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quarta-feira, 11 de novembro de 2020

O presidente dos maricas - Nas Entrelinhas

As reações de Bolsonaro são típicas de quem tem uma grande perda, no caso, o colapso da sua aliança estratégica com Trump. É um processo que começa pela negação e evolui para a raiva

O presidente Jair Bolsonaro ainda não conseguiu processar a derrota de Donald Trump nas eleições para a Presidência dos Estados Unidos. [sobre a "derrota" de Trump sugerimos ler: Coluna Alexandre Garcia - Correio Braziliense.

Bush perdeu para Gore por mais de 500.000 votos mas ganhou a presidência - foi considerado pela Suprema Corte o vencedor.

Quanto a estar do lado da China e Rússia, apesar de ideologicamente haver apreciável distância, os três estão entre os maiores do mundo.] Em parte, isso explica o fato de não ter manifestado, ainda, as congratulações devidas ao democrata Joe Biden, o novo presidente norte-americano, somando-se aos poucos chefes de Estado que ainda não o fizeram, entre os quais Vladimir Putin, da Rússia, e Xi Jinping, da China, que têm disputas estratégicas com os norte-americanos muito diferentes das nossas contradições com os EUA. No momento, a atitude de Bolsonaro situa o Brasil nesse quadrante político, mas isso não tem a menor aderência à realidade geopolítica da qual fazemos parte historicamente.

Para usar uma velha expressão popular, Bolsonaro está sem pai nem mãe na política internacional. Seu comportamento parece emocional, porém, politicamente, é muito semelhante ao de Vladimir Putin em relação ao então presidente norte-americano Barack Obama, e à primeira-ministra alemã, Angela Merkel. Ambos o decepcionaram por tratarem a Rússia como uma nação decadente e a ele, pessoalmente, como um líder de segunda classe. Putin deu as costas ao Ocidente e recorreu ao nacionalismo russo para se manter no poder, até hoje, com apoio dos militares, controle do Judiciário e da imprensa, e uma estreita aliança com a Igreja Ortodoxa Russa, para uma contrarreforma nos costumes.

[Detalhe curioso: tem uma Associação Brasileira de Juristas pela Democracia  
[a menção à democracia no título de qualquer entidade, associação ou o que seja, sempre assusta e espanta  = ninguém é  louco para considerar a Coreia do Norte uma democracia. Sabem o nome oficial daquele país? República Popular Democrática da Coreia; e uma Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social que pretendem reforçar representações já apresentadas ao Tribunal Penal Internacional, que julga crimes contra a humanidade.
A abundância da falta de conhecimentos jurídicos da dupla é tamanha que esquecem que Bolsonaro fez apenas e tão somente um discurso. 
Os arquivos do TPI são modernos e compactos o que os leva a uma grande seletividade no destino das petições que não merecem ser julgadas = arquivo ou lixo. Alguém tem dúvida sobre o destino da comunicação em comento?
A mais recente manifestação do TPI sobre a denúncia da tal Confederação foi em setembro: "o chefe do Departamento de Informações e Evidências do TPI, Mark P. Dillon, suspendeu as apurações contra o presidente brasileiro mas informou, em comunicado, que a decisão "pode ser reconsiderada caso novos fatos ou evidências providenciem uma base razoável (de evidências) para acreditar que um crime sob a jurisdição da Corte foi cometido". ]

Entretanto, na prática, uma conexão ideológica com Putin não faz o menor sentido em termos geopolíticos. As reações de Bolsonaro são típicas de quem está em dificuldades diante de uma grande perda, no caso, o colapso da sua aliança estratégica com Trump. É um processo que, psicologicamente, começa pela negação e evolui para a raiva. O presidente da República parece estar entre uma fase e outra. Num divã de psicanálise, suas declarações levariam a essa conclusão: “A minha vida aqui é uma desgraça, problema o tempo todo. Não tenho paz para absolutamente nada. Não posso mais tomar um caldo de cana na rua, comer um pastel. Quando eu saio, vem essa imprensa me perturbar. Pegar uma piada que eu faço com Guaraná Jesus para tentar me esculhambar”.

Bolsonaro disse, ontem, que o Brasil é um “país de maricas”, por duas vezes: “Tudo agora é pandemia. Tem de acabar com esse negócio, pô. Lamento os mortos, lamento. Todos nós vamos morrer um dia. Não adianta fugir disso, fugir da realidade. Tem de deixar de ser um país de maricas, pô. Olha que prato cheio para a imprensa, para a urubuzada que está ali atrás. Temos de lutar. Peito aberto, lutar. Que geração é essa nossa? A geração hoje em dia é toddynho, nutella, zap. É uma realidade”, disse.

Saliva e pólvora
Depois, ao se referir às articulações envolvendo o apresentador Luciano Huck, o ex-ministro da Justiça Sergio Moro e o governador de São Paulo, João Doria, revelou certo temor de que a oposição de centro se unifique em torno de um desses nomes: “Vem uma turminha falar ‘ah, queremos um centro: nem ódio para cá, nem ódio para lá’. Ódio é coisa de marica, pô. Meu tempo de bullying na escola era porrada. Agora, chamar o cara de gordo é bullying. Nós temos como mudar o destino do Brasil. Não terão outra oportunidade. O Macri, na Argentina, não conseguiu implementar as suas políticas. Começou a levar pancada dos seus seguidores, como eu levo, agora, também. Voltou a turma da Kirchner, Dilma, Maduro e Evo”.

Bolsonaro voltou a investir contra a urna eletrônica: “Não temos um sistema sólido de votação no Brasil, que é passível de fraudes, sim. Tudo pode mudar no futuro com fraude. Eu entendo que só me elegi presidente porque tive muitos votos, e não gastei nada, não: 2 milhões de reais, arrecadado por vaquinha”. Bolsonaro defende a volta do voto impresso, já rechaçada pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, e endossa as acusações de Donald Trump de que a vitória de Biden está sob suspeita de fraude, o que, a essa altura do campeonato, é um desastre diplomático.

Mas o fato que assustou todo mundo, inclusive ministros do governo e os líderes governistas no Congresso, foi a declaração de Bolsonaro comemorando a morte de um dos voluntários que estão testando a vacina chinesa CoronaVac, em pesquisa do Instituto Butantan, que a Anvisa, indevidamente, suspendeu. Além da absurda falta de empatia, Bolsonaro mentiu, ao afirmar que a vacina foi a causa mortis, quando se trata de um caso de suicídio. Se o presidente da República continuar nessa rota, teremos um formidável caso de suicídio político. [Para um melhor esclarecimento, detalhado e fundamentado, das razões da Anvisa, sugerimos ler:Anvisa, Butantan e Bolsonaro erraram na suspensão dos testes da CoronaVac, diz epidemiologista ]. 

Sua declaração de que pode defender a Amazônia com pólvora, contra a suposta interferência de Biden, é simplesmente insana: “Assistimos, há pouco, um grande candidato a chefia de Estado dizer que, se eu não apagar o fogo da Amazônia, ele levanta barreiras comerciais contra o Brasil. E como é que podemos fazer frente a tudo isso? Apenas na diplomacia não dá, não é, Ernesto (Araújo)? Quando acaba a saliva, tem de ter pólvora, senão não funciona. Não precisa nem usar pólvora, mas tem de saber que tem. Esse é o mundo. Ninguém tem o que nós temos.” [o presidente francês ameaçou invadir o Brasil = internacionalizar a Amazônia = o Biden ameaçou retaliar = apesar de até o momento seu poder, autoridade, não são suficientes para sequer ingressar com familiares na Casa Branca. 
 
