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quarta-feira, 2 de agosto de 2023

8JANBSB- Inquérito militar livra tropas e aponta erro do governo Lula no ataque - DefesaNet

Thaisa Oliveira

Apuração do Exército diz que era possível ter evitado com planejamento invasão do Planalto ou minimizado danos


 Manifestantes invadem Congresso,STF e Palácio do Planalto

O inquérito policial militar aberto para investigar os militares que deveriam ter protegido o Palácio do Planalto diante dos ataques golpistas de 8 de janeiro livrou as tropas de culpa e apontou “indícios de responsabilidade” da Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial, que integra a pasta do GSI (Gabinete de Segurança Institucional).

A apuração concluiu que, se houvesse tido planejamento “adequado” no início do governo do presidente Lula (PT), seria possível ter evitado a invasão do palácio ou minimizado os estragos. [em nossa opinião, NÃO interessava ao governo esquerdista recém empossado, estar tumulto, baderna, ao contrário, interessava que atos de vandalismo, de descontrole da segurança pública, ocorressem, o que justificaria o endurecimento do regime, com mais facilidade para combater os opositores do governo do petista.]

O relatório sigiloso, obtido pela Folha, foi finalizado em 2 de março e recebeu uma complementação no dia 14 daquele mês.  A investigação indica a responsabilidade da secretaria do GSI de forma genérica, sem mencionar o nome dos responsáveis. A conclusão cita ainda a sigla DSeg, do Departamento de Segurança Presidencial.

DefesaNet - 

À época, a secretaria era chefiada pelo general Carlos Feitosa Rodrigues. Ele chegou ao cargo em 2021, na gestão do bolsonarista Augusto Heleno. Foi mantido no governo Lula pelo general Gonçalves Dias, ministro do GSI que pediu demissão em abril após a divulgação de imagens que colocaram em xeque a atuação do órgão durante o 8 de janeiro.

Como no caso de Feitosa, a situação se repetia no Departamento de Segurança Presidencial da secretaria. O diretor, coronel Wanderli Baptista da Silva Junior, também havia sido nomeado por Heleno e mantido por Gonçalves Dias. Ele ficava diretamente abaixo de Feitosa na estrutura interna do gabinete.

O inquérito militar afirma que, no âmbito do GSI, “resta evidente” que “o planejamento, o acionamento e o emprego” de militares “no tocante às ações ligadas à manutenção da integridade física do Palácio do Planalto e adjacências” cabe à secretaria.

O relatório destaca que, de acordo com o protocolo que define as ações do GSI e do Comando Militar do Planalto na defesa do palácio (chamado de Plano de Operações Escudo), competia ao DSeg “acionar o deslocamento” da tropa de choque do Exército.

Também era obrigação da secretaria “buscar informações indispensáveis ao planejamento de ações preventivas” junto à Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e aos órgãos da Secretaria da Segurança Pública do Distrito Federal, o que não foi feito.

No dia 6 de janeiro, uma sexta-feira, o GSI previu situação de “normalidade” no final de semana. Como mostrou a Folha em abril, a Abin diz que o ex-ministro do GSI recebeu 11 alertas em seu WhatsApp do dia 6 de janeiro até o início dos ataques.

A título de comparação, o inquérito policial militar constatou que o número de militares no dia 8 de janeiro era menor do que o de 31 de julho do ano passado, quando Jair Bolsonaro (PL) convocou manifestantes contra o STF.

Na ocasião, a segurança do Planalto havia sido reforçada por 110 militares —o equivalente a uma subunidade ou três pelotões. No dia 8 de janeiro, o Comando Militar do Planalto enviou apenas um pelotão (36 homens) por volta das 12h. “Desta forma, é possível concluir que, sendo realizado um planejamento das ações de segurança adequado, com o acionamento de valor de tropa suficiente, a execução das ações de segurança por parte das tropas do CMP [Comando Militar do Planalto] teria melhores condições de êxito”, diz.

“Nesse sentido, a invasão ao Palácio do Planalto poderia ter sido evitada ou minimizado os danos patrimoniais sofridos”, completa.

O inquérito militar afirma que, devido à falta de planejamento, as tropas em campo não tinham condições de reagir à investida golpista. Por isso, diz que “não foram encontrados indícios de crime militar ou crime comum na atuação das tropas”.

“Devido a uma previsão de ‘normalidade’ por parte daquele órgão [Secretaria Presidencial] —que não se verificou na realidade—, o efetivo solicitado ao CMP e empregado foi abaixo do necessário diante do grande número de invasores e do comportamento agressivo dos mesmos.” “Noutro vértice, conclui-se que há indícios de responsabilidade da Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial/Dseg quanto à invasão do Palácio do Planalto, considerando que houve falha no planejamento e na execução das ações”, aponta o inquérito militar.

Imagens do circuito interno de câmeras do Palácio do Planalto durante a invasão mostraram não só o baixo número de homens no local, mas também falta de comando. A entrada principal do prédio ficou desguarnecida por cerca de 45 minutos.

O inquérito foi aberto em 11 de janeiro para averiguar a atuação da tropa. A investigação foi conduzida pelo coronel Roberto Jullian da Silva Graça, hoje chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Planalto. O inquérito policial militar é uma investigação pré-processual elaborada pelos próprios militares para avaliar se há indícios de crime militar e quais os possíveis responsáveis. Feitosa nem sequer foi ouvido durante a apuração.

O documento foi enviado ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). Em fevereiro, ele decidiu que os militares envolvidos no 8 de janeiro serão processados e julgados pelo próprio tribunal. [salvo engano de nossa parte, o Código de Processo Penal Militar e o Código Penal Militar são os instrumentos legais para definir a competência da Justiça Militar da União.]

O ministro também determinou que a Polícia Federal abrisse um inquérito para investigar os militares das Forças Armadas e da Polícia Militar do Distrito Federal. A PF, portanto, pode chegar a conclusão diferente da apontada no inquérito militar.

Exército não se manifesta sobre investigação
Questionado pela Folha, o Exército não explicou por que o general Feitosa não foi ouvido no inquérito. A instituição afirmou que os esclarecimentos sobre o 8 de janeiro serão prestados “exclusivamente” aos órgãos competentes.[o Exército costuma adotar a postura de 'grande mudo', visto que quando se manifesta é em caráter terminativo.] “O Exército não se manifesta no transcurso de processos de investigação. Cabe destacar que esse é o procedimento que tem pautado a relação de respeito do Exército Brasileiro com as demais instituições da República”, disse.

O GSI afirmou em nota que “desconhece as conclusões da apuração do Inquérito Policial Militar instaurado no âmbito do Comando Militar do Planalto, ao qual não teve acesso”.

A Folha não conseguiu contato com o general Feitosa e o coronel Wanderli. A defesa do general Gonçalves Dias foi procurada, mas não se manifestou. O inquérito policial militar também levanta as falhas da Secretaria de Segurança Pública do Governo do Distrito Federal embora a pasta não tenha sido foco da investigação nem apareça nas conclusões. [em nosso entendimento de leigos, o não aparecimento da SSP-DF nas conclusões, é prova  de que não houve falhas daquela Secretaria.] 

O documento ressalta que o GSI e o Comando Militar não foram chamados para a reunião organizada pela secretaria em 6 de janeiro, dois dias antes do ataque, nem “comunicados de suas decisões ou relatórios de inteligência”.

