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domingo, 18 de setembro de 2022

Brasil: uma ilha de prosperidade - Gilberto Simões Pires

ILHA DE PROSPERIDADE

Enquanto a INFLAÇÃO e a RECESSÃO avançam, sem dó nem piedade, deixando rastros de destruição econômica e social em praticamente todos os países do PRIMEIRO MUNDO, eis que no nosso Brasil, que também sente, e muito, os reflexos decorrentes da PANDEMIA e, mais recentemente, da GUERRA RÚSSIA/UCRÂNIA, passou a ser visto, comentado e apreciado como uma ILHA DE PROSPERIDADE em meio a um oceano economicamente revolto. 

INFLAÇÃO

No quesito INFLAÇÃO, que na realidade identifica a VARIAÇÃO DE PREÇOS DE PRODUTOS pelo efeito -ESCASSEZ e/ou DEMANDA MAIOR DO QUE A OFERTA-, os números atualizados apontam o que acontece, por exemplo, nos seguintes países: Lituânia: 15,5% ao ano; Polônia: 11%; Reino Unido: 9%; Índia: 7%; Coreia do Sul: 5%, etc.. Sem falar nos EUA, cuja taxa de inflação já superou o índice de preços do Brasil em 2022. Vejam que o CPI (índice de preços ao consumidor, na sigla em inglês) norte-americano acumula alta de 5,31% de janeiro a julho. Enquanto isso, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) do Brasil chegou a 4,77% no mesmo período. 

PIB

Já no que diz respeito ao PIB, um levantamento feito com 33 países que divulgaram números referentes ao segundo trimestre de 2022 mostra que o crescimento médio dessas economias foi de 0,5%, segundo dados disponibilizados pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). São 24 países com crescimento, 2 com estabilidade e 7 com retração, na comparação com o trimestre anterior. Pois, para surpresa geral, o nosso PIB cresceu 1,2% no segundo trimestre em relação ao anterior. E nesta semana o Banco Central informou que o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado um indicador prévio de desempenho do PIB, subiu 1,17% em julho na comparação com junho. Que tal? 

DETALHE IMPORTANTE

Detalhe importante: Holanda, Romênia, Croácia, Arábia Saudita e Israel estão entre os que mais cresceram no trimestre passado. Na lanterna do ranking aparecem Portugal, Lituânia, Letônia, Polônia e China, que por sua vez teve forte desaceleração no trimestre. Já o continente europeu está nas duas pontas do ranking: o crescimento na ZONA DO EURO foi de 0,7% graças, principalmente ao turismo. 

DESEMPENHO COMPARATIVO

Pois é, meus caros leitores. Enquanto o mundo todo sofre com INFLAÇÃO EM ALTA E CRESCIMENTO EM BAIXA, o nosso Brasil desponta com desempenho bem melhor comparativamente. Atenção: isto é algo jamais visto na história. 
E neste caso há que se reconhecer e aplaudir as acertadas medidas tomadas e operadas pela ótima equipe econômica chefiada por Paulo Guedes, pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sob a liderança do presidente Jair Bolsonaro.  

 Ponto Crítico - Gilberto Simões Pires

 

quinta-feira, 18 de agosto de 2022

De que adianta falar tanto em democracia e agredi-la o tempo todo? - Gazeta do Povo

Atenção: esta quinta-feira é o último dia para quem não vai votar no dia 2 de outubro em seu próprio domicílio eleitoral, na sua cidade. Quem estiver em outro estado pode votar só para presidente. Quem estiver no mesmo estado pode dar o voto normal, também para governador, senador e deputados. Mas é preciso procurar um cartório eleitoral e fazer lá o requerimento, registrar-se como eleitor em trânsito.

Quem mais fala em democracia é quem mais desrespeita a Constituição

A campanha eleitoral começou e a Justiça Eleitoral está com um novo presidente, que fez um discurso em defesa da democracia
Eu digo que, quando a gente fala muito de arroz e feijão, é porque está faltando arroz e feijão; se a gente fala muito de esgoto e água, é porque está sem água e esgoto. Por que falar tanto de democracia? 
Será um ato falho? Será que o inconsciente o está fazendo falar?
 
Porque todo mundo está vendo que há inquérito sem o devido processo legal, que presos por crime de opinião, censura, desrespeito ao artigo 53, que fala da inviolabilidade do parlamentar por quaisquer palavras
Tem o que aconteceu na pandemia sobre direitos fundamentais, como liberdade de reunião, de ir e vir, de culto. Todo mundo sabe disso, está vendo isso, talvez por isso estejam falando tanto de democracia. 
Mas quem agride a democracia é quem agride a Constituição, isso é a coisa mais óbvia do mundo. Então, é hipocrisia falar tanto em democracia enquanto se faz tudo isso que estamos vendo.
 
E já comentei aqui sobre José Levi, o novo secretário-geral do Tribunal Superior Eleitoral, o número dois do presidente Alexandre de Moraes. Quem é ele? Ele foi advogado-geral da União no governo Bolsonaro, foi procurador-geral da Fazenda Nacional no ministério de Paulo Guedes, e foi número dois de Alexandre de Moraes no Ministério da Justiça. 
Tem experiência, portanto; esperamos que tenha um bom desempenho no TSE.

O fim do uso obrigatório de máscaras em aviões em aeroportos          Também nesta quinta-feira, depois de uns dois anos, não será mais necessário usar máscara em aeroportos e em aviões, por decisão da Anvisa.                                                                                                Permanecem outras regras que, acho eu, deveriam ser para toda a vida: microfiltragem nos filtros do ar dos aviões, distanciamento e, obviamente, uso de máscara por quem estiver gripado, como deveria ser sempre.    Aliás, é uma coisa em que eu já insistia: só quem deve usar máscara é quem está doente porque, para quem não está, não parece que a máscara seja uma proteção efetiva contra um vírus que passa por telas em geral.    A exigência de máscara já caiu no Reino Unido, na França, em Portugal e nos Estados Unidos, para falar nos principais destinos dos nossos brasileiros viajantes.

Movimentações importantes na campanha eleitoral
E vejam só que interessante este início de campanha eleitoral.  
Ciro Gomes está pegando o que o PT não quis: aquele programa de renda mínima do Eduardo Suplicy, que ficou furioso em junho, na reunião em que o PT anunciou seu plano de governo, sem a renda mínima
Suplicy se levantou, se queixou e foi embora; Ciro Gomes aproveitou a ideia. Outra notícia da campanha é esse apoio importantíssimo de Gilberto Kassab, o chefão do PSD, aos ex-ministros Tarcísio de Freitas e Marcos Pontes para governo e Senado em São Paulo.
 

Barbaridade contra animais no Rio de Janeiro
Por fim, eu queria mencionar a decisão certíssima de um juiz de Mangaratiba, no Rio de Janeiro.
Por recomendação do Ministério Público, o juiz decretou a prisão preventiva – não é prisão temporária, é preventiva: para prevenir outros crimes, a pessoa fica privada da liberdade, sob custódia do Estado – do sujeito que matou a pauladas o cachorro Branquinho, um cachorro de porte médio para pequeno. 

Eu vi as imagens; ele foi flagrado pela câmera, mas matou achando que ninguém estava vendo. Quando soube que tinha sido tudo gravado, ele fugiu. O Branquinho não o estava atacando na rua; foi ele que entrou no terreno para matar o cão, que era de alguém que morava por ali. Depois ele aparece carregando o corpo do cachorro para jogá-lo no mato. É uma maldade o que fez esse Leonardo Gualandi da Silva. Ele estava com um pau de uns 2 metros de comprimento, matou o cachorro a pauladas. Ele está preso porque, se estiver solto, os cachorros, que são os nossos melhores amigos, correrão risco de vida.

