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terça-feira, 31 de março de 2020

Marco Aurélio pede parecer da PGR sobre pedido de afastamento de Bolsonaro

Ministro encaminhou notícia-crime apresentada por um deputado do PT que questiona a conduta do presidente em meio a pandemia de coronavírus

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), encaminhou à Procuradoria Geral da República (PGR), uma notícia-crime apresentada por um deputado do PT contra o presidente Jair Bolsonaro. Na peça, o parlamentar lista ações do presidente que colocariam a sociedade em risco durante a pandemia de covid-19.

O parlamentar pede que Bolsonaro seja denunciado por sua conduta "irresponsável e tenebrosa" que coloca em risco "a saúde pública de todos os brasileiros". No peça, o deputado (...) [em consonância com a política deste Blog Prontidão Total de não fornecer holofotes a qualquer um, optamos por substituir o nome do deputado por ... . 

Pedimos desculpas aos nossos "dois leitores", por essa omissão, mas assim fazemos para poupá-los do desprazer de saber o nome de tal pessoa.

Aliás, a matéria não menciona se ele é deputado estadual ou federal.]  diz que “Bolsonaro não está à altura do cargo. A necessidade de sua saída não é uma necessidade política, é de saúde pública”, afirmou o deputado.

Para que a ação tenha andamento, é necessário que a PGR dê parecer favorável a denúncia, caso contrário, é arquivada. Em seguida, a denúncia segue para a Câmara dos Deputados, que envia para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Em seguida, o presidente tem prazo para se manifestar e em última etapa, a solicitação de afastamento é analisada pelo plenário. 

Correio Braziliense






Ministro da Defesa chama golpe de 1964 de 'marco para a democracia' - O Globo

Daniel Gullino

Fernando Azevedo afirmou, em mensagem comemorativa, que ditadura foi importante 'pelo que evitou'

Ministério da Defesa divulgou nesta segunda-feira a ordem do dia alusiva ao dia 31 de março, dia do golpe militar de 1964, que iniciou uma ditadura que durou até 1985. No texto, o ministro Fernando Azevedo e Silva afirma que o "movimento de 1964 é um marco  para a democracia brasileira", principalmente "pelo que evitou". A ordem do dia é uma mensagem comemorativa das Forças Armadas que é lida nos quarteis.
[Clique aqui e saiba as razões pelas quais o Movimento Revolucionário de 31 de março de 1964, não foi um GOLPE, nem foi estabelecida uma ditadura e sim GOVERNO MILITAR.
Abaixo vídeo no qual o ministro Toffoli declara que não houve golpe em 64.]


Toffoli diz que prefere chamar golpe militar de 1964 de ‘movimento’



No texto, Azevedo afirma que é preciso analisar fatos históricos levando em consideração seu contexto e que o Brasil "reagiu com determinação às ameaças que se formavam àquela época". Essas ameaças, segundo ele, ocorreram no ambiente da Guerra Fria e eram "sonhos com promessas de igualdades fáceis e liberdades mágicas", uma referência ao socialismo e ao comunismo. De acordo com o ministro, "a sociedade brasileira, os empresários e a imprensa entenderam as ameaças" e "as Forças Armadas assumiram a responsabilidade de conter aquela escalada, com todos os desgastes previsíveis".

Acervo:  Como deputado, Bolsonaro celebrou golpe dentro e fora do Congresso

Azevedo elogia o governo militar, dizendo que levou o país a ter o oitavo maior Produto Interno Bruto (PIB) do mundo. "Aquele foi um período em que o Brasil estava pronto para transformar em prosperidade o seu potencial de riquezas. Faltava a inspiração e um sentido de futuro. Esse caminho foi indicado. Os brasileiros escolheram.  Entregaram-se à construção do seu País e passaram a aproveitar as oportunidades que eles mesmos criavam. O Brasil cresceu até alcançar a posição de oitava economia do mundo", diz o texto.

O ministro diz que a Lei da Anistia "permitiu um pacto de pacificação", seguido até hoje, e que os rumos adotados são "aprendizados daqueles tempos difíceis". Também diz que depois disso "o Brasil evoluiu", com o fortalecimento das instituições e com convergência adotada como método, e agora "os brasileiros vivem o pleno exercício da liberdade".

"O Brasil evoluiu, tornou-se mais complexo, mais diversificado e com outros desafios.  As instituições foram regeneradas e fortalecidas e assim estabeleceram limites apropriados à prática da democracia. A convergência foi adotada como método para construir a convivência coletiva civilizada. Hoje, os brasileiros vivem o pleno exercício da liberdade e podem continuar a fazer suas escolhas", afirma o texto.

Ele diz que as Forças Armadas acompanharam essas mudanças e que Exército, Marinha e Aeronáutica "continuam a cumprir sua missão constitucional e estão submetidas ao regramento democrático". Por outro lado, segundo Azevedo, "os países que cederam às promessas de sonhos utópicos, ainda lutam para recuperar a liberdade, a prosperidade, as desigualdades e a civilidade que rege as nações livres", em nova menção ao socialismo.

A mensagem também é assinada pelos comandantes das três forças: general Edson Leal Pujol (Exército), almirante de esquadra Ilques Barbosa Junior (Marinha) e tenente-brigadeiro do ar Antonio Bermudez (Aeronáutica).
No ano passado, a celebração do golpe de 1964 causou polêmica após o presidente Jair Bolsonaro defender as "as comemorações devidas" da data. Depois, Bolsonaro afirmou que a ordem havia sido para "rememorar" e "rever o que está certo e o que está errado". A ordem do dia do ano passado, também assinada por Azevedo e pelos três comandantes, tem semelhanças com a desse ano, como o destaque do contexto da Guerra Fria e o elogio à Lei da Anistia.

As ordens do dia dos dois anos têm semelhanças,  Entretanto, o texto de 2019 adotava um tom mais brando, ao referir-se ao 31 de março como um "episódio simbólico", e não um "marco para a democracia". Além disso, falava em "transição para uma democracia" no fim da ditadura, contrariando o discurso do próprio Bolsonaro, que afirma não ter havido uma ditadura entre 1964 e 1985. [O discurso do presidente Bolsonaro que afirma que não houve uma ditadura é corroborado pelo PREÂMBULO do Ato Institucional nº 1 - confira aqui ou aqui - site da PR.]