Diante do risco de invasão das sedes dos três Poderes, o Governo do DF elaborou um protocolo de ações integradas em que definia o que cada órgão responsável pela segurança da Esplanada dos Ministérios deveria fazer no dia.

O inquérito afirma ainda que a PM-DF — de acordo com o próprio protocolo de ações— deveria ter impedido a chegada dos manifestantes até a praça dos Três Poderes, o que não ocorreu. Outro argumento usado na defesa dos militares é o de que “a única informação” enviada pela Polícia Militar foi a de que as manifestações teriam “animosidade baixa”, com “até duas mil pessoas”.

O relatório também minimiza a atuação do Exército no acampamento golpista montado em frente ao quartel-general, em Brasília.  O inquérito afirma que a área foi ocupada a partir de 30 de outubro “de forma intensa, porém pacíficae que houve “redução gradual no número de manifestantes” a partir de 15 de novembro “em razão da postura restritiva” do Comando Militar do Planalto.

O documento também diz que, diferentemente da “postura restritiva” adotada pelo Comando Militar do Planalto, “o Governo do Distrito Federal autorizou que os manifestantes realizassem seu desembarque” no Setor Militar Urbano, onde fica o quartel-general. [fazemos questão de encerrar nosso comentário, expressando nossa opinião discordante do uso, que consideramos abusivo e inadequado,  do termo 'golpista',  -  visto que não há elementos concretos, reais, merecedores de atenção, que fundamentem considerar os atos de vandalismo um 'golpe de estado'; 
- seria o primeiro golpe do planeta realizada por pessoas desarmadas, em sua maioria idosos, com a ausência do natural  beneficiário da hipotética ação golpista = o ex-presidente Bolsonaro que estava ausente do Brasil há dez dias. Seria absolutamente sem sentido dar o golpe para , posteriormente, convocar o beneficiário??? grande parte dos denominados 'golpistas' eram pessoas jovens, cujo perfil físico não combina com os idosos, os aposentados e as senhoras acampados no QG.] 
 
DefesaNet - Thaisa Oliveira - Folha de S. Paulo
 

Bandidos - Roberto Motta

         Sempre que te pedirem compaixão para um bandido, peça compaixão para as vítimas - feridas, mortas ou traumatizadas para sempre.

Sempre que te mostrarem a foto de um criminoso preso em uma cela superlotada, como se fosse um pobre coitado, peça para ver a foto das vítimas dele.

Sempre que te disserem que o criminoso estava desempregado e sem oportunidade, fale dos milhões que acordam todos os dias sem nada, e que nunca cometeram crime algum.

Sempre que uma ONG, um sociólogo ou uma deputada de esquerda vier te falar dos direitos dos bandidos, pergunte quem vai defender os direitos das vítimas.

A defesa dos criminosos é um discurso elitista, feito por gente bem de vida, que nunca sentiu o crime na própria pele.

O crime contribui para piorar a pobreza, porque tira a vida dos pobres e rouba deles a esperança e a chance de melhorar de vida
No Brasil são assassinadas 40 mil pessoas todos os anos. 
Já foram quase 70 mil. A maioria destas vítimas é de pessoas humildes.

Manter criminosos presos significa proteger a população mais pobre, as crianças, os idosos e todos aqueles que não podem se defender. Mas o Brasil - graças ao trabalho incansável da esquerda - virou um país que solta criminosos violentos, ataca e difama a polícia e prende cidadãos de bem por sua opinião.

Essa é verdade que precisa ser conhecida. O resto é pura mentira e ideologia. Ideologia de esquerda.

*          Texto reproduzido do Twitter do autor.


Operação policial no Complexo da Penha tem dez mortos e quatro feridos - O Globo

Policial militar do Bope foi ferido no abdômen na ação; moradores relatam dia de pânico

 Porta-voz da PM diz que operação foi uma 'ação pontual'


Operação no Complexo da Penha

Operação no Complexo da Penha (Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo)

O porta-voz da Secretaria de Polícia Militar, coronel Marco Andrade, disse que o confronto de hoje foi "uma ação pontual" porque investigação apontava para uma reunião de traficantes naquele local. Segundo o coronel, os policiais foram recebidos a tiro e , por isso, o intenso confronto. Disse ainda que os criminosos vestiam roupas similares às das forças de segurança do estado.

Polícia apreende sete fuzis, granadas e munição no Complexo da Penha

Fuzis apreendidos durante operação policial no Complexo da Penha nesta quarta-feira

Fuzis apreendidos durante operação policial no Complexo da Penha nesta quarta-feira (Foto: Divulgação)

Sete fuzis foram apreendidos na operação desta quarta-feira realizada no Complexo da Penha pelas equipes do Comando de Operações Especiais da Polícia Militar e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), da Polícia Civil. Segundo a polícia, também foram encontradas granadas e munição, em quantidades ainda não contabilizadas. De acordo com informações do setor de inteligência, haveria uma reunião de traficantes no conjunto de favelas da Zona Norte carioca. Ao menos dez pessoas morreram na ação.

A operação policial que está acontecendo nessa manhã no Complexo da Penha mudou a rotina dos moradores das comunidades da região. Trabalhadores e estudantes foram prejudicados. [só a imprensa esquerdista para considerar que uma operação policial contra o tráfico de drogas, prejudica trabalhadores e estudantes.] A Secretaria Municipal de Educação informou que 16 unidades escolares da região foram impactadas pela ação policial, afetando 3.220 alunos.

PM diz que dois chefes do tráfico foram mortos: Fiel e Du Leme

Um blindado da polícia passar em frente a uma barricada incendiada no Complexo da Penha

Um blindado da polícia passar em frente a uma barricada incendiada no Complexo da Penha (Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo)

A Policia Militar informou que a operação no Complexo da Penha é feita por policiais do Comando de Operações Especiais (Bope, Choque, GAM e NAOE) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), da Polícia Civil, para prender chefes do tráfico do Comando Vermelho
Segundo a nota, nove criminosos foram mortos, entre eles, Fiel e Du Leme, que comand[av]am o Morro do Juramento e da Chatuba, respectivamente. 
Barricadas estão sendo retiradas do local, e policiais do Choque reforçam o policiamento no entorno. 
A PM diz que a operação continua, e as ocorrências serão apresentadas na Delegacia de Homicídios.

LEIA MAIS: Rio - O Globo 

 

Com dinheiro do povo - Alexandre Garcia

Somos um país ciclotímico, do sobe e desce. Não conseguimos aproveitar o que o destino nos deu. Não temos a necessária estabilidade política e jurídica para permitir desenvolvimento econômico e social. Vai o Congresso cumprir o que se espera dele?

A Casa dos nossos representantes reabriu neste 1º de agosto. Vai votar de novo o "arcabouço fiscal", que voltou do Senado e deve ter que votar de novo a reforma tributária, que provavelmente será modificada no Senado. 
E ainda terá que examinar a proposta para censurar as redes sociais e ensaios de reforma administrativa e mexer na trabalhista, feita durante o governo Temer. 
Os 513 deputados que lá estão são nossos representantes, nossos mandatários. Pergunto se nós, como mandantes e representados, estamos sendo consultados sobre o aumento além do teto, de gastos que consomem os impostos que pagamos, se estamos sendo consultados sobre se abrimos mão da nossa liberdade de expressão e opinião nas redes sociais, aliás garantidas por cláusula pétrea da Constituição.  
Afinal, a Constituição diz que todo poder emana do povo e supõe-se que, numa democracia, nossos representantes devam manter afinidade com nossas aspirações, pois o voto não é uma procuração em branco — ou a representação democrática é uma farsa.
 