Usar armas nucleares para invadir a Amazônia, vai transformar o chamado 'pulmão do mundo' e,m uma mega Chernobyl. Usar armamento convencional, algo tipo super bombas, ou bombardeio cerrado,  vai matar os indígenas que dizem querer salvar, proteger, e causar uma destruição várias vezes superior a que dizem que as queimadas causam. 
 
Vai ter que ser estilo homem a homem, infantaria, metro a metro - será que eles querem um novo Vietnam? Retaliação econômica o Brasil responde suspendendo venda de alimentos.]

 Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo, jornalista - Correio Braziliense

 

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

À chinesa - Carlos Alberto Sardenberg

 Coluna publicada em O Globo - Economia 29 de outubro de 2020

O presidente Xi Jinping está conduzindo seu carro, tendo ao lado o espírito de Deng Xiaoping, o criador da nova China, que aparecera sabe-se lá de onde para a consulta habitual que fazia com todos os líderes chineses em início de mandato. Seguem por uma longa estrada que a um determinado ponto abre-se numa bifurcação perfeita. O presidente Xi para o carro e pergunta a Deng:
Grande líder, viramos à direita ou à esquerda?

Deng: dê sinal para a esquerda, vire à direita.

Essa piada vem sendo contada desde que Deng Xiaoping aposentou-se e passou a liderança para Chen You, em 1992. Faz sucesso e não perde a atualidade porque reflete exatamente o que se passa com a China ao longo de décadas. A questão era: como introduzir as reformas que abriam a economia para o empreendimento privado, ou seja, para a prática capitalista, sem parecer que se estava fazendo isso?

A economia chinesa estava arrasada pela Revolução Cultural e as pessoas começaram a abrir negócios para garantir a sobrevivência. Negócios privados apareciam por toda parte. Deng assumiu o movimento e assim nascia a China, uma ditadura com capitalismo. Como explicar isso?

Usando habilmente das palavras e conceitos. Reformas liberais? Nunca! Modernizações. Capitalismo? Jamais! Economia socialista de mercado ou economia de mercado socialista. O programa de privatização de pequenas e médias companhias regionais foi denominado “devolver as empresas ao povo”.

Para administrar a moeda de uma economia capitalista foi preciso constituir um banco central, conforme os modelos ocidentais: controlar a taxa de juros, a circulação de moeda, a distribuição de crédito e a taxa de câmbio. Foi criado exatamente assim, com economistas treinados nas melhores escolas americanas e europeias. Mas se chama Banco Popular da China.

No início desta semana, o homem mais rico da China, Jack Ma assim mesmo, com esse apelido americano – dono da Alibaba, a Amazon lá deles, anunciou que vai abrir o capital de sua subsidiária financeira, a Ant Group. Trata-se de uma plataforma de pagamentos digitais, a Alipay, que tem mais de um bilhão de usuários ativos. Nas bolsas de Xangai e Hong Kong duas das maiores bolsas capitalistas do mundo – Jack Ma acredita que pode levantar mais de US$ 34 bilhões. Será sido a maior oferta pública de ações da história do capitalismo.

Tem alguma coisa remotamente parecida com comunismo nisso tudo? Eis porque estamos tratando disso. Para mostrar que é simplesmente ridícula a ideia dos bolsonarianos de que a China é o inimigo comunista que quer exportar seu sistema e dominar o mundo, a começar pelo Brasil. Estão mais de 70 anos atrasados. Lá pelos anos 50/60, o Partido Comunista Brasileiro, PCB, financiado pela União Soviética, tinha, sim, o objetivo de implantar uma ditadura comunista no país. Mas um grupo de militantes se opôs às reformas (“burguesas”) anti-stalinistas iniciadas por Nikita Kruschev.

Dessa dissidência, para encurtar a história, surgiu o Partido Comunista do Brasil (PC do B) que adotou a linha maoísta, depois a linha albanesa (quando a China pós-Mao foi para a economia de mercado) e adotou a tese da luta armada para derrubar o regime. Comandou a Guerrilha do Araguaia. Tempos passados. Caiu o Muro, a URSS caiu num capitalismo corruptos de compadres, a China foi para a economia de mercado, houve a anistia no Brasil, a ditadura militar caiu, iniciou-se a democratização e o PC do B acelerou o movimento de legalização que começara nos anos 70, colocando seus membros no MDB.

Hoje, quem for ao site do PCdoB, vai encontrar um programa socialista. Na prática, o partido está na plena legalidade, em geral aliado do PT, concorrendo em eleições. Um dos seus principais dirigentes, Aldo Rebelo, foi simplesmente o ministro da Defesa do governo Dilma. Chefe das Forças Armadas! [ser ministro do governo da 'engarrafadora de vento' é um detalhe a ser esquecido no currículo de Aldo Rebelo - aliás, defensor da proposta de 'aposentar' os computadores, fazendo voltar as máquinas de datilografia e com isto gerar empregos.]  

Muitos militares não devem ter gostado, mas não houve rebelião nem revolta de nenhuma parte. Alias, o nacionalismo ferrenho de Rebelo agradou os militares. Hoje, o principal posto ocupado pelo PC do B é o governo do Maranhão, com Flavio Dino. [O Maranhão tem o pior IDH do Brasil.]  Não consta que ocorra qualquer revolução por lá.

Carlos Alberto Sardenberg - jornalista



segunda-feira, 26 de outubro de 2020

O “PACTO DO CORONAVIRUS”, entre Doria, lula e Xi Jinping - Sérgio Alves de Oliveira

 Para que se “mergulhe” antecipadamente no objetivo da  matéria aqui contida, o “Pacto do Coronavirus”, a que me refiro nesse artigo,  trata-se  simplesmente da repactuação,a partir de 2020, do chamado “Pacto de Princeton”, firmado entre  Lula e FHC, nos Estados Unidos, em 1993,e que proporcionou  à esquerda/socialismo, não só a dominação política e o “aparelhamento” esquerdista do Estado, e das leis, como também a presidência da República do Brasil, de 1995 a 2016. E para que compreenda o que está acontecendo hoje na política central brasileira, há que se  voltar um pouco na história, mais precisamente, ao  ano de 1993, que hoje se repete, com novos atores, exceto  Lula da Silva, que se mantém “íntocável”.

Nessa “operação” (Pacto de Princeton), FHC representava o “Diálogo Interamericano”, de fundo socialista-fabiano, ligado ao Partido Democrata americano, e Lula o “Foro San Pablo”. Esse  verdadeiro “arreto” político indecente que está acontecendo presentemente entre o Governador de São Paulo, João Doria, o ex-Presidente, e ex- presidiário, Lula da Silva, e o ditador da China e do Partido Comunista Chinês, Xi Jinping, que estão mancomunados e formando quadrilha  na montagem de uma estratégia política para a  esquerda/socialismo vencer as eleições de 2022, retornando ao poder, sem dúvida trata-se de re/ratificação do PACTO DE PRINCETON, de 1993, que de certa forma adotou a “Política das Tesouras”, de Lenin.

Explicando melhor essa “lambança” : os chineses  estão fazendo  um esforço descomunal  para vender ao Brasil a vacina imunizante contra o novo coronavirus (Covid-19),com registros de “nascimento”, tanto do maldito vírus, quanto da citada  vacina, na própria China (Wuhan),e que seria produzida  em cooperação do respectivo  laboratório chinês com  o Instituto Butantã, do Brasil.   Mas ao invés de se utilizarem da embaixada chinesa no Brasil para essas negociações, o governo chinês optou  pela “intermediação” do  polêmico político brasileiro ,atualmente governador de São Paulo, João Doria, do PSDB, pretendente ao trono presidencial e virtual candidato à presidência da república em 2022. Em última análise, Doria foi nomeado “embaixador” da China para essa negociação . E fala como se fosse o próprio.