O Globo - Brasil




segunda-feira, 30 de março de 2020

Mourão 'bombeiro' faz contraponto a Bolsonaro e ganha espaço na ala militar - O Estado de S. Paulo

Com aval de integrantes das Forças Armadas, vice se dissocia, em público, do discurso de Bolsonaro pelo fim da quarentena

A pandemia do coronavírus levou o vice-presidente Hamilton Mourão de volta ao posto de “bombeiro” de crises do Planalto. Mourão foi o único dos generais quatro estrelas que despacham no Palácio a se dissociar, em público, do discurso do presidente Jair Bolsonaro pelo fim da quarentena. Desta vez, porém, a saída do vice do banco de reserva teve o aval dos representantes mais influentes das Forças Armadas, que condenaram o ataque a governadores e demonstraram preocupação com os panelaços e com o impacto da ofensiva de romper com a estratégia mundial de combate à doença. [Bobagem a preocupação com "panelaços", eles só são válidos para influenciar os parlamentares - que se apavoram quando são alvos do povo - em época de impeachment do presidente ou de eleições. 
Não estamos em nenhuma dessas situações, portanto, ignorar os batedores de panelas é a melhor política.
Curiosidade: quase sempre as reportagens mostrando bateção de panelas, mostram os mesmos prédios.]


Mourão se apresentou como bombeiro, em contraposição a um Bolsonaro incendiário, após repercussões negativas ao pronunciamento do presidente, na terça-feira, 24, contra o isolamento da população. Ao chamar o novo coronavírus de “gripezinha” e “resfriadinho”, em cadeia de rádio e TV, Bolsonaro provocou críticas de todos os lados, foi bombardeado nas redes sociais e levou até aliados de primeira hora, como o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), a romper com ele. Até ali, 46 brasileiros haviam morrido com coronavírus.

Num primeiro momento, o pronunciamento de Bolsonaro foi avaliado pelos militares como errado na forma, mas correto ao destacar as consequências econômicas das medidas de isolamento. Mas o discurso sincronizado da caserna e do governo, depois que Bolsonaro enquadrou até o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, não durou 24 horas. “A posição do nosso governo, por enquanto, é uma só: o isolamento e o distanciamento social”, afirmou Mourão, que, naquele momento, era a única voz dissonante em público. A partir daí, militares começaram a manifestar incômodo com a tática de confronto adotada por Bolsonaro ao desqualificar medidas anunciadas por governadores para evitar o contágio pelo coronavírus. Àquela altura, o número de vítimas fatais era de 56 pessoas. Até a publicação dessa reportagem, já chegava a 136, com 4.256 infectados.
 
Ao Estado, Mourão disse ser necessário um “equilíbrio” entre medidas de combate ao avanço da doença e a situação da economia. “Continuo no meu papel de vice-presidente. Atuo como conselheiro, busco levantar linhas de ação para que decisões sejam tomadas. No mais é uma eterna busca do equilíbrio entre salvar vidas, impedir uma queda fervorosa do PIB e manter a parcela dos empregos existentes”, afirmou. Sua fala, mais uma vez, é um contraponto a Bolsonaro, que ontem foi para as ruas menosprezar a doença e defender a volta do País à normalidade.

Diante do Palácio da Alvorada, na última quinta-feira, Bolsonaro deixou escapar o incômodo com a independência do vice. “O Mourão tem dado opiniões, é uma pessoa que está do meu lado ali. É o reserva de vocês. Se eu empacotar aí, vocês vão ter que engolir o Mourão. É uma boa pessoa, podem ter certeza”, ironizou.

Tosco
No dia seguinte, Bolsonaro voltou ao assunto. “Com todo o respeito ao Mourão, mas ele é mais tosco do que eu. Muito mais tosco. Não é porque é gaúcho, não. Alguns falam que eu sou um cara muito cordial perto do Mourão”, afirmou o presidente ao apresentador José Luiz Datena, da TV Band.

Embora em tom descontraído, a declaração de Bolsonaro teve o objetivo de reacender um velho temor de setores da política, do Judiciário e da opinião pública. O receio ocorre porque, em um eventual afastamento do presidente, quem assume a Presidência, pela Constituição, é o vice. Nesse caso haveria, de fato, um governo militar, embora o atual conte com oito dos 22 ministérios nas mãos de oriundos das Forças Armadas. O número não engloba a centena de postos ocupados por militares em segundo e terceiro escalões.

Apesar das desavenças do passado, o tom adotado agora por Bolsonaro em relação a Mourão foi absorvido por suas redes sociais como uma parceria do tipo “morde e assopra”. Ao contrário de outras vezes, os principais influenciadores digitais do bolsonarismo, incluindo aí os filhos do presidente, estão quietos, por enquanto, sobre os movimentos do vice.

A primeira missão de “bombeiro” do vice, nesta temporada de crises, foi para desembaraçar o rolo diplomático entre o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o embaixador chinês Yang Wanming. No último dia 18, o filho “03” do presidente acusou a China, por meio do Twitter, de ter causado a propagação do coronavírus. O diplomata rebateu. Mourão assumiu a dianteira para dizer que Eduardo não falava pelo governo, apesar do parentesco. “Se o sobrenome dele fosse Eduardo Bananinha, não era problema nenhum. É só por causa do sobrenome. Não é a opinião do governo”.

Durante a áspera discussão entre Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), na quarta-feira, Mourão também estava presente e fez sinal de reprovação com a cabeça, como se não concordasse com o presidente. Afirmou, depois, que todos se enganaram na “interpretação dos sinais corporais”. Mas não escondeu o “constrangimento” ao afirmar que divergências políticas devem agora ser evitadas.

Queimadas
Na prática, Mourão ressurge quando há confluência de confusões. Em abril do ano passado, por exemplo, ele provocou a fúria de Bolsonaro e de seus filhos por adotar estilo mais ameno com a oposição e a imprensa. O vereador Carlos Bolsonaro (PSC) e o guru da família, Olavo de Carvalho, lideraram, então, um linchamento virtual.
O vice recuou. Só saiu da “geladeira” nove meses depois, na crise envolvendo as queimadas na Amazônia, quando Bolsonaro o escalou para fazer o contraponto ao discurso pró-desmatamento do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

Mourão teve, ainda, a missão de pôr panos quentes na disputa velada de Bolsonaro com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, quando o presidente, enciumado com a popularidade do ex-juiz da Lava Jato, chegou a cogitar a divisão da pasta comandada por ele em duas. Além de ajudar na construção de ações para enfrentar as queimadas, que recomeçam no meio do ano, Mourão direcionará seu trabalho para o período compreendido entre o fim de abril e junho, quando dificuldades de logística poderão atingir o ápice.