Há, entre os políticos, duas ideologias. A de um Estado mínimopara não pesar no pagador de impostos —, ágil, para poder prestar bons serviços públicos — e que não atrapalha a atividade da nação que investe, emprega, compra, vende, produz
E há aquela ideologia em que o Estado é maior e mais importante que a nação. Um Estado senhor, patrão, fiscalizador, bisbilhoteiro, gastador, burocrático, supostamente para estimular a economia, criar emprego e gerar bem-estar. 
Esse Estado acaba gastando mais do que arrecada, desestimula o pagador de impostos, gera inflação, castra liberdades, tolhe a iniciativa, o empreendedorismo.  
Prefere ter clientes que vivam de seu paternalismo, tanto entre os desempregados, quanto entre os empregados e empregadores. 
Acaba pondo a nação a seu serviço, invertendo a relação saudável em que a nação se organiza num Estado, para que o Estado possa servi-la com defesa, Justiça, polícia e serviços sociais.
 
Passamos quatro anos com um Estado que procurava ficar mais leve para o contribuinte e mais eficiente na prestação de serviços. 
Um período em que vigorou a liberdade econômica e, por parte do Executivo, as demais liberdades, como a de xingar o Presidente ou de estar apto à autodefesa natural dessas liberdades e direitos. 
Agora estamos rapidamente enveredando pela opção [sinistra.] do Estado forte. 
Em que o Executivo faz o oposto do que o anterior julgava importante; o Judiciário cresce com o Estado, e o principal poder de representação popular, o Legislativo, parece apático ou perplexo. 
Mais do que isso, afina-se mais com o governo de turno do que com os eleitores que lhe deram mandato em 2018. 
Partidos de centro-direita que ganharam folgada maioria em 7 de outubro trocaram a fidelidade aos eleitores por cargos em ministérios e estatais. O eleitor de 2018 ainda não conseguiu mudar o triste fisiologismo de seus representantes.
Investidores nacionais e estrangeiros são afetados nas expectativas. O Estado brasileiro não consegue oferecer segurança jurídica nem política — isso sem falar da segurança pública. Somos um país ciclotímico, do sobe e desce. Não conseguimos aproveitar o que o destino nos deu. 
Não temos a necessária estabilidade política e jurídica para permitir desenvolvimento econômico e social. 
Vai o Congresso cumprir o que se espera dele? Os plenários do Senado e da Câmara que reabrem agora, não são mesa de boteco
Um senador perguntou ontem na CPMI: "O que estamos fazendo aqui, com o dinheiro do povo?"

Brasil - Correio Braziliense 


terça-feira, 1 de agosto de 2023

Capazes são, mas serão? - Revista Oeste

Flávio Gordon

Desumanização e criminalização do 'bolsonarismo' virou moeda corrente na velha imprensa, nos tribunais e nas bancadas de esquerda


Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock/Ricardo Stuckert

O governo insistia em afirmar reagir contra uma ameaça revolucionária [após o incêndio do Reichstag], a qual requeria medidas emergenciais de curto prazo. 
Assegurava constantemente o público de que, uma vez passada a crise, o império da lei e as liberdades seriam restituídos na Alemanha. 
Restava óbvio, porém, que, ao mesmo ao tempo que essas vagas promessas eram feitas, as inovações introduzidas seriam características permanentes da ditadura de Hitler.”(Robert Gellately, Backing Hitler: Consent and Coercion in Nazi Germany)

Proclamado presidente da República pelos amigos do Tribunal Eleitoral, obedecido por uma Suprema Corte inteiramente partidarizada e alheia à Constituição, legitimado por um “consórcio” midiático mais amestrado que o Pravda soviético, respaldado por uma Polícia Federal aparelhada agindo como polícia política, e por Forças Armadas a caminho da bolivarianização, o descondenado em chefe tem se sentido muito à vontade para dar vazão aos seus desejos de ditador. 

Semana passada, na Bélgica, aproveitou-se da suposta ofensa sofrida pelo camarada Alexandre de Moraes em Roma para adotar uma retórica (essa, sim!) genocida, ao proclamar abertamente seu projeto de “extirpar” os bolsonaristas, aos quais negou a qualidade de seres humanos, tratando-os como “animais selvagens”. 
 Dias depois, em discurso para sindicalistas em São Bernardo do Campo, voltou à carga. 
Possivelmente imaginando que a Alemanha continua sob o Terceiro Reich, regime no qual assuntos privados tornavam-se questão de Estado, disse ter “entregado” o nome do suspeito de ofender Moraes, um empresário de uma firma alemã, ao chanceler alemão Olaf Scholz.  
Além disso, conclamou seus camisas marrons (ou vermelhas) a uma missão politicamente purificadora. “Vocês têm que estar preparados, porque nós derrotamos o Bolsonaro, mas não derrotamos o bolsonarismo ainda” — berrou, com sua voz rascante de ódio. “Os malucos estão nas ruas”. Estava dada a senha para a atuação de “coletivos” de tipo chavista, empenhados no uso permitido da violência para a defesa do regime.

Já há algum tempo a desumanização e a criminalização do bolsonarismo virou moeda corrente na linguagem da imprensa, dos tribunais superiores e da bancada parlamentar filopetista. Os episódios são muitos. Lembro-me, por exemplo, de quando o blogueiro ultraesquerdista Ricardo Noblat descreveu uma participante do programa Big Brother Brasil como “suspeita de bolsonarismo”. Ou de quando o ministro já notoriamente mais boquirroto do Supremo, esse mesmo que o leitor está imaginando, conclamou “as instituições” e “as pessoas de bem” (e é curioso como, quando interessa à esquerda, o “cidadão de bem” volta a existir) a impor limites aos habitantes de “guetos pré-iluministas”, que questionavam as urnas eletrônicas. Ou ainda, mais recentemente, também surfando no caso Moraes em Roma, de quando o colunista petista Ricardo Kotscho (que em outros tempos talvez fosse descrito como “blogueiro de crachá” ou coisa que o valha) afirmou ser difícil pacificar o país “com tantos bolsonaristas soltos”, convocando toda a sociedade, e não apenas os governantes, a fazê-los “saírem de circulação”. Mas a coisa torna-se realmente preocupante quando ninguém menos que o presidente da República passa a desumanizar dessa forma uma fatia inteira do espectro político nacional, composta de dezenas de milhões de cidadãos. Quando a assim chamada “pacificação” proposta pelo mandatário e seus correligionários (e incluo nesse grupo a maior parte dos jornalistas autoproclamados “profissionais” e dos juízes dos tribunais superiores) passa a se parecer cada vez mais com uma “solução final”, é porque o país entrou num rumo muito perigoso.

Não exagero ao classificar de genocida a retórica do descondenado em chefe.
 