Mas como bom oportunista que sempre foi, João Doria, o “embaixador” chinês, voou à Brasília e ali acabou conseguindo, parece que “furtivamente”, a assinatura de um protocolo de intenções, com o Ministro da Saúde, General Eduardo Pazuello, que acabou sendo contestado e desautorizado pelo Presidente Bolsonaro, que declarou publicamente  que “o povo brasileiro não seria cobaia da vacina chinesa”, o que gerou   um clima de desconforto interno no governo. Aproveitando as críticas de Bolsonaro ao Ministro da Saúde, Lula não perdeu tempo em se “solidarizar” com o General Pazuello. Com essas “nuances”, o circo sucessório para 2022 começou a ser desenhado . Como já havia sido acertado lá no “Pacto de Princeton”, em 1993, parece se repetir que a eleição presidencial novamente contará com dois candidatos fortes de esquerda, um “oficial”, e outro “disfarçado”, e qualquer deles que vencer garantirá à esquerda a presidência da república para o próximo período, atendendo plenamente aos interesses chineses.

Tudo leva a crer, portanto, que João Doria, pelo PSDB, será o candidato da esquerda “disfarçado” (de direita), e provavelmente Lula será liberado pelo “seu” STF, para também concorrer, pela esquerda “oficial”. E o dia está chegando !!!  Os interesses do Partido Comunista Chinês estariam plenamente atendidos, tanto com a vitória de Doria, quanto com a vitória de Lula. Por essa razão, não satisfeito  em investir   e comprar cada vez mais “Brasil”, como    fez  em quase todo o mundo, o objetivo de Xi Jinping tornou-se  mais ousado: quer a presidência da República do Brasil, seja com Doria,Lula, ou “assemelhados”.

Bem sabem “eles” que o “Pacto de Princeton” funcionou como  deveria ,e que o Brasil é um dos países do mundo que podem comprar com pouco dinheiro, bastando “investir” nos políticos “certos”, que têm corruptos e traidores da pátria no seu meio para “ninguém botar defeito”. O “sucesso” do famigerado “Pacto de Princeton”, de 1993, pode ser medido pelo relativo alcance de algumas das  suas metas, agora  transferidas  ao “Pacto do Coronavirus”, quais sejam, o controle da população pelo incentivo às relações homossexuais (não geram filhos), o enfraquecimento, ou aparelhamento socialista da Igreja Católica e,  finalmente o desmantelamento das Forças Armadas, começado por FHC, que extinguiu os 3 ministérios militares  (Guerra, Marinha e Aeronáutica), substituindo-os por uma “ministro da defesa” qualquer, [abundantes na era Temer e antecessores]  que sempre poderia  recair num político e ainda a destruição dos valores judaico-cristãos e da organização da  família tradicional. Todas essas “estratégias” para tomada do poder foram propostas antes por Antonio Gramsci, do Partido Comunista Italiano, e  de certo modo pela ala “menchevique” ,da Revolução Russa de outubro de 1917.

Com certeza, os “chinas” farão chover  dinheiro, gastando  um pouco da sua fantástica “poupança”, fruto da “mais-valia” comunista, construída desonestamente, pelo aspecto social, às custas da escravidão do seu povo, na tentativa de comprar a eleição brasileira de 2022. E “eles” têm consciência que essa eleição  não custará muito caro para “eles”, imaginando  que os brasileiros se vendem barato. E se isso de fato acontecer, estejamos seguros que o Brasil passará a integral o “rol” de colônias que a China já tem espalhadas pelo mundo, ao mesmo tempo em que o  criticado “imperialismo” norte-americano passará a ser considerado “ultrapassado”, um verdadeiro “brinquedo-de-criança”, se comparado ao novo imperialismo do PCCh.

Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo

 

quinta-feira, 9 de julho de 2020

XI JINPING, LÁ, E ALEXANDRE ,“O PEQUENO”, AQUI - Sérgio Alves de Oliveira

Não há como deixar de comparar as atitudes e prisões arbitrárias decretadas, “monocraticamente”, pelo ditador chinês, Xi Jinping,  por um lado e, por outro, os “sequestros” de cidadãos e cidadãs “fichas limpa”, recolhidos à prisão, por ordem do “supremo” Ministro Alexandre de Morais, nos autos do inquérito “ditatorial” (das “Fake News”),Nº 4872. 
No dito “inquérito”,o Supremo, tal qual o maior dos tiranos, concentra em si os papéis de “vítima”,”polícia”,”investigador”,”acusador”,”juiz”, e “órgão recursal”, tudo ao mesmo tempo.

Provavelmente incentivados pelos (maus) “exemplos” que o Partido Comunista Chinês já conseguiu exportar e “impor”para o Brasil - tanto que o embaixador chinês local ousou despejar um monte de desaforos contra gente “íntima” do Presidente Bolsonaro - demonstrando com essa atitude ter plena consciência de “domínio da situação”, de se considerar “já dono desse terreno”, sem qualquer reação à altura das autoridades brasileiras responsáveis,diplomáticas,ou militares, críticas,ou repressivas,apesar do “cocô” que o petulante chinês fez sobre a “soberania”(???) brasileira, numa atitude de indignidade diplomática jamais vista em qualquer parte do mundo. Mas essa “moda” acabou sendo incorporada à plenitude pelo Supremo Tribunal Federal e seus membros,que mais parece estarem seguindo à risca o modelo chinês de “gestão”, no caso, da “Justiça”.

E ficou tudo por isso mesmo. Os “supremos” Ministros “atropelaram” sem qualquer dó o estado-democrático-de-direito. Os poucos protestos surgiram somente nas redes sociais, na atualidade a única maneira das pessoas protestarem contra os nefastos destinos da sua pátria que se avizinham. Enquanto isso, a grande mídia não só faz um silêncio sepulcral em relação a essas arbitrariedades jurisdicionais, quanto ,além disso ,as avaliza,fortalece,formando coro contra todas as liberdades individuais.  Vou me abster de citar exemplos dos casos repressivos do Supremo , contra brasileiros, porque todos os jornais estão “cheios” deles. Além do Jornalista Oswaldo Eustáquio,que já foi solto, mas teve que sair levando nas costas mais de metade da cadeia onde estava,e tantas outras restrições que só encontram equivalência em regimes prisionais da barbárie, uma boa porção de outras pessoas estão passando pelas mesmas arbitrariedades “supremas”.

A prisão sumária, arbitrária,e imotivada, do jornalista Eustáquio, a mando do Ministro do STF Alexandre de Moraes,Relator do “famigerado” Inquérito Nº 4872, deu-se à semelhança do terrível episódio ocorrido na República Popular da China,no dia 6 do corrente mês (julho/20),no qual foi preso o professor de direito Xu Zhangrun,da famosa Universidade de Tsinghua, levado que foi da sua casa, na periferia de Pequim, por 20 agentes da tirania  chinesa. O “crime” do professor Xu Zhangrun: publicar ensaio com críticas ao ditador chinês,Xi Jinping,por ter cometido erros “oficiais”durante a pandemia do novo coronavirus, e pelos seu empenho em perpetuar-se no poder. E lamentavelmente é exatamente essa a “democracia” buscada pelo Supremo Tribunal Federal, e seu “Grupo dos Onze” (não confundir com a“cria” do Brizola,de 1963), consorciado com as presidências e a maioria dos parlamentares das Duas Casas legislativas Federais.

