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sexta-feira, 2 de abril de 2021

Comandantes agiram para acalmar quartéis após Bolsonaro demitir cúpula militar; leia bastidores - O Estado de S.Paulo

Felipe Frazão

Intervenção do presidente na cúpula da Defesa na véspera deixou a tropa apreensiva

A data era emblemática, o 57º aniversário do golpe militar, e a intervenção do presidente na cúpula da Defesa na véspera deixou a tropa apreensiva. Enquanto o governo Jair Bolsonaro agia rápido nesta quarta-feira, dia 31, em Brasília, para apresentar novos os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, no restante dos quartéis, oficiais generais tentavam distensionar a caserna. Eles convocavam a tropa para mandar recados diretos aos seus subordinados e acalmar os ânimos. 
Gabriela Biló/Estadão

     Gabriela Biló/Estadão

A mobilização do generalato revela que houve, sim, preocupação nas Forças Armadas com o incômodo na base militar gerado pela inédita demissão dos comandantes das três forças, na sequência da queda do ministro da Defesa.

A convocação dos militares foi feita enquanto, no Ministério da Defesa, o general Braga Netto, “interventor” de Bolsonaro na pasta, entrevistava generais, almirantes e brigadeiros de quatro estrelas, indicados pelas forças seguindo critérios de antiguidade. Braga Netto almoçou com alguns deles. Mas, nos quartéis, o efetivo não sabia o que esperar do chamado.

Após as conversas, o ministro levou as listas com sua indicação preferencial ao presidente Jair Bolsonaro à tarde, no Palácio do Planalto. Bolsonaro referendou os sugeridos, e todos posaram para uma foto. Logo, o ministério convocou a imprensa para apresentar os novos comandantes.

Longe de Brasília, comandantes convocaram as tropas para tranquilizá-las sobre as demissões na cúpula das Forças Armadas. Um dos exemplos se deu em Boa Vista (RR), onde general de Divisão Antônio Manoel de Barros, comandante da Operação Acolhida, falou ao contingente, num pátio militar quase ao mesmo tempo do anúncio do novo comando. Desde cedo, ele convocara os militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica para permanecerem no quartel após o expediente. Desejava mandar um recado, o que gerou especulações.

Houve quem suspeitasse que o general pretendia ler a “Ordem do Dia” sobre 1964 ou que pregaria alinhamento ao governo Bolsonaro. Mas quem ouviu o discurso disse que Barros foi “sóbrio”. Como a maior parte do contingente da Acolhida é deslocada pelo Exército, o general Barros dirigiu-se mais a eles, e disse que “entendia” que entre seus subordinados muitos poderiam estar “chateados” com a demissão do ex-comandante Edson Leal Pujol. Ponderou que Bolsonaro exerceu uma prerrogativa presidencial.

E reforçou o discurso corrente entre os generais de que as Forças Armadas são instituições de Estado e sabem seu papel constitucional. Por fim, parafraseou o vice-presidente Hamilton Mourão para dizer que tudo permanece dentro da normalidade e da legalidade: “Segue o baile”. O anúncio dos comandantes trouxe surpresas. Bolsonaro recebeu recados para privilegiar o critério de antiguidade. Mas não nomeou os mais experientes de cada força.

Na Marinha, o escolhido foi o almirante Almir Garnier Santos. Ele era considerado favorito nos bastidores do governo, embora fosse ligado ao ex-ministro da Defesa Fernando Azevedo e Silva, recém-demitido. Garnier possui trânsito no Palácio do Planalto (a mulher e um filho têm cargos comissionados) e um histórico de serviços a diferentes ministros da Defesa, desde o governo Dilma Rousseff. Na base da tropa, o nome mais cotado era o do almirante mais antigo, Alípio Jorge. Era dado como certo nos grupos de WhatsApp da Marinha. Atualmente no Comando de Operações Navais, ele é tido como “faca cega”, um jargão para um comandante muito rigoroso.

No Exército, o Planalto chegou a indicar preferência pelo comandante militar do Nordeste, Marco Antônio Freire Gomes. Um oficial da equipe da Defesa a par das costuras disse que ele foi descartado por ser “muito novo” no Alto Comando, o que poderia gerar insatisfações e pedidos de aposentadoria, desencadeando uma série de mudanças administrativas e promoções. Já o general José Freitas, do Comando de Operações Terrestres, é tido como inflexível e durão. No meio político, parlamentares com trânsito na Defesa apostavam no general Décio Schons, novo integrante da reserva, também preterido.

O general Paulo Sérgio surpreendeu por ter pregado o distanciamento social e previsto uma terceira onda da covid-19, em entrevista ao jornal Correio Braziliense. Embora não fosse do gosto de Bolsonaro, as declarações não tiveram o peso de impedir sua escolha. Segundo oficiais, ele tem empatia com a tropa, liderança e é flexível. Por isso, era o primeiro da lista de Braga Netto.

Na Força Aérea, o brigadeiro Baptista Júnior, antes do Comando de Apoio, era o favorito e o segundo mais antigo no Alto Comando. Ele é filho do ex-comandante Carlos de Almeida Baptista (1999-2003). Entre pai e filho, só três outros brigadeiros passaram pelo Comando da FAB.O pai de “BJ”, como o novo comandante é conhecido, foi nomeado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também durante uma crise no meio militar – o tucano vivia embates com a Aeronáutica e demitiu dois brigadeiros de quatro estrelas do comando da FAB: Mauro Gandra e Walter Brauer. O pai do novo comandante da FAB também presidiu o Superior Tribunal Militar e teve atuação marcante. Foi o responsável por autorizar a reabertura das investigações do atentado à bomba no Riocentro, em 1981, durante o regime militar.

Felipe Frazão - O Estado de S. Paulo


quinta-feira, 1 de abril de 2021

Não, não vai ter golpe - O Estado de S.Paulo

J. R. Guzzo

A possibilidade de o presidente Jair Bolsonaro dar um golpe é igual a três vezes zero

Eis aí os três ministros militares, todos os três de uma vez só, desembarcados do governo. Em outros tempos, um negócio desses faria um barulho danado, ainda mais nas vésperas do dia 31 de março

O que está acontecendo? O que vai acontecer? Quem ganha? 
Quem perde? 
A terra tremia, pelo menos para quem tinha medo de “Brasília” ou para quem tinha alguma coisa a esperar das altas autoridades do País. Outros tempos, realmente. Hoje ninguém tem medo de militar nenhum – e embora muita gente ainda tenha muito a esperar de cima, a queima geral dos chefes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica é um assunto de interesse só para o mundo político e os jornalistas, ou bem pouco mais do que isso.