Conteúdo editado por:Marcio Antonio Campos

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


sábado, 16 de julho de 2022

Bolsonaro convoca embaixadores para atacar [sic] as urnas eletrônicas

Ainda na semana passada, o presidente anunciou que convocaria os representantes diplomáticos para tentar convencê-los de suas teses sobre as urnas eletrônicas

O presidente Jair Bolsonaro marcou para a tarde da próxima segunda-feira um encontro com embaixadores estrangeiros para, mais uma vez, desacreditar a segurança do processo eleitoral brasileiro. [COMENTANDO: entendemos que os termos ATACAR e DESACREDITAR são inadequados; mais conveniente é ESCLARECER - há divergências entre o presidente e o TSE, devido a recusa do presidente da Justiça Eleitoral a efetivação de qualquer tipo de auditoria nas urnas eletrônicas em tempo real.] Os principais nomes do corpo diplomático acreditado em Brasília começaram a ser convidados na última quinta-feira.
 
A iniciativa partiu do Palácio do Planalto e não do Itamaraty. O convite de Bolsonaro, assinado pelo cerimonial da Presidência da República, omite o assunto da reunião. “Fui incumbido de convidar vossa excelência para encontro do senhor presidente da República com chefes de missão diplomática, a ser realizado às 16h de 18 de julho de 2022, no Palácio da Alvorada”, diz a convocação. O chanceler Carlos França deve participar.

Os embaixadores, no entanto, já sabem das intenções de Bolsonaro. Na semana passada, o presidente anunciou que convocaria os representantes diplomáticos para tentar convencê-los de suas teses sobre as urnas eletrônicas. O encontro também servirá para um contraponto à decisão do ministro Edson Fachin, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de ampliar a presença de missões estrangeiras como observadoras das eleições gerais, a contragosto do Planalto. Bolsonaro também pretende rebater palestras no exterior do próprio Fachin e do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), nas quais alertaram a comunidade internacional para os riscos de ruptura democrática no Brasil.

Representantes de países europeus confirmaram presença, entre eles da França, de Portugal e da Suíça. Rússia, Reino Unido e os Estados Unidos também devem enviar seus diplomatas ao Alvorada. Os embaixadores não devem se manifestar durante o encontro, tampouco depois.

Países sul-americanos também foram convidados, como Colômbia e Equador, cujos governos de direita são alinhados a Bolsonaro. Diplomatas de países vizinhos, como Chile e Argentina, governados pela esquerda, disseram que não tinham recebido convite.

Estranhamento
Reservadamente, embaixadores admitem o estranhamento com o plano do presidente de acusar supostas fraudes em eleições passadas, nunca comprovadas, e criticar o uso de um sistema de votação pelo qual se elegeu e que tem mecanismos de segurança reconhecidos internacionalmente. [o reservadamente acima destacado, nos parece ser usado para tentar suportar uma 'narrativa' de  citar um alegado reconhecimento internacional dos mecanismos de segurança - reconhecimento internacional efetuado pelos dois únicos países, Bangladesh e Butão,  que, além do Brasil, usam as urnas eletrônicas Made in Brazil]

Eles dizem, porém, que foi igualmente incomum terem sido convocados pelo TSE para uma audiência sobre as eleições, em maio. Por terem ido ao encontro de Fachin, integrantes da União Europeia (UE) dizem que agora se sentem compelidos a atender ao chamado de Bolsonaro.

Naquela ocasião, 68 diplomatas compareceram à Justiça Eleitoral e ouviram de Fachin que “arremessos populistas” de líderes políticos na América Latina geram “acusações levianas de fraude, que conduzem a semanas de instabilidade política no período pós-eleitoral”. Bolsonaro acusou o ministro de usurpar funções do Executivo e de se imiscuir nas relações internacionais. O presidente acusou Fachin de “estupro à democracia”.

Política - Correio Braziliense

 

segunda-feira, 13 de junho de 2022

As narrativas estão se esgotando… - Rodrigo Constantino

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Segunda-feira, 13 de Junho de 2022.
Rodrigo Constantino

Eles fizeram de tudo! Nunca antes na história deste país se viu tanto jornalista unido em prol de uma só missão: demonizar o atual governo. Bolsonaro foi chamado até de genocida, responsabilizado por cada morte durante a pandemia, enquanto logo ao lado, na Argentina, a culpa pelas mortes era do vírus chinês mesmo.

Mas como o tempo é amigo da razão, esses militantes disfarçados de jornalistas estão entrando em desespero, ao ver que cada esforço foi em vão, que o eleitor não cai mais nesses truques baratos. A velha imprensa lamenta o dia em que perdeu a hegemonia do discurso, e por isso clama por censura nas redes sociais.

Os mesmos que pediram lockdown e repetiram que a economia ficava para depois, agora responsabilizam o presidente pelos dados ruins da economia, ignorando não só a pandemia e a "solução" que defenderam em nome da ciência, mas os dados piores no mundo todo. Ocorre que a economia brasileira vai melhorando, o crescimento é acima do esperado, a inflação cede um pouco (enquanto bate recorde de 40 anos nos Estados Unidos), e só resta ao consórcio militante apelar para o "mas": sim, os dados estão melhores, mas...

Bolsonaro era um pária internacional, diziam. Aí o Brasil é o sexto país do mundo em captação de investimentos diretos, e o presidente Joe Biden faz um convite especial ao Brasil na Cúpula das Américas. 
Os militantes tentam diminuir a importância disso, alegando que há exagero na narrativa bolsonarista, e acaba que o evento é um sucesso. Até a imprensa precisa reconhecer que o "gelo foi quebrado", que o clima foi cordial, e não houve sermão do presidente americano contra o "autoritário" presidente brasileiro - até porque Biden falar em eleição limpa é piada pronta.

A economia não vai tão mal assim, como os abutres desejavam, e Bolsonaro não é uma figura tão tóxica na geopolítica, como os alienados cantaram. E, com isso, os antibolsonaristas vão ficando sem narrativas. Tudo que lhes resta é dar um jeito de normalizar a candidatura do ex-presidiário, já que a "terceira via" não decola. No caso dos "antas", o golpismo já salta aos olhos, ao tentarem criar uma narrativa de possível impugnação da chapa de Bolsonaro por "ataques" ao sistema eleitoral.

Em outros casos o pânico é tão grande que esses militantes chegam ao ridículo de tentar responsabilizar o presidente pelo desaparecimento de duas pessoas no meio da floresta amazônica, do tamanho de Portugal. Não há mais qualquer resquício de pudor nessa gente...

O que fica claro é que a esquerda que ocupa quase todas as redações de jornais do país topa tudo para tirar Bolsonaro do poder. 
Mas sua munição está chegando ao fim. Vai batendo desespero. 
As balas eram todas de festim. 
Não colando o discurso lunático contra o governo, essa turma em breve estará clamando por um golpe às claras, implorando para os togados impedirem na marra um segundo mandato de Bolsonaro. Tudo em nome da democracia, claro...
 
Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

segunda-feira, 30 de maio de 2022

Tríplex sorteado e o ridículo passado pelo STF - Gazeta do Povo

Alexandre Garcia 

Eduardo Leite não ganha nem no próprio estado
Aqui em Porto Alegre está todo mundo esperando para ver o que decide agora na quinta-feira o PSDB. Porque está entre Simone Tebet, que é MDB, e Eduardo Leite, que perdeu as prévias para João Doria. Dentro do partido não queriam Doria, ele não decolou. Eduardo Leite está se oferecendo para ser candidato, aliás já renunciou ao governo do Rio Grande do Sul exatamente para isso, não renunciou por nada, nem para ser vice de ninguém. Simone Tebet também não quer ser vice de Eduardo Leite, então já dá para prever que o PSDB siga com Eduardo Leite como cabeça de chapa.

