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quarta-feira, 8 de março de 2017

Espionagem chinesa grampeou mais de 700 milhões de smartphones

Mais de 700 milhões de smartphones foram espionados pela China, sobretudo na América Latina, na Ásia e na própria China, alertou o jornal espanhol El Mundo.

 Foi descoberto um software pré-instalado em smartphones Android monitorando onde os usuários iam, com quem conversavam e para quem escreviam mensagens de texto. Todos esses dados eram enviados para uma central em Shangai.

Por sua vez, o The New York Times denunciou que uma empresa estatal chinesa de software estava combinada com fabricantes de smartphones para espionar e enviar SMS secretos para a China.  A responsável pelo software espião é a empresa Shanghai Adups Technology, pertencente ao governo chinês e que trabalha de acordo com empresas como ZTE, Huawei e Blu.

O gancho para atrair as vítimas foi oferecer modelos baratos e até bons demais para serem tão em conta: potência e durabilidade difíceis de acreditar.  A empresa norte-americana Kryptowire fez a descoberta em vários modelos da marca Blu, que enviavam dados dos contatos, histórico das chamadas e outras informações para um servidor em Xangai sem que os usuários soubessem.

O sistema operativo de fábrica já trazia a possibilidade de instalar aplicações de forma remota, enganando o proprietário. Obviamente a empresa Blu declarou que não sabia nada dessas irregularidades. E respondeu imediatamente ao The New York Times que tinha atualizado o sistema operacional para identificar e eliminar qualquer software de espionagem. A Blu acrescentou em seu site oficial que havia rompido todas as relações com a empresa do governo Adups e que melhorará a segurança de seus smartphones.

O grampo de centenas de milhões de telefones no Ocidente e até na própria China – fornece uma impressionante capacidade de ciberataques, ou formas de “guerra híbrida”, para o momento que Pequim considerar oportuno. 
E a China vem se mostrando muito agressiva em relação aos EUA nos últimos semestres, inclusive militarmente. O governo chinês, que foi tão inescrupuloso no caso dos smartphones, não deixará de tentar novas vias para recuperar o “poder de fogo” para sua guerra da informação.
E ninguém disse que os smartphones chineses baratos foram os únicos “escravizados”...


http://pesadelochines.blogspot.com


Beltrame, foi ele quem deu inicio ao desmonte da Segurança Pública com a filosofia estúpida de avisar aos bandidos sobre operações policiais e incentivar as favelas a sempre acusar os policiais

José Mariano Beltrame: “A segurança pública está ruindo”

O ex-secretário de Segurança do Rio de Janeiro atesta que os governos estão paralisados diante do avanço da criminalidade no Brasil 

Beltrame foi o grande artífice da política de desmoralização dos policiais e das Unidades de Perigo ao Policial = UPP 

A sua teoria de avisar com antecedência aos bandidos quando uma favela seria ocupada e uma Unidade de Perigo ao Policial seria instalada acabou com a credibilidade e moral do policial.

Qualquer policial sabia que um morador de favela, por iniciativa própria ou por ordem do tráfico, podia acusar a Polícia de qualquer crime e teria credibilidade

Sondado por deputados do PMDB para ser secretário nacional de Segurança do governo Michel Temer, José Mariano Beltrame recusou. Diz querer distância do serviço público para sempre. Aposentado da Polícia Federal, está satisfeito como consultor da mineradora Vale. “Na iniciativa privada, tudo é mais ágil”, diz. Em dez anos como secretário de Segurança do Rio de Janeiro, ele criou as UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) e reduziu os índices de criminalidade, que voltaram a crescer de forma alarmante. “Só uma união de esforços pode mudar o quadro. Nessa luta do bem contra o mal, não pode haver tantas barreiras constitucionais”, afirma nesta entrevista a ÉPOCA. 

 Dos tempos de governo, Beltrame mantém apenas dois guarda-costas, devido às 51 ameaças de morte que colecionou. E duas ações judiciais contra o ex-governador Anthony Garotinho, que insinuou haver ligação dele com o esquema de propinas do ex-governador Sérgio Cabral, preso por corrupção.

ÉPOCA – Seus seguranças são da secretaria ou da Vale?
José Mariano Beltrame –
Da secretaria. É padrão. Ando só com dois agora. O resto eu dispensei. Estou pensando em desmamar esses também. Mantenho por enquanto a segurança porque é mais fácil acontecer algo comigo agora, eu saí com muito recadinho, 51 ameaças de morte. Foram muitas punições, muitas expulsões de policiais que não se conformam.


ÉPOCA – O senhor sente mais medo de policial que de bandido?
Beltrame –
Dos milicianos, que eu também considero bandidos. Policial que se desvia de conduta é pior que bandido comum. O traficante, quando perde, entende e aceita. O policial em desvio não.


ÉPOCA – O senhor foi convidado a integrar o governo Michel Temer?
Beltrame –
O convite formal do governo Temer não houve, apenas sondagem e muita especulação. Não aceitaria nem aceitarei. Não tenho mais interesse no serviço público. Foram 36 anos de serviço – e os últimos dez, como secretário no Rio, eu vivi de maneira muito intensa. Posso até um dia contribuir, mas não quero mais vínculo. No Rio, se forem situações sérias, transparentes e objetivas, estou sempre disposto a ajudar caso precisem de mim. Em São Paulo, faço parte do conselho de segurança do prefeito João Doria, sem remuneração.


ÉPOCA – Como o senhor vê o acirramento da violência no Rio de Janeiro?
Beltrame –
Vejo com muita tristeza. Porque é uma realidade nacional. A atuação do PCC [Primeiro Comando da Capital, a maior facção criminosa do país] no Recife, o túnel que os presos escavavam no Rio Grande do Sul... o serviço público brasileiro está ruindo, a segurança em primeiro lugar. Infelizmente, não vejo nenhuma atuação concreta para que isso seja evitado e repensado. Acho que o governo federal precisa entrar, mas corre do problema e vê tudo à distância. Os estados terão cada vez mais dificuldade de fazer frente a isso.


ÉPOCA – O que pode mudar isso?
Beltrame –
Só uma união de esforços. Iniciamos no Rio quando juntamos várias entidades em prol de um projeto. Continuo achando que é uma luta do bem contra o mal. Não pode haver muitas fronteiras nem tantas barreiras constitucionais. O Ministério da Defesa tem de entrar nisso para mitigar o problema. Que os Ministérios e secretarias conversem entre si e mostrem à população um horizonte ao menos. Sem segurança, nada prospera. A violência barra investimentos, afugenta empresas, impede que as pessoas saiam de casa.



ÉPOCA – A quais barreiras o senhor se refere?
Beltrame –
O Exército alega limitações constitucionais, a Polícia Federal também. Não falo de rasgar a Constituição. Mas de unir esforços com a Polícia Rodoviária, a Receita Federal, o Coaf que podem buscar muito para a Segurança na movimentação financeira. O Brasil precisa disso. Quando se quer mudar a Constituição, se muda até de madrugada no Brasil. A luta da segurança não se vence. O que pode dar a vitória a longo prazo é educação e coisas atreladas às causas da violência. No momento, os governos nem pensam em estratégia, estrutura e planejamento.


UPP = Unidade de Perigo ao Policial - Morte de PM faz criou apelido da UPP de Beltrame


>> No rastro de um chefão do crime

  >> “Não é possível acabar com facções criminosas”, diz líder de grupo de combate ao crime

Leia Matéria Completa, em Época


 

O doce purgatório do caixa dois

O andar de baixo faz suas declarações de Imposto de Renda e o de cima cria um atalho

Durante dois anos o PT ralou na sua descida pelos nove círculos do inferno. Tudo bem, porque tinha direito a essa excursão. Agora, às vésperas de uma nova lista do Janot, na qual brilharão estrelas do PDMB e do tucanato, aparece uma visão do purgatório, e ele se chamará caixa dois.