(...)
Pintura de Stalin no Museu Hermitage | Foto: Sophie Mahdavi/Shutterstock

Obviamente, muito embora os comunistas com orgulho que hoje governam o Brasil pertençam a uma cultura política totalitária que, a exemplo da Alemanha nazista e da URSS stalinista, perpetrou perseguições, violações dos direitos humanos e assassinatos em massa por onde passou (e o faz presentemente, como nas ditaduras venezuelana e nicaraguense, amigas do lulopetismo), a simples possibilidade de que o Brasil enverede por esse caminho infame nos parece, à primeira vista, inconcebível. Confesso que, apesar de familiarizado com a história do movimento revolucionário, circunstância que deveria me vacinar contra a perplexidade, a hipótese também me soa como inverossímil. Contudo, uma releitura recente tornou muito mais perturbadora a análise da situação brasileira, porque antes já se observou a mesma incredulidade em contextos que, de fato, terminaram em morticínio. Refiro-me aos diários do filólogo judeu Victor Klemperer.
 
(.....)

Abertamente desumanizados (e ora estrategicamente desarmados) (…), também os “bolsonaristas”, entre perplexos e conscientes, parecem sopesar suas chances.

Nos primeiros anos do novo regime, os registros no diário são todos marcados por esse misto de análise racional, com consequente prognóstico, e perplexidade, como se o espírito do autor andasse na corda bamba entre, por um lado, a convicção do analista de que os algozes seriam, sim, capazes de perpetrar os males mais inimagináveis e, por outro, a insistente e tênue esperança da vítima, segundo a qual não era possível que chegassem a tanto. Mais ou menos como começam a se sentir hoje todos os assim estigmatizados como “bolsonaristas”, ao notarem a ausência de qualquer anteparo institucional entre eles e os ditadores que os querem “extirpar”, Klemperer dá voz ao sentimento generalizado de perplexidade entre os judeus perseguidos, cada vez mais incrédulos, como num pesadelo sem fim, diante daquilo que o historiador do nazismo Ulrich Herbert viria a chamar de “a escalonada indiferença de seus conterrâneos”.

Em 31 de março de 1933, véspera do Judenboykott, Klemperer descreveu o seu estado de espírito: “Cada vez mais desesperançoso. O boicote começa amanhã. Cartazes amarelos, homens de guarda. Nenhuma resposta à impressionante carta dos judeus ao presidente do Reich e ao governo”. Assombrava-o a ausência geral de reação, e até mesmo de percepção, por parte de tantos dentre os seus parceiros de infortúnio. “Ninguém ousa fazer qualquer movimento. Ninguém ousa escrever uma carta ou dar um telefonema. Visitamo-nos uns aos outros e sopesemos nossas chances. Um funcionário do ministério disse isso; um outro, aquilo. Mas ninguém sabe se aquele com a opinião mais favorável restará no cargo, ou em que medida está mesmo no cargo. Nem as feras selvagens têm menos direitos e são mais acossadas (…) Na guerra eu estava sujeito à lei militar, mas a alguma lei ainda assim; agora, estou à mercê de um poder arbitrário”. Trilhos que levam à entrada do campo de concentração de Auschwitz, em Oświęcim, na Polônia | Foto: Rafael Cavlaz/Shutterstock

Abertamente desumanizados (e ora estrategicamente desarmados) por um chefe de Estado vingativo e notoriamente amoral, emboscados por um ministro da Justiça e da Segurança Pública cuja única missão no cargo parece ser inventar pretextos para os encarcerar, destituídos de seus direitos básicos por militantes radicais e serviçais lulopetistas fantasiados de toga, diariamente estigmatizados por uma imprensa que se comporta como alcaguete e propagandista do regime, também os “bolsonaristas”, entre perplexos e conscientes, parecem sopesar suas chances.

Já terá chegado a hora do exílio, ou ainda é cedo? Vale a pena ficar, enfrentando a ditadura de peito aberto, ou escapar com a família antes que seja tarde? Há ainda algum resquício de solução institucional para evitar o expurgo (ou a “extirpação”)? Alguma voz ainda se levantará contra as arbitrariedades de que são vítimas? Haverá um limite para a perfídia? Ora, que os algozes são capazes, racionalmente todos o sabem, pois a proposta de um morticínio purificador é da própria natureza da mentalidade revolucionária. Mas — esta a dúvida inclemente — serão mesmo capazes? Na Alemanha nazista, muitas vezes o maior ou menor tempo de permanência na pergunta significou a diferença entre a morte e a sobrevivência. E, dentre os que se mantiveram perplexos por um prazo excessivo, poucos sobraram para contar a história. Resta saber como será no Brasil sob a ditadura lulopetista. Resta avaliar o prazo-limite para a perplexidade, essa faca de dois gumes anímica, a qual, como diria Primo Levi, ao mesmo tempo que angustia, deprime e retarda-nos qualquer reação, também “desvia a cada instante a nossa atenção da desgraça que pesa sobre nós, tornando a sua percepção fragmentária e, portanto, suportável”.
 
 

Coluna Flávio Gordon - Revista Oeste


Vazamento - Lista do Pix de Bolsonaro não tem empreiteira nem frigorífico, só brasileiros comuns - Alexandre Garcia

Vozes - Gazeta do Povo

Bolsonaro
Dados sigilosos de Bolsonaro entregues à CPMI dos atos de 8 de janeiro foram vazados à imprensa nesta semana.-  Foto: reprodução/PL

Querem derrubar mais uma vez o artigo 53 da Constituição, pelo qual os deputados e senadores são “invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer palavras, votos e opiniões”. 
É o que os constituintes escreveram na Constituição; muito discutiram o termo “quaisquer”, e é isso mesmo que eles quiseram dizer. 
Pode ofender a mãe do presidente, a mãe do papa, a mãe de quem quer que seja, está lá escrito: quaisquer palavras.
 
O líder do PT na Câmara, deputado Zeca Dirceu, parece que não acredita no artigo da Constituição que lhe confere essa inviolabilidade por quaisquer palavras. 
Ele próprio é protegido por isso, mas não quer que o seu par, o deputado federal Zé Trovão, seja protegido, porque ele usou alguns termos contra o presidente, chamou-o de “ladrão”, “bandido”, algo assim; ele se referia a uma fala do presidente sobre a relativização do furto em supermercados e tal, e gravou na rede social em 21 de julho, há pouco. Zeca Dirceu foi ao Supremo; a ministra Rosa Weber, presidente do STF, que estava de plantão, recebeu o pedido de investigação e o encaminhou para a Procuradoria-Geral da República se pronunciar, para saber se é caso de crime que deva ser denunciado no Supremo, ou se não há crime porque o discurso é protegido pela Constituição, e então arquive-se.
 
Continuo achando que a lei maior precisa existir. Ela não foi abolida por nenhum ato de força, nenhuma revolução, nenhuma assembleia constituinte; a Carta Magna, a lei maior está vigente. E, embora não tenha sido respeitada nesse artigo 53, diz que deputados e senadores são invioláveis por quaisquer palavras, ponto final. 
Se não for assim, não há Estado Democrático de Direito, não há devido processo legal.

