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domingo, 31 de janeiro de 2021

A pajelança das va$$inas - Vexame de compra de vacinas por empresas foi produzido - Elio Gaspari

Folha de S. Paulo - O Globo

Vexame de compra de vacinas por empresas foi produzido pela opção preferencial de um governo disfuncional 

Descobriu-se que eventuais compradores não queriam entrar no projeto

Çábios do Planalto e libélulas da plutocracia jogaram o andar de cima num dos maiores vexames dos últimos tempos

Do nada, na semana que começou no dia 18, apareceu a ideia de se juntar pelo menos 12 grandes empresas brasileiras para comprar 33 milhões de vacinas Oxford/AstraZeneca. Metade dos imunizantes iriam para o SUS, e a outra metade serviria para vacinar funcionários das empresas e seus parentes.

Deu-se um fenômeno raro na história do capitalismo. Em poucos dias, descobriu-se que eventuais compradores não queriam entrar no projeto e que o eventual vendedor também não estava oferecendo a mercadoria. Durante a semana, o assunto foi discutido com o presidente Jair Bolsonaro, e o governo avalizou a operação na sexta-feira, dia 22, com uma carta enviada ao fundo BlackRock, acionista da AstraZeneca.

Na segunda-feira, a repórter Julia Chaib mostrou a girafa, informando que pelo menos cinco das empresas listadas já haviam se dissociado da iniciativa. Se a Ambev, a Vale, o Itaú, o Santander e a JBS não queriam entrar no negócio, algo havia de esquisito nele. Nos dias seguintes, nove das 12 empresas listadas haviam saltado. As empresas saltaram por diversos motivos. O preço de US$ 23,79, quatro vezes superior aos US$ 5,25 do mercado, não fazia sentido nem era explicado. Também não se conhecia a engenharia do negócio. Além dessas questões, havia também o risco da associação das marcas de grandes empresas a uma operação fura-fila.

A proposta viria do fundo BlackRock, a quem foi dirigida a carta do governo. O presidente-executivo da empresa no Brasil, Carlos Takahashi, detonou a mentira para os repórteres Vera Brandimarte e Francisco Goes: “Isso é ficção, se estão usando o nome da BlackRock, é fraude. (...) Nunca tivemos nada a ver com isso e não conhecemos essas empresas e essas pessoas que estão usando o nome da BlackRock. (...) Estes rumores são completamente falsos. Autoridades em todo o mundo já alertaram para esquemas relacionados com a suposta comercialização de vacinas, e é importante que as empresas e os governos se mantenham vigilantes.”

O laboratório, por sua vez, informou que não negocia com particulares. Ademais, a AstraZeneca está encrencada com suas encomendas europeias. O vexame foi produzido pela opção preferencial de um governo disfuncional, que vai da marquetagem à fantasia, e dela às fake news sem qualquer constrangimento.

(.....) perder em 48 horas 16% do ativo que negocia, vai para a rua.

A ideia de privatizar parte das vacinas é coisa que ainda não apareceu em outro país. Foi aparecer logo em Pindorama.Para efeito de raciocínio, admita-se que a ideia deva ser discutida. Isso pode ser feito de forma clara e competente, longe do escurinho dos palácios. As dúvidas que levaram grandes empresas a fugir do modelo que foi posto em circulação ainda não foram respondidas. Por que uma vacina de US$ 5,25 será comprada por US$ 23,79?

Folha de S. Paulo - Jornal O Globo - Elio Gaspari, jornalista - MATÉRIA COMPLETA

 

A saúde no centro da economia - Míriam Leitão

O Globo

O Brasil precisa garantir 400 milhões de doses de vacina, o Butantan e a Fiocruz têm de ser financiados, o Ministério da Saúde deve contratar todas as doses possíveis do Butantan, para dar previsibilidade ao instituto e ter fluxo de produto para o programa. O governo está fazendo tudo errado e tardiamente. Além de ter sido um negociador débil com grandes produtores internacionais. Essa é a visão de André Medici, especializado em economia da saúde, e que foi por muitos anos do Banco Mundial.

Medici acompanha tudo o que se passa no setor, sempre o fez, muito mais agora que o mundo vive a pior pandemia em um século. Recentemente, lançou um livro virtual sobre o desafio da cobertura universal nos Estados Unidos, de Barack Obama a Joe Biden. O interessante é a força da ampliação da cobertura de saúde, com seguros em parte subsidiados. Por mais que o ex-presidente Donald Trump tenha feito, ele não destruiu a proposta do Partido Democrata. O ex-presidente Obama conseguiu ampliar em 50 milhões de pessoas a cobertura dos seguros de saúde. Com Trump, saíram cinco milhões.

A economia da saúde com todas as suas ramificações está no centro do debate atual aqui e no mundo. No Brasil, nos últimos dias, o que se viu foi um novo absurdo do Ministério da Saúde. O governo Bolsonaro decidiu fazer mais uma guerra contra o governador João Dória usando como bucha de canhão a saúde dos brasileiros. O Butantan precisa de recursos e previsibilidade e por isso quis que o Ministério da Saúde antecipasse decisões de compra. O governo disse que só em maio responderia. [para malhar Bolsonaro vale tudo - não chega nem a ser malhação e sim calúnia, injúria e difamação - até 'manusear', adaptar, a notícia. 
O FATO É: O Ministério da Saúde firmou um contrato  com o Butantan - com certeza, apesar do petismo e do esquerdismo burros, grande parte dos brasileiros sabe que um contrato estipula obrigações para as partes que o firmam, que devem ser cumpridas sob pena de sanções pecuniárias e até penais - e, no contrato foi ajustado que o MS tinha até MAIO/2021 para decidir quanto compraria daquela farmacêutica.
Devido a situação, digamos, 'enrolada' no tocante a prazos do consórcio Sinovac x Butantan  o MS preferiu trabalhar com um prazo flexível, dando preferência ao interesse público, do Brasil e dos brasileiros, em vez do interesse dos políticos paulistas e dos comerciantes chineses.
Até a data convencionada em contrato o Butantan tinha a obrigação de manter disponível o total de doses ajustado contratualmente. 
As partes concordaram, assinaram, e o contato se tornou lei entre elas. 
Só que a incompetência, o improviso que tem caracterizado a gestão Joãozinho,  na prefeitura e no governo estadual, seguidos como lei pelo diretor do Butantan, impediu que percebessem ( ou preferiram não perceber) que estavam aceitando uma expectativa de possível compra, como compra. Quando perceberam o quanto foram incompetentes, até desidiosos na defesa dos interesses do Butantan, tentaram dar pra trás. Com a generosidade típica dos estadistas, Bolsonaro e Pazuello optaram por antecipar, de fato, a data aprazada.]

Seria mais um crime de Bolsonaro e Pazuello contra a saúde dos brasileiros. A posição ficou insustentável com a pressão da opinião pública e na sexta-feira à noite eles anunciaram a compra de mais 54 milhões de doses. Mas o fato mostra como esse governo decide. Pensa apenas na briga política.

No mundo, o mercado está intenso e nervoso. A União Europeia em disputa com a AstraZeneca aumenta a preocupação no Brasil, porque essa é a mesma vacina da qual dependemos na Fiocruz. [Na Fiocruz a dependência é entre empresas, quanto ao Butantã,  eles dependem, apenas... do governo chinês = uma ditadura em que o interesse comercial, a ganância pelo lucro, está cima de tudo e de todos.],O governo Joe Biden aumentou muito o volume de compras esta semana. — Biden já fez encomendas que podem chegar a 700 milhões de vacinas. Eu não sei por que tão grande — diz Medici.