Para dizer a verdade, quanta gente sabe quem é mesmo o almirante Ílques, o brigadeiro Bermudez, ou mesmo o general Pujol, que como comandante do Exército é normalmente o mais falado? A quase totalidade da população (e a maioria dos jornalistas), nunca tinha ouvido falar o nome de nenhum deles, e mesmo o do seu chefe nominal, o ministro da Defesa – o primeiro a ser demitido, aliás. Nem ministros eles se chamam mais – hoje, seu título é de comandante de cada uma das três armas. Em suma: o mundo continuou a girar como tinha girado na véspera, e o Brasil girou junto, com o seu caminhão de problemas do mesmíssimo tamanho que carregava antes.

Isso tudo é assim porque os militares brasileiros não são mais o que eram, e golpes de Estado viraram uma coisa obsoleta, esquisita e inviável. Os militares não funcionam mais como uma força política – tornaram-se, ao longo dos últimos 30 anos, uma organização profissional, e seus oficiais são atualmente mais ou menos como os outros funcionários públicos do aparelho estatal. Quanto ao quesito “golpe de Estado”, em si, caiu na categoria das coisas que não se fazem “mais”.

Esse, no fim das contas, é o único ponto que interessa: vai ter golpe? Não, não vai ter golpe, pela simples razão de que não se consegue mais, e já há muito tempo, “botar a tropa na rua” e derrubar o governo – a última vez que isso aconteceu, aliás, foi há exatos 57 anos, em 1964. De lá para cá houve uns roncos de vez em quando, briga entre eles mesmos, mas golpe, mesmo, não dá para fazer no mundo das realidades práticas.

A história mais emocionante que se tentou circular é de que o governo queria virar a mesa e os comandantes militares, mais o ministro da Defesa, se recusaram a obedecer; além disso, eles tinham cumprimentado o presidente com o cotovelo e de máscara, em cerimônias das forças armadas. Por conta disso, haveria uma crise gravíssima – atestada inclusive por professores universitários que a mídia entrevista na condição de “cientistas políticos”. Quem sabe se “os militares”, revoltados com o governo, não iriam, eles mesmos, virar o feitiço contra o feiticeiro? O problema com essas teorias é que a possibilidade do presidente Bolsonaro dar um golpe é igual a três vezes zero; o mesmo, por simetria, se aplica ao outro lado. 

É obvio, pelo ocorrido, que Bolsonaro não aguentava mais os seus gestores da área militar – e nem eles iam com a cara do presidente. Fora isso, o que sobram são os dramas extremos que o país tem com a pior epidemia de sua história, a economia em processo de falência e as pessoas desesperadas com a perda do emprego e a proibição geral do trabalho por ordem das “autoridades locais”. Nada disso mudou em um milímetro.

J. R. Guzzo, jornalista - O Estado de S. Paulo

 

terça-feira, 30 de março de 2021

Crise de Soberania, Secessão e Guerra Civil - Jorge Serrão

A oposição irresponsável de canhota, financiada pelos controladores das oligarquias regionais tupiniquins e seus rentistas amestrados, produziu toda uma sabotagem institucional e política para tentar desestabilizar, desgastar e derrubar o Presidente da República que sobreviveu à facada criminosa dada em 6 de setembro de 2018. Os sabotadores se aproveitaram do pandemônio gerado em função da Covid-19 e também tiraram proveito dos variados erros de comunicação de Jair Bolsonaro. Agora, alopraram com a reação política do Presidente que segue com alto apoio popular, apesar da mais descarada e sórdida campanha midiática sofrida por um ocupante do Palácio do Planalto.

Bastou Bolsonaro tomar a decisão de acionar, de supetão, a barata caneta esferográfica que assina os atos de exoneração (demissão) e nomeação publicados no Diário Oficial da União (o famoso DOU porque, muitas vezes, tem tudo a ver com o sistema do “é dando que se recebe”). Quase na véspera da celebração de mais um aniversário da “Revolução, Golpe ou contragolpe” de 31 de março de 1964, Bolsonaro trocou seis dos seus principais ministros. Mas a substituição que surpreendeu e apavorou a galera foi a do Ministro da Defesa - que se estende aos comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica.

O movimento fez a galerinha de canhota partir para dedadas alopradas nas redes sociais da internet, choramingando que Bolsonaro estaria preparando um “fechamento de regime”. Os ejaculadores precoces, que tem pregado, abertamente, golpes contra o Presidente, escreveram que Bolsonaro, mexendo na cúpula militar, armava um “golpe de Estado”. Na visão dos amedrontados, Bolsonaro estaria se preparando para invocar “Estado de Defesa” ou “Estado de Sítio”. Por isso, mexeu na escalação de seus militares palacianos, no Ministério da Justiça e na Advocacia-Geral da União, além de botar um General de Exército na Casa Civil.

KKKKKKKKK… Bolsonaro deve estar dando gargalhadas diante do reacionarismo medroso da oposição radicalóide. Na verdade, o Presidente percebeu a gravidade da situação (inclusive da dele) diante da flagrante crise de soberania e desrespeito institucional, com elementos de secessão (governadores e prefeitos decretando inconstitucionalidades, com a complacência do Supremo Tribunal Federal) e risco real de explosão de rebeliões populares que podem aprofundar um estágio (já iniciado) de Guerra Civil (por enquanto, não-declarada).


 Refém político do Centrão e pressionado ao limite pela ação sabotadora do Estamento Burocrático (Establishment), Bolsonaro só é um “déspota” na narrativa desenhada pela canalhice esquerdopata. O Presidente não tem vontade, disposição e nem condição real de aplicar um “golpe”. Imagina se ele precisa “fechar um regime” que já opera em flagrante rompimento institucional, por sucessivos rompimentos da ordem constitucional, em função de decisões dos “Guardiões da Constituição” (os 11 ministros do STF). Bolsonaro apenas tem repetido a reclamação de que “estão esticando a corda”. E também insiste (mas ninguém garante ser verdadeiro) que as Forças Armadas estão com ele.

Haverá celebrações (modestas) nos quartéis que desejarem para lembrar o 31 de março de 1964. Será lida uma Ordem do Dia do novo ministro da Defesa, General Braga Neto, e dos novos comandantes militares. [atualizando: até o presente momento, só está decidida a posse de um comandante militar = o do Exército.]O gesto vai alimentar, ainda mais, o medinho esquerdista. Os aloprados vão insistir na falsa narrativa de “golpe em gestação”. O pior é que os segmentos (igualmente extremistas) do Bolsonarismo também vão embarcar na inviável possibilidade da famosa “Intervenção Militar”. As redes sociais refletirão mais uma edição da “Batalha de Itararé(a que não aconteceu, na “Revolução” Constitucionalista de 1932). De todo modo, sobe a tensão institucional.       

Quem fez uma leitura imediata, precipitada e sintomática da gravidade da situação brasileira foi o governador de São Paulo. João Dória se mudou para o Palácio dos Bandeirantes. A “justificativa” para se refugiar (ops, morar) na fortaleza da “residência oficial”, no Morumbi, foi “motivo de segurança”. O governador de São Paulo reclamou que vem sofrendo ameaças (dos bolsonaristas). Por isso, o marketeiro de calça apertada soltou uma frase de efeito para protestar: “O fanatismo ideológico ignora a racionalidade”.