O que teria a “vigilante ” Ordem dos Advogados do Brasil a dizer sobre essas arbitrariedades na China? Com um professor de direito? 
Será que esses meus ilustres colegas dirigentes da OAB não estão percebendo que essa política adotada por eles ,de só valorizar tudo o que se passa do “lado” esquerdo, não significa outra coisa que prestar vassalagem antecipada aos prováveis novos donos do Brasil? 
 Aos chineses ? 
E ajudando para que abram-se-lhes as portas brasileiras para aqui instalarem uma nova “colônia”, além daquelas que já impuseram na África, fazendo com que os brasileiros também tenham que conviver sob o tacão da soberania deles ?

Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo


sábado, 30 de maio de 2020

O dragão chinês mostra as garras – Editorial - O Estado de S. Paulo

Agressão do PC chinês a Hong Kong pede uma resposta enérgica da comunidade internacional 


Enquanto o resto do mundo combate a pandemia, a China realizou sua manobra mais truculenta contra a autonomia de Hong Kong e Taiwan. No dia 20, o Congresso do Povo anunciou planos navais de assalto a uma ilha controlada por Taiwan e aprovou uma moção para uma nova lei de segurança em Hong Kong que, na prática, desmantelará o modelo “um país, dois sistemas”.

Em 1997, quando o Reino Unido passou o controle de Hong Kong à China, um tratado forjado nas Nações Unidas garantiu as liberdades políticas e o estilo de vida da população até 2047. O artigo 23 da “lei básica” de Hong Kong efetivamente previu que o seu Parlamento elaboraria uma legislação proibindo atos de “traição, secessão, sedição ou subversão” contra o governo chinês. Em 2003, as tentativas das autoridades pró-comunistas de impor uma legislação draconiana levaram 500 mil cidadãos de Hong Kong às ruas, no maior protesto em décadas. A ideia foi abandonada, mas desde que Xi Jinping assumiu o comando da China em 2013, ele tem reafirmado a hegemonia do Partido Comunista (PC), reprimindo qualquer tentativa de dissidência na sociedade chinesa, e, agora, o Partido está flexionando seus músculos além das fronteiras.

No ano passado, milhões em Hong Kong protestaram contra um decreto de extradição que iria borrar a linha que separa os dois sistemas. Nas eleições distritais de novembro, a maioria votou a favor dos que apoiaram os protestos. Agora, prevendo a eleição de uma nova maioria democrática para o Conselho Legislativo em setembro, o Congresso chinês, usurpando as prerrogativas do Parlamento de Hong Kong, anunciou uma nova legislação que garantirá ao Ministério de Segurança chinês reprimir direitos de reunião e expressão com a mesma brutalidade com que opera no território chinês. Como disse o Secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, isso equivale a uma “sentença de morte” à autonomia de Hong Kong. Mal saídos da quarentena, milhares de cidadãos de Hong Kong foram às ruas, e as apreensões dos investidores sobre o futuro financeiro de Hong Kong levaram à pior queda em seu mercado de capitais em cinco anos.

Não se trata de uma manobra isolada. Desde abril, a China já abalroou um navio vietnamita em águas sob disputa no Mar do Sul chinês e estabeleceu duas unidades administrativas em ilhas reclamadas pelo Vietnã. Além disso, realizou manobras navais ostensivas próximas a uma sonda petrolífera no litoral da Malásia e reagiu com ameaças à possibilidade de Taiwan ser incluída na Assembleia-Geral da OMS, declarando que a reunificação é “inevitável”. Além da Ásia, o Partido está investindo pesadamente em campanhas de propaganda e desinformação para desmoralizar a resposta dos países ocidentais à pandemia e consolidar uma narrativa triunfalista da atuação chinesa, enquanto seus diplomatas ameaçam retaliar qualquer proposta de investigar a origem do vírus. A Austrália já sofreu sanções comerciais.

Essas agressões pedem uma resposta enérgica da comunidade global, em especial do Reino Unido – que costurou o tratado de autonomia de Hong Kong –, dos EUA e dos investidores internacionais. No ano passado, uma comissão bipartidária do Congresso norte-americano propôs uma legislação para implementar sanções oficiais a qualquer tentativa de impor uma lei de segurança sobre Hong Kong. Os avanços de Pequim devem esquentar a guerra fria que vem sendo buscada com empenho tanto por Xi Jinping como por Donald Trump para agradar às hostes nacionalistas de seus respectivos países.



 O fato é que o mundo precisa se adaptar a esta ameaça crescente. Como disse o cientista político Nick Timothy em artigo no Telegraph, as manobras de Pequim “mostram que a China não é apenas mais um parceiro comercial, um país que se abrirá e se tornará mais liberal quanto mais se expuser aos costumes ocidentais”. Conforme advertiu Chris Patten, o último governante britânico de Hong Kong, “podemos confiar no povo da China, como os valentes médicos que tentaram soar o alarme sobre a camuflagem dos primeiros estágios da pandemia. Mas não podemos confiar no regime de Xi Jinping”.

Editorial -  O Estado de S. Paulo





sábado, 7 de dezembro de 2019

O fator externo, China e EUA - Nas entrelinhas

A equivocada política em relação ao meio ambiente e a radicalização ideológica em áreas sensíveis para a opinião pública mundial atrapalham a economia brasileira”

Para o Brasil, a notícia mais alvissareira da política internacional nesta semana foi a declaração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que as negociações com a China estão avançando, o que sinaliza o fim da guerra comercial entre os dois países. O otimismo de Trump tem a ver também com a preferência do líder chinês Xi Jinping de que ele permaneça à frente dos Estados Unidos, pois é melhor lidar com a reeleição de um concorrente previsível do que com um democrata ainda desconhecido, mas que certamente cobrará dos chineses mais respeito aos direitos humanos e à democracia em Hong Kong. Um cenário sem guerra comercial entre as duas potências favorece a expansão da economia mundial. Isso é muito bom para a economia brasileira.[o mais curioso é que há vários meses a 'estudantada' e outros desordeiros em Hong King, debocham das autoridades e permanecem impunes e agora ainda tem quem entenda justo que um democrata, se for eleito, presidente dos EUA, cobre dos chineses respeito aos direitos humanos.
Sorte que o eleitor americano é bem mais sensato do que o do Brasil e Trump será reeleito - apesar de algumas escorregadas, jogadas para a plateia e coisas semelhantes, nos Estados Unidos, sob Trump, a economia vai bem, desemprego em queda, inflação quase inexistente. MUDAR PARA QUE?]

A atual boa vontade de Trump nas negociações com a China, depois de tanto arreganhar os dentes para Xi Jinping, é um reflexo direto dos apuros em que se meteu na Ucrânia, o que pode custar a aprovação do seu impeachment pela Câmara dos Deputados. Tudo bem que o Senado norte-americano é controlado pelos republicanos, porém, dependendo das provas que existam contra Trump, não é uma boa ideia pôr em risco a economia norte-americana numa queda de braços cambial com os chineses. Tal cenário poderia complicar a vida dele também no Senado e levá-lo à derrota eleitoral.

Trump é acusado de violar a lei ao pressionar o líder da Ucrânia a buscar possíveis informações prejudiciais sobre um rival político. Em agosto, um oficial de inteligência anônimo escreveu uma carta denunciando uma conversa telefônica de Trump com o presidente ucraniano, em 25 de julho. Dizia ter uma “preocupação urgente” de que Trump tenha usado seu gabinete para “solicitar interferência de um país estrangeiro” nas eleições presidenciais de 2020.