Aliás, a ministra Rosa Weber mandou o pedido à PGR porque o Ministério Público é a origem de todo e qualquer inquérito
Está na Constituição também, nos artigos 127 e 129. 
Não pode haver inquérito que comece nas mãos de juiz
Tem de começar nas mãos de um promotor, que decide se há indícios para se denunciar um crime, abrir inquérito ou não. É simples.
Quem mandou dinheiro para Bolsonaro não precisa se esconder com codinome em planilha

Quebraram o sigilo bancário de Bolsonaro, mas não foi por ordem da Justiça; aconteceu alguma coisa, uma quebra de sigilo, mostrando que ele recebeu R$ 17,2 milhões em Pix de 820 mil doadores – ou seja, média de R$ 20 para cada doação –, para pagar as multas que lhe impuseram. Eu não sei se foi só a multa pela falta do pano na cara, mas também por andar de moto sem capacete, essas coisas. [perguntar não ofende: e aquela que está ministra e foi fotografada desfilando em uma moto, na favela da Maré, sem usar capacete - o motociclista que conduz  a moto também não utiliza o acessório obrigatório; não foi multada?]

Sabem o que eu não vi entre os doadores? Nenhuma empreiteira. Não estão lá a OAS nem a Odebrecht. Não vi nenhum frigorífico, a JBS não está lá. Não vi nada que pudesse sair daquela planilha com codinomes, é só gente comum, gente simples, 800 mil brasileiros, e parece que não tem imposto: a quantia é tão pequena que não cabe aquele imposto de “transmissão intervivos”, que é um imposto estadual.  Tampouco cabe a quem recebeu a doação pagar Imposto de Renda, porque não é renda. Ele vai ter de declarar a doação lá no campo “isentos e não tributáveis”. Coisas que só acontecem aqui no Brasil.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


Sobe para 13 o número de mortos pela polícia em operação no Guarujá; 32 suspeitos foram presos e 11 armas foram apreendidas - O Globo

Policial da Rota é morto a tiros no Guarujá (SP) e agentes fazem operação

Policial da Rota é morto a tiros no Guarujá (SP) e agentes fazem operação Agência O Globo

Subiu para 13 o número de mortos durante a Operação Escudo da Polícia Militar na Baixada Santista. O dado foi confirmado pela Secretaria de Segurança Pública em balanço divulgado na manhã desta terça-feira (1º). Dois policiais militares foram baleados nesta manhã, os dois em Santos. Eles ficaram feridos e estão sendo atendidos na Santa Casa da cidade.

De acordo com a secretaria, as 13 pessoas "morreram ao entrarem em confronto com as forças de segurança". Até o momento, 32 pessoas já foram presas e 20,3 quilos de drogas e 11 armas foram apreendidas.

A Baixada Santista vive uma onda de violência nos últimos dias. Na noite da última quinta-feira (27), o soldado Patrick Bastos Reis, da Rotas Ostensivas Tobias de Aguiar (ROTA) morreu após ser baleado durante um patrulhamento na comunidade Vila Zilda, no Guarujá. Outro policial ficou ferido. Um homem chamado Erickson David Silva se entregou no domingo, assumindo a autoria dos disparos que mataram o policial.

Em resposta, o governo estadual deflagrou a Operação Escudo, a fim de tentar encontrar o autor dos tiros. Mas a operação policial gerou diversas mortes no Guarujá desde o fim de semana, e deixou ao menos 12 mortes. A operação continua e moradores de diversas comunidades relatam clima de medo com a abordagem policial constante e barulhos de trocas de tiros.

O governador Tarcísio de Freitas afirmou, nesta segunda, que "não houve excesso e não houve hostilidade" nas ações policiais. O secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, também defendeu a operação e chamou as denúncias de tortura e abusos de "narrativas".[os que reclamam ou são bandidos ou parentes de bandidos ou são obrigados pelos bandidos a falar em entrevista acusando a polícia.]

Continue lendo

Brasil - Jornal O Globo 

 

 

 

Parabéns, governador Tarcísio! - Gazeta do Povo

Rodrigo Constantino

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

Aqui não há lealdade a políticos, mas sim a princípios. Quando é para criticar, criticamos - como fiz quando o governador Tarcísio foi até Lisboa para "puxar o saco" de ministros supremos e afirmar que nosso Estado de Direito vai muito bem, obrigado. 
Mas hoje o governador de São Paulo merece aplausos pela postura firme no combate ao crime, apesar da grita coordenada da imprensa. [a bandidagem tem que entender que temos bandidos no governo, há exceções, mas temos uma POLICIA EFICIENTE e que usa a força necessária para impor a lei, bem como, fará sempre o necessário, dentro da lei, para que os bandidos aprendam que matar policial é um negócio bem arriscado = para o matador e  eventuais apoiadores.]
Quando o policial Patrick Bastos Reis morreu alvejado por um tiro de fuzil (obviamente ilegal), os jornalistas e os políticos de esquerda não se manifestaram. 
 O ex-presidente Bolsonaro lamentou e desejou consolo divino aos familiares do soldado. 
Mas quando a polícia reagiu para prender o marginal assassino e encontrou resistência de seus comparsas, bandidos foram mortos e isso fez com que a turma dos "direitos dos manos" ficasse em polvorosa.

Falemos o óbvio antes: o certo é cobrar sempre transparência da polícia, condenar execuções, permitir o devido processo legal a todos - coisa que vem faltando no Brasil que prende ou censura até jornalista em qualquer crime cometido. A polícia não pode simplesmente sair matando por aí. Acusações de tortura ou execuções precisam ser levadas a sério, portanto. É o tal Estado de Direito, contrário à pura barbárie.

"Bandido bom é bandido morto" é um lema atraente para quem não aguenta mais o caos da bandidolatria que tomou conta do nosso país,
mas não é um slogan decente para uma civilização que se pretende avançada. Em condições normais de temperatura e pressão, bandido deve ser preso, julgado e condenado - de preferência pegando uma punição dura e mofando na cadeia se for um homicida.

Não estamos falando dessa situação, e sim de uma verdadeira guerra. Quem já acompanhou operações policiais em favelas sabe que essa visão romântica de quem fica atrás de um computador não bate com a realidade. 
Os policiais são recebidos a tiros de fuzis, precisam reagir com armamento inferior e treinamento precário muitas vezes. 
Colocam suas vidas em risco por baixo salário para proteger a população honesta e trabalhadora. Merecem nosso respeito e admiração.

Só recebem cuspe da esquerda, porém. São chamados de "fascistas", de "assassinos", pela turma que adora sair em defesa dos marginais, que entende até a "lógica do assalto", como disse uma filósofa petista. Os jornalistas estão em coro defendendo esse mesmo pessoal, quem consegue entrar em comunidades dominadas pelo tráfico sem escolta policial, às vezes até usando seu símbolo no boné. [são vários os que tem livre acesso às favelas, dois deles são altas autoridades (lembram? certo...) tem outra que que desfila em favela e por aí vai...]

Está claro que a esquerda optou por defender a marginalidade, ainda que de forma disfarçada como quem "até lamenta" a morte do policial, MAS... não aceita uma reação "desproporcional". 
Ora, o que seria equivalência aqui? 
A polícia matar só um? 
Mesmo quando é recebida por comparsas fortemente armados que abrem fogo contra os policiais?
 