A boa notícia, ressalta o economista, é que tanto no Reino Unido quanto nos Estados Unidos começam a cair as taxas de novos contágios, ainda que não de mortes.  — Há uma hipótese entre especialistas que seja consequência já do começo da quebra da cadeia de transmissão pela vacinação. Os Estados Unidos vacinaram até a semana passada em torno de 25 milhões de pessoas, 7% da população. Mas Biden está acelerando. Ele começou falando em um milhão por dia, aumentou para um milhão e meio e os especialistas acham que ele tem que chegar a três milhões — diz o economista.

No mundo inteiro, a pandemia movimenta o mercado de vacinas. Além das 10 em uso, sendo duas já aprovadas e oito com autorização emergencial, há 67 em fases distintas de testes clínicos em humanos e quatro foram abandonadas após os primeiros resultados de laboratórios, segundo o “New York Times”. Um ponto importante para o Brasil refletir neste momento: é que viramos apenas licenciadores por não investirmos em biotecnologia. Coreia do Sul, Tailândia, Canadá, França, Rússia, China, Turquia, Israel e, claro, Estados Unidos e Reino Unido desenvolveram vacinas ou estão em estágios dois ou três de testes clínicos. O Brasil, tendo excelentes institutos, ficou atrasado na produção. E pior, se atrasou até nas compras. — Quando as vacinas estavam na fase dois de testes clínicos, lá para agosto, os países fizeram suas encomendas. O Brasil, que já perdeu esse momento, tem que garantir a maior quantidade possível de doses da Coronavac e da AstraZeneca. Tem que ser rápido e decisivo — diz André Medici.

Países de renda média que não se apressaram ficarão perdidos. Os ricos estão garantindo suas vacinas. Os países pobres podem ser atendidos pela iniciativa de Bill Gates com o Consórcio ACT. A iniciativa de Gates está destinando muito dinheiro para vacinas, US$ 16 bilhões, de um total de US$ 38 bilhões. E o principal objetivo é atender aos países mais pobres. Existem alguns países de renda média que se posicionaram bem. — diz Medici.

A pandemia mostrou claramente que a saúde está no centro da economia.

Míriam Leitão, colunista - O Globo - Com Alvaro Gribel, de São Paulo

A folha de serviços do intendente - O Estado de S. Paulo

Opinião

Eduardo Pazuello se presta ao papel de títere de um presidente negacionista.

Seguramente, não é pelo talento administrativo que o intendente Eduardo Pazuello é o mais longevo ministro da Saúde desde a eclosão da pandemia de covid-19. Ele foi alçado ao cargo para que o presidente Jair Bolsonaro, enfim, tivesse à frente da pasta não um ministro da Saúde à altura do desafio de coordenar as ações do governo federal no curso da mais severa crise de saúde pública dos últimos cem anos, mas sim um títere sem brilho – e brio – que se dispusesse a cumprir ordens sem questioná-las, por mais estapafúrdias, ilegais ou imorais que fossem.

Ecoarão pela história desses tempos dramáticos no Brasil duas declarações de Pazuello, dadas em outubro do ano passado, que dizem muito sobre quem ele é e a que veio. “Eu nem sabia o que era SUS (antes de assumir o Ministério da Saúde)”, disse o ministro durante o lançamento da campanha Outubro Rosa. Dias depois, ao ser desautorizado publicamente por Bolsonaro após anunciar tratativas com o governo de São Paulo para incorporar 46 milhões de doses da Coronavac ao Programa Nacional de Imunizações (PNI), Pazuello assimilou a humilhação – “Um manda, o outro obedece, é simples assim” – em vez de apresentar imediatamente a sua carta de demissão, como faria um ministro imbuído de espírito público e amor-próprio.

Um ministro com esse perfil se mostra disposto a tudo, mesmo que os resultados de sua atuação sejam desastrosos para a população. A inabalável submissão de Pazuello aos delírios persecutórios e aos cálculos políticos de Bolsonaro ensejou a abertura de inquérito policial contra o ministro [qual inquérito policial CONTRA INTEGRANTE, ou  APOIADOR do Governo Bolsonaro, cujo pedido de abertura caia no âmbito decisório do ministro MD Lewandowski, não é imediatamente deferido? a autorização para instauração é imediata, se serão encontradas provas, é outra coisa.] para apurar sua possível omissão no colapso do sistema de saúde de Manaus, que levou dezenas de pacientes de covid-19 à morte por asfixia em decorrência da falta de cilindros de oxigênio nos hospitais da cidade.

No âmbito administrativo, a situação do intendente não é menos desconfortável. Desde o início da pandemia, o Tribunal de Contas da União (TCU) tem elaborado relatórios de acompanhamento da gestão da crise sanitária pelo governo federal e é nítida a debacle do Ministério da Saúde a partir da posse de Eduardo Pazuello.[curioso é que o usual no TCU é os crimes serem descobertos algum tempo depois de serem praticados - já o general Pauzuello é acompanhado passo-a-passo. Somam a centenas os casos de furto do dinheiro público, que o TCU age com atraso - permitindo que os ladrões desapareçam com o dinheiro subtraído dos cofres públicos - mas o ministro da Saúde é acompanhado de perto pelo 'grave crime' de  indicar remédios cuja eficácia não está indubitavelmente comprovada - cá entre nós, sejamos honestos, qual das vacinas está com a segurança e eficácia totalmente comprovadas?  
quem garante por quando tempo perdura a imunização obtida com a vacina? 
Uma vacina descoberta há seis meses, não pode ter garantia,  de forma cientificamente correta,  que vale por  igual período.]
Na sessão do TCU de quarta-feira passada, na qual o colegiado analisou mais um dos relatórios produzidos pelo ministro Benjamin Zymler, o vice-presidente da Corte de Contas, ministro Bruno Dantas, fez um dos mais enfáticos discursos contra o descalabro em que se tornou a gestão da crise pelo governo federal.“O Ministério da Saúde já gastou R$ 250 milhões para distribuir o chamado ‘kit covid’ por meio do programa Farmácia Popular. Este valor seria suficiente para comprar cerca de 13 milhões de doses da vacina de Oxford/AstraZeneca”, disse o ministro Dantas.[ministro Bruno Dantas, com o devido respeito: certamente seus cálculos estão corretos - o senhor integra uma Corte de contas, mas em termos de logística (especialidade do ministro da Saúde) há falhas, lacunas, em sua sugestão: comprar de quem?
tem algum fornecedor que possa entregar os milhões de doses compradas em um prazo igual ou inferior a três meses? 
A cloroquina e os demais componentes do chamado 'kit covid', não possuem  eficácia cientificamente comprovada contra a covid-19, mas pelo menos  até agora não foi apontado, com base científica, a morte de qualquer pessoa em decorrência do uso daquele kit. Ao contrário, são milhares o número dos que foram curados - números não divulgados por não ser, ao que supomos,  a divulgação conveniente para interesses outros.] O tal “kit covid” é formado por medicamentos que não têm eficácia cientificamente comprovada contra a covid-19, como a cloroquina. O que o ministro Dantas não disse, mas é possível inferir, é que o ministro da Saúde jogou milhões de reais no lixo ao concentrar suas ações na produção e distribuição do tal kit. E não fez isso, por óbvio, desobedecendo a Bolsonaro, o mais ardoroso defensor dessa mandinga.

