Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador Flórida. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Flórida. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 23 de março de 2022

Governador da Flórida quer tirar de atleta trans medalha de torneio universitário: 'Perpetuando uma fraude'

O Globo

Lia Thomas venceu prova dos 500m livres na natação

O governador da Flórida, Ron DeSantis, do Partido Republicano, afirmou que pretende pedir a impugnação do resultado da prova que coroou a atleta transgênero Lia Thomas campeã dos 500m estilo livre em um torneio universitário dos Estados Unidos. O político pretende que o título fique com a segunda colocada na prova, Emma Weyant.

Se você olhar para o que a NCAA fez ao permitir basicamente que os homens competissem no atletismo feminino, e neste caso a natação (...) Você tinha a mulher que terminou em primeiro, era de Sarasota (cidade da Flórida), Emma Weyent. Ela ganhou a medalha de prata, mesmo sendo uma superestrela em toda a sua carreira. Precisamos parar de permitir que se perpetuem fraudes para o público disse o político.

Entenda:  Nadadora transexual enfrenta críticas ao quebrar recordes femininos, após três anos competindo entre os homens

DeSantis é do mesmo estado no qual nasceu Emma Weyant. Ela, no entanto, disputou o torneio representando a Universidade da Virgínia, onde estuda, e perdeu a prova de 500 metros estilo livre para Thomas por apenas 1,75 segundo, com o tempo de 4m34s99, o melhor de sua carreira. — Precisamos parar de permitir que organizações como a NCAA perpetuem fraudes. Ela [Emma] ganhou isso. Competir nesse nível é muito difícil. E você não sai da cama e faz isso. Isso exige coragem. Isso exige determinação. Ela teve o tempo mais rápido de qualquer mulher no atletismo universitário — disse DeSantis.

 Competindo pela Universidade da Pensilvânia, Lia se tornou a primeira mulher trans a conquistar um título universitário nos Estados Unidos, vencendo a prova com a marca de 4min33s24. A nadadora já havia sido alvo de críticas em 2021, após quebrar uma série de recordes universitários, por exemplo, ao terminar uma prova 38 segundos à frente da segunda colocada.

A atleta, que é uma mulher transexual, nadou entre os homens por três anos, sob o nome de batismo Will Thomas, e trocou de categoria após um ano de hiato. A USA Swimming, órgão americano que regula o esporte, modificou recentemente as regras para a presença de pessoas transgêneros em suas competições.

[Saiba mais sobre 'homens' que treinam com outros homens,CLIQUE AQUI........ -  ....................fazem a transição e passam a competir com as mulheres que treinam com outras mulheres, OU AQUI.] 

No entanto, a entidade decidiu não implementar as regras já em 2022, considerando que “mudanças adicionais neste momento poderiam ter impactos injustos e potencialmente prejudiciais” para os atletas. Erica Sully, outra rival de Lia na prova da última semana, negou que tenha feito qualquer tipo de protesto no pódio.

Esportes - O Globo

 


quarta-feira, 16 de março de 2022

A loucura californiana - Revista Oeste

Foto: Shutterstock
Foto: Shutterstock
Estamos no meio de uma guerra com desfecho imprevisível, talvez fruto da loucura de Putin, um megalomaníaco que pretende restaurar a “grandeza do império soviético”, custe o que custar. Mas peço vênia aos leitores para desviar o foco nesta coluna. 
Quero falar sobre a loucura californiana, e não quero dizer, com isso, as políticas energéticas malucas que têm custado tão caro ao Estado. 
Falo da loucura mesmo, da relação da Califórnia com os doentes mentais. É um assunto que me interessa bastante, por motivos pessoais.

Tomo como base aqui o livro San Francisco: Why Progressives Ruin Cities, de Michael Shellenberger, ele mesmo um progressista desiludido. Ele escreveu o livro pois tinha muitas perguntas sem respostas, e, ao fazer suas pesquisas, descobriu que seus pares progressistas estavam equivocados em basicamente tudo sobre cidades, crimes e moradores de rua. Era preciso fazer um alerta, na esperança de mudar o rumo das coisas. Na toada atual, as principais cidades californianas ficarão inabitáveis em algumas décadas.

A maioria no poder em algumas cidades dos Estados Unidos parece acreditar que o único problema real de política pública é como pagar para deixar as pessoas fazerem o que quiserem, desde transformar parques públicos em acampamentos de drogas a céu aberto até usar calçadas como banheiros. Entre 2010 e 2020, o número de ligações feitas em São Francisco reclamando de agulhas hipodérmicas usadas em calçadas, parques e outros lugares subiu de 224 para 6.275. De 2005 a 2020, São Francisco experimentou um aumento surpreendente de 95% nos sem-teto desabrigados, enquanto o número de unidades habitacionais permanentes de apoio oferecidas pela cidade aumentou de 6.487 para 10.051.

Quando os fundos locais, estaduais e federais são contabilizados, São Francisco gasta US$ 31.985 por sem-teto apenas em moradia, sem incluir Assistência Geral, outros programas de bem-estar em dinheiro, como Assistência Temporária para Famílias Necessitadas e outros serviços. Por outro lado, a cidade de Nova Iorque gasta US$ 11.662 e Los Angeles gasta US$ 5.001. A maior razão pela qual muitas pessoas escolhem São Francisco, segundo o autor, são as drogas baratas e abundantes e a lentidão da aplicação da lei.

São Francisco tem a quarta maior taxa de mortalidade por overdose de drogas de qualquer grande cidade dos EUA

As pessoas não estão morrendo de overdose de drogas em São Francisco porque estão sendo presas, como alegam aqueles que pregam uma política carcerária ainda mais frouxa. Eles estão morrendo porque não estão sendo presos. De 2008 a 2020, as mortes por overdose de metanfetamina aumentaram 500% em São Francisco, e metade das visitas psiquiátricas ao Hospital Geral de São Francisco está relacionada à metanfetamina. Em 2019, a metanfetamina foi a droga mais comum nas mortes por overdose na Califórnia.

“Estar chapado de metanfetamina parece uma mania bipolar”, explicou um médico de emergência psiquiátrica. Metade de todos os pacientes que ele atendeu no Hospital Geral de São Francisco tinha doença mental grave e dependência de drogas. “Coisas como estimulantes de metanfetamina e cocaína vão te deixar psicótico, e então parece uma mania bipolar”, disse ele. “Quero dizer, é indistinguível.”

Hoje, São Francisco tem a quarta maior taxa de mortalidade por overdose de drogas de qualquer grande cidade dos Estados Unidos. Em 2020, 713 pessoas morreram de overdose acidental de drogas, um aumento de 61% em relação a 2019. As mortes por overdose em São Francisco aumentaram de 11 por 100.000 pessoas em 1985 para 81 por 100.000 em 2020, um aumento de mais de sete vezes. Hoje, as overdoses de drogas são a principal causa de morte de não idosos de São Francisco, respondendo por 29% das mortes de residentes com menos de 65 anos em 2019.

Nenhum Estado na América tomou medidas mais agressivas para reduzir a exposição do público a produtos químicos e ao fumo passivo do que a Califórnia. A Califórnia proibiu a venda de tabaco aromatizado, porque atrai crianças, e o uso de tabaco sem fumaça nos cinco estádios de beisebol profissionais do Estado. Proibiu o uso de cigarros eletrônicos em locais de trabalho governamentais e privados, restaurantes, bares e cassinos. São Francisco, no final de 2020, proibiu fumar cigarros em apartamentos. No outono de 2020, a Califórnia proibiu empresas de usar em cosméticos, xampus e outros produtos de cuidados pessoais 24 produtos químicos considerados perigosos.