Mas a leitura correta da frase e da situação real do País indicam que o
governante entrou em estado de medo.
João Dória já vivia “sitiado” em sua mansão-quarteirão no bairro dos Jardins.
O lugar é quase um sítio na área mais nobre e cara de São Paulo.
O local estava, há várias semanas, cercado e “protegido” por uma quantidade exagerada de Policiais Militares do Batalhão de Choque.

A residência pessoal do governador era, sem dúvida, um dos lugares mais seguros de São Paulo, não fosse por um detalhe que incomodava João Dória. Ele era alvo de expressivos protestos populares. O povo ocupava as imediações seguríssimas do “sítio urbano” de Dória para protestar e pedir o impeachment do governador. Dória fez, rapidamente, a mesma leitura parcial, amedrontada e precipitada que a maioria esmagadora da oposição a Bolsonaro. “O Presidente pode decretar Estado de Sítio ou Estado de Defesa”. Fala sério, galerinha do mal…

O Alerta Total insiste na análise objetiva. Vivenciamos uma perigosa combinação de fatores destrutivos. Instabilidade institucional. Insegurança política, jurídica, econômica, social e individual. Intolerância ideologicamente gerada para dividir as pessoas em antagonistas e inimigos que, dificilmente, tentarão e conseguirão se unir em torno do Bem-Comum. 

Explosões de violência, desobediência civil e desrespeito a autoridades (que não se dão ao respeito).

 A rebelião popular já começou. 

Vai se intensificar até degenerar em guerra civil? Melhor não duvidar e se preparar (para o agravamento da tensão)

  

A mistura é explosiva. O covidão amedronta, infecta, mata (ou, na hipótese menos ruim, deixa sequelas físicas e psicológicas nas pessoas). A bagunça econômica, por falhas estruturais, por erros conceituais ou por sabotagem friamente pensada, dificulta ou inviabiliza a vida de quem precisa trabalhar, empreender e lucrar produtivamente. É crescente a insatisfação e revolta das pessoas com os governantes, políticos e autoridades públicas em geral. Eles têm abusado do poder e atentado contra as liberdades individuais.

É mais um capítulo da “Revolução Brasileira”, desde quando o povão começou a sair às ruas para grandes protestos, há mais de 10 anos atrás. O certo é que já houve uma secessão (que não diz respeito apenas à separação territorial, mas sim ao rompimento claro da divisão constitucional entre os poderes da República). O estrago agravou a crise de soberania (que é antiga, vem desde o golpe que extinguiu o Império do Brasil, no qual um equilibrado soberano exercia, com sabedoria, o Poder Moderador). Agora, todos ficam com medinho diante do risco concreto de eclosão de revoltas populares que podem aprofundar uma Guerra Civil (por enquanto, não declarada, porém em flagrante andamento e recrudescimento).

Como bem descreve o sticker daquele Gatinho preto fumando um baseado de maconha, que circula pelos aplicativos padrão zap-zap: “O bagulho é doido”... E a famosa frase do Capitão Nascimento ecoa no ouvido de todos: “Vai dar Merda”! Vai, não… Já deu… Pobre Geração Covidão… Haja vacina! Porque o Poder Covidiário continua com tudo… O Parquinho segue com todo fogo... 

Navegando livremente na piada...

Em tempo: A navegação volta ao normal no Canal de Suez. Diretamente de Brasília, em meio a tantas mudanças na cúpula do Governo Federal, veio a explicação mais criativa para a solução do problema que poderia paralisar a economia mundial, em função do caos logístico:

  • Gilmar Mendes mandou soltar o navio que estava preso...

Reveja o artigo de ontem: Brasil em tempos de Cólera, Corrupção & Covidão

Releia o artigo de Domingo: Qual o DNA (ou Éthos) do Brasil?

 

Alerta Total - Jorge Serrão, editor-chefe


Comandantes das Forças Armadas discutem renúncia conjunta - O Globo

Malu Gaspar

[só o tempo dirá - mas o título, tem jeito, cheiro de fake news; fosse de uma rede social bolsonarista, justificaria a prisão do apoiador.]

Crise na esplanada

Os comandantes das três Forças Armadas – Exército, Marinha e Aeronáutica – estão reunidos neste momento em Brasília discutindo uma renúncia conjunta aos cargos, como reação à saída do ministro da Defesa, Fernando Azevedo. Embora não tenha sido tomada uma decisão definitiva, o mais provável é que deixem seus postos ainda hoje.

O comandante do Exército, Edson Pujol, em sua posse, em janeiro de 2019. Pujo; e os chefes da Marinha e da Aeronáutica também cogitam sair.

Além de Edson Pujol, que o presidente Jair Bolsonaro disse hoje nos bastidores que demitiria, participam da reunião em local não revelado o comandante da Marinha, Ilques Barbosa Junior e o da Aeronáutica, Antonio Carlos Moretti Bermudez. Ministros militares de Jair Bolsonaro também participam do encontro. 

A renúncia conjunta dos chefes das Forças Armadas seria algo inédito na história da República. [uma matéria sobre um assunto sério, baseada em provável, cogitam, insinuando, se falsa deve ser punida com todo o rigor.
O assunto é sério e só deve ser abordado com certeza absoluta,por incentivar a insegurança, a boataria.]  Embora o clima entre os militares seja de muita tensão, auxiliares de Bolsonaro tentam dar à saída dos comandantes caráter de normalidade. 
 
Malu Gaspar, jornalista - O Globo



quinta-feira, 25 de março de 2021

Bolsonaro se reúne com comandantes militares - O Globo

Por Lauro Jardim

GOVERNO

Depois de se reunir  com governadores, ministros e com os presidentes da Câmara e do Senado, e em meio à crise sanitária Jair Bolsonaro fecha o dia com outro encontro relevante.

Recebe em seu gabinete os quatro militares mais importantes e poderosos do país: Fernando Azevedo, Ministro da Defesa; Ilques Barbosa Júnior, comandante da Marinha; Edson Pujol, comandante do Exército; e Antonio Carlos Bermudez, comandante da Aeronáutica.