O ministro Dantas afirmou, com razão, que o Ministério da Saúde foi tomado por negacionistas da gravidade da emergência que se abateu sobre o País e está completamente alheio às reais necessidades da população. “A sociedade brasileira clama por vacinas já. Se existem ‘terraplanistas’ no Ministério da Saúde (que propõem tratamentos ineficazes), essa gente precisa ceder espaço para a ciência. Não é possível que um tratamento como esse seja dado a famílias que estão perdendo seus entes queridos”, concluiu o ministro.

Em que pese a presença de valorosos servidores de carreira, que só Deus sabe a que tipo de pressões estão resistindo, Bolsonaro reduziu o Ministério da Saúde a um valhacouto de “terraplanistas” sob a chefia do intendente. Isto tem custado bem mais do que recursos públicos. Tem custado vidas.

Opinião - O Estado de S. Paulo


Milhares protestam na Polônia contra a proibição quase total ao aborto

[Na Polônia:] A partir de agora fica proibido qualquer aborto, exceto em casos de estupro ou de risco de vida para a mãe = exemplo a ser seguido pelo Brasil

[já o esquerdista que preside os EUA, governa facilitando a morte, por assassinato,  de seres humanos inocentes e indefesos]  

 Milhares de pessoas voltaram às ruas de Varsóvia na noite desta sexta-feira (29) para protestar contra a entrada em vigor de uma sentença polêmica que praticamente proíbe o aborto. Também houve manifestações em outras cidades polonesas pela terceira noite consecutiva desde a publicação, na quarta-feira, da sentença do Tribunal Constitucional no Diário Oficial.

Por desejo da coalizão de direita ultracatólica no poder, esta sentença proíbe a interrupção voluntária da gravidez em caso de anomalias fetais. [não tem o menor sentido uma anomalia fetal justificar um assassinato - o Brasil tem pena de morte para fetos com anomalias, [legalizando a EUGENIA?] para fetos  que são consequência de um estupro (crime hediondo, mas inferior ao assassinato qualificado) ao tempo que a 'cidadã'  proíbe que assassinos sejam condenados à pena capital ou mesmo à pena com característica de perpétua.] A partir de agora fica proibido qualquer aborto, exceto em casos de estupro ou de risco de vida para a mãe. "Meu corpo, minha escolha", [então escolha cortar um dedo, cortar o teu..., corte qualquer parte do teu corpo... mas jamais assassinar uma vítima inocente e indefesa]  "Eu penso, eu sinto, eu decido", "A revolução tem um útero", "Você tem sangue nas mãos" diziam alguns cartazes dos manifestantes em Varsóvia, onde milhares de pessoas responderam à convocação da Greve das Mulheres, o principal movimento que organiza os protestos, comprovaram jornalistas da AFP.

Muitos manifestantes usavam máscaras estampadas com um raio vermelho, o símbolo dos ativistas pró-aborto e, ao som de tambores, advertiam que o governo será "abolido pelas mulheres". Algumas usavam lenços verdes em volta do pescoço, o símbolo das ativistas pelo direito ao aborto na Argentina, que conseguiram legalizar a prática no país no mês passado.

O protesto em Varsóvia terminou sem incidentes em frente à residência de Jaroslaw Kaczynski, líder do partido Lei e Justiça (PiS) no poder, protegido por um forte dispositivo policial. Depois de um "festival da liberdade" com música, dança e palavras de ordem, os organizadores pediram aos manifestantes que voltassem para casa.  Está prevista uma suspensão dos protestos durante o fim de semana.

A Polônia, um país de população majoritariamente católica, já tem uma das leis mais restritivas da Europa ao aborto. Atualmente, são realizados menos de 2.000 abortos legais ao ano, segundo cifras oficiais. Mas as organizações feministas estimam que anualmente sejam realizados cem vezes mais, uns 200.000, de forma ilegal ou no exterior.

O governo afirma que a nova proibição porá fim aos "abortos eugênicos", em alusão aos abortos de fetos diagnosticados com síndrome de Down, mas muitas organizações de defesa dos direitos humanos [inaceitável que  assassinar seres humanos inocentes e indefesos esteja entre os direitos humanos - apesar de aqui no Brasil os direitos humanos estão mais para DIREITOS DOS MANOS, já que os bandidos, os manos, tem mais direito que os humanos direitos.] afirmam que a medida obrigará as mulheres a levarem a termo gestações inviáveis.

Mundo - Correio Braziliense 

 

sábado, 30 de janeiro de 2021

Ação deliberada de espalhar vírus - Míriam Leitão

O Globo

 Acusado de escolher espalhar o vírus

Crime de epidemia. Essa é a acusação feita a Jair Bolsonaro na representação encaminhada à Procuradoria-Geral da República para que ele ofereça denúncia contra o presidente. “Da mesma forma que alguém que agrave uma lesão existente responde por lesão corporal, presidente que intensifica a epidemia existente responde por esse crime. Jair Bolsonaro sempre soube das consequências de suas condutas, mas resolveu correr o risco.” Esse crime é previsto no artigo 267 do Código Penal. “Causar epidemia, mediante a propagação de germes patogênicos” e a punição é prisão de 10 a 15 anos, podendo agravar-se a pena se houver morte. Torna-se então crime hediondo.

Houve outras ações às quais essa representação se refere e que apontaram vários artigos do Código Penal que ele teria infringido, como o 132, que é pôr em perigo a vida ou a saúde de outrem. 

O grupo de procuradores aposentados — alguns exerceram até recentemente postos elevados no Ministério Público — e um desembargador que entrou com a ação apoiou-se em pesquisa. Recentemente publicado, o estudo faz uma linha do tempo dos atos e palavras do presidente da República nesta pandemia, para assim mostrar que houve uma ação deliberada do presidente de contaminar o máximo de pessoas, na suposição de que assim se atingiria a tal “imunidade de rebanho”. 

[Um esclarecimento: ao ver essa matéria, decidimos ler - mais buscando aumentar  nosso escasso conhecimento do nosso idioma fraco, bem dominado pela articulista e pela titular da Coluna, abundância, talvez excessiva de deduções em substituição aos fatos. Optamos por publicar para esclarecer sobre a afirmação que inicia o primeiro parágrafo - Crime de epidemia - que deixa a impressão, tão falsa quanto uma nota de três reais - de algo concreto. O subtítulo, 'acusado de escolher espalhar o vírus', não mereceu,  não merece,  jamais merecerá  maior atenção - o presidente Bolsonaro, é acusado, caluniado, criticado, insultado, que merecerá atenção especial o dia que grande mídia não o criticar.

No terceiro parágrafo é que constatamos que os autores da acusação, que inicia o artigo sendo tipificado como crime, são procuradores aposentados, tendo alguns EXERCIDO postos elevados e que dispondo de muito tempo livre, atualmente se ocupam em gastar nababescas aposentadorias, optaram por praticar o esporte preferido: acusar o presidente Bolsonaro. São tantas as acusações, tantos acusadores (a grande maioria mentirosos natos, inimigos da Pátria, arautos da desgraça) que não há sequer interesse  em processá-los. Mas já que os comentários estavam sendo formulados, decidimos seguir em frente.]