Leite não vai ganhar mais votos que os outros dois, Bolsonaro e Lula, nem no estado onde foi governador. Estou sentindo aqui o ambiente, e é o seguinte: todo mundo sabe que ele saldou as dívidas do estado com o dinheiro recebido do governo federal para tratar de pandemia
E da pandemia todo mundo se queixa que ele, assim como outros governadores e prefeitos, o que fez foi tirar emprego e renda, porque não teve nenhum outro efeito o tal de lockdown.

Maratona de viagens
O presidente Jair Bolsonaro está indo nesta segunda-feira a Recife. Vai ver in loco os males causados pela chuva. São mais de 60 mortos e mais de mil desabrigados já. Tragédias brasileiras em todas as épocas do ano. No Rio de Janeiro, é no verão. Agora é Recife com chuvas torrenciais.

Não sei como o presidente aguenta, é a maior correria, não tem parada. Estava em Goiânia na Marcha para Jesus. Depois foi para Manaus, com aquela multidão gigantesca também na marcha.  Antes disso teve Minas Gerais, também acompanhado de multidões, inclusive em Belo Horizonte.

Em Minas, no auditório da federação das indústrias, Bolsonaro levantou o braço de Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais, mostrando uma aliança. Depois levantou o braço de Arthur Lira (Progressistas), que ficou satisfeitíssimo, mostrando que está tudo bem entre o presidente da Câmara e o presidente da República. 
Eu faço uma ressalva, porque eu perguntei ao Palácio sobre o Rodrigo Pacheco, que muitos reclamam e chamam de roda presa
O Palácio disse que não tem queixas dele, que está encaminhando bem as questões de interesse da presidência da República.

Tríplex sorteado e o ridículo passado pelo STF
Foi sorteado no sábado o tríplex do Guarujá, que a OAS deu para Lula, conforme o processo que já foi revisado duas vezes e comprovou as condenações. Foi revisado no tribunal regional e superior, que comprovou as condenações, só que o Supremo que resolveu decidir que houve um erro de CEP, que não era em Curitiba que deveriam tratar disso.

Fernando Gontijo comprou e fez um sorteio numa plataforma chamada “Pancadão”. Quem pagasse R$ 19,90 poderia participar do sorteio. Duzentos e cinquenta mil pessoas pagaram e quem ganhou foi Antônio Tarcísio. Ele ganhou o tríplex que era de Lula, e que Lula disse que não era dele e sim de um amigo, assim como o sítio de Atibaia.

O Supremo passa por um ridículo com essas coisas, mas é um assunto seríssimo, um assunto de confiança na Justiça. 
Agora mesmo, vão para Algarve, em Portugal, segundo o Estadão, juízes, desembargadores, ministros de tribunais superiores para um evento sobre maus pagadores, débitos não pagos. Tudo de graça, pago exatamente pela entidade Instituto Brasileiro da Insolvência (Ibajud). Os juízes que estão indo lá são responsáveis por processos de mais de R$ 8 bilhões de devedores insolventes. 
Vai ser aberto pelo ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Veja Também:
Quando a má conduta dos bandidos será investigada? 

Farra dos cartões: como o governo bancou viagens de Dilma e Lula pela campanha de reeleição em 2014    

Por que Supremas Cortes existem?

Boicote a Luiz Fux é grave e ressalta policiamento da sociedade civil por extremistas

Morte em abordagem da PRF
A Polícia Rodoviária Federal abriu inquérito, vai tomar medidas, afastou os cinco policiais que causaram a morte de Genivaldo de Jesus Santos. Ele, esquizofrênico, foi abordado e reagiu com susto. Puseram gás onde ele foi preso e acabou morto.

Eu vi uma postagem do ministro Gilmar Mendes dizendo “o assassinato do homem negro Genivaldo de Jesus Santos”. 
Gente, se houvesse uma petição do advogado dele, o texto seria “Genivaldo de Jesus Santos, brasileiro, casado, aposentado”. Ninguém falaria em cor de pele, Gilmar Mendes viu cor de pele. É o contrário do que diz a Constituição, em que todos são iguais sem distinção de qualquer natureza.
 
Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
 

sexta-feira, 15 de abril de 2022

TSE busca observadores internacionais para aplacar ataques às eleições

A estratégia ocorre em meio a discursos do presidente Jair Bolsonaro (PL) que questionam o resultado das urnas

Sob pressão política no país, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu recorrer a observadores internacionais para aplacar ataques à lisura das eleições deste ano. A Corte disparou ofícios com convites para autoridades e organizações do exterior acompanharem a disputa pelo Planalto. [seria mais transparente se o TSE solicitasse aos partidos políticos, incluídos e especialmente os que apoiam Bolsonaro e ao próprio presidente, a indicação de nomes de ONGs e pessoas físicas, e convidasse os indicados.
Se os convites não forem enviados a organizações  idôneas, isentas, há  o risco de parte dos convidados serem do tipo dos integrantes daquele comitê da ONU que pretendia soltar Lula.
Sorteio entre pessoas e organizações escolhidas aleatoriamente  é uma forma de garantir  isenção.
Em nossa opinião convidar União Europeia, Carter Center além de ser uma péssima escolha no tocante à isenção, é um indicativo que pretendem convidar organizações tipo 'anistia internacional',  'human rights watch', cuja posição contra o governo Bolsonaro é conhecida - apesar de não fundamentada em fatos e sim em interpretações.
Com o devido respeito aos que pensam diferentes, ainda estamos entre os que consideram o registro impresso do voto = voto auditável = a forma mais eficiente de transparência.]  
 
A estratégia ocorre em meio a discursos do presidente Jair Bolsonaro (PL) que questionam, de forma antecipada, o resultado das urnas. As respostas aos chamamentos da Justiça Eleitoral devem começar a chegar no fim deste mês.

Entre os convidados notórios estão a União Europeia, a Organização dos Estados Americanos (OEA) e o Carter Center, organização fundada pelo ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter na área dos direitos humanos.

A reação foi imediata. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores disse, na quarta-feira, que o eventual convite à comunidade europeia destoa do modo de funcionamento convencional das missões de observação.

No comunicado, o Itamaraty disse “não ser da tradição do Brasil ser avaliado por organização internacional da qual não faz parte”. Ainda cita, por exemplo, o fato de que a União Europeia “não envia missões eleitorais a seus próprios estados membros”. No TSE, porém, prevalece o interesse de poder contar com grandes organizações internacionais.

Diferentemente dos observadores comuns, as Missões de Observação Eleitoral (MOE) têm como objetivo “contribuir para o aperfeiçoamento do processo eleitoral, ampliar a transparência e a integridade, bem como fortalecer a confiança pública nas eleições”. Esses grupos também celebram acordos com o compromisso de produzir relatórios, em até um ano, com as conclusões e eventuais recomendações à Justiça Eleitoral brasileira.

A OEA atuou como missão observadora nas eleições presidenciais de 2018 no Brasil. Na ocasião, parabenizou os esforços do tribunal contra as fake news. Foi um gesto de cortesia. Naquele ano, a Justiça Eleitoral brasileira foi criticada por não tomar iniciativas concretas contra a proliferação de notícias falsas. O Conselho Consultivo sobre Internet e Eleições, instalado pelo TSE naquela ocasião, sequer se reuniu presencialmente durante a disputa.[lembrando que naquela ocasião não havia pandemia.]

Outros convidados de destaque foram o Parlamento do Mercosul (Parlasul), a União Interamericana de Organismo Eleitorais (Uniore), a Fundação Internacional para Sistemas Eleitorais (IFES) e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) — este último confirmou em reunião com o presidente do TSE, Edson Fachin, que enviará uma missão de observação ao Brasil.

O TSE também tem se colocado à disposição de outros países para reforçar o intercâmbio observador, como já fez em anos anteriores. A Corte deve ter um de seus ministros efetivos escalado para acompanhar as eleições presidenciais da França, cujo segundo turno será disputado em 24 de abril.