Até lá, o general vai continuar com discurso de quem apaga incêndios políticos, prega uma relação profissional com a imprensa e atua para evitar estragos na imagem de Bolsonaro. O uso de “bombeiros” é uma tradição militar para tempos de contar feridos numa batalha e preparar as armas para outra. No atual governo, a diferença é que a missão é comandada pelo primeiro nome da linha de sucessão.

Política - O Estado de S. Paulo


Comida na mesa - Alexandre Garcia

Gazeta do Povo

Proponho um “aplausaço” aos soldados do alimento

Muito se falou sobre os desentendimentos entre o presidente Jair Bolsonaro e os governadores. Eu acho que essa seria a hora de união, de fazer uma trégua.  É preciso esquecer todas as divergências pessoais, políticas e eleitorais. Porque acima de tudo está o Brasil e com duas grandes crises, a sanitária e a econômica. Nós temos que resolver as duas ao mesmo tempo.

Não tem como perder tempo com picuinhas pessoais. Desavenças como a de Bolsonaro com João Doria, que governa São Paulo, o estado com o maior número de casos de coronavírus e de mortes. O presidente perdeu também um aliado importante que é o governador de Goiás, Ronaldo Caiado. Os dois divergiram acerca de ter ou não o confinamento social.

Acho que está na hora de acabar com isso. Eles podem voltar a discutir depois que tudo estiver resolvido tanto na economia, quanto na saúde. A gente não sabe nem até quando essa crise vai se estender. Prefeitos pegam carona na doença É possível que as eleições municipais sejam adiadas. Está cheio de prefeito achando que por conta do coronavírus vai conseguir mais votos durante o pleito e isso não é dedicação ao país.
Winston Churchill, por exemplo, disse que se aliaria ao diabo para combater Hitler. E tem gente que está se aliando ao coronavírus para ver se atrapalha o presidente BolsonaroEstão pegando carona no corona. Não é hora disso, está na hora de pensar em algo mais importante que é defender as pessoas do vírus e defender a economia da possibilidade de uma depressão econômica.

Suécia paga para ver
O Japão não ordenou que os habitantes do país fiquem em quarentena, exceto quem está no grupo de risco como os que estão com suspeita da doença, os mais idosos e os que já tem doenças prévias. A economia está  crescendo.
A Suécia por outro lado não está fazendo nada porque quer ver como o vírus se comporta e está sendo criticada por isso. A Suécia é um país muito frio, diferente do Brasil que tem temperaturas altas e população jovem.

Coronavírus tem o seu ciclo
Tenho notícia de duas pessoas que se recuperaram do coronavírus, o general Augusto Heleno e o Fábio Wajngarten. O general já está no Palácio do Planalto trabalhando, ele tem 73 anos.
Wajngarten conta que só tomou dois remédios de Novalgina quando estava com febre e muita vitamina C. Segundo o secretário de Comunicação, ele sentiu dor no  corpo e febre. Disse que teve efeitos colaterais piores quando teve gripe.
Esse é o coronavírus. Ele tem um ciclo. Além  disso, a doença atinge majoritariamente pessoas que já tem outras doenças cardíacas, respiratórias ou outras.

[as três categorias, adiante citadas,  merecem aplausos,  e os profissionais de saúde já estão recebendo - merecidamente.

Os que produzem alimentos - em todas as etapas - também merecem os aplausos.

Os caminhoneiros também - nossos dois leitores sabem que não concordamos com esta categoria (somos a favor do transporte ferroviário..... mas, isto é para outra hora).
Agora reconhecer que eles são essenciais e estão fazendo tudo para ajudar - trabalhando sem apoio e sem ceder à tentação do lucro fácil. 
Falta a borracharia, refeições - tudo consequência do para total.
Fica prejudicado o borracheiro - na penúria - o dono do restaurante que não tem mais clientela - e, nos  digam que aglomerado causa uma borracharia de beira de estrada?
Vai chegar uma hora que o pessoal da boleia não aguenta - espero que todos lembrem, especialmente os isolacionistas, o que 30 dias sem caminhoneiro faz.]


Salva de palmas
O pessoal aplaudiu muito os profissionais de saúde, mas os que fazem a comida chegar na nossa mesa também merecem esse tipo de atitude. Todos os que plantaram, colheram, venderam e transportaram merecem nossos aplausos. Tem motorista que está fazendo de tudo para enfrentar a BR mesmo sem os serviços de beira de estrada, como almoço e borracharia, porque está tudo fechado. Esses são os soldados do alimento e também merecem os nossos aplausos.

Alexandre Garcia, jornalista - Vozes - Gazeta do Povo



STF deve barrar eventual decreto anticonfinamento - Blog do Josias


Após passear pela periferia de Brasília no domingo, desafiando orientações do Ministério da Saúde, Jair Bolsonaro afirmou: "Eu estou com vontade de baixar um decreto amanhã [hoje]. Toda e qualquer profissão, legalmente existente ou aquela que é voltada para a informalidade, [...] vai poder trabalhar." Os ministros da Suprema Corte falaram sobre o tema "em tese", sob o compromisso do anonimato. "Se for editado um decreto, como insinuado, será preciso analisar os termos e os fundamentos. Mas não enxergo em todo o ordenamento jurídico nada que autorize um presidente a colocar em risco a vida dos cidadãos", disse um dos magistrados.


E o outro: "Materializando-se a decisão, não duvido que seja judicializada. Chegando ao Supremo, não tenho dúvida de que prevalecerão o bom-senso, a ciência e, sobretudo, a Constituição. O texto constitucional consagra a inviolabilidade do direito à vida. Na pandemia que assola o mundo, o isolamento é uma forma de prestigiar a vida." O ministro acrescentou: "Caso insista na insensatez, o presidente decerto alegará que a retomada do trabalho também prestigia a vida, pois não se pode comer sem renda. Ocorre que, em situações de calamidade, cabe ao Estado prover aos mais vulneráveis os meios de subsistência."

[que o presidente Bolsonaro fala demais e quando se empolga usa um linguajar que dá margem a críticas, não se discute.
Faz parte do seu estilo e só lhe traz prejuízos - quanto mais um presidente da República tem um porta-voz que tenha poucas notícias a apresentar e o presidente evite entrevista, mais valor tem eventual pronunciamento presidencial.

