego de 10,5% no trimestre que vai de fevereiro a abril é a mais baixa desde 2015. E tem mais. No ano passado, na pandemia, surgiram 682,7 mil microempresas e 122 mil empresas de pequeno porte.

Sabem o que é isso? Gente que não quer mais saber de carteira assinada. Que aparece como desempregado, mas na verdade é dono do próprio nariz, embora correndo os riscos do mercado.

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES 

 

terça-feira, 10 de maio de 2022

O maior lucro do mundo entre todas as petroleiras é da Petrobras - Gazeta do Povo

Alexandre Garcia

Diesel mais caro

Petrobras lucrou mais que qualquer outra grande petroleira do mundo no primeiro trimestre do ano - Foto: Agência Petrobras

Eu fico me perguntando o que vai fazer a ministra Cármen Lúcia, que virou relatora de uma ação protocolada por um partido político do Congresso para investigar o estupro e morte de uma índia yanomami de 12 anos e de um bebê que foi jogado no rio por garimpeiros? A Polícia Federal foi acionada para apurar o caso e não achou nada.

O noticiário insistiu e disse que os yanomamis fugiram e os garimpeiros queimaram a aldeia deles
. Agora encontraram os yanomamis, fizeram contato com eles e descobriram que estão "vivinhos da Silva". Eles mesmo queimaram a aldeia antes de ir embora porque são nômades, caminham por aí, e tem um imenso território para andar, e não são muitos.

Só para vocês saberem: eles não são uma nação; eles são várias grandes famílias que têm dificuldades, muitas vezes, de relacionamento. O pessoal que trabalha com eles conta que se conversar com um chefe yanomami, e depois chamar outro para conversar, esse outro vai vir desgostoso e se queixar porque chamou o fulano primeiro. Se tiver uma reunião com seis, eles não vão querer sentar um ao lado de outro. Uma coisa assim. Só para gente saber que tem briga entre eles.

A Polícia Federal foi lá,
não achou nenhum indício do caso da menina e do bebê ou de alguma invasão ou confronto.  
E o que vai fazer a ministra Cármen Lúcia agora, vai enquadrar alguém por falsa comunicação de crime? 
O que será que é isso? 
Será que tem uma condição? Tem! É pedir uma tutela da ONU para aquela região, que é muito rica.

Não sei se vocês lembram, mas já foi pedido isso. O Conselho de Segurança da ONU rejeitou graças à Rússia, que vetou. Agora com o governo Joe Biden, os Estados Unidos aplaudirão de pé se houver uma iniciativa assim.

Vejam só, por exemplo: nós, brasileiros, estamos pagando R$ 90 milhões para os indígenas por onde passará o linhão que vai levar energia elétrica para Boa Vista. No entanto, ali perto, tem o Rio Coutinho, que tem um desnível de 600 metros, pouca distância, e nunca viveu um índio por ali, mas está dentro da reserva Raposa Serra do Sol. Não pode mexer lá.

Bolsonaro visitou a Guiana para acertar o aproveitamento hidrelétrico para abastecer Roraima. Se tivesse uma hidrelétrica no Rio Coutinho, estava abastecendo até Manaus e sobrando energia. A Raposa Serra do Sol é uma criação do Supremo Tribunal Federal no governo Lula.
 
Diesel sobe e o lucro da Petrobras também
A Petrobras anunciou mais um reajuste no preço do diesel. Na refinaria subiu 8,87%. O presidente Jair Bolsonaro está chiando porque os caminhoneiros que o apoiam também estão chiando. Reclamou na live de quinta-feira passada que a empresa tem um um lucro absurdo e com razão.

É o maior lucro do mundo entre todas as grandes petroleiras. O lucro em dólar da Petrobras foi de US$ 8,6 bilhões. Da Shell, US$ 7,1 bi; da Chevron, US$ 6,3 bi; da Exxon, US$ 5,5 bi. A Brighton teve prejuízo. Essas grandes tiveram pouco lucro porque saíram da Rússia. Todo mundo que bloqueou a Rússia teve prejuízo porque é um país muito grande.