Coordenadora-geral da Transparência Eleitoral Brasil, Ana Cláudia Santano ponderou que não é função dos observadores eleitorais “validar resultados”. “Caso aconteça a contestação do resultado das eleições, existe um universo de medidas, mas quem tem que validar o placar é a autoridade eleitoral”, afirmou ela, que tem experiência como observadora no exterior. “Não cabe aos convidados internacionais fiscalizar e defender resultados. Os observadores não emitem opinião. Cabe a eles reunir elementos sobre o processo.”

Queda gradativa 
Com o passar dos anos, o número de observadores internacionais nas eleições brasileiras caiu. Levantamento feito pelo TSE mostra que, nos pleitos municipais de 2020, apenas seis convidados estrangeiros, de quatro países da América Latina, estiveram no Brasil para acompanhar a qualidade do processo eleitoral. Na eleição de 2018, vieram para cá 36 convidados e quatro organizações de 14 países diferentes — a maioria africanos e latino-americanos em situação democrática menos consolidada do que a do Brasil; as exceções foram Portugal e Coreia do Sul. Os números, porém, nem se comparam com as votações de 2014 e 2010, quando mais de 50 autoridades de 20 nacionalidades diferentes fiscalizaram o sistema eleitoral brasileiro. 

Política - Correio Braziliense
 
 

segunda-feira, 11 de abril de 2022

Julgamento do deputado Daniel Silveira acirra tensão nos bastidores do STF e eleva preocupação com segurança

O Globo

Diante do risco de manifestações, Supremo deve buscar concluir análise do caso com agilidade 

Corte vai reforçar a segurança diante do risco de manifestações e deve buscar concluir com agilidade a análise do caso 
 
Marcado para o próximo dia 20, o julgamento da ação penal em que o deputado federal Daniel Silveira (União-RJ) é réu já movimenta os bastidores do Supremo Tribunal Federal (STF). Enquanto a Corte se prepara para reforçar a segurança, diante dos movimentos dos apoiadores do aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL), a tendência é que os ministros o condenem por ataques à Corte e prática de atos antidemocráticos.
Deputado Daniel Silveira comparece a solenidade no Palácio do Planalto antes de colocar tornozeleira Foto: CRISTIANO MARIZ / Agência O Globo Deputado Daniel Silveira comparece a solenidade no Palácio do Planalto antes de colocar tornozeleira Foto: CRISTIANO MARIZ  -  Agência O Globo

Nos bastidores, o caso é visto como a última grande polêmica entre o Supremo e o bolsonarismo. Em caso de condenação, pode resultar na inelegibilidade do deputado, que pretende disputar uma vaga no Senado pelo Rio. O GLOBO apurou que a intenção da Corte é concluir o julgamento no dia 20 “de qualquer jeito” e que nenhum ministro teria sinalizado a intenção de pedir vista — ou seja, mais tempo para analisar o caso.

Silveira coloca imagem de Moraes em tornozeleira | Foto: Reprodução

 Deputado Daniel Silveira após colocação da tornozeleira com foto do ministro Moraes

Apesar das sinalizações de que o julgamento de Silveira será concluído, integrantes do Supremo não descartam que, de última hora, haja um pedido de vista por parte de André Mendonça. Indicado por Bolsonaro para a Corte, o ministro vai participar da sessão por videoconferência, pois estará em Portugal em um evento organizado pelo ministro Gilmar Mendes. O decano do STF também não estará na sessão presencial.

Outra possibilidade de vista, o ministro Nunes Marques é o revisor do caso o responsável por confirmar, completar ou corrigir o relatório do ministro relator, que, no caso, é Alexandre de Moraes. Também indicado ao STF por Bolsonaro, Nunes Marques liberou a ação para que fosse julgada em janeiro. Tecnicamente, o ministro revisor não pode pedir vista, porque, ao dizer que o processo estava pronto para ser julgado, não precisaria de mais tempo para analisá-lo.[lembrando que o RISTF permite que ministros alterem o voto até o encerramento da votação].

Agitador dos atos do 7 de Setembro: Zé Trovão puxa bancada de alvos do STF no Congresso

O clima pré-condenação de Silveira se acirrou após os últimos episódios de desobediência judicial e confronto direto com Moraes. Ministros do STF ouvidos reservadamente [temos que ter atenção especial quando uma notícia contém menção a 'fontes' ou 'ouvidos reservadamente', há sempre o risco de que seja apenas citações para dar sustentação a uma narrativa.]  entendem como incompatível com a democracia e a Constituição a postura do parlamentar, com ataques repetidos às instituições e pedidos de fechamento da Corte.

O GLOBO apurou que o Supremo já foi informado de que manifestações a favor do deputado estão sendo planejadas, fazendo soar o alerta para a proteção da Corte e dos arredores, já que Silveira tornou-se réu justamente em razão de ataques contra o STF e os ministros. Interlocutores do tribunal afirmam que, para se preparar, a área de segurança está monitorando movimentos na deep web e também nas redes sociais. O aparato de inteligência do Supremo foi acionado para prevenir que uma organização parecida com a vista no 7 de Setembro de 2021 se repita.

[Nossa opinião: entendemos que há mais fumaça que fogo - depender da mídia militante o julgamento do deputado será uma 'guerra da Ucrânia' em território brasileiro; o julgamento pode ser encerrado antes mesmo de começar, afinal as acusações não se sustentam, por envolverem  a suposta prática de atos que além de não serem crimes, não ocorreram  - caso tenha ocorrido algo parecido foram delitos menores, tipo calúnia, difamação e injúria;  
- quanto as manifestações, entendemos que o melhor é deixar que o STF, sem sofrer nenhuma tentativa de pressão, absolva o deputado Daniel Silveira.  
Sobre manifestações o único reparo que entendemos ser oportuno é a bagunça realizada por índios, pessoal de Psol e outros agitadores na semana passada e que não foi alvo de nenhuma repressão.]
 
Análise constante
Questionado sobre as medidas, o STF disse que mantém uma rotina de ações específicas para “identificar, avaliar e acompanhar ameaças reais ou potenciais aos ativos do tribunal”. A Corte acrescentou ainda que a atuação ocorre sempre em parceria com outros órgãos, “buscando a realização de análises de risco e cenários prospectivos”.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou Silveira em fevereiro do ano passado sob acusação de ser autor de agressões verbais e ameaças a ministro da Corte, incitar a violência para impedir o livre exercício dos Poderes e estimular a animosidade entre as Forças Armadas e o STF. Na ocasião, a denúncia foi aceita pela Corte por unanimidade. 

Política - O Globo

 


sábado, 12 de março de 2022

É Rússia, não URSS - Carlos Alberto Sardenberg

Muita gente, lá fora e aqui, está cometendo um grande equívoco: pensar a Rússia como se fosse a União Soviética. Não é.

No tempo da URSS, Moscou tinha uma mensagem não apenas para a Europa, mas para o mundo todo. O marxismo soviético era uma construção completa: definia desde a organização da sociedade política, da produção e distribuição de riqueza até a vida cultural.

Mais importante: essa ideologia era partilhada pelo mundo afora. Nos países já no âmbito da URSS, havia partidos, militância e apoios locais ao marxismo soviético.

Não se tratava de uma “simples” dominação externa, mas de identidade ideológica, pelo menos de parte das populações. Mais ainda: nos países que estavam na órbita do Ocidente, em muitos havia partidos comunistas de sólida representação popular. Itália e França, por exemplo.

Em outros países, havia PCs ilegais, mas muito atuantes, especialmente no setor cultural.  Em Moscou, existia uma universidade onde só estudavam alunos de outros países. Uma escola séria, competente no ensino de história, política e cultura, do ponto de vista do marxismo soviético.

A guerra fria, portanto, era uma disputa entre duas articuladas visões de mundo.

Uma dessas visões simplesmente veio abaixo. O socialismo soviético morreu – e por ação de suas populações locais. Reparem: o muro ruiu sem que o Ocidente precisasse dar um tiro.