A representação foi apresentada ao Procurador-Geral da República pela, até recentemente,[= EX] procuradora federal dos Direitos do Cidadão Deborah Duprat, pelo ex-PGR Claudio Fonteles, [lembramos do senhor Cláudio Fonteles por ser um católico praticante, mas, se envolveu com a Comissão Verdade (mais conhecida na prática e pela sua produção de mentidas como Comissão da INverdade) caiu no esquecimento.] por dois ex-procuradores federais dos Direitos do Cidadão, Álvaro Augusto Ribeiro Costa e Wagner Gonçalves, o subprocurador-geral aposentado Paulo de Tarso Braz Lucas e o desembargador aposentado do TRF da 4ª Região Manoel Lauro Volkmer de Castilho.

O começo da cronologia que apresentam é o dia 7 de março. Havia seis infectados no Brasil. O presidente foi a Miami, área de risco para a pandemia. “No dia 15 daquele mês, já de volta ao Brasil, convoca e participa de manifestações políticas com grande aglomeração, sempre sem máscara, tendo contato físico com manifestantes, desrespeitando a recomendação da quarentena após retorno. E, mais grave, pelo menos desde a véspera do evento, ou seja, em 14 de março, já era pública a informação de que parte da comitiva presidencial tinha sido infectada pelo novo coronavírus. Portanto, Bolsonaro foi para a manifestação ciente de que poderia ser um vetor de propagação de um vírus até então de baixa presença no território nacional.” A longa fila de eventos em que o presidente estimulou a contaminação, à qual a representação se refere, está na pesquisa CEPEDISA/FSP/USP e Conectas Direitos Humanos.

O mundo inteiro está sendo atingido pela mesma tragédia sanitária. Mas o ponto sustentado pelos autores da ação é que aqui houve mais. “No caso do Brasil, ao evento natural somou-se a ação criminosa de um presidente da República, que expôs, desde o início da pandemia até os dias atuais, a população a um risco efetivo de contaminação”, diz o texto da representação.

O procurador-geral Augusto Aras pode simplesmente ignorar o documento em sua mesa? Não pode. [PODE e DEVE a BEM DA VERDADE, da DIGNIDADE e da HONRA. Se percebe que no texto acusatório é plantada, ainda que de leve, o veneno de uma possível participação do presidente Bolsonaro na contaminação de brasileiros.
Aliás, já acusaram o presidente da República de atentar contra o meio ambiente, quando bateu na cabeça de uma das emas do Palácio da Alvorada com uma caixa de cloroquina.]
Só que alguns dos que integraram a comitiva presidencial, contraíram a covid-19, se recuperaram rapidamente, sem sequelas - incluindo alguns sexagenários.] Ele pode arquivar, mas ele tem obrigação de tomar providências. Ignorar uma representação como essa é uma impossibilidade institucional, me explica um especialista.

Conversei com outro procurador que permanece no serviço público e perguntei que chances tem essa ação de avançar. Aras, como já disse explicitamente, acha que essa não é a sua função, apesar de ser. O problema é que o próprio Aras pode ser acusado de prevaricação, por deixar de cumprir seu dever. E pode ser acusado pelos seus colegas. — O artigo 51 da lei complementar 75/1993, lei orgânica do MPU, diz que “a ação penal pública contra o procurador-geral da República, quando no exercício do cargo, caberá ao subprocurador-geral da República que for designado pelo Conselho Superior do Ministério Público” — explicou um procurador.

Aras não tem maioria no CSMP. A ação seria diretamente levada ao Supremo Tribunal Federal. Aras tem esperança de ser indicado para uma vaga no STF. Concorre com outros dois fortes candidatos, o ministro da Justiça, André Mendonça, e o ministro do STJ Humberto Martins. Bolsonaro se blindou, mas tem tido, como diz a representação, inúmeras “condutas criminosas” durante esta pandemia. E nessa ação foi acusado de crime grave.

 Míriam Leitão, jornalista - Alvaro Gribel - São Paulo - O Globo

Demônio para quem precisa - Revista Oeste

Guilherme Fiuza 

É ininterrupto o satanismo de 'vídeo game' contra o monstro do Planalto

Sem querer estragar o video game de satanismo contra o Lúcifer do Planalto, vamos dar uma olhada nas circunstâncias reais. Até porque Bolsonaro vai passar, como passaram Lula, FHC e outros (e se ficam por aí como almas penadas fazendo lobby pendurados em mordomias de ex-presidentes é outra conversa). É até compreensível que você precise de um Lúcifer cenográfico para vender a sua fantasia de resistência e dar substância ao seu placebo moral. Mas, sem querer cortar a onda, vamos falar um pouco da realidade que teima em subsistir por trás da sua  exuberante cenografia de revolução infantojuvenil.

Um presidente não é nada. No máximo é um símbolo. O que interessa para os que não têm tempo para indignação de video game são as ações de um presidente. Portanto, o seu governo. Não é fácil analisar um governo — nem mesmo os próprios presidentes são capazes de fazê-lo com a devida abrangência. Mas há os sinais principais de uma gestão, e aí se pode ter, desde que não se troque honestidade por panfletagem, uma boa pista sobre o que representa um presidente para o país.

Muitos achavam o candidato Bolsonaro um político caricato, aparentemente representando um segmento restrito e gerador de polêmicas. Normal. A maioria da população viu nele outra coisa — uma boa possibilidade de representação — e o elegeu presidente. Ponto. Ou melhor, vírgula. Era preciso então ver que tipo de representação seria essa. Olhar para o novo governo com honestidade. É o que muita gente continua se recusando a fazer, preferindo estacionar na caricatura pregressa do presidente. Vamos dar uma olhada na gestão do governo federal 2019-2020, falando baixo para não atrapalhar o fetiche sadomasô.

Problemas não faltam. No momento em que o Supremo Tribunal Federal age ostensivamente de forma política, sempre forçando o ambiente na direção das pautas demagógicas do petismo e congêneres (a maioria da Corte foi indicada por Lula e Dilma), Bolsonaro indica um ministro aparentemente afinado com essas diretrizes. É cedo para uma avaliação consistente, mas não é cedo para desconfiar de que foi uma má escolha.

O mesmo acontece em relação ao procurador-geral da República — aí ressalvando-se que o presidente tinha opções limitadas. Ainda assim, o procurador-geral por ele indicado investiu tão rápida e acintosamente contra a Operação Lava Jato, ao menos no discurso e nas ações iniciais, que se tornou absolutamente legítimo esperar más consequências dessa escolha.

Os líderes do governo no Congresso também foram escolhas duvidosas. Um quer porque quer parar tudo no meio do caos pandêmico para fazer uma Constituição nova. 
Outra saiu e aderiu ao satanismo de video game contra o monstro do Planalto. 
Mas nada é significativo nessa avaliação sem olhar para resultados. E o principal resultado na relação do governo com o Congresso é a aprovação em menos de um ano da reforma da Previdência — aquela que dez entre dez especialistas sérios diziam ser o passo essencial para o país reabrir seu futuro. E que uma vez aprovada passou a ser considerada por nove entre dez especialistas mais ou menos sérios como uma coisa trivial, caída do céu.