Só a petroleira chinesa teve percentualmente mais lucro: 37,7% sobre a receita. A Petrobras teve lucro de 31,6%. Mas a chinesa teve um lucro menor que a Petrobras, US$ 5,4 bilhões. A Exxon teve um lucro de 6%; a Shell 8%; e a Petrobras 31%.

Tudo bem, o maior acionista, a União, vai levar muito desse lucro, cerca de R$ 17,7 bilhões. Mas o presidente Bolsonaro não está festejando, está lamentando, porque os caminhoneiros é que vão pagar com esse aumento do diesel e estamos em ano eleitoral.
 
Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
 
 

domingo, 3 de abril de 2022

O roubo admitido - Carlos Alberto Sardenberg

Bolsonaro e Lula se ocuparam do tema Petrobras nesta semana. Sobraram equívocos, alguns curiosamente idênticos. Os dois, por exemplo, acham que a estatal só trabalha para ela mesma e para os acionistas do mercado privado.

A diferença é que, para Lula, a Petrobras do PT era uma grande empresa de tecnologia, que apoiava o desenvolvimento nacional.

Por que não é mais?

Segundo Lula, porque inventaram anarrativa” da corrupção, envolvendo não apenas a empresa, mas também seus funcionários. As mentiras foram tantas, diz o ex-presidente, que empregados da Petrobras não podiam entrar em restaurantes “porque eram chamados de ladrões”. E se, na visão de Lula, não houve corrupção, mas uma narrativa de roubalheira, cabe ao PT responder com outra narrativa, que explique isso ao povo.

Mesmo com toda a lábia de Lula, vai ser difícil. Não há uma narrativa, mas toda uma documentação, em tribunais brasileiros e internacionais, mostrando o sistema de corrupção implantado em torno da Petrobras.

Os competentes funcionários da estatal não foram acusados. Foram denunciados e punidos diretores e gerentes nomeados por indicação de partidos políticos e que se associaram a grandes empresas para arrecadar dinheiro para campanhas e, depois, para os bolsos próprios.

Essa associação entre governos, estatais e empresas contratadas vem de muito antes do PT chegar à Presidência da República. Vem das prefeituras, por exemplo, como a de Santo André. Recomendo o documentário “Celso Daniel” , da Globoplay, sobre o assassinato do então prefeito de Santo André.  
Ao longo do processo, surgiram duas versões principais. A primeira, que havia sido um crime comum, cometido por engano. Os bandidos teriam sequestrado a pessoa errada.

A segunda versão, alimentada por familiares de Celso Daniel, dizia que o então prefeito havia descoberto um esquema de corrupção com as empresas de ônibus e por isso teria sido apagado.  Não é o caso de discutir aqui qual versão deve prevalecer. Mas o documentário deixa claro que havia um esquema de arrecadação de dinheiro das empresas de ônibus.

Quem conta isso, no documentário, é um ilustre procer do PT, Gilberto Carvalho, que trabalhava com Celso Daniel.

No capítulo 3, ele conta que foi acalmar os familiares do Celso Daniel, nervosos com a história de corrupção. E disse assim, conforme se ouve a partir do segundo minuto: “Olha, qualquer grupo político, para fazer campanha eleitoral, precisa arrecadar. Essa arrecadação pode ser feita legalmente ou à margem da lei, no caixa dois e tal. No caso de Santo André, as campanhas eram feitas, o Sérgio era o encarregado. Possivelmente você tinha prática de caixa dois, sim”.

Na mesma conversa, Gilberto Carvalho apressa-se a tranquilizar os irmãos de Celso Daniel. Repete que houve caixa dois, mas afirma: “o irmão de vocês nunca se meteu em corrupção no sentido de ter proveito próprio”. Ou seja, roubar para o partido pode.

No julgamento do mensalão os advogados de Delúbio Soares, então tesoureiro do PT, admitiram que havia esquema de caixa dois, apelidado de recursos não contabilizados, e tentaram classificar essa prática como mera infração eleitoral – coisa pequena.

Essa tese era normalmente aceita nos tribunais. No julgamento do mensalão, Joaquim Barbosa à frente, foi classificada como é de fato: roubo, assalto à população. Se as empresas de ônibus precisavam pagar caixinha ao PT, de onde tiravam esse dinheiro? Das passagens que, por isso, tinham que ser mais caras.