Ao falar demais, qualquer autoridade perde a "liturgia"do cargo - ainda que a autoridade seja a maior e a primeira de todas  = o Presidente da República.

Só que, como se diz no popular, "venha e venhamos", um magistrado, especialmente se tratando de um ministro do Supremo, falar, ainda que  em 'tese',  e sob compromisso de anonimato qual será o seu voto quando for julgar determinada matéria, advinda de um ato do presidente da República, é apequenar o STF.
Até na Inglaterra, os ingleses apostam em tudo, o comportamento seria inadequado.] 

Um dos magistrados se disse "estarrecido" com o comportamento recente de Bolsonaro. Realçou que o Judiciário tem atuado para impor limites ao que chamou de "excessos" do governo. Citou três decisões liminares que sustaram atos do governo Bolsonaro. No Supremo, foi sustado trecho de medida provisória utilizava a crise do coronavírus como pretexto para descumprir a Lei de Acesso à Informação. Na primeira instância, vetou-se campanha publicitária batizada de "O Brasil não pode parar". E suspenderam-se os efeitos de decreto que classificava como "essenciais" as atividades de igrejas e casas lotéricas.

Blog do Josias - Josias de Souza, jornalista - Coluna UOL


Também no Blog do Josias - Sob chefe infeccioso, Mandetta acha mídia 'tóxica' 

Sob chefe infeccioso, Mandetta acha mídia 'tóxica' ... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/colunas/josias-de-souza/2020/03/30/sob-chefe-infeccioso-mandetta-acha-midia-toxica.htm?cmpid=copiaecola

Mandetta à equipe: ‘No meio do caminho, uma pedra’ - Eliane Cantanhêde

O Estado de S.Paulo

Bolsonaro nas ruas foi forma de provocar a queda do ministro, mas Mandetta não caiu na armadilha, e enviou poema de Drummond a sua equipe
O presidente Jair Bolsonaro aproveitou o domingo para exercitar sua birra contra o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que na véspera alertou: “Se o sr. for para metrô ou ônibus em São Paulo (como chegou a dizer em entrevista), vou ser obrigado a criticá-lo”. Ao que o presidente rebateu: “E eu vou ter que te demitir”.

Como não havia logística para ir a São Paulo ontem, Bolsonaro decidiu fazer o teste no Distrito Federal mesmo, indo a padarias, mercadinhos, fazendo até fotos com criança. Evidentemente, uma forma de provocar a queda do ministro, mas Mandetta não caiu na armadilha.  A atitude do presidente foi considerada “óbvia”, um pretexto para a exoneração – que, aliás, provocaria um efeito dominó no Ministério da Saúde. Assim, Mandetta se recolheu, pedindo paciência à equipe com um poema de Carlos Drummond de Andrade: No Meio do Caminho. Resta saber o que o ministro dirá na coletiva de hoje à tarde, além de pedir desculpas à mídia. Na guerra contra o coronavírus e a morte, ela é a sua grande aliada.

Outra grande expectativa hoje é se Bolsonaro vai mesmo editar um decreto para liberar todas as profissões para trabalhar em meio à pandemia ou se foi só mais uma ideia jogada ao ar, enquanto confrontava Mandetta nas ruas. Se não sair decreto nenhum, essa história é mais uma para a longa lista de coisas que o presidente diz e ninguém leva a sério, nem lembra depois. Se sair, a coisa vai ficar muito grave. Além da crise sanitária, teremos uma crise federativa: a União contra os Estados, o presidente contra governadores e prefeitos.
[o inverso é o que está em gestação = os Estados contra a União e governadores e prefeitos contra o Presidente.
Neste caso, o aborto é recomendado, terapêutico e privilegia a vida = um dos lados depende de recursos que estão sob controle do outro.]

Como o ministro do STF Gilmar Mendes alertou Bolsonaro no sábado, basta que São Paulo, Rio e Minas desobedeçam uma medida legal tomada pelo Planalto para essa medida virar pó, letra morta. Os três Estados reúnem quase cem milhões de pessoas e os governadores João Doria (SP) e Wilson Witzel (RJ) não parecem interessados nem em quebrar a quarentena nem em cumprir decretos e maluquices de Bolsonaro numa hora de vida ou morte. [bons tempos aquele em que os juízes só falavam nos autos; quando instados a se manifestarem sobre temas que poderiam vir a julgar, saíam pela tangente: lembravam da necessidade do silêncio - poderiam no futuro  ter que se manifestar sobre os mesmos e da máxima que juízes só falam nos autos.]

Eliane Cantanhêde, jornalista - O Estado de S. Paulo




Memórias do grupo de risco - Fernando Gabeira

Em Blog

Bolsonaro tornou-se uma espécie de Jim Jones, o pastor que levou seus seguidores ao suicídio coletivo

Nos últimos tempos, as coisas andam tão rápidas que todo dia escrevo um pouco. No final de semana, o epicentro da pandemia já havia se deslocado para os Estados Unidos, e Boris Johnson, primeiro-ministro inglês, foi contaminado pelo coronavírus.

Temo pelo Brasil. O vírus avança como em outros lugares. Somos mais vulneráveis pelas grandes concentrações urbanas, péssimas condições sanitárias. Os Estados Unidos eram o primeiro na lista de segurança sanitária no mundo: ricos e bem equipados. Ao longo do caminho, não devemos nos concentrar apenas numa variável, o número de casos. Há outra muito importante: o índice de mortalidade. Além de desvantagens historicamente acumuladas, temos outras de peso. O presidente da República, que deveria articular o esforço nacional, não acredita na importância da pandemia.
Bolsonaro se acha incólume porque um dia foi atleta. E estendeu essa blindagem aos brasileiros que, segundo ele, mergulham no esgoto e nada sofrem. No momento em que a Ciência tem um grande papel, Bolsonaro está cercado de terraplanistas, tornou-se uma espécie de Jim Jones, o pastor que levou seus seguidores ao suicídio coletivo.

A segunda desvantagem está no ministro da Economia, Paulo Guedes. Toda a sua história é a de luta para reduzir o papel econômico do Estado. Trabalhou no Chile de Pinochet e escreveu inúmeros artigos sobre o temaO dramático momento, de repente, exige uma intensa intervenção do Estado na economia. Guedes não se preparou para isso. É como se estivéssemos numa partida de futebol e resolvêssemos trocar o centroavante por um jogador de tênis. Vera Magalhães sugeriu que escrevesse algo sobre o ano de 2020, um ano cancelado pela pandemia.