No áudio vazado, fica claro que o marginal que matou o policial é aconselhado a se entregar para reforçar uma narrativa, para mencionar o capitão Derrite e o governador Tarcísio como responsáveis por uma "chacina". A mídia pode cair nessa ladainha feliz da vida, mas o povo não. O povo sabe que chacina é aquilo que os marginais fazem com a própria população todos os dias
E não fosse a "truculência policial", o resultado seria ainda pior.
 
Na guerra entre bandidos e policiais no Brasil não dá para bancar o "isentão", para exigir uma postura romântica de policiais que são alvejados por fuzis por traficantes.  
Quem banca o "imparcial" aqui está apenas alimentando a narrativa esquerdista, que já tenta pintar o governador como um "miliciano". Aguente firme, governador!  
Mantenha-se irredutível ao lado da força policial que estará, assim, do lado do povo honesto e decente. 
Não tente acender velas para esses jornalistas defensores de marginais. Até aqui, sua postura tem sido correta. Parabéns, Tarcísio!


Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

O cabo de guerra do grupo de Dino para ocultar as imagens do 8 de janeiro

Ministério da Justiça se recusou a enviar à CPI as gravações das câmeras de segurança. Antes, aliados do ministro tentaram reverter pedido sobre gravações

 O Ministério da Justiça rejeitou, na última sexta-feira, 28, encaminhar à CPI que investiga os atos do 8 de janeiro a íntegra das imagens registradas nas câmeras de segurança instaladas nas áreas internas e externas da pasta.

Antes da negativa, foi travada uma empreitada que mobilizou a tropa governista e contou inclusive com a pressão sobre membros da cúpula da comissão para que as gravações não chegassem ao Congresso.

Em junho, uma série de requerimentos de acesso às imagens apresentada por deputados e senadores de oposição foi rejeitada em bloco, após uma manobra da base governista. No mês seguinte, no entanto, pedidos com o mesmo teor acabaram aprovados numa votação feita a toque de caixa.

Desde então, conforme foi relatado à reportagem dias antes da recusa do ministério, parlamentares governistas vinham pressionando para que o deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), presidente da comissão, revogasse a aprovação dos requerimentos.

De acordo com parlamentares, um desses pedidos foi feito pelo deputado Rubens Pereira Júnior (PT-MA), aliado de primeira hora do ministro Flávio Dino – ele chegou a ocupar duas secretarias de estado quando Dino era governador do Maranhão.

Enquanto governistas tentavam reverter a aprovação dos requerimentos, o Ministério da Justiça chegou a encaminhar à CPI, no último dia 24, um pedido de dilação do prazo para o envio da resposta “em razão da quantidade de requerimentos recebidos por esta pasta”. Na sequência, porém, o ministério negou o envio das imagens sob o argumento de que já está em andamento uma investigação criminal sobre o 8 de janeiro, o que impediria o compartilhamento dos dados.

Membros da CPI relatam ainda que o governo se mobilizou para tentar reverter a aprovação de outros dois requerimentos: o que trata sobre o Plano Escudo, medida de segurança elaborada pelo Gabinete de Segurança Institucional para proteger o Palácio do Planalto entre os dias 1º e 9 de janeiro, e o que traz detalhamentos sobre a viagem do presidente Lula a Araraquara (SP) no dia dos atentados.

Nos dois casos, porém, já foram enviadas algumas das informações solicitadas. Parte da documentação foi declarada sigilosa.

Política - Revista VEJA
 


Sobre o tipo de personagem que a ministra oficial do Planejamento decidiu ser - J. R. Guzzo

VOZES - Gazeta do Povo 
 

     Foto: (ministra Tebet,alcunhada pelo seu chefe de 'estepe'.)Marcelo Camargo/Agência Brasil  
 
Ao pular para dentro do barco de Lula no segundo turno das eleições, depois de passar a campanha toda dizendo que defendia um programa oposto ao dele, a ministra oficial do Planejamento mostrou que é do tipo de personagem política que faz qualquer coisa para entrar no governo. Agora, ao engolir um nome que jamais passou pela sua cabeça para presidir o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, uma das poucas coisas que Lula e o PT não tiraram do seu ministério, mostrou que também faz qualquer coisa para não sair. 
Quando foi nomeada, aceitou sem dar um pio a demolição geral das atribuições que deveria ter; deixaram com ela uns trocados de quinto escalão como uma “Assessoria de Participação Social e Diversidade”, a Comissão Nacional de Cartografia e outras insignificâncias burocráticas da mesma natureza. 
 
Nos sete meses que se passaram desde então, não foi autorizada a resolver nem o planejamento da controladoria nacional dos carrinhos de pipoca
Com a imposição do novo magnata do IBGE, sem sequer uma consulta a que teria direito pelas regras elementares da boa educação, já está batendo no fundo-do-poço.

“Nada mais justo do que atender o presidente Lula”
, disse a ministra depois que o ministro da Comunicação anunciou à imprensa a escolha do novo estatístico-mor do Brasil. 
Mas, nesse caso, o presidente Lula não poderia, pelo menos, ter dito alguma coisa a ela uns dias antes, ou na véspera? 
É provável que o próprio Lula tenha se surpreendido com uma exibição de puxa-saquismo desse tamanho: quer dizer que ele trata a ministra como um pedaço de pano de estopa, e ela diz que é muito justo? 
O novo chefe do IBGE já estava despachando direto com Lula e outros peixes graúdos do governo antes, sequer, de ter uma primeira reunião com a sua suposta superiora hierárquica
Ela disse que iria marcar uma reunião com o suposto subordinado “na semana que vem” – há, inclusive, a possibilidade de que seja recebida. O resto da reação foi a mesma tristeza. “Agora que eu sei o nome dele, terei o maior prazer em atender ao presidente Lula”, disse a ministra. “Não faço pré-julgamentos. A conversa será técnica, e ele será muito bem-vindo.”

Quando foi nomeada, aceitou sem dar um pio a demolição geral das atribuições que deveria ter; deixaram com ela uns trocados de quinto escalão

O novo presidente do IBGE é tudo, menos um “técnico”.  
Não entende nada de estatística. 
Manda prender números que não o satisfazem. Acha que a aritmética tem de ser “social”, e servir para os interesses das lutas “progressistas”. Passou a vida de “instituto” em “instituto”, de emprego em governo a emprego em governo, sem contato com o mundo do trabalho real – não o trabalho como ele é entendido pelo brasileiro comum. Não se sabe de uma ideia sua que tenha sido vista com seriedade pelos círculos respeitados da ciência econômica – ou sequer percebida. 
 
Trata-se de um militante político da ala mais “esquerdista” do PT, e sua nomeação tem o propósito de fazer o IBGE produzir unicamente os números que Lula quer. 
Ele é contra o PIX, a favor da exploração do “espaço sideral” e se acha capaz de “zerar” a dívida pública expropriando a riqueza dos milionários. 
É tão qualificado para presidir o IBGE quando o rei Herodes seria qualificado para dirigir o serviço federal de creches. Mas e daí? 
O Estado brasileiro está sendo privatizado de alto a baixo em favor do PT. Podem contar para isso, de olhos fechados, com a ministra do Planejamento.