Mais tarde, um memorando (e não uma transcrição) revelou que Trump pediu ao presidente Volodymyr Zelensky que investigasse o ex-vice-presidente dos EUA Joe Biden, o principal candidato a competir contra Trump nas eleições do próximo ano, bem como o filho de Biden, Hunter. Alguns depoimentos ao comitê da Câmara apontaram que havia um “canal paralelo” diplomático com a Ucrânia, para solicitar as investigações, e há indícios de que Trump tenha usado quase US$ 400 milhões em ajuda militar para pressionar os ucranianos.

A sinalização do fim da guerra comercial entre os Estados Unidos e China somou-se aos resultados positivos do PIB brasileiro no último trimestre, o que animou o mercado de ações. Teve muito mais peso do que a notícia de que Trump voltaria a sobretaxar as importações do aço e do alumínio brasileiros, por causa da desvalorização do real ante o dólar. O principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, fechou em alta ontem e renovou máximas pelo segundo dia seguido. Ao longo da sessão, o Ibovespa subiu 0,29%, a 110.622 pontos. É o maior patamar de fechamento já registrado. Na máxima, chegou a 111.072 pontos.

Crescimento
O otimismo do mercado foi inflado também por causa das expectativas de crescimento da equipe econômica do governo: “Já estou escutando, pelo tipo de investimento e planejamento de algumas empresas, que a gente pode ter, pelo menos, um crescimento de 2,3%. Pode ser maior. O crescimento pode tranquilamente ser por volta de 2,3%, 2,5%”, afirmou o secretário do Tesouro, Mansueto de Almeida, durante evento da XP Investimentos sobre perspectivas para 2020. “A gente está terminando o ano de 2019 e começando 2020 em um cenário muito melhor do que o governo e o mercado esperavam”, arrematou.

O que ainda atrapalha a economia brasileira, do ponto de vista externo, é a equivocada política do governo em relação ao meio ambiente e a radicalização ideológica, principalmente em áreas sensíveis para a opinião pública mundial, como as dos direitos humanos e da liberdade de expressão. Para se ter uma ideia de como as coisas funcionam, por exemplo, o Brasil está tendo dificuldade para conseguir a extradição de criminosos, inclusive de colarinho-branco, por causa das nossas condições carcerárias. Fundos de investimentos estão revendo suas operações no Brasil por causa da questão ambiental. Artistas de todo o mundo começam a se engajar em protestos contra o governo brasileiro em razão das agressões oficiais ao mundo artístico e cultural.

Além disso, a nova política externa também não ajuda, é um jogo de soma zero. Capotou na primeira curva, por causa da reação da China e dos países árabes ao alinhamento automático com os Estados Unidos e Israel. Antes, apesar dos problemas, havia boa vontade com o Brasil, quando nada porque nossos diplomatas estavam empenhados em encontrar parceiros e conquistar a solidariedade para nos ajudar a resolvê-los. Não era pouca coisa.

Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo - Correio Braziliense



sábado, 16 de novembro de 2019

Servidores desnecessários - O Globo


Ascânio Seleme

Funcionários públicos que trabalham para governos e não para o Estado fazem parte da história da burocracia nacional 

São sem-número os exemplos de funcionários públicos que trabalham para governos e não para o Estado. Me refiro aos que foram contratados para servir o país e funcionam apenas em favor do governante, de sua causa, em prol de sua reeleição, protegendo os seus aliados, atacando seus adversários, escondendo os seus erros, enaltecendo muito além da verdade as suas virtudes. No Brasil, este tipo de servidor faz parte da história da burocracia nacional desde a proclamação da República. 

Funcionários que desrespeitam a sua condição de servidores da Nação e dos cidadãos são maus funcionários. No governo Bolsonaro eles ocupam todo tipo de função, do escalão mais primário até o núcleo íntimo do presidente, e não estão somente no Executivo. Espalham-se pelos outros poderes e trabalham sempre em favor do resultado político do governo, e não pelo sucesso de políticas governamentais. 

Nos governos de Lula e Dilma eles também estavam muito bem alojados em todos os quatro cantos da administração. Da mesma forma ocupavam cargos em outros poderes e tinham o mesmo objetivo, operar exclusivamente em favor do lulopetismo. Eles não se incomodam em trair as expectativas dos brasileiros, se essa for a orientação do seu superior, e não acrescentam uma vírgula que represente ganho ao contribuinte que paga os seus salários. O Brasil não precisa desse tipo de servidor. 

O aparelhamento petista da máquina administrativa federal, que foi desmontado após o impeachment de Dilma, vai dando agora lugar a outro aparelho, o bolsonarista. Ambos são nocivos aos interesses do Brasil e dos brasileiros. Um exemplo de como este tipo de funcionário se excede aconteceu no mensalão. Ao deixar o partido, por ver o PT se afastar “dos ideais éticos e morais”, o jurista Hélio Bicudo foi brindado com a seguinte postagem de um assessor de Lula: “Bicudo prova que não existe idade para uma pessoa se tornar um bom fdp”. 

Muito parecido com o que faz agora um bando de moleques instalado no Palácio do Planalto operando redes de achincalhamento político. Esses operadores usam robôs para espalhar elogios a Bolsonaro, bater palma para toda barbaridade proferida pelo presidente, seus filhos, seu guru ou seus ministros ideológicos, e atacar com ofensas de baixo nível qualquer um que pense de maneira diferente. 

O mais emblemático servidor que trabalhou para o governante e não para o país foi Gregório Fortunato, chefe da guarda pessoal do presidente Getúlio Vargas. Nomeado para cuidar da segurança pessoal do chefe do Estado brasileiro, Fortunato virou o seu faz tudo, seu braço direito. Era tão fiel a Getúlio, e não ao Brasil, que resolveu trocar o papel de guarda-costas do presidente para o de agressor dos inimigos do chefe. Deu no que deu.
[pelo inicio da matéria se é levado a pensar que funcionários públicos trabalhando em prol do governante é a regra.
Mas, o exemplo mais irrefutável remonta aos anos 50.
Indiscutível que no petismo o aparelhamento se tornou a regra mas é citado apenas no exemplo do Bicudo e de forma enviesada.]

O Brasil está farto de servidores que atendem ao privado e não ao coletivo. Embora inúteis e desnecessários, estão incrustados no Executivo, no Legislativo, no Judiciário e no Ministério Público. A promotora Carmen Eliza Bastos de Carvalho, que vestiu a camisa de Bolsonaro, posou para foto ao lado do deputado que destruiu uma placa com o nome de Marielle Franco, e depois julgou-se isenta para fazer parte da equipe de investigação do assassinato da vereadora, é funcionária desta categoria

[irônico é que criminosos, bandidos, foram  os que violando as leis,  colocaram a placa de forma arbitrária, ilegal, usurpando competência da prefeitura, causando danos ao patrimônio público -  mas, alguns articulistas insistem em demonizar os cidadãos que decidiram destruir o produto do crime = a placa colocada ilegalmente.

Além do crime de dano ao patrimônio público - destruíram a placa antiga, legalmente colocada - os criminosos incorreram na prática de danos morais aos familiares do homenageado pela placa que destruíram.
Isso ninguém lembra.

Já a ilustre procuradora apenas usou o seu direito legítimo de cidadão: "As pessoas confundem o que é uma atividade político-partidária com a opinião político-partidária" .

Aliás, os pais da vereadora lamentam seu afastamento do caso - afastamento que ocorreu  a pedido da promotora. Confira entrevista.] Carmen Eliza é desnecessária. 

Macarrão para chinês ver
Todo mundo sabe como o presidente adora uma massinha. No Japão, ele comeu miojo ao chegar no hotel depois de um banquete imperial. Na quinta, Bolsonaro mandou servir macarrão ao presidente do país que inventou a massa . No almoço oferecido ao chinês Xi Jinping, o cerimonial serviu macarrão como prato principal. Quem provou disse que ele estava mais que al dente, estava duro, num ponto pouco além do cru. 