Foi esse mesmo esquema praticado na Petrobras, levado ao máximo. E como sempre acontecia, parte do dinheiro ia para bolsos particulares.
A Lava Jato apanhou isso
.  
Mas como a onda agora é desmoralizar a operação, recomendo uma visita ao site do Secretaria do Tesouro do governo americano. Procurem por Kleptocracy Asset Recovery Rewards Program – um programa criado pelo Congresso para recuperar dinheiro de propinas.

Há, por exemplo, boa recompensa para quem indicar onde está dinheiro de propinas pagas pela Odebrecht e Braskem – esta uma associação entre Petrobras e Odebrecht.

 Carlos Alberto Sardenberg, jornalista 

Coluna publicada em O Globo - Economia 2 de abril de 2022

 

sábado, 2 de abril de 2022

Crucificando a verdade - Editorial

Gazeta do Povo

“O que fizeram com a Petrobras foi crucificar a mais importante empresa que nós tínhamos no Brasil”, disse o ex-presidente, ex-presidiário e ex-condenado Lula [atualizando = se tornou ex-condenado, porém, não foi inocentado, portanto, continua culpado em sentença confirmada em três instância e nove juízes.] a uma claque de sindicalistas da Frente Única dos Petroleiros, no Rio de Janeiro, na terça-feira. Quem “fizeram”? Os outros, claro – a Lava Jato, os Estados Unidos, o “capital financeiro” –, não os petistas, que tiveram nas mãos a estatal de petróleo por 13 anos e meio. Lula, mais uma vez, aposta na memória curta do brasileiro e na indignação do cidadão com os altos preços dos combustíveis para espalhar mentiras convenientes e prometer a mesma solução que quase destruiu a Petrobras no passado.

A julgar pelas palavras de Lula, alguém haveria de pensar que foram os procuradores da força-tarefa da Lava Jato, não um Conselho de Administração cheio de petistas graúdos como Antonio Palocci, Jaques Wagner e Dilma Rousseff, quem tomou a desastrosa decisão de adquirir uma refinaria no Texas por meio de um contrato mal redigido, com cláusulas claramente prejudiciais à Petrobras. Ou, então, que foi Sergio Moro, e não o próprio Lula, quem sugeriu a Evo Morales se apossar de unidades da Petrobras na Bolívia e acertou com o ditador Hugo Chávez a construção de uma outra refinaria, em Pernambuco – Abreu e Lima terminou custando muito mais que o previsto, e o calote venezuelano deixou todo o preço da camaradagem ideológica nas costas dos brasileiros. 

Ou, ainda, que foram os desembargadores do TRF-4, em Porto Alegre, e não Graça Foster e os diretores a ela subordinados, que represaram artificialmente o preço dos combustíveis em 2014 para não prejudicar a reeleição de Dilma Rousseff, e com isso impuseram tanto prejuízo à Petrobras que fizeram dela a petrolífera mais endividada do mundo. Tudo isso sem falar do gigantesco esquema de corrupção organizado pelo petismo, com o apoio de partidos da base aliada e de empreiteiras, para sangrar a Petrobras e outras estatais em nome do projeto de poder da legenda. A verdade é esta: quem “crucificou” a Petrobras foi o petismo.
O petismo “crucificou” a Petrobras, e foram a Operação Lava Jato e a gestão profissional pós-petista que “ressuscitaram” a estatal

“Uma parcela de promotores, daquela quadrilha da força-tarefa de Curitiba, criou a narrativa de que quem defende a Petrobras é corrupto”, disse Lula, mais uma vez apostando na distorção. Pois aquilo que o petismo chama de “defesa da Petrobras” não passa da defesa do uso político da Petrobras – como naquele célebre evento de 2015 no qual, enquanto Lula discursava dentro da sede da Associação Brasileira de Imprensa, militantes petistas agrediam a pontapés uns poucos manifestantes (incluindo funcionários da Petrobras) que criticavam a roubalheira. O petismo jamais “defendeu” a Petrobras; quem o fez foram aqueles que trabalharam por sua recuperação. 