E, no entanto, onde os governos de São Francisco, Califórnia e outras cidades e Estados progressistas enfatizam os perigos remotos de cosméticos, pesticidas e fumo passivo, eles minimizam os perigos imediatos das drogas pesadas, incluindo o fentanil. Os psiquiatras há muito alertam contra dar dinheiro aos sem-teto mentalmente doentes e viciados em drogas, e, no entanto, é isso que São Francisco, Los Angeles e outras cidades progressistas fazem.

Muitas pessoas em recuperação do vício dizem que teriam morrido se não fossem forçadas a aceitar o tratamento. “Eu não recomendo isso como uma maneira de organizar sua vida”, disse uma delas, “mas ser indiciado pelos federais funcionou para mim. Eu não teria feito isso sem eles. Eu não fui ao tratamento para ficar limpo. Fui fazer tratamento para sair da cadeia”. No entanto, a elite progressista insiste em sua política contrária ao tratamento forçado e também à prisão dos viciados e doentes mentais que ficam perambulando pelas ruas e colocando eles próprios e terceiros em risco.

Miami adotou uma política distinta, com muito mais sucesso. A cidade da Flórida reduziu sua população de sem-teto em 57%, de um pico de 8.258 em junho de 2001 para 3.560 em janeiro de 2020, adotando políticas semelhantes às usadas na Holanda. Miami acabou com as cenas de drogas ao ar livre, forneceu atendimento psiquiátrico gratuito e tratamento de drogas para os sem-teto e expandiu abrigos e moradias de apoio. “Se você rejeita completamente a criminalização, acaba com muitas pessoas com vícios morrendo nas ruas”, constatou um especialista.

No cerne desse problema está o movimento antimanicomial, a mentalidade libertária e o relativismo que rejeita o conceito de normalidade. Foi um democrata que deu andamento ao fechamento dos hospitais psiquiátricos. O presidente John F. Kennedy propôs e defendeu com sucesso uma reforma crucial de 1963 que exigia que o governo federal financiasse centros comunitários de saúde mental, mas deixasse para os Estados financiar hospitais psiquiátricos. Os democratas da Califórnia foram ativos nos esforços para fechar os hospitais psiquiátricos.

Enquanto cerca de 52 milhões de pessoas nos Estados Unidos sofrem de alguma doença mental, como ansiedade e depressão, pouco mais de 13 milhões de adultos sofrem de doenças mentais graves. A categoria inclui esquizofrenia, transtorno bipolar grave, transtornos de humor e pensamento. Estima-se conservadoramente que cerca de 121.000 pessoas mentalmente doentes vivam nas ruas americanas.

Pessoas com doenças mentais graves são mais propensas a ficar sem-teto, interagir com traficantes de drogas e ser estupradas, espancadas ou vitimizadas do que o público em geral. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, doenças mentais graves reduzem a expectativa de vida em 10 a 25 anos, principalmente devido a condições crônicas de saúde física, mas também por suicídio. Os doentes mentais têm até dez vezes mais chances de ser encarcerados do que hospitalizados.

Acampamento de sem-teto ao lado da autoestrada no centro de Los Angeles - Foto: Matt Gush/Shutterstock

As coisas muitas vezes terminam mal quando pessoas mentalmente doentes são forçadas a entrar no sistema de Justiça criminal. Um estudo estima que cerca de um quarto das pessoas baleadas e mortas pela polícia em qualquer ano nos EUA tem uma doença mental grave não tratada. Aqueles com uma doença mental grave não tratada têm, portanto, 16 vezes mais chances de ser mortos em um encontro com a polícia do que aqueles sem uma.

Parte do problema é que os pacientes fora das instituições param de tomar seus medicamentos, tornam-se psicóticos e acabam na rua. É semelhante ao processo de desfiliação que ocorre em pessoas que sofrem de dependência de drogas ou álcool. Alguns são mandados de volta para a prisão, que muitas vezes é a única maneira de os doentes mentais graves obterem os cuidados médicos de que precisam.

O argumento libertário, defendido pelo psiquiatra Thomas Szasz, alega que o Estado não tem o direito de intervir se o indivíduo não praticar nenhum ato de agressão contra terceiros. Isso alimentou a visão de entidades como a ACLU, que defendem a “liberdade civil” dos doentes mentais. É como se colocassem sua falsa liberdade acima de sua própria vida! O movimento ganhou força com o livro publicado em 1965 na América por Foucault. Em Madness and Civilization, o filósofo francês atacou como opressão qualquer tentativa de considerar alguém normal ou louco, e como violência qualquer tentativa de tratamento forçado.

Foucault argumentou que o tratamento supostamente humanista do louco como portador de doença mental era, na verdade, uma forma mais insidiosa de controle social. Não restam dúvidas de que havia muito abuso, que famílias enviavam parentes para manicômios para fugir da vergonha de algum comportamento tido como antissocial ou pecaminoso e que nessas instituições rolava muito absurdo nos tratamentos radicais. Mas o abuso não deve tolher o uso. O resultado foi um movimento sem precedentes contra a psiquiatria em geral, e os doentes mentais ficaram largados à própria sorte, incapazes de escolher racionalmente pelo tratamento necessário.

“Esses loucos são tão intratáveis ​​apenas porque foram privados de ar e liberdade”, alegava a visão romântica que passou a glamorizar a loucura. A própria existência da loucura passou a ser questionada. Mas isso é insano. Alguém com demência, com Alzheimer grave, viraria sem-teto se não tivesse algum parente por perto para tratar. Não temos nenhum problema em dizer aos nossos familiares dementes: “Você precisa ir para a assistência domiciliar e tomar este remédio”. E, eventualmente, eles o fazem. Por que isso é diferente de uma doença psiquiátrica? “Comecei a partir de uma perspectiva de libertário civil”, disse um especialista. “Mas, no final das contas, não quero ver as pessoas morrerem com seus direitos. Essa não é a solução.”

Leia também “O caminho aristotélico”

Rodrigo Constantino, colunista - Revista Oeste


sábado, 26 de fevereiro de 2022

O que o Ocidente não entende sobre a Rússia - Gazeta do Povo

Rodrigo Constantino

Há um grave erro de percepção, em minha opinião, do Ocidente sobre a Rússia. A civilização ocidental, que já foi calcada em valores judaicos-cristãos que enalteciam virtudes como honra, sacrifício e fins mais elevados, tornou-se cada vez mais hedonista e materialista com o tempo - e a prosperidade. E seu grande pecado é a arrogância de acreditar que todos desejam as mesmas coisas.

A visão de que tudo se resume ao aspecto econômico está clara em todas as narrativas e medidas ocidentais, em especial por parte da esquerda "progressista". Suas lideranças acham que os problemas sociais são derivados sempre da pobreza ou da desigualdade, que o estado de bem-estar social cura tudo, e que a meta da humanidade toda é simplesmente melhorar a condição de vida, nada mais.

É por isso que vemos as sanções econômicas como reação automática sempre que um estado agressor joga fora das regras do jogo internacional. É por isso que democratas acreditam que podem comprar a paz no Irã. É por isso que esses ocidentais materialistas ficam perplexos quando enfrentam fanáticos dispostos a morrer por uma causa. O Ocidente não compreende mais a força de um propósito maior do que sobreviver e comer bem, não apreende o poder da ideologia.