Desrespeito
O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, do MDB, avisou que não vai mais receber mulheres sozinho em seu gabinete. Se fará acompanhar em todas as visitas por um assessor. Disse estar atendendo ordem da sua mulher , depois de um vereador amigo ter sido acusado de assédio sexual. O prefeito está, na verdade, desrespeitando as mulheres mato-grossenses, como se todas estivessem prontas para dar um golpe em sua excelência. 

Aula de comunismo
Carlos Bolsonaro foi a uma livraria na Barra e se deparou com um grupo discutindo a Revolução Russa. Ao ver aquela turma falando de Lenin, Trótski e Marx , o vereador procurou um funcionário da livraria e perguntou: “Desde quando vocês dão aula de comunismo aqui?”. O funcionário disse que não era aula de comunismo mas uma etapa de um ciclo de estudos sobre as grandes revoluções da história. Insatisfeito, o Zero Dois circulou, contou o número de presentes, e dirigiu-se ao segurança da livraria. Talvez achando que o uniforme os aproximava, perguntou a ele sobre a aula de comunismo. O segurança, educado, respondeu: “Não se trata de aula de comunismo, senhor, mas de um debate sobre revoluções”. Pois é. 
[a classificação usada por funcionários da livraria fala em debate e ciclo de estudos que não descaracterizam a classificação usado por Carlos Bolsonaro.] 

Um degrau acima
Na foto feita na escadaria interna do Itamaraty com os presidentes dos Brics, o líder russo Vladimir Putin, que deveria posicionar-se entre Xi Jinping e Bolsonaro, subiu sutilmente um degrau. Preferiu ser o último da fila a parecer baixinho ao lado do poderoso chinês e do prosaico brasileiro.

No Blog Ascânio Seleme, em O Globo, leia MATÉRIA COMPLETA



sexta-feira, 15 de novembro de 2019

Pragmatismo de Bolsonaro é uma boa novidade – Editorial - O Globo

Apesar de críticas à China no passado, presidente se curva à importância do país para o Brasil

A reunião de cúpula do grupo de países conhecido como Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) foi um choque de realidade para o governo. A ênfase no pragmatismo com a China revelou um presidente Jair Bolsonaro em contraste com o candidato que há um ano mantinha visão estreita —até hostil — sobre o principal cliente do Brasil. O peso do poder impôs a mudança. 

Quando Bolsonaro se elegeu, a China já comprava 29% de tudo o que o Brasil exportava. Ano passado foram US$ 66,6 bilhões, com aumento de 35% nas vendas, permitindo um superávit de US$ 30 bilhões. No governo Bolsonaro o ritmo de negócios se mantém em três commodities (soja, minério de ferro e petróleo), que representam 80% do tudo que é vendido à China, e avança em outros produtos: o Brasil já abastece 80% do consumo chinês de aves e 30% de carne bovina. Esse dinamismo agora se espraia por investimentos na infraestrutura brasileira, sobretudo em energia. 

Essa vitalidade o Brasil não conseguirá reproduzir com os demais integrantes do Brics. Juntos, Rússia, Índia e África do Sul somam 3% do comércio brasileiro. O cenário sugere chances para políticas comerciais, com abordagem pragmática.
Por isso, é louvável a relativa mudança de comportamento do presidente, que insistia em pautar sua visão das relações do Brasil com o mundo a partir exclusivamente de um alinhamento automático aos princípios unilateralistas do governo Donald Trump, impulsionado pela pregação obscurantista, às vezes terraplanista, dos atuais responsáveis pela política externa. 

Essa metamorfose foi notada, por exemplo, pelo líder chinês Xi Jinping. Sentindo-se confortável, ele anunciou a decisão de “aumentar e melhorar o comércio e investimentos”. Animou o ministro da Economia, Paulo Guedes, a mencionar negociações para uma “área de livre comércio”. É empreitada complexa, dependente de harmonização com o acordo Mercosul-União Europeia e, principalmente, de enquadramento na moldura da China para relações multilaterais, a “Belt and Road Initiative” (BRI), mais conhecida como nova Rota da Seda.

É certo, porém, que se Bolsonaro demonstrou pragmatismo com a China, perdeu uma oportunidade. Tinha a presidência rotativa do grupo Brics, mas não se dispôs a explorar a densidade política que possui o bloco, devido ainda ao alinhamento aos EUA. Isso ficou visível na inócua tentativa do Itamaraty de convencer os líderes Xi Jinping (China), Vladimir Putin (Rússia), Narendra Modi (Índia) e Cyril Ramaphosa (África do Sul) a subscrever uma declaração contra a cleptocracia venezuelana liderada pelo ditador Nicolás Maduro. Justa, mas inadequada à reunião. 

Recusaram, porque atendia aos interesses da Casa Branca na região. Retrucaram, abstraindo a América do Sul e destacando questões incômodas ao governo Trump no Sudão e na Coreia do Norte. Nesse aspecto, o Brasil ficou isolado.

Editorial - O Globo


quarta-feira, 30 de outubro de 2019

A marcha dos insensatos - Elio Gaspari


Folha de S. Paulo - O Globo

Em um cenário de ruína, Bolsonaro e Fernández resolveram se estranhar

Bolsonaro e o presidente eleito da Argentina resolveram se estranhar. Por quê? Por nada

Brasil e Argentina, além de vizinhos, são grandes parceiros comerciais. Ambos estão com taxas de desemprego de dois dígitos. Um torce para que o crescimento de 2019 chegue a 1%, e o outro rala uma contração da economia. Nesse cenário de ruína, Jair Bolsonaro e o presidente eleito da Argentina resolveram se estranhar. Por quê? Por nada. 

Donald Trump briga com Xi Jinping, mas ambos defendem seus negócios. Já houve época em que o Brasil e a Argentina crisparam suas relações por motivos palpáveis, como aconteceu em negociações comerciais e em torno da construção da Hidrelétrica de Itaipu. Mesmo nessas ocasiões, os governos comportavam-se com elegância. Durante uma dessas controvérsias, o presidente Fernando Henrique Cardoso escreveu: “Não gosto dessa coisa truculenta que não leva a nada. Já temos tantas arestas que é melhor nos pouparmos de acrescentar novas.” Agora, em torno do nada, Jair Bolsonaro e Alberto Fernández romperam a barreira da cordialidade. 

Utilizando-se uma medida útil para quem observa briga de rua, foi Bolsonaro quem começou. Em junho ele disse que “Argentina e Brasil não podem retornar à corrupção do passado, a corrupção desenfreada pela busca do poder. Contamos com o povo argentino para escolher bem seu presidente em outubro.” Um mês depois, o candidato Alberto Fernández visitou Lula na carceragem de Curitiba. Domingo, no seu discurso de vitória, ele repetiu o “Lula Livre”, e Bolsonaro classificou o gesto como “uma afronta à democracia brasileira”, recusando-se a cumprimentá-lo pela vitória. [realmente é sem sentido Brasil e Argentina duelarem - ambos já tem muitos problemas a resolver, e a situação dos argentinos é pior.
Mas, quem começou foi o argentino. O presidente Bolsonaro em junho apenas expressou o desejo de que os 'hermanos' fizessem uma bo aescolha.
Já o argentino um mês depois visitou um criminoso brasileiro, encarcerado em Curitiba - erro do Brasil permitir tal visita.
Após as eleições o argentino em seu discurso de comemoração da derrota que o povo argentino se impôs, repetiu um slogan pedindo a liberdade do criminoso condenado, se imiscuindo nos assuntos internos do Brasil e o presidente Bolsonaro respondeu à altura.]
Se diferenças ideológicas justificassem tanta agressividade, os Estados Unidos e a falecida União Soviética teriam começado a Terceira Guerra Mundial no final da década dos 40 do século passado.