A melhor descrição do fenômeno do caixa dois veio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, numa nota em que defendeu sua prole tucana:  “Há uma diferença entre quem recebeu recursos de caixa dois para financiamento de atividades político-eleitorais, erro que precisa ser reconhecido, reparado ou punido, daquele que obteve recursos para enriquecimento pessoal, crime puro e simples de corrupção.”

São “dois atos, cuja natureza penal há de ser distinguida pelos tribunais.” Admita-se que os tribunais descobrirão uma maneira de distinguir a natureza penal do destino dado ao dinheiro. Em tese, o magano comprovaria com notas fiscais como gastou em sua campanha o milhão que a empreiteira lhe deu pelo caixa dois. Fora essa hipótese, só com mais uma verdade alternativa de Donald Trump.

A construção do purgatório mora na primeira ponta do argumento exposto por FHC. É preciso punir o uso do caixa dois, mas deve-se distinguir o que foi grana para a campanha ou para o próprio bolso. A ideia tem a beleza de um arco-íris, com sua mágica. Nele estão todas as cores, mas nunca se pode dizer quando uma acaba e a outra começa. O caso extremo de Sérgio Cabral é fácil. Usando dinheiro de propinas e achaques, fez-se um nababo e azeitou a máquina de corrupção que ainda hoje domina a política do Estado do Rio. Daí em diante, começam as nuances. Há até mesmo uma distinção essencial na classificação da fonte pagadora. O dinheiro pode vir da atividade legítima de uma empresa que usou mecanismos contábeis ilegais para esconder o dinheiro que deu ao candidato. Noutra vertente, o dinheiro pode derivar de uma propina. Entre esses dois extremos estão as cores do universo.

Todos os políticos apanhados nas listas das empreiteiras dirão que o dinheiro foi para o caixa dois de suas campanhas. Salvo nos casos mais grotescos, como o de Cabral, será difícil provar o contrário. Como o crime é amplo, geral e irrestrito, algum tipo de anistia votada pelo Congresso resolverá a questão, e assim safamo-nos todos. FHC diz que o caixa dois é um “erro que precisa ser reconhecido, reparado ou punido”. O primeiro passo para isso seria o reconhecimento, pelos próprios beneficiados, de que receberam pelo caixa dois o dinheiro já exposto pelos empresários. Feita a confissão, cada doutor pagaria uma multa proporcional à estimativa do que embolsou. Finalmente, o cidadão informaria que não incorporou ao seu patrimônio um só tostão, comprometendo-se a pagar pela mentira. Caso a Polícia Federal e o Ministério Público venham a provar a falsidade, ele vai para Curitiba.

Esse caminho preenche as condições postas por FHC de que o erro precisa ser “reconhecido, reparado ou punido”. Segundo um cidadão que entende de leis e põe gente na cadeia, não há como fazer isso sem tornar inelegível o candidato que confessou. A ver.
Terrível época para se criar o purgatório do caixa dois. Não se deram conta de que a turma que vive no caixa um está preenchendo suas declarações de Imposto de Renda.

Fonte: O Globo - Elio Gaspari, jornalista

 

O mundo de Ciro & Benedito

Suspeitos de corrupção, como 46% da bancada do PP, manobram para aprovar autonomia aos chefes de partido sobre R$ 819 milhões do Orçamento da União

O mundo parece ser melhor do que é, pelo menos para os senadores Ciro Nogueira, piauiense de 48 anos, e Benedito de Lira, alagoano de 74 anos. Estrelas dos primeiros episódios das denúncias contra parlamentares apresentadas ao Supremo nos últimos dois anos, sentem-se quase invisíveis sob a poeira da avalanche dessa história de corrupção sem fim.

Ciro preside o Partido Progressista, Benedito chefia o diretório em Alagoas. São responsáveis, em parte, pela alquimia do PP numa singular organização política: com apenas 23 anos de existência, já tem 26 parlamentares cassados, e exibe um rico histórico de sócio-fundador do mensalão e da Lava-Jato em parceria com o PT. Ontem, 46% da bancada do PP no Congresso estavam sob investigação. Significa que 21 dos 45 deputados e senadores do PP são candidatos à nova lista de denunciados que o procurador-geral Rodrigo Janot anuncia para breve.

Mesmo soterrados por inquéritos sobre corrupção, Ciro, Benedito e o PP manobram no Senado para realizar uma nova e milionária apropriação de recursos públicos.  O objetivo, desta vez, é aprovar um projeto de lei que garanta plena autonomia às cúpulas dos partidos na distribuição privada dos R$ 819 milhões do Fundo Partidário. Essa montanha de dinheiro, extraída do Orçamento Geral da União, equivale à soma de tudo que o Ministério Público e a Justiça Federal já conseguiram repatriar via acordos de colaboração em três anos da Operação Lava-Jato.

Caciques como Ciro e Benedito passariam a ter liberdade total no manejo dessa dinheirama, dentro dos seus partidos, independentemente das rarefeitas e suaves punições da Justiça Eleitoral por mau uso dos recursos arrecadados diretamente no bolso dos contribuintes.
Na maioria das vezes, a sanção aplicada ao desvio desse dinheiro público limita-se à devolução à União. Não chega a ser punição, lembra Gil Castello Branco, da ONG Contas Abertas: “Isso é o mesmo que punir o assaltante de banco só com a devolução do dinheiro roubado.”

O projeto está pronto para ser votado na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Essa forma de apropriação de recursos orçamentários e sua partilha baseada em critérios particulares, na prática, dão caráter institucional à engrenagem que está na raiz do mensalão, além de estimular a proliferação de partidos (há 35 registrados e outros 40 na fila do Tribunal Superior Eleitoral).

O texto é de Ciro. O relatório, favorável, é de Benedito. Autor e relator foram mensaleiros no caixa de corrupção das empreiteiras entre 2010 e 2014. Ciro tomava supostamente para cobrir “despesas médicas”, Benedito levava para repassar a um “agiota pernambucano” relata a procuradoria-geral.

Ambos costumam passear sorrindo, sem preocupação, pelo tapete azul-celeste do Senado. Talvez apostem, como outros, no congestionamento visível do outro lado da Praça dos Três Poderes. O Supremo já acumula 357 inquéritos e 103 ações penais contra parlamentares. Vai receber mais uma centena nas próximas horas da Lava-Jato. Um em cada três processos de políticos com mandato tem perdurado uma década sem julgamento no STF. Talvez seja essa a razão para se achar o mundo melhor do que ele é.

 Fonte: José Casado, jornalista


terça-feira, 7 de março de 2017

A Fila da Agonia - os leitos que fazem falta no SUS sobre na iniciativa privada

ÉPOCA explorou as razões da crise das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) brasileiras.

A reportagem investigou o que há por trás da cruel disputa por um leito no Sistema Único de Saúde (SUS). Esse é um drama nacional que castiga as famílias e obriga os médicos a fazer escolhas trágicas diariamente. A análise de processos judiciais e a realização de dezenas de entrevistas revelam os dilemas de vida e morte ocorridos enquanto governo e Justiça trocam ofícios

A aposentada Maria Lucia Machado, de 62 anos, lavava a louça do almoço quando passou mal e precisou ser levada ao Hospital Municipal Dr. Alexandre Zaio, na Vila Nhocuné, Zona Leste de São Paulo. Naquela sexta-feira de outubro, ela chegou ao pronto-socorro com grave falta de ar e pressão arterial nas alturas. Os médicos detectaram uma pneumonia e a necessidade de agir rápido. Em quatro dias, a paciente, que já havia infartado no mês anterior, sofreu duas paradas cardíacas. Precisava dos cuidados de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) – um recurso ferrenhamente disputado no Sistema Único de Saúde (SUS).  