O PIB da Rússia é similar ao do estado da Flórida, ou seja, do ponto de vista econômico, os russos não são expressivos no âmbito global. Não obstante, eles já fizeram parte de um império que ameaçava e assustava os Estados Unidos e o mundo. Putin já declarou inúmeras vezes que seu objetivo é justamente resgatar essa "grandeza da Mãe Rússia", retomar a influência do império soviético.

Putin é um autocrata, não liga para sensibilidades democráticas, não respeita ONGs de direitos humanos, não dá a mínima para pautas climáticas - ao contrário, explora a histeria ocidental nessa área para conquistar ainda mais influência e gerar dependência na Europa de seu gás. Putin é um ex-espião da KGB extremamente frio e focado, disposto a impor enormes sacrifícios econômicos ao povo russo se isso significar avanços nos anseios nacionalistas.

Nem todos funcionam sob a mesma lógica econômica e materialista dos hedonistas ocidentais. O russo em geral não quer apenas uma "dacha" maior, ou uma BMW nova. Muitos pensam dessa forma, claro, mas longe de ser a imensa maioria. Por isso Putin tem apoio popular em seu esforço de reconstruir o império soviético. É o coletivismo nacionalista que fala mais alto, a ideologia que traz uma sensação de propósito mais elevado aos seus adeptos.

Enquanto os líderes ocidentais acharem que todos são como eles, que a Rússia só quer mais prosperidade econômica, que a China só pensa em trocar de iPhone todo ano, que o Irã pode ser comprado com malas de dinheiro, os inimigos da civilização ocidental seguirão seu curso, enfraquecendo ainda mais o Ocidente.

É preciso tentar pensar como o adversário, não projetar nossos "valores" neles. Para um "progressista" ocidental, talvez uma casa maior seja tudo na vida; para um russo que apoia Putin, nada poderia ser menos relevante do que isso. Ele quer o respeito, ainda que pelo medo, ao que ele faz parte: uma nação poderosa, que intimide a maior potência mundial.

sábado, 18 de dezembro de 2021

Robôs armados: o sonho e o pesadelo - Revista Oeste

Spot, o cachorro robô | Foto: Boston Dynamics
Spot, o cachorro robô - Foto: Boston Dynamics 

Se você pensou em adquirir um robô desses, sinto muito. O vídeo acima é uma encenação produzida por um estúdio de efeitos especiais. Mas o conceito, mesmo que fictício, fica valendo: um “policial” ou “segurança” que obedecem a todas as nossas ordens, é infalível, indestrutível, capaz de acertar no alvo correto com um único tiro, sem que nenhuma bala se perca. E incapaz de agir por impulso, nervosismo ou falha.

É bom ir se acostumando com a ideia. O processo ainda está no início, mas é irreversível. A combinação de robôs e armas já é uma realidade. Veja o exemplo do “cão robô armado” apresentado recentemente numa feira de artigos militares e de segurança realizada em Washington.

Este é um modelo ainda sem nome do “robô quadrúpede” Vision 60, construído pela Ghost Robotics e equipado com uma arma da Sword International. A arma possui zoom 30X, câmera termal e alcance de 1.200 metros. Eles já estão sendo testados pelos militares americanos. Segundo o site The Verge, esse cachorrão mecânico mal-encarado está patrulhando o perímetro da base Tyndall, da Força Aérea. A ideia inicial dos militares foi usar o robô para vigiar locais que não são “desejáveis para seres humanos nem veículos” — como o pântano da Flórida, onde está localizada a base.

Enxames de drones
O futuro desses robôs militares inclui funcionar como torres móveis de sinal de celulares, desarmar bombas e detectar armas CBRN (químicas, biológicas, radiológicas e nucleares). Ou simplesmente dar tiros. A empresa Boston Dynamics se nega a desenvolver robôs letais. Outras, como a Ghost/Sword, não enxergam problema nisso e projetam seus Laws — sigla em inglês que significa Sistema de Armas Autônomas Letais, ou simplesmente “robôs matadores”.

Robôs já estão fazendo entregas, fritando batatas em lanchonetes, escrevendo peças de teatro e artigos para a imprensa, realizando shows de humor stand up ou simplesmente passeando nas ruas, causando espanto nos cães de carne e osso.

Que os robôs se tornassem armas, era uma questão natural e inevitável. Tão natural e inevitável quanto provocar uma reação de medo. E se os robôs armados fugirem ao controle, como na série de filmes O Exterminador do Futuro?

O lendário secretário de Estado americano Henry Kissinger lançou recentemente um livro se opondo à crescente entrega dos mais poderosos arsenais a sistemas de inteligência artificial. É uma perspectiva de tirar o sono. O pesadelo pode tomar a forma do país A atacando o país B com uma nuvem de drones armados conectados com aviões e navios também funcionando por inteligência artificial. Tudo isso combinado com um ataque de hackers aos sistemas de defesa do inimigo. Essa possibilidade militar é tão arrasadora que pode levar o país B a usar seu próprio sistema automático de defesa para um contra-ataque preventivo e… estabelece-se o caos.

O homem que salvou o mundo
O que nos faz lembrar de Stanislav Petrov. Você provavelmente nunca ouviu falar de Stanislav Yevgrafovich Petrov. Mas estamos vivos em parte por causa dele.

Petrov era um operador de radar das Forças Armadas da União Soviética. Em 26 de setembro de 1983, ele observou no radar que aparentemente um míssil americano havia sido disparado em direção à Rússia, seguido por cinco outros foguetes.

Sua obrigação como militar era avisar imediatamente o fato a seus superiores. O protocolo era claro: em caso de ataque nuclear, a URSS deveria responder com um ataque maciço de seus próprios mísseis em direção aos EUA e seus aliados. Que responderiam da mesma forma e, assim, a civilização estaria extinta, assim como a vida no planeta Terra.

Mas Stanislav Petrov sentiu que havia algo errado. Se os americanos estivessem atacando mesmo a União Soviética, por que usariam apenas seis mísseis? Ele decidiu esperar por mais alguns angustiantes minutos antes de dar o alerta ao Kremlin. E então os supostos “mísseis americanos” sumiram de seu radar. Era apenas um falso alarme, provocado por um fenômeno meteorológico. Os minutos de hesitação de Petrov se tornaram o exemplo mais clássico da diferença que faz o fator humano numa situação tensa e letal ao extremo. Um sistema de inteligência artificial talvez não esperasse esses preciosos minutos antes de responder ao falso ataque.

Drones autônomos foram usados pela primeira vez por uma milícia na Líbia, no ano passado, para caçar e matar automaticamente soldados leais a um chefão local. Outro uso prático aconteceu também em 2020, quando uma arma de altíssima precisão foi montada por agentes israelenses numa estrada do Irã. Quando reconheceu seu alvo — Mohsen Fakhrizadeh, chefe do programa nuclear iraniano —, a arma disparou automaticamente. O tiro foi tão certeiro que a mulher do cientista, que viajava a seu lado, não sofreu nenhum arranhão.

(...)