(.....)

Em Folha de S. Paulo e O Globo, MATÉRIA COMPLETA - Elio Gaspari, jornalista 

terça-feira, 27 de agosto de 2019

Os vários sinais da crise mundial - Míriam Leitão

O Globo

Sinais de risco de crise mundial se acumulam

O economista José Roberto Mendonça de Barros acha que pode estar perto de mudar o ciclo da economia mundial, para uma forte desaceleração ou até recessão. Um dado impressionante: há US$ 16 trilhões aplicados em ativos com rendimentos negativos e isso mostra uma atitude de defesa contra riscos. O economista Marcos Lisboa explica que o dólar, que subiu 10% em pouco mais de um mês no Brasil, está refletindo a soma da fraqueza da economia brasileira e as incertezas internacionais.

O presidente americano Donald Trump tem sido um fator de instabilidade da economia global. Ele cria ondas de especulações. Depois de ter derrubado os mercados com a nova escalada da guerra comercial, no domingo ele disse que deveria ter sido mais duro. A segunda-feira começou com queda nos mercados da Ásia, mas aí ele mudou o tom completamente, e o mercado internacional operou em alta. Postou elogios à China, como se o presidente Xi Jinping tivesse cedido. A China meio que desmentiu. Disse que nada havia acontecido de novo. Enquanto isso, os sinais de risco global se acumulam, segundo José Roberto: — O mundo tem US$ 16 trilhões aplicados em papéis com juros negativos, da Alemanha, do Japão, e de vários outros tesouros. Isso só se explica porque os investidores estão com medo de perda no portfólio. A dívida das empresas americanas está dando 47% do PIB dos Estados Unidos. É recorde. E como se sabe, não existe desalavancagem suave. As empresas de tecnologia que foram a razão da valorização do mercado estão sob risco regulatório. O modelo do Fed de NY mostra que a probabilidade de uma recessão nos EUA já passou de 30%. No passado, quando isso aconteceu, houve recessão. Além da invers
ão da curva de juros, há outro sinal clássico aparecendo que é a alta do ouro.

No Brasil, o dólar disparou 10% em pouco mais de um mês. Saiu de R$ 3,74, no dia 22 de julho, para R$ 4,13 pela taxa Ptax, calculada pelo Banco Central. É a maior cotação desde 18 de setembro do ano passado. Esse choque cambial terá efeito sobre a confiança dos consumidores e dos empresários neste terceiro trimestre. As famílias percebem que há algo errado com a economia e podem adiar decisões de compra. As grandes empresas que têm dívidas em dólares têm piora dos seus balanços. A importação de bens de capital fica mais cara.

O economista Marcos Lisboa, presidente do Insper, acha que o dólar reflete as pressões ruins de fora e de dentro do país. Várias medidas prometidas pela equipe econômica acabaram não se concretizando, como a de zerar o déficit primário com a venda de estatais, e outras ideias ainda em fase de estudos chegam à imprensa e ao mercado antes de se tornarem propostas concretas: — A reforma da Previdência foi um passo importante, mas ela sozinha não resolve a questão fiscal. Os gastos obrigatórios aumentaram R$ 200 bilhões desde 2016 e isso está paralisando a máquina pública. O governo ainda não tem uma agenda clara para a recuperação, são muitas ideias de projetos ao mesmo tempo, mas várias delas não se sustentam — afirmou.

Ontem o humor do mercado financeiro foi afetado também por mais uma pesquisa de opinião mostrando queda da popularidade do presidente Jair Bolsonaro. [a pesquisa cuidando da popularidade do presidente Bolsonaro é, no presente momento, um mero dado a municiar uma oposição incompetente.] Os que avaliam o governo como ruim ou péssimo chegaram a 39% dos entrevistados pela CNT/MDA, enquanto os que pensam que é ótimo ou bom caíram para 29%. A desaprovação do presidente saltou de 28% para 54% em cerca de seis meses, enquanto a aprovação caiu de 57% para 41%. E o brasileiro está pessimista sobre a economia. A grande maioria, 88%, ainda avalia que o país permanece em crise econômica, 67% conhecem algum parente ou amigo próximo que ficou desempregado, e 28% avaliam que a economia piorou neste governo, contra apenas 23% que acham que ela ficou melhor. O medo de ficar desempregado, em relação há um ano, está maior para 55%, contra apenas 9% que acham que ficou menor.

A economia americana está desacelerando. Ainda cresce e com baixa inflação, mas há riscos. — Até agora não apareceu inflação nos Estados Unidos e isso é bom, mas esta rodada adicional de tarifas pode bater em preço porque atinge bens de consumo. Antes era de bens intermediários e bens de capital — diz Mendonça de Barros.
Trump pode ser atingido pela confusão que ele mesmo está criando na economia mundial.


Blog da Míriam Leitão - com Alvaro Gribel, de São Paulo - O Globo

quarta-feira, 6 de março de 2019

Guerras industriais

O Brasil tem lições a dar ao mundo, com a experiência fracassada da política industrial do governo Dilma
As guerras comerciais, como a travada entre a China e os EUA, sempre suscitam bastante atenção. O protecionismo, ao expor rivalidades, é terreno fértil para especulações a respeito do impacto macroeconômico e dos desdobramentos geopolíticos, sobretudo quando os países envolvidos são as duas maiores economias do planeta. Já as guerras industriais, ou os embates entre políticas industriais, têm recebido muito menos atenção, ainda que os efeitos possam ser tão perigosos para a estabilidade global quanto o das guerras comerciais. O exemplo mais claro disso é o desprezo com que foi tratada a recente política industrial da Alemanha delineada pelo Ministro da Economia Peter Altmaier.
Há um mês, o ministério da econômica alemão publicou documento intitulado “Estratégia Nacional para a Política Industrial 2030”, claramente como uma resposta à política industrial chinesa conhecida como Made in China 2025 de Xi Jinping anunciada em 2015. A proposta chinesa pretende acelerar o crescimento da indústria tecnológica por meio de metas setoriais, subsídios e crédito direcionado que somam centenas de bilhões de dólares, e o apoio intensivo de empresas estatais.
Desde o anúncio, a política industrial chinesa tem suscitado muita preocupação entre países desenvolvidos pelos efeitos que pode vir a ter nos setores de alta tecnologia mundo afora. As ambições da China também são vistas com extrema desconfiança, já que as práticas para produzir os resultados pretendidos são opacas e podem aumentar substancialmente os riscos de roubo de propriedade intelectual. Foi em resposta a esses riscos que a Alemanha anunciou seu próprio plano, espécie de retaliação, ou estratégia defensiva, contra a China. Antes de pincelar os pontos principais do plano alemão é importante ter em mente que Peter Altmaier não é um nacionalista ferrenho, tampouco membro de algum partido extremista. Ao contrário, ele é filiado ao partido de centro-direita da primeira-ministra Angela Merkel, o CDU. Contudo, o documento elaborado por ele e sua equipe contém altíssimo teor nacionalista.