Os médicos assumiram o risco de colocá-la em um respirador artificial ali mesmo, na sala de emergência. Era para ser uma solução provisória até que conseguissem um leito de UTI em outra instituição da maior metrópole do país. Durante 37 dias, eles tentaram garantir uma última chance à doente que julgavam ser recuperável. Os insistentes pedidos de transferência foram negados mais de 120 vezes por diferentes instituições municipais, estaduais e privadas que prestam serviço ao SUS. A maioria registrou em um sistema oficial da prefeitura a mesma resposta peremptória: “Sem vaga”.

Depois de passar mais de um mês entubada na sala de emergência, a aposentada foi infectada por bactérias multirresistentes e não resistiu. Enquanto a janela de oportunidade para salvá-la era medida em dias e, depois, em horas, o pedido de socorro feito pela família circulou pelos escaninhos da gestão pública e da Justiça com uma lentidão incompatível com as urgências médicas. Quando a juíza determinou que o Estado custeasse o tratamento em um hospital particular, era tarde demais. A história por trás da morte de Maria Lucia não é apenas um atestado da escassez de vagas de UTI na rede pública brasileira, um fato demonstrado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Ela também é fruto da má gestão dos leitos existentes – um problema tão ou mais grave, segundo a análise dos especialistas. Ao decidir a quem dar o último leito de UTI, os médicos assumem escolhas trágicas. Ao ignorá-las, toda a sociedade perde. 

A história da paciente que passou um mês entubada no pronto-socorro revela as escolhas trágicas feitas pelos médicos enquanto governo e Justiça trocam ofícios

Um corredor comprido, cercado por paredes que há tempos não recebem pintura, leva à entrada da casa alugada onde, até outubro, vivia a costureira aposentada Maria Lucia Machado, de 62 anos, na Vila Matilde, Zona Leste de São Paulo. Entra-se pela porta da cozinha abafada. Era ali que ela administrava as pendências materiais e mantinha apertados os laços de uma família cheia de necessidades. A sala havia sido transformada em quarto improvisado para um irmão desempregado. Para outro irmão, que sofre de esquizofrenia, construiu-se um puxadinho nos fundos. Maria Lucia compartilhava o quarto original com dois sobrinhos acolhidos desde a infância: Leticia, de 23 anos, e Luan, de 13 anos – ambos portadores de deficiência intelectual. À filha única, Priscila Machado Sambrana, de 38 anos, foi destinado o andar de baixo de um beliche ao lado da cama da mãe, que a criou sozinha.


 

Bagunça na administração do GDF: servidores das estatais do GDF vão recorrer à Justiça para manter supersalários

Servidores vão à Justiça para tentar derrubar proposta que acaba com supersalários

[NÃO HÁ O QUE DISCUTIR: sendo servidores de estatais os "marajás" da Caesb e outras estatais  não gozam de estabilidade o que permite que sejam demitidos sem maiores formalidades.

Assim, se espera que o Rollemberg tenha coragem e cumpra seu dever: demita todos os empregados celetistas que recebem supersalários e contrate outros com remuneração e condições  adequadas ao falido GDF.]

Se o projeto que estabelece um teto para os salários dos servidores das empresas estatais do GDF for aprovado pela Câmara Legislativa, funcionários da administração indireta prometem ir à Justiça para tentar derrubar essa emenda à Lei Orgânica. Sindicatos já se organizam contra a proposta e, na tarde desta terça-feira (07/03), prometem pressionar os deputados distritais para que não aprovem o projeto.
O governador Rodrigo Rollemberg vai enviar hoje à Câmara Legislativa o texto da proposta de emenda à Lei Orgânica, que determina a aplicação do teto constitucional a todos os servidores da administração direta e indireta do GDF. Isso vai representar o fim dos supersalários de funcionários de empresas como a Caesb, a CEB, o BRB e a Terracap. Essas companhias hoje podem pagar remunerações superiores ao limite legal válido para o DF, que é o salário de um desembargador do TJDFT (R$ 30.471,11).
Servidores questionam legalidade
Os funcionários dessas empresas e os sindicatos argumentam que os servidores da administração indireta têm regime jurídico diferenciado e, por isso, não podem ter as mesmas prerrogativas do funcionalismo público da administração direta. O diretor do Sindicato dos Servidores da Caesb (Sindágua) Henrique Mendonça de Faria diz que a entidade vai à Justiça, caso a proposta seja aprovada.
“Vamos questionar a constitucionalidade dessa proposta que, para a gente, não passa de uma tentativa do governador de melhorar a própria imagem. Os salários das estatais são regulamentados por lei e obedecem a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho)”, diz Henrique. “Pode até ser um discurso bonito, mas não é válido aplicar algo da administração direta para as estatais, o regime é diferente, essa medida não tem amparo legal”, acrescenta. [Henrique você está certo, certíssimo; para os marajás da Caesb e outras estatais do falido GDF, vale a CLT - assim, não existe teto salarial a ser respeitado, mas também não existe nada que impeça que os marajás sejam demitidos e recebam os devidos direitos trabalhistas previstos na CLT.]
  

Fonte: Correio Braziliense



 

“Ninguém deve ser obrigado a fazer nada”



Ao se ausentar do Carnaval, Crivella sinalizou que a prefeitura está longe de ser laica. Isso é perigoso 

Essa foi a justificativa do prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, para sua ausência total da principal festa da cidade, o Carnaval. A frase sintetiza alguns dos piores defeitos num político: omissão e arrogância. Ele deixou todos em suspenso, inclusive sua equipe, e, quando a primeira escola de samba entrou na Avenida, Crivella assistia a uma partida de tênis na Gávea, Zona Sul do Rio. Na véspera, não cumpriu o ritual simbólico de entregar as chaves da cidade ao Rei Momo. Deixou Guarda Municipal, músicos, todo mundo esperando, sem saber se o prefeito daria o ar da graça. [Ruth com todo o respeito a você e a sua competência profissional, defendemos que nada obriga um prefeito, governador ou presidente da República a comparecer a um evento festivo - exceto os que forem de cunho patriótico e que envolva PATRIOTISMO, tipo o 7 de Setembro.
O governante, de qualquer um dos três entes federativos, tem o direito de comparecer em eventos festivos SE e QUANDO lhe convier.
Não estamos defendendo a Igreja Universal, que inclusive não tem a nossa simpatia, mas, defendemos o direito de qualquer autoridade, ateu ou praticante de alguma religião, não frequentar um evento.
Por Carnaval ser considerado uma forma de 'cultura' a presença do secretário municipal de Cultura já  é mais que suficiente.]

Não apareceu na abertura nem no fechamento da folia. Disse que a mulher “estava com uma gripe forte”. Mas ela também estava no torneio de tênis. Sylvia Crivella reza pelo credo do marido. Em livro recente de sua autoria, ela compara a homossexualidade a uma tragédia como os tsunamis e os suicídios. [mesmo partindo de uma 'fiel' da IURD é uma comparação extremamente oportuna e adequada.] O prefeito ignorou o manual de boas maneiras e deu uma de Trump tupiniquim ao dizer que o Carnaval pode ser “agenda da imprensa”, mas não dele, prefeito. A Igreja Universal é contra a participação de seus fiéis no Carnaval. A prefeitura carioca está longe de ser laica. Isso é só o começo. E é perigoso.