A reforma da Previdência não caiu do céu. Foi formulada e proposta pela equipe comandada pelo ministro Paulo Guedes (que também não caiu do céu), depois de ampla campanha de esclarecimento no Brasil e no exterior — ação geradora do apoio político fundamental para o prosseguimento de um projeto complexo e dependente de sacrifícios. Aí a reforma passou a ser negociada ponto a ponto com o Parlamento — o que realmente é de estranhar, em se tratando de um governo fascista diabólico. A resistência de video game ouviu falar de democracia, mas não ligou o nome à pessoa.

A relação com a maior parte da imprensa é péssima e o presidente faz questão de ser hostil a vários dos veículos de comunicação tradicionais. Também é fato que os referidos veículos enviesaram seu noticiário para descredenciar o presidente, chegando a insistir em teses bizarras como a da eleição fraudada por manipulação de WhatsApp. Ainda assim a liberdade de imprensa esteve em plena vigência nesses dois primeiros anos e o governo não exerceu nem incitou a embargos ou censuras. Sempre que apareceu de algum gueto referência a cerceamento de instituições — em alusões a medidas autoritárias como o famigerado AI-5 — o presidente desautorizou imediatamente, sem nenhuma brecha para interpretações indiretas. “Quem fala em AI-5 está sonhando”, disse Bolsonaro.

O governo teve o seu poder de comandar o enfrentamento da pandemia cassado pelo STF — que decidiu ser dos Estados da federação a autoridade pela política de segurança sanitária. Houve todo tipo de abuso, como o desvio de verbas emergenciais — o chamado Covidão, que acarretou o afastamento do governador do Rio de Janeiro e a prisão da secretária de Saúde do Amazonas. Claro que quando o colapso se consumou em Manaus a resistência cenográfica acordou para o problema e correu para o seu video game satânico contra o culpado por todos os males da nação.

Já o cronograma do programa de vacinação conduzido pelo Ministério da Saúde é bastante questionável, considerando que as vacinas disponíveis se encontram em fase experimental, sem ter por exemplo estudos suficientes com idosos (ver Anvisa) — justamente os mais vulneráveis e que justificariam uma campanha de imunização emergencial. O governo cedeu às pressões políticas em favor de vacinas incipientes.

Foram dois anos sem escândalos de corrupção envolvendo o governo federal. Como termo de comparação, só no primeiro ano de Dilma Rousseff foram seis — acarretando a queda do número equivalente de ministros. A grande imprensa fez um bom trabalho denunciando as negociatas, mas não transformou Dilma em alvo permanente. Um dos principais escândalos de 2011 envolveu o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), atualmente recebendo um choque de gestão e transparência comandado pelo ministro Tarcísio Gomes de Freitas — uma das várias escolhas técnicas de Bolsonaro para o primeiro escalão.

Há incertezas sobre o programa de desestatizações — e o andamento da pauta de privatização da Eletrobras vai mostrar se o governo está firme nessa agenda (depois de mais de R$ 150 bilhões em ativos desestatizados) ou se está sendo travado pela máquina, o que seria uma derrota importante. É continuar observando o melhor possível, para apontar os erros e os acertos.

Não é um vídeo game. E, se você estiver em busca de estética, vá ver uma série e pare de sofrer.

Guilherme Fiuza, jornalista - Revista Oeste 

 

Só falta chamar de Cristiana - Nas Entrelinhas

Os caciques do MDB “cristianizaram” a senadora Simone Tebet (MS), que se lançou candidata avulsa à Presidência do Senado, sem o apoio formal da bancada

Mineiro de Sabará, Cristiano Monteiro Machado foi prefeito de Belo Horizonte no final da década de 1920. Partidário da Revolução de 1930, que levou Getúlio Vargas ao poder, conquistou uma cadeira na Assembleia Nacional Constituinte em 1933. Renunciou ao mandato em 1936, para ser secretário de Educação e Saúde Pública de Minas Gerais, no governo de Benedito Valadares. Deixou o cargo no início de novembro de 1945, em decorrência da deposição de Getúlio Vargas (29/10/1945) e do consequente fim do governo Valadares. Filiado ao recém-fundado Partido Social Democrático (PSD), foi eleito deputado à Constituinte de 1946.

Em 15 de maio de 1950, Cristiano Machado foi lançado candidato à Presidência da República pelo PSD nas eleições que se realizariam em outubro. Entretanto, a ala getulista do PSD do Rio Grande do Sul era favorável à indicação de Nereu Ramos e se recusou a aceitar Cristiano como candidato. Logo depois, membros do Partido Social Progressista (PSP), de Ademar de Barros, comunicaram ao PSD que não apoiariam Cristiano. A candidatura de Getúlio Vargas, do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), já estava sendo articulada e viria a ser apoiada por Ademar. Mesmo com o PSD dividido, Cristiano foi aclamado na convenção nacional do partido. Coube ao Partido Republicano (PR) indicar Altino Arantes para a vice-presidência. Cristiano ainda fez uma aliança com Hugo Borghi, candidato ao governo de São Paulo pelo Partido Trabalhista Nacional (PTN).

Nas eleições de 3 de outubro de 1950, Cristiano Machado concorreu com o brigadeiro Eduardo Gomes (UDN) e Getúlio Vargas (PTB). Vargas teve uma vitória acachapante, inclusive, nos redutos eleitorais do PSD. A transferência dos votos de Cristiano para Vargas caracterizou um processo de esvaziamento eleitoral que ficou conhecido no jargão político como “cristianização”. Passou a ser uma marca registrada do MDB nas eleições para presidente da República, sempre que a legenda lançou candidato, com aconteceu com Ulyssses Guimarães (1989) e Orestes Quércia (1994).

Ontem, no Senado, os caciques do MDB “cristianizaram” a senadora Simone Tebet (MS), que se lançou candidata avulsa à Presidência da Casa, depois de perder o apoio formal da bancada. Pesaram na balança a maioria dos senadores do PSDB e do PT, que apoiam o candidato governista Rodrigo Pacheco (DEM-MG), numa articulação bem-sucedida do senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), aliado incondicional do presidente Jair Bolsonaro. Havia uma expectativa de reversão desses apoios, o que equilibraria muito a disputa, mas isso não ocorreu.

Traições
Simone Tebet tentava virar dois votos do PSDB dos cinco que apoiam Pacheco, mais dois votos do PT e o voto do senador Cid Gomes (PDT). Se essa articulação prosperasse, haveria alguma chance de manter o apoio dos caciques da legenda. Os senadores Eduardo Gomes (TO), líder do governo no Congresso, Luiz do Carmo (GO), Márcio Bittar (AC) e Confúncio Mouro (RO) já estavam com o candidato do DEM. Os senadores Fernando Bezerra (PE), líder do governo no Senado; Eduardo Braga (AM), líder da bancada; Renan Calheiros (AL), Fernando Bezerra (PE), Jarbas Vasconcelos ((PE), Jader Barbalho (PA), Nilda Gondim (PB) e Veneziano Vital do Rego (PB) apoiavam Tebet. Entretanto, Dario Berger (SC), Marcelo Castro (PI) e Rose de Freitas (ES) ainda aguardavam as definições no PSDB e no PT.