Veja Também: 
 Economia ficará estável – desde que não se coloque em prática as ideias de Lula
Em uma democracia séria, ministros do STF não se encontrariam com julgados pela Corte
Obsessão da esquerda totalitária é desarmar o brasileiro honesto


Conteúdo editado por: Jônatas Dias Lima
 
J.R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
 
 
 
 

Narrativa, confissão e censura - Sílvio Munhoz

 

         Na última crônica da série de oito sobre censura, nas quais busquei atacar a busca do Governo em regular as redes sociais, afirmei: “Não se deixem enganar, a busca dos atuais detentores do poder é CENSURAR.

Para conseguir o desesperado e urgente intento criam o que dizem buscar impedir Fake News ou Falsas Narrativas na tentativa de comover a população e pressionar parlamentares para aprovação da absurda PL 2630 (PL da Censura), para ganharem o poder de Censurar o que será dito, por intermédio de algum Conselho Autônomo, com membros indicados pelo Governo e outras regras que permitem controle, quase absoluto, sobre as redes.

Tática antiga e sempre usada – quando a informação era centralizada – aconselhada, aliás, pelo personagem que quer urgência na regulamentação a conhecido Ditador, quando afirmou ser necessário a criação de “narrativa” para melhorar a visibilidade de seu País perante o mundo!..

A tática foi utilizada pelo Ministro da Justiça, ao defender o PL da Censura, chegando ao extremo de ameaçar os responsáveis de aplicativo de mensagem com a Polícia, pois, na “narrativa” criada para comover o povo, as redes sociais seriam responsáveis pelo massacre de crianças – fato ocorrido dias antes em uma creche em Santa Catarina: “não posso acreditar que alguém vai dizer que a suposta liberdade de expressão usada de modo fraudulento, [que] é uma falcatrua, se sobrepõe a uma vida de uma criança morta a machadadas na cabeça”.

A culpa de massacres públicos com múltiplas vítimas seria das redes sociais... nada mais falso e enganoso. Peguemos como exemplo os EUA, País em que tais fatos ocorrem com muito mais frequência que no Brasil, aqui não temos tradição deste tipo de fato:

"Poucos eventos geram tanta cobertura nacional e mundial nos noticiários como aqueles onde diversas pessoas são alvejadas e mortas num local público. Alguns exemplos altamente divulgados vem de imediato à mente. Colin Ferguson matou seis pessoas num tiroteio de fúria na ferrovia de Long Island em 1993. Um único atirador matou indiscriminadamente 22 cidadãos na cafeteria Luby’s no Texas em 1991, Um segurança fora do horário de trabalho matou 21 pessoas na escola Columbine em Littleton, Colorado em 1999” (aqui, pág. 126).

Qual o aspecto comum em todos? Foram praticados nos idos de 90, ou seja, muito antes do boom da internet e das redes sociais que, no Brasil, ocorreu em torno de 2010, quando já ocorriam tais fatos no mundo.

O autor, analisando pesquisa científica aponta: “A tabela 6.5 indica que as Leis de porte oculto de armas curtas reduzem significativamente os tiroteios públicos de múltiplas vítimas” (pág. 144). 
Crimes com múltiplas vítimas têm a ver com o desarmamento do cidadão e a criação de Gun free zones (zonas livres de armas). 
Nada incentiva mais o criminoso que saber de antemão que vai atacar um local só com crianças e professores, todos desarmados.[condição que o projeto do atual presidente - que felizmente foi ignorado, desprezado define melhor,  pelos governadores -  de fechar as escolas cívico-militares contribui para facilitar ação dos assassinos.] Mormente se o bandido for dotado de “personalidade criminosa”. Como afirmou Samenow, outro pesquisador Americano:

“As respostas de meu público incluíram ataques pessoais (até fui denunciado como perigoso) porque desafiei as teorias quase sagradas sobre o que causa o comportamento criminoso, além de ter afirmado que uma ‘personalidade criminosa’ existe, de fato.” (aqui, pág. 12).

O Ministro, porém, ao perceber que tal “narrativa falaciosa” não se sustentaria acabou por confessar o real objetivo da regulamentação das redes ao admitir que as “redes sociais devem ser reguladas por causa das ideias da DIREITA”, ou seja, como afirmei, CENSURA PURA E SIMPLES (no mesmo congresso, propício às confissões, onde um iluminado supremo lascou “vencemos o bolsonarismo”).

Será a tal “democracia relativa”? Com opinião única, partido único e, quiçá, “extirpar” quem pensa diferente!.. A liberdade de expressão é fundamental para a democracia, segundo a Comissão Interamericana dos Direitos Humanos.

 “[...] ao se obstaculizar o livre debate de ideias e opiniões, limita-se a liberdade de expressão e o efetivo desenvolvimento do processo democrático.”

Que Deus tenha piedade de nós!..

Conservadores e liberais - Silvio Munhoz

 

O autoritarismo está aí Brasil, deixe-o - Flávio Quintela

Vozes - Gazeta do Povo

O presidente Lula (à esquerda) conversa com o ministro da Justiça, Flávio Dino (no centro) e o presidente do TSE e ministro do STF Alexandre de Moraes (à direita).| Foto: Joédson Alves/ Agência Brasil


O 8 de janeiro acabou com o Brasil. A troco de nada.

As prisões políticas feitas pelos autoritários Alexandre de Moraes e Flávio Dino
desencadearam um processo de destruição dos movimentos populares que em um passado muito recente lotaram espaços gigantescos nas maiores capitais do país.

Ao contrário do 6 de janeiro americano, onde a coisa toda se deu durante a sessão de confirmação dos resultados da eleição presidencial, o 8 de janeiro brasileiro se deu durante um fim de semana, sem ninguém nos prédios, sem nenhuma atividade oficial, sem expediente, sem nada. Como diz um amigo bem ativo no Twitter, nossa “invasão” consistiu em velhinhos defecando sobre as mesas dos poderosos da nação. [não podemos olvidar que o único objetivo do 8 de janeiro,  foi o do vandalismo praticado por esquerdistas infiltrados -  auxiliados com a participação de inocentes (ou idiotas) úteis - fornecer pretexto ao DESgoverno de endurecer a perseguição aos opositores.]

Mesmo assim, a quantidade de gente presa foi muito maior e o modo como essas prisões foram conduzidas e justificadas foi muito mais autoritário na versão tupiniquim que no caso americano. E que fique registrado que, na opinião deste colunista, o caso americano já é completamente injustificável, configurando motivação política e abuso de poder do Estado.

    Ninguém mais tem coragem de sair às ruas para se manifestar contra o governo. Alexandre de Moraes manda prender com uma canetada e Flávio Dino mexe os pauzinhos para passar leis que garantirão mais censura e mais prisões arbitrárias

Dois anos depois do 6 de janeiro, estes são os números:

1.018 pessoas processadas
541 réus se declararam culpados
67 réus tiveram julgamento com júri
42 réus foram condenados em todas as acusações
1 réu foi absolvido em todas as acusações
24 réus tiveram um veredito misto
445 pessoas já foram sentenciadas
58% dos sentenciados receberam pena de prisão
a média de tempo das sentenças de prisão é de 60 dias
a sentença mais curta foi de 7 dias; a mais longa, de 10 anos
13 casos foram anulados

No caso brasileiro, o número imediato de presos logo após as manifestações (que a imprensa de esquerda insiste em chamar de “atos golpistas”) foi de incríveis 2.151 pessoas
Essa multidão foi confinada em lugares sem estrutura para recebê-los, sem julgamento e sem possibilidade de defesa. 
Não tiveram acesso aos direitos básicos que qualquer cidadão brasileiro deveria ter.
 