Quem recuperou bilhões de reais desviados pela corrupção e devolvidos à Petrobras: o PT ou a Lava Jato? Quem implantou políticas de mercado que reduziram o endividamento da companhia ao encerrar a manipulação política de preços de combustíveis: Lindbergh Farias e Gleisi Hoffmann, ou Pedro Parente, Ivan Monteiro, Roberto Castello Branco e Joaquim Silva e Luna? Qualquer brasileiro minimamente informado sabe as respostas e tem certeza de que, se foi o petismo que “crucificou” a Petrobras, foram a Operação Lava Jato e a gestão profissional pós-petista que “ressuscitaram” a estatal.

E Lula está tão convicto de que destruir a Petrobras foi a coisa certa a fazer que ele promete, sem o menor pudor, repetir a dose – como, aliás, tem feito em praticamente todas as suas declarações sobre política econômica. O evento com os petroleiros foi marcado por críticas à política de preços que segue as cotações internacionais do petróleo, implantada quando Michel Temer assumiu a Presidência da República e indicou Parente para a estatal. José Sérgio Gabrielli, que presidiu a Petrobras de 2005 a 2012, criticou os “altos lucros” da empresa sem mencionar que eles são necessários para amortizar as dívidas deixadas pelo descalabro petista. [Temer, durante o período que presidiu o Brasil, substituindo a 'escarrada' petista, fez excelentes indicações; porém, fez uma, que foi a pior das piores, a que sepultou de vez o pouco que ele fez de bom
Temer passará à  história como autor da indicação que nem Stalin, Kim Jong-un, Pol Pot e outros sinistros personagens foram, ou são capazes de fazer.
Acreditamos ser desnecessário conceder mais holofotes ao indicado, citando-o, todos  sabem de quem se trata, aliás, já sabiam antes de ler essa nossa opinião.]  Para Lula, é só repetir que “quando o petróleo é nosso, a gasolina é mais barata, o óleo diesel é mais barato, o gás é mais barato”, certo de que basta o slogan para esconder o fato de que a autossuficiência brasileira é apenas nominal, não real, já que o país não é capaz de refinar o petróleo que extrai e, por isso, depende de importações.

Pouco a pouco, graças a decisões do Supremo Tribunal Federal completamente absurdas e sem o menor fundamento jurídico, os petistas estão escapando da obrigação de pagar pelo estrago que fizeram na Petrobras. Mas nenhuma dessas decisões anula os fatos que a Lava Jato comprovou em anos de trabalho incansável e heroico. As evidências podem ter se tornado inúteis nos tribunais, mas permanecem como documentos que contam a verdadeira história do calvário da Petrobras e dos seus reais algozes. Uma história que Lula quer repetir.

Editorial - Gazeta do Povo


quinta-feira, 24 de março de 2022

Os equívocos do presidente Bolsonaro na Petrobrás - Sérgio Alves de Oliveira

Fugindo da sua responsabilidade, mesmo que indireta, pelo último reajuste dos preços da gasolina e do óleo diesel pela Petrobrás,  respectivamente em 16,77 % e 24,9 %, I-N-J-U-S-T-A-M-E-N-T-E o Presidente Jair Bolsonaro lança a culpa desse aumento nas “costas” do General Joaquim Silva e Luna, atual presidente da estatal,indicado  e “eleito” por ele mesmo ,como representante do acionista controlador, e provável nova vítima dos corriqueiros  “descartes” presidenciais.

Sem dúvida essa alta de preços dos combustíveis, bem próxima à eleição presidencial em que Bolsonaro busca obstinadamente  a sua reeleição, não soma pontos favoráveis à sua candidatura, apesar dessa alta ter afetado quase todo o mundo, em maior ou menor grau, e ao fato do consumidor não se importar muito em descobrir o real culpado da alta, e sim preocupar-se exclusivamente  com a “ferida” no seu bolso.  E ter que buscar logo  um “culpado” qualquer !!!

“Demagógica” e injustamente, o Presidente acusa a direção da estatal, que ele mesmo escolheu, de ter cometido um “crime” contra os consumidores e o povo brasileiro, ”esquecendo-se” que os dirigentes que ele “elegeu” simplesmente cumpriram a lei e o estatuto da empresa, que em absolutamente nada foram modificados após a posse de Bolsonaro ,em 1º de janeiro de 2019.