O vice de Crivella e secretário de Transportes do Rio, Fernando MacDowell, não é obrigado a pagar impostos. Ele deve R$ 215 mil de IPTU desde 2001. Deve quase R$ 235 mil de ISS. MacDowell não é obrigado a fazer nada. Crivella também não é obrigado a substituir seu vice para dar exemplo. Não é obrigado a desistir de nomear seu filho para o mais alto cargo de confiança na prefeitura. Não é obrigado a saber que nepotismo às claras se tornou muito impopular. 

Crivella não está nem aí. E não está mesmo em lugar nenhum. Não revela sua agenda nem para seus assessores, que ficam boiando, constrangidos. No Carnaval, divulgou um vídeo dizendo que “a gente não sabe sambar, mas sabe trabalhar”. Até agora, o Rio não viu nem uma coisa nem outra. Mais fácil Crivella aprender a sambar.  “Me perguntaram por que não fui ao Sambódromo. Não fui porque no meu caso seria demagogia. E os malefícios da demagogia na vida pública são extensos. A demagogia é a máscara da democracia. E o povo do Rio rejeita um prefeito com máscara ainda que seja no Carnaval.” O povo do Rio votou em Crivella, elegeu-o prefeito. Mas seu discurso na campanha eleitoral era claro: prometia não misturar religião com política. O prefeito deve ser obrigado a cumprir sua promessa. Na verdade, Crivella nem queria estar no Rio durante o Carnaval.

Estudiosos de comunicação religiosa, como Eduardo Refkalefsky, professor da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO-UFRJ), acreditam que, ao abrir mão do papel tradicional de porta-voz e anfitrião no Carnaval do Rio, Crivella perdeu muito mais do que ganhou, num momento em que ainda precisa conquistar a boa vontade do eleitorado.  “Até quando a religião pode afetar o trabalho de um gestor? De um lado, ele deveria promover a cidade”, disse o professor. Mas, ao mesmo tempo, “ele tem a questão do conflito com o Carnaval: ou ele faria uma transição de sacerdote para a postura de gestor, que tem de representar toda a população, correndo o risco de perder eleitores, ou mantinha as atitudes de quando estava na igreja, com um discurso excludente”, afirmou Refkalefsky. Crivella preferiu a exclusão, a arrogância. Esse é um pecado capital. [exceto para os ateus e os 'a toa' a religião deve ser prioridade na vida de qualquer ser humano; no caso do prefeito do Rio apenas é lamentável que sua opção tenha sido por uma religião que não foi fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo, SUPREMA HONRA que só cabe à Igreja Católica Apostólica Romana.]

Seria menos nocivo para o Brasil se somente Crivella, o pastor e bispo licenciado da Igreja Universal, agisse assim. Sua afirmação em tom de desafio remete a uma anarquia tropical que tem desmoralizado governantes, congressistas, juízes – e muitos cidadãos. Se ninguém deve ser obrigado a fazer nada que não queira, homens públicos e privados não devem assumir compromissos.

Policial não é obrigado a proteger, médico não é obrigado a atender, professor não é obrigado a ensinar, aluno não é obrigado a estudar, motorista não é obrigado a saber dirigir, pais e mães não são obrigados a educar, filhos não são obrigados a respeitar. Escolas de samba não são obrigadas a ter carros alegóricos seguros que não saiam desabando e atropelando foliões na Avenida. No fim, ninguém é punido mesmo. [não foi feliz comparar o DEVER de um médico, de um policial, de um professor, com o suposto DEVER do prefeito ir assistir a atropelamentos em massa no Sambódromo.]

A Câmara e o Senado não devem ser obrigados a descontar o dia dos congressistas que passam por lá só para bater o ponto. Os empresários não são obrigados a agir com lisura quando políticos de todos os partidos passam o chapéu pedindo dinheiro. A chapa Dilma Rousseff-Michel Temer não era obrigada a se comportar com ética e evitar o caixa dois em plena Operação Lava Jato. Somos bobos da corte, nós que nos sentimos na obrigação de protestar.


Fonte: Ruth de Aquino - Época

>> Todas as colunas de Ruth de Aquino

 

 

INsegurança Pública no DF - armas de brinquedo são usadas para assaltos

Bandidos usam cada vez mais armas de brinquedo e de pressão em assaltos

Levantamento da Polícia Militar mostra que é cada vez mais frequente o uso de armas de brinquedo e de pressão para a prática de assaltos no Distrito Federal. Nos dois primeiros meses do ano, a PM apreendeu 69 desses equipamentos

Na madrugada de 22 de fevereiro, um homem e duas mulheres aparentemente armados invadiram uma pizzaria da Quadra 101 do Sudoeste e anunciaram o assalto. Com medo, os comerciantes entregaram tudo o que tinham: dinheiro, celulares e aparelhos eletrônicos. Os criminosos fugiram, mas foram presos horas depois. Com o grupo, a polícia encontrou uma réplica de arma de fogo, utilizada para cometer o crime, e um estilete. A ocorrência comprova o uso cada vez mais frequente de revólveres e pistolas falsas por assaltantes.

Com a farsa, bandidos intimidam as vítimas e têm o caminho facilitado para cometer os roubos. Em 2016, as forças de segurança apreenderam, por mês, uma média de 42 réplicas e armas de pressão para a prática de airsoft, atividade que simula diversas situações de combate e é regulamentada no Brasil. No total, 510 foram retiradas das ruas do Distrito Federal. Até 2 de março deste ano, a Polícia Militar recolheu 69 desses equipamentos. A maioria das réplicas é idêntica às reais. Por causa da semelhança, em alguns casos, só é possível identificar as diferenças com o objeto na mão.

Por isso, a polícia recomenda que, mesmo desconfiando, a vítima não reaja. A maioria das cópias é de pistolas. Segundo o porta-voz do Centro de Comunicação da PM, major Michello Bueno, os cuidados que se deve ter são os mesmos com relação às armas originais. “As últimas ocorrências mostram um aumento na parcela de crimes realizados com réplicas que são utilizados, em sua maioria, para o roubo. A maioria é de airsoft, por se parecerem mais com as reais. O infrator sabe que só será preso com um simulacro se for apreendido no contexto de um crime. Desse modo, a impunidade, a reincidência e a legislação benéfica são fatores que causam o aumento dos índices de criminalidade”, afirmou.

No ano passado, o Exército Brasileiro, com o apoio dos órgãos de segurança, fiscalizou 410 comércios de armas e emitiu 78 atuações, além de realizar cinco prisões e apreender 284 armamentos, entre eles, 29 airsofts. Semelhantes às reais, poucas coisas as diferem, além do peso, da forma de manipular e da ponta alaranjada, geralmente retirada pelos assaltantes para enganar as vítimas.

Em uma loja na Feira dos Importados, um vendedor que atua no ramo há sete anos contou que o estabelecimento vende, em média, 100 pistolas de airsoft por mês. “Quem mais compra são as pessoas que jogam, que fazem coleção ou mesmo para atirarem em casa. Todas elas são de 6mm, mas a quantidade de munição varia de acordo com o modelo. Existem as que cabem 15, 20 e 32 bolinhas. Elas têm uma velocidade de 120 a 130 metros por segundo”, explicou.

Em outra loja, o dono contou que as mais vendidas são as elétricas. Em média, segundo o empresário, são comercializadas de 30 a 40 por mês. “Geralmente, são para pessoas que praticam o jogo e querem fazer coleção. A polícia tenta criminalizar o esporte alegando que são usadas por assaltantes, mas eles vão deixar de cometer crimes sem a airsoft? O problema da violência é uma questão social. De todos os que compram aqui, nenhum ou, em raras vezes, um a gente percebe que está mal-intencionado”, disse o comerciante.