Não houve invasão do Leste, nenhuma conquista. Apenas as populações locais, quando puderam ver o que acontecia no outro lado do mundo, decidiram mudar de vida e de regime. Para o marxismo soviético, foi uma vergonha como os alemães orientais correram para comprar Coca-Cola em Berlim.

Como os ex-socialistas se arrumaram? Pessoal da Europa Leste entendeu rapidamente que o melhor negócio era entrar para a União Europeia um mar de prosperidade. Bastava olhar como Espanha e Portugal saíram da pobreza com a entrada na UE.

A China, sempre mais competente, já percebera a mudança – e introduzia o capitalismo e a propriedade privada, base de sua ascensão, ainda que com forte controle estatal.

As opções ficaram assim, simplificando: qual capitalismo se vai seguir, com mais ou menos Estado?

Na política, também simplificou: ou a democracia ou a ditadura.

A Rússia de Putin é o quê? Um capitalismo de compadres,”crony capitalism”, e uma ditadura assassina. E um maluco que se acha na “Grande Rússia”.

Para o ex-soviéticos, bastava entrar na União Europeia em busca de prosperidade. Não se interessavam pela OTAN, muito menos hostilizar a Rússia.

Por que, a um determinado momento, resolveram entrar para a OTAN? Por causa das ameaças de Putin, quando ele conseguiu dar uma arrumada na Rússia.

Em resumo – a URSS tinha uma proposta para o mundoum baita equívoco, como se viu depois. Mas brilhou durante muito tempo.

A Rússia de Putin tem o que? Ameaças imperialistas.

Portanto, chega dessa história de avanço da OTAN para o Leste. Foram as populações do Leste que, democraticamente, fizeram sua opção.

Azar da Ucrânia, que se atrasou com aquele ditador pró-russo. Aliás, reparem: só ficam com a Rússia os ditadores, incluindo os nossos aqui da América Latina. A Rússia não foi ameaçada. Ela é a ameaça. E Putin vai cair do mesmo modo que caíram os outros: pela reação de seu próprio povo.

Portanto, chega de comparar a invasão da Ucrânia com os casos de Iraque, Líbia, Síria, Afeganistão – estados incentivadores de terrorismo. EUA e Europa têm seus pecados, mas não se pode compará-los com essa Rússia de Putin.

A Europa abriu-se a negócios com as empresas russas.
Companhias e investidores ocidentais foram para a Rússia. Empresas russas se instalaram na Europa.

Por que Putin simplesmente não deixou essa integração prosseguir? A melhor hipótese: ele temia que a “excessiva” ligação com o Ocidente mostrasse aos russos onde a vida é melhor.
[lembrando: - um dos pilares do Ocidente, os EUA, tem um presidente que iniciou seu mandato, assinando ordens executivas favorecendo o aborto, limitando a autoridade das polícias e por aí vai;
-  o Zelinsky todo dia reúne jornalistas apoiadores e repete aquele monótono lenga-lenga de que o pessoal da Ucrânia é valente, não vai se render, que mais sanções precisam ser aplicadas contra a Rússia,o espaço aéreo da Ucrânia deve ser declarado 'zona de exclusão' = uma forma malandra de tentar envolver outros países na 'sua' guerra, etc, etc.
Encerra o palavrório e no dia seguinte repete tudo, com um detalhe inaceitável: mais ucranianos mortos.
Tal situação impõe a retirada imediata do Zelinsky, um plebiscito supervisionado pela ONU para que o POVO UCRANIANO decida soberanamente qual destino quer
O que não pode continuar é que para satisfazer a vaidade do presidente ucraniano, mais ucranianos continuem morrendo.]

E Putin simplesmente não podia se juntar à União Europeia: seu regime não passa nos critérios de democracia e legislação de direitos humanos. Sobrou o que? Uma tentativa de formar um império de ditadores.

Carlos Alberto Sardenberg,  jornalista 

 Coluna publicada em O Globo - Economia 12 de março de 2022


quarta-feira, 2 de março de 2022

Direto de Lviv, Ucrânia: a bordo do trem de guerra

Luis Kawaguti -  VOZES
 
Refugiados, jornalistas e soldados voluntários comem Kotelet (frango empanado) com kapusta (salada de repolho) em um restaurante cheio, um dos únicos abertos após às 22h no centro da pequena cidade de Przemysl, fronteira da Polônia com a Ucrânia. A poucos metros dali, centenas de refugiados ucranianos tentam encontrar espaço nos salões da estação de trem, que liga a cidade polonesa a Lviv, na Ucrânia.

Refugiados ucranianos na estação de trem que liga a cidade polonesa de Przemysl a Lviv, na Ucrânia
Refugiados ucranianos na estação de trem que liga a cidade polonesa de Przemysl a Lviv, na Ucrânia -  Foto: Luis Kawaguti

Um soldado voluntário me chama em português e começamos a conversar. Ele é Iwen Puddo, um ex-paraquedista das forças armadas de Portugal, residente na Alemanha. Ele vendeu sua moto e outros pertences para poder ir lutar na Ucrânia contra o presidente russo Vladimir Putin.

Após o jantar, andamos juntos pela praça até chegar à estação de trem, onde centenas se espremem nos ambientes de janelas e candelabros neo-barrocos. Do lado de fora do prédio está três graus abaixo de zero. Ninguém quer ficar exposto à madrugada congelante. Iwen diz a um voluntário polonês que precisa de um lugar para dormir, pois está viajando há dois dias e quer lutar na Ucrânia. Mulheres, crianças e soldados voluntários têm acesso a uma sala um pouco menos cheia que os demais para passar a noite.

Há carrinhos de supermercado cheios de roupas e sacos de dormir, doados pela comunidade. Quando Iwen começa a selecionar um saco de dormir, o voluntário polonês encarregado de ajudar a multidão diz em inglês com acento britânico:“Não, esses aí são para quem está indo embora, combatentes precisam disso aqui”. Ele oferece a Iwen um robusto saco de dormir militar polonês. “Você pode ficar com ele. Espere aqui que eu vou arrumar um bom lugar para você dormir”.

Questionado se também sou soldado, digo que sou jornalista e acabo recebendo a atenção de quem está entrando na Ucrânia por opção. Em um corredor onde montamos nossas acomodações, o voluntário polonês conversa com uma família ucraniana. “Não entrem no próximo trem, vocês vão pegar outro trem até uma cidade próxima da Alemanha. Lá terão acesso a um hotel gratuito ainda na Polônia. Podem ficar o tempo que quiserem, semanas se precisarem. Depois é só cruzar a fronteira e entrar na Alemanha.”

Fronteiras abertas
Até o ano passado, a postura da Polônia era completamente diferente. O presidente Alexander Lukashenko, da Bielorússia, convidou para seu país milhares de refugiados do Oriente Médio e prometeu a eles que poderiam cruzar a fronteira polonesa tranquilamente e chegar na União Europeia. Sua intenção, segundo disseram na época os líderes europeus, era inundar o continente com ondas de refugiados para desestabilizar politicamente o bloco. A Polônia mandou milhares de militares para a fronteira para tentar impedir a entrada ilegal dos imigrantes.

Para entrar na Polônia ou em qualquer país da União Europeia, os refugiados precisavam passar por processos de qualificação que não costumavam ser rápidos. Mas isso não é mais assim. Desde a semana passada, as fronteiras da Europa se abriram para os refugiados da guerra na Ucrânia. Na estação de Przemysl, o vai e vem de pessoas não para durante a madrugada. Acordo às 3h com o anúncio da partida de um trem para a Cracóvia (Polônia). A maioria dos refugiados é colocada nele. O local esvazia um pouco e temos que mudar para um salão próximo, para que o corredor em que estávamos seja limpo.