Ao contrário da Câmara, que tem 513 deputados, as disputas no Senado são um jogo de cartas marcadas, que se decide de véspera, muitas vezes, em razão do número de senadores (81, três por unidade da Federação). Quando se consolida uma maioria, isso tem um efeito desestabilizador para quem está em desvantagem. Foi o que aconteceu com Tebet, com a decisão da bancada do MDB de não oficializar sua candidatura e liberar seus integrantes para votar como quiserem.

A ocupação de espaços na Mesa Diretora do Senado e a situação eleitoral nos estados também costumam ter um peso decisivo no posicionamento de cada senador. Por exemplo, Eduardo Gomes e Veneziano disputam a primeira vice-presidência do Senado, que ficará com o MDB, porque a bancada abriu mão de apoiar Simone Tebet. Por fim, os dados estão lançados. E é sempre bom levar em conta que a votação secreta dá “uma vontade danada de trair”, como dizia Tancredo Neves.

 Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo, jornalista - Correio Braziliense

 


Bolsonaro para Michelle: 'Deu barriga o leite condensado?'

No Palácio do Planalto hoje, Bolsonaro se definiu como “o mito do leite condensado”

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez uma piada com a primeira-dama Michelle Bolsonaro durante a cerimônia de lançamento dos Jogos Escolares Brasileiros (JEBS) 2021, nesta sexta-feira (29/1). 

Deu barriga o leite condensado?”, perguntou o presidente.

Durante discurso, um apoiador chama Bolsonaro de “mito”, e o presidente responde: “O mito do leite condensado?”

O evento aconteceu no Palácio do Planalto e reuniu atletas e convidados. Entre eles, a primeira-dama Michelle Bolsonaro e a ministra da Mulher e Direitos Humanos, Damares Alves.
 
A brincadeira do presidente faz referência à informação de que o governo gastou R$ 1,8 bilhão em compras de alimentos no ano passado.  Anteriormente, ao falar do assunto, Bolsonaro mandou a 
 
O áudio original do vídeo foi editado. Por isso, para a divulgação das imagens, o jornalista Samuel Pancher sincronizou o vídeo com o som de uma live feita durante a cerimônia.

As imagens foram divulgadas pelo Twitter.
 
Política - Correio Braziliense  
 

Bolsonaro lidera em todos os cenários na corrida presidencial para 2022

Presidente oscila negativamente em relação a dezembro, mas tem índices superiores a 30% em três simulações de primeiro turno feitas pelo Paraná Pesquisas

[mantemos o nosso entendimento que ainda é cedo para pesquisas, especialmente quando se trata do presidente Bolsonaro, que tem muito espaço para crescer -  as condições adversas que no momento atrapalham seu crescimento, serão em breve neutralizadas, superadas. Haverá um interesse maior que contemple:  ele será reeleito no primeiro turno? ou será necessário o segundo?]

O presidente Jair Bolsonaro lidera com índices superiores a 30% das intenções de voto os três cenários de primeiro turno para a eleição presidencial de 2022 projetados em levantamento exclusivo feito pelo instituto Paraná Pesquisas entre os dias 22 e 26 de janeiro.

Embora o presidente tenha oscilado negativamente em relação à sondagem feita em dezembro, ele ainda segue líder fora da margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Foi a primeira pesquisa feito pelo instituto após o fim do pagamento do auxílio emergencial e a primeira após o início da vacinação, dois temas que tinham potencial para desgastar Bolsonaro.

No cenário mais provável da disputa, Bolsonaro lidera com 30,5% das intenções de voto, seguido pelo ex-ministro Sergio Moro (12%), Ciro Gomes, do PDT (10,6%), Fernando Haddad, do PT (9,5%) e Luciano Huck (8,1%), todos empatados dentro da margem de erro.[esse ex-juiz, ex-ministro, ex-quase candidato, ainda está em na prancheta de pesquisas eleitorais?  - não faz nem um ano que ele foi defenestrado do governo Bolsonaro e já perde feio, tendo apenas 2/5 dos votos do capitão - imagine quando sua expulsão do governo completar dois anos; 
outra vergonha é o sempre candidato a ser derrotado, Ciro Gomes, 1/3; o 'poste' perde até para o Ciro; e o animador de auditório tem pouco mais de 1/4 dos votos do atual presidente.]

O cenário mais favorável a Bolsonaro é aquele em que Moro não disputa, no qual o presidente aparece com 33,7% contra 12,1% de Ciro na segunda colocação – a diferença entre eles é de mais de 20 pontos. Já a simulação mais apertada de primeiro turno é quando Bolsonaro enfrenta o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – nesse caso, a vantagem cai para menos de 14 pontos (31% a 17,3%. Vale lembrar que o petista está impedido de concorrer porque foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa após ser condenado em segunda instância em processo da Operação Lava Jato – ele ainda tenta reverter a situação.

arte pesquisa 1 turno

Em VEJA, pesquisa completa, incluindo eventual 2º turno


Barulho por impeachment de Bolsonaro é ainda difícil de prosperar - Radar - VEJA

Panelaços e carreatas embalam pedidos de impedimento, mas o presidente conta com base parlamentar, popularidade e lidera a corrida para 2022 [ falta o principal: um motivo real, algo concreto, que possa ser apresentado, provado.  
Com fofocas e inventando crimes para acusar o presidente,  não se alcança o impeachment da maior autoridade do Brasil.] Poucos termos se fizeram tão presentes no vocabulário político dos brasileiros nas últimas décadas quanto a palavra de origem inglesa impeachment (impedimento), que rondou todos os presidentes desde a redemocratização do país e levou à queda de ao menos dois deles: Dilma Rousseff em 2016 e Fernando Collor em 1992 — este renunciou em meio ao processo de cassação. Quem está no alvo agora é Jair Bolsonaro, acossado principalmente por acusações de que cometeu erros variados ao gerir a crise desencadeada pela pandemia da Covid-19, escancarados pela atuação quase inerte diante do caos sanitário que se instalou em Manaus. [Comentando: em abril 2020 o STF determinou que a linha de frente do combate à covid-19 fosse assumida pelos governadores e prefeitos, restando ao Poder Executivo um papel secundário, sem poder da iniciativa, por estar a reboque daqueles entes federativos. 
Deu no que deu e agora as autoridade investidas dos excepcionais poderes querem seguir a regra  'tirar o seu da reta' e o Supremo tenta vender o entendimento de que o Poder Executivo da União tinha que agir em consonância com os estados e municípios. 
Caso tal interpretação prospere - improvável, a marcha que Bolsonaro comandou rumo ao Supremo, deixou claro o que foi decidido pela Instância máxima do Poder Judiciário da União - será como ter sido decretado: 'se prefeitos e governadores precisarem de ajuda, eles chamam'. Só que o presidente não foi chamado - com a crise de Manaus,muitos se arrependem de não terem estalado os dedos para o presidente. Agora é tarde.] O barulho aumentou com alguns panelaços há cerca de quinze dias e chegou às ruas das maiores cidades com carreatas no último fim de semana.
 