No mesmo dia, tinha conversado aqui em casa sobre uma viagem a Nova York. Quando minha mulher vai até NY, costumo vender minha câmera velha e comprar uma nova na Adorama. Rimos para não chorar: não haverá viagem, muito menos câmera, e Deus permita que haja Nova York no fim dessa estrada. O Flamengo seria campeão de tudo em 2020, mas não haverá campeões nesse tempo sinistro. [apesar da propensão de tudo em 2020 ser negativo - torcemos para que não passe de,  uma tendência que não se efetivará -  vale lembrar que neste 2020,(até agora,  no campo esportivo, um ano com apenas dois meses) o MENGÃO ganhou três títulos:
Um estadual, outro nacional e um internacional.]
Mas vou voltar ao tema sugerido por Vera assim que a pandemia der uma trégua. No momento, tento refletir um pouco sobre ser velho em tempos de coronavírus. Aqui a dimensão transcende ao ano de 2020: o que será do resto de nossas vidas?
Toneladas de papel impresso falam da velhice. Mas a nossa é singular: acontece durante a pandemia, somos classificados como grupo de risco.
Leio notícias de que o velhinhos de comunidades serão levados para hotéis ou navios, que a polícia em São Paulo está detendo os rebeldes que saem às ruas. Tudo para o bem deles. Passada a crise mais aguda, como será a vida dos velhos antes da chegada da vacina? Minhas leituras não estão concentradas na “Peste”, de Camus, ou no “Um diário do Ano da Peste”, de Daniel Defoe.

Nos momentos mais suaves da quarentena, volto-me para livros do tipo “Memórias de Adriano” e detenho-me em frases como esta: “Esta manhã, pela primeira vez ocorreu-me a ideia de que meu corpo, este fiel companheiro, esse amigo mais seguro e mais conhecido que a própria alma, não é senão um monstro derradeiro que acabará por devorar seu próprio dono.”
Isso é verdade para tempos normais. Como se aplica a tempos de coronavírus? Será que nossos corpos envelhecidos serão vistos como um perigo social?

Envelheci depois de muitas lutas contra preconceitos. Só me faltava essa. Quando passar a primeira onda, voltarei a sair por aí, explorando e transfigurando o mundo em imagens.  De novo, Adriano: “A impossibilidade de continuar a exprimir-se, modificar-se pela ação é talvez a única diferença entre os mortos e os vivos.”

Um corpo envelhecido não representa perigo especial. Ele contrai e transmite o coronavírus como uma criança ou um jovem. A grande responsabilidade é evitar adoecer em tempos de grande crise para não ocupar o lugar de um mais jovem nos escassos respiradores.  Infelizmente, temos mais fuzis do que respiradores. Um padre italiano compreendeu isto e cedeu seu lugar para um jovem que tinha chances de uma vida longa e saudável.
Viver é muito perigoso e, de uma certa forma, a própria humanidade é um grupo de risco.

Blog do Gabeira - Fernando Gabeira, jornalista

Artigo publicado no jornal O Globo em 30/03/2020

[Sugerimos ler a coletânea de postagens Diários da Crise de I ao VIII.
Todos são ótimos e o VII excelente]


A pandemia, o sentido da vida e a política - Denis Lerrer Rosenfield

O Estado de S. Paulo

Discursos demagógicos não têm efeito sobre os cidadãos, que sentem a ameaça próxima

A pandemia, o isolamento e o medo põem questões que vão mais além das relativas a como levar uma vida “normal”, por produzirem indagações sobre o próprio sentido da vida.  Em situações normais, as pessoas estão preocupadas com as atividades profissionais e domésticas, tal como acontecem no dia a dia. Preocupações básicas são as que regem este tipo de condição: 
a renda, a escola das crianças, a sociabilidade profissional e a familiar, o amor, a amizade, o ir às compras. 
Já em situações como esta que estamos vivendo, as preocupações são de outra ordem: a doença, o medo da morte, a possível falta de mantimentos, a manutenção do emprego, a redução da renda, o isolamento, a pergunta pelo amanhã.

Uma analogia possível é com a condição de guerra. Nesta, a saída abrupta da normalidade é imediatamente sentida: a existência humana é mostrada em sua fragilidade, a emergência toma conta do dia a dia. A morte abrupta surge para cada um como uma realidade, seja ela militar, seja civil. No entanto, os sentimentos e emoções daí resultantes não são necessariamente os mesmos, pois as pessoas não se isolam, mas vêm a cumprir uma função social junto ao Estado, sob a forma da defesa da pátria. A morte ganha, nesse aspecto, sentido.

A morte é uma questão existencial primeira da condição humana, essa que coloca o homem diante do nada, do limite da condição humana. Ela é o horizonte de cada um, por mais que pensemos nela ou não. A significação da morte no fim da vida faz com que as pessoas se preparem para isso, tanto individual quanto familiarmente. Retiram-se progressivamente, planejam pelo testamento a sucessão dos bens, acostumam-se à ideia. Alguns recorrem à religião, acreditando em outra vida. No caso de a morte acontecer numa guerra, ela adquire a significação de que o indivíduo é membro de uma comunidade, sendo assim compreendida pelo Estado e pelos seus próximos. No momento, porém, em que a redução do ciclo natural se dá sob a forma de uma doença coletiva, é como se o sem sentido ganhasse a forma do absurdo.

Uma significação que surge no contexto de pandemia é a de a pessoa sentir-se abandonada pela vida, abandonada por aqueles que com ela conviviam, salvo os que terminam compartilhando a mesma reclusão. Uma expressão do abandono é a solicitude e a introspecção. O mundo torna-se uma ameaça. Há formas de mitigação, como o telefone e as redes sociais, que tornam viável um modo de substituição da presença física. Mas há algo aqui que faz enorme diferença: a presença física do outro, o olhar, o toque, a expressão física do sentimento. O beijo e o abraço desaparecem.

As pessoas reclusas sentem necessidade dos seus. Algumas ficam mais vulneráveis por viverem sozinhas, outras se agrupam em seus núcleos familiares mais próximos, em todo caso o seu número deve ser necessariamente reduzido. Outras que vivem na miséria têm esses sentimentos ainda mais potencializados. O contato presencial das pessoas, para além desses núcleos, é rompido. Em seu lugar surgem outros instrumentos de comunicação, as redes sociais obtendo aí protagonismo maior. Acontece, contudo, que a comunicação virtual entre as pessoas passa a ser mediada por outro tipo de comunicação, a social/digital, que se faz por notícias e informações.