A China está criando ‘enxames’ de pequenos drones, enquanto a Rússia construiu um tanque robô

Robôs podem ser usados em trabalhos policiais até mesmo sem estar armados. A cidade de Huntington Park, na Califórnia, está testando o HP Robocop, um modelo K5 produzido pela Knightscope, ao preço médio de US$ 65 mil por ano, o equivalente a R$ 369 mil. O “guarda” em formato oval passa 24 horas por dia, sete dias por semana registrando o que acontece ao redor dele usando quatro câmeras permanentemente conectadas à central de polícia. Um botão em seu corpo pode ser usado pelos cidadãos para chamar os policiais humanos em emergências. E o robô ainda dá lições de civilidade, repetindo mensagens como “Mantenha o parque limpo”. O número de crimes já caiu na zona patrulhada pelo HP Robocop.

No fim de novembro, o governo da Nova Zelândia aderiu a um plano para banir os chamados sistemas autônomos de armamento, os killer robots. Já fazem parte desse movimento outros 30 países, incluindo o Brasil.

O terror vindo do alto
Segundo a organização Anistia Internacional, “países como EUA, China, Israel, Coreia do Sul, Rússia, Austrália, Índia, Turquia e Reino Unido estão investindo pesadamente no desenvolvimento de sistemas autônomos. O Reino Unido, por exemplo, está desenvolvendo um drone automático que pode voar em modo autônomo e identificar um alvo dentro de uma área determinada. A China está criando ‘enxames’ de pequenos drones que podem ser programados para atacar tudo o que emita a temperatura corporal, enquanto a Rússia construiu um tanque robô que pode ser equipado com uma metralhadora ou um lançador de granadas”. A Anistia Internacional age numa “coalisão de 180 ONGs internacionais, regionais e nacionais com parceiros acadêmicos trabalhando em 66 países para assegurar o controle humano sobre o uso da força através do desenvolvimento de uma nova lei internacional”.
(...)

Leia também “O dono do mundo” 

Dagomir Marquezi, colunista - Reivsta Oeste

 

domingo, 5 de dezembro de 2021

Para a hipocrisia não há vacina - Revista Oeste

Ana Paula Henkel

Claudia Leitte, fofa, estava cantando num trio elétrico em São Paulo para uma multidão que respeitava o distanciamento de 5 centímetros

Claudia Leitte no trio elétrico, no Espaço das Américas, em São Paulo. O show aconteceu no sábado 27 de novembro | Foto: Reprodução/Twitter
Claudia Leitte no trio elétrico, no Espaço das Américas, em São Paulo. O show aconteceu no sábado 27 de novembro -  Foto: Reprodução/Twitter 
 
O ano é 2037. Antony Fauci diz que apenas tomando a 92ª dose da vacina contra a covid-19 você poderá ajudar o mundo a não entrar em colapso. Com base em estudos feitos por John Ioannidis, professor da Universidade de Stanford, na Califórnia, sabemos que estamos lidando com um vírus que tem uma taxa de mortalidade por infecção (IFR) de 0,05 em pessoas abaixo dos 70 anos de idade, mas isso não importa. Se você não ouvir a imprensa de necrotério (como diz Augusto Nunes), não ficar em casa, não tomar quantas doses de vacinas experimentais forem necessárias ou ousar caminhar ao livre sem máscara, você é um ser humano desprezível, egoísta, que não pensa no bem-estar do mundo. Mesmo que o mundo esteja vacinado e usando máscaras.
 
A cartilha da bondade tirânica está em curso desde o começo de 2020. Igrejas, escolas, parques, comércio, jogos, casamentos, festinhas de criança, esportes… Tudo, tudo, tudo fechado. Afinal, para matar o vírus também é preciso assassinar o bom senso. Isolamento, distanciamento, máscaras, depressão, vacinas experimentais, cirurgias adiadas, CPI fake e mentiras.  
A economia a gente vê depois — assim como falências, pobreza e fome. Tudo no pacotão do “loquidaun” do bem. É a elite global e sua assessoria de imprensa — a própria imprensa — colocando o mundo em mais uma rodada de pânico, agora com a cepa africana.
Só não entramos em pânico absoluto — ainda — porque nossos governantes dão o exemplo a ser seguido. João Doria, Mandetta, Gavin Newsom, Nancy Pelosi, Joe Biden… Até Claudia Leitte, fofa, que nesta semana estava cantando num trio elétrico em São Paulo para uma multidão que respeitava o distanciamento de 5 centímetros, fez coro com a bondade draconiana. 
Claudinha, que já gravou vídeos pregando que sem máscaras você é alguém que não se importa com a vida, estava sem máscara. Mas era pelo bem da alegria do Carnaval que se aproxima. Ah, bom… Claudinha estava apenas preocupada com vidas humanas felizes que queriam beijar na boca e pular suadas no calor humano do trio elétrico. Covid? Quem? Não, gente! Pandemia para ti. Não para mim.

Você não estava em São Paulo? Foi lindo! “Estamos juntos nessa”, a frase que ouvimos durante quase dois anos de anunciantes na TV, corporações, amigos nas redes sociais e, é claro, governadores e prefeitos no combate à pandemia, ficou meio perdida ali, naquela multidão cantando com Claudinha. Fofa. “Estamos juntos nessa”, na aglomeração do trio de Claudinha, porque hoje sabemos que, na pandemia, a palavra de ordem dos políticos e de suas celebridades pets é outra: “VOCÊS estão todos juntos nisso”.

Lockdowns gourmet
Desde março de 2020,
o mundo vem sendo presenteado com histórias e mais histórias de políticos e burocratas implementando mandatos ou diretrizes restritivas do coronavírus, apenas para serem pegos violando essas medidas. As pet celebridades idem. Basta correr os olhos pelas redes sociais para testemunhar que a vida dessa turma se divide entre lockdowns gourmet e eventos que não seguem os protocolos básicos que tanto martelam em suas contas verificadas. 
Ora, quem não se lembra do governador de São Paulo, João Doria, trancando o Estado e indo passear na Flórida, aberta desde setembro de 2020? 
O Estado governado pelo republicano Ron DeSantis tem hoje o menor índice de contaminação entre todos os 50 Estados americanos e é o segundo índice mais baixo em hospitalizações, mesmo com apenas 61% da população vacinada. Liberdade com responsabilidade.

Já na outra costa dos Estados Unidos, na república soviética da Califórnia e seus intermináveis lockdowns, vacinação obrigatória e uso de máscaras 24 horas por dia, os números negativos não dão trégua desde 2020. E quem não se lembra do jantar chiquérrimo do governador Gavin Newsom com mais de 15 pessoas em um restaurante fechado, onde todos estavam sem máscaras e amontoados em volta da mesa? Ou a ida de Nancy Pelosi a um salão de beleza durante a proibição do funcionamento de estabelecimentos comerciais?

Você poderia pensar que, depois que um punhado desses relatos ganhou as manchetes, nossos “líderes” entenderiam a dica de fazer o que pregam. No mínimo, talvez, eles ficariam mais cautelosos em exibir seus próprios decretos ou se esforçariam mais para não serem pegos. Recentemente, a Heritage Foundation lançou uma plataforma chamada “Covid Hypocrisy” (A hipocrisia da covid), uma ferramenta abrangente e interativa que documenta casos de políticos que violaram seus próprios decretos e restrições ao coronavírus. Olha aí uma boa ideia para ser copiada no Brasil! A ferramenta não é usada apenas para uma exposição política no melhor estilo “Te peguei!”. Trata-se sobretudo de proteger e restaurar a confiança nas instituições de governo.