Lauro Jardim, colunista - O Globo


sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

Suspeito de tráfico internacional tem planos de se eleger deputado distrital

Coluna Eixo Capital, por Ana Maria Campos

Investigado por tráfico internacional de drogas com aviões da FAB, o sargento da Aeronáutica Jorge Luiz da Cruz Silva, conhecido como Salve Jorge, quase chegou à Câmara Legislativa. Lotado, até ontem, no gabinete do vice-governador, Paco Britto (Avante), como assessor especial, ele concorreu duas vezes ao cargo de deputado distrital. Em 2014, pelo PRTB, partido comandado pelo empresário Luiz Estevão, teve 6.270 votos. Em 2018, voltou a concorrer. Dessa vez, pelo PMB (Partido da Mulher Brasileiro), se estivesse em outra coligação, estaria com mandato. Teve 10.670 votos, mais do que cinco eleitos: Valdelino Barcelos (PP), Daniel Donizet (PRP), Júlia Lucy (Novo), Reginaldo Sardinha (Avante) e Leandro Grass (Rede). 
[não surpreenderia  a ninguém se o  Salve Jorge fosse deputado distrital = a CLDF, essa sigla..., vários dos seus membros tiveram, ou tem, problemas com a Justiça. 
Salve Jorge, seria apenas mais um. 
A única certeza que se tem tocante à CLDF,ela de novo... ,é que causa prejuízos - o ideal seria que o DF continuasse sendo governado por um governador indicado pelo Presidente da República e as funções hoje atribuídas - destaque: atribuída não é sinônimo de executada -  à CLDF,  ficassem a cargo dos três senadores integrantes da Comissão  do Distrito Federal do Senado do DF. A eficiência seria maior e a roubalheira menor.  ]
 
Se tivesse concorrido pelo Avante de Paco, estaria no lugar de Sardinha. Salve Jorge declarou gastos de cerca de R$ 60 mil na campanha, mas no Paranoá, onde teve a maioria dos votos, o militar é conhecido pelos eventos que reúnem milhares de eleitores. No dia das crianças, no ano passado, ele se vestiu de super herói e distribuiu brinquedos para moradores do Paranoá e Itapoã.

Transporte de drogas na bagagem de militares
Salve Jorge foi exonerado, ontem (4/2), após a divulgação de que foi alvo da Operação Quinta Coluna, deflagrada na última terça-feira. A Polícia Federal suspeita que Jorge esteja envolvido no recrutamento de militares como “mulas” para usar as aeronaves da FAB para transportar drogas. Ele é investigado como integrante da associação criminosa que se aproveitava de voos da FAB para transportar drogas para a Europa na bagagem de militares. Foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão e 2 mandados que restringem a comunicação dos investigados e a saída do Distrito Federal. A Justiça Federal do Distrito Federal ainda determinou o sequestro de imóveis e veículos dos envolvidos no esquema criminoso. Militares da FAB também participam do cumprimento das medidas.

Ligação com “Barão do Ecstasy” Processos tramitam na Justiça Militar
A associação criminosa também é investigada por lavagem de dinheiro. As apurações da Polícia Federal na Operação Quinta Coluna apontam diversas estratégias dos traficantes para ocultar os bens provenientes do tráfico de entorpecentes, especialmente a aquisição de veículos e imóveis com pagamentos de altos valores em espécie. As investigações feitas pela PF ocorrem paralelamente aos processos por tráfico internacional de drogas que tramitam na Justiça Militar. Há suspeita de envolvimento do grupo com um conhecido investigado pelas Polícias Civis e Federal por tráfico internacional de drogas, Michele Tocci, conhecido como “Barão do Ecstasy”.

De olho em 2022
O vice-governador, Paco Britto, disse à coluna que conheceu Salve Jorge na campanha passada. Mas ele não se filiou a seu partido, o Avante. Segundo políticos, Salve Jorge pretendia se filiar à legenda para concorrer em 2022. Estava já trabalhando forte no Paranoá e apoiaria Paco nas pretensões eleitorais. Mas a exoneração foi assinada ontem.

 Eixo Capital, coluna no Correio Braziliense


domingo, 3 de janeiro de 2021

Os militares e o governo - Merval Pereira

O Globo

A “bolsonarizacao” dos quartéis

A presença do presidente Bolsonaro em uma formatura em média por mês de militares membros das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) e das polícias Militar, Federal e Rodoviária Federal nos primeiros dois anos de seu governo, ressaltada em uma reportagem recente do GLOBO, corrobora um estudo do especialista Adriano de Freixo, professor do Departamento de Estudos Estratégicos e Relações Internacionais do Instituto de Estudos Estratégicos da Universidade Federal Fluminense (Inest-UFF) intitulado “Os militares e o governo Bolsonaro, entre o anticomunismo e a busca pelo protagonismo” das Edições Zazie, na coleção “Pequena biblioteca de ensaios”.   

[o presidente Bolsonaro fez uma opção, apoiado por milhões de brasileiros, no sentido de  prestigiar o melhor.

Ou será que deveria prestigiar os especialistas em nada? - arautos do pessimismo e de tudo mais que é ruim, não são especialistas sequer em chutes ou palpites - ou os 'artistas'? que em sua maior parte (há exceções, poucas, mas existem) conspiram contra FAMÍLIA, RELIGIÃO, VALORES MORAIS e BONS COSTUMES.

São essas corporações que sempre estão presentes quando a PÁTRIA precisa? Até a Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal, que não são militares, são confiáveis na defesa da Lei e da Ordem.]

Nele, analisando a influência de Bolsonaro entre os militares, ele destaca que “uma variável que não deve ser ignorada nessa conjuntura é a “bolsonarização” dos estratos inferiores da corporação, mesmo que não se vislumbre no horizonte próximo a possibilidade de quebra de hierarquia militar”.

Adriano de Freixo ressalta que essa procura de um diálogo direto com os praças e oficiais subalternos, “que não por acaso constituem historicamente sua principal base eleitoral”,  é prática adotada desde o início de sua carreira política. A presença recorrente de Bolsonaro em formaturas e cerimônias militares “demonstra a disposição do presidente em cultivar o apoio desses segmentos”.  

Outro processo de “bolsonarização” que começa a se tornar motivo de preocupação, para o professor da UFF, é o das polícias militares estaduais, definidas na Constituição como forças auxiliares e reservas do Exército. “Esse fenômeno ficou explicitado na greve de policiais no Ceará, nos primeiros meses de 2020, e no tratamento diferenciado dado pela Polícia Militar a manifestantes contra e pró-governo em diversos estados”.

A possibilidade de rebeliões pontuais contra ordens de governadores da oposição começa a aparecer no horizonte, analisa Freixo, advertindo que essa posição “poderia gerar a necessidade de utilização das Forças Armadas para contê-las. Dentro do atual contexto, isso poderia se tornar um forte elemento de instabilidade, inclusive pela imprevisibilidade do comportamento do presidente e da reação das Forças Armadas em uma questão como essa”.

O autor considera que “o quadro se torna mais complicado quando se leva em consideração a simbiose que existe em diversos estados da Federação entre parte das corporações policiais e forças parapoliciais, as chamadas “milícias”que no Rio de Janeiro, por exemplo, já têm o controle efetivo de vastos territórios –, e os crescentes indícios de ligação entre elas e figuras relevantes do entorno de Jair Bolsonaro”. [por razões sabidas o especialista precisa concluir seu contrato e a falta de fatos uso os indícios, ver interação que não existe e por aí vai.]