Do ponto de vista da informação, tudo vale nas redes sociais, notícias verídicas como falsas. As redes podem, assim, tornar-se instrumentos poderosos de desinformação, divulgando o que se denomina fake news, tendo como objetivo aumentar a insegurança das pessoas, tornando-as ainda mais vulneráveis. O descontrole pode adquirir uma conotação política, alheia à saúde pública.

A faceta política do medo da morte e do abandono consiste numa presença maior do Estado como provedor da segurança perdida, enquanto possível solução de uma morte prematura e do abandono. Numa situação de epidemia, as pessoas tendem a pedir a intervenção do Estado, fornecendo-lhes condições de existência. Na guerra, o Estado toma a decisão de atacar outro país ou de se defender; na epidemia, a sociedade é atacada por um inimigo invisível, sem que o Estado nada tenha podido fazer.

O coronavírus, nova versão, é um inimigo que se expande, se infiltra e ameaça a vida de cada um. Desconhece fronteiras e não aceita nenhum controle estatal. Não tem medo de nada, embora faça medo a todos. Tem a forma do invisível, que só é sentido quando toma conta do corpo das pessoas. Palavras não têm sobre ele nenhum efeito, apenas medidas concretas.

Eis por que discursos demagógicos não têm sobre ele nenhum efeito, tampouco sobre os cidadãos, que sentem a sua ameaça próxima. Leem e escutam sobre o número crescente de mortos, de infectados, e se perguntam se não serão eles os próximos. Não podem, evidentemente, compreender que se possa tratar de uma “histeria”, de uma “fantasia”, pois a presença do inimigo invisível é real. Discursos técnicos, sensatos, de combate à doença tomam o lugar da demagogia, por serem eficazes nesta luta, os cidadãos podendo neles se reconhecer.

Denis Lerrer RosenfieldProfessor de filosofia - O Estado de S. Paulo

Marmitas ao custo de R$ 5 no Gama, Taguatinga e Ceilândia

Sesc-DF oferecerá marmitas a R$ 5 no Gama, Taguatinga e Ceilândia


Medida tem como base o Decreto 40.550, de 23 de março, que autoriza o serviço de alimentação na forma de takeout  

O Serviço Social do Comércio do Distrito Federal (Sesc-DF) oferecerá, a partir desta segunda-feira (30/3), marmitas aos trabalhadores do comércio de bens, serviços e turismo e ao público em geral. As refeições custarão R$ 5 e serão entregues nas unidades do Gama, Taguatinga Norte e Ceilândia. 

A medida tem como base o Decreto 40.550, de 23 de março, que autoriza o serviço de alimentação na forma de takeout o consumidor vai ao restaurante, compra a marmita e leva para casa. 

Os clientes poderão comprar, no máximo, duas marmitas compostas por: um tipo de arroz, um tipo de feijão, um tipo de guarnição e uma opção de carne. Os restaurantes do Sesc funcionam de segunda-feira a domingo, das 11h30 às 14h. Como medida de segurança para evitar o contágio do novo coronavírus, o Sesc orienta aos cliente que, ao pegarem as marmitas, permaneçam a uma distância de um metro entre eles. A instituição disponibilizará, ainda, álcool 70% na entrada de todas as unidades.

Correio Braziliense

 

Projetos na Câmara Legislativa visam diminuir impacto do coronavírus no DF - CB

Projetos de lei contemplam desde ações que têm como objetivo diminuir os efeitos negativos da Covid-19 sobre a economia do Distrito Federal até redução de salário dos parlamentares e benefícios para famílias em situação de vulnerabilidade social

[FATO:
Conforme a matéria, sabiamente,é iniciado são PROJETOS.
As únicas produções da Câmara Legislativa do DF - CLDF - são:
- Despesas;
- Escândalos;
- Leis inconstitucionais - quando uma não é derrubada pela Justiça, por inconstitucionalidade, é inútil;
- E deputados recordistas em consumo de combustível(tem caso de parlamentar que consome combustível  suficiente para dar a volta a terra.)]

Mesmo distantes das atividades presenciais na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) desde a semana passada, os deputados distritais continuam as votações e proposições com objetivo de mitigar os impactos provocados pela pandemia do novo coronavírus no DF. Desde a publicação do primeiro decreto do governador Ibaneis Rocha (MDB), em 12 de março, que suspendeu as aulas em instituições públicas e privadas da capital, os parlamentares protocolaram 41 pautas que citavam a Covid-19, termo técnico dado à doença. Foram 15 projetos de lei, 15 indicações e 11 requerimentos.

A economia está entre as principais preocupações da CLDF. O deputado Leandro Grass (Rede) apresentou um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) para diminuir a remuneração dos distritais. O texto sugere que o salário dos parlamentares seja reduzido em 30% do que é pago atualmente, fixando o valor a 52,5% do subsídio definido para deputados federais. Com isso, a verba economizada no primeiro ano seria destinada às medidas de combate à pandemia do coronavírus. [alguém acredita que esse projeto será aprovado?]

A proposta do deputado José Gomes (PSB), que ainda aguarda votação, é para isentar multas de contas atrasadas de consumidores que não tiverem condições de honrar com os pagamentos, seja porque perderam o emprego ou seja por sua capacidade econômica. Assim como o colega, o deputado Valdelino Barcelos (PP) propôs a proibição do aumento de preços de produtos e serviços, a ampliação do prazo para pagamento de tributos, e a suspensão de multas e juros pelo atraso das parcelas dos imóveis da Terracap ocupados por instituições religiosas e por empresas do programa Desenvolve DF.  [o deputado José Gomes é dono de várias empresas fornecedoras de mão de obra terceirizada - se ele determinar redução das demissões nas suas empresas já reduzirá bastante o aumento do desemprego.
Perguntamos: o ainda distrital José Gomes já resolveu aquele imbroglio no qual é acusado de coagir funcionários de suas empresas a votarem nele?
Quanto ao projeto do deputado Chico Vigilante e do deputado Reginaldo Veras, são projetos desnecessários, que tratam de matéria que já foi aprovada - os prazos para corte de energia elétrica, água e esgoto, telefonia já foram estendidos.
A interferência do nobre parlamentar Chico Vigilante deve-se a sua especialidade em reduzir valores de contas de  energia elétrica, tanto que tem o vulgo de "Chico Gambiarra".] 