Risco
Sociólogo e integrante da Rede Desarma Brasil, Antônio Rangel Bandeira considera a legislação atrasada. Na visão dele, que também é consultor da Organização das Nações Unidas (ONU) e da ONG Viva Rio, as práticas de airsoft e de paintball, embora sejam classificadas como esportivas, simulam não só pistolas, mas também fuzis de guerra. “Isso foi regulamentado há muitos anos, mas, de lá para cá, os bandidos descobriram que essas são armas que se parecem muito com as verdadeiras, além de bem mais baratas, e passaram a utilizá-las para fazer assaltos. Obviamente, esse tipo de armamento tem de ser controlado e proibido, porque está servindo a crimes”, defendeu. [esse Bandeira deve ser um daqueles que defende com unhas e dentes que só os bandidos tem direito a andar armado;
o cidadão de BEM deve andar desarmado e pronto a ser assaltado, ficar sem seus haveres, muitas vezes perder a própria vida, tudo em prol de uma política de desarmamento estúpida, imbecil e que foi rejeitada em plebiscito.
Será que o Bandeira não entende que bandido vai sempre andar armado, que qualquer lei imbecil pró desarmamento só atinge as pessoas de bem?]

As armas usadas para airsoft, por exemplo, têm a fiscalização, a fabricação, a importação e a comercialização controladas pelo Exército. Segundo a instituição militar, o Sistema de Fiscalização de Produtos Controlados atua preventivamente e não tem a competência e o amparo legal para agir contra a prática de crimes. Segundo o Exército, ilícitos como contrabando e uso do produto para a prática de crimes são da esfera da segurança pública.

Por e-mail, a Secretaria de Segurança Pública e da Paz Social informou que as armas de brinquedo e as réplicas não constituem arma de fogo. No entanto, se algum desses objetos for usado em roubo, o autor responde pelo assalto e não pelo porte ilegal. Agora, se uma pessoa estiver com uma réplica, o objeto será apreendido, pois configura-se contrabando.


Cadastro
No mercado, há três tipos mais comuns de armamento para airsoft: a spring, que só atira com ação mecânica do usuário; a elétrica, que funciona com bateria ou pilha; e a de cilindro Co2 descartável. Esta última, no entanto, só pode ser vendida para pessoas a partir de 25 anos, com a exigência do Certificado de Registro (CR) emitido pelo Exército. Fabricantes e comerciantes também devem ser cadastrados no Exército, por meio do CR.


Leia mais

Fonte: Correio Braziliense

 

É possível deter a extrema-direita na França?

A velha divisão entre esquerda e direita na política europeia já não reflete mais as verdadeiras divisões sociais

As questões em debate este ano na corrida eleitoral da França são amplas e variadas: terrorismo e comércio, a idade de aposentadoria, o legado da França na Argélia e o futuro da França na Europa. Mas, na verdade, apenas uma questão realmente importa: é possível vencer, num importante país ocidental, o coquetel de medo, nacionalismo, nostalgia, ressentimento, uma política externa pró-Rússia e grande participação do Estado na economia — uma filosofia descrita como “extrema-direita” ou “populista”, que toma uma forma on-line particularmente virulenta e influenciou vitórias eleitorais recentes nos EUA e no Reino Unido? 

E se a resposta for “sim”, como?
Até ser abatido por um escândalo, François Fillon, o candidato do Partido Republicano, de centro-direita, adotou o que pareceu ser a fórmula mais segura: roube os temas populistas da “extrema-direita” — a Frente Nacional, de Marine Le Pen — e faça deles questões centrais de seu programa. Ao escolher esta estratégia, ele estava copiando Theresa May, a conservadora premier britânica que derrotou o ascendente Partido da Independência (Ukip) ao anunciar que iria abandonar todas as estruturas de comércio da Europa (como queria o Ukip) e tornaria o controle sobre imigração sua prioridade. 

A versão de Fillon é levemente distintaele defendeu a suspensão da entrada de imigrantes de fora da Europa, maior controle nas fronteiras e uma postura mais dura em relação à assimilação de muçulmanos franceses — mas a ideia básica é a mesma. Como Le Pen, cuja campanha tem sido patrocinada por dinheiro russo, ele fala de amizade com a Rússia. Ele fala abertamente sobre seu catolicismo, com a intenção de afastar de Le Pen os eleitores identificados com os “valores da família”. O problema é que a versão de Fillon de “valores da família” incluiu colocar a mulher e os filhos na folha de pagamento do Estado, uma história que simplesmente não evapora. 

Isso deixa a disputa nas mãos de Emmanuel Macron, um liberal social e econômico de 39 anos, cuja estratégia é bem diferente. Está claro já há algum tempo que a velha divisão entre esquerda e direita na política europeia já não reflete mais as verdadeiras divisões sociais; e que os novos pontos de discórdia são mais bem descritos como “integracionista” versus “nacionalista”, ou, de forma mais bruta, “abertos” versus “fechados”. Mas, embora as vozes “fechadas” — partidos como a Frente Nacional de Le Pen ou o Ukip — estejam estabelecidas há tempos, Macron é o primeiro político importante da Europa a atrair apoio das massas ao defender de forma vigorosa e ativa o “aberto”. 

“Eu defendo a Europa”, disse ele a um jornalista britânico. “Se você for tímido, estará morto.”
Sua estratégia, até agora, tem sido feita de desafio aos estereótipos ideológicos. Macron tem um passado como banqueiro, mas fala sobre “solidariedade coletiva”. Ele foi ministro em um governo socialista, mas disse que “a honestidade me compele a afirmar que não sou um socialista”. Em vez de um partido tradicional, ele tem seu próprio movimento, o En Marche! (Avante!), que ele criou em 2016 para difundir o ceticismo. Ele tem convidado cientistas americanos, especialmente aqueles que trabalham com mudança climática e energia limpa, a viverem na França. Ele também quer estender o tapete vermelho para acadêmicos e empresários britânicos marginalizados pela saída de Theresa May da Europa. 

Ele também atrai inimigos. Como sua vitória fortaleceria a União Europeia e a Otan, a campanha de Macron acabou por atrair naturalmente a atenção daqueles que querem destruir ambos. Tanto o WikiLeaks (que afirma ter “documento secretos” de todos os candidatos) e o canal de propaganda russo RT tentaram mostrar ligações sinistras entre Macron e Hillary Clinton. A previsível campanha de boatos é conspiratória (“Macron faz parte de uma seita secreta”), antissemita (“Macron trabalha para os Rothschilds”) e pessoal (“Macron é gay”). Este tipo de campanha negativa — baseada em insultos e alegações histéricas — teve efeitos brilhantes em outros países, e ainda há tempo suficiente para que isso também ocorra na França. 


O sucesso de Macron vai depender se ele consegue aguentar a próxima campanha difamatória, e tirar um truque da cartola que até agora tem escapado a seus homólogos britânico, holandês e outros: unir a centro-direita e a centro-esquerda em torno de uma única bandeira, e realizar uma campanha que é patriótica e igualmente “aberta”, dura com o terrorismo e igualmente “integracionista”. 

As apostas são altas. Se ele perder, o liberalismo vai desaparecer da França por uma geração. Mas, se ele ganhar, ele terá muitos imitadores, não apenas na França, mas também no resto do continente e todo o mundo. 