 O professor Adriano de Freixo chama de “caixa-preta” a educação militar, definindo que “mais que locais de formação técnica e de preparação para o exercício das funções castrenses, as escolas militares são importantes espaços de socialização e transmissão dos valores institucionais aos futuros oficiais”. Esse processo se dá, diz o professor, “não somente pelas disciplinas que compõem os currículos das academias, mas também pela convivência com os professores e oficiais pertencentes a gerações anteriores, que, na prática, funcionam como responsáveis pela moldagem e consolidação da identidade institucional dos jovens cadetes”.

Nos últimos anos, o recrudescimento do conservadorismo acabou, na análise de Adriano de Freixo, por revigorar o anticomunismo no interior das Forças Armadas, “agora travestido de crítica ao “marxismo cultural e às “estratégias gramscistas” que estariam sendo implementadas pela esquerda brasileira desde o início do processo de redemocratização”.

A ampliação dos atritos entre o presidente e o vice-presidente da República, e as declarações do comandante do Exército, general Edson Pujol, de que os “militares não querem fazer parte da política, nem querem política dos quartéis”, têm sido entendidas por muitos como sinais de tensionamento da relação entre Bolsonaro e a oficialidade superior, traduzindo a insatisfação desta última com o uso político que o presidente tem feito das Forças Armadas. 

Mas Adriano de Freixo lembra que esses eventos também podem ser entendidos como sinais de que a “bolsonarização” dos quartéis começa a se tornar, de fato, motivo de preocupação para os oficiais-generais, pelos desdobramentos imprevisíveis desse fenômeno, que pode levar, inclusive, a cisões no interior da instituição militar.

Merval Pereira, jornalista - O Globo


terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Crise nas Forças Armadas - Uso político das FF AA - Merval Pereira

O Globo

Bolsonaro provoca mais uma crise interna, agora nas Forças Armadas

A tentativa do presidente Bolsonaro - um tenente sindicalista que acabou saindo do Exército por questões disciplinares, promovido a capitão - de politizar sua relação com as Forças Armadas gerou uma nova crise interna. Ele reduziu, através de decreto, o critério para a promoção do último posto das Armas - coronéis do Exército e da Aeronáutica, e Capitães de Mar e Guerra. Em vez de promoção também no Quadro de Acesso por antiguidade (QAA), as promoções passariam a ser apenas por merecimento (QAM - Quadro de Acesso por Merecimento).

Houve reações internas, pois a promoção apenas por merecimento poderia ensejar uma decisão política do presidente da República, que é quem dá a última palavra. Três dias depois o decreto foi cancelado, voltando tudo ao que era antes. O presidente Bolsonaro cultiva desde sempre o relacionamento com os militares, primeiro para ganhar votos especialmente das patentes inferiores, pois defendia os interesses da classe no Congresso, o que lhe garantiu sete mandatos de deputado federal seguidos.

Na presidência da República, aparelhou seu ministério e os demais órgãos do governo com militares de diversas patentes, da ativa e da reserva. Boa parte sem qualificação para os cargos que ocupam, como o ministro da Saúde, General da ativa. E passou a prestigiar qualquer cerimônia militar, especialmente nas escolas de formação de oficiais.

[três atualizações se tornam indispensáveis:
- o então capitão JAIR BOLSONARO, foi absolvido pelo Superior Tribunal Militar -  instância máxima da Justiça Militar da União - de TODAS acusações apresentadas contra ele;
- a opção do presidente Bolsonaro pela carreira política propiciou que exercesse a defesa intransigente dos direitos dos militares - tão vilipendiados em governos anteriores - e das próprias FF AA, como bem mostra o ilustre colunista no penúltimo parágrafo deste Post (não fosse o hoje presidente  Bolsonaro, o decreto ofensivo à independência das Forças Armadas não teria sido revogado); 
- houve uma certa precipitação em considerar crise um decreto, logo revogado, que alterava regras de assuntos específicos das Forças Singulares. O decreto revogado, tanto quanto o que o substitui, certamente contam com a assinatura do presidente Bolsonaro e do ministro da Defesa. Onde está a crise?]

No tempo em que acalentava abertamente ideias golpistas, vivia repetindo que contava com o apoio das Forças Armadas. Recentemente, houve um atrito diante das repetidas tentativas de politizar a questão militar. O comandante do Exército, General Pujol, aproveitou uma solenidade para deixar clara sua posição: “Nosso assunto é militar, preparo e emprego. As questões políticas? Não nos metemos em áreas que não nos dizem respeito. Não queremos fazer parte da política governamental ou do Congresso Nacional e muito menos queremos que a política entre em nossos quartéis.”

O incômodo foi tão grande, com Bolsonaro fazendo questão de repisar que era o Comandante em Chefe das Forças Armadas, [o mandamento está na Constituição o que torna desnecessário sua menção excessiva, juraram cumprir.] que o ministro da Defesa, General Fernando Azevedo e Silva viu-se obrigado a soltar uma nota oficial afirmando que o presidente Jair Bolsonaro tem demonstrado "apreço pelas Forças Armadas" e que esse sentimento "tem sido correspondido".

Curiosamente, essa tentativa de interferir na estrutura interna das Forças Armadas para tirar proveito político, pois Bolsonaro teria condições de nomear oficiais-generais das três Armas mais alinhados à sua visão política, foi feita também pelo PT no governo Dilma.

Um decreto assinado por ela transferia para o Ministério da Defesa poderes dos comandantes militares, entre esses a promoção aos postos de oficiais superiores; designação e dispensa de militares para missão de caráter eventual ou transitória no exterior; nomeação e exoneração de militares, exceto oficiais-generais, para cargos e comissões no exterior criados por ato do presidente da República; poder de transferir para reserva remunerada oficiais superiores, intermediários e subalternos, bem como a reforma de oficiais da ativa e da reserva e de oficial- general da ativa, após sua exoneração ou dispensa de cargo ou comissão pelo presidente da República.

Na ocasião, o então deputado federal Jair Bolsonaro denunciou da tribuna que o objetivo real do decreto era interferir na formação dos oficiais das três Armas. Isso porque o art. 4 º do texto revogava o decreto n º 62.104, de 11 de janeiro de 1968, que delegava “competência aos ministros de Estado da Marinha, do Exército e da Aeronáutica para aprovar, em caráter final, os regulamentos das escolas e centros de formação e aperfeiçoamento respectivamente da Marinha de Guerra, do Exército e da Aeronáutica militar”.

Ao revogar o decreto de 1968, essa função passaria automaticamente para o Ministério da Defesa, que teria em suas mãos um poder de controle sobre a formação e a promoção de oficiais-generais. Como agora, o decreto foi cancelado por outro. Mas, um documento oficial do PT [única coisa oficial no perda total= pt = é a corrupção deslavada.] após a vitória de Bolsonaro para a presidência da República afirmava abertamente que um dos erros do partido quando esteve no poder foi não interferir no currículo das escolas de formação dos militares.