Não consigo mais dormir. A maioria das pessoas no salão são mulheres e crianças. Também há grupos de estudantes de origem africana. Percebo um ruído baixo e sem fim de conversas, mas as pessoas são muito contidas. Ninguém ri ou se queixa em voz alta. Apenas algumas crianças correm e falam alto. Todos estão bem vestidos e aparentam cansaço. Voluntários distribuem sopa, pão e frutas. As crianças ganham bichos de pelúcia ou carrinhos, tirados por policiais poloneses de uma grande pilha de doações.

Aliás, há aglomeração das pessoas e distribuição de alimentos, mas não porque os refugiados não possam pagar. Os hotéis e restaurantes da cidade não comportam todos. São milhares de pessoas, ao menos 50 mil por dia cruzando a fronteira polonesa neste e em outros sete pontos. As pessoas também não estão aqui para uma vida com maiores oportunidades. Elas querem salvar seus filhos dos ferozes bombardeios russos, mas depois desejam voltar para suas casas.

Me ocorre um pensamento: a guerra absoluta, termo criado pelo autor prussiano Clausewitz para descrever uma situação onde o conflito não é mais refreado por política ou travas morais, parece estar de volta à Europa. Esses refugiados são a prova disso.

Melhor ficarem com as janelas fechadas"
É manhã na estação de Przemysl. Após tomar uma sopa de tomate, me dirijo na companhia do soldado português para um pequeno prédio, onde ficam as autoridades de fronteira, a fim de pagar um trem para Lviv.Uma mulher com duas crianças avisa que temos que ter cuidado. O trem em que ela chegara há poucas horas foi atingido por tiros e duas pessoas morreram. Não consigo confirmar a informação, mas o impacto moral já está feito.

Iwen conversa com militares poloneses perto do posto de fronteira. Quando eles entendem que ele é um soldado voluntário ficam alegres, o saúdam muito e dizem: “Vocês estão no lugar errado, é só ir até a plataforma 3 e embarcar no trem ‘não oficial’. Vocês não precisam de passagem, é só mostrar seus documentos”, diz um deles.

Costumo dizer aos amigos não familiarizados com a Polônia que, mesmo antes da guerra, basta ficar cinco minutos no país para sentir o ressentimento em relação aos russos — que definitivamente não acabou com o fim da dominação soviética. Já no trem, uma oficial de imigração polonesa pede nossos documentos e diz: “Melhor ficarem com as janelas fechadas”. Antes do sinal de internet do meu chip polonês sumir, vejo um alerta de notícias da BBC dizendo que Putin havia mandado suas tropas atacarem alvos indiscriminadamente. A guerra absoluta…

Região importante estrategicamente
O trem segue seu caminho e as pessoas estão em silêncio, ouço apenas cochichos na cabine vizinha e o ronco do soldado português. Abro um pouco a janela e vejo plantações de trigo, pequenas lagoas congeladas e uma trincheira, de onde pende uma bandeira ucraniana. A maioria dos passageiros do nosso vagão parecem ser soldados voluntários como Iwen. Não da Brigada Internacional que o presidente Volodymyr Zelensky prometeu formar. Mas ucranianos comuns, que deixaram mulheres, filhos, pais e namoradas em segurança no solo polonês e retornam para defender sua pátria.

Fico pensando em cenários de guerra. Lviv é a principal cidade do oeste da Ucrânia. Há dois dias surgiram rumores de que uma tropa de paraquedistas russos foi lançada nas proximidades. Também lembro que havia uma grande unidade de tropas russas na Bielorússia, cerca de 100 quilômetros ao norte.

Os russos podem tentar impedir que os ucranianos recebam doações de armas nesta região. Foram prometidos mísseis antiaéreos stinger e drones de ataque. Quem controla o espaço aéreo são os russos, então essas armas vão ter que entrar por terra, possivelmente aqui pela fronteira com a Polônia. Isso torna a região importante estrategicamente e podem haver ataques para impedir a entrega das armas.

“Eu vim aqui para lutar"
O trem para já em território ucraniano e duas militares sobem para pegar documentos. Meu passaporte é carimbado. Iwen tem só uma carteira de identidade e isso parece não satisfazer as fiscais ucranianas. “Eu vim aqui para lutar, Putin está acabando com o país de vocês. Eu vendi tudo que eu tinha para vir e talvez não saia da Ucrânia. Não quero ser mandado para casa como um cachorro”, diz.

As militares, que aparentam ter pouco mais de vinte anos, se mostram comovidas e pedem que ele as acompanhe. Ele volta feliz, cerca de 30 minutos depois, dizendo: “tudo certo, só avisaram a embaixada do meu país. Perguntei onde posso conseguir armas. Elas riram e disseram que eu vou ter o que quiser”, diz.

O procedimento oficial seria comunicar a Ucrânia da intenção de lutar por meio de uma embaixada. Mas, na guerra dá-se um jeito.  O trem pára na estação final em Lviv e poucas pessoas desembarcam. Estamos deixando a plataforma principal quando sirenes distantes começam a soar. Os alto-falantes da estação de trem mandam milhares de passageiros, que esperam para embarcar para a Polônia, procurem abrigo nos túneis da estação, pois um ataque aéreo é iminente.

Há corre corre na estação, mas nas ruas nem todos parecem se importar. Enquanto alguns tentam entrar na estação, outros continuam seus afazeres. Minutos depois o alarme volta a soar, mas não há ataque aéreo. Ele pode ter sido disparado pela aproximação de aeronaves inimigas, que deviam ter outro objetivo. São as tensões da guerra. 

Luis Kawaguti, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

Obrigar o presidente a comparecer à PF pode ser lido como provocação

Alexandre Garcia

A obrigatoriedade de um presidente da República de comparecer pessoalmente diante de um delegado da Polícia Federal, na última sexta-feira (28/1), pode ser incluída em um conjunto de provocações

Nessa segunda-feira (1/2) reabriu o Judiciário, neste ano eleitoral. O "reabriu" é relativo, porque o voluntarismo de alguns ministros os fez receber, mesmo nas férias, os costumeiros pedidos de pequenos partidos para incomodar o governo. O presidente Fux, na posse, um ano e meio atrás, havia se queixado de que o Supremo tem sido usado em ações políticas, que deveriam ser resolvidas nos plenários próprios, do Legislativo. E pediu que isso fosse evitado. Mas, desta vez, não tocou no assunto em que foi vencido. Falou, sim, do império da lei, da higidez da Constituição e da liberdade de imprensa e que não há espaço para ações contra a democracia. Será que estava de novo alertando o próprio tribunal?

E, entre as primeiras pautas do Supremo, estão as federações de partidos, inventadas porque as coligações foram proibidas, e é preciso saltar por cima da cláusula de barreira que pega os nanicos
outro tema será a data de início para contar a inelegibilidade de oito anos da Lei da Ficha Limpa, outra hipocrisia igual à primeira, porque o próprio Supremo já lavou a ficha de condenado em três instâncias que é hoje candidato, e não devemos esquecer que foi um presidente do Supremo que presidiu o julgamento no Senado que ad hoc afastou da Constituição a inelegibilidade por oito anos da presidente condenada. [só que o eleitor mineiro recusou,anulando a suprema decisão, quando não votando na  presidente escarrada.]

Se isso acontece em relação a um lado da principal disputa eleitoral, o contrário acontece em relação ao outro lado. São evidentes as ações para fustigar o candidato à reeleição. A obrigatoriedade de um presidente da República de comparecer pessoalmente diante de um delegado da Polícia Federal, na última sexta-feira, pode ser incluída em um conjunto de provocações. O tal "vazamento" do inquérito dos hackers no TSE se refere a documentos distribuídos aos deputados pelo relator da Comissão Especial da PEC do Voto Impresso, deputado Filipe Barros. A comissão aprovou a requisição à Polícia Federal e recebeu os inquéritos de invasão de computadores do TSE. Não havia sigilo sobre os documentos. O delegado federal que trabalhou no caso confirmou, em depoimento, que não havia sigilo no inquérito. Quando Bolsonaro se manifestou sobre a violação do sistema do tribunal, aí apareceu a versão do sigilo desrespeitado, corroborada pela delegada escolhida por Alexandre de Moraes para tocar o caso.