O brasileiro é resiliente por natureza diante de qualquer desafio. Nunca tivemos uma revolução como a Francesa ou a Americana, mas já passamos por bons bocados e mostramos uma resistência digna dos melhores livros de história. No entanto, depois de quase dois anos de lockdowns forçados, fechamento de escolas, igrejas, locais de entretenimento e meios de subsistência perdidos, governantes deveriam viver como todos nós, de acordo com o conjunto de regras estapafúrdias que parece não se aplicar àqueles em posições de autoridade. Será que é pedir muito que esses políticos mostrem o senso mais básico de integridade? Ok, a pergunta foi retórica. O problema é que as intermináveis violações da confiança das pessoas são muito mais prejudiciais do que apenas sinais de hipocrisia. Esses políticos minam nossas próprias instituições e a confiança do cidadão nelas.

Talvez em nenhum outro momento tenha sido mais importante para os brasileiros confiar em nossos líderes e acreditar que eles desejam o melhor para nós, principalmente diante de uma insegurança jurídica histórica a que somos submetidos diariamente por parte do novo “Poder Moderador”, o Supremo Tribunal Federal. Lá fora, o mundo está ficando cada vez mais perigoso, e o princípio mais importante depois do direito à vida — o direito à liberdade — está sendo sufocado a passos largos. A lista de desafios que encaramos todos os dias fica mais longa. Se realmente desejamos enfrentar esses desafios e superar o que, sem dúvida, são obstáculos e adversários descomunais, nossos governantes terão de desempenhar um papel vital na liderança do país.

É óbvio que a hipocrisia em altos cargos não é novidade. Mas quando funcionários do governo — nossos funcionários — violam as regras da covid estabelecidas por eles próprios, não estão apenas mostrando ao país que são desonestos. Estão demonstrando que as regras não são tão importantes quanto dizem — e que as instituições não são sólidas o bastante para estar acima de suas vontades. Diante do declínio da confiança entre as instituições, os meliantes de alto escalão pioram o problema quando dão provas tangíveis de que não merecem confiança. Isso torna mais difícil convencer as pessoas a se sacrificarem.

O controle social através do pânico tornou-se a vacina do poder contra homens livres

O mais preocupante, no entanto, é o que faz com que as pessoas percam a confiança no sistema como um todo e a essencial convicção para o devido funcionamento de uma república. A hipocrisia dos políticos não apenas mina sua credibilidade pessoal, mas também prejudica o já frágil sistema de confiança que faz a sociedade funcionar. Se houvesse apenas incidentes esparsos de políticos infringindo as regras, poderíamos atribuir isso a apenas algumas maçãs podres. Mas estamos vendo um padrão duplo em todo o sistema.

No Brasil, governadores e prefeitos impuseram restrições draconianas e as desprezaram sem pestanejar no momento em que elas se tornaram inconvenientes. Como podem esperar, portanto, que os cidadãos comuns se comportem de maneira diferente? Se o dano à reputação pessoal é o problema imediato — e o único com o qual eles parecem se preocupar —, a questão intermediária é o dano causado à esfera médica e científica. Especialistas sérios em saúde pública concordam que o distanciamento social pode reduzir a propagação do vírus e há razão em dizer às pessoas para terem cautela —, mas quando políticos desconsideram esses próprios avisos, isso faz com que se pense que a coisa toda pode ser falsa. As ações imprudentes dos políticos causarão maiores problemas de saúde pública no futuro do que o próprio vírus.

O efeito a longo prazo dessa hipocrisia nem mesmo se limitará à comunidade médica e científica. Ver políticos quebrando suas próprias regras constantemente minou a fé no governo e nas elites. No livro Trust in a Polarized Age (“Confiança em uma Era Polarizada”), o professor Kevin Vallier explica que “a queda da confiança política dificulta a formulação de políticas públicas eficazes, pode ameaçar o governo democrático e a estabilidade política, além de gerar desigualdades excessivas de poder, corrupção e violações de direitos básicos”. A sociedade exige confiança, e a hipocrisia flagrante no topo a destrói de maneira quase irrecuperável.

Ainda não há vacinas que evitem totalmente a transmissão do vírus chinês. A pandemia também mostrou que não há vacinas contra a hipocrisia. Entre os muitos mortos pelo mundo, a covid também matou a capacidade de pedir desculpas e a humildade em reconhecer erros por um bem maior. O controle social através do pânico tornou-se a vacina do poder contra homens livres.

Leia também “Assassinar a justiça em nome do poder”

Ana Paula Henkel, colunista - Revista Oeste


segunda-feira, 20 de setembro de 2021

Este homem é uma lutadora - Ana Paula Henkel

Revista Oeste

A falsa inclusão de atletas transexuais em esportes femininos significa a exclusão de meninas de seus espaços no esporte

Alana McLaughlin, antes e depois da transição | Fotos: Reprodução Instagram
Alana McLaughlin, antes e depois da transição -  Fotos: Reprodução Instagram 
 
Há duas semanas, escrevi um artigo sobre o silêncio das feministas com a nova velha realidade das mulheres no Afeganistão depois da retirada das tropas norte-americanas e aliados da região. Comandadas pelo Talibã agora, as afegãs sofrerão sob um duro regime de opressão e liberdades cerceadas.
 
Mas o silêncio das feministas não é exclusivo para o assunto das mulheres do Afeganistão, agora cobertas da cabeça aos pés e sem o direito de trabalhar nem estudar.  
O feminismo de butique que diz lutar pelas mulheres continua calado em relação ao avanço absurdo de atletas transexuais, homens biológicos contemplados com anos de testosterona, competindo, invadindo e agora espancando mulheres sob os aplausos dos seguidores do politicamente correto.

Alana McLaughlin, a segunda mulher abertamente transgênero a competir no MMA nos Estados Unidos, venceu sua estreia na semana passada por finalização nas preliminares do Combate Global em Miami, Flórida. A lutadora de 38 anos usou um mata-leão contra Celine Provost para encerrar a partida aos 3 minutos e 32 segundos do segundo round. McLaughlin, que começou sua transição de gênero após deixar as Forças Especiais do Exército dos EUA em 2010, disse que espera ser uma pioneira para atletas transgêneros em esportes de combate: “Quero pegar o manto que Fallon colocou”, disse McLaughlin à Outsports antes da luta, referindo-se a Fallon Fox, que em 2012 se tornou a primeira mulher trans a lutar no MMA. “No momento, estou seguindo os passos de Fallon. Sou apenas mais um passo ao longo do caminho e é minha grande esperança que haja mais coisas para seguir atrás de mim.”

A luta terminou com um mata-leão que McLaughlin deu na adversária, Celine Provost | Foto: Reprodução

Antes da transição, McLaughlin era um soldado das Forças Especiais dos EUA, o que levou alguns usuários de mídia social e até mesmo outros lutadores a questionar a legitimidade de sua competição na seção feminina do MMA. Entre os críticos estão o lutador do UFC Sean O’Malley e o narrador de MMA Angel David Castro. Alana McLaughlin fez a transição cinco anos atrás, o que significa que “ela” viveu 33 anos de sua vida como homem e com o corpo formado em sua totalidade pelo hormônio mais proibido para as mulheres no esporte: a testosterona.