Ao tecer diagnóstico de que a indústria alemã poderia ter tido desempenho melhor nos últimos anos e enfatizar que o país, ao contrário dos EUA e do Japão, pouco fez para alavancar os setores de tecnologia de ponta – como a robótica e a inteligência artificial – o documento enumera medidas para reverter esse quadro e introduzir a Alemanha como potência na “economia da internet”. A proposta está estruturada em torno de cinco prioridades: defender a atividade industrial; exigir que as empresas europeias participem apenas das cadeias de valor europeias; promover campeões nacionais relaxando as leis de concorrência da União Europeia e lançando mão de crédito subsidiado, desonerações para setores específicos, além de outras medidas; defender a intervenção estatal para impedir que empresas locais sejam adquiridas por investidores estrangeiros; facilitar a intervenção direta do Estado na economia, com o objetivo de prover apoio financeiro e o desenvolvimento dos setores desejáveis.
O documento insiste que o livre comércio e o multilateralismo serão preservados, contudo, as prioridades elencadas indicam o oposto. Por exemplo, se as cadeias de valor europeias forem reservadas apenas para as empresas europeias, naturalmente barreiras ao comércio terão de ser erguidas – seja por meio de tarifas ou de outras medidas. A defesa de grandes campeões nacionais também exigiria não apenas o afrouxamento das políticas de concorrência, como possíveis entraves ao comércio e ao investimento internacionais, bem como a restrição para a aquisição de empresas locais por estrangeiros.
O cunho nacionalista da proposta para a nova política industrial alemã é inegável, uma vez que define o desempenho da economia do país europeu no futuro, em termos de uma corrida global pela supremacia industrial e tecnológica. Caso outros países avançados decidam seguir essa mesma linha, as chances de termos uma imensa balbúrdia mundial com consequências econômicas e geopolíticas altamente indesejáveis é enorme. O Brasil tem lições a dar ao mundo com a experiência fracassada da política industrial do governo Dilma. Problemas fiscais, corrupção endêmica associada à promoção de campeões nacionais, crises econômicas, políticas e institucionais. Infelizmente, o mundo não está nos ouvindo, pois, nossa perda de relevância é contínua e a força do nacionalismo é arrebatadora.
Monica de Bolle - O Estado de S. Paulo

quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

China e Brasil contra o marxismo

Há minorias por aqui, à direita e à esquerda, que gostariam de uma ditadura 

[chamar de ditadura uma opção - quase que obrigatória, por ser a única capaz de funcionar - é um acerto exagero.

Vamos chamar de Governo forte. É amplo e notório que o atual 'estado de coisas' no Brasil exige a adoção de medidas enérgicas e todas de caráter urgente.

Inegável que adotar tais medidas com um Congresso que perde tempo com picuinhas - que, se não for coibido,  pretende entregar o controle da pauta de votações a um Renan Calheiros (aliado do PT, portanto, adepto da teoria do partido perda total = quanto pior, melhor) e com um Poder Judiciário que além de intervir demais na competência dos outros, por várias vezes não tem certeza do que está determinando = INSEGURANÇA JURÍDICA. - é algo impossível.

Só um GOVERNO FORTE poderá implementar medidas que levarão ao Brasil a posição privilegiada entre as nações.]

 
Coluna publicada em O Globo - Economia 17 de janeiro de 2019
 
O que existe de comum entre o governo de Xi Jinping e o de Bolsonaro? O temor e o combate ao marxismo.
Não é brincadeira. Ou melhor, é, mas tem conteúdo.
Comecemos pela China. No ano passado, o Partido Comunista comemorou com grande cerimônia os 200 anos de nascimento de Marx. O ensino do marxismo foi exaltado e reforçado nas escolas.
Também foi exaltado o fantástico crescimento econômico da China, isso vinculado à prática do que chamam por lá de socialismo com características chinesas.  O crescimento é incontestável. Alguns números: em 1978, o PIB chinês era de US$ 150 bilhões; hoje, US$ 12,3 trilhões!
Nesse período, nada menos que 740 milhões de chineses ultrapassaram a linha da pobreza.

E não há nada acontecendo por lá que lembre os sinais da derrocada da União Soviética e dos satélites na Europa. Mas há protestos de sociedades estudantis, grupos que se formam nas universidades. No ano passado, eram mais de 50 grupos, um deles com mais de 5 mil membros, conforme reportagem do NY TimesSão esses jovens que se consideram “marxistas radicais”. Eles acham que o atual regime chinês é coisa de “reformistas radicais”.  Tudo verdade.

A maior parte da China funciona como economia de mercado, com propriedade privada e tal, mas forte controle do Estado e ditadura do PC. Não é bem oficial, mas muitos ideólogos locais chamam isso de “socialismo de mercado”.  Mercado, pode ser, socialismo, jamais – é o que proclamam as sociedades estudantis. Protestam e agem. No ano passado, no melhor estilo leninista, um grupo tentou organizar sindicatos de trabalhadores em fábricas de Huizhou. Os operários não toparam e, mesmo assim, o governo local prendeu os subversivos e suspendeu suas contas de Internet.

A crítica que fazem ao regime é a mesma que se ouve aqui no Ocidente. Ou seja, o capitalismo produz riqueza e desenvolvimento, mas também desigualdade e concentração de renda. Eis os dados da World Wealth and Income Database, citados pelo NYT: em 1995, o 1% mais rico detinha 15% da renda nacional chinesa. Vinte anos depois, esses mais ricos levavam 30% da renda.
O que fazer?
Uma revolução marxista, respondem os estudantes.
Isso surpreendeu o governo que, até aqui, havia lidado com protestos bem diferentes.
Há 20 anos, tropas do presidente Hu Jintao literalmente massacraram os manifestantes que pediam democracia e liberdade na praça chamada de Paz Celestial. Pediam uma espécie de complemento político da economia de mercado, que seria a democracia à ocidental.

Mais recentemente, o governo se acostumou a lidar com outros tipos de manifestações, não políticas, mas ligadas ao dia-a-dia. São protestos, por exemplo, contra a poluição, problemas no transporte urbano, falta de casas etc. – até tolerados.
Agora, comunistas subversivos no país dominado pelo Partido Comunista e que tem o marxismo inscrito na Constituição? [aqui está um fato incontestável: comunismo não presta mesmo - a única coisa aproveitável nele e se souber aproveitar, e a China sabe, é a a característica dura de controle e comando e que permitem a adoção de medidas duras, muitas delas contra o próprio comunismo.]
 
Pensando bem, entretanto, está tudo nos conformes. Se tem um capitalismo avançado no país, é normal que surjam protestos contra a distribuição de renda, contra o aparecimento de cada vez mais milionários e bilionários. Por outro lado, sendo uma ditadura, também é de se esperar que de algum modo surjam movimentos por mais liberdade e cidadania.

Já no Brasil, não tem ditadura. Temos uma democracia, com um regime político cheio de vícios, é verdade, mas com eleições regulares e legítimas. Por outro lado, há minorias por aqui, à direita e à esquerda, que gostariam de uma ditadura, a sua ditadura. No governo Bolsonaro e no seu entorno, tem pessoas achando que está em curso uma tentativa de subversão comunista. [em curso? está tudo preparado um vacilo e os comunistas bagunçarão o Brasil, acabando de vez com o pouco que o PT não conseguiu roubar;
Gleisi Hoffmann e a cúpula do perda total mais o lulopetismo aguardam só um descuido para implantar a política do quando pior, melhor;
felizmente, serão coibidos a tempo e vão ter o mesmo resultado que esperavam  com a prisão de Lula - ruas cheias de militontos protestando. FRACASSARAM.]
 
 Na oposição, tem gente achando que o grupo Bolsonaro trama para trazer de volta o regime militar.  Não vai acontecer nem uma coisa, nem outra, assim como é nula a chance de os jovens chineses conseguirem uma revolução marxista. Mas o bate-boca no Brasil – que se manifesta em diversos assuntos – acaba deixando de lado nossa questão principal: como recuperar a capacidade de crescimento, no capitalismo e com democracia mais eficaz.

Carlos Alberto Sardenberg, jornalista