Se aprovado, o projeto vai acrescentar 90 dias para o contribuinte quitar o débito referente às parcelas a vencer dos tributos Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Pública (IPTU) e Taxa de Limpeza Urbana (TLP) junto à Secretaria de Economia do Distrito Federal, sendo proibido qualquer reajuste ou acréscimo de juros. A medida deve ser votada na próxima semana.

Garantia de serviços
Ainda para auxiliar o consumidor durante esse período de calamidade, o deputado Chico Vigilante (PT) apresentou o Projeto de Lei que proíbe o corte de fornecimento dos serviços públicos de energia elétrica, telefonia e de água e esgoto, durante o período de pandemia aprovado pela Câmara. Na mesma linha, também foi aprovado o PL de autoria do deputado Reginaldo Veras (PDT) que proíbe o corte de serviços, incluindo o fornecimento de internet e gás canalizado.

Correio Braziliense, leia matéria completa



O que você fez durante a epidemia - Elio Gaspari

Folha de S. Paulo - O Globo

 O que você fez durante a epidemia?

Ambev, Gerdau e hospital Albert Einstein deram lição ao grande empresariado     

Quando a crise passar, veremos quem fez o quê

O pavilhão ficará anexo ao hospital M’Boi Mirim, na periferia da cidade. A Gerdau doará a estrutura do prédio, a Ambev bancará o custo, e o Einstein cuidará dos pacientes. Nenhum grande acionista da Gerdau ou da Ambev ficará mais pobre com a doação. Nas últimas semanas nenhum deles saiu por aí dizendo tolices demófobas em eventos teatrais. Sem espetáculo, fizeram o que acharam que deviam.

O Albert Einstein, nascido da filantropia da comunidade judaica de São Paulo aderiu à iniciativa num momento em que as grandes empresas de medicina privada (inclusive algumas que se dizem filantrópicas) oferecem aos brasileiros um virótico silêncio. Quando celebridades e ministros adoecem, é comum ver-se o logotipo desses hospitais na telinha. Agora que a emergência sanitária chegou ao andar de baixo, sumiram. (O ministro Luiz Henrique Mandetta queixou-se de que um desses potentados sequer devolveu seu telefonema.)

Coisas boas também acontecem. O colégio Miguel de Cervantes, situado nas proximidades do Einstein, abriu 300 vagas para filhos de enfermeiros, técnicos e médicos do hospital. A escola ocupa uma área de 60 mil metros quadrados e as crianças ficarão lá durante os turnos dos pais, assistidos por voluntários, sem contato físico. O hospital fornecerá a alimentação da garotada. Outro colégio da cidade, o Porto Seguro, aderiu à iniciativa.

Em Manaus, uma rede de lojas Bemol doou ao governo do estado seu estoque de mil colchões e máscaras. (Repetindo, doou o estoque.) No Rio de Janeiro, pizzarias continuam mandando refeições aos profissionais de saúde da cidade. Alguns deles trabalham em turnos de 24 horas. Coisas assim parecem gotas d’água, mas como dizia Madre Teresa de Calcutá, “toda vez que eu ponho minha gota no oceano, ele fica maior”.
Um dia isso tudo terá passado e uma pergunta haverá de alegrar muita gente, encabulando outros: “O que você fez durante a epidemia do Covid?”

(.....)

A lição de Bernanke
Durante a crise financeira de 2008 o professor Ben Bernanke (Stanford) estava à frente do Federal Reserve Bank americano. Ele era um verdadeiro economista liberal e fizera carreira estudando a Depressão dos anos 1930.
A situação estava tão braba que o secretário do Tesouro, Henry Paulson, em jejum, trancou-se no banheiro para vomitar.

Ambos decidiram despejar dinheiro no mercado, resgatando empresas que corriam o risco de quebrar, espalhando o pânico. Era o contrário do que havia aprendido, ensinado e praticado. Diante do que parecia uma contradição, ele ensinou ao mundo e a seus pares: “Não há ateu em trincheira, nem ideólogo em crise financeira”.

Banqueiro doido
Quando ninguém sabe o que fazer, ou quando as rotinas não apontam uma saída, surgem loucos que se revelam gênios.
Em 1906, a cidade de San Francisco foi destroçada por um terremoto, seguido de incêndios. Amadeo Giannini tinha um pequeno banco e sua clientela vivia no andar de baixo. Ele alugou um caminhão de lixo e tirou todo o dinheiro de seu cofre. (Outros banqueiros achavam que deviam deixá-los nas caixas fortes e o calor assou as notas.)

A grande ideia de Giannini foi botar uma mesa na rua. Ele passou a emprestar dinheiro a quem estivesse precisando, confiando nos fios dos bigodes. Ele contava que recebeu de volta tudo o que emprestou e que, no primeiro dia dessa operação maluca, recebeu depósitos equivalentes a 1,5 milhão de dólares em dinheiro de hoje.
Mesmo que tenha exagerado, seu tamborete virou o Bank of America, um dos maiores dos Estados Unidos e ele entrou para a história da banca.

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Eremildo, o idiota
Eremildo é um idiota, venera todos os governantes presentes, passados e futuros. Por isso se aborreceu ao saber que a revista inglesa Economist chamou o capitão de “BolsoNero”.

O cretino acha que o imperador romano ganhou má fama por causa de historiadores marxistas da época. Ele teria tocado violino durante o incêndio de Roma, mas os violinos só apareceram séculos depois.

Folha de S. Paulo O Globo - MATÉRIA COMPLETA - Elio Gaspari, jornalista


Opção Safada - J. R. Guzzo

O Estado de S. Paulo 


Nosso pior problema de Saúde Pública não é o coronavírus, é o SUS

Numa coisa dá para se ter confiança de 100% no Brasil: todo o mal que vem de fora sempre pode ser piorado assim que entra aqui. O coronavírus, por exemplo. Embora o seu grau de mortalidade seja baixo, comparado com assassinos desvairados como o H1N1, poucos organismos conhecidos pela biologia se espalham com tanta rapidez. (O H1N1, que apareceu em 2009, contagiou 760 milhões de pessoas em todo o mundo e matou quase 300.000. No Brasil o bicho ainda continuava matando em 2019: foram mais 780 mortos). Mas nem o coronavírus, com toda a sua rapidez, consegue contagiar um país com a velocidade com que a hipocrisia, a mentira e a capacidade de fazer política suja contagiaram o Brasil.