É claro que tudo anda muito errado na Petrobrás,que abandonou a genial ideia da sua criação, nos anos 40 e 50,inspirada no lema ”O `Petróleo é Nosso”, idealizado por verdadeiros patriotas, mas acabou mudando esse lema para transformá-lo em ”O petróleo é dos acionistas e investidores”, que só enxergam na  estatal uma fonte de lucros, ”lixando-se” para os consumidores e povo brasileiro.

Esse sem dúvida é o  único  motivo pelo qual os preços do petróleo e seus derivados no Brasil estão “amarrados” a dólares americanos e a preços  “internacionais”, apesar da renda dos consumidores e do povo brasileiro não estar atrelada a dólares, nem a preços internacionais, porém a míseros “reais”, a moeda brasileira.

Na verdade a Petrobrás é mais uma vítima do desvirtuamento que fizeram com as sociedades de economia mista,inteligentemente criadas na reforma administrativa federal proveniente  do Decreto-Lei Nº 200, de 1967, em plena época do Regime Militar, que gradativamente foi sendo reformado para “pior”, principalmente pela lei das sociedades anônimas (Lei  6.404/76),e pela lei 13.303/2016.

O espírito de criação das empresas públicas e sociedades de economia mista foi justamente o de poderem funcionar como se empresas privadas fossem,apesar do controle acionário público. Mas com o tempo foram perdendo essa característica,sendo “infectadas” por todos os vícios que motivaram as suas criações,passando a funcionar como repartições públicas comuns da Administração Direta (e não “Indireta”,como deveria ser ),da União,Estados e Municípios. Inclusive a submissão das empresas estatais ao regime das “licitações”,foi na verdade uma “festa”, não para as estatais, mas para os seus fornecedores, que passaram a vender tudo mais caro para essas empresas, sob a máscara da “moralidade pública”. A “prova”: se o regime das licitações públicas fosse bom para quem adquire o bem ou o serviço, evidentemente a iniciativa privada iria adotá-lo logo.

Mas a Petrobrás,sociedade de economia mista,acabou sendo “arrastada” pela descaracterização dessas sociedades. Mudou seus estatutos a fim de privilegiar o investidor nas suas ações,que só tem um objetivo: o  maior lucro possível. Mas evidentemente esse “lucro” entra em conflito flagrante com os interesses maiores dos consumidores e do povo brasileiro,que acabam pagando o preço “internacional” em dólares,ganhando em “reais”.

O problema está em eleger  qual o maior interesse que deve ser satisfeito pela Petrobrás, se o dos investidores, como é, ou  dos consumidores e do povo brasileiro, como deveria ser? Nos países que vendem a gasolina mais barata do mundo não existem investidores privados “mamando” nas tetas das respectivas petrolíferas. Na Venezuela, custa R$ 5,00 para encher o tanque do carro, na Arábia Saudita, R$ 14,54, e no Catar R$ 21,30. No Brasil já passa de R$ 300,00,com “festa”para os investidores ,e desgraça para o povo.

E o Presidente da República, na qualidade de Chefe do Poder Executivo Federal, e  representante do “acionista controlador”, sem dúvida  é o maior culpado por toda essa situação. Não por “ação”,mas por “omissão”. Não adianta “descarregar” a culpa na direção da estatal, que não é verdade. “Eles” não podem mudar nada.  O Presidente, pode. Mas como?

Uma missão quase impossível seria fazer uma revisão rápida na Constituição e em  toda a legislação infraconstitucional que “prendem” qualquer grande reforma na Petrobrás. Mas um Presidente de “colhões roxo” poderia perfeitamente expedir  uma MEDIDA PROVISÓRIA transformando a Petrobrás ,de sociedade de economia mista, em “EMPRESA PÚBLICA, por exemplo, ficando “dona” da estatal,eliminando os acionistas “mamadores” do suor dos brasileiros,cumulativamente com a decretação de utilidade pública,para fins de desapropriação,de todas as ações dos investidores. [o que impede o uso exitoso do recurso Medida Provisória, é que o presidente da Câmara dos Deputados tem o poder de devolver uma MP, no recebimento - alegando qualquer coisa, e sua decisão será respaldada pelo STF.
Outro lembrete: O TSE buscou a comodidade do muro ao ser questionado sobre a legalidade da adoção de medidas reduzindo impostos para baixar a gasolina e o diesel.]