Merval Pereira, jornalista - O Globo


domingo, 15 de novembro de 2020

Ministério da Defesa e comandantes militares emitem Nota conjunto sobre separação entre Forças Armadas e a política

Ministro da Defesa e comandantes militares assinam nota conjunta em que afirmam a separação entre as Forças Armadas e a política

O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e os comandantes das três Forças, general Edson Pujol (Exército), almirante Ilques Barbosa (Marinha) e o tenente brigadeiro do ar Antonio Carlos Moretti (Aeronáutica), assinaram uma nota conjunta em que afirmam a separação entre as Forças Armadas e a política. A nota foi divulgada neste sábado (14).

Nesta semana, após o presidente Jair Bolsonaro defender o uso de "pólvora" para defender a Amazônia, Pujol fez dois discursos em eventos públicos ressaltando que o Exército é uma instituição do Estado brasileiro e não de governos. Pujol também disse que os militares não querem se envolver com a política nem querem que ela entre nos quartéis. 

[destacamos no parágrafo quatro da Nota o trecho "missões definidas pela Constituição Federal e Leis Complementares" por ser a Lei Complementar 97/99, de 9 junho 1999, que define normas gerais para a organização, o preparo e o emprego das Forças Armadas e o 'caput' do artigo 15 do mesmo Diploma Legal  define o emprego das Forças Armadas para os fins previstos no 'caput' do artigo 142 da Constituição Federal. 

O parágrafo único do artigo 142 da CF determina que Lei Complementar estabelecerá normas para o emprego e preparo das FF AA.

Lei Complementar nº 97/99
- Art. 15. O emprego das Forças Armadas na defesa da Pátria e na garantia dos poderes constitucionais, da lei e da ordem, e na participação em operações de paz, é de responsabilidade do Presidente da República, que determinará ao Ministro de Estado da Defesa a ativação de órgãos operacionais, observada a seguinte forma de subordinação:..." ]

Íntegra da nota assinada pelo ministro da Defesa e pelos comandantes militares:

NOTA OFICIAL
A respeito de recentes publicações e especulações envolvendo o Governo e as Forças Armadas, o Ministro de Estado da Defesa e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica esclarecem que:

- A característica fundamental das Forças Armadas como instituições de Estado, permanentes e necessariamente apartadas da política partidária, conforme ressaltado recentemente por chefes militares, durante seminários programados, é prevista em texto constitucional e em nada destoa do entendimento do Governo e do Presidente da República;

- O Presidente da República, como Comandante Supremo, tem demonstrado, por meio de decisões, declarações e presença junto às tropas, apreço pelas Forças Armadas, ao que tem sido correspondido;

- O único representante político das Forças Armadas, como integrante do Governo, é o Ministro da Defesa;

- Os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, quando se manifestam, sempre falam em termos institucionais, sobre as atividades e as necessidades de preparo e emprego das suas Forças, que estão voltadas exclusivamente para as missões definidas pela Constituição Federal e Leis Complementares;

- As Forças Armadas direcionam todos os seus esforços exclusivamente para o cumprimento de suas missões, estando presentes em todo o País. 
Atualmente, atuam no combate ao novo coronavírus (Operação Covid-19), inclusive com apoio às comunidades indígenas; 
no combate aos crimes ambientais, ao desmatamento e às queimadas na Amazônia (Operação Verde Brasil 
2); no acolhimento e interiorização de refugiados da crise na Venezuela (Operação Acolhida); 
no combate aos crimes transnacionais (Operação Ágata); 
no apoio às eleições 2020 (logística e garantia da votação e apuração); 
no apoio à população do Amapá, em função da recente crise gerada por falta de energia elétrica; em ações humanitárias e sociais, como a Operação Carro-Pipa (que leva água a milhões de pessoas atingidas pela seca), o atendimento médico hospitalar às populações ribeirinhas e o transporte de órgãos para transplantes; além de inúmeras outras atividades, destacando, ainda, a essencial e diuturna proteção das fronteiras marítima, terrestre e aérea, que asseguram nossa Soberania e Desenvolvimento Nacional. Por fim, um País forte requer instituições sólidas e transparentes.

Tratar com franqueza os assuntos da Defesa, além de proporcionar o fortalecimento das instituições, contribui para o propósito de alçarmos o Brasil a níveis adequados de desenvolvimento e segurança.

 G 1


quarta-feira, 15 de julho de 2020

Foi o STF que tirou gerência da pandemia de Bolsonaro - Coluna Alexandre Garcia

''Ironicamente, foi o Supremo, com o voto de Gilmar, que tirou do presidente a administração da pandemia, atribuindo-a aos governadores e prefeitos. Se houvesse, pois, o 'genocídio', teria sido gerado nos estados e municípios, não em nível federal''

Não lembro de ter lido nota mais dura de militares do que essa resposta ao ministro Gilmar Mendes. Ou “senhor Gilmar Mendes” a nota nem sequer lhe dá o tratamento de ministro ou excelência, para mostrar que não vincula a reação ao Supremo. Numa live, Gilmar Mendes comentou que há militares e um general na Saúde, como ministro interino, e acrescentou que “o Exército está se associando a esse genocídio”. A Defesa responde que o comentário está afastado dos fatos e causa indignação; que é uma acusação grave, infundada, irresponsável e leviana. A resposta é assinada pelo ministro da Defesa, com o reforço das significativas assinaturas dos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.

Os militares registram que na lei brasileira genocídio é definido como “a intenção de destruir, no todo ou em parte, grupo nacional, étnico, racial ou religioso”. Pelo jeito, o ministro Gilmar aderiu à “narrativa”. Como sabemos, a palavra narrativa, que significa a maneira de narrar, hoje quer dizer versão de um fato. A menção “esse genocídio” é a “narrativa” com que um gabinete de ódio procura carimbar o presidente.

Ironicamente, foi o Supremo, com o voto de Gilmar, que tirou do presidente a administração da pandemia, atribuindo-a aos governadores e prefeitos. Se houvesse, pois, o “genocídio”, teria sido gerado nos estados e municípios, não em nível federal. O ministro Gilmar desconheceu os milhares de militares das três forças que estão trabalhando para aliviar os efeitos da covid-19, desde o voo pioneiro que resgatou brasileiros em Wuhan, no início de fevereiro. Além disso, como jurista, deve saber o significado de genocídio.