Há alguns anos venho tentando trazer um pouco de racionalidade para o debate público sobre transexuais no esporte. Essa falsa inclusão significa a exclusão de meninas e atletas femininas de seus espaços no esporte. 
A invasão de homens biológicos nos esportes femininos não é apenas errada, é um ataque frontal e um desrespeito às mulheres — a própria discussão é, em si, ultrajante e humilhante. 
O debate honesto sobre esse assunto não pode ser embasado na identidade social de um indivíduo, que, obviamente, deve sempre ser respeitada. Como as pessoas decidem viver suas vidas é um problema individual. 
Mas decisões sociais e particulares não criam direitos imediatos. Esse assunto é sobre a clara exclusão de meninas e mulheres no esporte feminino, é sobre ciência e sobre identidade biológica, pilar sagrado e justo nos esportes.

Nessa semana, a Califórnia passou por um processo de recall para o governo estadual. Dentre os candidatos a ocupar o lugar de Gavin Newson estava Caitlyn Jenner, ex-atleta olímpico de decatlo masculino como Bruce Jenner. Jenner se identificou como mulher trans em 2015, é pai das empresárias Kylie e Kendal Jenner, padrasto das Kardashians e é contra meninos biológicos trans competirem com meninas no esporte feminino. Recentemente, ela disse em um vídeo que esse assunto é apenas uma questão de justiça: “Sou contra meninos biológicos que são trans poderem competir com garotas nas escolas. Simplesmente não é justo”. E arrematou: “E nós temos de proteger o esporte feminino nas escolas”. Caitlyn foi devorada pelo tal feminismo que jura por todos os santos proteger e lutar pelas mulheres.

O assunto, para aqueles que querem apreciar a biologia humana, é vasto e muito bem estabelecido na ciência. As diversas vantagens que as mulheres trans possuem devido aos anos de testosterona desde a infância não são amenizadas ao manter a quantidade hormonal recomendada pelo Comitê Olímpico Internacional de até 10 nanomols por litro por 12 meses. 
Não existe estudo que prove que esse período reverta aspectos como o coração e os pulmões maiores, maior capacidade aeróbica e cardiorrespiratória, além de outros, como nível de oxigênio no sangue, densidade óssea e fibra muscular. Não há absolutamente nenhum estudo que mostre que a genética masculina pode ser revertida em apenas um ano, depois de passar 20 ou 30 anos com altas doses de testosterona. 
 
E não para por aí: mesmo pequenas quantidades de testosterona a mais no organismo feminino podem resultar em verdadeiros milagres no esporte, como segundos de diferença em uma prova, o que pode definir uma medalha de ouro ou um recorde olímpico. 
O teto de testosterona que uma atleta transexual pode ter chega a ser até três vezes maior do que o de uma mulher. No corpo de uma atleta, um pouquinho a mais desse hormônio, considerado o suprassumo do esporte, faz uma grande diferença.

Ao longo de 24 anos como atleta profissional, pude conhecer médicos excepcionais, engajados na proteção do esporte limpo e justo. O ortopedista Bernardino Santi, que já participou de quatro edições dos Jogos Olímpicos como profissional de saúde, foi um deles e hoje desempenha um trabalho importantíssimo na proteção das mulheres. Santi, assim como centenas de outros médicos ligados à fisiologia humana que se calam para o politicamente correto, é categórico em afirmar que ainda não há evidências científicas que levem a um consenso que garanta segurança a todos os atletas, incluindo os próprios esportistas transgêneros, durante as competições. Para ele, as definições do Comitê Olímpico sobre o tema são precipitadas: “Hoje, é muito precoce, não há consenso científico para dizer que uma atleta trans se equipara a uma mulher biológica. Pelo contrário, há muitos trabalhos científicos que rebatem essa argumentação”.

Para os esportes de contato, como o MMA, há ainda maiores inseguranças para as mulheres biológicas sobre sua integridade física

O principal ponto de todo esse debate, que é o fator hormonal e a quantidade de testosterona relacionada a maior massa muscular e óssea, parece simplesmente não existir para a turba político-ideológica que vem gritando “ciência!” ultimamente. Mas Santi ressalta outros pontos além da grande diferença hormonal na resposta muscular, na velocidade, na força e em explosão: “A capacidade pulmonar e o aspecto cardiológico são alguns dos fatores que dão vantagens físicas aos atletas que são homens biológicos. Mas se compararmos apenas a questão da bacia da mulher, por exemplo, que é preparada para a gravidez, há muitas diferenças com relação à do homem. Com isso há um centro de gravidade diferente, uma explosão muscular diferente. Por mais que se atue na parte hormonal, há aspectos que são impossíveis de ser modificados”, ressalta o médico.

Os perigos de tamanha cegueira ideológica não são relacionados apenas às mulheres que estão vendo seus espaços esportivos serem invadidos por homens biológicos. Muitos médicos, como Santi, ressaltam que não se sabe, por exemplo, até que ponto essa mudança hormonal nas mulheres trans levará a outros tipos de doença, pois não há tempo suficiente para estudos conclusivos que possam garantir que daqui a alguns anos a retirada da testosterona nessas atletas trans não possa levar a um problema cardiológico, por exemplo, ou que possa trazer algum risco de morte para a pessoa: “Há muita precipitação em torno do tema e nisso não está se pensando no ser humano”, ressalta Santi.

Para os esportes de contato, como o MMA, há ainda maiores inseguranças para as mulheres biológicas sobre sua integridade física. E mesmo diante de tamanha injustiça, muitas atletas têm sido colocadas em verdadeiras espirais de silêncio e não se pronunciam, com receio de serem rotuladas de preconceituosas ao se manifestar abertamente sobre o assunto. A verdade é que, se essas atletas não se manifestarem, o esporte feminino será tomado por uma turba que demanda que o politicamente correto seja maior até que a ciência e a biologia humana. Atletas trans baterão recordes seguidos com uma clara vantagem biológica que não pode ser ignorada — e, no Ocidente livre para as mulheres, teremos de nos comportar como as afegãs sob o Talibã.

Um homem não pode se tornar uma mulher diminuindo sua testosterona. E os direitos das mulheres não devem terminar onde os sentimentos de alguns começam.

Leia também “As mulheres invisíveis do Afeganistão”

Ana Paula Henkel, colunista - Revista Oeste


sábado, 31 de julho de 2021

Um país no passado - Ascânio Seleme [Bolsonaro não sofrerá impedimento]

O Globo

O Brasil, que está parado desde janeiro de 2019, corre o risco de ver sua democracia destruída ao recuar pelo menos 30 anos em direção ao passado se o presidente não for impedido 

A imagem que a Secom escolheu para homenagear o agricultor brasileiro, a silhueta de um homem carregando uma espingarda em meio a uma plantação, remete o espectador a um passado sombrio da História do campo brasileiro. Da mesma forma, a live abusiva de Jair Bolsonaro desta quinta-feira mostra o caminho que nos joga de novo nos anos 1980. Trata-se de passos calculados para levar o Brasil de volta às trevas. A ideia absurda mas visível que está por trás de cada um desses movimentos é terminar o ciclo fechando o país, o Congresso e o Supremo, suspendendo direitos políticos, calando a imprensa, baixando o porrete.
O agricultor armado lembra os piores momentos da guerra no campo, com a criação da União Democrática Ruralista, a UDR. Formada em 1985 como grupo de lobby para defender os interesses do setor na Constituinte, a UDR acabou se transformando no principal polo de disseminação da violência. [atualizando: a violência no campo é produto nefasto de uma quadrilha de bandidos denominada mst = movimento dos "trabalhadores"sem terra (as aspas se justificam já que os marginais do mst são tudo que não presta, só não são  trabalhadores); a UDR precisa voltar com mais força, mais forte e em condições de coibir invasões de terras -  o direito à propriedade é garantido na Constituição Federal e precisa ser exercido em sua plenitude, o que impõe a necessidade dos proprietários e dos verdadeiros trabalhadores agricultores ter disponível  armamento moderno e eficiente.  
O invasor de uma propriedade deve ser preso e, se necessário, em caso de confronto e para preservação da vida dos legítimos proprietários e dos seus empregados,  a neutralização total do invasor encontra amparo nas leis vigentes. ] Jagunços armados nas fazendas do interior do país se transformaram na imagem agora revivida pela Secom. Ataques contra líderes do movimento dos sem-terra, padres e sindicalistas rurais deixaram um rastro de mortes no país cujo maior símbolo foi o seringalista Chico Mendes.