O assunto, de 2018, estava dormindo, mas a insistência do ministro Moraes despertou novamente a polêmica. O ministro Barroso foi a Portugal ver a eleição de domingo e postou, entusiasmado, que foi um show de organização e que ninguém questionou o resultado. O voto, lá, é de papel e posto na urna pelo eleitor.  
O mais difícil para alguns do TSE será deixar cristalina a isenção requerida para ser juiz. 
A ministra Cármen Lúcia recém participou de reunião política em São Paulo. 
Há poucos meses, oito do Supremo decidiram que o condenado duas vezes em três instâncias é elegível e é o principal adversário do candidato à reeleição, que tem sido hostilizado por juízes do mesmo tribunal, que integram o TSE. 
Tais juízes vão ter que fazer esforço para ganhar confiança do dono da eleição, que é o eleitor, que, certamente, tem acompanhado toda a movimentação dos que vão apurar o voto que é origem do poder.

 Alexandre Garcia, colunista - Correio Braziliense


sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

A revelação do eucalipto - Revista Oeste

Evaristo de Miranda

Poucos consumidores sabem da presença de celulose de eucalipto em sorvetes, biscoitos, hambúrgueres, queijos, ketchup e sopas

Vista aérea de uma floresta de eucalipto no Brasil -  Foto: Paulo Vilela/Shutterstock 

Todo dia comemos e consumimos eucalipto. E ninguém se dá conta. O eucalipto reina entre as árvores cultivadas no Brasil. São mais de 5,5 milhões de hectares de eucalipto, de um total de cerca de 9 milhões de hectares de florestas plantadas, segundo a Indústria Brasileira de Árvores. A produtividade média de 39 metros cúbicos por hectare por ano (m³/ha/ano) do eucalipto brasileiro é cerca de duas vezes superior à das florestas do Chile e da África do Sul. Ela supera em três vezes a de Portugal e Espanha e em quase dez vezes a produtividade de Suécia e Finlândia.  
As florestas de eucalipto atendem à demanda por lenha, carvão, madeira e, sobretudo, celulose. 
Entre as aplicações da celulose, a produção de papel e papelão são as maiores e mais conhecidas. Não é só. As florestas de eucalipto participam da alimentação, do vestuário, do conforto do lar e até dos cuidados de saúde de todos os brasileiros.

A palavra eucalipto foi criada por um botânico francês, Charles Louis L’Héritier de Brutelle, em 1788. Ela se compõe do prefixo grego eu (bem, bom, agradável, verdadeiro) e de κάλυπτο, kályptos (coberto). Esse gênero botânico foi denominado assim pela característica de sua inflorescência. Nela, o limbo do cálice se mantém fechado, até depois da floração. Vale relacionar o significado de eucalipto (eu kaliptos) com apocalipse (apo kalipse), apo significando ação contrária ao coberto e, portanto, revelação.

O prefixo eu prolifera entre plantas e humanos, em palavras como Eugenia (bem gerada, nascida), Eunice (boa vitória), Eustáquio (boa espiga, bom fruto), Eulália (boa fala), Eusébio (bem venera — Deus), Euterpe (boa alegria, doçura), eufórbia (bom alimento), euforia (bem suportar), eutanásia (boa morte) e eutrofia (bom crescimento, até demais). E transforma-se em ev, em evangelho (bom anúncio, boa-nova) ou Evaristo (bom grado, muito amado).

Os eucaliptos são originários da Austrália e pertencem à generosa família das mirtáceas, com cerca de 3.000 espécies, dentre as quais: goiaba, araçá, cravo-da-índia, jaboticaba, jambo, pitanga, murta, uvaia, grumixama, guabiroba, camu-camu, cambuci, cambuí, cambucá e muitas outras.

Além da madeira, da lenha e do carvão, um produto excepcional extraído do eucalipto é a chamada polpa de celulose solúvel (dissolving pulp). Trata-se de um material com alto teor de celulose (> 92%-97%) quando comparado ao teor encontrado nas polpas kraft convencionais (85%-90%), destinadas à produção de papel e papelão. A polpa de celulose solúvel tem alta pureza e baixo nível de contaminantes inorgânicos. Dada sua alvura e viscosidade, ela pode ser aplicada nos mais diversos produtos, sobretudo em alimentação, saúde e cosmética.

Ela entra na produção de tripa de celulose para confecção de embutidos (salsichas, linguiças, mortadelas etc.). A celulose solúvel é um excelente estabilizante, emulsificante e espessante, capaz de integrar grande número de alimentos industrializados e processados, como sorvetes, iogurtes, biscoitos, doces, hambúrgueres, queijos, molhos, ketchup e sopas. Poucos consumidores sabem da presença celulose de eucalipto nesses produtos.

Além dos alimentos, a celulose solúvel entra na composição do revestimento de comprimidos e cápsulas de medicamentos, das pastas de dente e em formulações odontológicas (gel dental e soluções orais). Na indústria de cosméticos, há derivados da celulose utilizados para a confecção de gel, um veículo excelente para diversos princípios ativos dermatológicos e terapêuticos, e em diversos produtos de higiene pessoal, maquiagem, cremes cosméticos, fraldas e até em preservativos.

A celulose participa também na composição dos filtros de cigarros, nas lentes de contato, máscaras e tecidos cirúrgicos e até em telas de LCD. Em tudo isso há eucalipto. O processamento dos eucaliptos permite a produção de outros insumos para fabricar vernizes, esmaltes, tintas, óleos essenciais, celofane, filamentos para pneus, filmes fotográficos etc. Na construção civil, a celulose é utilizada na confecção de painéis e divisórias de ambiente (dry wall). No setor energético e petroquímico, a celulose é usada na produção de bioprodutos e biocombustíveis, inclusive o etanol celulósico.

A introdução do eucalipto no Brasil e seu plantio em escala comercial se devem ao agrônomo paulista Edmundo Navarro de Andrade (1881-1941), um plantador de florestas. Ele estudou na Escola Nacional de Agricultura, em Portugal. Ao retornar ao Brasil, em 1904, foi contratado pela Companhia Paulista de Estradas de Ferro. Sua missão era encontrar a melhor espécie florestal para reflorestar áreas desmatadas na construção das ferrovias, para fornecer madeira para dormentes e carvão às locomotivas.

Em 1914, Edmundo Navarro buscou na Austrália 144 espécies de eucalipto e testou sua aclimatação. Das espécies trazidas, 64 se adaptaram muito bem ao clima do país. Navarro criou 18 hortos florestais ao longo das ferrovias. Neles, estudou 95 espécies florestais, até confirmar sua escolha pelo eucalipto.

Navarro instalou a sede do Serviço Florestal em Rio Claro. Publicou mais de dez obras sobre suas viagens e o eucalipto, incluindo o livro Cultura do Eucalipto. Ele também foi pioneiro na utilização do eucalipto para produção de papel e papelão. Em 1925, viajou aos Estados Unidos para conhecer a fabricação de papel a partir da madeira. E levou para serem testadas algumas toras de eucalipto. Os testes foram satisfatórios, e o eucalipto serviu à produção de quatro tipos de papel.

A produção florestal total do Brasil aproxima-se de 200 milhões de m³/ano, uma liderança mundial

Navarro foi secretário da Agricultura do Estado de São Paulo de 1930 a 1931. Criou o Museu do Eucalipto, o único do gênero no mundo. O Horto Florestal de Rio Claro, onde fica o museu, leva o nome do pesquisador. São 2.230 hectares abertos à visitação, com acesso às trilhas e ao Solar Navarro de Andrade, residência do pesquisador, tombada pelo patrimônio histórico.