 A gritaria dos últimos dias, no entanto, encobriu a pragmática voz corrente que se ouve nos bastidores da política, das instituições e dos negócios: não há as condições necessárias para o impeachment, [sendo recorrente: faltam muitas coisas, especialmente o motivo, o fato criminoso - o impeachment é um processo político, mas precisa de um ato criminoso (provado, não inventado pelos inimigos do Brasil) que o sustente.] embora muitos apontem uma extensa lista de motivos nos 64 pedidos protocolados na Câmara desde 2019, que vão dos erros na pandemia à falta de compromisso com a democracia, passando pela defesa de coisas indefensáveis, como a tortura, e a suposta interferência política em órgãos de Estado, como a Polícia Federal. [ter opiniões é um direito de qualquer cidadão - Bolsonaro ao se tornar Presidente da República Federativa do Brasil, com quase 60.000.000 de votos, não abdicou de sua cidadania.] Mas a cassação de um presidente é mais do que um processo de caráter jurídico, é fundamentalmente político — e neste momento, há dois fatores que dão alguma tranquilidade a Bolsonaro: ele tem boa popularidade e conseguiu nos últimos tempos criar uma razoável base política.
 
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 Em VEJA, MATÉRIA COMPLETA
 
Publicado em VEJA, edição nº 2723,   de 3 de fevereiro de 2021

 

Desgaste da relação entre Bolsonaro e Mourão aumenta ainda mais

''Palpite'' de Mourão sobre reforma ministerial e movimentação de assessor dele [que já exonerado pelo vice] a favor do impeachment de Bolsonaro pioram a relação entre o vice e o chefe do Executivo. Com novos capítulos do mal-estar, aumentam as chances de os dois não formarem chapa em 2022

A má relação entre o presidente Jair Bolsonaro e o vice Hamilton Mourão parece ter chegado ao ápice. Desde o início da semana trocando indiretas sobre qual deve ser a composição ministerial do governo, os dois ficaram ainda mais distantes depois de um assessor do general ter alertado o chefe de gabinete de um parlamentar sobre a possibilidade de o Congresso ter de começar a se preparar para analisar um pedido de impeachment contra o comandante do Palácio do Planalto.

Mourão tentou colocar panos quentes na situação ao exonerar o assessor envolvido no caso, Ricardo Roesch Morato Filho. Na quinta-feira, quando os diálogos de Ricardo foram revelados pelo site O Antagonista, o vice já havia se manifestado dizendo que “lealdade é uma virtude que não se negocia” e, ontem, reforçou o seu posicionamento.

Lealdade é uma estrada de mão dupla. Ela é minha com meus subordinados, e deles comigo. Então, no momento em que isso é rompido, se rompe um elo que não dá mais para você trabalhar junto”, afirmou, em entrevista a jornalistas. “A partir daí, a pessoa que tinha um cargo de confiança perde a confiança para exercer esse cargo. Lamento isso aí.”[apesar dos esforços dos 'arautos do pessimismo', que também são inimigos do Brasil e adeptos da política do 'quanto pior, melhor', características apresentadas pelos  inimigos do presidente Bolsonaro, temos convicção de que as hienas fracassarão,nos seus intentos covardes.
Não conseguirão, apesar dos insistentes e até desesperados esforços, provocar o rompimento entre o presidente da República e o vice, general  Hamilton Mourão. O conceito de lealdade dos dois assegura isso. 
Só os que não sabem o que é lealdade, o que é honra, e avaliam os outros pelos seus conceitos,  são capazes de ignorar a que lealdade e honra estão intimamente ligadas - minha honra é lealdade e vice-versa.
Pontos de atrito sempre vão existir, rugas, mas traição jamais. Ambos possuem personalidade forte, o presidente Bolsonaro se destaca pela loquacidade e o vice, general Mourão, vez ou outra ultrapassa os limites em suas declarações.]

Segundo Mourão, o que aconteceu “foi uma situação lamentável”. Em primeiro lugar, porque não concordo com processo de impeachment, não apoio isso. Acabou. Em segundo lugar, porque não é a forma como eu trabalho. Então, uma troca de mensagens imprudente gera um ruído totalmente desnecessário no momento que a gente está vivendo”, comentou o general.

Apesar das declarações à imprensa, até ontem, Mourão ainda não tinha abordado o tema com o presidente. Ele justificou que, como “é um problema da minha cozinha interna”, o caso já está “resolvido”. “Assunto encerrado”, enfatizou.

Na live de quinta-feira, Bolsonaro criticou Mourão por outro motivo: os comentários sobre reforma ministerial. O general antecipou que o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, está perto de ser exonerado. “Quem troca ministro é o presidente da República. O vice falou que eu estou para trocar o chefe do Itamaraty”, afirmou Bolsonaro, na transmissão. “O que nós menos precisamos é de palpiteiros na formação do meu ministério. E deixo bem claro: todos os meus 23 ministros eu que escolho e mais ninguém. Se alguém quiser escolher, que se candidate em 2022.”

Futuro
Os novos capítulos do mal-estar aumentam as chances de o presidente optar por concorrer à reeleição em 2022 sem o general como vice. Nos últimos meses, o chefe do Executivo já vinha sendo alertado, sobretudo por conselheiros mais ideológicos, que o vice parecia não mais se importar com os interesses do governo.

As ameaças de um “golpe” contra Bolsonaro acabaram reforçando o argumento. “Qualquer um que prestar atenção no comportamento de Mourão, nos últimos dias, verá que ele vem se posicionando como contraponto ao presidente”, frisou um interlocutor do mandatário, ao Blog do Vicente, do Correio.

O general, contudo, rechaçou qualquer interesse em tirar Bolsonaro da cadeira do Planalto. É o que afirmaram, reservadamente, pessoas mais próximas do vice. Ele admitiu, sim, insatisfação por não ter tanta importância para as tomadas de decisão do Executivo, mas deixou claro, assim como nas respostas que deu a jornalistas, que nunca será desleal ao presidente, mesmo que haja divergências entre os dois.

Política - Correio Braziliense


sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Chantagem chinesa? - Revista Oeste

Rodrigo Constantino

Xi Jinping tem intensificado a opressão doméstica e reforçado com muito mais virulência sua agenda de influência externa, com intimidação e ameaças

Fomos surpreendidos esta semana com a notícia de que insumos para a produção de vacinas estavam retidos na China. Especulou-se sobre os motivos, alguns falaram em problemas políticos com o governo Bolsonaro, outros em interesses comerciais, já que outros países poderiam pagar mais para “furar a fila” e obter antes de nós esses insumos.

Em uma entrevista, perguntei ao assessor internacional da Presidência, Filipe G. Martins, justamente sobre a situação com a China, e ele respondeu que era uma polêmica fabricada, que a China está encontrando dificuldades internas para atender a toda a demanda. O embaixador brasileiro no país esteve reunido com o chanceler e escutou dele que não havia nenhum obstáculo político segurando o envio do material.

Não se sabe onde está a verdade, mas o fato é que o Brasil parece ter acordado para o risco de depender de um regime como o chinês. E isso é positivo. Afinal, a China, dominada há décadas pelo Partido Comunista Chinês, representa hoje a maior ameaça ao mundo livre ocidental, e cada vez mais gente se dá conta disso, especialmente após a pandemia que se originou em Wuhan.

Como membros do governo Bolsonaro, como o chanceler Ernesto Araújo, e também um filho do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro, costumam adotar um discurso duro contra as pretensões chinesas, a oposição encontrou no episódio mais um pretexto para desgastar o governo. Não teríamos nossas vacinas por culpa da desnecessária beligerância dos bolsonaristas, que se recusam a adotar uma linha mais pragmática e amena com nosso maior parceiro comercial.