Fonte: Anne Applebaum é vencedora do Prêmio Pulitzer e escreveu este artigo para o “Washington Post”


segunda-feira, 6 de março de 2017

O cheiro da maconha do vizinho incomoda? Veja o que fazer

Medidas penais e civis podem ser adotadas por aqueles que se incomodam com a “maré” que invade o apartamento

[a solução mais adequada para resolver o problema em definitivo é o Brasil - por seus governantes  - criar vergonha e implantar a mesma política adotada nas Filipinas: traficante e usuário de drogas, sem diferenciação, estão sendo abatidos.

O usuário é tão nefasto quanto o traficante: se não existisse o usuário, o noiado, não existiria o tráfico.

Nas Filipinas tanto o maconheiro safado quanto o traficante vão para a vala sem formalidades.

Inclusive, tem uma brasileira presa e que deve ser executada ainda este ano.

Na Indonésia depois que dois traficantes foram executados e os uivos de protesto  da escarrada Dilma de nada adiantaram, parece que os facínoras brasileiros estão evitando aquele País. ]

Noite de verão, janelas dos apartamentos do condomínio abertas e começa a entrar aquele cheiro pela janela. A “maré” vem de um desconhecido e incomoda quem não está curtindo a mesma vibe. Um vizinho quebra o silêncio na vizinhança pacata: “Tem maconheiro no prédio!”, grita da janela. Outro dia, uma vizinha incomodada também se irrita: “Fecha a janela, maconheiro!”. Mas, além dos gritos, que outras medidas podem ser tomadas? O uso de maconha não é lícito no Brasil, mas isso não impede que a prática de fumar um baseado seja banal. Enquanto tramitam na Justiça ações sobre a descriminalização do uso da cannabis, aqueles que se sentem incomodados podem recorrer a medidas no âmbito do direito.

Uma ação sobre descriminalização do uso da maconha aguarda decisão no Supremo Tribunal Federal (STF). Em discussão, está a constitucionalidade do artigo 28 da Lei 11.343/2006 que especifica as penas para quem portar, guardar ou consumir drogas. Independentemente do debate sobre a descriminalização, como ocorre com o cigarro, quem não consome muitas vezes se incomoda com seus efeitos e questiona sobre soluções.

Alexandre Marques, advogado especialista em direito condominial e vice-presidente da Comissão de Direito Condominial da OAB de São Paulo, observa que este tipo de problema é comum em condomínios de todas as classes sociais. Ele explica que, em geral, o problema é entre vizinhos e as principais medidas devem ser tomadas na Justiça. Mas a administração do condomínio também pode agir se o problema atingir a coletividade. 



O advogado Adib Abdouni, especialista em direito constitucional e direito penal, explica que o vizinho usuário de maconha pode ser questionado por usar o local para outra finalidade que não seja a moradia – no caso, o consumo de drogas. O artigo 1.335 do Código Civil cita entre os deveres dos condôminos: “dar às suas partes a mesma destinação que tem a edificação, e não as utilizar de maneira prejudicial ao sossego, salubridade e segurança dos possuidores, ou aos bons costumes”.

E a Lei Antifumo (nº 12.546/2011) proíbe “uso de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos ou qualquer outro produto fumígeno, derivado ou não do tabaco, em recinto coletivo fechado, privado ou público”. Isso facilita a proibição em áreas comuns, como corredores e garagem. 

 E se for dentro do apartamento?
Para Abdouni, a restrição da Lei Antifumo se aplica a um vizinho que fuma na sacada e a fumaça se espalha para as casas dos outros.   Mas se o vizinho argumentar que está fumando em seu apartamento e ninguém tem nada com isso?

De fato, a Constituição Federal prevê que “a casa é asilo inviolável do indivíduo”. Mas isso não significa que o morador possa fazer o que bem entender. “O vizinho tem direito à moradia, mas não tem o direito de violar o direito dos outros. A partir do momento que mora em condomínio, tem que respeitar pessoas que vivem em comunidade”, observa o especialista em direito constitucional e em penal.

Assim como o morador não pode jogar futebol na sala ou aumentar o volume do som à última potência, também não pode fumar maconha e exalar um cheiro que vai perturbar os outros vizinhos.  É possível fixar multas e, em casos extremos, o morador pode até ser convidado a se retirar do condomínio. Ele não perde o direito à propriedade, mas pode perder o direito de morar no local se não respeitar a sua finalidade”, explica Abdouni.

Adianta chamar a polícia?
O professor de direito penal do Unicuritiba José Carlos Portella Junior explica que o porte de drogas é um crime de baixo potencial ofensivo. “Não comporta prisão. A pessoa terá que cumprir alguma medida alternativa”. A lei prevê advertência, prestação de serviços à comunidade ou comparecimento a programa ou curso educativo.

Abdouni explica que, por mais que a pessoa não cumpra pena de prisão, pode ser detida e levada para a delegacia para prestar esclarecimentos. No mínimo, terá complicações burocráticas a resolver. Além disso, um dos problemas da legislação brasileira é que não há especificação de quantidade para distinguir o usuário do traficante. Por isso, uma pessoa que porte drogas só para consumo pode ser investigada por tráfico. “O usuário fica suscetível e podem até lhe imputar responsabilidade por tráfico dependendo da quantidade da droga e das circunstâncias”, explica Portella Junior.

Mas o vice-presidente da Comissão de Direito Condominial da OAB de São Paulo alerta que, pela inviolabilidade da residência, a polícia não pode entrar sem mandado. “A polícia não vai entrar no apartamento para dar flagrante do uso de maconha. Poderia acionar em caso de suspeita de tráfico de droga.”

E se for na rua?
Na rua, é mais difícil aplicar medidas na esfera cível. A alternativa seria recorrer à legislação penal e chamar a polícia. Se o fumante estiver se deslocando, a dificuldade para fazer a denúncia aumenta, e aí a opção mais eficaz é tentar desviar da fumaça mesmo.

Fonte: JusBrasil  - Gazeta do Povo
 

domingo, 5 de março de 2017

Enquanto o 'racionamento' de água só atingia a população da chamada periferia estava tudo bem; agora que atinge outras áreas, incluindo o Plano Piloto - ex-área nobre do DF - a coisa virou notícia

Falta água no Distrito Federal e sobram prejuízos para população

Com a ampliação do racionamento, empresários têm sentido no bolso os efeitos da falta d'água. Para se adequar à nova realidade, alguns estabelecimentos fecham as portas nos dias de rodízios, investem em reservatórios e até recorrem a carro-pipa

Banhos suspensos para cachorros em pet shops. Restaurantes usando copos descartáveis para evitar louça suja. Salões de beleza dispensando clientes que querem serviços que demandem água, como escovas e tinturas. Empresas investindo em mais caixas-d’água. Esses são alguns exemplos das mudanças de hábitos que o empresariado do Distrito Federal vem fazendo com a ampliação do racionamento. Além da queda de vendas e de serviços, os comerciantes trabalham com a possibilidade de aumento da tarifa de água a partir de junho, deixando os custos operacionais ainda mais altos.

A falta de água uma vez por semana preocupa o setor produtivo. Até então, os cortes expressivos estavam centralizados na agricultura, que teve queda na produção em 2016 para garantir que o recurso chegasse a todos os produtores rurais. Com a ampliação do rodízio para 26 regiões, setores como o da construção civil, do comércio e de serviços passam a ser diretamente atingidos. Na análise das entidades representativas desses segmentos, o racionamento é necessário, mas vai trazer prejuízos, uma vez que muitos empresários terão que fechar as lojas nos dias sem água ou, então, investir em novas tecnologias de consumo em um período de forte recessão econômica. O setor de comércio e serviços, por exemplo, já vem de uma sequência de quedas e registrou índice negativo de 13,38% nas vendas em janeiro.