A defesa tão intransigente quanto obtusa do voto impresso feita por Bolsonaro também joga luz sobre o Brasil dos coronéis do interior, que carregavam os eleitores em caminhões para votar e depois contavam seus votos, um a um. [para mostrar aos leitores que o voto auditável, também chamado voto impresso, não acaba com a urna eletrônica e não traz de volta a cédula de papel, sugerimos o vídeo: xeque mate no TSE - voto auditável em três minutos.] E ai de quem não votasse em quem o coronel mandou. Os mais velhos vão se lembrar das apurações das eleições que antecederam o voto eletrônico. As urnas eram abertas e as cédulas espalhadas em mesas. Cada uma delas composta por mesários, os contadores oficiais de votos, e representantes de todos os partidos. Uma algazarra, um ambiente para lá de propício para a fraude. Imagine este quadro hoje, com mais de 30 partidos ao redor das mesas de apuração.

O desembarque do Centrão no governo Bolsonaro é outro elemento que manda o país de volta para o passado. Claro que agrupamentos fisiológicos ocorrem no Parlamento brasileiro desde o Império. Evidentemente eles circulam o Poder Executivo e dele muitas vezes fazem parte sempre com o objetivo de garantir brasa sob as suas sardinhas. Mas o modelo “É dando que se recebe” explícito foi concebido no governo de Fernando Collor. Já existia sob Sarney, mas cristalizou-se no processo que acabou com o primeiro impeachment de presidente no Brasil.

As pautas de costumes, que muitos enxergam como um mal menor do extremista Jair Bolsonaro, comportam outras barbaridades que podem ajudar a tornar o Brasil um país ultrapassado. Entre elas estão a ampliação do porte de armas; o homeschooling, que permite que crianças sejam educadas em casa pelos pais; a criação do estatuto da família, proibindo a união estável de casais homoafetivos; a proibição total do aborto, mesmo para gestação de fetos anencéfalos; e o endurecimento da lei de drogas. Além, claro, da redução do rigor em casos de atentados aos direitos humanos e a aprovação do infame excludente de ilicitude. [se são contra o combate ao aborto, se são contra o endurecimento do combate ao tráfico de drogas, que Brasil querem?                                  - um Brasil com as FAMÍLIAS desestruturadas?
- um Brasil com o comércio de drogas livre?
- um Brasil com bandidos armados com fuzis e pistolas x a polícia armada com revólveres e o cidadão sem armas?
- um Brasil no qual seres humanos inocentes e indefesos são mortos na barriga das próprias mães?
- um Brasil em que os bandidos - os 'manos' possuem todos os direitos e os HUMANOS DIREITOS não possuem nenhum?
- um Brasil em que o policial ao chegar ao local de uma ocorrência já chega na condição de criminoso e o bandido na condição de trabalhador, de pessoa de bem?
- um Brasil em que o artigo parágrafo 3º do artigo 226 da Constituição Federal e o artigo 1° da Lei nº 9278 - ambos os dispositivos em plena vigência - são desrespeitados, ignorados, violados?
                          Redação atual  dispositivos legais citados:
"Constituição Federal:
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
...§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.

Lei nº 9.278, de 10 de maio de 1996.                                                        Art. 1º É reconhecida como entidade familiar a convivência  duradoura, pública e contínua, de um homem e uma mulher, estabelecida com objetivo de constituição de família." ]

Nem os brasileiros que ainda insistem em apoiar Bolsonaro merecem um retrocesso desse tamanho. O país, que está parado desde janeiro de 2019, corre o risco de ver sua democracia destruída ao recuar pelo menos 30 anos em direção ao passado se o presidente não for impedido. Se não agora, pelas mãos dos congressistas confortavelmente aboletados no governo, que seja em outubro do ano que vem, pelo voto livre, soberano, secreto e eletrônico.

...

Cuba em crise
Desde o início do ano, a guarda costeira dos Estados Unidos recolheu 512 cubanos no mar da Flórida. Durante todo o ano passado, apenas 49 foram abordados.

A CPI vem aí
Na semana que vem, na medida em que Rebeca, Rayssa e Ítalo forem saindo de cena, Aziz, Randolfe e Renan voltam a ganhar os holofotes.[algum deles vai ser preso? ou todos? algemados no estilo Jader Barbalho?  A Covidão voltará mais desacreditada do que quando entrou em recesso - o que torna a volta inútil para atrair holofotes.]  A CPI está de volta para a alegria de muita gente e para o pânico do capitão. Na TV, é só subir um canal, do 539 para o 540.

Um ano de solidão
Uma pesquisa sobre o uso do tempo revelou que, em média, o norte-americano passou 57 minutos a mais sozinho a cada dia do ano passado em razão da pandemia de coronavírus. No caso dos adolescentes entre 15 e 19 anos, a solidão subiu de 4,5 horas para 6 horas diárias.
 

segunda-feira, 12 de julho de 2021

Cubanos clamam por liberdade em ilha controlada por companheiros de Lula - Gazeta do Povo

Rodrigo Constantino
 
Várias pessoas ficaram feridas ou foram detidas durante os protestos contra o regime comunista de Cuba neste domingo (11), segundo a imprensa independente. Em Havana, jornalistas da Associated Press flagraram pelo menos 20 prisões de manifestantes, que foram levados em carros policiais ou particulares.

Também há relatos de pessoas que ficaram feridas em confrontos com a polícia.
Em Havana, um repórter cinematográfico da AP foi agredido por simpatizantes do regime e um fotógrafo da mesma agência de notícias foi ferido pela polícia. Em Camagüey, moradores denunciaram que a ditadura castrista enviou tropas especiais para reprimir os protestos e relataram ao menos dois feridos em ação das forças de segurança.
 
LEIA TAMBÉM: Análise sobre a prisão arbitrária na CPI da Covid. Abuso de autoridade marca a semana no Senado e ameaça o Estado Democrático de Direito
 

A Anistia Internacional condenou a repressão da ditadura comunista. "Pessoas foram feridas por tiroteios policiais, prisões arbitrárias, ameaças e ataques a jornalistas, incluindo um fotógrafo da agência AP, uma forte presença militar nas ruas e um governo intolerante", disse Erika Guevara Rosas, diretora da Anistia Internacional para as Américas, na noite deste domingo.

Nas redes sociais, o apoio aos cubanos que clamam por liberdade é enorme. Já são quase 2,5 milhões de tweets, a imensa maioria torcendo por uma Cuba livre. Já os comunistas espalhados pelo mundo tomam o partido da tirania assassina criada pela família Castro, o ídolo de Lula. É o caso do MST, o braço armado do PT no campo:  Observem o que se passa em Cuba - ou tentem, pois a tirania comunista cortou a luz e a internet já limitada e capenga - e entendam por que todo totalitário quer desarmar o povo. Arma é liberdade! Milhões de escravos desarmados estão à mercê de milicianos lulistas, sem chance de defesa.