Querem, além de atacar Bolsonaro, uma linha de subserviência perante o regime chinês. O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, resolveu bancar o salvador da pátria e, já de saída do cargo, achou adequado marcar uma reunião virtual com o embaixador chinês no Brasil, Yang Wanming. Maia, então, “tranquilizou” o país ao dizer que o embaixador garantiu não haver nenhum obstáculo político, mas sim técnico, na demora para o envio dos insumos. Agora podemos dormir tranquilos!

Maia atua como uma espécie de despachante da ditadura chinesa. Quando o mesmo embaixador enviou cartas a deputados brasileiros “pedindo” que não reconhecessem o resultado das eleições em Taiwan, Maia nada disse sobre esse absurdo. Quando o embaixador trocou farpas com Eduardo Bolsonaro, Maia achou adequado sair em defesa do embaixador, não do deputado mais votado em 2018, que tem todo o direito de criticar o regime chinês.

Pragmatismo não significa subserviência ao regime chinês ou falta de clareza moral sobre os riscos que ele representa

O empresário e ex-secretário de Desestatização Salim Mattar desabafou: “Democracia jabuticaba brasileira. Onde já se viu presidente da Câmara negociar insumos para a saúde? Muito triste isso!”. Podemos apenas imaginar se fosse o contrário, se o Poder Executivo estivesse se intrometendo numa função que cabe ao Legislativo. Qual seria a reação da imprensa, ou do próprio Maia? Mas Maia não liga para esses “detalhes”, pois ele é o grande estadista iluminado lutando contra o obscurantismo tosco de Bolsonaro — ou ao menos nisso ele finge acreditar quando tenta enganar os demais.

A China é nosso maior parceiro comercial, fato. É preciso adotar uma boa dose de pragmatismo, sem dúvida. Nosso agronegócio depende disso, certamente. Mas isso não pode significar subserviência ao regime chinês ou falta de clareza moral sobre os riscos que ele representa. E vários países ocidentais já perceberam isso, subindo o tom contra a China e pensando em estratégias para reduzir a dependência. A postura mais agressiva do regime desde que Xi Jinping chegou ao poder tem produzido uma reação geral, ampliada após a covid-19.

É o que mostra a chinesa naturalizada americana Helen Raleigh, no livro Backlash: How China’s Aggression Has Backfired. Raleigh é uma financista que nasceu na China e obteve cidadania norte-americana. Ela escreve para veículos conservadores e é autora do livro Confucio Never Said, um esforço para tirar da sonolência os norte-americanos que passaram a flertar com o socialismo. No livro, ela conta a história de sua família, torcendo para que as dificuldades vividas na China e a sobrevivência precária sob o regime socialista, reveladas na obra, convençam os norte-americanos de que devem abandonar qualquer tentativa de importar essa ideologia maligna para seu país.

No livro novo, Raleigh traz à tona o intuito imperialista da China. Desde que Xi Jinping assumiu o PCC, o regime tem intensificado a opressão doméstica e também reforçado com muito mais virulência sua agenda de influência externa, o que envolve intimidação, chantagem ou ameaça, quando não é possível simplesmente comprar apoio. A atuação do embaixador chinês antes de assumir seu cargo no Brasil atesta bem isso: ele adotou métodos nefastos durante sua permanência na Argentina. E assim tem sido em quase todas as embaixadas mundo afora.

A relação entre China e Estados Unidos vem se deteriorando bastante diante de nossos olhos, e Trump adotou uma linha mais dura contra o avanço chinês. Vivemos uma Guerra Fria 2.0, com a China no lugar dos soviéticos. O enriquecimento chinês por meio de um capitalismo de Estado agressivo não deve gerar confusão acerca de seu modelo político, que segue sendo o comunismo. Basta ver como bilionários que ousam questionar o regime são tratados no país para se ter ideia de que uma coisa é a conta bancária recheada, e outra, bem diferente, é ter liberdade de fato.

Para Raleigh, o PCC tem um plano abrangente para sua dominância global e o estabelecimento de uma nova ordem mundial. O Ocidente só acordou para essa ambição chinesa recentemente, e está adotando respostas inconsistentes e incoerentes. O primeiro passo para consertar os rumos é admitir a ameaça; o segundo é adotar uma postura de clareza moral, ou seja, ter em mente que praticar comércio com empresas chinesas é algo desejável, mas que há muito mais em jogo aqui, e que nossas liberdades e nossa própria democracia não estão à venda.

A China não brinca em serviço quando o assunto é o controle da hegemonia internacional. Com todos os seus defeitos, os Estados Unidos ainda representam a liderança do mundo livre, contra essa pretensão globalista encabeçada pelos chineses. Defender a soberania nacional se faz necessário. Enfrentar com inteligência o dragão chinês será o grande desafio nos próximos anos. E todo o cuidado é pouco, pois não vai faltar político e jornalista pregando que devemos abrir as pernas e fazer o que a China mandar, em nome do tal pragmatismo e dos interesses comerciais.

No que depender dessa turma, o Brasil será uma província chinesa. Os envolvidos no projeto podem até ficar ricos, mesmo bilionários. Mas cabe lembrar do destino de outros bilionários chineses: uma vez feito o pacto com o Diabo, ele é eterno. Quem paga uma vez ao chantagista nunca mais se livra dele.

Leia também: “Uma nova guerra fria”, artigo de Selma Santa Cruz

Rodrigo Constantino, jornalista - Revista Oeste


As redações decidiram ser os “centros de resistência” ao governo - JR Guzzo - Gazeta do Povo - Vozes

Raramente, até onde a memória recente registra, os meios de comunicação brasileiros viveram um momento de tanta excitação como vivem agora. O combustível desse nervosismo está, basicamente, na reação geral de muitas redações diante do presente clima político do país: decidiram transformar-se no que imaginam ser o centro da “resistência” ao governo, por considerarem que não é possível haver democracia com a presença de Jair Bolsonaro na presidência da República.

Um oportuno e muito bem ponderado artigo do professor Carlos Alberto Di Franco, que acaba de ser publicado no jornal O Estado de S. Paulo, coloca em dúvida a correção profissional desse jornalismo de denúncia automática e permanente – e, além disso, a eficácia do método que está sendo utilizado para combater o governo.

A força do jornalismo, diz ele, não está na militância ideológica ou partidária, mas no vigor persuasivo da verdade factual e na integridade de sua opinião”. Ou seja: a imprensa tem de ser livre para investigar e denunciar, mas precisa, antes de tudo, respeitar os fatos e a lógica para persuadir alguém de alguma coisa. Se não fizer isso, além de não estar praticando bom jornalismo, não vai convencer ninguém.

“O jornalismo é o único negócio em que a satisfação do cliente (o consumidor da informação) parece interessar muito pouco”, escreve Di Franco. Na verdade, o que o público está vendo no momento é um jornalismo de convicções, de militância e de desejos, e não um jornalismo de fatos – o mais apropriado para satisfazer a necessidade de informações que o leitor espera de um órgão de imprensa.

A consequência inevitável dessa postura é a progressiva transformação da mídia num produto de baixa utilidade. Como nas seitas religiosas dedicadas a pregar para os convertidos, sua matéria prima é a fé. Satisfaz o “público interno”, mas fica nisso. Não é um bom sinal para a sua sobrevivência.

JR Guzzo, jornalista - Gazeta do Povo - VOZES