Vista da entrada do Museu do Eucalipto | Foto: Divulgação

Vista da entrada do Museu do Eucalipto | Foto: Divulgação

Em 1941, ano da morte de Navarro, quase 100 milhões de eucaliptos, de espécies diferentes, cresciam nos hortos florestais ao longo das ferrovias. A sorte estava lançada. As décadas de 1960 e 1970 foram marcadas pelo crescimento da produção de celulose no mercado brasileiro graças à incorporação constante de inovações tecnológicas na produção florestal e nos processos industriais. Nas décadas de 1980 e 1990, houve grande expansão das áreas cultivadas com eucaliptos.

A produção florestal total do Brasil aproxima-se de 200 milhões de m³/ano, uma liderança mundial. Desse total, cerca de 70 milhões de m³/ano são de florestas energéticas: 53 milhões de m³/ano em lenha industrial (presentes também em padarias e pizzarias, para a glória da gastronomia) e cerca de 17 milhões de m³/ano em carvão. A produção de carvão vegetal de eucalipto posiciona o Brasil como principal produtor no mundo (12%). Ele substitui insumos de origem fóssil (carvão mineral) e diminui a emissão de gases de efeito estufa na siderurgia. A maioria das 180 unidades de ferro-gusa, ferro liga e aço no Brasil utiliza carvão vegetal no processo de produção.

Em 2020, a indústria florestal produziu 10 milhões de metros cúbicos de madeira serrada. O crescimento da produção de celulose é constante. Em 2020, o Brasil produziu cerca de 21 milhões de toneladas de celulose, alta de 6,4% em relação a 2019. No último trimestre de 2021, foram 4 milhões de toneladas exportadas, avanço de 12,7% no comparativo anual. As exportações em 2020 totalizaram 15,6 milhões de toneladas, alta de 6,1% em relação a 2019.

Segundo a Indústria Brasileira de Árvores, mais de 75% das exportações do Brasil vão para dez principais destinos. A China está no topo, com 48,1% do total (US$ 2,9 bilhões), seguida por União Europeia (12,6%), Estados Unidos (5%), Turquia (2%), Tailândia (1,9%), Coreia do Sul (1,7%), Irã (1,7%), México (1,7%), Vietnã (1,6%) e Bangladesh (1,5%). Além dos US$ 6 bilhões alcançados em exportações de celulose, os produtos da indústria de base florestal embarcaram US$ 1,7 bilhão em papéis e US$ 276 milhões em painéis de madeira no ano de 2020.

[a leitura da presente matéria mostra a importância do agronegócio para o Brasil e da dependência do mundo aos produtos brasileiros, especialmente da agricultura e pecuária.
Os interesses estrangeiros em atrapalhar o crescimento do Brasil e do agronegócio é de tal ordem que muitas ONGs alienígenas, sebosas, movidas por interesses escusos,  compram maus brasileiros, que se dizem especialistas ambientais - ou como tal são apresentados - quando não passam de especialistas de m... ,  (há raras exceções)... ,  para criticarem o fantástico desenvolvimento do Brasil em tão importante campo.] 

São mais de mil municípios na área da indústria florestal. A receita bruta total do setor foi de R$ 97,4 bilhões em 2019 e representa 1,2% do PIB brasileiro. Graças ao eucalipto, a celulose é, de longe, a fibra vegetal mais produzida e consumida no país. Desde os tempos de Navarro, os críticos do eucalipto, em geral, não têm ideia da sua real dimensão na economia e na vida dos brasileiros. Bom apetite!

Leia também “A fibra da agricultura”

Evaristo de Miranda, colunista - Revista Oeste


domingo, 26 de dezembro de 2021

Flamengo já tem novo técnico [que não é Jorge Jesus, e sim ... Paulo Sousa]

Lauro Jardim - Diogo Dantas
 

Acabou a busca do Flamengo por seu novo técnico. O contrato já foi assinado.

O nome do treinador será anunciado oficialmente em breve. Mais do que o técnico, foi  contratada toda a comissão técnica que o acompanhará para o Rio de Janeiro.

O anúncio oficial do nome só não será hoje por que o escolhido — que não é Jorge Jesus — ainda está se desligando da equipe da qual é treinador.

Justiça manda Flamengo pagar famílias pela morte de jogadores no incêndio do Ninho do Urubu

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Paulo Sousa no Fla

Conclui-se, assim, o planejamento prometido por Marcus Braz, vice-presidente de futebol do Flamengo. Braz vinha afirmando em entrevistas nos últimos dias que até o dia 30 de dezembro sua missão em Portugal estaria finalizada com a contratação de um novo treinador e de uma comissão técnica.

Flamengo: com contrato encaminhado, português Paulo Sousa será o novo treinador

Após tentativa frustrada de contratar Jorge Jesus, treinador da seleção da Polônia foi o escolhido; anúncio oficial será em breve
Paulo Sousa se encontrou em cenários alternativos do futebol Foto: Divulgação/Polônia
Paulo Sousa se encontrou em cenários alternativos do futebol Foto: Divulgação/Polônia

O jornal Record publicou neste domingo que o treinador da seleção da Polônia será o novo comandante do Flamengo. O Globo apurou que há "um contrato encaminhado entre clube e treinador" e que o anúncio do novo treinador será em breve.

O clube, oficialmente, ainda não confirmou o acerto.

Via redes sociais, o presidente da Federação Polonesa de Futebol confirmou que Sousa gostaria de rescindir seu contrato "de comum acordo" para que ele pudesse aceitar a oferta de um clube.

Paulo Sousa, de 51 anos, que estaria numa lista de possíveis alvos para o Flamengo ao lado de Carlos Carvalhal, Rui Vitória, Paulo Fonseca e Vitor Pereira, também era sondado pelo Internacional. Uma comitiva de diretores do Inter chegaria em Portugal neste domingo para tratar diretamente com ele.

Sousa foi o primeiro treinador procurado pessoalmente, em Portugal, por Bruno Spindel e Marcos Braz, diretor executivo e vice-presidente de futebol do Flamengo. Na ocasião, ele teria reiterado interesse em deixar a seleção polonesa para trabalhar no Brasil.

Os dirigentes do Flamengo viajaram para Portugal com a missão de fechar com um novo treinador. E também visitaram Jorge Jesus em sua residência. O encontro foi bastante noticiado pela imprensa portuguesa. Falava-se em "assédio".

O Benfica, clube de Jesus, chegou a divulgar nota oficial negando que o treinador estaria de saída e com destino ao Brasil. Sousa, ex-volante se aventurou muito no futebol, tanto como jogador, quanto como técnico. Seus principais títulos da carreira fora dos gramados vieram em dois cenários alternativos: em Israel e na Suíça.

Flamengo:Após reunião, Benfica decide manter Jorge Jesus no cargo, diz imprensa portuguesa

Sousa começou a treinar nas categorias de base da seleção portuguesa e rumou ao futebol inglês: rodou por Queens Park Rangers, Swansea e Leicester, sem muito sucesso e com baixo aproveitamento. Mas o cenário mudou no Videoton, da Hungria, em passagem vitoriosa, que se sucedeu depois por conquistas da liga nacional em Israel, pelo Maccabi Tel Aviv e na Suíça, pelo Basel.

Itinerante do futebol, Sousa começou a ganhar mais chances nos principais cenários europeus. O melhor momento da carreira nas grandes ligas foi seu início na Fiorentina, em 2015.

Retrospectiva O GLOBO: Os 7 melhores atletas olímpicos de 2021

Em 2019, Paulo Sousa falou ao site português "Tribuna Expresso" e destacou que considera dois jogadores essenciais para o seu modelo de jogo:— Sou um romântico, gosto que as minhas equipes sejam muito poéticas. Há dois jogadores determinantes numa primeira fase de construção: o goleiro e o primeiro volante. Esse volante é realmente um jogador fundamental.


O Globo -   Lauro Jardim - Diogo Dantas