[talvez, os empresários das ex-áreas nobres do DF e parte da Imprensa queiram ser poupados do racionamento e para compensar defendam que na periferia se adote o sistema água DIA SIM, DIA NÃO.

O esquema acima corre o risco de ser adotado em todo o DF, se o incompetente Rollemberg e a turma da CAESB, insistirem nesse racionamento fajuto UM  DIA SEM ÁGUA e SEIS COM.

Permanecer este esquema aind ano final deste ano teremos que ter em todo o DF racionamento DIA SIM, DIA NÃO.

Senhor Governador, turma da CAESB, a conta é simples: se em FEV/2016 os reservatórios estavam com 80% e agora estamos sob 'rodízio' e os reservatórios com menos de 50%, continuar essa política fajuta de fingir racionamento em SET/2017 vamos estar com os reservatórios com menos de 20%, já que tudo indica que São Pedro vai deixar a população de Brasília pagar, sem água, pela incompetência dos governantes que escolheu.

A saída é três dias com água e um sem - para todo o DF; ajustar a sobre taxa de forma a penalizar mais o desperdício, reduzir a captação por particulares e IMPORTANTE: COMBATE SEM TRÉGUAS ÀS LIGAÇÕES CLANDESTINAS, em outras palavras, aos LADRÕES DE ÁGUA.]

Como o rodízio passou a atingir o Plano Piloto, a situação mostra-se ainda mais grave porque é no centro da capital que o comércio é mais pujante, por receber um fluxo diário de 500 mil pessoas de todas as regiões administrativas e de cidades do Entorno goiano. “A gente pede a colaboração também da atividade comercial. Estamos fazendo o máximo esforço para diminuir o impacto negativo para a população”, afirma Maurício Luduvice, presidente da Companhia de Saneamento do DF (Caesb).

Em 2016, mais de 2,5 mil lojas no DF encerraram as atividades por causa da crise financeira vivida pelo Brasil, de acordo com dados da Federação do Comércio do DF (Fecomércio-DF). O presidente da entidade, Adelmir Santana, é incisivo: o corte semanal trará prejuízo econômico. “Ainda não sabemos como andar com essa situação. Será uma época de adequação. O que a gente sabe é que a crise hídrica vai ajudar a manter o cenário de queda da atividade comercial”, acredita.

Na opinião de Adelmir, comércios que dependem diretamente de água, como bares, restaurantes e lavanderias, além de grandes centros de compra, serão os mais atingidos. “Shoppings centers costumam ter grandes reservatórios de água, mas o consumo é bem grande. Além do uso da água para consumo e higienização do ambiente, os locais costumam ser refrigerados, um ato que leva a gastar muita água”, explica.

Mesmo concordando com a necessidade do racionamento, o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas do Distrito Federal (CLD-DF), José Magalhães Pinto, prevê um cenário ainda mais pessimista. “No momento em que a economia começava a melhorar, essa situação chega como um jato de água fria. Com o racionamento, empresas que dependem de água para produzir seus produtos poderão pisar no freio, reduzindo horário de trabalho, e, com isso, diminuindo o faturamento, o que, inegavelmente, pode implicar em demissões”, aponta.

Porém, o presidente da CLD-DF pede calma aos comerciantes. “É preciso manter os números na mão, acompanhar quanto de água está sendo gasto e motivar a equipe a poupar mais. Antes de tudo, é necessário fazer uma revisão na empresa, descobrir se máquinas e torneiras não estão apresentando vazamentos e, daí, seguir para a parte prática — utilizando menos água na hora de passar um pano e tendo consciência de que cada centavo a menos na conta é um passo importante.”

O Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal (Sinduscon-DF) garante que o setor otimiza o uso da água, entretanto, vem sendo prejudicado com a tarifa extra de contingência — ainda mais em um período em que o segmento passa por crise gerada pela queda de lançamentos de imóveis por causa do alto estoque. “A crise hídrica acaba vindo em má hora, em que os esforços por economia já estão maximizados, pois qualquer gota derramada em vão é, literalmente, dinheiro jogado fora”, justifica Marcontoni Montezuma, diretor de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Sinduscon.

Adaptação
Para se preparar para o período sem água, os administradores de um restaurante de comida japonesa da 303 Sul tiveram que comprar uma caixa-d’água de 2 mil litros. A medida teve que ser tomada porque o local não tinha recipiente de armazenamento. “Um gasto de mais de R$ 3 mil para não prejudicar as vendas”, apontou o gerente Gelson de Souza. A culinária específica com peixes e outros ingredientes frescos impossibilita aos cozinheiros adiantarem a produção. “A preocupação é que, se ficarmos sem água, temos que fechar as portas, o que diminui o nosso faturamento”, disse.

Mesmo tendo se preparado, no dia seguinte após o corte, a água ainda não tinha retornado. A solução foi comprar 2 mil litros de água de um caminhão-pipa para encher a caixa d’água — mais R$ 200 retirados do orçamento para não ter um prejuízo maior. “A preocupação é ocorrer isso todas as vezes, mesmo com as medidas que tomamos. Juntamos os pratos para lavar de uma única maneira, assim garante um pouco mais de economia.”

A casa de café de Valéria Charbel, na Asa Norte, vai fazer adaptações nos dias do rodízio. Como o prédio tem apenas uma caixa-d’água, a empresária decidiu suspender o almoço executivo. A estimativa é de uma queda de 30% no faturamento do dia. “A produção dos alimentos gastam mais água e gera louças sujas. Não podemos arriscar ao ponto de ficar sem nenhuma água e ter que fechar o comércio mais cedo.”

Safra reduzida
Na seca de 2016, houve queda de 70% na produção de grãos e diminuição de 30% da área plantada. As produções de milho e de feijão foram as mais afetadas, assim como as hortaliças sentiram o peso da falta de água. O resultado começa a se refletir no preço de itens da feira, como tomate, milho, chuchu e batata, que chegaram a subir até 100%.

Tudo azul
A Esplanada dos Ministérios e a Catedral de Brasília estão iluminadas de azul em alerta contra a crise hídrica. Março é o mês das águas e, durante o período, a nova iluminação conscientizará a população sobre a escassez do recurso enfrentada nacionalmente.  A campanha é do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e da Agência Nacional de Águas (ANA). Além da iluminação, será realizada uma série de atividades e seminários de conscientização.
 
Fonte: Correio Braziliense

[Nota de esclarecimento: em respeito aos nossos dois leitores - "ninguém" e "todo mundo" - deixamos claro que quando consideramos o Plano Piloto ex-área nobre do DF não é devido o rodízio e sim pelo descaso com a manutenção das boas qualidades que o Plano Piloto, especialmente as duas asas, dispunham até o inicio deste século.
De uns tempos para cá, a qualidade de serviços públicos no Plano Piloto caiu demais, especialmente na Segurança Pública.
Em tempo: a maior parte dos que colaboram com este Blog residem em Taguatinga e estão satisfeitos - assim, nosso comentários que podem parecer contrário aos que moram no centro de Brasília, não são contra nem a favor, expressam apenas a verdade atual.]

 

 

Militares em alerta - indicações partidárias na Defesa são inaceitáveis e até mesmo prejudiciais à Segurança Nacional

Indicações partidárias na Defesa deixam militares em alerta

Os agentes da Polícia Civil do DF Marcello de Oliveira Lopes e Welber Lins de Albuquerque ocupam funções estratégias na pasta

A indicação de dois personagens da política do Distrito Federal em cargos sensíveis do Ministério da Defesa acendeu o alerta vermelho na cúpula das Forças Armadas. Indicados pela deputada Celina Leão (PPS), os agentes da Polícia Civil do DF Marcello de Oliveira Lopes e Welber Lins de Albuquerque ocupam funções estratégias na pasta comandada pelo deputado federal Raul Jungmann (PPS-PE).