Os recursos para indenizar as ações dos investidores certamente surgiriam com alguma imaginação  do “competente”  Ministro da Economia, Paulo Guedes.

Como se comportaria a oposição e a esquerda numa situação “inesperada” como essa ? Funcionaria como uma “camisa-se-força”?

Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo

[um comentário meio dentro do tema em comento e que a mídia militante, a pró esquerdismo progressista, não destaca. Putin, segundo os especialistas em guerra será fatalmente derrotado pelas sanções, boicotes e outras coisas que os 'aliados' do ex-comediante aplicam à Rússia.
Só que a exigência apresentada pelo mandatário russo, de que o petróleo fornecido pela Rússia aos seus inimigos seja paga em rublos, está provocando a queda de dólar e a valorização do rublo.
Enquanto isso, a vaidade do ex-comediante, sustentada pelos seus aliados de palanque, vai matando mais e mais ucranianos. A propósito o Reino Unido é o campeão de torcida pró Zelensky e também o  aliado que concede o menor número de visto aos refugiados da Ucrânia.]

 

domingo, 20 de março de 2022

Atraso de vida [= Petrobras] - O Estado de S. Paulo

J. R. Guzzo

Esta tem sido a função da Petrobras: servir aos interesses dos políticos que controlam o governo.

A alta desesperada dos preços internacionais do petróleo, por conta da guerra entre Rússia e Ucrânia, chamou as atenções para uma questão puramente brasileira: 
qual a vantagem que a população leva numa hora dessas pelo fato de ser dona, na lei e na teoria, de uma empresa petrolífera estatal? 
Dez entre dez analistas políticos levariam o resto da vida debatendo a questão para, ao fim, não oferecer nenhuma resposta coerente. 
Fica mais prático, então, responder da maneira mais simples, e com base nos fatos: a população não leva vantagem nenhuma
O preço da gasolina e do diesel, na bomba do posto, continua o mesmo, sendo o cidadão dono da estatal ou não sendo. 
Se fizerem algum truque para não aumentar, vão ter de achar dinheiro para cobrir a diferença entre o preço real e o preço que inventaram. Esse dinheiro é seu mesmo: é aquilo que você paga em impostos. Vão tirar de um bolso o que estão colocando no outro. 

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A ideia de uma empresa estatal como a Petrobras, num país com os usos e costumes políticos do Brasil, é, antes de tudo, um absurdo
Essas coisas podem dar certo na Noruega, ou algo assim, onde o lucro da estatal do petróleo é entregue diretamente à população, em dinheiro, sem conversa fiada, no prazo certo, dentro de um sistema transparente e compreensível para todos. 
 
Mas, aqui, empresa estatal não é empresa pública nem pertence de verdade aos acionistas; os acionistas, aliás, não passam nem da porta de entrada do prédio-sede. Tudo é propriedade privada dos que mandam no governo. Há pouco era propriedade do ex-presidente Lula e do PT. Nunca uma empresa foi tão roubada na história e nunca houve roubo tão bem comprovado, com confissões assinadas dos que roubaram e até devolução de parte do dinheiro roubado. 
 
Esta tem sido a função essencial da Petrobras, desde sua fundação há quase 70 anos: servir aos interesses materiais dos políticos que controlam o governo e a vida pública deste país. 
É verdade que, em seu último surto de roubalheira, a Petrobras chegou a extremos. 
Que empresa privada do mundo compraria, por exemplo, a refinaria americana de Pasadena, um amontoado de ferro velho imprestável? 
Que empresa privada construiria uma refinaria de petróleo em sociedade com a Venezuela de Hugo Chávez, que jamais cumpriu sua parte no negócio e deixou a Petrobras com uma fatura de US$ 20 bilhões a pagar? 
Esse dinheiro, num caso, no outro e em todos os demais, não foi pago “pelo governo”. O governo não tem um tostão. Quem pagou foi o cidadão brasileiro, e o mais pobre pagou mais – como sempre acontece quando uma conta é dividida por igual entre todos. Mas, mesmo em condições normais, sem corrupção nenhuma, a Petrobras é um atraso de vida.