A mãe de todas as falsificações é a repetição, no mundo político, na mídia que se pretende iluminada e nas elites ignorantes, subdesenvolvidas e medrosas que comandam boa parte do combate à epidemia, de uma opção safada:Não se pode colocar a economia acima das vidas”. Parece um pensamento generoso. É apenas falso. Alguém está propondo que vidas sejam sacrificadas para abrir shopping centers? O que está se dizendo é que as duas tarefas, a de defender a saúde pública e a de fazer a economia funcionar, são indispensáveis e precisam obrigatoriamente ser executadas ao mesmo tempo. É possível – e, se não for assim, não haverá um país vivo depois do coronavírus.

Será que não havia doença nenhuma no Brasil antes do coronavírus? 
E foi preciso paralisar todo o sistema produtivo nacional para tratar delas? 
Estaríamos confinados em casa há 100 anos, se fosse assim – com as indústrias e o comércio fechados, sem transporte, sem escolas, sem comida, sem nada. E não é que nossas doenças sejam coisa simples, que se cura com uma colherinha de sal de frutas Eno. Só em 2019 as doenças cardiovasculares mataram quase 300.000 pessoas no Brasil – simplesmente 30% de todas as mortes que houve no País. A pneumonia matou 60.000 brasileiros, 80% deles idosos. Morre-se de tuberculose, uma doença da miséria, neste país; houve 70.000 casos em 2018, o último ano em que há estatísticas, com 5.000 mortos. A morte por coronavírus valeria mais que essas?

Não passou pela cabeça de ninguém “confinar” a população em casa por  “tempo indeterminado” para combater as doenças devastadoras citadas acima. A economia brasileira não parou nem um minuto para se tratar da  saúde pública e não dá realmente para dizer que o SUS é ruim porque as indústrias produzem e o comércio vende. O que uma coisa poderia ter a ver com a outra? 

Na verdade, não dá para dizer muitas coisas que estão sendo ditas por aventureiros em busca de chances políticas, repetidas pelo síndico do prédio e encampadas, com casca e tudo, pelos meios de comunicação.

Não é verdade que o Brasil caminha para um genocídio em que podem morrer “até 2 milhões de pessoas”. Não é verdade que sugerir alternativas ao confinamento-isolamento total seja um “desafio” ao que pregam “todas as grandes autoridades da ciência mundial”. Não é verdade que a Organização Mundial da Saúde tenha autoridade científica para ser levada a sério; é apenas uma entidade política terceiro-mundista. Não é verdade que o coronavírus seja “o pior problema de saúde pública do Brasil nos últimos 30 anos”. Nosso pior problema de saúde dos últimos 30 anos é o SUS.
[Nota:
O colunista em artigo anterior a este

Não é esta, é claro, a opinião de quem jamais pôs os pés no SUSmas decide o que você tem de fazer e de saber sobre a epidemia. Poucas coisas são tão estúpidas nesta vida quanto deixar decisões importantes a cargo de quem não vai sofrer nada com as suas consequências. É exatamente o que estamos fazendo neste momento.

J. R. Guzzo, jornalista - O Estado de S. Paulo



O tranco vem aí. E ninguém poderá alegar surpresa - Alon Feuerwerker

Análise Política


A Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas (@FGVDAPP) detectou uma novidade esta semana nas redes sociais: certa agregação de perfis que ela considera de esquerda e de centro. Vamos então aceitar para efeitos didáticos a classificação, pois aponta um movimento de razoável importância no público.

As ações do presidente da República para reagrupar e anabolizar a base mais próxima dele na guerra de opiniões da Covid-19 tiveram um custo: juntaram contra ele, pelo menos nas redes sociais, quem não se juntava há tempos para nada. Não existe mesmo almoço grátis, apesar de esse rearranjo na internet não ter até o momento maior implicação política.
O custo em imagem ainda precisa ser medido nas pesquisas, mas os dados digitais fazem deduzir que a base bolsonarista fiel continua preservada na essência. E duas coisas jogam a favor do presidente na correlação de forças: não há condições objetivas para protestos de rua em massa e tampouco o Congresso Nacional parece propenso a enveredar por um confronto aberto contra o Planalto.

Tirando os pontos fora da curva, por exemplo a suspensão dos contratos de trabalho sem contrapartida, a disposição no Legislativo é aprovar as medidas governamentais de combate às crises sanitária e econômica, aqui especialmente as de caráter anticíclico. Até porque de repente todos viraram keynesianos: economistas, empresários e jornalistas especializados.

E um Congresso que só pode reunir por teleconferência não chega a ser propriamente ameaça. Nesta condição, é pouco provável deputados e senadores colocarem para rodar qualquer coisa afastada do consenso. E se há um consenso nas duas Casas é não bater de frente com Jair Bolsonaro. Em vez de esticar a corda, dar corda para o presidente. Nas últimas horas a sensação é de um movimento centrípeto governamental. Os ministros da Saúde e da Fazenda falaram à vontade no sábado para garantir que planos para a defesa contra o coronavírus estão aí e irão funcionar. Mostraram estar confiantes nas cadeiras. É pouco provável terem feito a aparição pública sem combinar com o chefe.

Mas nada servirá de escudo se duas coisas não funcionarem bem
: se o dinheiro para empresas e trabalhadores não chegar na ponta e se o sistema de saúde não aguentar o tranco que vem aí nas próximas semanas. Os ministros responsáveis pelas duas áreas pareceram neste sábado confiantes de que os dois desafios serão equacionados.

Ninguém se engane. Ainda não saímos da etapa dos bate-bocas. Que têm hora para dividir o palco com os fatos duros. O tsunami vem aí. E o governo será julgado pelos resultados. Inclusive porque teve tempo de se preparar. O lockdown em Wuhan tem mais de dois meses, e a agudização na crise na Europa já vem há várias semanas. Ninguém poderá alegar surpresa.  Deu tempo suficiente para aprender com os erros dos outros. Vamos aguardar, e rezar, para termos aprendido.

*

Depois desta epidemia vai ficar muito difícil a vida de quem deseja enfraquecer o Sistema Único de Saúde
Se ele funcionar como prometem, e nada indica que não vá (tem um pouco de torcida nisso), estará aberta a estrada para atacar de vez o problema do subfinanciamento. 

 Alon Feuerwerker, jornalista e analista político - Análise Política