O ministro Gilmar também adere à narrativa sobre militares no governo. Como homem de leis, deve saber que não há preconceitos legais na ocupação de cargos por civis ou militares. O engenheiro João Pandiá Calógeras foi um poderoso ministro da guerra no governo do presidente Epitácio Pessoa; José Serra foi um bom ministro da Saúde sem ser médico. E o general Pazuello realiza um trabalho com eficiência que ouvi ser elogiada por prefeitos; o governador de Brasília chegou a afirmar no Estadão que o general vai ser o melhor ministro da Saúde que já existiu
 Militares têm formação de planejamento estratégico, patriotismo, obediência às leis, princípios éticos e sentido de missão. 
Declarações de juízes fora de tribunais são perigosas, porque eles podem ter que julgar questões sobre as quais já emitiram opinião. De Portugal, Gilmar tentou se explicar, mas sua nota ficou parecendo um pronunciamento. Quem fala demais dá bom-dia a cavalo.

Alexandre Garcia, jornalista - Coluna no Correio Braziliense





terça-feira, 14 de julho de 2020

Crise criada por críticas de Gilmar Mendes a militares está longe de acabar

Ministro da Defesa, Fernando Azevedo, e os comandantes das Forças Armadas anunciam que farão uma representação à PGR contra a declaração do magistrado do STF de que o Exército se associou a um ''genocídio'' por atuar no Ministério da Saúde na pandemia da covid

As declarações do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em relação à presença de militares no Ministério da Saúde provocaram uma crise que fica maior a cada dia. O ministro da Defesa, Fernando Azevedo, os comandantes das Forças Armadas, e o vice-presidente Hamilton Mourão criticaram o magistrado. Durante uma transmissão on-line, o integrante da mais alta Corte do país afirmou que “o Exército se associa a um genocídio”. Ele se referiu ao fato de militares participarem da gestão e da formulação de políticas públicas voltadas ao combate à covid-19 no governo federal. O ministro interino da pasta, Eduardo Pazuello, é general da ativa. Azevedo disse que vai acionar a Procuradoria-Geral da República contra o magistrado, que, no entendimento dele, fez acusações ilegais.

Com o objetivo de tentar amenizar a indisposição criada com as afirmações de Gilmar Mendes, o presidente do STF, Dias Toffoli, ligou para Azevedo e para o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos. Desde o começo da tarde de ontem, Toffoli atua nos bastidores para tentar conter a escalada da crise e apagar o incêndio. Ele ressaltou que a visão de um ministro não representa o pensamento da Corte em si e que o Supremo atua com os demais poderes para amenizar os impactos da pandemia do novo coronavírus. O presidente do tribunal entrou no assunto após a nota divulgada por Azevedo e os comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica.

O texto diz que “comentários dessa natureza, completamente afastados dos fatos, causam indignação”. “Trata-se de uma acusação grave, além de infundada, irresponsável e, sobretudo, leviana. O ataque gratuito a instituições de Estado não fortalece a democracia.” Ao fim, a mensagem ressalta que a PGR será acionada para apurar eventuais responsabilizações pelas declarações. O documento é assinado, também, pelos comandantes do Exército, general Edson Pujol; da Marinha, almirante Ilques Barbosa; e da Força Aérea Brasileira, Carlos Bermudez, o que não é usual e foi considerado um ato perigoso na avaliação de quem está dentro dos quartéis.

NOTA OFICIAL
O Ministro da Defesa e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica repudiam veementemente a acusação apresentada pelo senhor Gilmar Mendes, contra o Exército Brasileiro, durante evento realizado no dia 11 de julho, quando afirmou: “É preciso dizer isso de maneira muito clara: o Exército está se associando a esse genocídio, não é razoável”.

Comentários dessa natureza, completamente afastados dos fatos, causam indignação. Trata-se de uma acusação grave, além de infundada, irresponsável e sobretudo leviana. O ataque gratuito a instituições de Estado não fortalece a democracia.

Genocídio é definido por lei como “a intenção de destruir, no todo ou em parte, grupo nacional, étnico, racial ou religioso” (Lei nº 2.889/1956). Trata-se de um crime gravíssimo, tanto no âmbito nacional, como na justiça internacional, o que, naturalmente, é de pleno conhecimento de um jurista.

Na atual pandemia, as Forças Armadas, incluindo a Marinha, o Exército e a Força Aérea, estão completamente empenhadas justamente em preservar vidas. Informamos que o MD encaminhará representação ao Procurador-Geral da República (PGR) para a adoção das medidas cabíveis.

Fernando Azevedo e Silva
Ministro de Estado da Defesa


Ilques Barbosa Júnior 
Almirante de Esquadra 
Comandante da Marinha

Gen. Ex.Edson Leal Pujol  
Comandante do Exército

Ten. Brig Ar Antonio Carlos Moretti Bermudez
Comandante da Aeronáutica


No governo, a insatisfação é geral e, antes de publicar uma nota rebatendo as declarações de Gilmar Mendes, militares buscaram o aval do presidente Jair Bolsonaro, que concordou. A visão do Executivo, no momento, é que um posicionamento público dele sobre o assunto criaria um atrito intenso e desnecessário. Por isso, essa tarefa deve ficar com seus interlocutores.

Gilmar Mendes disse, no sábado, em live da revista IstoÉ, que “não podemos mais tolerar essa situação que se passa no Ministério da Saúde”. “Não é aceitável que se tenha esse vazio. Pode até se dizer: a estratégia é tirar o protagonismo do governo federal, é atribuir a responsabilidade a estados e municípios. Se for essa a intenção, é preciso se fazer alguma coisa. Isso é péssimo para a imagem das Forças Armadas”, destacou. “É preciso dizer isso de maneira muito clara: o Exército está se associando a esse genocídio, não é razoável. É preciso pôr fim a isso.” Uma nota publicada, no fim de semana, ressaltou o papel das Forças Armadas no combate ao coronavírus. No entanto, foi considerada insuficiente pelos comandantes das três Forças.


No domingo, Gilmar Mendes usou o Twitter para reforçar as críticas. “No aniversário do projeto que leva o nome de Rondon, grande brasileiro notabilizado pela defesa dos povos indígenas, registro meu absoluto respeito e admiração pelas Forças Armadas Brasileiras e a sua fidelidade aos princípios democráticos da Carta de 88”, escreveu, numa menção ao Marechal Rondon, que defendeu a criação do Parque Nacional do Xingu. “Não me furto, porém, a criticar a opção de ocupar o Ministério da Saúde predominantemente com militares. A política pública de saúde deve ser pensada e planejada por especialistas, dentro dos marcos constitucionais. Que isso seja revisto, para o bem das FAs e da saúde do Brasil”, emendou o ministro do STF. Fontes próximas a Gilmar Mendes afirmam que ele está tranquilo quanto a qualquer ação jurídica, pois considera que não ultrapassou seus direitos e prerrogativas legais. Procurado pelo Correio, ele informou que não comentaria o assunto.

ReaçãoEm mensagem publicada no Twitter, o general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), declarou apoio ao texto publicado pelos demais militares. “Reafirmo meu apoio à nota oficial, emitida nesta segunda-feira pelo ministro general de Exército Fernando Azevedo e pelos comandantes das Forças Armadas, em resposta à injusta agressão sofrida pelo Exército Brasileiro, em entrevista do ministro do STF Gilmar Mendes”, escreveu.