A única estatal boa é a estatal que não existe.

J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo 


sexta-feira, 18 de março de 2022

Por que a Petrobras não baixa a gasolina? A resposta da estatal, após pressão de Bolsonaro - O Globo

Empresa diz que não pode 'antecipar decisões sobre manutenção ou ajustes' nos valores, devido à alta volatilidade e ao risco de desabastecimento 

A Petrobras divulgou nota nesta sexta-feira em que explica por que demorou para reajustar os preços dos combustíveis e por que ainda não baixou os valores nas suas  refinarias, apesar da queda recente do barril de petróleo.

O presidente Jair Bolsonaro tem cobrado da empresa nos últimos dias que reduza o valor da gasolina e do diesel, após a baixa da commodity no mercado internacional. E já prepara uma estratégia para substituir Joaquim da Silva e Luna na presidência da empresa. O general tem sido resistentes às pressões para baixar os preços.

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Depois de bater quase US$ 140 há duas semanas, o barril de petróleo tipo Brent - referência no mercado internacional - caiu abaixo de US$ 100 nesta semana. Mas ontem fechou em US$ 106,64, alta de 8,79%.

Incerteza e preocupação com abastecimento
A companhia diz ainda que o ambiente de incerteza segue no mundo, "com aumento na demanda por combustíveis, num momento em que os desdobramentos da guerra entre Rússia e Ucrânia impactam a oferta".

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Segundo a Petrobras, essa situação cria uma competição pelo fornecimento de produtos, "o que reforça a importância de que os preços no Brasil permaneçam alinhados ao mercado global, para assegurar a normalidade do abastecimento e mitigar riscos de falta de produto".

O Brasil produz volume de petróleo suficiente para seu consumo, mas precisa importar especialmente o diesel, pois o tipo de petróleo aqui produzido não atende especificidades das refinarias locais para produzir certos combustíveis.
O país importa 20% a 25% do diesel que consome. Nos últimos meses, a diferença entre o valor de venda no Brasil e o praticado no mercado internacional levou a temores de desabastecimento porque os importadores não conseguiam comprar o produto a preços competitivos, para revendê-lo no mercado interno.

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Distribuidoras, como a Ipiranga, chegaram a limitar a venda do diesel.

Justificativa para alta da semana passada
Na nota divulgada nesta sexta-feira, a Petrobras também esclareceu porque demorou tanto para elevar os preços. A empresa lembra que o mercado internacional do petróleo vem enfrentando forte volatilidade, tendo a Covid-19 como pano de fundo, e que a guerra na Ucrânia agravou essa situação. "Em um primeiro momento, apesar da disparada dos preços internacionais, a Petrobras, ao avaliar a conjuntura de mercado e preços conforme governança estabelecida, decidiu não repassar de imediato a volatilidade, realizando um monitoramento diário dos preços de petróleo", diz a Petrobras em nota.

Viu isso?  Brasil tem a gasolina mais cara do mundo? Entenda o que pesa no preço "Somente no dia 11 de março, após serem observados preços em patamares consistentemente elevados, a Petrobras implementou ajustes nos seus preços de venda às distribuidoras de gasolina, diesel e GLP", completou.

A gasolina foi reajustada em 18,77% e o diesel em 24,99% nas refinarias, após 57 dias sem alteração. Já o GLP, popularmente conhecido como gás de cozinha, subiu 16%, após 152 dias de preços estáveis. "Os valores aplicados naquele momento, apesar de relevantes, refletiam somente parte da elevação dos patamares internacionais de preços de petróleo, que foram fortemente impactados pela oferta limitada frente a demanda mundial por energia", diz a Petrobras.

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"Esse movimento foi no mesmo sentido de outros fornecedores de combustíveis no Brasil que, antes da Petrobras, já haviam promovido ajustes nos seus preços de venda, e necessário para que o mercado brasileiro continuasse sendo suprido, sem riscos de desabastecimento".

A empresa diz que "segue todos os ritos de governança e busca um equilíbrio com o mercado, ao mesmo tempo que evita repassar para os preços internos as volatilidades das cotações internacionais e da taxa de câmbio causadas por eventos conjunturais".

Economia - O Globo