Conhecido como Marcellão, Marcello Oliveira é o chefe de gabinete do diretor do Instituto Pandiá Calógeras, órgão de estudos sobre estratégias de defesa. Welber é assistente da Assessoria Técnica da Secretaria de Controle Interno do Ministério da Defesa. [o certo para o Brasil é extinguir o ministério da Defesa, os Comandos das Forças Singulares voltarem a ser Ministérios, recriar o EMFA - Estado Maior das Forças Armadas (com status de Ministério) e cada  Ministério Militar ficar sob o comando de um oficial general, quatro estrelas, da Força pertinente e adotar no Comando do EMFA um sistema de rodízio entre quatro estrelas das três Forças singulares.
 
Estabelecer que o cargo de secretario de Segurança Pública, pelo menos no DF,  seja privativo de oficial superior de uma das Forças Armadas.
Com isso se restabelece o status necessário no Comando das Forças Armadas e se evita que profissionais de áreas que nada tem a ver com SEGURANÇA PÚBLICA comandem a Secretaria de Segurança Pública.
A criança do Ministério da Defesa foi um dos muitos erros de FHC e que precisa ser sanado com urgência.]

O alerta da área de inteligência das Forças Armadas foi ligado quando a Corregedoria da Polícia Civil do DF abriu um procedimento para averiguar a participação de Welber e do delegado Flamarion Vidal em depoimento que Celina colheu, em agosto do ano passado, com um hacker que clonou o telefone celular do governador Rodrigo Rollemberg (PSB). O episódio veio à tona com a divulgação das gravações feitas com escuta ambiental, instalada no gabinete da deputada Celina Leão, como diligência da Operação Drácon.

Nas gravações, um assessor de Celina avisa ter conversado com o delegado Flamarion Vidal, chefe da 4ª DP (Guará), e ficou acertado que Welber acompanharia o depoimento de Jefferson Rodrigues Filho, o homem que invadiu as mensagens de WhatsApp de Rollemberg. O objetivo era obter informações que comprometessem o governador do DF. Celina gravou o depoimento e o enviou à Polícia Federal. A PF, por sua vez, encaminhou o caso para a direção-geral da Polícia Civil.

Quando esteve no gabinete de Celina, Welber já estava cedido pela Polícia Civil ao Ministério da Defesa. Flamarion explicou ao Correio que não tinha informações sobre o conteúdo do depoimento e apenas orientou o agente sobre como proceder se houvesse uma tentativa de extorsão por parte do suposto estelionatário.

Welber foi nomeado no Ministério da Defesa no mesmo ato que designou Marcellão para o Instituto Pandiá Calógeras. Também chamou a atenção da inteligência das Forças Armadas o fato de o agente da Polícia Civil ter sido investigado na CPI do Cachoeira, no Congresso. Conversas de Marcellão com representantes da Delta Engenharia foram interceptadas pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo, que investigou a influência de Carlos Cachoeira no poder político de Goiás e do Distrito Federal. Na ocasião, Marcellão ocupava cargo na Casa Militar do governo de Agnelo Queiroz e foi exonerado da função.

Apadrinhamento
O Ministério da Defesa foi criado em junho de 1999, ainda no primeiro semestre do segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso. À época, substituiu três pastas: Marinha, Exército e Aeronáutica. Entre os governos FHC, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, o ministério da Defesa teve nove chefes, incluindo Geraldo Quintão, José Alencar, Nelson Jobim e Aldo Rebelo. Todos, em maior ou menor grau, com a anuência e a aprovação dos militares. A atual grita das Forças Armadas contra o apadrinhamento de indicados subterrâneos é uma novidade.
 
Fonte: Correio Braziliense 
 

 

A descabida tentativa de ressuscitar a CPMF

Dentro da tradição de o Estado sobrecarregar o contribuinte, volta-se a falar no ‘imposto do cheque’, e quando a carga tributária está nas alturas

Os caminhos que levaram o Brasil, a partir do Plano Real, em 1994, a acrescentar dez pontos percentuais de PIB no volume de receita tributária do Estado, de 25% para 35%, ajudam a entender não apenas a tendência atávica de o poder público pressionar de forma constante o contribuinte para pagar contas crescentes, como também sua feroz resistência a abrir mão de impostos. 

Há muito em tudo isso que a Ciência Política e a História explicam: grupos de pressão que atuam na máquina burocrática em defesa de interesses próprios; corporações de todos os tipos, à direita e à esquerda, capazes de aprovar no Congresso gastos crescentes em seu benefício. Existem lobbies variados em defesa do aumento das despesas públicas. Mas, a favor do contribuinte, da melhoria da qualidade dos gastos e de economias nas despesas, inexistem.

É oportuno lembrar-se desta crônica quando o relator da reforma tributária na Câmara, Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), acaba de defender a recriação da CPMF, imposto iníquo, por não distinguir entre ricos e pobres cobra proporcionalmente mais das faixas de renda mais baixas — e, por incidir em cascata, por várias vezes na cadeia de produção de bens e serviços. O que gera inflação e retira competitividade das exportações brasileiras.

Sintomático e preocupante é que, um dia após a defesa de Hauly, feita no fim de fevereiro, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, questionado sobre o assunto, foi direto, na primeira parte da resposta, ao dizer que o governo não está pensando em recriar o imposto. Mas acrescentou: “no momento”.  Ora, não deverá ser o governo Temer que contrariará a norma pela qual se pautam as correntes políticas e ideológicas que dividem o país. Afinal, foram o PSDB e o PT que patrocinaram talvez o maior avanço do Estado, na história republicana do país, sobre as rendas da sociedade.

Quando a economia foi estabilizada pelo Plano Real, e a moeda voltou ser estável, a partir de 1994/95, foi possível saber-se ao certo as condições das contas públicas. A inflação e a correção monetária mascaravam tudo, e, assim, os déficits apareceram nas verdadeiras dimensões.


Com as travas legais de proteção dos gastos com salários, aposentadorias e outros benefícios do funcionalismo, bem como das despesas da previdência do setor privado, entre outros itens do Orçamento, a tendência era buscar mais dinheiro do contribuinte. Os tucanos, reconheça-se, ainda tentaram uma reforma do Estado e privatizações. Mas lançaram-se com grande afinco à criação de “contribuições” (Finsocial, Cide, duas delas), para arrecadar sem repartir a coleta com estados e municípios, exigência feita apenas a “impostos”. Com o PT, principalmente a partir do segundo governo Lula, as despesas saíram do controle e passaram a ser maquiadas pela contabilidade criativa.

Lula perdeu a CPMF — lançada por Itamar Franco em 1993, com a finalidade de financiar a Saúde , derrubada em 2007. Já não pagava contas só do SUS, entrava no caixa único da União. O PT tentou recriar o imposto e não conseguiu, por sorte do país. Agora, é a vez de Temer, do PMDB, tentar o mesmo, por meio de um deputado tucano, com a justificativa de se criar nova fonte de receitas para a Previdência — que precisa mesmo é de reforma. Tudo balela. E não é um recomeço da história, porque agora a carga tributária, na faixa dos 35% do PIB, é bem mais elevada que em 1993. Além disso, não se cria impostos numa recessão. O erro, agora, será bem maior.

Fonte: Editorial - O Globo