[General Heleno, com certeza milhões de cidadãos brasileiros apoiam a nota oficial,  emitida nesta segunda-feira pelo ministro general de Exército Fernando Azevedo e pelos comandantes das Forças Armadas, e esperam providências.
Acusações partam do cidadão comum ou de autoridades devem ser provadas - o ônus da prova,  ao que sabem esta regra não foi modificada, continua sendo do acusador.
Não sendo provadas, o acusador deve ser responsabilizado - seja ele quem for.
Esperamos que os signatários na nota oficial, não sejam visitados pela Polícia Federal, por volta das seis horas, em cumprimento de mandado de busca e apreensão, ou mesmo de condição 'debaixo de vara'  por determinação do STF.]

O vice-presidente Hamilton Mourão também comentou o caso, em tom mais harmonioso, e disse que Gilmar Mendes “passou a linha da bola” e “forçou a barra” ao criticar militares na Saúde, em meio à pandemia de coronavírus. “O ministro Gilmar Mendes não foi feliz. Vou usar uma linguagem do jogo de polo: ele cruzou a linha da bola ao querer comparar com genocídio o fato das mortes ocorridas aqui no Brasil na pandemia, querer atribuir essa culpa ao Exército, porque tem um oficial general do Exército como ministro interino da Saúde”, destacou. “Ele forçou uma barra aí que, agora, está criando um incidente com o Ministério da Defesa. Acho que a crítica vai ocorrer, tem de ocorrer, ela é válida, mas o ministro ultrapassou o limite da crítica.”

Bolsonaro volta a reclamar de “pânico”
O presidente Jair Bolsonaro voltou a afirmar que o combate ao novo coronavírus foi marcado pela “desinformação” . “O pânico foi disseminado, fazendo as pessoas acreditarem que só tinham um grave problema para enfrentar. Os números da verdade perseguirão para sempre aqueles que pensaram mais em si do que na vida do próximo”, escreveu em rede social, sem especificar que números são esses. A postagem vem acompanhada de um vídeo intitulado “Censura facial”, em que um narrador critica o deputado Marcelo Freixo (PSol-RJ) por protocolar uma representação no Ministério Público Federal para que Bolsonaro responda por crimes contra a saúde pública.

Correio Braziliense - 14 julho 2020

domingo, 21 de junho de 2020

Fim de festa - Eliane Cantanhêde

O Estado de S.Paulo

Militares recuam. Weintraub fugindo e Mário Frias na Cultura completam clima de fim de festa

[um lembrete se impõe: as Forças Armadas do Brasil não recuam; provavelmente não avançaram, permanecem onde estão, até que seja necessário um avanço - necessidade que tudo indica não ocorrerá.]
A fuga do inacreditável Abraham Weintraub para Miami e a chegada do também inacreditável Mário Frias à Secretaria de Cultura trazem ao governo um sensação de fim de festa, ou de fim do mundo, com o presidente Jair Bolsonaro catatônico, os generais aturdidos, o trio jurídico tentando um “respiro” do Supremo e o pau comendo na Justiça e na pandemia. Com um milhão de contaminados e 50 mil mortos, o foco do presidente está em outros números: 01, 02 e 03.

Situação dramática. Os militares finalmente se dão conta, o mundo jurídico age e o político se preserva. Todos conversam com todos procurando uma luz no fim do túnel: ex-presidentes (menos Lula), atuais e ex-ministros do Supremo, da Defesa e da Justiça, políticos de diferentes cores, juristas independentes, militares da ativa e da reserva. Os bolsonaristas veem “abuso” e “perseguição” contra Bolsonaro, o STF e os demais lembram que os ataques e ameaças partiram dele. Mas há uma saudável operação de guerra para defender o País – apesar do presidente.

Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes e Dias Toffoli, pelo menos, têm conversado com o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, e Gilmar foi ao comandante do Exército, general Walter Pujol  [o atual comandante do Exército é o general-de-exército Edson Leal Pujol.(que tem sido exemplar). [aproveite e confira: 

"Comandante do Exército diz a ministro do STF que as últimas decisões da Corte atropelaram as atribuições do Presidente da República"]

Também têm canal com o ministro da Justiça, o secretário-geral da Presidência e o advogado-geral da União, além de influentes generais da reserva. Bolsonaro, que deveria liderar esse processo, está alienado. Na sua dimensão, almoça com gatos pingados do Centrão, faz live patética com Weintraub, defende o preso Fabrício Queiroz e desdenha de um milhão de brasileiros com o vírus (“Quase 90% não sentem quase nada”).

Os militares fecharam os olhos para atos golpistas, uso da marca das FA, obsessão contra o isolamento social e a favor da cloroquina e até para a derrubada de portarias sobre controle de armas. Agora, como Sérgio Moro, chegam ao seu limite. Meia volta, volver. Defender Queiroz, Flávio Bolsonaro, ligações com milícia? Weintraub no Banco Mundial? Aparelhamento das PMs? Manipulação das FA pelo capitão insubordinado? Aliás, Bolsonaro faz questão de um general da ativa à disposição. Será que o secretário de Governo, Luiz Eduardo Ramos, vai mesmo para a reserva?

Certo domingo, Bolsonaro convidou o ministro da Defesa para uma volta inocente de helicóptero. Eis que – na versão do general – ele se viu num ato contra o STF e o Congresso e pela volta dos militares. É mole? E ele já ratificou a nota do general Augusto Heleno ameaçando o STF com “consequências imprevisíveis” e a de Bolsonaro dizendo que as FA não vão cumprir “ordens absurdas” e “julgamentos políticos”. Na primeira, houve recuo. Na outra, explicação de bastidores: Bolsonaro queria os comandantes de Exército, Marinha e Aeronáutica na nota. O ministro da Defesa assumiu o ônus.

Na quinta e na sexta, com a prisão de Queiroz, Bolsonaro chamou o general Fernando e o ministros da Justiça, deixando no ar a tentativa de envolvê-los (com a PF junto) num problema que não é de governo, mas dele e dos filhos. E as Forças Armadas com isso? Os comandantes bem fazem continuando mudos, cegos e surdos, enquanto o ministro da Defesa deveria ir tirar fotos nas ações militares na pandemia, bem longe de Brasília.

As FA, porém, não podem se descuidar da população civil armada, do aparelhamento das polícias, das suspeitas de promiscuidade com milícias. 
Já imaginaram a PM cruzando os braços numa invasão do STF? 
Típico caso de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), com Exército na rua. E aí? 
Forças Armadas contra polícia? 
Em nome do que? 
Dos Bolsonaro? É melhor prevenir esse risco do que remediar depois. O Brasil agradece. 

Eliane Cantanhêde, jornalista - O Estado de S. Paulo