 Em seguida, depois que idosos e pessoas com comorbidades foram liberados, os 1.406 presos restantes foram enviados para o sistema penitenciário do Distrito Federal.
 Novamente, que fique bem claro: sem julgamento, sem direito a defesa, direto para a penitenciária e dividindo espaço com assassinos e traficantes
O lugar que deveria ser usado apenas para confinar criminosos condenados foi usado para confinar gente que nem sequer sabia do que estava sendo acusada.  
Tudo isso com ordem de prisão provisória.
 
Quase quatro meses depois, no fim de abril, 293 pessoas permaneciam presas. O “magnânimo” Alexandre de Moraes foi soltando as pessoas conforme seus casos eram processados – muitos foram soltos com a condição de usarem tornozeleira eletrônica. 
Não custa repetir que esses 293 continuavam sob a mesma ordem de prisão provisória, ainda que esse tipo de prisão não possa, por lei, ultrapassar 90 dias.
 
Resumo da história: ninguém mais tem coragem de sair às ruas para se manifestar contra o governo. 
Moraes manda prender com uma canetada e Dino mexe os pauzinhos para passar leis que garantirão mais censura e mais prisões arbitrárias. Com um novo decreto assinado no dia 21 de julho, Lula anulou na prática os decretos de Bolsonaro que facilitavam a compra de armas e tornou muito mais difícil a obtenção e manutenção do certificado de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC). Além disso, diminuiu a quantidade máxima de armas que uma pessoa pode ter, de 60 para 16.

    Está montada no Brasil a mesma estrutura de todas as ditaduras mais cruéis que já atuaram na história humana

Flávio Dino, cuja veia autoritária tem aflorado dia após dia, disse que pretende lançar um programa de recompra de armas, mas que ao mesmo tempo não descarta uma “estratégia coercitiva” no futuro, dependendo dos índices de violência. Traduzindo, ele vai tirar as armas das pessoas na marra.

Está montada no Brasil a mesma estrutura de todas as ditaduras mais cruéis que já atuaram na história humana. 
A combinação do desarmamento das pessoas com a cooptação das forças policiais e uma legislação que permite a censura e a prisão política é mais que suficiente para perpetuar a quadrilha que voltou ao poder através da eleição de Lula. 
E tudo isso em apenas sete meses.

Brasil, deixe-o. Não dá mais para amá-lo.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

Flavio Quintela, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


 

CPI 8 de Janeiro: presidente da comissão dá 48 horas para Ministério da Justiça entregar vídeos do dia dos atos - O Globo

Arthur Maia durante sessão da CPI
Arthur Maia durante sessão da CPI Reprodução
 
A retomada dos trabalhos da CPI do 8 de janeiro, após o recesso parlamentar, teve início com o anúncio de um embate entre o presidente da comissão, Arthur Maia (União-BA), e o ministro da Justiça, Flavio Dino. Ao abrir a sessão, Maia anunciou que pediria ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma ordem para que o ministro da Justiça entregue à CPI as imagens internas do Ministério da Justiça no dia dos ataques. 
Segundo o presidente do colegiado, o ministro se negou a entregar alegando que elas fazem parte de um inquérito sigiloso do Supremo. Após um debate no colegiado, Maia decidiu dar um prazo de 48 horas para o ministro entregar as imagens. - Não faz sentido nenhum que tudo aquilo que esteja fazendo parte dos inquéritos não possa ser do conhecimento dessa CPMI. Sendo assim e até pela obrigação que tenho como presidente desse colegiado de manter a integridade e autoridade desse colegiado, não posso aceitar que as partes tenham simplesmente o direito de dizer “eu não vou atender”—disse Maia.

Ao GLOBO, o ministro disse que não houve negativa e que a CPI precisa solicitar as imagens ao inquérito policial.—Não há negativa. Basta que eles peçam as imagens no lugar certo, ou seja, nos autos do Inquérito Policial. Está no artigo 20 do Código de Processo Penal— disse Dino ao GLOBO.

Após debate na comissão, Arthur Maia decidiu solicitar novamente as imagens ao ministro, Flávio Dino, dando a ele um prazo de 48 horas.—Vamos determinar que reitere ao ministro a solicitação alertando que mudança de comportamento não seja apresentada, encaminharemos ao Supremo—disse Maia.

No Twitter, em seguida, Dino retrucou e afirmou que não "adianta inventar fatos para encobrir verdades":

— Tentaram fraudar a eleição de 2022 para ficar no poder. Ainda assim, perderam; tentaram dar um golpe de estado entre outubro de 2022 e janeiro de 2023. Perderam novamente; tentaram explodir o aeroporto de Brasília e matar centenas de pessoas. Não conseguiram.

Líder informal do governo no colegiado, o deputado Rubens Pereira Junior (PT-MA) tinha sugerido que a CPI solicite as informações à Polícia Federal. Já parlamentares da oposição reforçaram a ideia de Arthur Maia de levar a questão ao Supremo.

Ex-diretor da Abin depõe
O ex-diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência
(Abin) Saulo Moura da Cunha é o primeiro convocado a depor na retomada dos trabalhos da CPI do 8 de Janeiro, nesta terça-feira, dia 1º. Ele deve ser questionado sobre os alertas emitidos pela agência dias antes dos atos golpistas. Cunha também deve indicar as autoridades que foram informadas antecipadamente e qual foi o encaminhamento dado aos avisos.

A defesa de Cunha fez um pedido ao Supremo para que a sessão fosse sigilosa. A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, rejeitou o pedido. Pela decisão da ministra, Cunha terá direito a não responder perguntas que tenham relação com informações de que tem conhecimento por força de sigilo funcional. O ex-diretor fez também uma ofensiva junto à própria comissão e enviou um ofício pedindo que a sessão ocorra sob sigilo. O comando do colegiado ainda não decidiu.

Reportagem do GLOBO mostrou que, seis meses após os ataques, os membros do canal do Sistema Brasileiro de Inteligência divergem sobre o formato e a responsabilidade dos informes que receberam. Autoridades militares afirmaram que as mensagens careciam de confirmação e foram enviadas de maneira "informal". A Abin, por sua vez, rebateu esses comentários, dizendo que enviou as informações "por meio de canais adequados, decididos prévia e conjuntamente”.

No grupo de WhatsAppcriado para trocar dados inteligência de maneira mais célere —, havia membros do Gabinete de Segurança Institucional (GSI); dos ministérios da Justiça e Defesa; do Exército e da Marinha; da antiga pasta da Infraestrutura, que se desdobrou no governo Lula; da Secretaria de Segurança do Distrito Federal; e da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

O ex-diretor da Abin também deve ser perguntado sobre os relatórios que a agência produziu depois de 8 de janeiro. Dois deles apontaram um grupo ligado a produtores rurais, o "Movimento Brasil Verde e Amarelo", e um de reservistas do Exército, os "boinas vermelhas", como supostos "articuladores dos atos intervencionistas". Os documentos, obtidos pelo GLOBO, foram enviados à CPI.

Política, Camila Turtelli, jornalista - Jornal O Globo