Essa foi a pegada de várias mensagens também. Barbara, do canal TeAtualizei, comentou: "O povo de Cuba desarmado, agora é alvejado pelo 'revolucionários' que protegem a ditadura comunista. Que Deus proteja e livre esse povo". O canal Dama de Ferro sintetizou: "O povo cubano é uma maioria desarmada... Deus os proteja!" A advogada Flavia Ferronato foi direto ao ponto: "O povo cubano está desarmado… Não é sobre armas é sobre liberdade!!"

Yoani Sánchez, líder ativista na ilha-presídio comunista, pediu ajuda ao mundo: "Eles reprimem e censuram. Chegou o dia e eles não querem aceitar que as pessoas já tenham dito 'basta'. Sem internet, sem suprimentos e com as ruas tomadas pela polícia: é assim que a gente está. Pelo menos dois colaboradores do 14ymedio estão desaparecidos. SOSCuba".

O senador republicano da Flórida, Marco Rubio, de origem cubana, explicou: "Os protestos em Cuba não são apenas sobre 'escassez'. O socialismo promete comida, remédios e renda garantidos se você desistir de sua liberdade. Quando, como sempre, falha em entregar, você não tem sua liberdade de volta. É por isso que os manifestantes estão gritando 'Libertad'".

O portal Senso Incomum lembrou quem são os alinhados ao regime opressor cubano no Brasil, aqueles que nos acusam de antidemocráticos na maior inversão cara de pau do planeta: E há, claro, os "isentões", aqueles que garantem defender a democracia, MAS sempre colocam um "mas" depois para justificar atrocidades oriundas da esquerda. A realidade cubana em nada se parece com as falácias repetidas por esquerdistas.

Os bobinhos, vale lembrar, diziam que tudo melhoraria desde Obama, um "paizão" para os Castro, e a morte de Fidel. Apostaram suas fichas numa abertura gradual e voluntária, como se alguma vez na história tiranos comunistas tivessem aberto mão de poder e controle sem forte pressão externa e interna. Cuba só será livre com atos de rebeldia contra a tirania, de preferência com ajuda internacional concreta. Os cubanos merecem respirar ares livres. São escravos há meio século, numa situação e penúria. E pensar que vagabundos comunistas querem importar essa realidade para o Brasil, com apoio até de certos banqueiros...  [fosse só dos banqueiros...] 
 
Rodrigo Constantino, colunista - VOZES - Gazeta do Povo

quarta-feira, 30 de junho de 2021

A torcida de Lázaro - "Battisti tinha torcida por aqui. Seria a mesma de Lázaro?"

Alexandre Garcia

"Veio o caso Lázaro a continuar a lógica da inversão de valores. Significativamente, durante quase três semanas, ocupou o pódio no lugar dos neo-heróis da CPI"

Testemunhamos tempos muito estranhos. Semana passada, quando o número de mortos por covid chegou a 500 mil, para alguns foi como chegar a uma meta almejada, como em algum torneio mundial. [com destaque para os vampiros, os contra o Brasil da TV FUNERÁRIA.] O vírus parece ter uma grande torcida. Na mesma semana, aparece no palco uma figura que se escafedera de Brasília para continuar suas aventuras financeiras na Flórida e voltou eleito deputado federal pelo DF com mais de 65 mil votos. No entanto, encontrou uma torcida que lhe deu crédito, como se todos fossem ingênuos. Sua performance forneceu combustível à CPI que minguava em audiência. Até quem tem o ceticismo como dever profissional cedeu à fraqueza da ingenuidade. [os eleitores do DF possuem o chamado dedo podre para escolher deputados, distritais ou federais, e o governador. 
A menção à figura acima mostra o quanto escolhem mal os parlamentares federais. 
A tragédia 'Ibaneis' foi uma escolha entre o diabo e satanás, visto que  seu adversário no segundo turno, ou seja, o ex-governador Rollemberg, que  além de sua notória incompetência como administrador´é um azarado e contaminou o DF com seu AZAR. Com ele no governo,  viaduto desabou, tivemos racionamento, terremoto e faltou só um 'tsunami' no Lago Paranoá.
Quanto aos  distritais a cada dez  leis  que evacuam, cinco são anuladas por inconstitucionalidade, três são desnecessárias, uma é inexequível e a que sobrevive não cola.  
Já tivemos no DF distrital apresentando projeto para ônibus só circularem com todos os passageiros sentados - seria a extinção do transporte coletivo em Brasília - um outro gênio distrital   pretendeu assumir poderes de condenar um ex-presidente por crimes contra a humanidade ( assunto da competência do TPI - Tribunal Penal Internacional) = nesse caso, tentando colocar o nome de um terrorista em uma ponte. E, por aí vai.]

Valores são postos de lado. Na CPI, é como se recusássemos a memória, ter Renan Calheiros como relator e como presidente Omar Aziz, que nunca gaguejou tanto como ontem, diante do deputado amazonense. Aliás, passou-se a adotar raciocínios que obliteram a razão e lógicas que amordaçam a lógica. Gente manifestamente alheia a um tema tem sido apresentada como especialista, a inventar regras. A ciência que usam é fechada como um dogma; uma ciência que recusa a experiência, os fatos, a dúvida. O contraditório é exorcizado com o rótulo de negacionismo. [além do ridículo de se ter em uma CPI para investigar corrupção presidida por Aziz e relatada por Calheiros, com as intervenções sempre bem recebidas do senador 'drácula', que ainda tem um vice-presidente encrenqueiro que alvoroça o Brasil alardeando que vai apresentar uma notícia crime, buscando criar uma investigação concorrente - com a ridícula e burra pretensão de espalhar aos 'quatro ventos' que o presidente Bolsonaro responde a dois processos - marca bem inferior a do multi processado relator Calheiros.
Se prevalecer  o entendimento do vice-procurador-geral,só a CPI investiga, vão ter que desfazer o relatório Calheiros - já elaborado e colocar as estórias apuradas pela CPI. E, prevalecendo a investigação concorrente a CPI corre o risco do relatório da investigação concorrente desmentir todas as deduções, sem provas, do relatório Calheiros. É senador Rodrigues, dessa vez o senhor se complicou.]

Agora veio o caso Lázaro a continuar a lógica da inversão de valores. Significativamente, durante quase três semanas, ocupou o pódio no lugar dos neo-heróis da CPI. Matador de aluguel, jagunço ou psicopata homicida, já vinha aparecendo como o herói que humilha a polícia. Morto, tornou-se mais uma vítima da opressão da sociedade. Para a CPI, mais um alívio para poder resgatar a audiência perdida.

O italiano Cesare Battisti, asilado no Brasil, atirou num menino de 13 anos e o deixou paraplégico, e assassinou quatro. Lázaro matou o dobro. Battisti tinha torcida por aqui. Seria a mesma de Lázaro? Ainda bem que a maioria fica indignada com essa torcida que subestima a inteligência das pessoas. Uma torcida contra os valores e raízes de quem vive com ética, lei e ordem. Valores que ficam ao lado das vítimas e não dos bandidos. 

Alexandre Garcia, colunista - Correio Braziliense